Usuário:DAR7/Testes/Geografia da América do Sul/Argentina

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República Argentina
Argentina
Bandeira da Argentina
Brasão da Argentina
Brasão da Argentina
Bandeira Brasão
Lema: En Unión y Libertad
(Espanhol: "Em União e Liberdade")
Hino nacional: Himno Nacional Argentino
Gentílico: Argentino

Localização da Argentina
Localização da Argentina

Localização da Argentina em verde escuro; Ilhas Malvinas, Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul (administradas pelo Reino Unido) e a área reivindicada pelo país na Antártida em verde claro.
Capital Buenos Aires
34°36'S 58°22'O
Cidade mais populosa Buenos Aires
Língua oficial Espanhol
Governo República Presidencialista
• Presidente Mauricio Macri
• Vice-presidente e Presidente do Senado[1] Gabriela Michetti
• Presidente do Supremo Tribunal de Justiça Ricardo Lorenzetti[2]
Independência da Espanha 
• Luta 25 de maio de 1810 
• Proclamada 9 de julho de 1816 
• Reconhecida 21 de setembro de 1863 
Área  
  • Total 2 780 400[3] km² (8.º)
 • Água (%) 1,1
População  
  • Estimativa para 2012 41 281 631[4] hab. (31.º)
 • Censo 2010 40 117 096 hab. 
 • Densidade 14 hab./km² (175.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2014
 • Total US$ 927,382 bilhões*[5] (22.º)
 • Per capita US$ 22 101[5] (51.º)
PIB (nominal) Estimativa de 2014
 • Total US$ 536,155 bilhões*[5] (27.º)
 • Per capita US$ 12 777[5] (62.º)
IDH (2014) 0,836 (40.º) – muito alto[6]
Gini (2009) 45,8[7] 
Moeda Peso argentino (ARS)
Fuso horário (UTC-3)
 • Verão (DST) (UTC-2)
Cód. ISO ARG
Cód. Internet .ar
Cód. telef. +54
Website governamental www.argentina.gov.ar

Argentina, oficialmente República Argentina (pronunciado em espanhol[repuβlika arxentyna]), é o segundo maior país da América do Sul em território e o terceiro em população, constituída como uma federação de 23 províncias e uma cidade autônoma, Buenos Aires. É o oitavo maior país do mundo em área territorial e o maior entre as nações de língua espanhola, embora México, Colômbia e Espanha, que possuem menor território, sejam mais populosos. Sua capital e centro urbano mais populoso, sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário do país, é a cidade de Buenos Aires.

A área continental da Argentina está entre a cordilheira dos Andes a oeste e o oceano Atlântico, a leste. Faz fronteira com Paraguai e Bolívia ao norte, Brasil e Uruguai a nordeste e com o Chile a oeste e sul. A Argentina reivindica uma parte da Antártida, sobrepondo as reivindicações do Chile e do Reino Unido no continente antártico, mesmo após todas as reivindicações terem sido suspensas pelo Tratado da Antártida de 1961. O país reivindica ainda as Ilhas Malvinas (em castelhano: Islas Malvinas) e Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, que são administradas pelo Reino Unido como territórios britânicos ultramarinos.

O mais antigo registro de presença humana na área atualmente conhecida como Argentina é datado do período paleolítico.[8] A colonização espanhola iniciou-se em 1512.[9] A Argentina emergiu como o Estado sucessor do Vice-Reino do Rio da Prata,[10][11][12] uma colônia espanhola fundada em 1776. A declaração e a luta pela independência (1810–1818) foi seguida por uma longa guerra civil, que durou até 1861 e terminou com a reorganização do país como uma federação de províncias, com a cidade de Buenos Aires como capital. Durante a segunda metade do século XX, a Argentina enfrentou vários golpes militares e períodos de instabilidade política, juntamente com crises econômicas periódicas que contiveram seu pleno desenvolvimento econômico e social.

Uma potência média reconhecida,[13] a Argentina é uma das maiores economias da América do Sul,[14] com uma classificação alta no Índice de Desenvolvimento Humano.[15] Na América Latina, a Argentina possui o quinto maior PIB per capita (nominal) e o maior PIB per capita em paridade do poder de compra.[16] Analistas[17] argumentam que o país tem uma base "para o crescimento futuro, devido ao tamanho do seu mercado, níveis de investimento direto estrangeiro e o percentual de exportações de alta tecnologia como parte do total bens manufaturados" e é classificado pelos investidores como uma economia emergente. A Argentina é um membro fundador da Organização das Nações Unidas, do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas e da Organização Mundial do Comércio e continua sendo um dos G20.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O primeiro gentílico aplicado pelos europeus ao povo habitante da atual Argentina foi o termo castelhano "rioplatense". O nome foi dado por um equívoco feito por Sebastião Caboto em 1526, quando passou pelo estuário do Rio Uruguai e o chamou de Rio de La Plata ("Rio da Prata"), enganado pelo metal precioso que encontrou nas mãos de alguns indígenas, sem saber que eles o haviam tomado dos marinheiros da expedição portuguesa dirigida por Aleixo Garcia. Embora o equívoco tenha se esclarecido pouco depois, o nome manteve-se e logo o gentílico "rioplatense" aplicou-se em espanhol para designar os habitantes de ambas as margens do Rio da Prata, o qual os índios chamavam de Paraná-Guazú (termo que, traduzido da língua guarani, significa "mar gigante").[18]

A prata, em latim, recebe o nome de argentum, nome substantivo ao qual corresponde o adjetivo argentinus. O nome "Argentina" foi usado pela primeira vez pelo poeta Miguel Del Barco Centenera (1535-1605) em seu poema histórico Argentina y la Conquista del Río de la Plata ("Argentina e a Conquista do Rio da Prata"), publicado em 1602, 66 anos depois da fundação do Puerto de Nuestra Señora Santa Maria del Buen Aire ("Porto de Nossa Senhora Santa Maria do Bom Ar"), a atual cidade de Buenos Aires. O substantivo "Argentina" foi utilizado amplamente a partir do século XVIII para designar toda a região do Rio da Prata, abarcando os atuais territórios do Uruguai, Paraguai e parte do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.[18]

História[editar | editar código-fonte]

Era pré-colombiana[editar | editar código-fonte]

A área conhecida atualmente como a Argentina era relativamente pouco povoada até o período da colonização europeia. Os primeiros vestígios de vida humana são datados do período Paleolítico e há indícios adicionais dos períodos Mesolítico e Neolítico.[19] No entanto, grandes áreas do interior eram aparentemente despovoadas durante um extenso período de secas entre 4000 e 2000 a.C.[20]

O arqueólogo uruguaio Raúl Campa Soler dividiu os povos indígenas na Argentina em três grupos principais: caçadores-coletores de alimentos básicos, sem desenvolvimento da cerâmica, caçadores-coletores de alimentos avançadas e os agricultores com cerâmica.[21]

Os povos primitivos argentinos se dividiram em dois grandes grupos: os caçadores e coletores, que habitavam a Patagônia, o Pampa e o Chaco; e os agricultores, instalados a noroeste, regiões próximas à Cordilheira dos Andes, as serras de Córdoba e, mais tarde, a Mesopotâmia argentina. Os estudos antropológicos dos grupos caçadores e coletores, tradicionalmente considerados mais simples que os povos agricultores, puseram de manifesto a complexidade que alcançaram culturas de um alto grau de simbolismo, como os sélknam, aush, yaganes e kawésqar, da Terra do Fogo. O noroeste atual argentino fazia parte do Império Inca, o maior império pré-colombiano da América do Sul.

Descobrimento e colonização[editar | editar código-fonte]

Não há uma afirmação concreta sobre qual o primeiro navegador pôs os pés em território argentino. Pode ter sido o florentino Américo Vespúcio e podem ter sido os portugueses. Mas foi em nome do Reino de Castela que o verdadeiro descobridor da Argentina, Juan Díaz de Solís aportou em 1516 em Candelaria (atual Maldonado), sendo descoberto o mar Dulce ou de Solís, posteriormente rio da Prata. O navegador ficou doente pouco tempo depois com quase todos os homens e os guaranis o atacaram e obviamente o devoraram. Uns poucos sobreviventes foram ao Brasil, narrando lendas a respeito de um império governado por um rei caucasiano no qual existiria uma montanha cheia de prata. A narrativa que lhe teria vindo dos indígenas, certamente seria uma referência aos incas, que então os espanhóis não conquistaram ainda. Para portugueses e espanhóis, o portal daquele prodígio devia ser o "río de la Plata".

Naquela época, vários povos indígenas habitaram o território argentino, sendo somada uma população em torno de 300 000 pessoas. A tentativa dos espanhóis era a utilização dos indígenas como mão-de-obra escrava, o que somente veio a se concretizar com os que já eram dedicados à agricultura, no norte da Mesopotâmia e regiões serranas do noroeste. Mas o sul da Mesopotâmia, no Chaco, nos Pampas e na Patagônia, as tribos de caçadores hostilizaram-se contra os colonizadores, resistindo-lhe constantemente.

Seis anos após Fernão de Magalhães ter descoberto o estreito que recebeu o seu nome e conecta o oceano Atlântico com o oceano Pacífico, o genovês Sebastiano Caboto que penetrou no estuário do Prata, foi o fundador da fortaleza de Sancti Spiritus e, apesar de não achar prata, foi informado a respeito das novidades de um grande império a noroeste da região. Foi o que interessou ao rei Carlos I de Espanha, confiante na colonização do território a Pedro de Mendoza. Este, em 3 de fevereiro de 1536, foi o fundador da fortaleza de Nuestra Señora Santa Maria del Buen Aire, originou a cidade de Buenos Aires, logo deixado, em 1541, ao ataque dos índios. Um ano depois, fundar-se-ia a cidade de Assunção (posteriormente capital do Paraguai) desde a qual os espanhóis começariam a colonizar as terras argentinas.

Depois de conquistado o Império Inca, as atividades econômicas da bacia do rio da Prata passaram à função de armazenar os mineradores no Vice-Reino do Peru. Juan de Garay foi o fundador de Buenos Aires pela segunda vez em 1580, no momento em que apareciam demais cidades no caminho para Assunção: Santiago del Estero (1553), Mendoza e San Juan (1562), Tucumán (1565), Córdoba e Santa Fé (1573), Salta (1582), Corrientes e Paraná (1588) e La Rioja (1591). O território foi administrado e dividido sob o regime das encomiendas e isso deu resultados inesperados porque faltou mão-de-obra habituada ao trabalho agrícola. A atividade econômica principal começou a ser a vaquejada, ou caça ao gado silvestre, que os gaúchos (mestiços de espanhol com índio, naqueles de imigração rara). Os missionários jesuítas, desde 1585 e principalmente na província de Misiones, começaram a história da educação na Argentina.

Em 1617, o Vice-Reino do Peru foi o estado extinto divisor do governo do Paraguai e Rio da Prata em ambas as províncias — das quais Asunción e Buenos Aires passaram a ser as capitais —, no momento em que na de Tucumán os colonizadores (que vieram do Chile e do Peru) chocaram-se permanentemente com os indígenas da região, submetidos a duras penas. Em 1776, do vasto território que abrangia a Argentina, o Paraguai, o Uruguai e o sul da Bolívia de hoje, foi criado o Vice-Reino do Rio da Prata, cuja capital foi Buenos Aires desde então. Foi seu primeiro grande impulso.

Com a legislação do Comércio Livre da Espanha e Índias (1778), a cidade começou a ser um porto movimentado, em negócios — especialmente de couro — com o Vice-Reino do Brasil, a Grã-Bretanha e o Reino da França, As vantagens que o entreposto assim auferiu favoreceram a rivalidade de demais pontos e províncias da futura nação.

Independência[editar | editar código-fonte]

Em 1806, os ingleses, que a recente aliança franco-espanhola estimulou, invadiram Buenos Aires. as tropas de Santiago Liniers reconquistaram a cidade, no entanto, diante das forças espanholas evidentemente insuficientes para a sua defesa, seus habitantes foram organizados em milícias. Influenciada pela Revolução Francesa, uma classe média urbana esclarecida depôs o vice-rei Rafael de Sobremonte, pondo Liniers em seu lugar. Era a época das guerras napoleônicas: a França de Napoleão Bonaparte ocupou o Reino da Espanha e o Reino de Portugal. Em Buenos Aires, a hora é favorável à Revolução de Maio: em 25 de maio, uma assembleia de notáveis (a qual faziam parte Manuel Belgrano e Mariano Moreno) derrubou o vice-rei, que naquele tempo foi Baltasar Hidalgo de Cisneros, e escolheu como presidente o tenente-coronel Cornelio Saavedra.

Não foi, ainda, declarada a independência. A expectativa era normalizar a situação do Reino da Espanha, depois de restaurada por Fernando VII de Espanha. Mas o país era dividido. A junta venceu os desobedientes de Córdoba e do Alto Peru, mas suas dificuldades foram encontradas com o Paraguai e a Banda Oriental (posteriormente Uruguai), na qual o patriota José Gervasio Artigas era batido com bravura. O Vice-Reino do Peru retomou a parte boliviana em 1811.

Os anos seguintes foram de dificuldade, mas de produtividade. Federalistas e unitários, revolucionários e moderados encontravam-se desentendidos. Uma assembleia constituinte, em 1813, foi o órgão reconhecedor da liberdade dos que nasceram na escravidão, acabou com os tributos de pagamento dos indígenas, extinguiu os títulos de nobreza, permitiu que a Argentina exportasse cereais, criou o brasão de armas e o hino nacional, e elegeu como bandeira a criada por Manuel Belgrano um ano antes. Em 1814, Fernando VII da Espanha foi o restaurador da monarquia castelhana. Depois de certas dissensões e obstáculos, o congresso que se reuniu em Tucumán em 9 de julho de 1816 foi o evento proclamador da independência das Províncias Unidas do Rio da Prata.

O governo apoiou a campanha do general José de San Martin, que cruzou os Andes, venceu os espanhóis em Chacabuco, e após a travessia da cordilheira, com Bernardo O'Higgins, foi o libertador do Chile nos combates de Maipú. San Martin, desinteressado com o poder, ainda foi para o Peru e participou, em 1824, na batalha de Ayacucho, que acabou com o domínio espanhol na América do Sul. Naquele momento, os portugueses tomavam a Banda Oriental e os federalistas ficavam revoltados. A Assembléia Constituinte, já em Buenos Aires, fortaleceu o poder executivo e aprovou a Lei Fundamental de 1816, unitária e por esse motivo a maioria das províncias rejeitaram. O primeiro presidente eleito da república foi general Bernardino Rivadavia.

Entre 1825 e 1828 guerreando com o Império do Brasil, país anexador da Banda Oriental como província Cisplatina, os argentinos, com mediação inglesa e em acordo com os brasileiros, foram os reconhecedores da independência do Uruguai. Internamente, federalistas e unitários foram para a guerra civil: na frente dos primeiros, Juan Manuel de Rosas empossou e sua violenta ditadura foi imposta (final de 1829).

Seu governo foi de tumulto, mas com bom sucesso militar: venceu os indígenas no sul, derrotou a confederação Peru-Bolívia e encarou a França e a Grã-Bretanha, países apoiadores dos uruguaios em constantes conflitos com a Argentina. Mas o governador de Entre Rios, Justo José de Urquiza, que as tropas uruguaias e brasileiras apoiavam, depuseram o ditador, em 1852, ao dispersar suas forças na batalha de Caseros.

Mas a desunião era contínua. Contra esta, a Confederação Argentina teve como local de fundação a cidade de San Nicolás e, em Santa Fé, foi preparada nova carta centralizadora, ainda que à rebeldia de Buenos Aires, que cedeu à pressão que as províncias, militarmente persuasivas, exerceram. Urquiza estimulou a agricultura e a educação, mas somente desde 1862, depois de eleito Bartolomé Mitre para a presidência, foi iniciada uma fase mais unida e próspera.

Houve, depois, a guerra do Paraguai. Em 1865, quando os paraguaios invadiram a província de Corrientes, a Argentina formou com o Império do Brasil e o Uruguai a Tríplice Aliança. Foram cinco anos de fogo e sangue, com milhões de mortes, terminados na vitória aliada. Com os governos de Domingo Faustino Sarmiento (1869 a 1874), que reforçaram a administração e a escola pública, de Nicolás Avellaneda e do general Julio Argentino Roca (1880 a 1886), que esmagou a resistência indígena, o país foi consolidado politicamente e a cidade de Buenos Aires foi elevada à categoria de Distrito Federal.

Século XX[editar | editar código-fonte]

Ao redor de Roca e da prosperidade econômica, a organização social apresentava-se conservadora e oligárquica e era baseada nos fazendeiros e nos comerciantes: as exportações cresciam, a imigração estava próxima de seus melhores dias, a expansão do transporte ferroviário foi intensificada e a indústria já estava começando, mas concentravam-se rigidamente o poder e a riqueza. A crise da última década do século XIX provocou revoltas. Foram criadas a Unión Cívica Radical, os primeiros núcleos de organização operária e as vozes do socialismo e do anarco-sindicalismo foram ouvidas.

Os políticos denunciavam as fraudes em diversas eleições. A democratização do processo era reclamada e, por iniciativa do presidente Roque Sáenz Peña, foi instituído, de 1914 para frente, o voto secreto e obrigatório para todos os homens. A mudança permitiu que o grupo radical saísse vitorioso em 1916. O primeiro presidente escolhido por voto legitimamente democrático nas eleições presidenciais daquele ano foi Hipólito Irigoyen, a um tempo com sua atitude de paternalismo e repressão para com os operários, como na greve geral de Buenos Aires, em 1919, na qual contou até com o exército. Na sua segunda investidura, em que substituiu Marcelo T. de Alvear, tornou-se uma figura pública muito popular, mas sua popularidade antes alcançada foi perdida depois da crise de 1929, que repercutiu fundamente no país.

Uma nova maré conservadora submergiu a Argentina, no meio de difíceis problemas econômicos, acima de tudo quando os argentinos se relacionavam diplomaticamente com os ingleses, que no intercâmbio comercial estavam voltados então quase exclusivamente para a própria Comunidade Britânica. Chegou o golpe militar de 1930, influenciado pelo fascismo, em virtude da ocupação do poder pelos generais José Felix Uriburu e, depois, Agustín Pedro Justo, este através de eleições, mesmo que fraudulentas. A Argentina, declarada neutra durante a Segunda Guerra Mundial, como fez na primeira, foi invadida por uma série de tendências autoritárias: civil, nos casos de Roberto Ortiz e Ramón Castillo; militar, em consecutivas experiências do período. Pressionada pelos Estados Unidos, em 1944 a Argentina declarou guerra à Alemanha e ao Japão.

Século XXI[editar | editar código-fonte]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Localização[editar | editar código-fonte]

Topografia[editar | editar código-fonte]

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Clima[editar | editar código-fonte]

Meio-ambiente[editar | editar código-fonte]

Perigos naturais[editar | editar código-fonte]

Demografia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Demografia da Argentina
Mapa das províncias argentinas por população (2001).

No censo de 2001 realizado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (INDEC), o país tinha uma população de 36.260.130 de habitantes naquele ano e os resultados preliminares do censo de 2010 indicam uma população total de 40.091.359 pessoas.[22][23] A Argentina é o terceiro país mais populoso da América do Sul e 33º do mundo. A densidade populacional é de 15 pessoas por quilômetro quadrado de área de terra, bem abaixo da média mundial de 50 pessoas. A taxa de crescimento da população em 2010 foi estimada em 1,03% ao ano, com uma taxa de natalidade de 17,7 nascimentos por 1.000 habitantes e uma taxa de mortalidade de 7,4 mortes por mil habitantes. O saldo migratório argentino variou de zero a quatro imigrantes por mil habitantes.[24]

A proporção de pessoas com menos de 15 anos é de 25,6% da população, um pouco abaixo da média mundial de 28%, e a proporção de pessoas com 65 anos ou mais é relativamente alta, em 10,8%. Na América Latina, esta taxa só é menor que a do Uruguai e está bem acima da média mundial, que atualmente é de 7%. O país tem uma das taxas mais baixas de crescimento populacional da América Latina, cerca de 1% ao ano, bem como uma taxa de mortalidade infantil relativamente baixa. Sua taxa de natalidade de 2,3 filhos por mulher ainda é quase duas vezes maior do que a da Espanha ou Itália, países comparáveis por suas semelhantes práticas religiosas e proporções populacionais.[25][26] A idade média dos argentinos é de aproximadamente 30 anos e a expectativa de vida ao nascer é 77,14 anos.[24]

A Argentina é um país altamente urbanizado.[27] As dez maiores áreas metropolitanas abrigam metade da população e menos de uma em cada dez pessoas vivem em áreas rurais. Cerca de 3 milhões de pessoas vivem na cidade de Buenos Aires e a área metropolitana da Grande Buenos Aires compreende uma população de 13 milhões de habitantes, o que a torna uma das maiores áreas urbanas do mundo.[28] As áreas metropolitanas de Córdoba e Rosário têm cerca de 1,3 milhões de habitantes cada, enquanto Mendoza, Tucumán, La Plata, Mar del Plata, Salta e Santa Fé têm pelo menos meio milhão de pessoas cada uma.[28][29]

Religião[editar | editar código-fonte]

Catedral de La Plata.

A Constituição garante a liberdade de religião, mas também exige que o governo apoie o catolicismo romano,[31] fazendo da Argentina um estado não-laico. Até 1994, o presidente deveria ser católico romano, embora não houvesse restrições em relação a outros funcionários do governo. Na verdade, desde 1945, inúmeros judeus ocuparam cargos de destaque. A política católica, no entanto, continua influente no governo e ainda ajuda a moldar uma variedade de legislação. Em um estudo de avaliação dos níveis das nações de regulação e perseguição religiosa com pontuação de 0-10, onde 0 representava os baixos níveis de regulação ou perseguição, a Argentina recebeu uma pontuação de 1,4 no Regulamento do Governo da Religião, 6,0 em Regulação Social da Religião, e 6,9 em Governo Favoritismo de Religião e 6 de perseguição religiosa.[32]

Na Argentina, há uma ampla liberdade religiosa, garantida pelo 14º artigo da Constituição, embora o estado reconheça o caráter proeminente da Igreja Católica, que tem um estatuto jurídico diferente em relação ao resto das igrejas e denominações: nos termos do segundo artigo da constituição, o governo nacional deve sustentá-la e, segundo o Código Civil, é juridicamente equivalente a uma entidade de direito público e não estatal. Trata-se de um sistema diferenciado que não realiza o seu estatuto de oficialidade como a religião da república. O Vaticano e a Argentina assinaram um acordo que rege as relações entre o estado e a Igreja Católica.[33]

Sinagoga sefardita em Barracas, Buenos Aires.

Segundo o World Christian Database, os argentinos são 92,1% cristãos (onde destes quase 75% são católicos, embora esse percentual venha caindo nos últimos anos[34]), 3,1% agnósticos, 1,9% muçulmanos, 1,3% judeus e ateus e budistas representam 0,9% cada segmento[34].

Cristãos argentinos são em sua maioria, católicos. As estimativas para o número que professam essa fé variam de 70% da população, para 90%.[31]

Igrejas evangélicas têm vindo a conquistar uma posição de destaque desde a década de 1980 e contam de aproximadamente 9% da população total entre seus seguidores.[35] Igrejas pentecostais e tradicionais estão presentes na maioria das comunidades. Os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias possuem mais de 373.000 seguidores no país, sendo a sétima maior congregação cristã no país.[36]

Há também crenças religiosas populares que são difundidas, como o culto à Defunta Correa, à Madre Maria, para Pancho Sierra, a Gauchito Gil, ou a Zeferino Namuncurá. O último foi beatificado pela Igreja Católica em 2007.

Idiomas[editar | editar código-fonte]

Mapa dos dialetos do espanhol falado no território argentino.
Ver artigo principal: Língua espanhola

A língua oficial e de facto da Argentina é o espanhol, normalmente chamado castelhano pelos argentinos. O país é a maior sociedade de língua espanhola que emprega universalmente o voseo (o uso do pronome vos em vez de (você), o que também ocasiona o uso de formas verbais alternativas). O dialeto mais prevalente é o rioplatense, cujos falantes estão localizados principalmente na bacia do Rio da Prata. Italianos e outros imigrantes europeus influenciaram o lunfardo, uma gíria falada na região, permeando o vocabulário vernáculo de outras regiões também. Um estudo fonético realizado pelo Laboratório de Investigações sensoriais do CONICET e pela Universidade de Toronto mostrou que o sotaque dos habitantes de Buenos Aires (conhecidos como porteños) estão mais próximos da língua napolitana, falada no sul da Itália, do que de qualquer outra língua falada.[37]

De acordo com o Ethnologue existem cerca de 1,5 milhões de falantes de italiano (tornando-se a segunda língua mais falada no país) e 1 milhão de falantes de árabe levantino (falado na Síria, Líbano e Chipre) no país. O alemão padrão é falado por 400.000 a 500.000 argentinos de ascendência alemã, o que a torna a quarta língua mais falada.[38]

Algumas comunidades indígenas mantiveram as suas línguas originais. O guarani é falado por alguns no nordeste, especialmente em Corrientes (onde possui estatuto oficial) e Misiones. O quíchua é falado por alguns no noroeste e tem uma variante local em Santiago del Estero. O aymara é falado por membros da comunidade de imigrantes bolivianos. Na Patagônia há comunidades de língua galesa, sendo que cerca de 25.000 habitantes a usam como segunda língua. Imigrantes recentes trouxeram idiomas como o chinês e o coreano (principalmente a Buenos Aires). O inglês, o português brasileiro e o francês também são idiomas com alguma influência no país.[38]

Composição étnica[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Argentinos

Tal como acontece com outras áreas de novos assentamentos, como o Canadá, Austrália, Brasil e Estados Unidos, a Argentina é considerada um país de imigrantes.[39] A maioria dos argentinos são descendentes de colonos da era colonial e de imigrantes europeus do século XIX e XX.[40] A Argentina perdia apenas para os Estados Unidos em número de imigrantes europeus recebidos e, nessa época, sua população dobrava a cada duas décadas. A maioria destes imigrantes europeus vieram da Itália e Espanha.[41] Segundo uma pesquisa, 86,4% da população da Argentina se autoidentifica como sendo de ascendência europeia. Estima-se que 8% da população é mestiça e 4% são de ascendência árabe ou asiática.[40] No último censo nacional, 600.000 argentinos (1,6%) autoidentificaram como indígenas.[42][43] Segundo pesquisa de 2011 do Latinobarómetro, dos argentinos entrevistados, 61% identificaram-se como brancos, 26% como mestiços, 1% como índios, 1% como mulatos, 1% como negros e 3% outra "raça".[44]

Um grupo de argentinos descendentes de alemães na cidade de Crespo, província de Entre Ríos.

O recente fluxo de imigração ilegal tem sido proveniente de países como Bolívia e Paraguai, com números menores do Peru, Equador e Romênia.[45] O governo argentino estima que 750 000 habitantes não têm documentos oficiais e lançou um programa chamado "Patria Grande",[46] para incentivar imigrantes ilegais a declarar seu estatuto, em troca de vistos de residência de dois anos - até agora mais de 670 mil pedidos foram processados ​​no âmbito do programa.[47]

Na Argentina, a herança europeia é a predominante, mas com significativa herança indígena, e presença de contribuição africana também. Um estudo genético realizado em 2009, revelou que a composição da Argentina é 78,50% europeia, 17,30% indígena e 4,20% africana.[48] De acordo com um estudo genético autossômico de 2012 a composição da Argentina é a seguinte: 65% europeia, 31% indígena e 4% africana. O estudo em questão observou variações regionais, com algumas partes sendo mais indígenas e outras europeias, não obstante elas todas sejam mescladas, variando apenas o grau de mistura.[49]

Em Buenos Aires, um estudo genético encontrou contribuição indígena de 15,80% e africana de 4,30%.[50] Na região de La Plata, as contribuições europeia, indígena e africana foram, respectivamente, 67.55% (+/-2.7), 25.9% (+/-4.3), e 6.5% (+/-6.4).[51] Quanto à população de Mendoza, um estudo genético encontrou a seguinte composição autossômica (DNA herdado tanto por parte de mãe quanto por parte de pai e que permite inferir toda a ancestralidade de um indivíduo): 46,80% de ancestralidade europeia, 31,60% indígena e 21,50% africana.[52]

Na linhagem materna (DNA mitocondrial), de acordo com um estudo genético de 2004, 56% da população da Argentina possui DNA mitocondrial ameríndio.[53]

Política[editar | editar código-fonte]

Forças armadas[editar | editar código-fonte]

Símbolos nacionais[editar | editar código-fonte]

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Províncias[editar | editar código-fonte]

Departamentos[editar | editar código-fonte]

Municípios[editar | editar código-fonte]

Economia[editar | editar código-fonte]

História monetária[editar | editar código-fonte]

Produto Interno Bruto[editar | editar código-fonte]

Legislação[editar | editar código-fonte]

Setor primário[editar | editar código-fonte]

Setor secundário[editar | editar código-fonte]

Setor terciário[editar | editar código-fonte]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Ciência e tecnologia[editar | editar código-fonte]

Saúde[editar | editar código-fonte]

Educação[editar | editar código-fonte]

Moradia[editar | editar código-fonte]

Água e Saneamento[editar | editar código-fonte]

Limpeza[editar | editar código-fonte]

Empregos[editar | editar código-fonte]

Transportes[editar | editar código-fonte]

Comunicações[editar | editar código-fonte]

Cultura[editar | editar código-fonte]

Origem da cultura[editar | editar código-fonte]

Línguas nativas[editar | editar código-fonte]

Mitologia[editar | editar código-fonte]

Vestuário[editar | editar código-fonte]

Gastronomia[editar | editar código-fonte]

Artes[editar | editar código-fonte]

Literatura[editar | editar código-fonte]

Esporte[editar | editar código-fonte]

Hierarquia[editar | editar código-fonte]

Feriados[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

Referências

  1. Artigo Honorável Senado da Nação, Honorável Senado da Nação.
  2. Artigo Ricardo Lorenzetti, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Argentina, Ricardo Lorenzetti.
  3. «Indec - Superficie de la República Argentina» (xls). Territorio/geografía (em español). Instituto Nacional de Estadística y Censos. Consultado em 19 de junho de 2008 
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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]