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Momento do dipolo elétrico: diferenças entre revisões

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É um conceito útil em [[átomo]]s e [[molécula]]s onde os efeitos da separação das cargas são mensuráveis, mas a distância entre as cargas são muito pequenas para serem medidas com facilidade. Também é útil em [[dielétrico]]s e outras aplicações em materiais sólidos e líquidos.
É um conceito útil em [[átomo]]s e [[molécula]]s onde os efeitos da separação das cargas são mensuráveis, mas a distância entre as cargas são muito pequenas para serem medidas com facilidade. Também é útil em [[dielétrico]]s e outras aplicações em materiais sólidos e líquidos.

== Energia e torque ==
Um objeto com um momento de dipolo elétrico está sujeito a um [[torque]] ''τ'' quando colocado em um campo elétrico externo. O torque tende a alinhar o dipolo com o campo. Um dipolo alinhado paralelamente a um campo elétrico tem menor [[energia potencial]] do que um dipolo fazendo algum ângulo com ele. Para um campo elétrico espacialmente uniforme '''E,''' a energia, ''U'' , e o torque, '''''τ'',''' são dados por <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=1D4VJrWY9ikC&pg=PA756&redir_esc=y|título=Physics for Scientists and Engineers, Volume 2, Chapters 23-46|ultimo=Serway|primeiro=Raymond A.|ultimo2=Jewett|primeiro2=John W.|data=2010-01-13|editora=Cengage Learning|lingua=en}}</ref>

: <big>'''''U'''''= -'''p. E'''</big>''',''' '''''τ = p''''' ''<small>x</small> '''E,'''''

onde '''p''' é o momento de dipolo e o símbolo "×" se refere ao [[produto vetorial]]. O vetor de campo e o vetor de dipolo definem um plano, e o torque é direcionado normal a esse plano com a direção dada pela [[regra da mão direita]].

Um dipolo orientado co- ou anti-paralelo à direção em que um campo elétrico não uniforme está aumentando (gradiente do campo) experimentará um torque, bem como uma força na direção de seu momento dipolar. Pode-se mostrar que esta força será sempre paralela ao momento dipolar, independentemente da orientação co- ou anti-paralela do dipolo.

== Momentos de dipolo elétrico de partículas fundamentais ==
Não confundindo com o [[spin]] que se refere aos [[Momento magnético|momentos dipolares magnéticos]] das partículas, muitos trabalhos experimentais continuam na medição dos momentos dipolares elétricos (MDE) de partículas fundamentais e compostas, nomeadamente as do [[elétron]] e do [[nêutron]], respectivamente. Como os MDEs violam as simetrias de [[Paridade (física)|paridade]] (P) e [[Reversibilidade do tempo|inversão de tempo]] (T), seus valores produzem uma medida de [[Simetria CP|violação de CP]] por natureza, independente do modelo (assumindo que a simetria de CPT é válida).<ref>{{Citar livro|url=https://www.springer.com/gp/book/9783642645778|título=CP Violation Without Strangeness: Electric Dipole Moments of Particles, Atoms, and Molecules|ultimo=Khriplovich|primeiro=Iosif B.|ultimo2=Lamoreaux|primeiro2=Steve|data=1997|editora=Springer-Verlag|series=Theoretical and Mathematical Physics|local=Berlin Heidelberg|lingua=en}}</ref>  Portanto, os valores para esses MDEs colocam fortes restrições sobre a escala de violação de CP que se estende ao [[Modelo Padrão|modelo padrão]] da [[física de partículas]]. As gerações atuais de experimentos são projetadas para serem sensíveis à faixa de [[supersimetria]] dos EDMs, fornecendo experimentos complementares aos realizados no [[Grande Colisor de Hádrons|LHC]]. <ref>{{Citar periódico |titulo=Electron electric dipole moment as a sensitive probe of PeV scale physics |url=https://link.aps.org/doi/10.1103/PhysRevD.90.055006 |jornal=Physical Review D |data=2014-09-04 |paginas=055006 |numero=5 |acessodata=2020-11-18 |doi=10.1103/PhysRevD.90.055006 |primeiro=Tarek |ultimo=Ibrahim |primeiro2=Ahmad |ultimo2=Itani |primeiro3=Pran |ultimo3=Nath}}</ref>

Na verdade, muitas teorias são inconsistentes com os limites atuais e foram efetivamente descartadas, e a teoria estabelecida permite um valor muito maior do que esses limites, levando ao forte problema de CP e estimulando buscas por novas partículas como o [[áxion]]. <ref>{{Citar periódico |titulo=Axions and the strong $CP$ problem |url=https://link.aps.org/doi/10.1103/RevModPhys.82.557 |jornal=Reviews of Modern Physics |data=2010-03-04 |paginas=557–601 |numero=1 |acessodata=2020-11-18 |doi=10.1103/RevModPhys.82.557 |primeiro=Jihn E. |ultimo=Kim |primeiro2=Gianpaolo |ultimo2=Carosi}}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 20h25min de 18 de novembro de 2020

Em física, o momento do dipolo elétrico é a medida da polaridade de um sistema de cargas elétricas.

O momento do dipolo elétrico para uma distribuição discreta de cargas pontuais é simplesmente a soma vetorial dos produtos da carga pela posição vetorial de cada carga.

Esta definição discreta também pode ser dada em uma forma contínua utilizando-se a densidade da carga, , no lugar da carga, .

O momento do dipolo é normalmente utilizado em sistemas que possuem carga total neutra. Por exemplo, um par de cargas opostas, ou um condutor neutro em um campo elétrico uniforme. Para tais sistemas, o valor do momento do dipolo elétrico é independente da origem do sistema de eixos. Para sistemas não neutros, surge uma dependência da escolha da origem. Para que o momento do dipolo elétrico seja útil no cálculo do torque em dipolo e para outros fins, a origem é frequentemente definida no centro da carga, , para o sistema, que é definida como o centro de massa e é, para alguns sistemas, a mesmo:

Um par de cargas opostas

O momento do dipolo elétrico para um par de cargas opostas de magnitude "q" é definido como a magnitude da carga vezes a distância entre eles e a direção definida em relação à carga positiva.

É um conceito útil em átomos e moléculas onde os efeitos da separação das cargas são mensuráveis, mas a distância entre as cargas são muito pequenas para serem medidas com facilidade. Também é útil em dielétricos e outras aplicações em materiais sólidos e líquidos.

Energia e torque

Um objeto com um momento de dipolo elétrico está sujeito a um torque τ quando colocado em um campo elétrico externo. O torque tende a alinhar o dipolo com o campo. Um dipolo alinhado paralelamente a um campo elétrico tem menor energia potencial do que um dipolo fazendo algum ângulo com ele. Para um campo elétrico espacialmente uniforme E, a energia, U , e o torque, τ, são dados por [1]

U= -p. E, τ = p x E,

onde p é o momento de dipolo e o símbolo "×" se refere ao produto vetorial. O vetor de campo e o vetor de dipolo definem um plano, e o torque é direcionado normal a esse plano com a direção dada pela regra da mão direita.

Um dipolo orientado co- ou anti-paralelo à direção em que um campo elétrico não uniforme está aumentando (gradiente do campo) experimentará um torque, bem como uma força na direção de seu momento dipolar. Pode-se mostrar que esta força será sempre paralela ao momento dipolar, independentemente da orientação co- ou anti-paralela do dipolo.

Momentos de dipolo elétrico de partículas fundamentais

Não confundindo com o spin que se refere aos momentos dipolares magnéticos das partículas, muitos trabalhos experimentais continuam na medição dos momentos dipolares elétricos (MDE) de partículas fundamentais e compostas, nomeadamente as do elétron e do nêutron, respectivamente. Como os MDEs violam as simetrias de paridade (P) e inversão de tempo (T), seus valores produzem uma medida de violação de CP por natureza, independente do modelo (assumindo que a simetria de CPT é válida).[2]  Portanto, os valores para esses MDEs colocam fortes restrições sobre a escala de violação de CP que se estende ao modelo padrão da física de partículas. As gerações atuais de experimentos são projetadas para serem sensíveis à faixa de supersimetria dos EDMs, fornecendo experimentos complementares aos realizados no LHC. [3]

Na verdade, muitas teorias são inconsistentes com os limites atuais e foram efetivamente descartadas, e a teoria estabelecida permite um valor muito maior do que esses limites, levando ao forte problema de CP e estimulando buscas por novas partículas como o áxion. [4]

Ver também

Ligações externas

  1. Serway, Raymond A.; Jewett, John W. (13 de janeiro de 2010). Physics for Scientists and Engineers, Volume 2, Chapters 23-46 (em inglês). [S.l.]: Cengage Learning 
  2. Khriplovich, Iosif B.; Lamoreaux, Steve (1997). CP Violation Without Strangeness: Electric Dipole Moments of Particles, Atoms, and Molecules. Col: Theoretical and Mathematical Physics (em inglês). Berlin Heidelberg: Springer-Verlag 
  3. Ibrahim, Tarek; Itani, Ahmad; Nath, Pran (4 de setembro de 2014). «Electron electric dipole moment as a sensitive probe of PeV scale physics». Physical Review D (5). 055006 páginas. doi:10.1103/PhysRevD.90.055006. Consultado em 18 de novembro de 2020 
  4. Kim, Jihn E.; Carosi, Gianpaolo (4 de março de 2010). «Axions and the strong $CP$ problem». Reviews of Modern Physics (1): 557–601. doi:10.1103/RevModPhys.82.557. Consultado em 18 de novembro de 2020