Biblioteca da Marinha (Brasil)

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Biblioteca da Marinha
Biblioteca da Marinha (Brasil)
Prédio da Biblioteca
País Brasil
Estabelecida 1802 (222 anos)
Localização Rio de Janeiro
Coordenadas 22° 53' 58.8" S 43° 10' 50.9" O
Acervo
Tamanho 110 000
Website www.marinha.mil.br/bibliotecadamarinha

A Biblioteca da Marinha é uma biblioteca pública subordinada à Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, situada no Centro do Rio de Janeiro.

História[editar | editar código-fonte]

É a biblioteca pública mais antiga do Brasil e tem a sua origem no Depósito de Escritos da Real Academia dos Guardas-Marinha de Portugal, criada em 1802[1][2] e que foi transferida de Lisboa para o Rio de Janeiro em 1808 juntamente com a academia quando a corte portuguesa foi transferida para o Brasil.[3] Em 17 de outubro de 1846 e passou a chamar-se oficialmente Bibliotheca da Marinha, pelo Decreto nº 479.[4]

Possui cerca de 110 000 itens, entre livros, folhetos, periódicos e mapas, com um acervo especializado nas áreas de história geral, história do Brasil, história naval, história militar e cartografia. Tem cinco divisões: Acesso ao Material Bibliográfico, Processamento Técnico, Materiais Especiais, Gerência e Coordenação da Rede de Bibliotecas Integradas da Marinha e Repositório Institucional.[1]

Divisões[editar | editar código-fonte]

Um dos mapas expostos na seção de Obras Raras
  • Acesso ao Material Bibliográfico — composta por um salão de leitura, coleção de obras de referência e dois serviços de extensão que funcionam fora do espaço físico da biblioteca: a Biblioteca Volante e as Bibliotecas Rotativas.[1]
  • Divisão de Processamento Técnico — responsável pela preparação das publicações para que os seus conteúdos sejam disponibilizadas aos usuários da biblioteca.[1]
  • Divisão de Materiais Especiais — está subdividida nas seções de Mapoteca e de Obras Raras.[1]
  • Divisão de Gerência e Coordenação da Rede BIM — gerencia as bibliotecas existentes na Marinha, unificando procedimentos, facilitando a integração das mesmas, realizando treinamentos e oferecendo suporte técnico às bibliotecas da Rede.[5]
  • Divisão de Repositório Institucional - é responsável pela gerência do Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB), com a coordenação das políticas e suporte técnico ao RI-MB.

Mapoteca[editar | editar código-fonte]

Esta seção possui uma coleção de cartas náuticas antigas (manuscritas e impressas) e modernas além de uma coleção de atlas de elevado valor histórico e cartográfico, que abarcam um período que vai desde o século XVI até ao século XX. No seu acervo destacam-se as seguintes obras:[1]

  • Um dos únicos quatro exemplares existentes no mundo da primeira edição do Theatrum Orbis Terrarum do cartógrafo flamengo Abraham Ortelius, publicado em 1570 em Antuérpia, o primeiro atlas impresso no mundo.
  • Uma edição de 1590 de “L’isole piu famoso del mondo” (lit.: "As ilhas mais famosas do mundo"), do toscano Tommaso Porcacchi, publicado pela primeira vez em Veneza em 1572.
  • “Epitome theatri orteliani proecipuarum orbis regionum...” (1601), de Abraham Ortelius
  • “Tabularum geographicarum contractarum” (1618), de Petrus Bertius
  • Coleção de cartas hidrográficas da região amazônica (aquarelas manuscritas) de 1780-1781
  • “Atlas des enfants ou nouvelle methode pour appendre” (lit.: "Atlas das crianças ou novo método para aprender"), de 1784

Seção de Obras Raras[editar | editar código-fonte]

Possui obras científicas, tecnológicas, filosóficas, geográficas, históricas e de assuntos gerais do século XVI ao século XX, com predominância dos séculos XVIII e XIX, além de roteiros de navegação. No seu acervo destacam-se as seguintes obras:[1]

  • “L’art de naviguer”, uma edição em francês de 1554 de “Arte de navegar” do espanhol Pedro de Medina, um livro básico para o estudo da navegação e para a história da cartografia publicado originalmente em 1545 e o primeiro sobre o tema publicado na Europa.
  • Primeira edição do “Breve compendio de la sphera y de la arte de navegar com nuevos instrumentos y reglas...” de Martín Cortés de Albacar, publicado em Sevilha em 1551, considerado o primeiro tratado de navegação científica e que refere descobertas em regiões da América, nomeadamente o Brasil.
  • “De usu octenium in Brasilia”, de 1647, uma obra sobre o período holandês no Brasil da autoria de Juan Martinez Población.
  • Edição em 3 volumes do “Clarissimi philosophi, geometricorum, elementorum liber” de Euclides de Mégara, publicado em Paris em 1534

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g «Biblioteca da Marinha». Marinha do Brasil. www.marinha.mil.br. Consultado em 26 de abril de 2021 
  2. Silva, Carlos André Lopes da (12 de julho de 2014), «A Biblioteca da Real Academia dos Guardas-Marinha: a constituição e organização de um acervo especializado mediada pela formação profissional do oficialato militar-», Antíteses, ISSN 1984-3356, 7 (13), doi:10.5433/1984-3356.2014v7n13p113 
  3. Bittencourt, Armando de Senna. «Da Marinha de Portugal forma-se uma marinha para o Brasil, 1807 a 1823» (PDF). www.casadatorre.org.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2019 
  4. «Portal da Câmara dos Deputados». www2.camara.leg.br. Consultado em 12 de fevereiro de 2019 
  5. «A Rede». Marinha do Brasil. www.marinha.mil.br. Consultado em 26 de abril de 2021 

Bibliografia complementar[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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