Edifício Francisco Serrador

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Edifício Francisco Serrador
Edifício Francisco Serrador
Nomes anteriores Hotel Serrador
Tipo edifício
Estilo dominante Art déco
Inauguração Outubro de 1944
Restauro 2009
Proprietário inicial Francisco Serrador
Função inicial Hotel
Proprietário atual Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Função atual Futura sede
Número de andares 23
Patrimônio nacional
IRPH Decreto da Prefeitura
Data 5 de fevereiro de 2015
Geografia
País Brasil
Cidade Rio de Janeiro
Bairro Centro
Coordenadas 22° 54' 43" S 43° 10' 34" O

O Edifício Francisco Serrador é uma construção art déco localizada no Centro do Rio de Janeiro, próximo à Cinelândia, que abrigará a sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Considerado um arranha-céu, foi um ícone da região central e da Cinelândia e está localizado na Rua do Passeio, em frente à Praça Mahatma Gandhi.

História[editar | editar código-fonte]

O Hotel Serrador foi inaugurado, em outubro de 1944, três anos após a morte do seu idealizador, Francisco Serrador e foi considerado, na época, o maior da América Latina. Os anos 1960 foram de glória para o hotel, que hospedou políticos e atraiu celebridades para a sua boate "Night and Day", no primeiro andar — nome inspirado na canção de Cole Porter.[1][2][3][4][5]

Na década de 1970, em função do abandono e da desvalorização da área, a boate e o hotel fecharam e o prédio foi vendido, pelo filho de Francisco Serrador, para a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), que manteve a estrutura da "Night and Day" sem modificações por anos.[5][2]

Em 2003, a Petros vendeu o imóvel para o espanhol José Oreiro Campos, o "Pepe", dono de bingos e hotéis no Rio de Janeiro, por cerca de 23 milhões de reais. Houve a possibilidade de compra do edifício pela Eletrobras para sua nova sede no Rio de Janeiro, mas o negócio não se concretizou.[2]

Em 2009, foi comprado pela Rede de Hotéis Windsor, que lançou "offices" nos antigos quartos do hotel, mas o empresário Eike Batista resolveu arrendar todo o prédio — o prédio nunca foi de sua propriedade — para centralizar as suas empresas e fixar na cobertura o seu escritório pessoal. O valor do negócio foi estima em cerca de dois milhões de reais mensais. O empresário tentou comprar o prédio por 400 milhões de reais, mas a Rede Windsor não aceitou a proposta. Com a falência do Grupo EBX, o edifício permaneceu vazio por alguns anos.[5][3]

Com a crise econômica que se abateu sobre a Windsor, o prédio acabou sendo vendido, em 2020, para o Grupo Sued, argentino — intermediada por um braço do Grupo Santander — por, segundo estimativas, 130 milhões de reais.[3][6]

Em dezembro de 2022, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro comprou o edifício por 149,6 milhões de reais para ser a sua nova sede. O objetivo é abrigar o plenário, os gabinetes dos vereadores e os setores administrativos — espalhados por cinco imóveis alugados.[7]

Tombamento[editar | editar código-fonte]

Em 5 de fevereiro de 2015, a Prefeitura do Rio de Janeiro, através do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), tombou a cobertura, os elementos arquitetônicos e decorativos originais da tipologia da fachada do edifício. O decreto de proteção recebeu parecer favorável do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro.[8][9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Edifício Serrador é tombado pela Prefeitura do Rio». Veja Rio. 26 de janeiro de 2016. Consultado em 17 de abril de 2024 
  2. a b c Alves Filho, Francisco; Miranda, Ricardo (6 de julho de 2005). «Ação entre amigos». IstoÉ. Consultado em 17 de abril de 2024 
  3. a b c «Edifício Serrador, no Centro, é vendido a Argentinos». Fusões e Aquisições. 8 de abril de 2020. Consultado em 17 de abril de 2024 
  4. Freire, Quintino Gomes (14 de março de 2022). «Edifício Serrador, antiga sede do império de Eike Batista, vai ser alugado no Centro». Diário do Rio. Consultado em 17 de abril de 2024 
  5. a b c Bokor, Rafael (21 de abril de 2022). «Rio Antigo, por Rafael Bokor: Edifício Serrador — um clássico art déco no Centro do Rio». Lu Lacerda. Consultado em 17 de abril de 2024 
  6. Freire, Quintino Gomes (14 de março de 2022). «Edifício Serrador, no Centro, é vendido a Argentinos». Diário do Rio. Consultado em 17 de abril de 2024 
  7. Magalhães, Luiz Ernesto (22 de junho de 2023). «Seis meses após comprar Hotel Serrador por R$ 149 milhões, Câmara dos Vereadores do Rio ainda não começou a mudança para nova sede». O Globo. Consultado em 17 de abril de 2024. (pede subscrição (ajuda)) 
  8. «Marco da Cinelândia, Edifício Serrador é tombado». Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI-RJ). 6 de fevereiro de 2015. Consultado em 17 de abril de 2024 
  9. a b «Prefeitura tomba o Edifício Francisco Serrador, na Cinelândia». Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. 5 de fevereiro de 2015. Consultado em 17 de abril de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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