Berthe Mayné
Berthe Mayné | |
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Nome completo | Berthe Antonine Mayné |
Conhecido(a) por | sobrevivente do Titanic |
Nascimento | 21 de julho de 1887 Ixelles, Bruxelas, Bélgica |
Morte | 11 de outubro de 1962 (75 anos) Berchem-Sainte-Agathe, Bruxelas, Bélgica |
Nacionalidade | belga |
Ocupação | cantora |
Berthe Antonine Mayné (Ixelles, 21 de julho de 1887 – Berchem-Sainte-Agathe, 11 de outubro de 1962) foi uma cantora de cabaré belga, conhecida por sobreviver ao naufrágio do RMS Titanic.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Berthe nasceu em 1887, em Ixelles, na capital belga. Vinha de uma família católica e pobre. Seu pai era metalúrgico e Berthe tinha quatro irmãs e dois irmãos. Dotada de uma voz bonita, Berthe começou a cantar em cafés e cabarés, o que desagradou sua família. Nos palcos, era conhecida como Bella Vielly.[1][2]
Em um dos cabarés onde cantava ela conheceu e se tornou amante de Fernand de Villiers, um soldado francês que se alistou na Legião Estrangeira e foi enviado para o Congo Belga. No verão de 1911, ela conheceu um rapaz rico, ex-jogador de hóquei canadense, Quigg Edmond Baxter[3], enquanto cantava no café do Hotel Metrópole, de Bruxelas, e os dois logo se tornaram namorados.[1][2]
Baxter a convenceu a voltar com ele para Montreal para os dois pudessem se casar. Assim, ele comprou uma passagem da primeira classe para o RMS Titanic que partiria em sua viagem inaugural para Nova Iorque. O casal embarcou no porto de Cherbourg-Octeville em 10 de abril de 1912 e por razões de discrição, ela viajou com o nome de Sra. Berthe de Villiers, ocupando cabine C-90 do convés C, perto da grande escadaria do navio, enquanto Baxter ocupava na cabine B-58, no convés B, com sua mãe, Hélène Baxter e sua irmã, Mary Hélène Douglas.[1][4]
Quando o Titanic atinge o iceberg e a evacuação do navio é declarada, Berthe vestiu um longo casaco de lã sobre sua camisola e acompanha Baxter, até o bote numero 6, onde Hélène e Mary Hélène já estavam. Berthe se recusa a entrar em um primeiro momento, querendo retornar à cabine para buscar alguns bens pessoais, mas por fim é convencida por outra mulher no bote e embarca. Baxter não sobreviveu ao naufrágio. O bote de Berthe foi resgatado pelo RMS Carpathia pela manhã, desembarcando em Nova Iorque, em 18 de abril de 1912.[1][3]
Berthe ficou alguns meses em Montreal, na casa da família de Baxter, retornando posteriormente para a Europa, onde retomou sua carreira, em Paris e depois novamente em Bruxelas. Berthe não se casou ou teve filhos.[1][2][5]
Últimos anos
[editar | editar código-fonte]Berthe acabou se aposentando e foi morar em uma casa confortável em Berchem-Sainte-Agathe, no subúrbio de Bruxelas. A família nunca se convenceu de que ela sobrevivera ao naufrágio do Titanic e que tinha sido noiva de um rico atleta canadense já que usara um nome falso para embarcar.[1][2][4]
Berthe morreu em 11 de outubro de 1962, aos 75 anos. Foi só depois de sua morte que seus familiares encontraram fotos e documentos em uma caixa de sapatos, que comprovavam que ela fora passageira do Titanic e que tinha sido noiva de Quigg Baxter.[1][2][5]
Referências
- ↑ a b c d e f g Isabela Barreiros (ed.). «A saga de Berthe Mayné, uma cantora de cabaré que embarcou no Titanic — e sobreviveu». Aventuras na História. Consultado em 9 de setembro de 2021
- ↑ a b c d e «Berthe Antonine Mayne – she was a Titanic survivor but people only believed her 51 years later». GoodTimes. Consultado em 9 de setembro de 2021
- ↑ a b Hustak, Alan (1998). Titanic: The Canadian Story. Toronto: Vehicule Press. p. 224. ISBN 978-1550651133
- ↑ a b Susie Steck (ed.). «Meet Berthe Antonine Mayné, Who Claimed To Be A Titanic Survivor But Nobody Believed Her». Elite Readers. Consultado em 9 de setembro de 2021
- ↑ a b Stefan Andrews (ed.). «Berthe Antonine Mayné – The Titanic passenger who survived the sinking but nobody believed her». The Vintage News. Consultado em 9 de setembro de 2021