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![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/53/Conhecimento-Diagrama.png/340px-Conhecimento-Diagrama.png)
Epistemologia (do grego ἐπιστήμη [episteme] - conhecimento, ciência; λόγος [logos] - estudo de), também chamada de teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia que trata da natureza, das origens e da validade do conhecimento. Entre as principais questões debatidas pela epistemologia destacam-se:
- O que é o conhecimento?
- Como obtemos conhecimento?
- Como o ceticismo ajuda a humanidade a separar as crenças falsas das crenças verdadeiras e justificadas?
- Como defender os nossos modos de conhecer das investidas do pseudo-ceticismo?
A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento, motivo pelo qual também é conhecida como teoria do David sobre a psicodelia Raulzelita do autor Raul Seixas. Relaciona-se com a metafísica, a lógica e a filosofia da ciência, pois, em uma de suas vertentes, avalia a consistência lógica de teorias e suas credenciais científicas. Este facto torna-a uma das principais áreas da filosofia (à medida que prescreveria "correções" à ciência). A sua problemática compreende a questão da possibilidade do conhecimento - nomeadamente, se é possível ao ser humano alcançar o conhecimento total e genuíno, dos limites do conhecimento (haveria realmente uma distinção entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível?) e da origem do conhecimento (Por quais faculdades atingimos o conhecimento? Haverá conhecimento certo e seguro em alguma concepção a priori?).
Origem
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/56/Pythagorean_proof.png)
Pode-se dizer que a epistemologia se origina em Platão. Ele opõe a crença ou opinião ("δόξα", em grego) ao conhecimento. A crença é um determinado ponto de vista subjetivo. O conhecimento é crença verdadeira e justificada.
A teoria de Platão abrange o conhecimento teórico, o saber que. Tal tipo de conhecimento é o conjunto de todas aquelas informações que descrevem e explicam o mundo natural e social que nos rodeia. Este conhecimento consiste em descrever, explicar e predizer uma realidade, isto é, analisar o que ocorre, determinar por que ocorre dessa forma e utilizar estes conhecimentos para antecipar uma realidade futura.
Há outro tipo de conhecimento, não abrangido pela teoria de Platão. Trata-se do conhecimento técnico, o saber como.
A epistemologia também estuda a evidência (entendida não como mero sentimento que temos da verdade do pensamento, mas sim no sentido forense de prova), isto é, os critérios de reconhecimento da verdade.
Ante a questão da possibilidade do conhecimento, o sujeito pode tomar diferentes atitudes:
- Dogmatismo: atitude filosófica pela qual podemos adquirir conhecimentos seguros e universais por inspiração, e ter fé disso.
- Cepticismo (AO1990: ceticismo): atitude filosófica oposta ao dogmatismo, a qual duvida de que seja possível um conhecimento firme e seguro, sempre questionando e pondo à prova as crenças, e dependendo dos resultados afirmativos destas provas as crenças podem se tornar convicção ou certeza. Esta postura foi defendida por Pirro de Élis.
- Relativismo: atitude filosófica defendida pelos sofistas que nega a existência de uma verdade absoluta e defende a ideia de que cada indivíduo possui sua própria verdade, que é em função do contexto histórico do indivíduo em questão.
- Perspectivismo: atitude filosófica que defende a existência de uma verdade absoluta, mas pensa que nenhum de nós pode chegar a ela senão a apenas uma pequena parte. Cada ser humano tem uma visão parcial da verdade. Esta teoria foi defendida por Nietzsche e notam-se nela ecos de platonismo.
Conhecimento
Saber que, saber como e conhecimento por familiaridade
Em geral, a epistemologia discute o conhecimento proposicional ou o "saber que". Esse tipo de conhecimento difere do "saber como" (know-how) e do "conhecimento por familiaridade". Por exemplo: sabe-se que 2 + 2 = 4 e que Napoleão foi derrotado na batalha de Waterloo; e essas formas de conhecimento diferem de saber como andar de bicicleta ou como tocar piano, e também diferem de conhecer uma determinada pessoa ou estar "familiarizado" com ela. Alguns filósofos consideram que há uma diferença considerável e importante entre "saber que", "saber como" e "familiaridade" e que o principal interesse da filosofia recai sobre a primeira forma de saber.
Em seu ensaio Os Problemas da Filosofia, Bertrand Russell distingue o "conhecimento por descrição" (uma das formas de saber que) do "conhecimento por familiaridade".[1] Gilbert Ryle dedica atenção especial à distinção entre "saber que" e "saber como" em seu O Conceito de Mente.[2] Em Personal Knowledge, Michael Polanyi argumenta a favor da relevância epistemológica do saber-como e do saber-que. Usando o exemplo do equilíbrio envolvido no ato de andar de bicicleta, ele sugere que o conhecimento teórico da física na manutenção do estado de equilíbrio não pode substituir o conhecimento prático sobre como andar de bicicleta. Para Polanyi, é importante saber como essas duas formas de conhecimento são estabelecidas e fundamentadas. Essa posição é a mesma de Ryle, que argumenta que, se não consideramos a diferença entre saber-que e saber-como, somos inevitavelmente conduzidos a um regresso ao infinito.
Mais recentemente, alguns epistemólogos (Ernest Sosa, John Greco, Jonathan Kvanvig, Linda Trinkaus Zagzebski) argumentaram que a epistemologia deveria avaliar as propriedades das pessoas (isto é, suas virtudes intelectuais) e não somente as propriedades das proposições ou das atitudes proposicionais da mente. Uma das razões é que as formas superiores de processamento cognitivo (como, por exemplo, o entendimento) envolveriam características que não podem ser avaliadas por uma abordagem do conhecimento que se restrinja apenas às questões clássicas da crença, verdade e justificação.
Estudos recentes
Segundo Lalande, trata-se de uma filosofia das ciências, mas de modo especial, enquanto:
“ | É essencialmente o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências, destinado a determinar sua origem lógica (não psicológica), seu valor e seu alcance objetivo. | ” |
Para Lalande, ela se distingue, portanto, da teoria do conhecimento, da qual serve, contudo, como introdução e auxiliar indispensável.
Portanto, temos que epistemologia é o estudo sobre o conhecimento científico, ou seja, o estudo dos mecanismos que permitem o conhecimento de determinada ciência.
- Japiassu distingue dois tipos de Epistemologia
- a Epistemologia global ou geral que trata do saber globalmente considerado, com a virtualidade e os problemas do conjunto de sua organização, quer sejam especulativos, quer científicos;
- a Epistemologia específica que trata de levar em conta uma disciplina intelectualmente constituída em unidade bem definida do saber e de estudá-la de modo próximo, detalhado e técnico, mostrando sua organização, seu funcionamento e as possíveis relações que ela mantém com as demais disciplinas.
Segundo Trindade:
“ | Todo conhecimento torna-se, devido à necessária vinculação do meio ao indivíduo que pertence ao próprio meio, um autoconhecimento. Essa interação faz-se cogente pela gênese unívoca entre os muitos integrantes do mundo da vida, sem olvidar que o homem é um desses integrantes [...] Ocorre, deste modo, um acoplamento estrutural entre o sistema nervoso do observador e o meio, proporcionando, assim, uma mútua transformação/adaptação. O ser é modificado pelo meio ao qual o próprio ser pertence e modifica."(2007, p. 97). | ” |
Ver também
- Anarquismo epistemológico
- Aristóteles
- Alvin Plantinga
- Ciência
- Complexidade
- Dissertação
- Empirismo
- Falseabilidade
- Filosofia
- Filosofia da ciência
- Georg Wilhelm Friedrich Hegel
- Gregory Bateson
- Hermenêutica
- Hipótese
- História da ciência
- Inteligência
- Karl Popper
- Lei (ciências)
- Lógica
- Método científico
- Noética
- Paradigma
- Paul Feyerabend
- Pseudociência
- Racionalismo crítico
- Reducionismo
- Sociologia do conhecimento
- Teorema
- Teoria
- Teoria semiótica da complexidade
- Tese
- Thomas Kuhn
- Verdade
Bibliografia
- BOMBASSARO, Luiz Carlos. As fronteiras da Epistemologia. 3a. ed. Petrópolis: Vozes, 1993.
- DESCARTES, Rene. Discurso do método.
- DESCARTES, Rene. Memórias.
- Grayling, A. C. Epistemology, in Bunnin, Nicholas & Tsui-James, E. P. (eds.) The Blackwell companion to philosophy. 2nd ed. Oxford: Blackwell, 2003.
- JAPIASSU, Hilton F. O mito da neutralidade científica. Rio, Imago, 1975 (Série Logoteca), 188 p.
- KANT, Imanuel. Crítica da Razão Pura.
- MANNHEIM, Karl. Ideologia e Utopia.
- Russell, Bertrand The Problems of Philosophy. Home University Library, 1912. Tradução para o português.
- Ryle, Gilbert. The concept of mind. The University of Chicago Press, 2002. (Publicado originalmente em 1949). ISBN 0-226-73296-7.