Pedro Henrique de Orléans e Bragança: diferenças entre revisões
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'''Pedro Henrique de Orléans e Bragança''' ([[Boulogne-Billancourt]], [[13 de setembro]] de [[1909]] – [[Vassouras]], [[5 de julho]] de [[1981]]), foi um descendente da [[família imperial brasileira]] e [[pretendente]] ao abolido trono do [[Império do Brasil|Brasil]] de 1921 até sua morte, em julho de 1981. Filho mais velho do príncipe [[Luís de Orléans e Bragança]] e da princesa [[Maria Pia de Bourbon-Duas Sicílias|Maria Pia das Duas Sicílias]], sucedeu sua avó, a [[Isabel, Princesa Imperial do Brasil|Princesa Isabel]], na chefia da [[Família imperial brasileira|Casa Imperial do Brasil]] em novembro de 1921, com apoio dos [[Monarquismo no Brasil|monarquistas]] e de seu tio, [[Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança|Pedro de Alcântara]].<ref>DIÁRIO DE SÃO PAULO. 22 abr. 1938. Apud: SANTOS, Armando Alexandre dos. op. cit., 1988, p. 79</ref> |
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Revisão das 10h06min de 10 de fevereiro de 2024
Pretendente Pedro Henrique de Orleáns e Bragança | |
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Reivindicação | |
Título(s) | Imperador do Brasil Príncipe do Brasil Príncipe de Orléans e Bragança |
Nome reivindicado | Dom Pedro III do Brasil[1] |
Período | 14 de novembro de 1921 a 5 de julho de 1981 |
Predecessor | Isabel |
Sucessor | Luiz |
Último monarca | Pedro II (deposto em 1889) |
Ligação com o último monarca | Bisneto |
Dados pessoais | |
Nome completo | Pedro de Alcântara Henrique Afonso Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga |
Nascimento | 13 de setembro de 1909 Palacete Boulogne-sur-Seine, Boulogne-Billancourt, França |
Morte | 5 de julho de 1981 (71 anos) Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil |
Sepultamento | Mausoléo da Família Imperial, Vassouras |
Cônjuge | Maria Isabel da Baviera |
Descendência | Luiz Eudes Bertrand Isabel Maria Pedro de Alcântara Fernando Antônio Eleonora Francisco Alberto Maria Thereza Maria Gabriela |
Casa | Bragança (nascimento) Orléans e Bragança (após 1909) (Ramo de Vassouras) |
Pai | Luís do Brasil |
Mãe | Maria Pia das Duas Sicílias |
Religião | Catolicismo |
Assinatura | ![]() |
Pedro Henrique de Orléans e Bragança (Boulogne-Billancourt, 13 de setembro de 1909 – Vassouras, 5 de julho de 1981), foi um descendente da família imperial brasileira e pretendente ao abolido trono do Brasil de 1921 até sua morte, em julho de 1981. Filho mais velho do príncipe Luís de Orléans e Bragança e da princesa Maria Pia das Duas Sicílias, sucedeu sua avó, a Princesa Isabel, na chefia da Casa Imperial do Brasil em novembro de 1921, com apoio dos monarquistas e de seu tio, Pedro de Alcântara.[2]
Nascido durante o exílio de sua família, na França, foi criado entre o Castelo d'Eu e o Palácio de Boulogne-sur-Seine, sendo educado primeiramente por sua avó, a Princesa Isabel, e por preceptores imcubidos em educá-lo como futuro imperador do Brasil.[3][4]
Tendo o seu pedido de servir nas Forças Armadas Brasileiras negado, Pedro Henrique continuou na França onde concluiu o curso de Ciências Políticas e Sociais na Universidade de Sorbonne. Em agosto de 1937, casou-se com a princesa Maria Isabel da Baviera, neta do rei Luís III, com quem teve doze filhos: Luiz, Eudes, Bertrand, Isabel Maria, Pedro de Alcântara, Fernando, Antonio, Eleonora, Francisco, Alberto, Maria Tereza e Maria Gabriela.[5]
Apenas com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, Pedro Henrique junto a esposa e filhos, se mudaram para o Brasil. Residiram inicialmente em Petrópolis, e mais tarde se mudaram para o Rio de Janeiro. No ano seguinte, a família adquiriu a Fazenda Santa Maria, no norte do Paraná, para onde se mudaram.[6] Lá, que no final da década de 1950, um grupo de militares de alto escalão o procurou, pedindo seu apoio para a restauração da Monarquia, por meio de um golpe de Estado, vindo ele a recusar a proposta, dizendo que jamais usaria de táticas republicanas para chegar ao poder.[7]
Em 1965, se mudou, com a família, para o Sítio Santa Maria, em Vassouras, no Rio de Janeiro, onde viria a falecer em 5 de julho de 1981, vítima de uma doença pulmonar, sendo sucedido na chefia da Casa Imperial do Brasil, por seu primogênito, Luiz.
Infância e juventude
Pedro Henrique nasceu em 13 de setembro de 1909 no Palácio de Boulogne-sur-Seine, na França, onde sua família estava exilada desde a Proclamação da República, que aboliu a monarquia no Brasil em 1889.[8] Era o primeiro filho do príncipe Luís de Orléans e Bragança e de sua esposa, a princesa Maria Pia das Duas Sicílias, que eram primos um do outro varias vezes. Seu pai era o segundo filho da princesa Isabel do Brasil e do príncipe Gastão de Orléans, Conde d'Eu, e a sua mãe a terceira filha do príncipe Afonso, Conde de Caserta e da princesa Maria Antonieta das Duas Sicílias. Pedro Henrique era ainda bisneto de dois monarcas: o imperador Pedro II do Brasil e o rei Fernando II das Duas Sicílias.
Dois dias após nascer, foi batizado na Capela do Palácio de Boulogne-sur-Seine, com água levada do Brasil, do Chafariz do Largo da Carioca, após ter sido registrado no Consulado Brasileiro.[9] Os padrinhos foram a avó paterna e o avô materno. Como seu tio, Pedro de Alcântara, havia renunciado aos seus eventuais direitos ao trono do Brasil em 1908, seu pai, Luís, tornou-se pretendente ao título de Príncipe Imperial do Brasil e, como seu primogênito, o jovem Pedro Henrique tornou-se pretendente ao título de Príncipe do Grão-Pará logo que nasceu.[10]
Sofreu grandes perdas familiares ainda jovem: Perdera o pai, Luís, em 1920, a avó, Isabel, em 1921 e o avô, Gastão, em 1922. Em vista o falecimento do pai, herdou a pretensão ao título de Príncipe Imperial do Brasil. Pedro Henrique realizou uma viagem para o Brasil, junto da mãe e do avô, no ano de 1922, de modo a comparecer às comemorações do centenário da independência, à luz da revogação da Lei do Banimento.[11] Esse foi, então, o primeiro contato do jovem herdeiro com o Brasil e os brasileiros, tendo sido apresentado ao Brasil pela mãe, dado o falecimento do avô Gastão a bordo do navio Massilia. Em terras brasileiras, Pedro e Maria foram recebidos por uma multidão no hotel no qual se instalaram, o Hotel Glória; o povo tanto prestava homenagens pelo falecimento do Conde d'Eu, quanto aclamava aquele que futuramente poderia ocupar o vago trono brasileiro.[12]
Sua educação e formação passaram a depender, a partir daquele momento, exclusivamente da mãe, Maria Pia. Segundo os relatos constatados nos documentos de memórias da irmã, Pia Maria, a mãe desejava que os três filhos fossem educados em casa. Para realizar esta formação, Dona Maria Pia procurou, dentre tutores e mestres, um preceptor que fosse capaz de fornecer a educação que o Chefe da Casa Imperial necessitava na sua transição da infância para a adolescência.[8]
Pedro Henrique, assim como o pai e os parentes da Casa de Orléans, tentou a carreira militar, enviando um pedido às Forças Armadas Brasileiras aos 16 anos, em 1925. A República Brasileira indeferira seu pedido, negando-lhe a participação nas Forças Armadas nacionais, por temer a popularização da monarquia entre as tropas diante da presença dele.[13] Tendo seu pedido negado, voltou a residir na Europa após breve estadia no Brasil, visando complementar sua formação com o curso superior. Ingressou na renomada e prestigiada Universidade de Sorbonne, em Paris. Por lá, cursou Ciências Políticas e Sociais, curso no qual se formara em meados da década de 1930.[4]
Casamento
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/56/Retrato_D._Maria_Isabel_da_Baviera_e_D._Pedro_Henrique.jpg/220px-Retrato_D._Maria_Isabel_da_Baviera_e_D._Pedro_Henrique.jpg)
Consolidada a sua educação, seria o momento para encontrar uma pretendente. Após ser apresentado a princesa Maria Isabel da Baviera, por seu tio Fernando, que era casado com uma das tias de Maria Isabel, os jovens logo ficaram noivos. O casamento civil teve lugar em 17 de agosto, no Palácio Leutstetten, e o religioso em 19 de agosto de 1937, na Capela do Palácio de Nymphenbourg, em Munique. A noiva era a filha mais velha do príncipe Francisco da Baviera e da princesa Isabel de Croÿ, e neta de Luís III, último rei da Baviera. No casamento estiveram presentes varios representantes de casas reais europeias, entre eles: o rei Afonso XIII de Espanha, a Grã-Duquesa Carlota de Luxemburgo, o Czar Fernando I da Bulgária e a rainha Amélia de Portugal.[14]
O casamento repercutira intensamente nos meios monárquicos de vários países europeus, sendo igualmente comemorado pelos monarquistas brasileiros. Em Recife, capital do Estado de Pernambuco, os monarquistas gozavam de grande influência cultural e social, e resolveram comemorar o casamento sugerindo que fosse dado o nome “Dom Pedro Henrique” a uma rua. O pedido foi recebido favoravelmente pelas autoridades municipais, de modo que, “usando das atribuições que lhe são conferidas por lei, o Sr. Prefeito desta Cidade resolveu, pelo Decreto nº 400, de 4 de novembro de 1937, denominar a rua recentemente aberta, transversal do lado esquerdo à Av. Visconde de Suassuna, no flanco da casa 747, de RUA DOM PEDRO HENRIQUE”. Ainda hoje, a rua permanece com esse nome.[15][16][17]
O casal passara a viver na França, numa comuna francesa vizinha de Cannes, chamada Mandelieu, onde Pedro Henrique nascera e fora criado. Maria Isabel da Baviera, passou a adaptar-se à Pátria da qual agora fazia parte – Aprendeu o português, estudou a história do Brasil e procurou familiarizar-se com os costumes e tradições do povo brasileiro. O casal vivera na Europa até o término da Segunda Guerra, impedidos de se realocarem para o Brasil em virtude dos desdobramentos do conflito em 1945. O casal teve doze filhos.[18][19][20]
Mudança para o Brasil
Pedro Henrique regressara ao Brasil junto da família em 1945, alojando-se inicialmente no Palácio do Grão-Pará, em Petrópolis, Rio de Janeiro, até que em 1951 fixou-se no interior do Paraná, onde adquiriu uma fazenda em Jacarezinho, a Fazenda Santa Maria, onde dedicou-se à criação dos filhos.[21]
Em 1965, retornou ao estado do Rio de Janeiro, junto de parte da familia, e passara a viver em Vassouras. Durante sua estadia em Vassouras, dedicou-se a outras atividades como a leitura e a pintura de aquarelas. Pedro Henrique residiu no chamado Sítio Santa Maria, até o final de sua vida.[22]
Convite ao trono
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
Em fevereiro de 1956, durante a Revolta de Jacareacanga, rebelião de militares da Aeronáutica contrários à posse de Juscelino Kubitschek, um grupo de militares de alto escalão, foram até a Fazenda Santa Maria em Jundiaí do Sul-PR, residência de Pedro Henrique, para oferecer a restauração da monarquia, por meio de um golpe de estado. Sem hesitar, Pedro Henrique respondeu: "Não utilizarei de artimanhas republicanas para retornar ao poder. A Monarquia só volta pela vontade popular, pois, só assim, será legítima."[7][23]
Morte
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6e/D._Pedro_Henrique_de_Orleans_e_Bragan%C3%A7a.jpg/175px-D._Pedro_Henrique_de_Orleans_e_Bragan%C3%A7a.jpg)
Na virada para a década de 1980, a saúde de Pedro Henrique declinara bastante. Chegando aos 70 anos, sofria de problemas respiratórios crescentes, semelhantes aos que outrora atingiram seu avô, o Conde d'Eu, décadas antes. Em fins de junho de 1981, recuperava-se bem de uma crise de hepatite, quando, de repente, fora acometido por uma infecção pulmonar, tendo sido internado no Hospital Eufrásia Teixeira Leite. A despeito de ter aparentado reagir bem sob efeito de antibióticos, o Chefe da Casa Imperial seria subitamente vitimado por uma crise aguda de enfisema pulmonar, à qual não resistira, falecendo no dia 5 de julho de 1981, aos 71 anos de idade.[24]
Na ocasião do velório, realizado em Vassouras, seu caixão foi coberto com a bandeira imperial. A notícia de que havia falecido o Chefe da Casa Imperial do Brasil comoveu o público, inclusive os que desconheciam sua pessoa. O prefeito do município, Pedro Ivo da Costa, decretara luto oficial de 3 dias em homenagem ao legado que Pedro Henrique representava para o Brasil. Na sequência de sua missa fúnebre, foi sepultado no Jazigo da Família Imperial, no Cemitério da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição. O outrora presidente da República, o General João Baptista Figueiredo, escrevera uma carta de pesar para sua viúva.[24]
Seu filho mais velho, Luiz, que assumiu a Chefia da Casa Imperial à luz da morte do pai, relatara que, pouco antes de sua morte, Pedro Henrique teria dito aos filhos mais velhos: "Meus filhos, saibam aproveitar a única coisa que eu poderia lhes deixar para o futuro, porque bens materiais eu não tenho [...] Mas eu tenho algo que vale incomparavelmente mais do que os bens materiais, e isso eu posso lhes deixar, que é, em primeiro lugar, a fé católica, em segundo lugar, uma boa educação, e em terceiro lugar, a consciência de uma missão histórica a ser realizada pelo bem deste grande País. Preparem-se, pois, um dia, o Brasil os chamará".[25]
Honras
Bailio Cavaleiro Grã-Cruz da Justiça com colar da Sagrada Ordem Militar Constantiniana de São Jorge.[26]
Descendência
O casamento entre Pedro Henrique e a princesa Maria Isabel da Baviera resultou em doze descendentes, dos quais, sete renunciaram a seus supostos direitos sobre o trono do Brasil, optando por casamentos com civis ou membros de baixas nobrezas:[27]
- Luiz de Orléans e Bragança (Mandelieu, 6 de junho de 1938 – São Paulo, 15 de julho de 2022, aos 84 anos), Chefe da Casa Imperial do Brasil de 1981 até sua morte em 2022. Solteiro e sem descendência.
- Eudes de Orléans e Bragança (Mandelieu, 8 de junho de 1939 – Rio de Janeiro, 13 de agosto de 2020, aos 81 anos), renunciou a seus eventuais direitos ao trono do Brasil, por si e por sua futura descendência em 3 de junho de 1966; casou-se em primeiras núpcias em 1967, com Ana Maria de Moraes Barros, filha de Luís de Moraes Barros e de sua esposa, Maria do Carmo de Cerqueira César Moraes Barros, de quem se divorciou em 1976. Ana Maria é sobrinha-bisneta de Prudente de Moraes, terceiro presidente da República do Brasil. Casou-se em segundas núpcias em 1976, com Mercedes Willemsens Neves da Rocha, filha de Guy de Povoença Neves da Rocha e de sua esposa, Lia Viegas Willemsens. Mercedes é neta do diplomata Octávio de Sá Neves da Rocha e bisneta do 1.º Visconde de Povoença. Com descendência, incluindo Luiz Philippe de Orléans e Bragança, deputado federal por São Paulo.[28][29][30][31][32][33][34]
- Bertrand de Orléans e Bragança (Mandelieu, França, 2 de fevereiro de 1941), atual Chefe da Casa Imperial do Brasil e pretendente ao extinto trono brasileiro. Solteiro e sem descendência.
- Isabel Maria de Orléans e Bragança (La Bourbole, 4 de abril de 1944 – Rio de Janeiro, 5 de novembro de 2017, aos 73 anos), solteira e sem descendência.
- Pedro de Alcântara Henrique de Orléans e Bragança (Petrópolis, 1 de dezembro de 1945), renunciou a seus eventuais direitos ao trono do Brasil por si e por sua futura descendência em 28 de dezembro de 1972; casou-se em 1974 com Maria de Fátima de Andrada Baptista de Oliveira de Lacerda Rocha, filha de Orlando de Lacerda Rocha e de sua esposa, Sílvia Maria de Andrada Baptista de Oliveira. Sua esposa é sobrinha-tetraneta de José Bonifácio de Andrada e Silva. Com descendência.
- Fernando Diniz de Orléans e Bragança (Petrópolis, 2 de fevereiro de 1948), renunciou a seus eventuais direitos ao trono do Brasil por si e por sua futura descendência em 24 de fevereiro de 1975; casou-se em 1975 com Maria da Graça de Siqueira Carvalho Baère de Araújo, filha do Coronel Walter Baère de Araújo e de sua esposa, Maria Magdalena de Sousa Carvalho e Siqueira Carvalho. Com descendência.
- Antônio João de Orléans e Bragança (Rio de Janeiro, 24 de junho de 1950), é o segundo na linha de sucessão; casou-se em 1981 com a princesa Christine de Ligne, filha de Antônio, 13.º Príncipe de Ligne, e de sua esposa, princesa Alice de Luxemburgo. Com descendência.
- Eleonora de Orléans e Bragança (Jacarezinho, 20 de maio de 1953), casou-se em 1981 com o príncipe Miguel de Ligne, que, desde 2005, tornou-se o 14.º Príncipe e chefe da Casa de Ligne, uma das mais antigas e importantes famílias nobres belgas. Com descendência.
- Francisco de Orléans e Bragança (Jacarezinho, 6 de abril de 1955), renunciou a seus eventuais direitos ao trono do Brasil por si e por sua futura descendência em 11 de dezembro de 1980; casou-se em 1980 com Cláudia Regina Borges Martins Godinho, filha de Eurico Borges Godinho e de Nilza Leite Martins. Com descendência.
- Alberto de Orléans e Bragança (Jundiaí do Sul, 23 de junho de 1957), renunciou a seus eventuais direitos ao trono do Brasil por si e por sua futura descendência em 23 de dezembro de 1982; casou-se em 1983 com Maritza Ribas Bokel, filha de Jaddo Barbosa Bokel e de sua esposa, Marisa Bulcão Ribas. Maritza é neta de José da Rocha Ribas, deputado federal pelo Pará,[35] tetraneta de José de Araújo Aragão Bulcão, 2.º Barão de São Francisco, pentaneta de Joaquim Inácio de Siqueira Bulcão, 1.º barão de São Francisco, sobrinha-tetraneta de Joaquim Inácio de Aragão Bulcão, Barão de Matuim, sobrinha-trineta de Antônio de Araújo Aragão Bulcão, 3.º Barão de São Francisco, e de Maria Joaquina de Aragão Bulcão, Baronesa do Rio das Contas. Maritza também é descendente da Casa da Torre de Garcia d'Ávila, por via do seu hexavô José Pires de Carvalho e Albuquerque, pai da sua pentavó Joaquina Maurícia de São Miguel e Aragão, esposa do 1.º Barão de São Francisco. Consequentemente, Maritza é aparentada com o Visconde de Pirajá, o Barão de Jaguaripe, o Visconde da Torre de Garcia d'Ávila, o Barão de Vila Viçosa e o 2.º Barão de Pirajá. Com descendência.
- Maria Thereza de Orléans e Bragança (Jundiaí do Sul, 14 de julho de 1959), renunciou a seus eventuais direitos ao trono do Brasil por si e por sua futura descendência em 30 de outubro de 1995; casou-se em 1995 com o Fidalgo Johannes Hessel de Jong, membro de destacada família da nobreza não-titulada dos Países Baixos. Com descendência.
- Maria Gabriela de Orléans e Bragança (Jundiaí do Sul, 14 de julho de 1959), gêmea da precedente, renunciou a seus eventuais direitos ao trono do Brasil por si e por sua futura descendência em 18 de dezembro de 2003; casou-se com Theodoro de Hungria Machado, filho do arquiteto Paulo Eduardo de Hungria Machado e de sua esposa, Sílvia Emília de Mello Franco Senna, de quem se divorciou em 2005. Theodoro é bisneto de Afrânio de Mello Franco e neto de Argemiro Hungria Machado, que foi presidente da Panair do Brasil e diretor-presidente do Moinho Fluminense.[36] Sem descendência.
Genealogia
Na genealogía de Pedro Henrique inclui:[37][38]
Bibliografia
- SANTOS, Armando Alexandre dos. Dom Pedro Henrique, o Condestável das Saudades e da Esperança. São Paulo, 2006; Artpress. Livraria Majestatis
Ver também
Referências
- ↑ Anuário da Casa Imperial – MMXXIV, pág. 27.
- ↑ DIÁRIO DE SÃO PAULO. 22 abr. 1938. Apud: SANTOS, Armando Alexandre dos. op. cit., 1988, p. 79
- ↑ SANTOS (2006: 61)
- ↑ a b Barman 2002, pág. 228
- ↑ «Legionário, 17-10-1937, Vibrante alocução do Cardeal Faulhaber no casamento de um Príncipe brasileiro (D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança com a Princesa Maria de Baviera)». www.pliniocorreadeoliveira.info. Consultado em 26 de dezembro de 2023
- ↑ https://www.folhadelondrina.com.br/norte-pioneiro/jundiai-do-sul-cidade-sede-da-familia-imperial-854748.html
- ↑ a b DE WERK, KAUÊ (2020). ORLEANS & BRAGANÇA A CASA IMPERIAL DO BRASIL. Rio de Janeiro, RJ. Brasil: [s.n.] p. 173
- ↑ a b Montgomery-Massingberd 1977, p. 43.
- ↑ Montgomery-Massingberd 1977, pp. 43, 50-51.
- ↑ Montgomery-Massingberd 1977, p. 51
- ↑ SANTOS (2006: 56–58).
- ↑ ORLEANS E BRAGANÇA, Pia Maria (1990: 8)
- ↑ SANTOS (2006: 64).
- ↑ «Legionário, 17-10-1937, Vibrante alocução do Cardeal Faulhaber no casamento de um Príncipe brasileiro (D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança com a Princesa Maria de Baviera)». www.pliniocorreadeoliveira.info. Consultado em 23 de setembro de 2021
- ↑ Decreto Municipal do Recife, nº 400, de 4 de novembro de 1937.
- ↑ “Correio Imperial (PE)”, 10 de dezembro de 1937
- ↑ Morais, Antonio (4 de outubro de 2022). «Blog do Antonio Morais: 35 - Era do Império, Por Equipe Dom Pedro II do Brasil.». Blog do Antonio Morais. Consultado em 20 de janeiro de 2023
- ↑ «Legionário, 17-10-1937, Vibrante alocução do Cardeal Faulhaber no casamento de um Príncipe brasileiro (D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança com a Princesa Maria de Baviera)». www.pliniocorreadeoliveira.info. Consultado em 23 de setembro de 2021
- ↑ Condessa René de Nicolaÿ, Pia Maria, Princesa Imperial do Brasil, (1990). MINHA MÃE, A PRINCESA IMPERIAL VIÚVA. Rio de Janeiro: ... p. 149, 150, 151, 152, 153, 154. 248 páginas
- ↑ Legionário, 17 de outubro de 1937, N. 266, pag. 6
- ↑ Londrina, Folha de (3 de setembro de 2013). «Jundiaí do Sul, cidade sede da família imperial | Folha de Londrina». www.folhadelondrina.com.br. Consultado em 1 de julho de 2022
- ↑ SANTOS (2006: 109).
- ↑ «O IMPÉRIO DAS AMÉRICAS». pt.linkedin.com. Consultado em 20 de janeiro de 2023
- ↑ a b DE WERK, KAUÊ (2020). ORLEANS & BRAGANÇA A CASA IMPERIAL DO BRASIL. Rio de Janeiro, RJ. Brasil: [s.n.] p. 174
- ↑ DE WERK, KAUÊ (2020). ORLEANS & BRAGANÇA A CASA IMPERIAL DO BRASIL. Rio de Janeiro, RJ. Brasil: [s.n.] p. 175
- ↑ «Necrologies (from 1969)». Consultado em 24 de Outubro de 2022. Arquivado do original em 21 de Setembro de 2022
- ↑ «Person Page». www.thepeerage.com. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «:::[ DocPro ]:::». memoria.bn.br. Consultado em 24 de agosto de 2021
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