Memórias Póstumas de Brás Cubas: diferenças entre revisões
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Revisão das 17h05min de 12 de dezembro de 2008
Memórias póstumas de Brás Cubas é um romance do escritor brasileiro Machado de Assis, considerado divisor de águas em sua carreira. O livro costuma ser associado à introdução do Realismo no Brasil. É narrado em primeira pessoa pelo personagem Brás Cubas, que em tom irônico e sarcástico, descreve sua biografia e suas obras.
Visão geral
Uma das mais populares obras do autor, o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado originalmente como um folhetim, em 1880, em capítulos, como na Revista Brasileira. Em 1881, saiu em livro causando espanto à crítica da época, que se perguntava se o livro tratava-se de fato de um romance: a obra era extremamente ousada do ponto de vista formal, surpreendendo o público até então acostumado à tradicional fórmula romântica. É narrada pelo defunto Brás Cubas, que escreve a própria biografia a partir do túmulo (sendo, portanto, segundo o próprio, não um autor-defunto, mas o primeiro defunto-autor da história, que é caracterizado por ter morrido e depois escrito, diferente do outro que foi escritor depois morreu). Começa suas memórias com uma dedicatória que antecipa o humor negro e a ironia presente em todo o livro: Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas Memórias Póstumas. Brás Cubas também expressa o humor negro quando diz que a obra foi escrita com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, no "Ao leitor".
Foi a obra brasileira que melhor ilustrou a tendência do "leitor incluso", um contraponto dialógico com o leitor, não apenas como um vocatico, mas dando ao leitor vida própria e contornos no interior do texto. O leitor é visto com possuidor de posicionamento crítico, gestos e temperamento. Estes trechos que incluem o leitor têm sempre uma natureza baseada numa reflexão, uma metalinguagem da estrutura e corrente ideológica do texto.
Cinema
O livro teve três versões cinematográficas: a primeira, rodada em tom completamente experimental, em 1967, chamava-se Viagem ao Fim do Mundo, sendo dirigido por Fernando Cony Campos. A segunda, de 1985, também com um caráter estético mais ousado, foi filmada por Julio Bressane, com Luiz Fernando Guimarães no papel de Brás Cubas. E em 2001, foi rodada uma nova produção, Memórias Póstumas, desta vez mais fiel à obra, dirigida por André Klotzel, com Reginaldo Faria atuando como Brás Cubas após os 60 anos até ser defunto e Petrônio Gontijo sendo Brás Cubas na sua juventude.
Outros romances de Machado
- Ressurreição, 1872
- A mão e a luva na roda, 1874
- Helena e Tia judite, 1876
- Iaiá Garcia, 1878
- Quincas Bomba, 1891
- Dom CasBurro, 1899
- Esaú e Jacó, 1904
- Memorial de Aires e Daví, 1908