Laranja: diferenças entre revisões
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"Laranja" é oriundo do [[sânscrito]] ''nâranga'', através do [[Língua persa|persa]] ''narrang'' e do [[Língua árabe|árabe]] ''naranja''.<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 010</ref> |
"Laranja" é oriundo do [[sânscrito]] ''nâranga'', através do [[Língua persa|persa]] ''narrang'' e do [[Língua árabe|árabe]] ''naranja''.<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 010</ref> |
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== History == |
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[[File:Yellow Oranges and Green Tangerines (橙黃橘綠) by Zhao Lingrang (趙令穰).jpg|thumb|upright|''Laranjas Amarelas e Tangerinas Verdes'' por Zhao Lingrang, pintura chinesa da [[dinastia Sung]] ([[Museu do Palácio Nacional|MPN]])]] |
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=== Origem === |
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A laranja-doce não é um [[Frutos silvestres|fruto silvestre]],<ref name=webber4 /> tendo surgido na [[domesticação]] de um [[cruzamento]] entre uma [[tangerina]] não pura e um [[pomelo]] [[Híbrido (biologia)|híbrido]] que tinha um componente substancial de tangerina. Como seu [[ADN plastídico]] é o de pomelo, provavelmente foi o pomelo híbrido, talvez um [[retrocruzamento]] de pomelo BC1, que foi o [[pai]] [[Mãe|materno]] da primeira laranja.<ref name=genealogy_review /><ref name=Wu>{{cite journal |title=Sequencing of diverse mandarin, pomelo and orange genomes reveals complex history of admixture during citrus domestication |journal=Nature Biotechnology |author=G Albert Wu|display-authors=etal |volume=32 |issue=7 |doi=10.1038/nbt.2906 |pages=656–662 |pmid=24908277 |pmc=4113729|year=2014 }}</ref> Com base na análise [[Genómica|genômica]], as proporções relativas das espécies ancestrais na laranja doce são de aproximadamente 42% de pomelo e 58% de tangerina.<ref name="Talon">{{cite journal|title=Genomics of the origin and evolution of ''Citrus'' | last1=Wu | first1=Guohong Albert | last2=Terol | first2=Javier | last3=Ibanez | first3=Victoria | last4=López-García | first4=Antonio | last5=Pérez-Román | first5=Estela | last6=Borredá | first6=Carles | last7=Domingo | first7=Concha | last8=Tadeo | first8=Francisco R | last9=Carbonell-Caballero | first9=Jose | last10=Alonso | first10=Roberto | last11=Curk | first11=Franck | last12=Du | first12=Dongliang | last13=Ollitrault | first13=Patrick | last14=Roose | first14=Mikeal L. Roose | last15=Dopazo | first15=Joaquin | last16=Gmitter Jr | first16=Frederick G. | last17=Rokhsar | first17=Daniel | last18=Talon | first18=Manuel | journal=Nature | year = 2018 | volume=554 | issue=7692 | pages=311–316 | doi=10.1038/nature25447 | pmid=29414943| bibcode=2018Natur.554..311W | doi-access=free }} and Supplement</ref> Todas as variedades de laranja-doce descendem deste cruzamento protótipo, diferindo apenas por mutações selecionadas durante a propagação [[Agricultura|agrícola]].<ref name=Wu /> As laranjas-doces têm uma origem distinta da laranja amarga, que surgiu independentemente, talvez na natureza, de um cruzamento entre os pais de tangerina pura e pomelo.<ref name=Wu /> A primeira menção da laranja-doce na [[Literatura da China|literatura chinesa]] data de 314 a.C.<ref name=fullgenome /> |
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[[Imagem:OrangeBloss wb.jpg|thumb|A flor e o fruto da laranjeira]] |
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Na [[Europa]], os [[mouros]] introduziram a laranja na [[Península Ibérica]], que era conhecida como [[Al-Andalus]], com cultivo em larga escala a partir do século X, como evidenciado por complexas técnicas de irrigação especificamente adaptadas para apoiar pomares de laranja.<ref>{{cite web|url=http://canal.ugr.es/prensa-y-comunicacion/science-news-ugr/social-economic-and-legal-sciences/sugar-cane-cumin-and-orange-grove-crops-were-adapted-in-alandalus-from-the-10th-century/|title=Water and landscape in Granada|date=1 September 2003|website=Universidad de Granada|last1=Trillo San José|first1=Carmen}}</ref> As [[Citrus|frutas cítricas]] — entre elas a [[laranja-azeda]] — foram introduzidas na [[Sicília]] no século IX durante o período do [[Emirado da Sicília]], mas a laranja-doce era desconhecida até o final do século XV ou início do século XVI, quando [[Comércio|comerciantes]] [[italianos]] e [[portugueses]] trouxeram laranjeiras para a área do [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]].<ref name=morton /> Pouco depois, a laranja-doce rapidamente foi adotada como fruto [[Alimento|comestível]]. Era considerado um alimento de luxo cultivado por pessoas ricas em conservatórios privados, chamados [[Orangerie|''orangeries'']]. Em 1646, a laranja-doce era bem conhecida em toda a Europa.<ref name=morton /> [[Luís XIV de França]] tinha um grande amor por laranjeiras, e construiu a maior de todas as [[Orangerie do Palácio de Versalhes|''orangeries'']] reais no [[Palácio de Versalhes]].<ref>{{cite book| title=The Gardens of Versailles| author=Jean-Baptiste Leroux| publisher=Thames & Hudson| year=2002|page=368}}</ref> Em [[Versalhes]], laranjeiras em vasos em cubas de [[prata]] maciça foram colocadas em todas as salas do palácio, enquanto a ''orangerie'' permitia o cultivo da fruta durante todo o ano para abastecer a [[Corte (realeza)|corte]]. Quando Luís condenou seu [[Ministro da Fazenda|ministro das Finanças]], [[Nicolas Fouquet]], em 1664, parte dos tesouros que ele confiscou eram mais de mil laranjeiras da propriedade de Fouquet em [[Castelo de Vaux-le-Vicomte|Vaux-le-Vicomte]].<ref>{{cite book| title=The Sun King| author=Nancy Mitford| publisher=Sphere Books Ltd.| year=1966|page=11}}</ref> |
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A origem das frutas do gênero ''Citrus'' confunde-se, no tempo, com a história da humanidade. Sabe-se apenas que a maior parte dos frutos cítricos é originária de regiões entre a Índia e o sudeste do [[Himalaia]], onde se encontram, ainda em estado silvestre, variedades de limeiras, cidreiras, limoeiros, pomeleiras, toranjeiras, laranjeiras amargas ou azedas, laranjeiras doces e de outros frutos ácidos aclimatados ou locais. |
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[[Viagem|Viajantes]] [[espanhóis]] introduziram a laranja-doce no [[América|continente americano]]. Em sua segunda viagem em 1493, [[Cristóvão Colombo]] pode ter plantado a fruta em [[Ilha de São Domingos|Hispaniola]].<ref>{{cite web |last=Sauls |first=Julian W. |title=HOME FRUIT PRODUCTION-ORANGES |url=http://aggie-horticulture.tamu.edu/citrus/oranges.htm |publisher=The Texas A&M University System |access-date=30 November 2012 |date=December 1998}}</ref> Expedições subsequentes em meados de 1500 trouxeram laranjas-doces para a [[América do Sul]] e [[México]], e para a [[Flórida]] em 1565, quando [[Pedro Menéndez de Avilés]] fundou [[Saint Augustine]]. [[Missão cristã|Missionários]] espanhóis levaram laranjeiras para o [[Arizona]] entre 1707 e 1710, enquanto os [[franciscanos]] fizeram o mesmo em [[San Diego]], [[Califórnia]], em 1769.<ref name=morton /> Um [[pomar]] foi plantado na [[Missão San Gabriel]] por volta de 1804 e um pomar comercial foi estabelecido em 1841 perto da atual [[Los Angeles]]. Na [[Luisiana]], as laranjas provavelmente foram introduzidas por exploradores [[franceses]]. |
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Alguns autores afirmam que os citrinos teriam surgido no leste asiático, de onde teriam sido levados para o norte da África e para o sul da Europa, chegando às Américas por volta de 1500. Porém, tanto na Europa como na América, foi na segunda metade do {{séc|XIX}} que tomaram impulso o cultivo e a comercialização de suas diferentes variedades. Os citrinos espalharam-se pelo mundo sofrendo mutações e originando novas variedades devido ao seu cultivo via sementes.{{Carece de fontes|ciência=sim|ci|data=outubro de 2015}} |
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[[Archibald Menzies]], o [[botânico]] e [[naturalista]] da [[Expedição Vancouver]], coletou [[Semente|sementes]] de laranja na [[África do Sul]], criou as mudas a bordo e as deu a vários chefes [[Havaí|havaianos]] em 1792. Eventualmente, a laranja-doce foi cultivada em amplas áreas das ilhas havaianas, mas sua o cultivo parou após a chegada da [[Tephritidae|mosca da fruta]] do Mediterrâneo no início de 1900.<ref name=morton /><ref>{{cite web |title=Ceratitis capitata (Wiedemann) |url=http://www.extento.hawaii.edu/kbase/crop/Type/ceratiti.htm |publisher=Knowledge Master, [[University of Hawaii]] |access-date=5 December 2012 |author1=Mau, Ronald |author2=Kessing, Jayma Martin |name-list-style=amp |date=April 2007}}</ref> |
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=== História da laranja === |
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A história da laranja inicia-se na [[Índia]], onde era conhecida pelo nome ''nareng''. Da Índia este fruto espalhou-se pela restante da [[Ásia]], passando a denominar-se [[narang]], nome que foi dado a uma cidade [[Paquistão|paquistanesa]], situada na província de [[Punjab]]. Da Ásia chegou à [[Europa]] através de Portugal.{{Carece de fontes|ciência=sim|ci|data=outubro de 2015}} |
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Como as laranjas são ricas em [[Ácido ascórbico|vitamina C]] e não estragam facilmente, durante a [[Era dos Descobrimentos]], [[Marinheiro|marinheiros]] portugueses, espanhóis e [[Neerlandeses|holandeses]] plantaram árvores cítricas ao longo das [[Rota de comércio|rotas comerciais]] para evitar o [[escorbuto]]. |
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Um dos primeiros locais da Europa onde se iniciou o cultivo da laranja na [[França]], tendo os franceses adaptado o nome narang para ''orange''. Foi com este nome que a laranja veio a ser associada em algumas culturas à cor do [[ouro]]. A palavra ''or'', em francês, significa ouro.{{Carece de fontes|ciência=sim|ci|data=outubro de 2015}} |
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Agricultores da [[Flórida]] obtiveram sementes de [[Nova Orleães]] por volta de 1872, após o que os laranjais foram estabelecidos enxertando a laranja-doce em [[Porta-enxerto|porta-enxertos]] de laranja-azeda.<ref name=morton /> |
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Na Ásia e [[Médio Oriente]], onde era conhecida, a laranjeira assumia-se como árvore ornamental e dotada de características extraordinárias. Era muito comum nos [[pátio]]s das casas [[árabes]] abastadas, geralmente associada a uma [[fonte]] ou a um [[lago]], além de serem importantes às economias destes países, muitas vezes, como o principal produto exportado.<ref>{{Citar web|url=https://israelemcasa.com.br/as-laranjas-de-jaffa/|titulo=As Laranjas de Jaffa - Israel em Casa - Curiosidades Home|data=2021-07-16|acessodata=2022-01-08|website=Israel em Casa|lingua=pt-BR}}</ref>{{Carece de fontes|ciência=sim|ci|data=outubro de 2015}} |
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Em várias culturas, os seus frutos foram conhecidos como "[[Hespérides|maçãs do paraíso]]". É possível ver em [[pintura]]s antigas os frutos da "[[Árvore da Vida (Bíblia)|Árvore da Ciência]]" representados por laranjas.{{Carece de fontes|ciência=sim|ci|data=outubro de 2015}} |
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A cor de laranja encontra-se ligada ao fruto do mesmo nome e, em tempos antigos, eram ambos considerados exóticos.{{Carece de fontes|ciência=sim|ci|data=outubro de 2015}} |
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== Valor nutricional == |
== Valor nutricional == |
Revisão das 22h09min de 9 de novembro de 2022
Laranja | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Citrus × sinensis Macfad. |
A laranja é um fruto de várias espécies cítricas da família Rutaceae (ver lista de plantas conhecidas como laranja); refere-se principalmente a Citrus × sinensis,[1] que também é chamado de laranja-doce, para distingui-lo do relacionado Citrus × aurantium, referido como laranja-azeda. A laranja-doce reproduz-se assexuadamente (apomixia por embrionário nucelar); variedades de laranja-doce surgem através de mutações.[2][3][4][5]
A laranja é um híbrido entre pomelo (Citrus maxima) e tangerina (Citrus reticulata).[2][6] O genoma do cloroplasto e, portanto, a linha materna, é o do pomelo.[7] A laranja doce teve seu genoma completamente sequenciado.[2]
A laranja originou-se em uma região que abrange a China meridional, o nordeste da Índia e Myanmar,[8][9] e a primeira menção da laranja doce foi na literatura chinesa em 314 a.C.[2] Em 1987, as laranjeiras foram consideradas a árvore frutífera mais cultivada do mundo.[10] As laranjeiras são amplamente cultivadas em climas tropicais e subtropicais por seus frutos doces. O fruto da laranjeira pode ser consumido fresco, ou processado por seu suco ou casca aromatizados.[11] Em 2012, a laranja doce respondeu por aproximadamente 70% da produção de citros.[12]
Em 2019, foram cultivadas 79 milhões de toneladas de laranja em todo o mundo, com o Brasil produzindo 22% do total, seguido por China e Índia.[13]
Etimologia
"Laranja" é oriundo do sânscrito nâranga, através do persa narrang e do árabe naranja.[14]
History
A laranja-doce não é um fruto silvestre,[15] tendo surgido na domesticação de um cruzamento entre uma tangerina não pura e um pomelo híbrido que tinha um componente substancial de tangerina. Como seu ADN plastídico é o de pomelo, provavelmente foi o pomelo híbrido, talvez um retrocruzamento de pomelo BC1, que foi o pai materno da primeira laranja.[7][16] Com base na análise genômica, as proporções relativas das espécies ancestrais na laranja doce são de aproximadamente 42% de pomelo e 58% de tangerina.[17] Todas as variedades de laranja-doce descendem deste cruzamento protótipo, diferindo apenas por mutações selecionadas durante a propagação agrícola.[16] As laranjas-doces têm uma origem distinta da laranja amarga, que surgiu independentemente, talvez na natureza, de um cruzamento entre os pais de tangerina pura e pomelo.[16] A primeira menção da laranja-doce na literatura chinesa data de 314 a.C.[2]
Na Europa, os mouros introduziram a laranja na Península Ibérica, que era conhecida como Al-Andalus, com cultivo em larga escala a partir do século X, como evidenciado por complexas técnicas de irrigação especificamente adaptadas para apoiar pomares de laranja.[18] As frutas cítricas — entre elas a laranja-azeda — foram introduzidas na Sicília no século IX durante o período do Emirado da Sicília, mas a laranja-doce era desconhecida até o final do século XV ou início do século XVI, quando comerciantes italianos e portugueses trouxeram laranjeiras para a área do Mediterrâneo.[10] Pouco depois, a laranja-doce rapidamente foi adotada como fruto comestível. Era considerado um alimento de luxo cultivado por pessoas ricas em conservatórios privados, chamados orangeries. Em 1646, a laranja-doce era bem conhecida em toda a Europa.[10] Luís XIV de França tinha um grande amor por laranjeiras, e construiu a maior de todas as orangeries reais no Palácio de Versalhes.[19] Em Versalhes, laranjeiras em vasos em cubas de prata maciça foram colocadas em todas as salas do palácio, enquanto a orangerie permitia o cultivo da fruta durante todo o ano para abastecer a corte. Quando Luís condenou seu ministro das Finanças, Nicolas Fouquet, em 1664, parte dos tesouros que ele confiscou eram mais de mil laranjeiras da propriedade de Fouquet em Vaux-le-Vicomte.[20]
Viajantes espanhóis introduziram a laranja-doce no continente americano. Em sua segunda viagem em 1493, Cristóvão Colombo pode ter plantado a fruta em Hispaniola.[21] Expedições subsequentes em meados de 1500 trouxeram laranjas-doces para a América do Sul e México, e para a Flórida em 1565, quando Pedro Menéndez de Avilés fundou Saint Augustine. Missionários espanhóis levaram laranjeiras para o Arizona entre 1707 e 1710, enquanto os franciscanos fizeram o mesmo em San Diego, Califórnia, em 1769.[10] Um pomar foi plantado na Missão San Gabriel por volta de 1804 e um pomar comercial foi estabelecido em 1841 perto da atual Los Angeles. Na Luisiana, as laranjas provavelmente foram introduzidas por exploradores franceses.
Archibald Menzies, o botânico e naturalista da Expedição Vancouver, coletou sementes de laranja na África do Sul, criou as mudas a bordo e as deu a vários chefes havaianos em 1792. Eventualmente, a laranja-doce foi cultivada em amplas áreas das ilhas havaianas, mas sua o cultivo parou após a chegada da mosca da fruta do Mediterrâneo no início de 1900.[10][22]
Como as laranjas são ricas em vitamina C e não estragam facilmente, durante a Era dos Descobrimentos, marinheiros portugueses, espanhóis e holandeses plantaram árvores cítricas ao longo das rotas comerciais para evitar o escorbuto.
Agricultores da Flórida obtiveram sementes de Nova Orleães por volta de 1872, após o que os laranjais foram estabelecidos enxertando a laranja-doce em porta-enxertos de laranja-azeda.[10]
Valor nutricional
- Cada 100 gramas de laranja (Citrus x sinensis) contém:[carece de fontes]
- Calorias - 65kcal
- Proteínas - 0,6g
- Gorduras - 1g
- Vitamina A - 195 U.l.
- Vitamina B1 (Tiamina) - 135 µg
- Vitamina B2 (Riboflavina) - 150 µg
- Vitamina B3 (Niacina) - 0,25 mg
- Vitamina C (Ácido ascórbico) - 48 mg
- Cálcio - 45 mg
- Potássio - 36 mg
- Fósforo - 21 mg
- Sódio - 13 mg
- Enxofre - 11 mg
- Magnésio - 8 mg
- Fonte de vitamina C
A laranja é muito conhecida por ser fonte de vitamina C. A vitamina C é o nutriente mais importante da laranja. Duas laranjas por dia fornecem a quantidade de vitamina C de que o organismo precisa.[23] As laranjas produzidas em agricultura biológica parece que são mais ricas em vitamina C.[24]
A forma mais eficiente de se beneficiar de todos os nutrientes da laranja é consumi-la fresca ou tomar seu suco. O suco terá níveis mais elevados de quase todos os nutrientes devido à sua concentração. No entanto, uma porção do suco contém o dobro de calorias e 85% menos de fibras do que a fruta.[25]
Cultivo
O cultivo da laranja é um negócio significativo e uma importante parte das economias de vários países e regiões europeias, entre os quais Espanha, Itália, Roménia e a região do Algarve, em Portugal. Nos outros continentes, encontramos produção significativa na África do Sul, Angola, Zimbabué, nos estados da Flórida e Califórnia, nos Estados Unidos, na América do Sul principalmente na Argentina e no Brasil, sendo este último o maior produtor do mundo, concentrando grande parte da produção na cidade de Itápolis, em São Paulo[26] e o distrito Riverina, em Murray River, na Austrália.[carece de fontes]
Produção no Brasil e em Portugal
O Brasil é o maior produtor mundial de laranja. A área total de plantio é estimada em 800 mil hectares. Estima-se que, de cada cinco copos de suco consumidos no mundo, três sejam produzidos no Brasil, que já deteve 50 % da produção mundial, exporta 98 % do que produz e detém 85 % de participação no mercado mundial. Na safra 2019, a produção brasileira foi de pouco mais de 17 milhões de toneladas. O Estado de São Paulo é o maior produtor, respondendo por 77 % do total produzido no Brasil (13,2 milhões de toneladas). Outros estados com produção considerável são Minas Gerais (989 mil toneladas), Paraná (694 mil toneladas) e Bahia (574 mil toneladas).[27][28] O Brasil é um grande exportador de suco de laranja: na safra 2019/2020, exportou quase 1 milhão de toneladas de suco, a um valor de US$ 1,650 bilhão, principalmente para a União Européia e os Estados Unidos. É um produto de alta importância na pauta de exportações do país.[29]
As principais laranjas para consumo in natura no Brasil são a laranja-da-baía, laranja seleta, laranja japonesa, laranja-lima e laranja-pera.[30] Já as principais laranjas utilizadas para a produção de sucos são a Laranja Valência, Pera Rio, Folha Murcha, Charmute e Hamlin.[31]
Já em Portugal, onde a área plantada é estimada em 20 361 hectares, as principais variedades são Baía, Newhall, Dalmau ou Navelina, Lane Late, Navel Late, Rhodee Barnfield, Valência Late (clones: D. João, Frost, Olinda), de Setúbal e Jaffa.[32] Em 2015 a produção de laranja neste país atingiu as 246,6 mil toneladas.[33]
Produção mundial
País | Produção em 2018 (toneladas anuais) |
---|---|
Brasil | 16.713.534 |
China | 9.103.908 |
Índia | 8.367.000 |
Estados Unidos | 4.833.480 |
México | 4.737.990 |
Espanha | 3.639.853 |
Egito | 3.246.483 |
Indonésia | 2.510.442 |
Turquia | 1.900.000 |
Irão | 1.889.252 |
Fonte: Food and Agriculture Organization[34] |
Ver também
Referências
- ↑ «Citrus ×sinensis (L.) Osbeck (pro sp.) (maxima × reticulata) sweet orange». Plants.USDA.gov. Cópia arquivada em May 12, 2011 Verifique data em:
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- ↑ «Orange Fruit Information». 9 June 2017. Consultado em 20 September 2018 Verifique data em:
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- ↑ a b c d e f Morton, J (1987). «Orange, Citrus sinensis. In: Fruits of Warm Climates». NewCROP, New Crop Resource Online Program, Center for New Crops & Plant Products, Purdue University. pp. 134–142
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- ↑ CEPEA/ESALQ USP. «Cadeia Agroindustrial de Citros» (PDF). Consultado em 15 de janeiro de 2015. Arquivado do original (PDF) em 23 de setembro de 2015
- ↑ Observatório das Informações Agrícolas e das Importações Agro-alimentares. «O Mercado da Laranja em Portugal». Consultado em 27 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 5 de maio de 2015
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