Febre

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Febre
Febre
Um termômetro analógico médico mostrando uma temperatura de 38,7 °C.
Classificação e recursos externos
CID-10 R50
CID-9 780.6
CID-11 915343154
DiseasesDB 18924
MedlinePlus 003090
eMedicine med/785
MeSH D005334
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Febre ou pirexia é a elevação da temperatura do corpo humano para cima dos limites considerados normais (36 a 37,3 °C), intervalo que compreende 95% da população sadia.[1] A regulação da temperatura é realizada pelo hipotálamo.[2] Pode ser causada por uma série de fatores que incluem: infecção, sequelas de lesão tecidual, inflamação, rejeição de enxerto, processo maligno ou outros fatores.[2] A febre não é uma doença e geralmente não necessita de rápida intervenção, é um sintoma que possui papel de defesa orgânica.[3] Seu controle estrito não previne convulsões (somente em 4% de uma população de crianças sadias ocorre convulsão febril), mas esta pode ser fator desencadeante em pacientes suscetíveis, mesmo com uma pequena elevação de temperatura.[3]

Funções

É uma reação orgânica primitiva com múltiplas aplicações contra um mal comum, interpretada pelo meio médico como um simples sinal. A reação descrita como um aumento na temperatura corporal nos seres humanos para níveis até 37,8 °C Celsius chama-se estado febril; ao passar dessa temperatura, já pode ser caracterizado como febre e é um mecanismo adaptativo próprio dos seres vivos. A febre é uma reação do corpo contra patógenos; a sensação ruim que sente a pessoa febril faz com que ela poupe energia e descanse, funcionando também através do maior trabalho realizado pelos linfócitos e macrófagos. Apesar da maior parte das febres ser causada por infecções, nem sempre febre é indicador de infecção. Mede-se tradicionalmente a temperatura corporal através da testa e pescoço (com a mão), da boca, da axila, da membrana timpânica ou do ânus (utilizando um termômetro, que pode ser eletrônico ou não).

As crianças são mais afetadas pela febre porque, para o organismo delas, praticamente todos os vírus e bactérias são desconhecidos. Então, quando esses micro-organismos invadem o corpo, ele logo produz a prostaglandina.

Valores normais de temperatura

  • Temperatura axilar: 35,5 a 37,3 °C, com média de 36 a 36,5 °C.
  • Temperatura bucal: 36 a 37,4 °C.
  • Temperatura rectal: 36 a 37,8 °C, isto é, 0,5 °C maior que a axilar.
  • A temperatura rectal maior que a axilar em valores acima de 1 °C, pode ser indicativo de processo inflamatório abdominal baixo ou pélvico.

Mecanismo

A febre geralmente ocorre em resposta a substância pirogênicas (o mais conhecido é a interleucina 1 a 6), que são secretados pelos macrófagos como resposta inflamatória. Essas substâncias pirogênicas agem proporcionando liberação de prostaglandinas que agem no centro termorregulador, o hipotálamo anterior, reconfigurando o ponto de referência da termorregulação para uma temperatura mais alta, e ao fazê-lo, evoca os mecanismos de aumento de temperatura do corpo, fazendo-o aumentar a temperatura a níveis acima do normal (níveis homeostásicos).

O corpo tem várias técnicas para aumentar a temperatura:

  • Aumento da temperatura corporal - tremores, que envolvem movimentos físicos e que produzem calor;
  • Diminuição da perda de calor - vasoconstrição, ou seja, a diminuição do fluxo sanguíneo da pele, reduzindo a quantidade de calor perdido pelo corpo.

A temperatura do corpo é mantida nesses níveis até que os efeitos dos pirógenos cessem.

Tipos

A febre pode ser classificada como de baixa intensidade (37,8 a 38 °C), moderada (38 a 39 °C) ou alta (mais de 39 °C), dependendo de quanto a temperatura corpórea subiu.

A febre pode ser benéfica, e é parte da resposta do corpo a uma doença; no entanto, se a febre for acima de 41,7 °C, então pode causar danos significativos aos neurônios, com risco de afetar a meninge e essa fase é chamada de hipertermia maligna. A alta temperatura causa a desnaturação de proteínas e enzimas, o que agrava o estado do paciente.

A temperatura normalmente flutua ao longo do dia, e o mesmo se aplica à febre. Se esse padrão característico estiver ausente, a temperatura aumentada do corpo pode ser por causa de insolação, uma disfunção mais séria. A insolação é causada pelo excesso de exposição ao sol e desidratação.

A ausência de febre é chamada de apirexia.

Tratamento

Existe certa fobia da febre cercada de mitos tanto para profissionais de saúde quanto para a população em geral de que a febre seja algo que implique rápida ação com algum medicamento, principalmente quando ela envolve crianças. No entanto, existem medidas que podem reduzir a febre de forma natural como banhos e resfriamento do ambiente.[1]

Embora a febre seja uma resposta imunológica própria do organismo contra algum mal, a medicina moderna chegou a desenvolver algumas drogas chamadas de antipiréticos que podem reduzir a febre a níveis tolerados. O antipiréticos mais usados são o paracetamol, a dipirona, o ibuprofeno, cetoprofeno e ácido acetilsalicílico.[1]

Causas de febre no pós-operatório

Após uma cirurgia, é comum haver a elevação da temperatura corporal até 37,8 graus Celsius sem maiores significados. No entanto, temperaturas maiores de 38 graus Celsius podem representar, conforme o tempo decorrido desde a cirurgia:

  • Até 48 horas - atelectasia (problema pulmonar).
  • Terceiro e quarto dia: pneumonias
  • Quinto dia: abcesso (coleção purulenta na área cirúrgica).

Outras causas não infecciosas de febre

Padrões característicos

Algumas doenças apresentam um padrão febril bem característico, chamando a atenção para seu diagnóstico:

  • Tuberculose - febre vespertina (todo final de tarde), não muito alta; a febre héctica aparece nos estados avançados de tuberculose pulmonar, que sobe durante a noite e baixa de manhã; é atualmente rara.
  • Malária - febre alta por algumas horas e que se repete todo dia ou em dias alternados, dependendo da espécie de Plasmodium que está causando a infecção e de quantas vezes o indivíduo foi contaminado.
  • Abcesso: Febre persistente, baixa, com piora à noite.

Referências

  1. a b c CRFSP. Manejo do tratamento de pacientes com febre. Acesso em 2 de outubro de 2011
  2. a b Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica. [tradução da 10. ed. original, Carla de Melo Vorsatz. et al] Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2005.
  3. a b VERITY, C. M.; BUTLER, N. R.; GOLDING, J. Febrile convulsions in a national cohort followed up from birth. Prevalence and recurrence in the first five years of life. BMJ, London, v. 290, p. 1307-1310, 1985.
  4. http://www.mdsaude.com/2009/01/o-que-significa-e-por-que-temos-febre.html

Ligações externas

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