Final do Campeonato Brasileiro de 1976

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Final do Campeonato Brasileiro de 1976
Data 12 de dezembro
Local Estádio Beira-Rio, Porto Alegre
Árbitro Rio de JaneiroRJ José Roberto Wright
Público 84 000

A Final do Campeonato Brasileiro de 1976 foi a decisão da 20ª edição do Campeonato Brasileiro de Futebol. Foi disputada entre o Internacional, e o Corinthians. O jogo foi realizado no Estádio Beira Rio, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.[1]

Caminho até a final[editar | editar código-fonte]

Campanha do Internacional[editar | editar código-fonte]

Primeira Fase (chamada na época de Fase Preliminar)[2]
Classificado em primeiro lugar no Grupo A, com 20 pontos
Data Estádio Adversário Resultado Renda
1 de setembro Beira-Rio Santa Catarina Figueirense 6 – 0 Cr$ 233.985,00
7 de setembro Beira-Rio Rio Grande do Sul Grêmio 3 – 1 Cr$ 276.210,00 (14.652)
12 de setembro Centenário Rio Grande do Sul Caxias 1 – 2 Cr$ 217.000,00
19 de setembro Orlando Scarpelli Santa Catarina Avaí 4 – 0 Cr$ 376.520,00 (19.591)
22 de setembro Engenheiro Araripe Espírito Santo (estado) Desportiva Ferroviária 4 – 1 Cr$ 239.405,00
26 de setembro Morumbi São Paulo Santos 3 – 1 Cr$ 1.846.680,00 (79.892)
29 de setembro Beira-Rio Espírito Santo (estado) Rio Branco-ES 3 – 0
3 de outubro Beira-Rio São Paulo Palmeiras 1 – 0 Cr$ 794.880,00
Segunda Fase (chamada na época de Fase Semifinal)
Classificado em primeiro lugar no Grupo G, com 13 pontos
Data Estádio Adversário Resultado Renda
10 de outubro Maracanã Rio de Janeiro Fluminense 1 – 1 Cr$ 814.363,00 (36.219)
13 de outubro Serra Dourada Goiás Goiás 3 – 0 Cr$ 1.007.145,00
17 de outubro Beira-Rio Rio Grande do Norte América de Natal 3 – 1 Cr$ 310.316,00
20 de outubro Beira-Rio Ceará Fortaleza 1 – 1 Cr$ 303.028,00
23 de outubro Beira-Rio São Paulo Botafogo-SP 3 – 0 Cr$ 581.208,00
Terceira Fase (chamada na época de Fase Final)
Classificado em primeiro lugar no Grupo Q, com 17 pontos
Data Estádio Adversário Resultado Renda
30 de outubro Belfort Duarte Paraná Coritiba 0 – 1 Cr$ 660.743,00 (30.611)
3 de novembro Santa Cruz São Paulo Botafogo-SP 4 – 1 Cr$ 621.367,00
7 de novembro Beira-Rio Pernambuco Santa Cruz 5 – 1 Cr$ 536.785,00
10 de novembro Beira-Rio Rio Grande do Sul Caxias 2 – 0 Cr$ 421.524,00
14 de novembro Morumbi São Paulo Palmeiras 2 – 1 Cr$ 1.735.170,00 (65.411 pagantes)
21 de novembro Morumbi São Paulo Corinthians 1 – 2 Cr$ 3.478.280,00 (113.286 pagantes)
24 de novembro Beira-Rio São Paulo Ponte Preta 2 – 0 Cr$ 437.860,00
28 de novembro Beira-Rio São Paulo Portuguesa 3 – 0 Cr$ 413.918,00

Semifinais[editar | editar código-fonte]

5 de dezembro Internacional Rio Grande do Sul 2 – 1 Minas Gerais Atlético Mineiro Beira-Rio, Porto Alegre

Batista Gol marcado aos 73 minutos de jogo 73'
Falcão Gol marcado aos 90 minutos de jogo 90'
Vantuir Gol marcado aos 30 minutos de jogo 30' Público: 59 800
Renda: Cr$ 1.745.000,00
Árbitro: PernambucoPE Sebastião Rufino

Campanha do Corinthians[editar | editar código-fonte]

Primeira Fase (chamada na época de Fase Preliminar)[3]
Classificado em primeiro lugar no Grupo C, com 15 pontos
Data Estádio Adversário Resultado Renda
29 de agosto Pacaembu Ceará Fortaleza 2 – 1 Cr$ 583.740,00
1 de setembro Moisés Lucarelli São Paulo Ponte Preta[nota 1] 1 – 1 Cr$ 344.750,00
12 de setembro Morumbi São Paulo Guarani[nota 2] 0 – 1 Cr$ 915.675,00
16 de setembro Vivaldão Amazonas Rio Negro-AM 2 – 1
19 de setembro Baenão Pará Paysandu 0 – 0
22 de setembro Castelão Ceará Ceará[nota 3] 2 – 0
25 de setembro Pacaembu Amazonas Nacional-AM 2 – 0
30 de setembro Pacaembu Pará Remo 3 – 0
Segunda Fase (chamada na época de Fase Semifinal)[3]
Classificado em terceiro lugar no Grupo H, com 7 pontos
Data Estádio Adversário Resultado Renda
10 de outubro Olímpico Rio Grande do Sul Grêmio[nota 4] 0 – 3 Cr$ 549.010,00 (20.842)
13 de outubro Pacaembu Paraná Coritiba[nota 5] 1 – 0
16 de outubro Morumbi Rio de Janeiro Botafogo[nota 6] 1 – 2
20 de outubro Pacaembu Paraná Operário-PR[nota 7] 3 – 1
24 de outubro Ilha do Retiro Pernambuco Sport[nota 8] 1 – 0 Cr$ 79.197,00 (4.800)
Terceira Fase (chamada na época de Fase Final)[3]
Classificado em segundo lugar no Grupo Q, com 14 pontos
Data Estádio Adversário Resultado Renda
31 de outubro Pacaembu São Paulo Portuguesa[nota 9] 0 – 0 Cr$ 1.151.130,00 (59.758)
3 de novembro Couto Pereira Paraná Coritiba[nota 10] 0 – 1 Cr$ 859.942,00
7 de novembro Morumbi São Paulo Palmeiras[nota 11] 0 – 0 Cr$ 2.379.620,00
11 de novembro Pacaembu São Paulo Botafogo-SP[nota 12] 2 – 1
14 de novembro Centenário Rio Grande do Sul Caxias[nota 13] 4 – 1 Cr$ 169.582,00
18 de novembro Pacaembu São Paulo Ponte Preta[nota 14] 2 – 0
21 de novembro Morumbi Rio Grande do Sul Internacional[nota 15] 2 – 1 Cr$ 3.478.280,00 (103.286)
28 de novembro Arruda Pernambuco Santa Cruz[nota 16] 2 – 1

Semifinais[editar | editar código-fonte]

5 de dezembro Fluminense Rio de Janeiro 1 – 1 São Paulo Corinthians Maracanã, Rio de Janeiro

Pintinho Gol marcado aos 18 minutos de jogo 18' Ruço Gol marcado aos 29 minutos de jogo 29' Público: 146 043
Renda: Cr$ 4.027.250,00
Árbitro: BahiaBA Saul Mendes
    Penalidades  
Rodrigues Neto: Erro
Carlos Alberto Torres: Erro
Doval: Convertido
1–4 Neca: Convertido
Ruço: Convertido
Moisés: Convertido
Zé Maria: Convertido
 

O jogo[editar | editar código-fonte]

12 de dezembro Internacional Rio Grande do Sul 2 – 0 São Paulo Corinthians Beira-Rio, Porto Alegre
17:00
Dario Gol marcado aos 29 minutos de jogo 29'
Valdomiro Gol marcado aos 57 minutos de jogo 57'
Relatório Público: 84 000 (70 727 pagantes)
Renda: Cr$ 3.200.795,00
Árbitro: Rio de JaneiroRJ José Roberto Wright
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Internacional
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Corinthians
INTERNACIONAL:
GO Brasil Manga Penalizado com cartão amarelo
LD Brasil Cláudio Duarte
ZA Chile Figueroa
ZA Brasil Marinho Peres Penalizado com cartão amarelo
LE Brasil Vacaria
VO Brasil Caçapava
VO Brasil Falcão Penalizado com cartão amarelo
VO Brasil Batista
AT Brasil Valdomiro
AT Brasil Dario
AT Brasil Lula
Treinador:
Brasil Rubens Minelli
CORINTIANS:
GO Brasil Tobias
LD Brasil Zé Maria
ZA Brasil Moisés
ZA Brasil Zé Eduardo
LE Brasil Wladimir
VO Brasil Givanildo Penalizado com cartão amarelo
VO Brasil Ruço Penalizado com cartão amarelo
VO Brasil Neca
AT Brasil Waguinho
AT Brasil Geraldão
AT Brasil Romeu
Treinador:
Duque

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Atuando mal, o Corinthians sofreu sufoco do time ponte-pretano e chegou ao empate somente através de um gol contra.[4]
  2. Estreia dos novos reforços corintianos Givanildo e Neca. Apesar da boa atuação da equipe do Parque São Jorge, o time bugrino venceu a partida com um gol de falta, no fim do jogo, marcado por Zenon.[4]
  3. Em partida difícil, o time corintiano só conseguiu marcar os dois gols da vitória no final do jogo, depois da equipe cearense estar com um homem a menos durante o segundo tempo.[4]
  4. Um dos gols da derrota sofrida em Porto Alegre foi irregular. O árbitro Armando Marques assinalou um pênalti em uma falta que foi cometida fora da área.[4]
  5. Mesmo jogando mal e sem inspiração ofensiva, o Corinthians conseguiu a vitória por um gol a zero, frustrando o técnico corintiano Duque que queria os três pontos (a vitória por diferença de dois gols valia três pontos).[4]
  6. Com uma atuação apagada e erros de marcação, o Corinthians acabou perdendo para um adversário cheio de desfalques.[4]
  7. Precisando vencer por uma diferença de dois gols para somar três pontos e manter vivo as chances de se classificar para a Terceira Fase do nacional, o Corinthians venceu o Operário, na base da luta e da raça, em uma partida dramática, pelo placar de 3 a 1. Após o apito final, jogadores e torcedores corintianos comemoraram a vitória como se fosse a conquista de um título.[4]
  8. Os paulistas enfrentavam um adversário sem técnico, após a saída do treinador Paulinho Almeida, e que havia perdido todos os quatro jogos realizado naquela fase da competição. O presidente Vicente Mateus ainda contratou o meia Luciano, ídolo e jogador fundamental do Sport, que totalizava oito ausências (por contusões e suspensões) para o jogo na Ilha do Retiro. Mesmo com isso e a volta de Lance ao trio ofensivo, o Corinthians só conseguiu a vitória com um sofrido gol marcado nos últimos minutos por Geraldão.[4]
  9. Na estreia da Terceira Fase, em um Pacaembu lotado, o Corinthians enfrentou um adversário retrancado, violento e que, em dois contra-ataques no fim de jogo, quase marcou o gol da vitória.[4]
  10. Nesta partida da Terceira Fase, a equipe dirigida por Duque atacou, mas não conseguiu marcar gols no goleiro Jairo. Quando menos se esperava, o time paranaense marcou o gol da vitória em um lance polêmico. O juiz Agomar Martins não assinalou um impedimento de Oberdã, que estava em posição avançada. O resultado complicava a situação do Corinthians na competição. Após a partida, o presidente corintiano Vicente Matheus estava revoltado e chegou a pedir aos torcedores para abandonarem os estádios caso a equipe continuasse a ser prejudicada pela arbitragem.[4]
  11. Em um clássico sem emoções, Palmeiras e Corinthians não conseguiram sair do zero a zero. Surgiram críticas ao "ataque milionário" corintiano, que completava três jogos sem marcar gols.[4]
  12. Os corintianos esperavam conquistar uma vitória por dois gols de diferença, que valia três pontos, para manter as chances de classificação. Mas mesmo com o espírito de luta dos jogadores, a vitória foi por diferença de um gol, e o Corinthians somava apenas dois pontos, complicando-se na tabela de classificação[4]
  13. Sem ter conseguido uma vitória por três pontos, o Corinthians foi até o Rio Grande do Sul enfrentar o Caxias. A vitória contra o adversário era considerada difícil, mas não impossível. Eficiente em campo, o Corinthians soube aproveitar as oportunidades e goleou a equipe da casa por 4 a 1, somando três pontos e gerando um clima de otimismo que se refletiria nas partidas seguintes.[4]
  14. Com o Internacional praticamente classificado para a fase seguinte, restava uma vaga na chave. A Ponte Preta, uma das candidatas a esta vaga, estava a frente do Corinthians na classificação naquele momento. Uma vitória corintiana era fundamental para os anseios do clube do Parque São Jorge. Com o Pacaembu lotado, o Corinthians venceu bem e deu um passo importante para se classificar.[5]
  15. A partida era o grande teste para o Corinthians naquela altura do campeonato. Octacampeão gaúcho, o time do Inter impressionava pelo refinamento de seu futebol. O Morumbi recebeu neste jogo um público pagante de 113 286 pessoas, mais 7 mil não-pagantes, totalizando mais de 120 mil pessoas, um recorde da competição até então. A arrecadação - mesmo com o grande número de ingressos falsos - foi de cerca de três milhões de cruzeiros, também um recorde para o campeonato naquela temporada. No duelo, o Corinthians se impôs em campo e se mostrou superior ao time comandado pelo meio-campo Paulo Roberto Falcão. Os paulistas marcaram dois gols nos primeiros onze minutos de jogo. No final, placar de 2 a 1 e muita festa no Morumbi.[5]
  16. Com o Internacional já classificado, restava uma vaga por disputar entre Corinthians e Ponte Preta. O time de São Paulo somava 12 pontos, enquanto que o de Campinas, 11. Caso a Ponte perdesse seu jogo diante do Caxias, o Corinthians estaria automaticamente classificado. As duas partidas estavam marcadas para as 17h, mas propositalmente, o time do Corinthians atrasou em 20 minutos o jogo em Recife e, assim, saberia de antemão o resultado do jogo no Rio Grande do Sul. Santa Cruz e Corinthians ainda empatavam por 0 a 0 quando a partida em Caxias do Sul foi encerrada, com derrota para a Ponte Preta, resultado que classificava os corintianos.[5]

Referências

  1. «Ficha Técnica». Site oficial do Internacional. Consultado em 26 de abril de 2015 
  2. [1] - bolanaarea.com
  3. a b c Corinthians no Brasileirão de 1976 - Futpédia, GloboEsporte.com
  4. a b c d e f g h i j k l m Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome FSP-05-DEZ-1976/O-LONGO-CAMINHO
  5. a b c Folha de S.Paulo (5 de dezembro de 1976). Aroldo Chiorino: "O importante é lutar". 5º caderno, página 68