Joana I de Navarra

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Joana I
Infanta de Navarra
Joana I de Navarra
Rainha de Navarra
Condessa de Champanhe
Reinado 22 de julho de 127429 de novembro de 1314
Antecessor(a) Henrique I
Sucessor(a) Luís I
Regente Branca de Artois (até 1284)
Filipe I (a partir de 1284)
Rainha de França
Reinado 5 de outubro de 12854 de abril de 1305
Predecessor(a) Maria de Brabante
Sucessor(a) Margarida da Borgonha
 
Nascimento 14 de janeiro de 1273
  Bar-sur-Seine, Aube, França
Morte 4 de abril de 1305 (32 anos)
  Vincennes, Vale do Marne, França
Sepultado em Basílica de Saint-Denis, França
Cônjuge Filipe IV de França
Descendência Luís X de França
Margarida
Isabel, Rainha de Inglaterra
Filipe V de França
Branca
Carlos IV de França
Roberto
Dinastia Blois (por nascimento)
Capeto (por casamento)
Pai Henrique I de Navarra
Mãe Branca de Artois
Brasão

Joana I de Navarra ou Joana I de Champanhe (em castelhano: Juana, em francês: Jeanne; Bar-sur-Seine, 14 de janeiro de 1273Vincennes, 4 de abril de 1305) foi rainha soberana da Navarra e condessa de Champanhe desde 1274, e rainha consorte de Filipe IV de França de 1284 até à sua morte.[1][2] Era filha do rei Henrique I de Navarra e de Branca de Artois.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Pela morte do pai, em julho de 1274, aos 3 anos de idade tornou-se condessa de Champanhe e Brie, e rainha de Navarra, sob regência da mãe. Vários interessados, tanto navarreses como castelhanos, aragoneses e franceses, tentaram tirar proveito da minoridade da herdeira e da fraqueza da regente mulher, o que as levou a procurar protecção na corte de Filipe III de França.

Fazendo fracassar os planos de Afonso X de Leão e Castela, que pretendia casá-la com um filho seu, aos 13 anos de idade Joana casou-se com o príncipe herdeiro da França, Filipe o Belo, a 16 de agosto de 1284. No ano seguinte Filipe III de França morreu, Filipe IV subiu ao trono e Joana foi coroada rainha consorte de França. O seu esposo implementou as políticas da França também no reino de Navarra:

O regime francês acentuou o antissemitismo do reino ibérico, com os reis a limitar a ação dos judeus ao proibir a usura, estabelecendo que não poderiam cobrar juros pelos seus empréstimos.

Estátua da rainha Joana I de Navarra do Colégio de Navarra, que fora fundado por ela. Na foto, em exibição no Museu Bode
Selo de Joana I de Navarra

Cedeu a igreja de Corella à Ordem de Grandmont com todas as suas rendas, avaliadas em 125 libras por ano. Em troca, os bens do mosteiro de Tudela reverteram para a coroa, com a excepção do solar em que estava edificado, a horta, o aqueduto e o aproveitamento do monte de la Bardena junto a esta cidade.

Joana era uma mulher de grande inteligência e vivacidade, amante das artes e letras, tendo fundado a Universidade de Navarra. Durante o seu reinado chegou liderar um exército contra o conde de Bar quando este se revoltou contra a sua soberania. No entanto não conseguiu anular o Fuero General de Navarra, um aforamento escrito em 1250 pela nobreza para evitar os abusos dos reis.

Em 1304 adoeceu e transferiu o seu título ao primogênito, Luís I de Navarra, de quinze anos. Este casou no mesmo ano com Margarida, filha de Roberto II, duque da Borgonha. Segundo outras versões, foi o seu esposo quem continuou como rei de Navarra, Luís só governando depois da morte do pai em 1314, quando subiu também ao trono da França como Luís X de França.

Joana morreu em 4 de Abril de 1305, sob circunstâncias misteriosas. Um cronista chegou até a acusar o seu esposo de assassinato. Todos os seus três filhos varões sobreviventes acabariam por se tornar reis de França e de Navarra, um após o outro. A sua filha Isabel de França casou-se em 1308 com Eduardo II da Inglaterra, tornando-se rainha consorte dessa nação.

Navarra e França permaneceram em união pessoal até 1328. A morte do seu último filho varão, Carlos IV de França, trouxe a coroa de Navarra para Joana II de Navarra e para a casa de Évreux, e a da França para Filipe VI da casa de Valois. Esta última sucessão foi contestada por Eduardo III da Inglaterra, filho da sua filha Isabel, o que originou a Guerra dos Cem Anos entre as duas nações.

Descendência[editar | editar código-fonte]

Do seu casamento com Filipe IV de França nasceram:[1]

Referências

  1. a b c Kenny, Peter Francis (2016). Monarchs (em inglês). Bloomington: Xlibris Corporation. p. 227 
  2. Río, Alfredo Gil del (1969). Horizontes riojanos: historia de una región desde sus orígenes a la actualidad (em espanhol). Madrid: Centro Riojano de Madrid. p. 104 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Isabella and the Strange Death of Edward II, P.C. Doherty

Precedido por
Henrique I
Armas do reino de Navarra e do condado de Champagne
Rainha de Navarra
e Condessa de Champagne
sob regência de Branca de Artois até 1284,
com Filipe I a partir de 1284

1274 - 1305
Sucedido por
Luís I
Precedido por
Maria de Brabante

Rainha consorte de França

1285 - 1305
Sucedido por
Margarida da Borgonha