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Cazuza

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 Nota: Para outros significados, veja Cazuza (desambiguação).
Cazuza
OMC
Cazuza em 1987.
Nome completoAgenor de Miranda Araújo Neto
Pseudônimo(s)Cazuza
Outros nomesCaju
Nascimento
Morte
7 de julho de 1990 (32 anos)

Causa da mortechoque séptico causado pela AIDS
Nacionalidadebrasileiro
Estatura1,76 m[1]
ProgenitoresMãe: Lucinha Araújo
Pai: João Araújo
Ocupação
Carreira musical
Período musical1980–1990
Gênero(s)
Instrumento(s)
Gravadora(s)
Afiliações
Websitecazuza.com.br

Agenor de Miranda Araújo Neto OMC[3] (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1958 – Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990), mais conhecido como Cazuza, foi um cantor, compositor e músico brasileiro. Além do reconhecimento por sua aclamada carreira musical, tornou-se um símbolo da luta contra a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), que o acometeu e causou sua morte em 1990.[4] Inicialmente conhecido como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho,[5] na qual fez bem-sucedida parceria com Frejat, posteriormente seguiu carreira solo, sendo aclamado pela crítica como um dos principais poetas da música brasileira.[6]

Exagerado, primeiro álbum do artista fora do Barão Vermelho, foi lançado em novembro de 1985. Dois anos depois, em 1987, Cazuza lançou Só Se For a Dois. Entre 1988 e 1989, o cantor lançou outros dois álbuns, O Tempo Não Para (1988) e Burguesia (1989) — este último gravado por Cazuza já debilitado, em decorrência do vírus HIV, descoberto dois anos antes. Em 1989, revelou ser soropositivo, termo usado para descrever a presença do vírus HIV, causador da AIDS. Nos últimos períodos em vida, Cazuza fez um segundo tratamento em Boston e retornou ao Rio de Janeiro. Morreu em 1990, aos 32 anos, no seu apartamento em Ipanema. Também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo assumido em entrevistas sua bissexualidade.

Biografia

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Filho da filantropa Lucinha Araújo (n. 1936) e do produtor musical João Araújo (1935–2013), Cazuza recebeu o apelido mesmo antes do nascimento. Foi registrado como Agenor por insistência de sua avó paterna.[5] Na infância, Cazuza nem sequer sabia seu nome verdadeiro, por isso não respondia à chamada na escola. Só mais tarde, quando descobriu que um de seus compositores prediletos, Cartola, também se chamava Agenor (oficialmente Angenor, por um erro do cartório), começou a aceitar o nome.[7]

Cazuza sempre teve contato com a música. Influenciado desde pequeno pelos grandes nomes da música brasileira, tinha preferência pelas canções dramáticas e melancólicas, como as de Cartola, Dolores Duran, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Maysa e Dalva de Oliveira. Era também grande fã da roqueira Rita Lee, para quem chegou a compor a letra da canção "Perto do Fogo", que Rita musicou. Cazuza cresceu no bairro do Leblon e estudou no Colégio Santo Inácio, até mudar para o Colégio Anglo-Americano, para evitar reprovação. Como os pais às vezes saíam à noite, o filho único ficava na companhia da avó materna, Alice.[8] Por volta de 1965 começou a escrever letras e poemas, que mostrava à avó. Graças ao ambiente profissional do pai, Cazuza cresceu em volta dos maiores nomes da música popular brasileira, como Caetano Veloso, Elis Regina, Gal Costa, Gilberto Gil, João Gilberto, Novos Baianos, entre outros.[9] A mãe, Lucinha Araújo, também cantava e gravou três discos.[9][10]

Em 1972, de férias em Londres, Cazuza conheceu as canções de Janis Joplin, Led Zeppelin e Rolling Stones, dos quais tornou-se um grande fã. Por causa da promessa do pai, que disse que lhe presentearia com um carro caso ele passasse no vestibular, Cazuza foi aprovado em Comunicação em 1976, mas desistiu do curso três semanas depois. Mais tarde começou a frequentar o Baixo Leblon, onde levou uma vida boêmia, bebendo, fumando e se relacionando sexualmente com homens e mulheres. Para evitar que o filho continuasse a manter uma atitude rebelde perante a vida, João Araújo criou um emprego para ele na gravadora Som Livre, da qual foi fundador e presidente.[8] Na Som Livre, Cazuza trabalhou no departamento artístico, onde fez triagem de fitas de novos cantores. Logo depois trabalhou na assessoria de imprensa, onde escreveu releases para divulgar os artistas. No final de 1979 fez um curso de fotografia na Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos. Lá, descobriu a literatura da geração beat, os chamados poetas malditos, que mais tarde teria grande influência na carreira. Em 1980 retornou ao Rio de Janeiro, onde ingressou no grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, no Circo Voador.[7] Foi nessa época que Cazuza cantou em público pela primeira vez. O cantor e compositor Leo Jaime, convidado para integrar uma nova banda de rock de garagem que se formava no bairro carioca do Rio Comprido, não aceitou, mas, indicou Cazuza aos vocais. Daqueles ensaios na casa do tecladista Maurício Barros, nasceu o Barão Vermelho.[11]

1981–85: Barão Vermelho

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A banda Barão Vermelho, que até então foi formada por Roberto Frejat (guitarra), Dé Palmeira (baixo), Maurício Barros (teclado) e Guto Goffi (bateria), gostou muito do vocal berrado de Cazuza, que logo mostrou à banda letras que havia escrito. Como muitos de seus poemas não tinham uma melodia própria, o guitarrista Frejat passa a compor músicas para as letras do vocalista, formando uma das duplas mais festejadas do rock brasileiro.[12] Dali para frente, a banda que antes só tocava covers passa a criar um repertório próprio. Nesta mesma época, Cazuza conhece o produtor musical, jornalista e escritor Ezequiel Neves, com quem desenvolveu uma forte amizade e uma relação similar a discípulo e mentor.[13][14] Após ouvir uma fita demo com as músicas do Barão, Ezequiel resolveu produzi-los e convenceu o diretor artístico da Som Livre, Guto Graça Mello, a gravar a banda.[8] Juntos convencem o relutante João Araújo a apostar no projeto de seu filho.[15]

Com uma produção barata e gravado em apenas dois dias, é lançado em 1982 o primeiro álbum da banda, Barão Vermelho. Das canções mais importantes, destacam-se "Bilhetinho Azul", "Ponto Fraco", "Down Em Mim" e "Todo Amor Que Houver Nessa Vida". Apesar de ser aclamado pela crítica, o disco vendeu apenas sete mil cópias.[8] Depois de alguns shows no Rio de Janeiro e em São Paulo, a banda voltou ao estúdio e com uma melhor produção gravou o disco Barão Vermelho 2, lançado em 1983. Esse disco vendeu 500 mil cópias.[16] Foi nessa fase que, durante um show no Canecão, Caetano Veloso apontou Cazuza como o maior poeta da geração e criticou as rádios, que só tocavam pop brasileiro e MPB na época, por não reproduzirem as canções da banda.[17] O rótulo de "banda maldita" só foi derrubado quando o cantor Ney Matogrosso gravou "Pro Dia Nascer Feliz" e esta começou a ser tocada nas rádios, impulsionando também a versão original do grupo.[18] Era o empurrão que faltava, e o Barão Vermelho ganhou vida pública própria.

1984–85: Maior Abandonado e Rock in Rio

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A banda foi convidada a compor e gravar o tema do filme Bete Balanço, protagonizado pela atriz Débora Bloch. A canção-título tornou-se um dos grandes clássicos da banda, impulsionando o filme que vira sucesso de bilheteria. A canção também impulsionou as vendas do terceiro disco do Barão, Maior Abandonado, lançado em outubro de 1984, que conquistou disco de ouro, registrando outras composições como "Maior Abandonado" e "Por Que a Gente é Assim?". Em 15 e 20 de janeiro de 1985, o Barão Vermelho se apresentou na primeira edição do festival Rock in Rio.[12] A apresentação da banda no quinto dia tornou-se antológica por coincidir com a eleição do presidente Tancredo Neves e com o fim da Ditadura Militar. Cazuza anunciou esse fato ao público presente e, para comemorar, cantou "Pro Dia Nascer Feliz" e falou: "Que o dia nasça lindo pra lindo pra todo mundo amanhã! Um Brasil novo, com uma rapaziada esperta".[19][20]

Meses depois, Cazuza decidiu sair a banda pois, segundo o próprio, era "muito egoísta para dividir a atenção e os palcos". Sobretudo, ele desejava ter liberdade para compor e se expressar, musical e poeticamente. Foi acordado que ele participaria do quarto álbum da banda e manteria essa decisão em segredo. Entretanto, no dia 27 de julho de 1985, em meio aos ensaios e negociações do álbum que viria a ser Declare Guerra, ele reuniu a banda para anunciar que estava deixando para seguir carreira solo. Sua saída gerou uma forte ruptura na amizade do cantor com os colegas, principalmente com Frejat, que ficou por meses sem falar com o parceiro.[21] Ezequiel Neves dividiu-se entre a banda e a carreira solo do cantor. "Fui 'salomônico'", declarou em entrevista ao Jornal do Commercio.[22]

1985–90: Carreira solo

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1985–87: Exagerado e Só Se For a Dois

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Em outubro de 1985, foi internado no Hospital São Lucas, em Copacabana, para ser tratado por de pneumonia. Cazuza exigiu fazer um teste de HIV, do qual o resultado foi negativo.[23] Em novembro de 1985, foi lançado o primeiro álbum solo, Exagerado. Este foi lançado ao público simplesmente como "Cazuza", mas foi renomeado popularmente devido ao sucesso da canção de mesmo nome composta em parceria com Leoni. O álbum foi um sucesso, alcançando a marca de 50 mil cópias vendidas e emplacando hits como "Codinome Beija-Flor", "Medieval II" e o hit "Exagerado", que se torna um dos maiores sucessos e marca registrada do cantor.[12][24]

No ano seguinte, Cazuza reencontra os membros do Barão Vermelho durante os bastidores do programa Globo de Ouro por intermédio de Ezequiel Neves. A reconciliação reavivou o apreço e o respeito e consolidou a amizade e a parceria musical entre os amigos, apesar da distância.[25] Ainda em 1986, durante uma descontraída roda de violão de madrugada, Dé Palmeira, baixista do Barão, Bebel Gilberto e Cazuza compuseram e gravaram a demo de "Preciso Dizer que Te Amo", que se tornou sucesso na voz de Marina Lima e ganhou o Prêmio Sharp de Música Brasileira de 1988 na categoria de Melhor Música de Pop-Rock. Cazuza também recebeu um troféu na mesma cerimônia como Melhor Cantor de Pop-Rock, que dedicou em discurso aos seus pais.[26]

Seu segundo álbum solo, Só Se For a Dois, foi gravado no segundo semestre de 1986. Como a Som Livre rompeu com seu elenco de artistas, este foi lançado pela PolyGram (agora Universal Music Group) em 1987. O trabalho mostrou temas românticos e mais melódicos, como "Só Se For a Dois", "O Nosso Amor a Gente Inventa", "Solidão Que Nada", "Completamente Blue" e "Ritual". Em entrevistas sobre o álbum na época, Cazuza dizia que o álbum o permitiu compor canções "não-rock'n'roll", revelando seu lado de "cantor de churrascaria".[27]

Cazuza, durante o show O Tempo Não Para, em 1988.

1987–89: Ideologia e O Tempo Não Para

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No dia 29 de abril de 1987, apenas uma semana antes de estrear a turnê do álbum Só Se For A Dois, um novo teste revelou que Cazuza era portador do vírus HIV.[28][29] Em outubro, após o fim da excursão, o cantor foi internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, para ser tratado por uma nova pneumonia.[30] Sem melhora, foi levado pelos pais aos Estados Unidos e submetido a um tratamento a base de AZT durante dois meses no New England Hospital, de Boston.[31][32] Ao voltar ao Brasil no começo de dezembro de 1987, Cazuza inicia as gravações para um novo disco.[33] Ideologia, de 1988, contém letras mais profundas liricamente e políticas se comparadas com os trabalhos anteriores, mas sem deixar de abordar temas românticos. O álbum foi um grande sucesso comercial e de crítica, culminando nos hits "Ideologia", "Blues da Piedade", "Faz Parte do Meu Show", e "Brasil".[34] Esta última, um samba-rock, tornou-se clássico em versão de Gal Costa e foi tema de abertura da telenovela Vale Tudo, da Rede Globo.[35]

Cazuza em 1988.

Visivelmente mais magro de com cabelos lisos e menores, seu estado de saúde era motivo de especulação por parte da mídia. Cazuza ainda não havia assumido sua doença ao público e sempre contornava o assunto, mas queria mostrar que estava bem e ativo.[36] Seus shows se tornam mais elaborados e a turnê do disco Ideologia, dirigido por Ney Matogrosso, viajou por todo o Brasil.[37][30] Em meio ao repertório de sucessos e inéditas, destacam-se "Vida Louca Vida", originalmente de Lobão e Bernardo Vilhena, "Todo Amor Que Houver Nessa Vida" com um novo arranjo mais introspectivo, "Preciso Dizer Que Te Amo" e as intimistas "Codinome Beija-Flor" e "Faz Parte Do Meu Show". Para encerrar os shows, uma canção de protesto social inédita chamada "O Tempo Não Para", composta com Arnaldo Brandão da banda Hanói-Hanói. Esta se tornou um dos sucessos mais marcantes de sua obra e deu nome ao seu primeiro álbum ao vivo, gravado na casa de shows Canecão, foi lançado em 1989 em vinil pela PolyGram e em VHS pela Globo Filmes.[19][30] A turnê foi aclamada, enquanto O Tempo Não Para se tornou seu maior sucesso comercial, superando a marca de 500 mil cópias vendidas.[38]

1989–90: Burguesia

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Após o fim da turnê, Cazuza volta ao New England Hospital, em Boston, para dar continuidade ao seu tratamento. Em 13 de fevereiro de 1989, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, declarou publicamente que era soropositivo, ajudando assim a criar consciência em relação à doença e aos efeitos dela. De volta ao Brasil em março e internado na Clínica São Vicente, ele escrevia letras e as entregava aos amigos que o visitavam para que musicassem. Cazuza saia frequentemente do leito, mesmo em estágio avançado da doença, para produzir novo álbum.[39][40]

No dia 25 de abril de 1989, compareceu de cadeira de rodas na segunda edição do Prêmio Sharp, realizada no Golden Room do Copacabana Palace. Durante a cerimônia, foi lido um manifesto da classe artística em solidariedade ao artista e contra a polêmica e equivocada reportagem de capa da revista Veja, que trazia a manchete "Cazuza: uma vítima da AIDS agoniza em praça pública".[41] O texto condenava a postura antiética da revista e reconhecia Cazuza como um "herói do nosso tempo". O cantor venceu nas categorias de Melhor Disco de Pop-Rock por Ideologia e Melhor Música do Ano e Melhor Música de Pop-Rock por "Brasil". Ao subir no palco para receber o prêmio, discursou: "Estou vivo por causa do meu trabalho".[42][26]

Burguesia foi gravado em clima de urgência para que fosse finalizado e lançado com Cazuza em vida, que estava cada vez mais debilitado pelas doenças oportunistas decorrentes da AIDS.[5] O cantor gravou e produziu as canções ora sentado na cadeira de rodas, ora deitado numa maca, com a voz nitidamente enfraquecida.[43] É um álbum duplo de conceito dual, sendo o primeiro disco com canções de rock brasileiro e o segundo com canções de MPB.[44] Apesar das críticas mistas em seu lançamento, Burguesia vendeu 250 mil cópias.[7][45] O videoclipe da polêmica faixa-título, dirigido por Ana Arantes, recebeu o prêmio de ouro no 32º New York Festival.[46] Em 1990, Cazuza recebeu o Prêmio Sharp póstumo de Melhor Canção de Pop-Rock com "Cobaias de Deus", composta com Angela Ro Ro.[47]

Doença e morte

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Em outubro de 1989, depois de quatro meses a base de um tratamento alternativo em São Paulo, Cazuza partiu novamente para Boston com infecção de um citomegalovírus. Sem melhora, a equipe médica americana informa à família que não havia mais o que ser feito e, assim, ele volta ao Rio de Janeiro no dia 9 de março de 1990.[48] Pesando apenas 38 quilos e quase sem forças, ele continuou com bom humor, frequentando shows, visitando lugares e amigos ao longo de seus últimos meses.

Na manhã do dia 7 de julho de 1990, Cazuza morreu no apartamento de seus pais, em Ipanema, aos 32 anos, por um choque séptico causado pela AIDS.[39] O enterro, que contou com mais de mil pessoas, entre parentes, amigos e fãs, ocorreu no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. Pela tarde, o caixão de Cazuza, coberto de flores e lacrado, foi levado à sepultura pelos ex-companheiros do Barão Vermelho e pelo amigo Ezequiel Neves ao som de aplausos e suas músicas cantadas em coro pelos presentes.[49]

No tampo de mármore do túmulo, seu último grande sucesso, "O Tempo Não Para", consta como um epitáfio. Em sua lápide, nada além de sua assinatura com o famoso apelido.[12] Em 30 de novembro de 2013, seu pai e então presidente da Som Livre, João Araújo, morreu depois de uma parada cardíaca, aos 78 anos, e foi enterrado na mesmo lugar que o filho.[50]

Estátua de Cazuza no Leblon, Rio de Janeiro.

O estilo, a habilidade vocal e a obra produzida por Cazuza tiveram um impacto significante na música popular brasileira. Isso deu-lhe o título de um dos maiores vocalistas masculinos de música contemporânea.[51] Escrevendo para a coluna Combate Rock no UOL, o critico de música Marcelo Moreira escreveu que "Além da evidente qualidade de seus textos e letras, o que faz dele o melhor cantor do nosso rock era a irreverência e a capacidade de ironizar a todos, inclusive a si próprio".[52] Completando que "Sua própria existência foi o maior legado que deixou, fazendo dele um símbolo daquele pulsante e necessário rock brasileiro dos anos 1980.[52] De acordo com a revista Rolling Stone Brasil: "Cazuza vive na memória da música brasileira entre lendas sobre seu temperamento passional. Mas o que lhe garante a posteridade é a obra que transcendeu o universo do rock ao se aproximar da MPB com uma poesia sempre cortante no fio da navalha. Uma obra pautada por um desespero paradoxalmente esperançoso".[53]

A cantora e jornalista Mona Gadelha escreveu que Cazuza “fez época com discursos de protesto contra as mazelas do Brasil da época, que são quase as mesmas”, compara. “Ele tinha muita personalidade e colocava isso nas letras, na escolha das temáticas. Cazuza acreditava muito no que escrevia, sem se preocupar em agradar. O rock, além de ser uma música, é um comportamento, uma postura crítica em relação ao mundo. Cazuza cumpriu essa função muito bem com o que escreveu”, avança.[54] A artista chama atenção para a permanência de vários desses versos no linguajar popular do País. ‘Segredos de liquidificador’, ‘um museu de grandes novidades’, ‘o nosso amor a gente inventa’. "Isso, pra mim, é a verdadeira consagração popular, quando a obra transcende o tempo e adentra o cotidiano da língua".[54] O cantor Frejat disse que "Cazuza promoveu uma revolução na música brasileira", por conseguir unir o rock brasileiro à MPB, já que antes dele havia forte resistência por parte da indústria a essa união.[55]

Cazuza também é creditado por suas letras criticas e contundentes, que questionavam o sistema político brasileiro; Bruno Ribeiro do Portal do Partido Democrático Trabalhista comentou: "músicas como ‘O Tempo Não Para’ mostravam com suas letras a realidade de um país preconceituoso, problemático e, ao mesmo tempo, revolucionário. Nas entrelinhas, muitas vezes, a mensagem virava discurso".[56] Francisco Fernandes Ladeira, do Observatório da Imprensa, descreveu-o como "O poeta do rock brasileiro" e louvou as canções “O Tempo Não Para”, “Brasil” e “Burguesia”, por "refletirem não apenas as angústias enfrentadas pelo cantor. Mas também de forma fidedigna como era o contexto brasileiro do final da década de 1980, período marcado por grande instabilidade política e econômica".[57] Em outubro de 2008 a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Cazuza na 34ª posição.[58]

Em apenas dez anos de carreira, Cazuza deixou 126 canções gravadas, 78 inéditas e 34 para outros intérpretes. As canções de Cazuza já foram reinterpretadas pelos mais diversos artistas brasileiros dos mais diversos gêneros musicais. Em 1999, a Som Livre realizou o show Tributo a Cazuza, posteriormente lançando em CD e DVD, do qual participaram Ney Matogrosso, Barão Vermelho, Engenheiros do Hawaii, Kid Abelha, Zélia Duncan, Sandra de Sá, Arnaldo Antunes e Leoni. Em 2000, foi exibido no Rio de Janeiro e em São Paulo, o musical Casas de Cazuza, escrito e dirigido por Rodrigo Pitta, cuja história tem base nas canções de Cazuza. Em 2004, foi lançado o filme biográfico Cazuza - O Tempo Não Para, de Sandra Werneck.[19] Após sua morte, os pais fundaram a Sociedade Viva Cazuza, em 1990. Ela tem como intenção proporcionar uma vida melhor a crianças soropositivas através de assistência à saúde, educação e lazer. Em 1997, a cantora Cássia Eller lançou o álbum Veneno AntiMonotonia, que traz somente composições de Cazuza.[5] Foi o enredo da Camisa Verde e Branco, Escola de Samba de São Paulo, no Carnaval de 2025.[59] No mesmo ano foi retratatado no filme biográfico de Ney Matogrosso, "Homem Com H" - impersonado pelo ator Jullio Reis.[60]

Lançamentos póstumos

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Em 1991, no mês em que Cazuza completaria 33 anos de idade, foi lançado o álbum Por Aí. Lançado pela PolyGram e produzido por Ezequiel Neves e João Rebouças, este foi o último disco de canções inéditas do cantor, contendo gravações que não constaram nos anteriores.[61]

Em 2005, as gravações ao vivo no Teatro Ipanema em apresentações para divulgação do álbum Só Se For a Dois foram reunidas no álbum O Poeta Está Vivo - Ao Vivo no Teatro Ipanema 1987, publicado pela Som Livre e Universal Music Group. O repertório consiste nos sucessos da carreira de Cazuza até aquele momento, tanto junto ao Barão Vermelho quanto em sua carreira solo.[62]

Em 2017, a coletânea Exagerado contou com a canção inédita "Dia dos Namorados", parceria do poeta com o guitarrista Perinho Santana. Originalmente gravada em 1987, o produtor Nilo Romero, que refez os arranjos para o lançamento, convidou o cantor Ney Matogrosso para fazer participação na música. Ney, que namorou com Cazuza no fim dos anos 70, já havia gravado composições de Cazuza, como "Pro Dia Nascer Feliz", "Por Que A Gente É Assim?" e "Poema", porém eles nunca tenham feito um dueto. Esta, apesar dos anos de diferença entre as gravações de um e outro, é o único registro dos dois cantores numa mesma faixa.[63][64]

No dia 7 de julho de 2021, no dia em que a morte do cantor completou 31 anos, foi anunciado o lançamento de "Mina", a gravação inédita em parceria com George Israel e Nilo Romero, que já haviam composto a melodia para a música "Brasil". A música já havia sido gravada por Leo Jaime e pelo próprio George, mas a versão de Cazuza estava arquivada desde que esta ficou de fora do álbum Só Se For A Dois e só foi lançada 34 anos depois, no dia 9 de julho, nas plataformas digitais.[65]

Ainda em 2021, através do YouTube, foi publicada uma apresentação musical de Cazuza intitulada Uma Prova de Amor, em que trabalhava as músicas do álbum O Tempo Não Pára - Ao Vivo. No registro vários intérpretes e personalidades aparecem. No palco aparecem pra cantar Gal Costa, Sandra de Sá, Simone e Frejat, onde cantam juntos pela primeira vez "Bete Balanço". Na plateia, Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, Malu Mader, Cláudia Abreu e Marina Lima. Marina havia sido chamada por Cazuza inicialmente para cantar "Preciso Dizer Que Te Amo", num momento bastante irreverente. Mas Cazuza pediu carinhosamente que Marina apenas ouvisse a interpretação dele. Entre os músicos de apoio estavam Ricardo Palmeira, irmão de Dé Palmeira, então integrante do Barão Vermelho, e Nilo Romero, produtor musical da turnê e do álbum Ideologia.[66]

No ano seguinte, em 4 de abril de 2022, uma versão estendida do álbum O Tempo Não Pára foi lançada em versões físicas e nas plataformas digitais com o nome de "O Tempo Não Para - O Show Completo". Nesta, constam 7 músicas que foram cortadas do original: "Completamente Blue", "Vida Fácil", "A Orelha de Eurídice", "Blues da Piedade", "Preciso Dizer que Te Amo", "Mal Nenhum" e "Brasil". Mixado por Walter Costa e remasterizado por Ricardo Garcia, o show foi gravado em 1988 no Rio de Janeiro.[67][68]

Discografia

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Filmografia

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Ano Título Papel Nota
1984 Bete Balanço ele mesmo participação especial
1987 Um Trem para as Estrelas ele mesmo participação especial
2001 Cazuza - Sonho de Uma Noite no Leblon documentário
2004 Cazuza - O Tempo Não Para

Televisão

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Ano Título Papel Nota
1989 Cazuza: Uma Prova de Amor ele mesmo

Videografia

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Bibliografia

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  • Songbook Cazuza Vol. 1 (1990)
  • Songbook Cazuza Vol. 2 (1990)
  • Cazuza: Só as Mães São Felizes (1997)
  • Cazuza, Preciso Dizer Que Te Amo: Todas as Letras do Poeta (2001)
  • Faz Parte do Meu Show: A trajetória de um artista em busca de si mesmo (livro psicografado; 2004)
  • O Tempo Não Para: Sociedade Viva Cazuza (2010)
  • Cazuza: Segredos de Liquidificador (2019)
  • Cazuza: Protegi Teu Nome Por Amor (fotobiografia; 2024)
  • Cazuza: Meu Lance É Poesia (obra poética; 2024)

Prêmios e indicações

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Prêmio da Música Brasileira[26]

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Ano Categoria Indicação Resultado
1988 Melhor cantor de Pop/Rock/Reggae/Hiphop/Funk Venceu
Música de pop/rock “Preciso Dizer Que Te Amo” Venceu
1989 Disco de pop/rock Ideologia[69] Venceu
Música de pop/rock "Faz Parte do Meu Show" Indicado
"Ideologia" Indicado
Música do ano "Faz Parte do Meu Show" Indicado
1990 Disco de pop/rock Burguesia Indicado
Música de pop/rock “Cobaia de Deus” Venceu

Referências

  1. «#4 ForasDeSérie | CAZUZA: 17 curiosidades sobre sua vida». Novabrasil FM. 25 de julho de 2022. Consultado em 16 de julho de 2023 
  2. «Cazuza e Ezequiel Neves, Eternos Exagerados». Rolling Stone Brasil. 7 de julho de 2020. Consultado em 23 de março de 2025 
  3. «A eterna irreverência de Cazuza, com todo o amor que houver nesta vida; Poeta faria 64 anos hoje – Agência AIDS». Consultado em 5 de setembro de 2023 
  4. «Cazuza e a luta pública contra a AIDS». Mega Rádio VCA - Notícias (em inglês). 2022. Consultado em 2 de maio de 2025 
  5. a b c d Lucinha Araújo. O tempo não para – Viva Cazuza. [S.l.]: Globo Marcas. 272 páginas. ISBN 978-85-250-2899-0. Consultado em 7 de julho de 2012 
  6. «Há 20 anos, música brasileira perdia o poeta Cazuza». Terra. 7 de julho de 2010. Consultado em 11 de setembro de 2025 
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  9. a b «Cazuza para sempre». Diário da Manhã - O Jornal do leitor Inteligente. 7 de julho de 2015. Consultado em 10 de setembro de 2025 
  10. «Pagina do Artista: Lucinha Araújo». IMMuB. Consultado em 10 de setembro de 2025 
  11. Regina Echeverria; Lucinha Araujo, Lucinha Araújo (2000). Livro - Cazuza - Só As Mães São Felizes. CAZUZA - SÓ AS MÃES SÃO FELIZES 13ª ed. [S.l.]: Globo. 400 páginas. ISBN 8525038865. Consultado em 7 de julho de 2012 
  12. a b c d «Perfiz dos artistas / Cazuza». NovaBrasil FM. Consultado em 7 de julho de 2012 
  13. RJ, Do G1 (7 de julho de 2010). «Morre Ezequiel Neves, produtor musical que ajudou a revelar Cazuza». Pop & Arte. Consultado em 5 de setembro de 2025 
  14. Ne10 (2 de abril de 2008). «Confira íntegra de entrevista com Ezequiel Neves». JC. Consultado em 5 de setembro de 2025 
  15. Bryan, Guilherme (7 de julho de 2020). «Cazuza e Ezequiel Neves, Eternos Exagerados». Rolling Stone Brasil. Consultado em 11 de setembro de 2025 
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  17. «O tempo não para o poeta». www.otempo.com.br. Consultado em 10 de setembro de 2025 
  18. Moraes, Fabiano (20 de junho de 2025). «Ney Matogrosso conta como convenceu Cazuza a gravar 'Pro Dia Nascer Feliz'». Fabiano Moraes. Consultado em 12 de setembro de 2025 
  19. a b c «"Série Encontros O Globo relembra Cazuza"». Cazuza. Consultado em 18 de março de 2014 
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