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Eça de Queiroz: diferenças entre revisões

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Revisão das 13h21min de 19 de outubro de 2009

Eça de Queirós
Eça de Queiroz
Nascimento 25 de novembro de 1845
Póvoa de Varzim, Portugal
Morte 16 de agosto de 1900
Paris, França
Nacionalidade Português
Ocupação Romancista, contista
Escola/tradição Romantismo, Realismo

José Maria de Eça de Queirós[1] (Póvoa de Varzim, 25 de novembro de 1845Paris, 16 de agosto de 1900) é um dos mais importantes escritores lusos.[1] Foi autor, entre outros romances de importância reconhecida, de Os Maias e O crime do Padre Amaro este último por muitos considerado o melhor romance realista português do século XIX.

Biografia

Estátua de Eça de Queirós, na Praça do Almada na Póvoa de Varzim.

José Maria de Eça de Queirós nasceu em novembro de 1845, numa casa da Praça do Almada na Póvoa de Varzim, no centro da cidade; foi baptizado na Igreja Matriz de Vila do Conde. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, nascido no Rio de Janeiro em 1820, e de Carolina Augusta Pereira d'Eça, nascida em Monção em 1826[2]. O pai de Eça de Queirós, magistrado e par do reino, convivia regularmente com Camilo Castelo Branco, quando este vinha à Póvoa para se divertir no Largo do Café Chinês.

Eça de Queirós foi batizado como "filho natural de José Maria d'Almeida de Teixeira de Queiroz e de Mãe incógnita"Predefinição:Necessita fontes, fórmula comumPredefinição:Necessita fontes que traduzia a solução usada em caso similares nos registos de baptismo quando a mãe pertencia a estratos sociais elevadosPredefinição:Necessita fontes.

Uma das teses para tentar justificar o facto dos pais do escritor não se terem casado antes do nascimento deste sustenta que Carolina Augusta Pereira de Eça não teria obtido o necessário consentimento da parte de sua mãePredefinição:Necessita fontes, já viúva do coronel José Pereira de Eça.

De facto, seis dias após a morte da avó que a isso se oporia, casaram-se os pais de Eça de Queirós, quando o menino tinha quase quatro anos. Por via dessas contingências foi entregue a uma ama, aos cuidados de quem ficou até passar para a casa de Verdemilho em Aradas, Aveiro, a casa da sua avó paterna que em 1855 morreuPredefinição:Necessita fontes.

Nessa altura, foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, de onde saiu em 1861, com dezasseis anos, para a Universidade de Coimbra onde estudou direito.

Além do escritor, o casal teria mais seis filhos.

Estátua na Póvoa de Varzim.
Estátua na Póvoa de Varzim.

O pai era magistrado, formado em Direito por Coimbra. Foi juiz instrutor do célebre processo de Camilo Castelo Branco, juiz da Relação e do Supremo Tribunal de Lisboa, presidente do Tribunal do Comércio, deputado por Aveiro, fidalgo cavaleiro da Casa Real, par do Reino e do Conselho de Sua Majestade. Foi ainda escritor e poeta.

Em Coimbra, Eça foi amigo de Antero de Quental. Os seus primeiros trabalhos, publicados avulso na revista "Gazeta de Portugal", foram depois coligidos em livro, publicado depois da sua morte sob o título Prosas Bárbaras.

Em 1869 e 1870, Eça de Queirós fez uma viagem de seis semanas ao OrientePredefinição:Necessita fontes (de 23 de outubro de 1869 a 3 de janeiro de 1870), em companhia de D. Luís de Castro, 5.º Conde de Resende, irmão da sua futura mulher, Emília de Castro, tendo assistido no Egipto à inauguração do canal do Suez: os jornais do Cairo referem «Le Comte de Rezende, grand amiral de Portugal et chevalier de Queiroz»[3]. Visitaram, igualmente, a PalestinaPredefinição:Necessita fontes. Aproveitou as notas de viagem para alguns dos seus trabalhos, o mais notável dos quais o O mistério da estrada de Sintra, em 1870, e A relíquia, publicado em 1887. Em 1871, foi um dos participantes das chamadas Conferências do Casino.

Quando foi despachado mais tarde como administrador municipal de Leiria, escreveu a sua primeira novela realista, O Crime do Padre Amaro, que apareceu em 1875.

Tendo entrado na carreira diplomática, Eça de Queirós passou os anos mais produtivos de sua vida em Inglaterra, como cônsul de Portugal em Newcastle e em BristolPredefinição:Necessita fontes. Escreveu então alguns dos seus trabalhos mais importantes, A Capital, escrito numa prosa hábil, plena de realismo. Suas obras mais conhecidas, Os Maias e O Mandarim, foram escritas em Bristol e Paris, respectivamente.

Seu último livro foi A Ilustre Casa de Ramires, sobre um fidalgo do século XIX com problemas para se reconciliar com a grandeza de sua linhagem. É um romance imaginativo, entremeado com capítulos de uma aventura de vingança bárbara que se passa no século XII, escrita por Gonçalo Mendes Ramires, o protagonista. Trata-se de uma novela chamada A Torre de D. Ramires, em que antepassados de Gonçalo são retratados como torres de honra sanguínea, que contrastam com a lassidão moral e intelectual do rapaz.

Morreu em 16 de agosto de 1900 em Paris. Teve funerais nacionaisPredefinição:Necessita fontes. Está sepultado em Santa Cruz do Douro.

Seus trabalhos foram traduzidos em aproximadamente vinte línguas.

Foi também o autor da Correspondência de Fradique Mendes e A Capital, obra cuja elaboração foi concluída pelo filho e publicada, postumamente, em 1925. Fradique Mendes, aventureiro fictício imaginado por Eça e Ramalho Ortigão, aparece também no Mistério da Estrada de Sintra.

Cronologia sumária

Obras

Obras traduzidas

As obras de Eça de Queirós foram traduzidas em cerca de 20 línguas.

Em francês

  • O Mandarim (Le Mandarin): traduzido do português por Michèle Giudicelli, prefácio de Antônio Coimbra Martins,Collection: Littérature étrangère, Editions de la Différence, Paris, publicado em 11 de Setembro de 2002, ISBN 2-7291-1414-9.
  • O Crime do Padre Amaro (Le Crime du Padre Amaro): Romance traduzido do português e prefaciado por Jean Girodon, Collection: Littérature étrangère, Editions de la Différence, Paris, publicado em 05/2007.
  • O Primo Basílio (Le Cousin Bazilio): Romance traduzido do português e prefaciado por Lucette Petit, Collection :Littérature étrangère, Editions de la Différence, Paris, publicado em 7 de Dezembro de 2001, ISBN 2-7291-1368-1
  • O Mistério da estrada de Sintra (Le Mystère de la route de Sintra), Editeur La Différence, 2001, ISBN 2729106723.
  • Sua Excelência, O Conde de Abranhos(Son Excellence, Le Comte d'Abranhos), Editeur La Différence, 1998, ISBN 2-7291-1150-6.

Em catalão

  • O defunto (El difunt), Ràfols, Barcelona, 1920?
  • O Egipto (De Port-Said a Suez), trad. de Narcís Oller, Ed. Catalana, Barcelona, 1921
  • A aia (La Dida); trad. de J. Finestrelles, Castells, Barcelona, 1923?
  • O Mandarim (El mandarí), Tres i Quatre, València, publicado em 1992
  • Adão e Eva no paradiso (Adam i Eva al paradís, Amós Belinchón, 1987
  • O primo Basílio (El cosí Basílio), Quaderns Crema, Barcelona, 2000.
  • O crime do padre Amaro (El crim de mossén Amaro), Quaderns Crema, Barcelona, 2001.
  • A correspondência de Fadrique Mendes (La correspondència de Fradique Mendes), Columna, Barcelona, 2002
  • 'A ilustre casa de Ramires (La il·lustre casa de Ramires), Destino, Barcelona, 2006.
  • Os Maias (Els Maia), Funambulista, Madrid, 2007.

Em inglês

  • A Capital (To the Capital), trad. de John Vetch, Carcanet Press, United Kingdom, 1995.
  • A Cidade e as serras (The City and the Mountains), trad. de Roy Campbell, Ohio University Press, 1968.
  • A Ilustre Casa de Ramires (The illustrious house of Ramires), trad. de Ann Stevens, Ohio University Press, 1968.
  • A Relíquia (The Relic), trad. de Margaret Jull Costa, Dedalus Books, 1994.
  • A tragédia da rua das Flores (The Tragedy of the Street of Flowers), trad. de Margaret Jull Costa, Dedalus Books, 2000.
  • Alves & Cia (Alves & Co.), trad. de Robert M. Fedorchek, University Press of America, 1988.
  • Cartas da Inglaterra (Letters from England), trad. de Ann Stevens, Bodley Head, 1970.
  • O Crime do Padre Amaro (The Sin of Father Amaro), trad. de Nan Flanagan, St. Martins Press, 1963.
  • O Crime do Padre Amaro (The Crime of Father Amaro), trad. de Margaret Jull Costa, Dedalus Books, 2002.
  • O Mandarim (The Mandarin), trad. de Richard Frank Goldman, Ohio University Press, 1965.
  • O Mandarim (The Mandarin): trad. de Margaret Jull Costa, Dedalus Books, 2009.
  • O Defunto (The Hanged Man): trad. de Margaret Jull Costa, Dedalus Books, 2009.
  • O Primo Basílio (Cousin Bazilio), trad. de Margaret Jull Costa, Dedalus Books, 2003.
  • Os Maias (The Maias), trad. de Margaret Jull Costa, New Directions, 2007.

Em castelhano

  • A Cidade e as Serras (La ciudad y las sierras), trad. de Marquina Angulo, Alianza Editorial, 2007
  • A Relíquia (La reliquia), trad. de R. Vilagrassa, Editorial Acantilado, 2004
  • O Crime do Padre Amaro (El crimen del padre Amaro), trad. de Eduardo Naval, Alianza Editorial, 1998
  • O Mandarim (El mandarín), trad. de Javier Coca y Raquel R. Aguilera, Editorial Acantilado, 2007
  • A Capital, La Capital, trad. de Javier Coca y Raquel R. Aguilera, Editorial Acantilado, 2008
  • Cartas da Inglaterra (Cartas de Inglaterra), trad. de Javier Coca y Raquel R. Aguilera, Editorial Acantilado, 2006
  • O mistério da estrada de Sintra (El misterio de la carretera de Cintra), trad. de A. González Blanco, Editorial Biblioteca Nueva, 1937
  • O Primo Basílio (El primo Basilio), trad. de Eduardo Naval, Alianza Editorial, 2004
  • Os Maias (Los Maia), trad. de Julio Gómez de la Serna, Círculo de Lectores, 1985

Em italiano

  • A cidade e as serras (La Città e Le Montagne), trad. de Camillo Berra, Torino, Union Tipografico - Editrice Torinese, 1981.
  • A Capital (La Capitale), trad. deLaura Marchiori, Roma, Gherardo Casini Editore, 1987.
  • A Relíquia (La Reliquia), trad. de Amina Di Munno, Roma, Lucarini Editore, 1988.
  • O Mistério da Estrada de Sintra (Il Misterio Della Strada di Sintra), trad. de. Amina Di Munno, Palermo, Sellerico Editore, 1989.

Em alemão

  • O Primo Basílio (Vetter Basilio), trad. de Rudolph Krugel, Berlim, Buchclub, 1986.
  • A cidade e as serras (Stadt und Gebirg), trad. de Curt Meyer-Clason, Zurique, Manesse Verlag, 1988.
  • O Crime do Padre Amaro (Das Verbrechen des Paters Amaro), trad. de Willibald Schönfelder, Frankfurt-am-Main, Insel Verlag, 1990.
  • O Mandarim (Der Mandarin), trad. de Willibald Schönfelder, Berlim, Aufbau Verlag, 1997.
  • Os Maias (Die Maias), trad. de Rudolph Krugel, Munique, Piper, 1989.
  • A Relíquia (Die Reliquie), trad. de Anreas Klotsch, Munique/Zurique, Piper, 1989.

Em holandês

  • O Mandarim (De Mandarijn), trad. de Joep Huiskamp, Utrecht, IJzer 2001.
  • O crime do Padre Amaro (Het Vergrijp van Vater Amaro), trad. de Adri Boon, Amesterdão, De Arbeiderspers, 1990.
  • A cidade e as serras (De Stad en de Bergen), trad. de Harrie Lemmens, Amesterdão, De Arbeiderspers, 1992.
  • O Primo Basílio (Neef Bazilio), trad. de Harrie Lemmens, Amesterdão, De Arbeiderspers, 1994.

Em húngaro

  • O crime do Padre Amaro (Amaro Atya Bune), trad. de Olga Ábel e Ferenc Kordás, Budapeste, Ed. Europa, 1977.
  • A Capital (A Fõváros), trad. de Ferenc Pál, Budapeste, Ed. Europa, 1989.

Em sueco

  • O Primo Basílio (Kusin Basilio), trad. de Lars Axelsson e Margareta Marin, Lysekil, Bokförlaget Pontes, 1987.
  • Os Maias (Familjen Maia), trad. Lars Axelsson e Margareta Marin, Lysekil, Bokförlaget Pontes, 1996.

Em polaco

  • O Primo Basílio (Kuzyn Bazyli), trad. de Elzbieta Reis. Posf. Janina Z. Klave, Kraków, Wydawnictwo Literackie, 1978.
  • Os Maias (Ród Maia: epizody z Zycia Romantycznego), trad. de Krystyna e Wojciech Chabasinscy, Kraków, Wydawnictwo Literackie, 1988.

Em romeno

  • A Cidade e as Serras (Orasul si Muntel), trad. de Mioara Caragea, Bucareste, Univers, 1987.

Em eslovaco

  • Os Maias (Kronika Rodu Maiavoov. Epizódy z Romantického Zivota), trad. de Vladimir Oleríny, Bratislava, Pravda, 1981.

Em checo

  • O Primo Basílio (Bratranec Basilio: Rodinná Epizoda), trad. de Zdenek Hampl, Praga, Odeon, 1989.

Em búlgaro

  • O crime do Padre Amaro (Prestaplenieto Na Otetz Amaro), trad. deDimitar Anguelov, Sófia, Narodna Kultura, 1980.
  • Contos (Razkazi), trad. de Dimitar Anguelov, Sófia, Profisdat, 1984.

Em basco

  • O Mandarim (Mandarin Zaharra), trad. de Jesús María Lasa, Bilbau, Ibaizabal Edelvives, 1992.

Em japonês

  • Os Maias (マイア家の人々)
  • O Primo Basílio (逝く夏)

Em russo

  • O crime do Padre Amaro (Преступление отца Амаро)
  • O Primo Basílio (Кузен Базилио)
  • Os Maias (Семейство Майя)

Em islandês

  • O Primo Basílio (Bazilio frændi)
  • O crime do Padre Amaro (Glæpur föður Amaro)
  • O Mistério da Estrada de Sintra (ráðgáta Sintra vegarins)

Notas

Queiroz é a grafia na época em que viveu o escritor. A vigente ortografia da língua portuguesa determina que a forma correcta é Queirós.

Referências

  1. «Instituto Camões: Eça de Queirós – Um cidadão do mundo». Instituto Camões. Consultado em 21 de junho de 2009 
  2. Filiação de Eça de Queirós em Geneall.
  3. João Medina, Eça de Queiroz e o seu tempo, Livros Horizonte, lisboa, 1972.

Ver também

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