Luís de Ataíde: diferenças entre revisões
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Revisão das 12h20min de 7 de janeiro de 2020
D. Luís de Ataíde | |
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Dom Luís de Ataïde in Lafiteau : Histoire des découvertes et conquestes des portugais dans le nouveau monde. Tome IV. Paris Amsterdam. Wetstein, & G. Smith. 1736 | |
Vice-rei da Índia | |
Período | 1568 - 1571 & 1578 - 1580 |
Antecessor(a) | 1a vez Antão de Noronha. 2a vez Diogo de Meneses |
Sucessor(a) | 1a vez António de Noronha. 2a vez Fernão Teles de Meneses |
Dados pessoais | |
Nascimento | 1517 |
Morte | 10 de março de 1581 (64 anos) Goa |
Progenitores | Mãe: D. Maria de Magalhães Pai: D. Afonso de Ataíde, 3º senhor de Atouguia |
D. Luís de Ataíde, 3.º conde de Atouguia e primeiro e único marquês de Santarém, (1517 - 10 de março de 1581 em Goa). Filho segundo de D. Afonso de Ataíde e de sua mulher D. Maria de Magalhães, era bisneto do 2º conde de Atouguia, D. Martinho de Ataíde.
Foi governador-geral da Índia Portuguesa e Vice-Rei da Índia Portuguesa (entre 1568 a 1571 e 1578 a 1581).
Fez armas na África, segundo «Nobreza de Portugal», tomo II, página 332, e, passando ao Oriente, participou da expedição de D. Estêvão da Gama ao Mar Vermelho e foi armado cavaleiro por ele na igreja de Santa Catarina do Monte Sinai. Regressando ao Reino de Portugal, foi enviado à corte do Imperador Carlos V e tomou parte em sua expedição contra os luteranos. Regressando, manteve-se estranho às lutas políticas que se seguiram à morte de D. João III de Portugal a respeito da Regência. Quando D. Sebastião tomou o governo, foi nomeado 10º Vice-Rei da India em março de 1568.
Biografia
Na Índia
Partiu a 7 de abril e chegou a Goa em 10 de setembro de 1568.
Tratou logo de «introduzia a disciplina nos serviços e manter domínio do mar, para o que fez os maiores sacrifícios, a fim de organizar esquadras que protegessem o comércio e mantivessem rigor na tributação sobre a navegação dos locais. Fez sufocar a revolta de Baticala por uma frota sob o comando de Afonso Pereira de Lacerda. Encarregou Martim Afonso de Miranda da polícia da costa do Malabar, com 20 navios.
Fez dar caça aos corsários, reprimir excessos dos malabares e atacar as força do Samorim por D. Diogo de Meneses. Para garantir a segurança da navegação, conquistou em 1569 as praças de Onor e de Bracelor, cujos portos eram centro de piratas.»
Conseguiu mudar os negócios da Índia, e os príncipes indígenas se aliaram para expulsar os portugueses. «Ao Hidalcão, que marchava sobre Goa, deveriam ficar pertencendo esta cidade, Onor e Bracelor; ao Nizam Melek, caberiam Chaul, Damão e Baçaim; Diu ficaria para o sultão de Cambaia,» mesmo envolto em outras campanhas. Cercado em Goa por numeroso exército do Hidalcão, D. Luís de Ataíde conseguiu enviar socorro a Chaul e operar sortidas amiudadas. O Nizam Melek, depois de um grande ataque a Chaul em 29 de junho de 1571, levantou o cerco de Goa. D. Luís demorou as negociações de paz, deixando a seu sucessor o trabalho de as concluir e voltou para Portugal em 6 de janeiro de 1572, terminado seu tempo de governo.
Lisboa
Com o prestígio alcançado, chegou ao Tejo em 3 de julho do mesmo ano, entrou solenemente em Lisboa e foi conduzido debaixo do pálio da Sé à Igreja de São Domingos, a direita do Rei.
Devido à sua experiência militar na Índia foi, inicialmente, a pessoa indicada para chefiar a expedição militar a Marrocos, preparada por D. Sebastião, mas acabou por ser o rei a assumir pessoalmente a chefia[1]. Foi então de novo nomeado vice-rei da Índia, o 12.º, e para lá partiu em 16 de outubro de 1577 com três naus.
O título de conde de Atouguia, como 3.º titular na família Ataíde, lhe foi concedido por carta de D. Sebastião de Portugal em 4 de setembro de 1577.
Marquês de Santarém' foi um título criado em 1580 pelo rei Filipe I de Portugal (II de Espanha).
Outra vez na Índia
Invernando em Moçambique, chegou a Goa em 31 de agosto de 1578, recebendo o governo de D. Diogo de Meneses. Negociou a paz com o Hidalcão, que a havia rompido, assegurou domínio onde havia pontos de sedição e refreou os excessos da alçada eclesiástica, que provocavam a emigração dos indígenas.
Faleceu pouco depois de ter recebido no Oriente notícias do desastre de Alcácer Quibir, da morte do cardeal-rei e do domínio filipino. Seu cadáver foi depositado na igreja dos Reis Magos em Goa, e trasladado mais tarde para o convento do Bom Jesus em Peniche, do qual era donatário. Aquando a ruína do convento, os seus restos mortais foram transferidos para a igreja de Nossa Senhora da Ajuda. Actualmente, o seu túmulo encontra-se na Igreja da Misericórdia de Peniche.
Casamentos
Casou três vezes mas não teve geração masculina:
- 1 - com D. Joana de Távora da Luz Vilhena, filha de Luís Álvares de Távora da Luz, 13.º senhor de Mogadouro, e de D. Filipa de Vilhena;
- 2 - com D. Maria de Noronha, filha do 4.º conde de Odemira;
- 3 - com sua sobrinha D. Isabel de Meneses, filha de Tristão da Cunha, comendador de São Pedro de Torres Vedras, e de sua irmã D. Helena de Ataíde. A viúva professou nas freiras descalças da Madre de Deus. em Lisboa.
A linha feminina faria recair o título em D. João Gonçalves de Ataíde, fidalgo da Casa real, neto de Simão Gonçalves da Câmara, capitão donatário da ilha da Madeira, e de sua 2a mulher D. Isabel da Silva, filha de D. João de Ataíde, conde de Atouguia. Passou-se assim: quando morreu, sucedeu na Casa (mas não no título) seu irmão D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, já velho. Era comendador de Santa Maria de Escalhão, casado com sua sobrinha D. Isabel da Silva, filha de seu primo Luís Gonçalves de Ataíde, senhor das Ilhas Desertas, e de sua irmã D. Violante da Silva, sem sucessão. O filho destes, Luís Gonçalves de Ataíde, capitão de Ceuta, senhor das Ilhas Desertas, e comendador de Adaúfe na Ordem de Cristo, casou com Dona Violante da Silva, filha de Francisco Carneiro, secretário do rei D. João III de Portugal, capitão donatário da Ilha do Príncipe, e de Dona Mécia da Silveira. O 4º conde de Atouguia será o filho deste casal, João Gonçalves de Ataíde.
Ligações externas
- Atouguia (D. Luís de Ataíde, 3.º conde de), Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, Volume I, págs. 852-854, Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor, Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral
- A Casa de Atouguia, os Últimos Avis e o Império: Dinâmicas entrecruzadas na carreira de D. Luís de Ataíde (1516-1581), por Nuno Luís de Vila-Santa Braga Campos, Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em História
Precedido por Antão de Noronha |
Vice-Rei da Índia Portuguesa 1ª vez 1568 — 1571 |
Sucedido por António de Noronha |
Precedido por Diogo de Meneses |
Vice-Rei da Índia Portuguesa 2ª vez 1578 — 1580 |
Sucedido por Fernão Teles de Meneses |
Precedido por Martinho de Ataíde |
Conde de Atouguia 1577 - 1580 |
Sucedido por João Gonçalves de Ataíde |
Referências
- ↑ Ramos, Rui; Monteiro, Nuno Gonçalo; Sousa, Bernardo Vasconcelos e (2012). História de Portugal 8.ª ed. Lisboa: A Esfera dos Livros. p. 264. ISBN 9789896261399. OCLC 690703097. Consultado em 16 de novembro de 2019