Saltar para o conteúdo

Sarajane

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sarajane
Sarajane
Sarajane em apresentação no Carnaval de Salvador da Bahia, em 2019.
Informação geral
Nome completo Sarajane de Mendonça Tude
Nascimento 18 de março de 1968 (56 anos)
Origem Salvador
País Brasil
Gênero(s) Axé, Lambada, Forró
Instrumento(s) vocal
Período em atividade 1985-presente
Outras ocupações empresária
Gravadora(s) EMI-Odeon, Polydor, Velas

Sarajane de Mendonça Tude (Salvador, 18 de março de 1968) é uma cantora e compositora brasileira,[1] considerada uma das pioneiras na música baiana de axé music ao misturar os ritmos caribenhos como o reggae aos africanos locais como o samba, e ainda rock e funk, bem como por levar essa produção local aos públicos do Sudeste, junto às novas coreografias que surgiam nos "guetos" da capital baiana.[2]

Cantora consagrada no carnaval baiano, com muitos prêmios neste campo, havendo suas gravações rendido discos de ouro, platina e diamante.[3] É considerada, ainda, uma das mulheres que abriram caminho para as cantoras no carnaval, que mais tarde possibilitaram o sucesso de artistas como Ivete Sangalo e Claudia Leitte.[4]

Irmã da também cantora Simone Moreno (ex-mulher de Pepeu Gomes),[1] Sarajane começou a cantar jingles's em 1980, aos doze anos de idade, contratada pelo Estúdio WR e com catorze já participava do Carnaval de Salvador como vocalista do trio elétrico "Novos Bárbaros", embora sua estreia nesta plataforma musical tenha se dado no Rio de Janeiro junto ao Trio Tapajós.[3]

Quando tinha dezesseis anos conheceu o apresentador Chacrinha quando este visitava a cidade de Nazaré das Farinhas e a partir de então este passou a convidá-la em seu programa, a partir disto, Sarajane promoveu o som da Bahia, trazendo consigo artistas para se apresentar no Programa, tais como; Edson Gomes, Bandamel, Chiclete com Banana, Banda Reflexu's entre outros artistas da sua cidade natal.  ; nesta idade teve seu primeiro filho e já sustentava a mãe e os irmãos; aos dezessete anos teve seu segundo filho.[3] Seu sucesso de 1986 "A Roda" a tornou nacionalmente conhecida, com apresentações em programas de televisão e ampla execução nas emissoras radiofônicas e telêvisivas.[5]

Em 1985 gravou pela primeira vez uma composição de Carlinhos Brown, a quem Sarajane ajudou no começo da carreira e incentivou a cantar, e que na época era seu percussionista.[3]

Em 1989 voltou a fazer sucesso com a canção "Ela Sabe Mexer", que atingiu os topos das paradas; seguiu-se a esta a música "Vale", que teve grande repercussão no Nordeste; em 1991 alcançou sucesso com "Venha me Amar"; neste período (1988 a 1991) Sarajane venceu todas as edições da premiação do carnaval soteropolitano como a melhor cantora de trio.[5]

Em julho de 1990[1] posou para a edição brasileira da revista Playboy;[3][nota 1] este fato dava a dimensão de sua popularidade, como assinalou mais tarde o crítico baiano Hagamenon Brito, que batizara na época o ritmo de forma pejorativa como "Axé Music", satirizando a pretensão dos artistas locais em fazer sucesso internacional (o que efetivamente ocorreu, contrariando seu vaticínio): “Sara é a primeira estrela do axé, a primeira mulher a fazer sucesso. Tanto que, no auge, ela faz um ensaio para Playboy”.[4]

Em 2020 será lançado o seu EP celebrando 40 anos de Trio elétrico contando com participações de artistas renomeados da Bahia como; Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Margareth Menezes, Durval Lélys, Claudia Leitte e Lucas Kart.

Adepta do espiritismo, Sarajane em 1996 fundou a "Associação Criança na Arte Sarajane" (Acasa) que funciona no bairro de Santo Antônio em imóvel cedido pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, e onde promove a inserção social de crianças e adolescentes, ofertando cursos profissionalizantes, oficinas de artes plásticas e música.[3]

Tem cinco filhos: Gabriel, Daniel e João Rafael (atualmente seu guitarrista) e seus outros filhos Mikael e Sara.[3]

Até 2013 havia gravado dezoito álbuns; nestes há composições próprias e também de autores baianos como Carlinhos Brown.[3]

Álbuns de estúdio

[editar | editar código-fonte]
Ano Álbum Gravadora Vendagem Certificação
1986 Rio de Leite Coronado/EMI-Odeon 70.000
1987 História do Brasil EMI-Odeon 800.000 Platina duplo
1988 Sarajane EMI-Odeon 280.000 Ouro
1989 Sotaque Brasileiro EMI-Odeon 150.000 Ouro
1991 Diadorim EMI-Odeon 60.000
1993 Tempero Tropical Polydor 35.000
1996 Barbara Velas -
1999 República das Bananas DRB -
2001 República Latina - -
2006 Axé Pra Você CMA -
2016 Amor, Festa e Devoção CMA -
2017 Música para Dançar Brasileira CMA -
2019 Liquidificação Independente -

Álbuns ao vivo

[editar | editar código-fonte]
Ano Disco Gravadora Vendagem Certificação
1996 Ao Vivo em Salvador Velas 70.000 Ouro
2007 Mãe de Leite - Ao Vivo - - -
2009 Flor de Canela - Ao Vivo CMA - -
2016 30 Anos - Ao Vivo CMA - -
2020 DVD 40 anos de Trío Elétrico Independente

Notas

  1. O Dicionário Cravo Albin (dados artísticos)[5] diz ter sido "capa da revista"; na verdade Sarajane ilustrou uma chamada na capa desse periódico masculino, como "A Rainha da Lambada"; a fotografia principal foi da modelo Rosana Rodrigues.

Referências

  1. a b c «Sarajane». Instituto Cultural Cravo Albin. Dicionário Cravo Albin. Consultado em 13 de Junho de 2012 
  2. Marcelo Cunha Oliveira; Maria de Fáfima Hanaque Campos (2016). «Carnaval, Identidade Negra e Axé Music em Salvador na Segunda Metade do Século XX». UERJ (extos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, v. 13. n. 2). Consultado em 12 de julho de 2019. Cópia arquivada em 13 de julho de 2019 
  3. a b c d e f g h Henrique Brinco (25 de janeiro de 2013). «Entrevista: Sarajane faz desabafo sobre carreira, amigos e Carnaval». iBahia. Consultado em 12 de julho de 2019. Cópia arquivada em 13 de julho de 2019 
  4. a b Camila Botto (27 de janeiro de 2016). «Mulheres de axé: veja como foi o começo com Sarajane e "A roda"». Leia Mais. Consultado em 12 de julho de 2019. Cópia arquivada em 13 de julho de 2019 
  5. a b c «Sarajane - dados artísticos». Dicionário Cravo Albin de MPB. Consultado em 12 de julho de 2019. Cópia arquivada em 13 de julho de 2019 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]