Banda desenhada: diferenças entre revisões

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{{PEPB|Banda desenhada, BD, história aos quadradinhos<ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/sonia05.cfm|título=Portugal: das histórias aos quadradinhos às bandas desenhadas (Parte I)|autor=[[Sônia Luyten|Sonia M. Bibe Luyten]]|publicado=Universo HQ|acessodata=12-2-2011}}</ref>|história em quadrinhos, quadrinhos, gibi, HQ, revistinha,<ref name="guerra">{{Citar livro|autor=Gonçalo Júnior|título=[[A Guerra dos Gibis - a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-1964]]|editor=[[Editora Companhia das Letras]] |publicação=[[2004]]|isbn=9788535905823}}</ref> '''historieta'''<ref>[http://www.gelbc.com.br/pdf_jornada_2012/jornada_2012_06.pdf Anais da III jornada de estudos sobre romances gráficos] [[Universidade de Brasília]], 24, 25 e 26 de setembro de 2012</ref>}} é uma forma de [[arte]] que conjuga [[texto]] e imagens com o objectivo de narrar histórias dos mais variados [[Gênero literário|géneros]] e estilos. São, em geral, publicadas no formato de [[revista]]s, [[livro]]s ou em [[tira de jornal|tiras]] publicadas em revistas e [[Jornal|jornais]]. Também é conhecida por '''[[arte sequencial]]''', narrativa gráfica<ref name="nomenclatura"/> e '''narrativa figurada'''<ref>{{citar livro|autor=Rosza Wigdorowicz Vel Zoladz|título=Imaginário Brasileiro e zonas periféricas: algumas proposições da sociologia da arte|editora=7Letras|ano=2005|isbn=9788575771570}}</ref>
{{PEPB|Banda desenhada, BD, história aos quadradinhos<ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/sonia05.cfm|título=Portugal: das histórias aos quadradinhos às bandas desenhadas (Parte I)|autor=[[Sônia Luyten|Sonia M. Bibe Luyten]]|publicado=Universo HQ|acessodata=12-2-2011}}</ref>|história em quadrinhos, quadrinhos, gibi, HQ, revistinha,<ref name="guerra">{{Citar livro|autor=Gonçalo Júnior|título=[[A Guerra dos Gibis - a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-1964]]|editor=[[Editora Companhia das Letras]] |publicação=[[2004]]|isbn=9788535905823}}</ref> '''historieta'''<ref>[http://www.gelbc.com.br/pdf_jornada_2012/jornada_2012_06.pdf Anais da III jornada de estudos sobre romances gráficos] [[Universidade de Brasília]], 24, 25 e 26 de setembro de 2012</ref>}} é uma forma de [[arte]] que conjuga [[texto]] e imagens com o objectivo de narrar histórias dos mais variados [[Gênero literário|géneros]] e estilos. São, em geral, publicadas no formato de [[revista]]s, [[livro]]s ou em [[tira de jornal|tiras]] publicadas em revistas e [[Jornal|jornais]]. Também é conhecida por '''[[arte sequencial]]''', narrativa gráfica<ref name="nomenclatura"/> e '''narrativa figurada'''<ref>{{citar livro|autor=Rosza Wigdorowicz Vel Zoladz|título=Imaginário Brasileiro e zonas periféricas: algumas proposições da sociologia da arte|editora=7Letras|ano=2005|isbn=9788575771570}}</ref>


A banda desenhada é chamada de ''Nona Arte''{{Nota de rodapé|Este nome vem da série de artigos Neuvième Art, musée de la bande dessinée assinados por [[Morris (ilustrador)|Morris]] no [[Jornal Spirou]], entre 1964 e 1967 (o primeiro publicado em 17 de dezembro de 1964, especial de Natal, No. 1392 ). Esta classificação foi adotada e popularizada por [[Francis Lacassin]] em seu livro Pour un neuvième art, la bande dessinée. No entanto, a autoria da expressão foi reivindicada pelo crítico e historiador de cinema Claude Beylie. Ele a usou pela primeira vez em março de 1964 na revista Lettres et Médecins (artigo La bande dessinée est-elle un art ? ") Fonte: Lettres et Médecins, suplemento literário de La Vie médicale,, edição datada de março 1964.}}{{Nota de rodapé|[[Gazy Andraus|ANDRAUS, Gazy]]. [http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R1279-1.pdf "''O Meme nas Histórias em Quadrinhos''], (acessado em Janeiro de 2008) - a sétima arte é o [[cinema]], a oitava a [[televisão]], que se somam às seis formas artísticas consideradas "clássicas"}}{{Nota de rodapé|No Brasil, também pode ser referida como oitava arte, Exem: [http://tribunadonorte.com.br/noticia/o-poeta-artista-visual-e-professor-moacy-cirne-se-despede-aos-70-anos/271591 O poeta, artista visual e professor Moacy Cirne se despede aos 70 anos] [[Tribuna do Norte]] (01/11/2014)}}, dando sequência à [[Manifesto das Sete Artes|classificação de Ricciotto Canudo]]. O termo "[[arte sequencial]]" (traduzido do original ''sequential art''),<ref name="nomenclatura"/> criado pelo desenhista [[Will Eisner]] com o fim de definir "o arranjo de fotos ou imagens e palavras para narrar uma história ou dramatizar uma ideia", é comummente utilizado para definir a linguagem usada nesta forma de representação.<ref>{{Citar livro|autor=Edgar Franco| autorlink=Edgar Franco|título=HQTRONICAS: DO SUPORTE PAPEL A REDE INTERNET |editor=Annablume|publicação=2004|páginas= 23|isbn=9788574194769}}</ref> [[Hugo Pratt]] chamava de "literatura desenhada".<ref>{{citar web|URL=http://hqmaniacs.uol.com.br/Nova_aventura_de_Corto_Maltese_48514.html|título=Nova aventura de Corto Maltese|autor=Thiago Colás
A banda desenhada é chamada de ''Nona Arte''{{Nota de rodapé|Este nome vem da série de artigos Neuvième Art, musée de la bande dessinée assinados por [[Morris (ilustrador)|Morris]] no [[Jornal Spirou]], entre 1964 e 1967 (o primeiro publicado em 17 de dezembro de 1964, especial de Natal, No. 1392 ). Esta classificação foi adotada e popularizada por [[Francis Lacassin]] em seu livro Pour un neuvième art, la bande dessinée. No entanto, a autoria da expressão foi reivindicada pelo crítico e historiador de cinema Claude Beylie. Ele a usou pela primeira vez em março de 1964 na revista Lettres et Médecins (artigo La bande dessinée est-elle un art ? ") Fonte: Lettres et Médecins, suplemento literário de La Vie médicale,, edição datada de março 1964.}}{{Nota de rodapé|[[Gazy Andraus|ANDRAUS, Gazy]]. [http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R1279-1.pdf "''O Meme nas Histórias em Quadrinhos''], (acessado em Janeiro de 2008) - a sétima arte é o [[cinema]], a oitava a [[televisão]], que se somam às seis formas artísticas consideradas "clássicas"}}{{Nota de rodapé|No Brasil, também pode ser referida como oitava arte, Exem: [http://tribunadonorte.com.br/noticia/o-poeta-artista-visual-e-professor-moacy-cirne-se-despede-aos-70-anos/271591 O poeta, artista visual e professor Moacy Cirne se despede aos 70 anos] [[Tribuna do Norte]] (01/11/2014)}}, dando sequência à [[Manifesto das Sete Artes|classificação de Ricciotto Canudo]]. O termo "[[arte sequencial]]" (traduzido do original ''sequential art''),<ref name="nomenclatura"/> criado pelo desenhista [[Will Eisner]] com o fim de definir "o arranjo de fotos ou imagens e palavras para narrar uma história ou dramatizar uma ideia", é comummente utilizado para definir a linguagem usada nesta forma de representação.<ref>{{Citar livro|autor=Edgar Franco| autorlink=Edgar Franco|título=HQTRONICAS: DO SUPORTE PAPEL A REDE INTERNET |editor=Annablume|publicação=2004|páginas= 23|isbn=9788574194769}}</ref> [[Hugo Pratt]] chamava de "literatura desenhada".<ref>{{citar web|URL=http://hqmaniacs.uol.com.br/Nova_aventura_de_Corto_Maltese_48514.html|título=Nova aventura de Corto Maltese|autor=Thiago Colás|data=08/10/2014|publicado=[[HQManiacs]]}}</ref>
|data=08/10/2014|publicado=[[HQManiacs]]}}</ref>


Nos [[Estados Unidos]], onde é chamada de ''[[comics]]'', a banda desenhada tornou-se popular no início do século XX, um desenvolvimento importante ocorreu nos anos de 1930, com o surgimento das banda desenhadas de [[super-herói]]s cuja ponte foi o personagem [[Superman]] lançado em 1938.<ref name="inicio"/> Este também é o [[Período entreguerras|período entre guerras]] em que [[Hergé]] criou [[As Aventuras de Tintin|As Aventuras de Tintim]], que se tornou um clássico do estilo da [[banda desenhada franco-belga]] conhecido como [[linha clara]].<ref name="linha"/> No Japão, [[Osamu Tezuka]] popularizou o [[mangá|manga]] após a Segunda Guerra Mundial.
Nos [[Estados Unidos]], onde é chamada de ''[[comics]]'', a banda desenhada tornou-se popular no início do século XX, um desenvolvimento importante ocorreu nos anos de 1930 (a "[[Era de Ouro da banda desenhada|Era de Ouro]]"), com o surgimento das banda desenhadas de [[super-herói]]s cuja ponte foi o personagem [[Superman]] lançado em 1938.<ref name="inicio"/> Este também é o [[Período entreguerras|período entre guerras]] em que [[Hergé]] criou [[As Aventuras de Tintin|As Aventuras de Tintim]], que se tornou um clássico do estilo da [[banda desenhada franco-belga]] conhecido como [[linha clara]].<ref name="linha"/> No Japão, [[Osamu Tezuka]] popularizou o [[mangá|manga]] após a Segunda Guerra Mundial.


Alguns consideram [[storyboard]]s como banda desenhada. Estúdios de [[cinema]], especialmente de [[animação]] usam sequências de imagens como guias para as cenas. Estes storyboards não se destinam a ser um produto final e raramente são vistos pelo público.<ref>[Rhoades, Shirrel (2008). A Complete History of American Comic Books. Peter Lang. p. 38 ISBN 978-1-4331-0107-6.]</ref>
Alguns consideram [[storyboard]]s como banda desenhada. Estúdios de [[cinema]], especialmente de [[animação]] usam sequências de imagens como guias para as cenas. Estes storyboards não se destinam a ser um produto final e raramente são vistos pelo público.<ref>[Rhoades, Shirrel (2008). A Complete History of American Comic Books. Peter Lang. p. 38 ISBN 978-1-4331-0107-6.]</ref>
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[[Ficheiro:Krazykat.jpg|thumb|left|[[Krazy Kat]] de [[George Herriman]].]]
[[Ficheiro:Krazykat.jpg|thumb|left|[[Krazy Kat]] de [[George Herriman]].]]

Apesar de nunca terem sido oficialmente baptizados, a banda desenhada recebeu diferentes nomes de acordo com as circunstâncias específicas dos diversos países em que se estabeleceu. A banda desenhada é conhecida por ''[[comics]]'' nos [[Estados Unidos]], ''[[fumetti]]'' na [[Itália]], ''[[tebeos]]'' em [[Espanha]], ''[[historietas]]'' na [[Argentina]], ''[[muñequitos]]'' e ''cómicos'' no [[México]], [[mangá|''mangas'']] no [[Japão]], ''[[manhwa]]s'' na [[Coreia do Sul]], ''[[manhua]]s'' na [[China]], ''komiks'' na [[República das Filipinas]]<ref>{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20090208145506/http://universohq.com/quadrinhos/sonia04.cfm|título=Quadrinhos em tagálog nas Ilhas Filipinas|autor=Sonia M. Bibe Luyten|publicado=[[Universo HQ]]}}</ref> e por outras várias designações pelo mundo fora.
Apesar de nunca terem sido oficialmente baptizados, a banda desenhada recebeu diferentes nomes de acordo com as circunstâncias específicas dos diversos países em que se estabeleceu. A banda desenhada é conhecida por ''[[comics]]'' nos [[Estados Unidos]], ''[[fumetti]]'' na [[Itália]], ''[[tebeos]]'' em [[Espanha]], ''[[historietas]]'' na [[Argentina]], ''[[muñequitos]]'' e ''cómicos'' no [[México]], [[mangá|''mangas'']] no [[Japão]], ''[[manhwa]]s'' na [[Coreia do Sul]], ''[[manhua]]s'' na [[China]], ''komiks'' na [[República das Filipinas]]<ref>{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20090208145506/http://universohq.com/quadrinhos/sonia04.cfm|título=Quadrinhos em tagálog nas Ilhas Filipinas|autor=Sonia M. Bibe Luyten|publicado=[[Universo HQ]]}}</ref> e por outras várias designações pelo mundo fora.


Por exemplo, nos EUA, convencionou-se chamar ''comics'' pois as primeiras manifestações do formato eram histórias humorísticas, ''cómicas''; na França, eram publicadas em tiras - ''bandes'' - diariamente nos jornais e ficaram conhecidas por ''[[banda desenhada franco-belga|bandes-dessinées]]''<ref name="comunicação" /> ; em [[Portugal]] por ''Histórias aos Quadradinhos'' (HQ) e posteriormente banda desenhada (uma tradução literal do francês); em Itália, ganharam o nome dos [[balão de diálogo|balõezinhos]] ou fumacinhas (''[[fumetti]]'') que indicam a fala das personagens<ref name="comunicação" /> ; em Espanha, chamou-se de ''[[tebeo]]'', nome de uma revista infantil (TBO)<ref name="comunicação">{{Citar livro|autor= Elza Dias Pacheco|título=Comunicação, educação e arte na cultura infanto-juvenil |editor=Edicoes Loyola |publicação=1991|isbn=9788515004263}}</ref>, da mesma forma que, no Brasil, chamou-se por muito tempo e (continua a ser largamente usado) de gibi, também oriundo do [[Gibi (revista em quadrinhos)|nome de uma revista]]. Originalmente, a palavra ''gibi'' significava ''menino,''<ref>[http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra=gibi Dicionarioinformal] - Página visitada em [[30 de Julho]] de 2011.</ref> mas mudou de sentido e passou a ser sinónimo de banda desenhada.<ref name="guerra"/>
Por exemplo, nos EUA, convencionou-se chamar ''comics'' pois as primeiras manifestações do formato eram histórias humorísticas, ''cómicas''; na França, eram publicadas em tiras - ''bandes'' - diariamente nos jornais e ficaram conhecidas por ''[[banda desenhada franco-belga|bandes-dessinées]]''<ref name="comunicação" /> ; em [[Portugal]] por ''Histórias aos Quadradinhos'' (HQ) e posteriormente banda desenhada (uma tradução literal do francês); em Itália, ganharam o nome dos [[balão de diálogo|balõezinhos]] ou fumacinhas (''[[fumetti]]'') que indicam a fala das personagens<ref name="comunicação" /> ; em Espanha, chamou-se de ''[[tebeo]]'', nome de uma revista infantil (TBO)<ref name="comunicação">{{Citar livro|autor= Elza Dias Pacheco|título=Comunicação, educação e arte na cultura infanto-juvenil |editor=Edicoes Loyola |publicação=1991|isbn=9788515004263}}</ref>, da mesma forma que, no Brasil, chamou-se por muito tempo e (continua a ser largamente usado) de gibi, também oriundo do [[Gibi (revista em quadrinhos)|nome de uma revista]]. Originalmente, a palavra ''gibi'' significava ''menino,''<ref>[http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra=gibi Dicionarioinformal] - Página visitada em [[30 de Julho]] de 2011.</ref> mas mudou de sentido e passou a ser sinónimo de banda desenhada.<ref name="guerra"/>



Em [[Macau]], [[região administrativa especial]] da [[República Popular da China]] que chegou a ser administrada por Portugal,<ref>[http://www.jn.pt/mundo/interior/passagem-de-macau-para-a-china-foi-processo-rarissimo-e-exemplar-1451954.html Passagem de Macau para a China foi processo "raríssimo e exemplar"]</ref> usa-se os termos manhua e banda desenhada.<ref>[http://www.mam.gov.mo/oldmam/showcontent2.asp?item_id=20100304010101&lc=2 Chan Hou Seng]</ref>
Em [[Macau]], [[região administrativa especial]] da [[República Popular da China]] que chegou a ser administrada por Portugal,<ref>[http://www.jn.pt/mundo/interior/passagem-de-macau-para-a-china-foi-processo-rarissimo-e-exemplar-1451954.html Passagem de Macau para a China foi processo "raríssimo e exemplar"]</ref> usa-se os termos manhua e banda desenhada.<ref>[http://www.mam.gov.mo/oldmam/showcontent2.asp?item_id=20100304010101&lc=2 Chan Hou Seng]</ref>


Tudo, no entanto, refere-se à mesma coisa: uma forma narrativa por meio de imagens fixas, ou seja, uma história narrada em sequência de pequenos quadros [[vinheta (artes gráficas)|vinhetas]]. Nesse sentido, o nome utilizado no Brasil seria história em quadrinhos, semelhante à expressão que caiu em desuso em Portugal 'histórias aos quadradinhos.<ref name="comunicação" />
Tudo, no entanto, refere-se à mesma coisa: uma forma narrativa por meio de imagens fixas, ou seja, uma história narrada em sequência de pequenos quadros [[vinheta (artes gráficas)|vinhetas]]. Nesse sentido, o nome utilizado no Brasil seria história em quadrinhos, semelhante à expressão que caiu em desuso em Portugal 'histórias aos quadradinhos.<ref name="comunicação" />

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== História ==
== História ==


=== Registos primitivos ===
=== Registos primitivos ===

Na banda desenhada é possível remontar aos tipos de [[Arte rupestre|registo pictórico]] utilizados pelo homem primitivo [[pré-história|pré-histórico]] para representar, por meio de desenhos rupestres, as suas crenças e o mundo ao seu redor. Ao longo da [[história]] esse tipo de registo desenvolveu-se de várias formas, desde a [[Hieróglifo|escrita hieroglífica]] egípcia até às [[tapeçaria]]s medievais, bem como aos códigos/histórias contidos numa única [[pintura]]. Por exemplo, a obra de [[Hieronymus Bosch|Bosch]], no [[Museu Nacional de Arte Antiga]], em [[Portugal]], ''As Tentações de Santo Antão'', representam sequencialmente passos da vida do santo medieval.
Na banda desenhada é possível remontar aos tipos de [[Arte rupestre|registo pictórico]] utilizados pelo homem primitivo [[pré-história|pré-histórico]] para representar, por meio de desenhos rupestres, as suas crenças e o mundo ao seu redor. Ao longo da [[história]] esse tipo de registo desenvolveu-se de várias formas, desde a [[Hieróglifo|escrita hieroglífica]] egípcia até às [[tapeçaria]]s medievais, bem como aos códigos/histórias contidos numa única [[pintura]]. Por exemplo, a obra de [[Hieronymus Bosch|Bosch]], no [[Museu Nacional de Arte Antiga]], em [[Portugal]], ''As Tentações de Santo Antão'', representam sequencialmente passos da vida do santo medieval.


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Max und Moritz.JPG|''[[Max und Moritz]]'' de [[Wilhelm Busch]]
Max und Moritz.JPG|''[[Max und Moritz]]'' de [[Wilhelm Busch]]
Toepffer Cryptogame 13.png|Uma página de [[Histoire de monsieur Cryptogame ]] de [[Rodolphe Töpffer]], 1830
Toepffer Cryptogame 13.png|Uma página de [[Histoire de monsieur Cryptogame ]] de [[Rodolphe Töpffer]], 1830
Nhô Quim.jpg|''[[As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte]]'', de Angelo Agostini, a primeira [[História em quadrinhos no Brasil|história em quadrinhos brasileira]].<ref name="Estadão">[[Estadão]] - [http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,primeira-historia-em-quadrinhos-no-brasil-completa-145-anos,1124792 "''Primeira história em quadrinhos no Brasil completa 145 anos. Angelo Agostini publicou seu desenho em 30 de janeiro de 1869'']. Mariana Belley, 30 de Janeiro de 2014. Acessado em 09/04/2017.</ref>
Nhô Quim.jpg|''[[As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte]]'' ([[1869]]), de Angelo Agostini
Yellow Kid 1898-01-09.jpg|[[The Yellow Kid]], [[Richard Felton Outcault]], 1898
Yellow Kid 1898-01-09.jpg|[[The Yellow Kid]], [[Richard Felton Outcault]], 1898
Tagosaku to Mokube no Tokyo Kenbutsu.jpg|''[[Tagosaku To Mokube No Tokyo Kenbutsu]]'' (1902) de Rakuten Kitazawa, considerada a primeira banda desenhada japonesa moderna.
Tagosaku to Mokube no Tokyo Kenbutsu.jpg|''[[Tagosaku To Mokube No Tokyo Kenbutsu]]'' (1902) de Rakuten Kitazawa, considerada a primeira banda desenhada japonesa moderna.
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Em [[Portugal]] o início da banda desenhada publicada, começa com as [[Aventuras Sentimentaes e Dramáticas do Senhor Simplício Baptista]], assinada por Flora e publicada em 1850<ref name="BordaloBD">{{citar web|url=http://purl.pt/273/1/jp-cotrim-01.html|título=A vontade de estar n'A Berlinda|autor=João Paulo Cotrim|data=2005|publicado=Bordalo n'A Berlinda - Biblioteca Nacional|acessodata=17-05-2012}}</ref>, sendo posteriormente seguido por [[Rafael Bordalo Pinheiro]] que desenvolveu igualmente a sequência narrativa figurada, publicando imensas revistas e cadernos repletos do tema, editando em [[1872]] aquele que pode ser considerado o primeiro álbum de banda desenhada, uma obra com catorze páginas e 120 desenhos, ''Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador de Rasilb pela Europa'', que trata das peripécias do soberano de Rasilb (anagrama de Brasil), em visita pela Europa<ref name="VGranja">{{citar web|url=http://www.citi.pt/cultura/artes_plasticas/caricatura/bordalo_pinheiro/granja.html|título=O Pioneiro da Banda Desenhada em Portugal|autor=Vasco Granja|publicado=CITI|acessodata=20-05-2012}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/quadrinhos-d-pedro-ii-plebeu|título=Quadrinhos - D. Pedro II plebeu|autor=Pedro Krause|data={{DataExt|2|3|2011}}|publicado=Revista de História|acessodata=20-05-2012}}</ref>.
Em [[Portugal]] o início da banda desenhada publicada, começa com as [[Aventuras Sentimentaes e Dramáticas do Senhor Simplício Baptista]], assinada por Flora e publicada em 1850<ref name="BordaloBD">{{citar web|url=http://purl.pt/273/1/jp-cotrim-01.html|título=A vontade de estar n'A Berlinda|autor=João Paulo Cotrim|data=2005|publicado=Bordalo n'A Berlinda - Biblioteca Nacional|acessodata=17-05-2012}}</ref>, sendo posteriormente seguido por [[Rafael Bordalo Pinheiro]] que desenvolveu igualmente a sequência narrativa figurada, publicando imensas revistas e cadernos repletos do tema, editando em [[1872]] aquele que pode ser considerado o primeiro álbum de banda desenhada, uma obra com catorze páginas e 120 desenhos, ''Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador de Rasilb pela Europa'', que trata das peripécias do soberano de Rasilb (anagrama de Brasil), em visita pela Europa<ref name="VGranja">{{citar web|url=http://www.citi.pt/cultura/artes_plasticas/caricatura/bordalo_pinheiro/granja.html|título=O Pioneiro da Banda Desenhada em Portugal|autor=Vasco Granja|publicado=CITI|acessodata=20-05-2012}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/quadrinhos-d-pedro-ii-plebeu|título=Quadrinhos - D. Pedro II plebeu|autor=Pedro Krause|data={{DataExt|2|3|2011}}|publicado=Revista de História|acessodata=20-05-2012}}</ref>.

[[Ficheiro:Katzenjammer Kids 1922.jpg|thumb|Katzenjammer Kids de Rudolph Dirks]]
[[Ficheiro:Katzenjammer Kids 1922.jpg|thumb|Katzenjammer Kids de Rudolph Dirks]]

Deve-se registar ainda o trabalho original publicado na [[imprensa]] do Brasil, de autoria do artista italiano [[Angelo Agostini]], que fez inúmeras [[charge]]s e caricaturas de figuras políticas da [[Segundo reinado|época imperial]] de [[Dom Pedro II]], além de criar a banda desenhada com textos na forma de legenda, consideradas por muitos como igualmente precursoras desse tipo de arte.<ref name="agostini">[https://omelete.uol.com.br/quadrinhos/artigo/angelo-agostini-pioneiro-dos-quadrinhos/ ângelo Agostini: pioneiro dos quadrinhos]</ref>
Deve-se registar ainda o trabalho original publicado na [[imprensa]] do Brasil, de autoria do artista italiano [[Angelo Agostini]], que fez inúmeras [[charge]]s e caricaturas de figuras políticas da [[Segundo reinado|época imperial]] de [[Dom Pedro II]]. Em [[1869]], Agostini criou ''[[As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte]]'', a primeira [[História em quadrinhos no Brasil|história em quadrinhos do Brasil]],<ref name="Estadão"/> com textos na forma de legenda, consideradas por muitos como igualmente precursoras desse tipo de arte.<ref name="agostini">[https://omelete.uol.com.br/quadrinhos/artigo/angelo-agostini-pioneiro-dos-quadrinhos/ ângelo Agostini: pioneiro dos quadrinhos]</ref>


Em 1845, os desenhos satíricos, que apareceram regularmente em jornais e revistas, ganhou um nome: [[cartoon]]s. (Na arte, o cartoon é um desenho a lápis ou um [[esboço]] no [[carvão vegetal]] que ainda não foi pintado.) A revista britânica [[Punch (revista)|Punch]], lançada em [[1841]], que se referia aos seus como desenhos humorísticos como cartoons em uma referência satírica ao "Parliament of the day", que se organizavam uma exposição de cartoons na época. Este uso se tornou jargão comum, até os dias atuais.<ref>Robin Varnum e Christina T. Gibbons, The Language of Comics: Word and Image, University Press of Mississippi 2001. pp.77-78</ref> Surgiram revistas similares que traziam cartoons na Europa continental incluído Fliegende Blätter e Le Charivari,enquanto na Estados Unidos, Puck, Judge e [[LIFE (revista)|Life]] foram bastante populares.<ref>Nordling, Lee (1995). Your Career In The Comics. Andrews McMeel Publishing. ISBN 978-0-8362-0748-4.</ref>
Em 1845, os desenhos satíricos, que apareceram regularmente em jornais e revistas, ganhou um nome: [[cartoon]]s. (Na arte, o cartoon é um desenho a lápis ou um [[esboço]] no [[carvão vegetal]] que ainda não foi pintado.) A revista britânica [[Punch (revista)|Punch]], lançada em [[1841]], que se referia aos seus como desenhos humorísticos como cartoons em uma referência satírica ao "Parliament of the day", que se organizavam uma exposição de cartoons na época. Este uso se tornou jargão comum, até os dias atuais.<ref>Robin Varnum e Christina T. Gibbons, The Language of Comics: Word and Image, University Press of Mississippi 2001. pp.77-78</ref> Surgiram revistas similares que traziam cartoons na Europa continental incluído Fliegende Blätter e Le Charivari,enquanto na Estados Unidos, Puck, Judge e [[LIFE (revista)|Life]] foram bastante populares.<ref>Nordling, Lee (1995). Your Career In The Comics. Andrews McMeel Publishing. ISBN 978-0-8362-0748-4.</ref>
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[[Ficheiro:Japan Punch Jul 1878.jpg|thumb|left|200px|edição de abril de 1883 da revista satírica The Japan Punch, de [[Charles Wirgman]], nesse período, a banda desenhada japonesa era conhecida como Ponchi-ê (abreviação de Punch-picture)]]
[[Ficheiro:Japan Punch Jul 1878.jpg|thumb|left|200px|edição de abril de 1883 da revista satírica The Japan Punch, de [[Charles Wirgman]], nesse período, a banda desenhada japonesa era conhecida como Ponchi-ê (abreviação de Punch-picture)]]

[[Ficheiro:Corrierino-dei-piccoli.jpg|thumb|Capa da revista Corriere dei Piccoli (1911)]]
[[Ficheiro:Corrierino-dei-piccoli.jpg|thumb|Capa da revista Corriere dei Piccoli (1911)]]

O formato em [[tira de jornal|tiras de jornal]] foi utilizado pelo [[germano-americano]] [[Rudolph Dirks]], com as histórias de título original [[Katzenjammer Kids]], publicadas a partir de {{DataExt|12|12|1897}}, nos [[Estados Unidos]]. São retratadas as peripécias de um par de [[gémeos]], [[Hans e Fritz]] - e foi editado em português, tanto no Brasil quanto em [[Portugal]], com o título ''Os Sobrinhos do Capitão''. [[Winsor McCay]] foi um inovador na banda desenhada norte-americana por sua ousadia na definição do uso de diferentes planos e a beleza de seus desenhos e argumentos em obras como [[Little Nemo in Slumberland]], inciada em 1905.<ref name="inicio"/>
O formato em [[tira de jornal|tiras de jornal]] foi utilizado pelo [[germano-americano]] [[Rudolph Dirks]], com as histórias de título original [[Katzenjammer Kids]], publicadas a partir de {{DataExt|12|12|1897}}, nos [[Estados Unidos]]. São retratadas as peripécias de um par de [[gémeos]], [[Hans e Fritz]] - e foi editado em português, tanto no Brasil quanto em [[Portugal]], com o título ''Os Sobrinhos do Capitão''. [[Winsor McCay]] foi um inovador na banda desenhada norte-americana por sua ousadia na definição do uso de diferentes planos e a beleza de seus desenhos e argumentos em obras como [[Little Nemo in Slumberland]], inciada em 1905.<ref name="inicio"/>
Nos jornais surgiram dois tipos de tiras, as [[tira diária|diárias]] publicadas a [[preto e branco]]<ref>{{citar livro|autor=Zilda Augusta Anselmo|título=Histórias em quadrinhos|editora=Vozes|ano=1975}}</ref> e as [[pranchas dominicais]] (também chamadas de "páginas") publicadas em cores<ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2009/n03112009_07.cfm|titulo=IDW publicará Polly and Her Pals|autor=Sérgio Codespoti|data=03/11/09|publicado=[[Universo HQ]]}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2007/n07032007_03.cfm|título=Procura-se uma página dominical dos Peanuts|autor=Marcus Ramone|data=07/03/07|publicado=Universo HQ}}</ref><ref name="especiais">{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/museu_tarzan.cfm|titulo=Os Especiais de Tarzan|autor=Marcelo Naranjo|publicado=Universo HQ}}</ref> publicados em suplementos (cadernos de jornais dedicados a tiras e publicados no formato [[tabloide]]). Durante muito tempo, o termo funnies era usado para definir tiras de jornal, já que as primeiras tiras eram de humor.<ref>{{citar livro|autor=Moacy Cirne|título=Literatura em quadrinhos no Brasil: acervo da Biblioteca Nacional|editora=[[Nova Fronteira]]|ano=2002|páginas=18|isbn=9788520914960}}</ref>
Nos jornais surgiram dois tipos de tiras, as [[tira diária|diárias]] publicadas a [[preto e branco]]<ref>{{citar livro|autor=Zilda Augusta Anselmo|título=Histórias em quadrinhos|editora=Vozes|ano=1975}}</ref> e as [[pranchas dominicais]] (também chamadas de "páginas") publicadas em cores<ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2009/n03112009_07.cfm|titulo=IDW publicará Polly and Her Pals|autor=Sérgio Codespoti|data=03/11/09|publicado=[[Universo HQ]]}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2007/n07032007_03.cfm|título=Procura-se uma página dominical dos Peanuts|autor=Marcus Ramone|data=07/03/07|publicado=Universo HQ}}</ref><ref name="especiais">{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/museu_tarzan.cfm|titulo=Os Especiais de Tarzan|autor=Marcelo Naranjo|publicado=Universo HQ}}</ref> publicados em suplementos (cadernos de jornais dedicados a tiras e publicados no formato [[tabloide]]). Durante muito tempo, o termo funnies era usado para definir tiras de jornal, já que as primeiras tiras eram de humor.<ref>{{citar livro|autor=Moacy Cirne|título=Literatura em quadrinhos no Brasil: acervo da Biblioteca Nacional|editora=[[Nova Fronteira]]|ano=2002|páginas=18|isbn=9788520914960}}</ref>
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}}</ref> e em 1908, Corriere dei Piccoli (Itália).<ref>Gaetana Marrone; Paolo Puppa (26 December 2006). Encyclopedia of Italian Literary Studies. Routledge. p. 464. ISBN 978-1-135-45530-9.</ref>
}}</ref> e em 1908, Corriere dei Piccoli (Itália).<ref>Gaetana Marrone; Paolo Puppa (26 December 2006). Encyclopedia of Italian Literary Studies. Routledge. p. 464. ISBN 978-1-135-45530-9.</ref>


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=== Das tiras de jornal para as revistas ===
=== Das tiras de jornal para as revistas ===

{{Principal|Comics|Aventura (gênero de histórias em quadrinhos)|Pranchas dominicais|Banda desenhada franco-belga|Mangá}}
{{Principal|Comics|Aventura (gênero de histórias em quadrinhos)|Pranchas dominicais|Banda desenhada franco-belga|Mangá}}

[[Ficheiro:The Phantom, Australian Woman's Mirror.jpg|thumb|[[O Fantasma]] de [[Lee Falk]], exemplo de banda desenhada de aventura.]]
[[Ficheiro:The Phantom, Australian Woman's Mirror.jpg|thumb|[[O Fantasma]] de [[Lee Falk]], exemplo de banda desenhada de aventura.]]

As décadas de 20 e 30 foram muito importantes para a indústria. O mercado de antologias de banda desenhada na [[Grã-Bretanha]] se voltou para as crianças através de revistas como The Dandy e The Beano. O sucesso do Zig et Puce em 1925 do francês Alain Saint-Ogan popularizou o uso de balões de diálogo na banda desenhada europeia.<ref>Vessels, Joel E. (2010). Drawing France: French Comics and the Republic. University Press of Mississippi. p 45. ISBN 978-1-60473-444-7.</ref><ref>Miller, Ann (2007). Reading Bande Dessinée: Critical Approaches to French-language Comic Strip Intellect Books. p. 17 ISBN 978-1-84150-177-2</ref>
As décadas de 20 e 30 foram muito importantes para a indústria. O mercado de antologias de banda desenhada na [[Grã-Bretanha]] se voltou para as crianças através de revistas como The Dandy e The Beano. O sucesso do Zig et Puce em 1925 do francês Alain Saint-Ogan popularizou o uso de balões de diálogo na banda desenhada europeia.<ref>Vessels, Joel E. (2010). Drawing France: French Comics and the Republic. University Press of Mississippi. p 45. ISBN 978-1-60473-444-7.</ref><ref>Miller, Ann (2007). Reading Bande Dessinée: Critical Approaches to French-language Comic Strip Intellect Books. p. 17 ISBN 978-1-84150-177-2</ref>


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[[Ficheiro:Jo-Jo2401.jpg|thumb|left|Jo-Jo Congo King #24 (Fevereiro 1949), trazendo histórias criadas exclusivamente para comic books]]
[[Ficheiro:Jo-Jo2401.jpg|thumb|left|Jo-Jo Congo King #24 (Fevereiro 1949), trazendo histórias criadas exclusivamente para comic books]]


[[Ficheiro:GreenMask17.jpg|thumb|Green Mask vs. 2 #6, Outubro de 1946]]
[[Ficheiro:GreenMask17.jpg|thumb|Green Mask vs. 2 #6, Outubro de 1946]]

As primeiras comic books eram revistas grandes no formato [[tabloide]], mesmo formato dos suplementos de tiras dominicais dos jornais, em [[1933]], surgiu a ideia de dobrar o [[tabloide]] para se publicar mais páginas de desenhos, surge então o formato meio-tabloide (um tabloide possuía 16 páginas e um meio tabloide possuía 64 páginas).<ref name="guerra"/>
As primeiras comic books eram revistas grandes no formato [[tabloide]], mesmo formato dos suplementos de tiras dominicais dos jornais, em [[1933]], surgiu a ideia de dobrar o [[tabloide]] para se publicar mais páginas de desenhos, surge então o formato meio-tabloide (um tabloide possuía 16 páginas e um meio tabloide possuía 64 páginas).<ref name="guerra"/>


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A era moderna da banda desenhada no Japão começou após a [[Segunda Guerra Mundial]], impulsionado pelo sucesso das séries do prolífico [[Osamu Tezuka]]. Géneros e públicos diversificados ao longo das décadas seguintes. As histórias são geralmente criada para antologias que possuem centenas de páginas de espessura e podem conter mais de uma dúzia de histórias; Mais tarde eles são compilados em livros chamados de [[tankōbon]].<ref>Gravett, Paul. 2004. Manga: Sixty Years of Japanese Comics. NY: Harper Design. ISBN 1-85669-391-0</ref>
A era moderna da banda desenhada no Japão começou após a [[Segunda Guerra Mundial]], impulsionado pelo sucesso das séries do prolífico [[Osamu Tezuka]]. Géneros e públicos diversificados ao longo das décadas seguintes. As histórias são geralmente criada para antologias que possuem centenas de páginas de espessura e podem conter mais de uma dúzia de histórias; Mais tarde eles são compilados em livros chamados de [[tankōbon]].<ref>Gravett, Paul. 2004. Manga: Sixty Years of Japanese Comics. NY: Harper Design. ISBN 1-85669-391-0</ref>

[[Ficheiro:Eerie No.1 Avon 1951.jpg|thumb|left|200px|Eerie No. 1, 1951, títulos de horror se tornaram alvo da crítica]]
[[Ficheiro:Eerie No.1 Avon 1951.jpg|thumb|left|200px|Eerie No. 1, 1951, títulos de horror se tornaram alvo da crítica]]
Na década de 1950, a popularidade e a variedade das revistas de banda desenhada norte-americanas era enorme (a maioria traduzida ao redor do mundo). Faziam muito sucesso, além dos super-heróis, revistas de guerra e [[Terror (gênero)|terror]]. Considerados excessivamente violentos e uma influência perniciosa para a "juventude", a banda desenhada passou a sofrer fortes pressões governamentais. Essas pressões, sobretudo em [[1954]], após o lançamento do livro [[Seduction of the Innocent]] de autoria do psiquiatra [[Fredric Wertham]], acabaram por forçar, nos EUA, a criação do [[Comics Code Authority]], um código de "ética" a própria indústria que conseguiu limitar a criatividade e o público da banda desenhada norte-americanos nas duas décadas seguintes.<ref name="guerra"/> Praticamente, porque na [[década de 1960]] autores ''underground'' como [[Robert Crumb]] começaram a vender nas esquinas os seus [[Edição de Autor|livros de autor]], sem limites.<ref>Mark James Estren. A History of Underground Comics. [S.l.]: Ronin Publishing, 1993. ISBN 091417164X</ref>


Na década de 1950, a popularidade e a variedade das revistas de banda desenhada norte-americanas era enorme (a maioria traduzida ao redor do mundo). Faziam muito sucesso, além dos super-heróis, revistas de guerra e [[Terror (gênero)|terror]]. Considerados excessivamente violentos e uma influência perniciosa para a "juventude", a banda desenhada passou a sofrer fortes pressões governamentais. Essas pressões, sobretudo em [[1954]], após o lançamento do livro [[Seduction of the Innocent]] de autoria do psiquiatra [[Fredric Wertham]], acabaram por forçar, nos EUA, a criação do [[Comics Code Authority]], um código de "ética" a própria indústria que conseguiu limitar a criatividade e o público da banda desenhada norte-americanos nas duas décadas seguintes.<ref name="guerra"/> Praticamente, porque na [[década de 1960]] (a "[[Era de Prata da banda desenhada|Era de Prata]]") autores ''[[underground comix|underground]]'' como [[Robert Crumb]] começaram a vender nas esquinas os seus [[Edição de Autor|livros de autor]], sem limites.<ref>Mark James Estren. A History of Underground Comics. [S.l.]: Ronin Publishing, 1993. ISBN 091417164X</ref>
A [[Mad (revista)|Mad]] da [[EC Comics]], principal prejudicada pelo Comics Code pela publicação de histórias de [[Terror (gênero)|terror]] e [[ficção científica]], começou sendo publicação com o selo do Comics Code Authority, em julho de [[1955]], trocou o formato comic book pelo ''formato magazine'' (formato usado na [[Revista Veja]]), assim não precisava sofrer censura do código.<ref name="nomenclatura">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20100829164910/http://www.universohq.com/quadrinhos/2008/chiaroscuro_nomenclatura.cfm|titulo=Quando a nomenclatura faz a diferença|autor=Sérgio Codespoti |data=8 de maio de 2008|obra=Universo HQ|acessodata=16 de maio de 2010}}</ref> A estratégia foi usada pela [[Warren Publishing]], que seu tornou uma sucessora espiritual da EC por publicar histórias de terror e ficção científica,<ref>{{citar web|url=http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=275|título=Warren - O melhor terror do mundo!|autor=[[Roberto Guedes]]|data=06/10/2004|publicado=[[HQManiacs]]}}</ref>

A [[Mad (revista)|Mad]] da [[EC Comics]], principal prejudicada pelo Comics Code pela publicação de histórias de [[Terror (gênero)|terror]] e [[ficção científica]], começou sendo publicação com o selo do Comics Code Authority, em julho de [[1955]], trocou o formato comic book pelo ''formato magazine'' (formato usado na [[Revista Veja]]), assim não precisava sofrer [[censura]] do código.<ref name="nomenclatura">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20100829164910/http://www.universohq.com/quadrinhos/2008/chiaroscuro_nomenclatura.cfm|titulo=Quando a nomenclatura faz a diferença|autor=Sérgio Codespoti |data=8 de maio de 2008|obra=Universo HQ|acessodata=16 de maio de 2010}}</ref> A estratégia foi usada pela [[Warren Publishing]], que seu tornou uma sucessora espiritual da EC por publicar histórias de terror e ficção científica,<ref>{{citar web|url=http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=275|título=Warren - O melhor terror do mundo!|autor=[[Roberto Guedes]]|data=06/10/2004|publicado=[[HQManiacs]]}}</ref>


Em [[1957]], Yoshihiro Tatsumi cunhou o termo {{japonês|[[gekiga]]|劇画||lit. ''figuras dramáticas''}} para definir um movimento de mangas de [[quadrinhos para adultos|temáticas adultas]].<ref>{{Citar livro|título=Themes and issues in Asian cartooning: cute, cheap, mad, and sexy|autor=John A. Lent|editor=Popular Press 1|publicação=31 de Dezembro de 1999 |isbn=978-0879727796|páginas=114}}</ref>
Em [[1957]], Yoshihiro Tatsumi cunhou o termo {{japonês|[[gekiga]]|劇画||lit. ''figuras dramáticas''}} para definir um movimento de mangas de [[quadrinhos para adultos|temáticas adultas]].<ref>{{Citar livro|título=Themes and issues in Asian cartooning: cute, cheap, mad, and sexy|autor=John A. Lent|editor=Popular Press 1|publicação=31 de Dezembro de 1999 |isbn=978-0879727796|páginas=114}}</ref>


Um grupo de artistas europeus, incluindo [[René Goscinny]] e [[Albert Uderzo]] fundou a revista [[Pilote (revista)|Pilote]] em 1959 para dar aos artistas maior liberdade sobre o seu trabalho. [[Asterix]] de Goscinny e Uderzo apareceu nela e se tornou um [[best-seller]] em língua francesa.<ref>Screech, Matthew (2005). Masters of the Ninth Art: Bandes Dessinées and Franco-Belgian Identity. Liverpool University Press. p. 204 ISBN 978-0-85323-938-3</ref> A partir de 1960, a revista satírica Hara-Kiri desafiou as leis de censura no [[Contracultura da década de 1960|espírito contracultural]] que levou aos acontecimentos de [[Maio de 1968]].<ref>Miller, Ann (2007). Reading Bande Dessinée: Critical Approaches to French-language Comic Strip Intellect Books. p. 22 ISBN 978-1-84150-177-2</ref>

Um grupo de artistas europeus, incluindo [[René Goscinny]] e [[Albert Uderzo]] fundou a revista [[Pilote (revista)|Pilote]] em 1959 para dar aos artistas maior liberdade sobre o seu trabalho. [[Asterix]] de Goscinny e Uderzo apareceu nela e se tornou um [[best-seller]] em língua francesa.<ref>Screech, Matthew (2005). Masters of the Ninth Art: Bandes Dessinées and Franco-Belgian Identity. Liverpool University Press. p. 204 ISBN 978-0-85323-938-3</ref> A partir de 1960, a revista satírica Hara-Kiri desafiou as leis de censura no espírito [[contracultura]]l que levou aos acontecimentos de [[Maio de 1968]].<ref>Miller, Ann (2007). Reading Bande Dessinée: Critical Approaches to French-language Comic Strip Intellect Books. p. 22 ISBN 978-1-84150-177-2</ref>




Em [[1962]], na [[Itália]], irmãs Angela e Luciana Giussani criam [[Diabolik]], uma série publicada mensalmente em revistas em preto e branco no formato de bolso (12 x 17&nbsp;cm) e estrelada por um ladrão astuto e calculista, a publicação deu origem ao géreno "fumetti neri".<ref>Simone Castaldi. Drawn and Dangerous: Italian Comics of the 1970s and 1980s. [S.l.]: Univ. Press of Mississippi, 2010. 14 p. 9781604737493</ref>
Em [[1962]], na [[Itália]], irmãs Angela e Luciana Giussani criam [[Diabolik]], uma série publicada mensalmente em revistas em preto e branco no formato de bolso (12 x 17&nbsp;cm) e estrelada por um ladrão astuto e calculista, a publicação deu origem ao géreno "fumetti neri".<ref>Simone Castaldi. Drawn and Dangerous: Italian Comics of the 1970s and 1980s. [S.l.]: Univ. Press of Mississippi, 2010. 14 p. 9781604737493</ref>


A frustração com a censura e interferência editorial levou a um grupo de cartunistas de Pilote para fundar a revista para adultos L'echo des savanes em 1972. Bandas desenhadas experimentais floresceram na década de 1970 (a chamada "[[Era de Bronze da banda desenhada|Era de Bronze]]"), como na [[ficção científica]] experimental para adultos de [[Moebius]] e outros na revista [[Métal Hurlant]].<ref>Miller 2007, pp. 25–28.</ref>

A frustração com a censura e interferência editorial levou a um grupo de cartunistas de Pilote para fundar a revista para adultos L'echo des savanes em 1972. Bandas desenhadas experimentais floresceram na década de 1970, como na [[ficção científica]] experimental para adultos de [[Moebius]] e outros na revista [[Métal Hurlant]].<ref>Miller 2007, pp. 25–28.</ref>


Em 1978, [[Will Eisner]] lança [[Um Contrato com Deus|''A Contract with God'']] (''Um Contrato com Deus''), uma obra adulta designada como ''[[graphic novel]]'', termo usado para se diferenciar dos chamados ''comics''.<ref>{{Citar livro|autor=Flávio Braga, [[Carlos Patati]]|título=Almanaque dos quadrinhos - 100 anos de uma mídia popular|editor=[[Ediouro]]|publicação=2006|isbn=9788500016905}}</ref>
Em 1978, [[Will Eisner]] lança [[Um Contrato com Deus|''A Contract with God'']] (''Um Contrato com Deus''), uma obra adulta designada como ''[[graphic novel]]'', termo usado para se diferenciar dos chamados ''comics''.<ref>{{Citar livro|autor=Flávio Braga, [[Carlos Patati]]|título=Almanaque dos quadrinhos - 100 anos de uma mídia popular|editor=[[Ediouro]]|publicação=2006|isbn=9788500016905}}</ref>
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Entre os elementos de linguagem, além do já citado [[Balão de Diálogo|balão]], podem ser destacados: o uso de sinais gráficos convencionados (como as [[onomatopeias]] para a tradução dos sons, pequenas estrelas sobre a cabeça de um personagem indicando dor ou tontura, o próprio formato do balão pode indicar o volume ou tom da fala e até mesmo informar que se trata de um pensamento); uso da "calha" para separar um quadro de outro e estabelecer um sentido de evolução no tempo entre as cenas representadas;<ref>Scott McCloud. Desvendando os quadrinhos. [S.l.]: Makron Books, 1995. 63 p. 85-346-0489-4</ref> uso de cartelas para estabelecer uma "voz do narrador" dentro da história; e o uso de diagramas versáteis dos quadros, de acordo com a necessidade dramática de cada cena, entre outros.<ref>Dennis O'Neil. Guia Oficial DC Comics - Roteiros. [S.l.]: [[Opera Graphica]], 2005. 11 a 17 p. 8589961346</ref>
Entre os elementos de linguagem, além do já citado [[Balão de Diálogo|balão]], podem ser destacados: o uso de sinais gráficos convencionados (como as [[onomatopeias]] para a tradução dos sons, pequenas estrelas sobre a cabeça de um personagem indicando dor ou tontura, o próprio formato do balão pode indicar o volume ou tom da fala e até mesmo informar que se trata de um pensamento); uso da "calha" para separar um quadro de outro e estabelecer um sentido de evolução no tempo entre as cenas representadas;<ref>Scott McCloud. Desvendando os quadrinhos. [S.l.]: Makron Books, 1995. 63 p. 85-346-0489-4</ref> uso de cartelas para estabelecer uma "voz do narrador" dentro da história; e o uso de diagramas versáteis dos quadros, de acordo com a necessidade dramática de cada cena, entre outros.<ref>Dennis O'Neil. Guia Oficial DC Comics - Roteiros. [S.l.]: [[Opera Graphica]], 2005. 11 a 17 p. 8589961346</ref>


== Géneros ==
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== Géneros ==
[[Imagem:My Love Life 01.jpg|thumb|direita|200px|Exemplo de banda desenhada romântica]]
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== Ver também ==
== Ver também ==

* [[Representação feminina nos quadrinhos]]
* [[Big Little Book]]
* [[Big Little Book]]
* [[Dia do Quadrinho Nacional]]
* [[Dia do Quadrinho Nacional]]
* [[Fanzine]]
* [[Fanzine]]
* [[Glossário da banda desenhada]]
* [[Gibiteca]]
* [[Gibiteca]]
* [[Glossário da banda desenhada]]
* [[Histórias em quadrinhos na Educação]]
* [[Humor gráfico]]
* [[Humor gráfico]]
* [[Lista de autores de banda desenhada]]
* [[Lista de autores de banda desenhada]]
Linha 185: Linha 188:
* [[Lista de formatos de banda desenhada]]
* [[Lista de formatos de banda desenhada]]
* [[Lista de séries de banda desenhada]]
* [[Lista de séries de banda desenhada]]
* [[Representação feminina nos quadrinhos]]

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Revisão das 16h27min de 9 de abril de 2017

Little Nemo in Slumberland, de Winsor McCay.

Banda desenhada, BD, história aos quadradinhos[1] (português europeu) ou história em quadrinhos, quadrinhos, gibi, HQ, revistinha,[2] historieta[3] (português brasileiro) é uma forma de arte que conjuga texto e imagens com o objectivo de narrar histórias dos mais variados géneros e estilos. São, em geral, publicadas no formato de revistas, livros ou em tiras publicadas em revistas e jornais. Também é conhecida por arte sequencial, narrativa gráfica[4] e narrativa figurada[5]

A banda desenhada é chamada de Nona Arte[nota 1][nota 2][nota 3], dando sequência à classificação de Ricciotto Canudo. O termo "arte sequencial" (traduzido do original sequential art),[4] criado pelo desenhista Will Eisner com o fim de definir "o arranjo de fotos ou imagens e palavras para narrar uma história ou dramatizar uma ideia", é comummente utilizado para definir a linguagem usada nesta forma de representação.[6] Hugo Pratt chamava de "literatura desenhada".[7]

Nos Estados Unidos, onde é chamada de comics, a banda desenhada tornou-se popular no início do século XX, um desenvolvimento importante ocorreu nos anos de 1930 (a "Era de Ouro"), com o surgimento das banda desenhadas de super-heróis cuja ponte foi o personagem Superman lançado em 1938.[8] Este também é o período entre guerras em que Hergé criou As Aventuras de Tintim, que se tornou um clássico do estilo da banda desenhada franco-belga conhecido como linha clara.[9] No Japão, Osamu Tezuka popularizou o manga após a Segunda Guerra Mundial.

Alguns consideram storyboards como banda desenhada. Estúdios de cinema, especialmente de animação usam sequências de imagens como guias para as cenas. Estes storyboards não se destinam a ser um produto final e raramente são vistos pelo público.[10]

Etimologia

Krazy Kat de George Herriman.

Apesar de nunca terem sido oficialmente baptizados, a banda desenhada recebeu diferentes nomes de acordo com as circunstâncias específicas dos diversos países em que se estabeleceu. A banda desenhada é conhecida por comics nos Estados Unidos, fumetti na Itália, tebeos em Espanha, historietas na Argentina, muñequitos e cómicos no México, mangas no Japão, manhwas na Coreia do Sul, manhuas na China, komiks na República das Filipinas[11] e por outras várias designações pelo mundo fora.

Por exemplo, nos EUA, convencionou-se chamar comics pois as primeiras manifestações do formato eram histórias humorísticas, cómicas; na França, eram publicadas em tiras - bandes - diariamente nos jornais e ficaram conhecidas por bandes-dessinées[12] ; em Portugal por Histórias aos Quadradinhos (HQ) e posteriormente banda desenhada (uma tradução literal do francês); em Itália, ganharam o nome dos balõezinhos ou fumacinhas (fumetti) que indicam a fala das personagens[12] ; em Espanha, chamou-se de tebeo, nome de uma revista infantil (TBO)[12], da mesma forma que, no Brasil, chamou-se por muito tempo e (continua a ser largamente usado) de gibi, também oriundo do nome de uma revista. Originalmente, a palavra gibi significava menino,[13] mas mudou de sentido e passou a ser sinónimo de banda desenhada.[2]

Em Macau, região administrativa especial da República Popular da China que chegou a ser administrada por Portugal,[14] usa-se os termos manhua e banda desenhada.[15]

Tudo, no entanto, refere-se à mesma coisa: uma forma narrativa por meio de imagens fixas, ou seja, uma história narrada em sequência de pequenos quadros vinhetas. Nesse sentido, o nome utilizado no Brasil seria história em quadrinhos, semelhante à expressão que caiu em desuso em Portugal 'histórias aos quadradinhos.[12]

História

Registos primitivos

Na banda desenhada é possível remontar aos tipos de registo pictórico utilizados pelo homem primitivo pré-histórico para representar, por meio de desenhos rupestres, as suas crenças e o mundo ao seu redor. Ao longo da história esse tipo de registo desenvolveu-se de várias formas, desde a escrita hieroglífica egípcia até às tapeçarias medievais, bem como aos códigos/histórias contidos numa única pintura. Por exemplo, a obra de Bosch, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Portugal, As Tentações de Santo Antão, representam sequencialmente passos da vida do santo medieval.

Porém, a banda desenhada não se confina à obra original, sendo antes um produto que nasce da novidade que foi a Imprensa escrita e os livros impressos "editados" por Gutemberg. Assim, terá de ser impressa e distribuída por formatos como sejam a revista ou o álbum, fenómeno que tem a sua génese no decorrer do século XIX. Só assim é a arte que conhecemos. Qualquer analogia com aqueles exemplos históricos é apenas coincidência, pois a BD não é a única arte a contar uma história por método sequencial.

Advindo dessa sua ligação embrionária à Imprensa, a banda desenhada encontra seus precedentes nas sátiras políticas publicadas por jornais e revistas europeus e norte-americanos, que traziam caricaturas acompanhadas de comentários ou pequenos diálogos humorísticos entre as personagens retratados.

Mais tarde esse recurso daria origem aos "balões", recurso gráfico que indica ao leitor qual das personagens em cena está falando (donde o termo italiano "fumetti" - os balões lembram uma fumaça saindo da boca dos interlocutores).

Origens históricas

No século XIX o livro de ilustrações Max und Moritz (1865), do escritor e desenhista alemão Wilhelm Busch, é considerado como o precursor da banda desenhada[17][18][19] - pois cada ação divertida era ricamente ilustrada, tornando o texto mais agradável ao público infantil.[20]

A obra reconhecida pelo Festival Internacional de banda desenhada de Angoulême é o livro Les Amours de monsieur Vieux Bois (Os amores do senhor Jacarandá, no Brasil) de Rodolphe Töpffer publicado em 1827,[21][22][23] seus trabalhos eram denominados littérature en estampes (literatura em gravuras) e histoires en estampes (histórias em gravuras).[24]

De tempos em tempos, aparecem outras obras consideradas pioneiras, como foi o caso de Our House In Town do escocês William Heath e publicada no jornal The Glasgow Looking Glass, em 1825.[22].

Em Portugal o início da banda desenhada publicada, começa com as Aventuras Sentimentaes e Dramáticas do Senhor Simplício Baptista, assinada por Flora e publicada em 1850[25], sendo posteriormente seguido por Rafael Bordalo Pinheiro que desenvolveu igualmente a sequência narrativa figurada, publicando imensas revistas e cadernos repletos do tema, editando em 1872 aquele que pode ser considerado o primeiro álbum de banda desenhada, uma obra com catorze páginas e 120 desenhos, Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador de Rasilb pela Europa, que trata das peripécias do soberano de Rasilb (anagrama de Brasil), em visita pela Europa[26][27].

Katzenjammer Kids de Rudolph Dirks

Deve-se registar ainda o trabalho original publicado na imprensa do Brasil, de autoria do artista italiano Angelo Agostini, que fez inúmeras charges e caricaturas de figuras políticas da época imperial de Dom Pedro II. Em 1869, Agostini criou As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte, a primeira história em quadrinhos do Brasil,[16] com textos na forma de legenda, consideradas por muitos como igualmente precursoras desse tipo de arte.[28]

Em 1845, os desenhos satíricos, que apareceram regularmente em jornais e revistas, ganhou um nome: cartoons. (Na arte, o cartoon é um desenho a lápis ou um esboço no carvão vegetal que ainda não foi pintado.) A revista britânica Punch, lançada em 1841, que se referia aos seus como desenhos humorísticos como cartoons em uma referência satírica ao "Parliament of the day", que se organizavam uma exposição de cartoons na época. Este uso se tornou jargão comum, até os dias atuais.[29] Surgiram revistas similares que traziam cartoons na Europa continental incluído Fliegende Blätter e Le Charivari,enquanto na Estados Unidos, Puck, Judge e Life foram bastante populares.[30]

Nos Estados Unidos, o pioneirismo é atribuído a Little Bears and Tigers (1892) de James Swinnerton[17] e The Yellow Kid (1896) de Richard Felton Outcault, também a The Yellow Kid é atribuído o primeiro proto-comic book, ou seja a primeira revista de banda desenhada, essa revista trazia republicação das tiras publicadas no jornal) na revista de 196 páginas, apesar de não ter sido a primeira colectânea de tiras (o já citado livro Les Amours de monsieur Vieux Bois)[31] , na segunda edição da revista aparecia o termo comic book[32].

Na França, Christophe publica La Famille Fenouillard (1889).[17][28][33]

edição de abril de 1883 da revista satírica The Japan Punch, de Charles Wirgman, nesse período, a banda desenhada japonesa era conhecida como Ponchi-ê (abreviação de Punch-picture)
Capa da revista Corriere dei Piccoli (1911)

O formato em tiras de jornal foi utilizado pelo germano-americano Rudolph Dirks, com as histórias de título original Katzenjammer Kids, publicadas a partir de 12 de dezembro de 1897, nos Estados Unidos. São retratadas as peripécias de um par de gémeos, Hans e Fritz - e foi editado em português, tanto no Brasil quanto em Portugal, com o título Os Sobrinhos do Capitão. Winsor McCay foi um inovador na banda desenhada norte-americana por sua ousadia na definição do uso de diferentes planos e a beleza de seus desenhos e argumentos em obras como Little Nemo in Slumberland, inciada em 1905.[8] Nos jornais surgiram dois tipos de tiras, as diárias publicadas a preto e branco[34] e as pranchas dominicais (também chamadas de "páginas") publicadas em cores[35][36][37] publicados em suplementos (cadernos de jornais dedicados a tiras e publicados no formato tabloide). Durante muito tempo, o termo funnies era usado para definir tiras de jornal, já que as primeiras tiras eram de humor.[38]

Revistas ilustradas por imigrantes ocidentais introduziram a caricaturas satírica de estilo ocidental no Japão no final do século XIX. Novas publicações em ambos os estilos ocidentais e japoneses se tornaram popular.[39]

No início do século XX, Rakuten Kitazawa publicou as bandas desenhadas japonesas modernas e passou a usar da palavra manga para designa-las,[40][41] originalmente, o termo era usado na pintura chinesa conhecida como sumi-ê,[42] a palavra deu origem os termos coreano (manhwa) e chinês (manhua).[43]

Em 1905 surgem as revistas infantis La Semaine de Suzette (França)[44] e O Tico-Tico (Brasil)[45] e em 1908, Corriere dei Piccoli (Itália).[46]

Nesse período na França, surgem as séries Becassine (1905) [47] e Les Pieds Nickelés (1908).[48]

Das tiras de jornal para as revistas

O Fantasma de Lee Falk, exemplo de banda desenhada de aventura.

As décadas de 20 e 30 foram muito importantes para a indústria. O mercado de antologias de banda desenhada na Grã-Bretanha se voltou para as crianças através de revistas como The Dandy e The Beano. O sucesso do Zig et Puce em 1925 do francês Alain Saint-Ogan popularizou o uso de balões de diálogo na banda desenhada europeia.[49][50]

Na Bélgica, Hergé criou a tira As Aventuras de Tintin para um suplemento; Logo começou a ser compilado em um álbum encadernado e criou um mercado para novas obras, o autor também inaugura um estilo de desenho, chamado de linha clara.[9] O mesmo período nos Estados Unidos tinha visto as tiras de jornal expandir suas opções além do humor, com ação, aventura e mistério. A republicação de tiras também começou, com a revista The Funnies da Dell Comics, uma antologia com reprises de tiras de jornal, publicada em formato tabloide, em 1929, dando origem aos primeiros "comic books".[8]

Jo-Jo Congo King #24 (Fevereiro 1949), trazendo histórias criadas exclusivamente para comic books
Green Mask vs. 2 #6, Outubro de 1946

As primeiras comic books eram revistas grandes no formato tabloide, mesmo formato dos suplementos de tiras dominicais dos jornais, em 1933, surgiu a ideia de dobrar o tabloide para se publicar mais páginas de desenhos, surge então o formato meio-tabloide (um tabloide possuía 16 páginas e um meio tabloide possuía 64 páginas).[2]

Além disso, a partir da década de 1930, as revistas em quadradinhos multiplicaram-se: eram muito baratas e vendiam muito bem no clima de devastação económica criado pela quebra da Bolsa de Nova York, em 1929.[51]

Uma das tiras mais bem sucedidas e apreciadas da década de 1930 foi Mickey Mouse de Walt Disney e Ub Iwerks. No entanto, seus criadores deixaram de produzir tiras e designaram outros artistas, como Floyd Gottfredson, que é considerado o autor que tratou o personagem com maior virtuosismo.[52]

Essas primeiras revistas tiveram grande sucesso, e logo o material disponível não era suficiente. Surgiram então os estúdios especializados na produção de histórias produzidas especificamente para a página de revistas. A liberdade de usar a página (livre das restrições da "tira") permitiu aos desenhadores um salto criativo.

Ainda em 1933 surge a revista Detective Dan, Secret Operative nº. 48, publicada pela Humor Publications, a revista trazia a primeira história em quadrinhos produzida para uma revista em quadrinhos, estrelada por Dan Dunn, um detetive nitidamente inspirado em Dick Tracy, contudo, a revista durou apenas uma edição,[53] o detetive Dan Dunn acabou migrando para as tiras de jornais.[54]

Em 1938, com a publicação e o estrondoso sucesso da primeira história do Super-Homem, surgiu o género dos super-heróis, que se tornaria o paradigma da banda desenhada norte-americanos. Em torno desses, a partir da década de 1940, desenvolveu-se uma verdadeira indústria do entretenimento.[8]

Ficheiro:Susumu Seki Nakamura shobo Tobo-5-fun-mae.jpg
Exemplo de uma HQ Japonesa do Gênero Infantil e Aventura

A era moderna da banda desenhada no Japão começou após a Segunda Guerra Mundial, impulsionado pelo sucesso das séries do prolífico Osamu Tezuka. Géneros e públicos diversificados ao longo das décadas seguintes. As histórias são geralmente criada para antologias que possuem centenas de páginas de espessura e podem conter mais de uma dúzia de histórias; Mais tarde eles são compilados em livros chamados de tankōbon.[55]

Eerie No. 1, 1951, títulos de horror se tornaram alvo da crítica

Na década de 1950, a popularidade e a variedade das revistas de banda desenhada norte-americanas era enorme (a maioria traduzida ao redor do mundo). Faziam muito sucesso, além dos super-heróis, revistas de guerra e terror. Considerados excessivamente violentos e uma influência perniciosa para a "juventude", a banda desenhada passou a sofrer fortes pressões governamentais. Essas pressões, sobretudo em 1954, após o lançamento do livro Seduction of the Innocent de autoria do psiquiatra Fredric Wertham, acabaram por forçar, nos EUA, a criação do Comics Code Authority, um código de "ética" a própria indústria que conseguiu limitar a criatividade e o público da banda desenhada norte-americanos nas duas décadas seguintes.[2] Praticamente, porque na década de 1960 (a "Era de Prata") autores underground como Robert Crumb começaram a vender nas esquinas os seus livros de autor, sem limites.[56]

A Mad da EC Comics, principal prejudicada pelo Comics Code pela publicação de histórias de terror e ficção científica, começou sendo publicação com o selo do Comics Code Authority, em julho de 1955, trocou o formato comic book pelo formato magazine (formato usado na Revista Veja), assim não precisava sofrer censura do código.[4] A estratégia foi usada pela Warren Publishing, que seu tornou uma sucessora espiritual da EC por publicar histórias de terror e ficção científica,[57]

Em 1957, Yoshihiro Tatsumi cunhou o termo gekiga (劇画? lit. figuras dramáticas) para definir um movimento de mangas de temáticas adultas.[58]

Um grupo de artistas europeus, incluindo René Goscinny e Albert Uderzo fundou a revista Pilote em 1959 para dar aos artistas maior liberdade sobre o seu trabalho. Asterix de Goscinny e Uderzo apareceu nela e se tornou um best-seller em língua francesa.[59] A partir de 1960, a revista satírica Hara-Kiri desafiou as leis de censura no espírito contracultural que levou aos acontecimentos de Maio de 1968.[60]

Em 1962, na Itália, irmãs Angela e Luciana Giussani criam Diabolik, uma série publicada mensalmente em revistas em preto e branco no formato de bolso (12 x 17 cm) e estrelada por um ladrão astuto e calculista, a publicação deu origem ao géreno "fumetti neri".[61]

A frustração com a censura e interferência editorial levou a um grupo de cartunistas de Pilote para fundar a revista para adultos L'echo des savanes em 1972. Bandas desenhadas experimentais floresceram na década de 1970 (a chamada "Era de Bronze"), como na ficção científica experimental para adultos de Moebius e outros na revista Métal Hurlant.[62]

Em 1978, Will Eisner lança A Contract with God (Um Contrato com Deus), uma obra adulta designada como graphic novel, termo usado para se diferenciar dos chamados comics.[63]

Hoje, a banda desenhada é publicada em média impressa e electrónica e agrega ao seu redor um universo de criações que são adaptadas aos jogos, às artes plásticas e a produtos como brinquedos, colecções de roupas, etc.

Entre os elementos de linguagem, além do já citado balão, podem ser destacados: o uso de sinais gráficos convencionados (como as onomatopeias para a tradução dos sons, pequenas estrelas sobre a cabeça de um personagem indicando dor ou tontura, o próprio formato do balão pode indicar o volume ou tom da fala e até mesmo informar que se trata de um pensamento); uso da "calha" para separar um quadro de outro e estabelecer um sentido de evolução no tempo entre as cenas representadas;[64] uso de cartelas para estabelecer uma "voz do narrador" dentro da história; e o uso de diagramas versáteis dos quadros, de acordo com a necessidade dramática de cada cena, entre outros.[65]

Géneros

Exemplo de banda desenhada romântica

Alguns géneros presentes na banda desenhada:

  • Aventura;
  • Esportiva, na banda desenhada japonesa são conhecidas como spokon;
  • Humorística;
  • Histórica, com um subgênero estabelecido, o faroeste;
  • Jornalística: Pode ser publicado em livro-reportagem, numa revista, online ou no próprio jornal, representa a realidade e atende aos padrões do jornalismo na veracidade de seus dados e histórias, através de entrevistas e apuração. Joe Sacco é um dos nomes mais aclamados na área, mas as publicações estão a crescer.[66] Por causa do poder da informação visual o jornalismo em forma debanda desenhada aproxima-se e cativa mais o leitor. Além, é claro, de atrair um público mais amplo, afinal o objectivo das histórias gráficas é facilitar a compreensão.
  • Erótico ou pornográfico, diferenciado na tradição japonesa:
    • Ecchi (エッチ), que não apresenta relação sexual
    • Hentai (変態) , pornográfico
  • Policial;
  • Romântica;
  • Superaventura[67];
  • Terror
  • Guerra

Ver também

Notas

  1. Este nome vem da série de artigos Neuvième Art, musée de la bande dessinée assinados por Morris no Jornal Spirou, entre 1964 e 1967 (o primeiro publicado em 17 de dezembro de 1964, especial de Natal, No. 1392 ). Esta classificação foi adotada e popularizada por Francis Lacassin em seu livro Pour un neuvième art, la bande dessinée. No entanto, a autoria da expressão foi reivindicada pelo crítico e historiador de cinema Claude Beylie. Ele a usou pela primeira vez em março de 1964 na revista Lettres et Médecins (artigo La bande dessinée est-elle un art ? ") Fonte: Lettres et Médecins, suplemento literário de La Vie médicale,, edição datada de março 1964.
  2. ANDRAUS, Gazy. "O Meme nas Histórias em Quadrinhos, (acessado em Janeiro de 2008) - a sétima arte é o cinema, a oitava a televisão, que se somam às seis formas artísticas consideradas "clássicas"
  3. No Brasil, também pode ser referida como oitava arte, Exem: O poeta, artista visual e professor Moacy Cirne se despede aos 70 anos Tribuna do Norte (01/11/2014)

Referências

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Bibliografia

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