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Marxismo é um método de análise socioeconômica sobre as relações de classe e conflito social, que utiliza uma interpretação materialista do desenvolvimento histórico e uma visão dialética de transformação social. A metodologia marxista utiliza inquéritos econômicos e sociopolíticos que se aplicam à crítica e análise do desenvolvimento do capitalismo e o papel das lutas de classes na mudança econômica sistêmica. Na segunda metade do século XIX, os princípios intelectuais do marxismo foram inspirados por dois filósofos alemães: Karl Marx e Friedrich Engels. Análises e metodologias marxistas influenciaram várias ideologias políticas e movimentos sociais. O marxismo engloba uma teoria econômica, uma teoria sociológica, um método filosófico e uma visão revolucionária de mudança social.

A análise marxista tem sido aplicada a diversos temas e tem sido mal interpretada e modificada durante o curso de seu desenvolvimento, resultando em numerosas e às vezes contraditórias teorias que caem sob a rubrica de "marxismo" ou "análise marxista". O marxismo baseia-se em um entendimento materialista do desenvolvimento da sociedade, tendo como ponto de partida as atividades econômicas necessárias para satisfazer as necessidades materiais da sociedade humana. A forma de organização econômica ou modo de produção é compreendida como a origem, ou pelo menos uma influência direta, da maioria dos outros fenômenos sociais — incluindo as relações sociais, sistemas políticos e jurídicos, moralidade e ideologia. Assim, o sistema econômico e as relações sociais são chamadas de infraestrutura e superestrutura. À medida que as forças produtivas (principalmente a tecnologia) melhoraram, as formas existentes de organização social tornam-se ineficientes e asfixiam o progresso. Estas ineficiências se manifestam como contradições sociais na forma da luta de classes.

Artigo destacado

A Revolução de Outubro, também conhecida como a Revolução Bolchevique, Grande Revolução Socialista de Outubro,[nota 1] ou Revolução Vermelha,[1] foi a segunda fase da Revolução Russa de 1917, após a Revolução de Fevereiro, segundo a historiografia oficial da antiga União Soviética e de acordo com alguns grupos comunistas. A data de 25 de outubro de 1917 corresponde ao calendário juliano em vigor na Rússia czarista, mais tarde abolido pelo novo governo Bolchevique. No resto do mundo ocidental, sob o calendário gregoriano, os acontecimentos começaram a 7 de novembro de 1917.

A insistência do Governo Provisório em prosseguir a guerra — muito impopular — impediu a implementação das profundas reformas exigidas pela população.[2] Na ausência destas reformas, o programa Bolchevique, refletido nos seus slogans de "Paz, Pão e Terra" e "Todo o Poder aos Sovietes" (conselhos operários), conquistou rapidamente apoiantes no outono de 1917.[2] A crise económica, que se tinha agravado desde o verão, a ameaça da frente para os soldados na capital, a desilusão com a falta de reformas governamentais e o apoio da maioria dos partidos ao Governo Provisório favoreceram os Bolcheviques, que desencadearam uma intensa campanha de propaganda na capital, então Petrogrado.[2] Entre as classes mais pobres da cidade, houve uma recusa geral de fazer sacrifícios para continuar a guerra e de permanecer nos governos de coligação com os Kadets após o golpe de Kornilov.[2]

Apesar da aparente fraqueza do Governo Provisório, alguns dias antes da revolução tornou-se claro que uma insurreição armada contra o Governo Provisório pelos Bolcheviques sozinhos — como Vladimir Lénine tinha defendido anteriormente — seria rejeitada pelas massas. A tomada do poder foi então aprovada, mas seguindo uma estratégia defensiva, liderada principalmente por Leon Trótski, que consistiu em assegurar a transferência do poder durante o Segundo Congresso dos Sovietes de Toda a Rússia prestes a ter lugar.[3] Seria o Soviete de Petrogrado e não o partido que tomaria o poder, e qualquer tentativa do governo de resistir seria apresentada como um ataque contrarrevolucionário.[3] A ordem do governo para enviar parte da guarnição para a frente próxima desencadeou a revolução.[3]

Defendendo as suas ações como uma defesa contra a contrarrevolução, o novo Comité Militar Revolucionário de Petrogrado (CMR) — controlado na prática pelos Bolcheviques — assumiu rapidamente o controlo das unidades da guarnição.[4] Seguiu-se uma série de confrontos sem derramamento de sangue entre o governo e o CMR pelo controlo de pontos estratégicos na capital, que terminou com a vitória do último e o isolamento do primeiro, que mal conseguiu obter qualquer ajuda militar. Depois veio finalmente o assalto ao Governo que Lénine vinha a exigir há semanas, que terminou com a captura de quase todo o Governo Provisório na noite de 25 de outubro(jul.)/7 de novembro(greg.) de 1917, com o Segundo Congresso dos Sovietes já em sessão.[1]

O abandono desse congresso pelos socialistas moderados em protesto contra as ações Bolcheviques facilitaram a formação de um governo (o Sovnarkom) exclusivamente deste partido.[4] As negociações subsequentes para formar um governo de coligação entre os vários partidos socialistas foram frustradas pela intransigência dos partidos. As tentativas da oposição de realizar um contra-ataque através de uma insurreição na capital e a marcha de tropas da frente sobre a cidade também fracassaram.

O poder do novo governo espalhou-se pelo país em várias fases, com sérios confrontos em algumas áreas, tais como Moscovo. A fraqueza militar da oposição e a popularidade das primeiras medidas, contudo, favoreceram Lénine e os seus seguidores. A rejeição pela oposição mais radical da tomada do poder pelos Bolcheviques e a incapacidade da oposição moderada de tomar o poder através das instituições — devido à dissolução da Assembleia Constituinte pelos Bolcheviques em Janeiro de 1918 e à expulsão dos partidos socialistas dos sovietes na primavera seguinte — levou à guerra civil russa.

Citação da semana

Toda a opressão cria um estado de guerra.

Biografias selecionadas

György Lukács ou Georg Lukács (AFI['ɟørɟ 'lukɑːtʃ], Budapeste, 13 de abril de 1885 — Budapeste, 4 de junho de 1971) foi um filósofo, crítico literário e historiador literário húngaro. Como crítico literário, Lukács foi especialmente influente, sendo reconhecido como o precursor dos estudos sociológicos da literatura ficcional. Ele adotou uma perspectiva que coloca a obra de arte em seu contexto social e histórico e que se esforça para reconstruí-la e analisá-la. Defensor feroz do realismo na literatura, repudiou o modernismo encarnado por autores como Kafka, Joyce ou Beckett. Em 1919, foi nomeado ministro da Cultura húngaro do governo da República Soviética da Hungria (entre março e agosto de 1919). Ele ainda foi agraciado postumamente com o Prêmio Goethe.

Lukács é amplamente descrito como o mais proeminente intelectual marxista da era stalinista, tendo sido preso por dois meses pela política "stalinista" em 1941 durante seu exílio na União Soviética, o que o fez mais tarde caracterizar o episódio como "sorte", já que as execuções tinham acabado. Contra o "stalinismo" (no qual, segundo ele, filosoficamente dominava um "hiperracionalismo" e uma "absurdidade") e o neopositivismo no marxismo, Lukács foi um dos fundadores do marxismo ocidental, uma tradição interpretativa que se afastou ou criticou a ortodoxia marxista ideológica da União Soviética naquele período, ainda que reconhecesse o papel teórico-prático de Lênin. Assim, Lukács também foi um teórico do marxismo-leninismo. Desenvolveu e organizou ideologicamente as práticas revolucionárias pragmáticas de Lênin na filosofia formal da revolução. Desenvolveu a teoria da reificação e contribuiu para a teoria marxista com o desenvolvimento da teoria da consciência de classe de Karl Marx.

Suas duas obras da maturidade mais importantes são a Estética e Para Uma Ontologia do Ser Social (ambas produzidas nos cursos dos anos 1960, apesar da velhice), em que desenvolve e identifica uma estética e uma ontologia em Marx. Também é muito considerada a polêmica obra A Destruição da Razão (publicada em 1954), que, destrinchando o que Lukács considerava como "irracionalismo" de autores como Schelling, Schopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche, Dilthey, Simmel, Schiller, Heidegger, Jasper, Weber, entre outros, buscou mapear na filosofia alemã o que teria levado ao nazismo ou a ele se associado.

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  1. a b Geyer 1968, p. 164.
  2. a b c d Rabinowitch 1978, p. 311.
  3. a b c Rabinowitch 1978, p. 313.
  4. a b Rabinowitch 1978, p. 314.


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