Sequemibe

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Sequemibe
Sequemibe
Vaso de alabastro mostrando, de forma danificada, o nome duplo de Sequemibe
Faraó do Egito
Reinado ca. 2 720 a.C. (II dinastia)
Antecessor(a)
Sucessor(a)
 
Dinastia II dinastia
Religião Politeísmo egípcio
Titularia
Trono
M23
t
L2
t
G16S29S42F34
O1
n
U5
t
(Nisut-Bity-Nebty-Sekhemib-Perenma'at Nsw.t-btj-nb.ty-Sḫm-jb-pr-n-m3ˁt)
Hórus
G5S29S42F34
O1
n
U5
t
(Ḥr-Sḫm-jb-pr-n-m3ˁt)
Duas Senhoras
G16S29S42F34
O1
n
U5
t
(Sḫm-jb-pr-n-m3ˁt-Nb.tj)
Título

Sequemibe (Sekhemib) ou Sequemibe-Parenmaate (Sekhemib-Perenma'at) é o nome de Hórus de um faraó da II dinastia Semelhante ao seu antecessor, sucessor ou cogovernante Peribessene, Sequemibe é contemporaneamente bem atestado em registros arqueológicos, mas não aparece em nenhum documento póstumo. A duração exata de seu reinado é desconhecida e seu local de enterro ainda não foi achado.[1] Alguns egiptólogos tentam associá-lo a algum dos faraós melhor conhecidos do período, como Peribessene, bem como há teorias divergentes se à época o Antigo Egito se dividiu em dois reinos autônomos, no Alto e Baixo Egito, uma realidade que possivelmente começou sob Binótris.

Fontes do nome[editar | editar código-fonte]

O nome de Sequemibe surge em impressões de selos e inscrições em vasos feitos de alabastro e brecha achados na entrada do túmulo de Peribessene em Abidos, nas galerias subterrâneas sob a Pirâmide de Djoser (II dinastia) em Sacará e num local de escavação em Elefantina.[1][2][3][4] O nome em seu sereque é incomum, pois é o primeiro que foi aumentado por um epíteto (Perenmaate), e ele usou ambas as formas ao mesmo tempo, ou seja, só o nome de Hórus e o nome duplo. Egiptólogos como Herman te Velde e Wolfgang Helck pensam que o nome duplo surgiu quando o Estado foi dividido em dois reinos autônomos. Parece que Sequemibe tentou enfatizar a situação política pacífica que prevalecia no Egito na época e uma forma aumentada desse nome duplo foi criada e usada por seu sucessor, Quenerés.[5][6]

Identidade[editar | editar código-fonte]

Vaso de Sequemibe com a inscrição reproduzida à direita. À direita, lê-se O rei do Alto e Baixo Egito, Sequemibe-Perenmaate, e à esquerda, lê-se administrador da casa de cobre, servo do deus Querti, Museu Arqueológico Nacional (França)

Sequemibe é objeto de investigação e discussões por egiptólogos e historiadores até hoje, pois as descobertas contraditórias permitem espaço para muitas interpretações e teorias. Egiptólogos como Walter Bryan Emery, Kathryn A. Bard e Flinders Petrie acreditam que era a mesma pessoa que Peribessene, um governante que havia ligado seu nome à divindade Seti e que quiçá governava apenas o Alto Egito. Emery, Bard e Petrie apontam para vários selos de argila que foram encontrados na entrada da tumba da necrópole de Peribessene. A tumba de Sequemibe ainda não foi encontrada.[2][7][8][9]

Por outro lado, egiptólogos como Hermann Alexander Schlögl, Wolfgang Helck, Peter Kaplony e Jochem Kahl acreditam que Sequemibe era um governante diferente de Peribessene. Ressaltam que os selos de argila foram encontrados apenas na área de entrada do túmulo de Peribessene e que nenhum deles jamais mostra os nomes de Peribessene e Sequemibe juntos numa inscrição. Comparam as descobertas com as tábuas de marfim de Boco encontradas na entrada da tumba de Bienequés. Logo, Schlögl, Helck, Kaplony e Kahl estão certos de que os selos são apenas a prova de que Sequemibe enterrou Peribessene.[6][10]

Egiptólogos como Toby Wilkinson e Helck acreditam que Sequemibe e Peribessene poderiam estar relacionados. Sua teoria é baseada nas inscrições de vasos de pedra e impressões de selos que mostram fortes semelhanças em seus estilos de escrita tipográfica e gramatical. Vasos de Peribessene, por exemplo, mostram a notação ini-setjet ("homenagem ao povo de Setroé"), enquanto as inscrições de Sequemibe, ini-chasut ("homenagem aos nômades do deserto"). Uma indicação adicional para um relacionamento é o sereque de ambos, pois usam as sílabas "per" e "ibe" em seus nomes.[1][7][11] Helck ainda liga Sequemibe ao nome do cartucho raméssida Uadjenes e iguala Peribessene a Setenés. Dietrich Wildung concorda e identifica Sequemibe ao nebuloso Uenegue e Peribessene com Setenés.[6][12]

Reinado[editar | editar código-fonte]

Parece haver evidências arqueológicas de que Sequemibe governou apenas no Alto Egito. Seu reino se estenderia de Ombo até Elefantina, onde o novo centro administrativo de "Casa Branca do Tesouro" foi fundado sob Peribessene.[13] Continua sendo o assunto da discussão entre egiptólogos e historiadores se, por que e quando foi decidido dividir o Estado.

Proponentes da teoria do reino dividido[editar | editar código-fonte]

Selo de argila de Sequemibe

Egiptólogos como Wolfgang Helck, Nicolas Grimal, Hermann Alexander Schlögl e Francesco Tiradritti acreditam que Binótris, o terceiro faraó da II dinastia e um predecessor de Peribessene, deixou um reino que sofria de uma administração estatal excessivamente complexa e que Binótris decidiu dividir Egito entre seus dois filhos (ou, pelo menos, seus dois sucessores), na esperança de que pudessem administrar melhor os dois estados. Como os artefatos sobreviventes de sua vida parecem provar que ele e seu coetâneo Peribessene governavam apenas no Alto Egito, é objeto de investigação sobre quem governou o Baixo Egito naquela época. As listas dos faraós raméssidas diferem em sua sucessão de nomes reais de Setenés em diante. Uma razão pode ser que a Tabuleta de Sacará e o Cânone de Turim reflitam as tradições menfitas, que permitem que só os faraós menfitas sejam mencionados. A lista real de Abidos reflete as tradições tinitas e, portanto, apenas os faraós tinitas aparecem nessa lista. Até Setenés, todas as listas póstumas concordam entre si. Depois dele, a lista de Sacará e a de Turim mencionam três faraós como sucessores: Neferquerés I, Nefercasocar e Hudjefa I. A lista de reis de Abidos os pula e cita Quenerés, chamando-o de "Djadjai". As discrepâncias são consideradas pelos egiptólogos como o resultado da partição do estado egípcio durante a II dinastia.[1][10][14][15]

Um outro problema são os nomes de Hórus e os de Nebti de diferentes faraós nas inscrições encontradas na Grande Galeria do Sul, na necrópole de Djoser (III dinastia) em Sacará. As inscrições em vasos de pedra citam os faraós Nubenefer, Uenegue, Hórus Bá, Hórus Pássaro e , mas cada um desses faraós é mencionado apenas algumas vezes, o que sugere aos egiptólogos que cada um deles não governou por muito tempo. O rei Senefercá pode ser idêntico a Bienequés ou um sucessor efêmero. Uenegue pode ser idêntico ao nome da cartela raméssida, Uadjenes. Mas faraós como "Nubenefer", "Pássaro" e "Zá" continuam sendo um mistério. Nunca aparecem em nenhum outro lugar do registro histórico, exceto em Sacará, onde o número de objetos sobreviventes de suas vidas é muito limitado. Schlögl, Helck e Peter Kaplony postulam que Nubenefer, Zá e Pássaro eram os governantes correspondentes a Peribessene e Sequemibe e governavam no Baixo Egito, enquanto os dois últimos governavam o Alto Egito.[1][10][14][15][16]

Por outro lado, egiptólogos como Barbara Bell acreditam que uma catástrofe econômica, como fome ou seca de longa duração, afetou o Egito naquela época. Para ajudar a resolver os problemas de alimentar, Binótris dividiu o reino e seus sucessores governaram dois reinos independentes, até que a fome terminou com sucesso. Bell aponta para as inscrições da Pedra de Palermo, onde, na sua opinião, os registros das inundações do Nilo mostram níveis consistentemente baixos.[17][18] Os títulos administrativos dos escribas, porta-selos e superintendentes foram ajustados à nova situação política. Por exemplo, títulos como "selador do rei" foram alterados para "selador do rei do Alto Egito". O sistema de administração desde a época de Peribessene e Sequemibe mostra uma hierarquia clara e bem identificada; um exemplo: Casa do Tesouro → escritório de pensão → propriedade → estaleiros → vinha privada. Quenerés, o último governante da II dinastia, conseguiu reunificar a administração estatal e, portanto, unir todo o Egito. Colocou as duas casas do tesouro do Egito sob o controle da "Casa do Rei", levando-as a um novo centro de administração único.[19][20][21]

Oponentes da teoria do reino dividido[editar | editar código-fonte]

Fragmento de um vaso de diorito inscrito com parte do nome de Sequemibe da Pirâmide de Djoser, hoje no Museu Egípcio; a inscrição diz (da direita para a esquerda): "Rei do Baixo e Alto Egito, Sequemibe-Per(enmaate), homenagem aos estrangeiros, provisões para [...]"

Outros egiptólogos, como Michael Rice, Francesco Tiradritti e Wolfgang Helck, acreditam que não houve a divisão e que Sequemibe e Peribessene eram governantes únicos e independentes. A divisão suspeita pode ter sido de mera natureza burocrática, incluindo mudanças nos títulos de altos funcionários. É possível que Binótris (ou Peribessene) tenha decidido dividir toda a burocracia do Egito em dois departamentos separados, na tentativa de reduzir o poder dos oficiais. Tal ato não foi surpreendente e ocorreu várias vezes na história egípcia, especialmente em dinastias posteriores. Os estudiosos também apontam para os túmulos de mastaba, outrora palaciais e bem preservados, em Sacará e Abidos, pertencentes a altos funcionários como Ruabene e Nefer-Seteque. Tudo isso é datado do reinado de Binótris ao de Quenerés. Os egiptólogos consideram o registro arqueológico da condição das mastabas e a arquitetura original como prova de cultos mortuários bem sucedidos por todo o Estado para faraós e nobres durante toda a dinastia. Se verdadeira, sua preservação é inconsistente com a teoria das guerras civis e dos problemas econômicos durante o reinado de Peribessene. Rice, Tiradritti e Helck pensam que Binótris decidiu deixar um reino dividido por razões privadas ou políticas e que a divisão foi uma formalidade sustentada pelos reis da Segunda Dinastia.[15][22][23]

Estudiosos como Herman TeVelde,[24] I. E. S. Edwards[25] e Toby Wilkinson acreditam que a inscrição da famosa Pedra Anal da Quinta Dinastia, uma laje de olivina-basalto preta que exibe uma lista de reis muito detalhada, também argumenta contra a divisão do reino. Na pedra, os faráos são listados pelo nome de Hórus, nome de ouro, nome de cartucho e, finalmente, o nome de sua mãe real. As listas também contêm janelas retangulares, apresentando eventos anuais desde o dia da coroação do faraó até sua morte. Os fragmentos mais famosos da pedra são chamados de Pedra de Palermo e Pedra do Cairo. Na Pedra do Cairo, na linha IV, os últimos nove anos de Binótris são preservados (mas na maior parte das janelas estão ilegíveis agora). A pedra, no entanto, não dá absolutamente nenhuma indicação de uma divisão do reino egípcio. Barta, TeVelde, Wilkinson e Edwards argumentam que a teoria da divisão do estado é insustentável. Uma mera reorganização administrativa da burocracia ou uma divisão nas seitas do sacerdócio parece mais provável.[26]

A teoria de Bell de uma fome ou seca é refutada hoje por egiptólogos como Stephan Seidlmayer, que corrigiram os cálculos de Bell. Seidlmayer mostrou que a inundação anual do Nilo era normal durante o período de Binótris até o do Reino Antigo (2686–2160 a.C.). Bell pode ter esquecido que a altura das inundações do Nilo nas inscrições de Pedra de Palermo leva apenas em consideração as medições dos nilômetros em torno de Mênfis, e não em outros lugares ao longo do rio. Qualquer seca duradoura naquele momento pode ser excluída.[27] Além disso, três funcionários do reinado de Sequemibe são conhecidos pelos egiptólogos por impressões de selo: Nebotepe, Inicnum e Maapermim. Um deles, Inicnum, pode ter inclusive ocupado o cargo em tempos posteriores, sob Djoser e Sanaquete.[28]

Tumba[editar | editar código-fonte]

A localização do túmulo de Sequemibe é desconhecida. Se era realmente a mesma pessoa que Peribessene, foi enterrado na Tumba P em Abidos. Caso contrário, seu túmulo pode estar localizado em Sacará.[2][7][9]

Referências

  1. a b c d e Wilkinson 1999, p. 90-91.
  2. a b c Petrie 1900, p. 7, 14, 19, 20 & 48.
  3. Lacau 1936, p. 18 e 91.
  4. Spencer 1980, p. 76–78; Obj. No. 278.
  5. Velde 1977, p. 72, 73 & 110.
  6. a b c Helck 1987, p. 104–111 & 183.
  7. a b c Emery 1964, p. 106.
  8. Pätznik 1999, p. 54.
  9. a b Bard 2003, p. 86.
  10. a b c Schlögl 2006, p. 78.
  11. Schott 1950, p. 55.
  12. Wildung 1969, p. 14 e 250.
  13. Pätznik 2005, p. 64-66.
  14. a b Grimal 1994, p. 55.
  15. a b c Tiradritti 1998, p. 80–85.
  16. Kaplony 1965, p. 1–46.
  17. Bell 1970.
  18. Goedicke 1980, p. 50.
  19. Pätznik 2005, p. 211–213.
  20. Pätznik 1999, p. 90-92.
  21. Schulz 2007, p. 9–15.
  22. Rice 2001, p. 72, 134 & 172.
  23. Helck 1987, p. 103-111.
  24. Velde 1977, p. 109-111.
  25. Edwards 1971, p. 32-33.
  26. Wilkinson 2000, p. 200-206.
  27. Seidlmayer 2001.
  28. Kaplony 1963, p. 406–479.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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