Adalberto Kretzer
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Adalberto Kretzer | |
Data de nascimento | 19 de março de 1948 | |
Local de nascimento | Presidente Getúlio, Santa Catarina, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Data da morte | 24 de agosto de 2024 (76 anos) | |
Local da morte | Balneário Camboriú, Santa Catarina, Brasil | |
Altura | 1,81 m | |
Apelido | Mickey | |
Informações profissionais | ||
Posição | atacante | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1966 1967 1968–1969 1969–1972 1973 1974 1974 1974 1974–1976 1976–1978 1978 1979 |
Caxias-SC Palmeiras de Blumenau Caxias-SC Fluminense Atlético Junior Deportivo Cali Olaria Fluminense Bahia São Paulo Ceará Avaí |
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Adalberto Kretzer, mais conhecido como Mickey (Presidente Getúlio, 19 de março de 1948 – Balneário Camboriú, 24 de agosto de 2024), foi um futebolista brasileiro.
O apelido deve-se a um médico de sua cidade, que passou a chamá-lo assim por causa do cabelo curto e do nariz e das orelhas grandes, que dizia deixá-lo parecido com o personagem Mickey Mouse, de Walt Disney.[1][2] "Foi difícil, sempre pegavam no meu pé", lembrou, em uma entrevista ao Jornal da Tarde em 2010. "Falavam: 'Cadê o Pateta? A Minnie?' Os caras tiravam sarro, mesmo. Mas isso é normal, é alegria."[2]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Mickey começou no Caxias de Joinville, em 1966. Três anos depois foi sondado por João Saldanha para ir para o Botafogo, mas acabou indo para o Fluminense, onde ficaria até 1972, voltando em 1974.
Lá conquistou as Taças Guanabaras de 1969 e 1971, o Campeonato Carioca de 1971 e a Taça de Prata de 1970. "Aceitei ser reserva, porque o Flávio é o maior goleador brasileiro, mas jurei a mim mesmo que ninguém sentiria falta dele se eu entrasse."[3]
Nessa campanha era reserva de Flávio, que se contundiu na penúltima rodada da primeira fase.[2] Ele já tinha substituído contra o Botafogo o mesmo Flávio, suspenso por expulsão, marcando o gol do empate por 1 a 1.[4]
Contra o Atlético Paranaense, na última rodada, Mickey fez apenas seu segundo jogo como titular na competição e marcou o gol do Flu no empate por 1 a 1, que garantiu a classificação tricolor às finais.[2] Ele veio sozinho da intermediária e, da entrada da área, chutou fraco, mas a bola desviou na grama e enganou o goleiro Paulista.[5]
No quadrangular decisivo, marcou os três gols do Fluminense, que deram ao clube vitórias por 1 a 0 sobre Palmeiras e Cruzeiro e um empate por 1 a 1 com o Atlético Mineiro. Na volta ao Rio de Janeiro após a vitória sobre o Palmeiras, Mickey foi carregado pela torcida no Aeroporto Santos Dumont.[6] O gol que marcou naquela partida valeu um elogio do titular Flávio, que àquela altura já sabia que não voltaria antes de o campeonato acabar: "Acabo perdendo meu lugar. O gol foi lindo."[6] Os resultados deram o título ao Fluminense.[2]
"Tive vontade de chorar", disse, sobre os gols que marcou naqueles jogos. "Era a minha consagração. Afinal, entrei no time para substituir Flávio. Tinha de fazer os gols que ele fazia, senão eu não teria coragem de receber o pagamento no fim do mês."[3] O gol do título foi marcado de cabeça. "Depois da cabeçada fechei os olhos, de emoção", disse, à época. "Eu vi o gol. Ouvi a explosão da torcida. Não olhei para a cara do Renato [goleiro do Atlético Mineiro]."[3]
Antes da fase decisiva, o elenco combinou que quem marcasse um gol comemoraria com os dedos indicador e médio em v, símbolo de paz e amor no final dos anos 1960.[2] Ele assim o fez e passou a ser conhecido por aquele tipo de comemoração.[2] "Era época de ditadura, aí falavam que eu estava ofendendo o regime militar", diria, quarenta anos depois, ao JT. "Mas não era nada disso. Apenas festejava como tínhamos combinado."[2]
Em suas duas passagens pelo Fluminense, Mickey disputaria 98 partidas, com 43 vitórias, 33 empates e 22 derrotas, marcando 27 gols.[7]
Passou pelo Grêmio em 1972, por apenas 3 meses[8], futebol colombiano, pelo Olaria e depois pelo Bahia entre 1975 e 1976, marcando 26 gols, mas saindo por divergências financeiras.[9] Ainda em 1976, chegou ao São Paulo, como o primeiro reforço do time para o segundo turno do Campeonato Paulista.[1]
Dono de seu passe, alugou-o ao São Paulo por cinquenta mil cruzeiros, por seis meses, inicialmente.[1] "Não temos mais nenhum nome em vista, mas a certeza de que contratamos um bom jogador, que deverá ser muito útil à equipe, dando ao técnico Poy uma opção a mais para formar o ataque", explicou o diretor de Futebol, José Douglas Dallora.[1] O jogador chegou confiante: "Sempre sonhei em disputar o Campeonato Paulista, mas não esperava por essa proposta do São Paulo, pois os comentários eram de que o Corinthians estava interessado em meu futebol. Mas estou satisfeito e só espero repetir no São Paulo as mesmas atuações que tive nos últimos clubes que defendi, sendo artilheiro e ajudando-os a ser campeões."[1]
Segundo o Almanaque do São Paulo Placar, "foi bem no começo, aproveitando-se das suspensões do titular Serginho Chulapa".[10] Depois de marcar treze gols nos 25 jogos que disputou em sua primeira temporada no Morumbi, os gols escassearam.[10] Participou de apenas duas partidas na campanha tricolor no Brasileiro de 1977, terminando a sua passagem com dezesseis gols marcados em 42 jogos.[11]
Antes da primeira delas, na primeira fase, contra o Santa Cruz, ele quase deixou o clube, primeiro para o Guarani, depois para o Joinville, mas não acertou salários com nenhum dos dois clubes. Acabou escalado contra o Santa Cruz devido à suspensão de Serginho e à falta de ritmo de Mirandinha, mas teve uma atuação fraca e voltou à reserva.
Só foi escalado novamente na segunda fase, contra o Corinthians, quando deixou o campo com uma fratura na fíbula esquerda após choque casual com Zé Eduardo.[12] No ano seguinte disputou o Campeonato Brasileiro pelo Ceará.
Foi obrigado a encerrar a carreira em 1979, após ter um grave problema no joelho direito, depois de disputar o Campeonato Catarinense pelo Avaí.[13] Após a aposentadoria trabalhou na Rádio Camboriú como comentarista, foi editor de esportes da revista Realeza e do jornal Balneário Camboriú.[14] Também manteve uma imobiliária em Balneário Camboriú, mas fechou o negócio devido a problemas de saúde.[2]
Morreu em 24 de agosto de 2024, aos 76 anos.[15]
Títulos
[editar | editar código-fonte]- Fluminense
- Campeonato Brasileiro: 1970
- Campeonato Carioca: 1969, 1971 e 1973
- Taça Guanabara: 1969 e 1971
- Torneio José Macedo Aguiar: 1971
- Bahia
- Campeonato Baiano: 1975 e 1976
- São Paulo
- Ceará
- Campeonato Cearense: 1978
Referências
- ↑ a b c d e «Chegou Mickey, esperança de gols». Folha de S. Paulo (17 279). São Paulo: Empresa Folha da Manhã S.A. 5 de julho de 1976. 12 páginas. ISSN 1414-5723
- ↑ a b c d e f g h i Paulo Favero (22 de dezembro de 2010). «Vitória da paz e do amor». Jornal da Tarde (14 730). São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. pp. 9C
- ↑ a b c «Conheça Mickey, o grandão, um homem de paz e amor». Placar (41). São Paulo: Editora Abril. 25 de dezembro de 1970. 8 páginas
- ↑ Paulo Coelho Netto (2002). História do Fluminense. [S.l.]: Pluri Edições. 498 páginas. 8589116026
- ↑ Carlos Maranhão (11 de dezembro de 1970). «O Flu jogou contra 12 — o outro era o juiz». Placar (39). São Paulo: Editora Abril. 11 páginas
- ↑ a b «Estas finais você não viu». Placar (41). São Paulo: Editora Abril. 25 de dezembro de 1970. 11 páginas
- ↑ DE FREITAS LIMA, Ricardo. «Jogadores - Letra M - Mickey-1974». Fluzão.info. Consultado em 14 de novembro de 2016
- ↑ Site Tardes do Pacaembu - Mickey… o artilheiro da paz e do amor, página editada em 1 de novembro de 2012 e disponível em 18 de novembro de 2016.
- ↑ Revista PLACAR nº 326, de 4 de junho de 1976, reportagem "Que é que a Bahia tem?"
- ↑ a b Alexandre da Costa (2005). Almanaque do São Paulo Placar. [S.l.]: Editora Abril. 418 páginas
- ↑ Almanaque do São Paulo, página 442 (2014), por Raul Snell Jr. e José Renato S. Santiago Junior
- ↑ «Mickey saiu com fratura». Diário Popular. São Paulo. 5 de dezembro de 1977. 42 páginas
- ↑ Livro Avaí - O time da raça, por Adalberto Jorge Kluser, Felipe Matos e Spyros Apóstolo Diamantaras (2014)]
- ↑ «Que fim levou? MICKEY... Ex-centroavante do Flu, Bahia e São Paulo». Terceiro Tempo. Consultado em 21 de dezembro de 2022
- ↑ «Morre Mickey, ídolo do Fluminense nos anos 1970». ge. 24 de agosto de 2024. Consultado em 24 de agosto de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Site Tardes do Pacaembu - Mickey… o artilheiro da paz e do amor, página editada em 1 de novembro de 2012 e disponível em 18 de novembro de 2016.
- «Página do jogador na Futpédia.»
- Nascidos em 1948
- Mortos em 2024
- Naturais de Presidente Getúlio
- Futebolistas de Santa Catarina
- Brasileiros de ascendência alemã
- Futebolistas do Avaí Futebol Clube
- Futebolistas do Esporte Clube Bahia
- Futebolistas do Ceará Sporting Club
- Futebolistas do Fluminense Football Club
- Futebolistas do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
- Futebolistas do Olaria Atlético Clube
- Futebolistas do São Paulo Futebol Clube
- Futebolistas do Club Deportivo Popular Junior Fútbol Club
- Futebolistas do Deportivo Cali