Celso Pitta
Celso Pitta | |
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Celso Pitta em 2004. | |
47.° Prefeito de São Paulo | |
Período | 1° de janeiro de 1997 até 1° de janeiro de 2001[a] |
Vice-prefeito | Régis de Oliveira |
Antecessor(a) | Paulo Maluf |
Sucessor(a) | Marta Suplicy |
Secretário Municipal de Planejamento de São Paulo | |
Período | 1° de janeiro de 1993 até 1° de abril de 1996 |
Prefeito | Paulo Maluf |
Antecessor(a) | Reynaldo de Barros |
Sucessor(a) | Gilberto Kassab |
Dados pessoais | |
Nascimento | 29 de setembro de 1946 Rio de Janeiro, RJ |
Morte | 20 de novembro de 2009 (63 anos) São Paulo, SP |
Nacionalidade | Brasileiro |
Alma mater | Universidade de Leeds |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[1] |
Esposa | Nicéia Pitta |
Partido | ARENA (1966-1979) PDS (1980-1993) PPR (1993-1995) PPB (1995-1999) PTN (1999-2001) PSL (2001-2003) PTB (2003-2009) |
Profissão | economista, político |
Celso Roberto Pitta do Nascimento ComMM (Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1946 — São Paulo, 20 de novembro de 2009) foi um economista e político brasileiro.
Graduado pela Universidade Federal Fluminense, possuía mestrado em economia na Universidade de Leeds (Inglaterra) e curso de Administração Avançada na Universidade Harvard (Estados Unidos).[2][3][4]
Foi o prefeito da cidade de São Paulo de 1° de janeiro de 1997 a 1º de janeiro de 2001. Foi o segundo negro a ser prefeito de São Paulo (o primeiro foi o advogado Paulo Lauro, que ocupou o cargo entre 1947 e 1948), e o primeiro a ser escolhido pelo voto popular.
Apadrinhado político de Paulo Maluf (com quem depois romperia), foi eleito no segundo turno derrotando a candidata do PT Luiza Erundina. A vitória de Pitta deveu-se sobretudo ao apoio de pessoas muito importantes, que tinham grande carisma popular. Suas propostas envolviam principalmente projetos na área de transporte, como o "fura-fila" (chamado depois de "Paulistão" e de "Expresso Tiradentes"), parcialmente finalizado dez anos depois, ao custo total de 1,2 bilhão de reais.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Em 1968, graduou-se em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e trabalhou como economista no Ministério do Planejamento de 1969 a 1971. Fez pós-graduação em economia na Universidade de Leeds, na Inglaterra em 1971. Em 1974, tornou-se diretor de controle e fiscalização do Estaleiro Mauá. Em 1980, fez pós-graduação em administração na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Em 1981, atuou como assessor na área financeira para a Global Transporte Oceânico, tendo sido nomeado no ano seguinte diretor administrativo da Casa da Moeda.[5]
Em 1989, tornou-se diretor financeiro da Eucatex, empresa de propriedade da família Maluf. Em 1993, durante a gestão de Paulo Maluf na prefeitura de São Paulo (1993-1997), foi nomeado secretário municipal de Finanças. Em 1995, filiou-se ao Partido Progressista Reformador (PPR), o qual passou a se chamar Partido Progressista Brasileiro (PPB) no mesmo ano. Foi Indicado por Maluf como candidato à sua sucessão na eleição de 1996.[5]
Terminou o primeiro turno com 48,24% dos votos válidos. Foi ao segundo turno contra a ex-prefeita Luiza Erundina (PT), tendo vencido com 62,28% dos votos válidos.[5]
Prefeitura de São Paulo
[editar | editar código-fonte]Em 1999, Pitta foi admitido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à Ordem do Mérito Militar no grau de Comendador especial.[1]
O mandato de Pitta, no entanto, foi marcado pela corrupção, com as denúncias tendo estourado em março de 1999, relatadas principalmente por sua ex-esposa, Nicéia Pitta, que vinha sendo ameaçada de morte. As denúncias envolviam vereadores, subsecretários e secretários no escândalo conhecido “Máfia da Propina"- entre as denúncias também estava o "escândalo dos precatórios". Tais denúncias tiveram como consequências a abertura de uma CPI na Câmara de Vereadores, cujos trabalhos de investigação foram interrompidos por decisão em plenário, mas que levou à cassação de dois vereadores. Em função desse escândalo, foi feito um pedido de abertura de processo de impeachment contra o prefeito, mas foi rejeitado pelos vereadores.[5] Pitta foi alvo do primeiro abaixo-assinado online do Brasil. Em abril de 1999, o Movimento Ação para a Cidadania iniciou o abaixo-assinado para pedir a sua cassação.[6]
Deixou o PPB em março de 1999, rompendo com seu padrinho político Paulo Maluf, vindo a se filiar ao Partido Trabalhista Nacional (atual Podemos) em setembro.[5]
Em março de 2000, foi novamente apresentado à Câmara de Vereadores um pedido abertura de processo de impeachment, pela seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), baseado em 11 acusações. Em julho de 2000, o pedido foi rejeitado pela maioria dos parlamentares.[5]
Em maio de 2000, o Tribunal de Justiça de São Paulo decretou o afastamento de Celso Pitta do cargo, por gasto irregular com propaganda, em ação movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. Por 18 dias, o então vice-prefeito Régis de Oliveira assumiu a prefeitura. Depois, Pitta entrou com recurso judicial no Superior Tribunal de Justiça e recuperou o mandato.[5]
Por conta de medidas adotadas durante o seu mandato como prefeito e como secretário das Finanças do então prefeito Paulo Maluf, Pitta foi réu em treze ações civis públicas, acusando-o de ilegalidades. O valor das denúncias somadas alcançou 3,8 bilhões de reais, equivalente a quase metade do orçamento da cidade à época. A dívida paulistana passou na sua gestão de 8,6 bilhões de reais em 1997 para 18,1 bilhões de reais.[7][8]
Por causa das denúncias, Pitta não se candidatou à reeleição em 2000, já que a maioria dos paulistanos rejeitava a sua gestão.
Ao deixar o poder em janeiro de 2001, uma pesquisa mostrou que 83% dos paulistanos consideravam a sua gestão ruim ou péssima, um dos maiores índices de ex-prefeitos que saíram do cargo.
Candidaturas
[editar | editar código-fonte]Pitta candidatou-se a deputado federal nas eleições de 2002, pelo então nanico PSL, e nas de 2006, pelo PTB.[9][10] Na primeira recebeu 84 119 votos (0,42%), na segunda, 7 484 (0,03%), não obtendo êxito em ambas.
Prisões
[editar | editar código-fonte]Em 4 de maio de 2004, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado, foi preso por desacato à autoridade ao discutir com o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT)[11]
Em 2006, o Ministério Público (MP-SP) pediu, por meio de ação cível por má administração pública, a devolução de 11,8 milhões de reais aos cofres da prefeitura paulistana.
Em 2008, a Justiça Federal considerou Pitta culpado pelo "escândalo dos precatórios", impondo-lhe uma pena de 4 anos de prisão. Foi preso pela Polícia Federal em 8 de julho durante a Operação Satiagraha contra corrupção, por desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro.[12] Dois dias depois, teve a prisão temporária afastada após liminar do presidente do STF Gilmar Mendes.
Pensão
[editar | editar código-fonte]Celso Pitta ficou foragido por duas semanas por não ter pago a pensão para sua ex-mulher Nicéia Pitta, mas conseguiu um habeas corpus na justiça para responder o processo em liberdade e convocou uma entrevista coletiva no dia 3 de dezembro de 2008 para explicar sua versão dos fatos.
Prisão domiciliar
[editar | editar código-fonte]O juiz Francisco Antônio Bianco Neto, da 5ª Vara da Família da capital condenou Pitta a prisão domiciliar por não pagar pensão alimentícia à ex-mulher. Teria que cumprir prisão domiciliar, pois estava devendo para Nicéia Camargo R$ 155 mil de pensão alimentícia.[13]
Cirurgia
[editar | editar código-fonte]Em janeiro de 2009, Pitta submeteu uma cirurgia, para retirada de um tumor no intestino e depois da cirurgia, iniciou o tratamento com quimioterapia no Hospital Sírio-Libanês.[14]
Morte
[editar | editar código-fonte]Celso Pitta morreu no dia 20 de novembro de 2009, aos 63 anos, em decorrência de um câncer no intestino. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e havia se submetido a uma operação.[15]
Seu estado de saúde piorou mais nos últimos meses, de acordo com declarações de seu advogado, devido aos processos a que respondia.[16]
Notas
- ↑ Afastado do cargo entre 26 de maio e 13 de junho de 2000, período em que foi substituído por Régis de Oliveira.
Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 31 de março de 1999.
- ↑ Conheça a vida e os escândalos de Celso Pitta. Estadão, 21 de novembro de 2009.
- ↑ «Isto é Pitta». Folha de S.Paulo. 15 de novembro de 1996. Consultado em 5 de janeiro de 2022
- ↑ «Pitta, candidato de laboratório, deve ser o 1º negro eleito prefeito de SP». Folha de S.Paulo. 15 de novembro de 1996. Consultado em 5 de janeiro de 2022
- ↑ a b c d e f g Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «Celso Roberto Pitta do Nascimento». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 4 de junho de 2023
- ↑ «Primeiro abaixo-assinado on-line do Brasil quer cassar Pitta». Consultor Jurídico. 29 de abril de 1999. Consultado em 3 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 3 de outubro de 2023
- ↑ «Folha de S.Paulo - Herança de Pitta: Réu em 13 ações, prefeito deixa governo - 31/12/2000». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 4 de junho de 2023
- ↑ «Morre em São Paulo o ex-prefeito da cidade Celso Pitta». Extra Online. 21 de novembro de 2009. Consultado em 4 de junho de 2023
- ↑ Buosi, Milena (7 de agosto de 2002). «Pitta diz que faz "campanha pobre" a deputado e elogia Paulo Maluf». Folha de S.Paulo. Consultado em 5 de dezembro de 2020
- ↑ «Celso Pitta». Folha de S.Paulo. 1 de outubro de 2006. Consultado em 5 de dezembro de 2020
- ↑ «Ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta é preso por desacatar senador». Folha Ilustrada. 4 de maio de 2004. Consultado em 1 de julho de 2016
- ↑ «Em megaoperação, PF prende Daniel Dantas, Celso Pitta e Naji Nahas». Folha de S.Paulo. 8 de julho de 2008. Consultado em 1 de julho de 2016
- ↑ Supremo dá liberdade para Pitta, Nahas e mais nove - Consultor Jurídico, 10 de julho de 2008
- ↑ Ex-prefeito Celso Pitta morre aos 63 anos em São Paulo, Folha Online, 21 de novembro de 2009
- ↑ «Morre em São Paulo o ex-prefeito Celso Pitta». Consultado em 21 de novembro de 2009
- ↑ «Disputas judiciais agravaram câncer em Celso Pitta, diz advogado». Consultado em 21 de novembro de 2009
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