Floriano Peixoto Corrêa
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Floriano Peixoto Corrêa | |
Data de nasc. | 14 de maio de 1903 | |
Local de nasc. | Itapecerica, Minas Gerais | |
Morto em | 19 de setembro de 1938 (35 anos) | |
Local da morte | Dacar ou Orã | |
Apelido | Marechal da Vitória Carioca | |
Informações profissionais | ||
Posição | meio-campista | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos (golos) |
1919–1920 1921 1922 1923 1924–1927 1928–1929 1930 1931 1932–1933 1933–1935 |
Internacional Clube Juvenil Porto Alegre Grêmio Fluminense America-RJ São Cristóvão Barretos Santos Atlético-MG |
8 (1) 21 (0) |
Seleção nacional | ||
1925 | Brasil | 3 (0) |
Times/clubes que treinou | ||
1936 1937 |
Atlético-MG Atlético-MG |
Floriano Peixoto Correa, mais conhecido simplesmente como Floriano (Itapecerica, 14 de maio de 1903 — Dacar ou Orã, 19 de setembro de 1938) foi um treinador e futebolista brasileiro, que atuava como meio-campista.[1]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Filho de Maria do Carmo Diniz Corrêa e Francisco Antunes Corrêa, ardente republicano, que batizou-o com o nome do ex-Presidente do Brasil, o 'Marechal de Ferro'.[2] Fez o primário na cidade de Lavras, onde conheceu o boxe, sua primeira paixão. Após desferir golpes que arrancaram alguns dentes de um filho de um grande político local, sua sequência não prosperou e dedicou-se ao futebol, principalmente ao estudar no Colégio Militar, em Barbacena.[3]
Em 1919, migrou para o Rio Grande do Sul, morando nas cidades de Porto Alegre e Caxias do Sul, onde atuou por equipes locais, como o Internacional e o Juventude. Pelo Grêmio, atuou em oito partidas entre abril e agosto de 1923, marcou um gol e foi campeão citadino com o Tricolor em 1923 (o Campeonato Gaúcho não foi realizado em 1923 e 1924, devido à Revolução Federalista), e também convocado pela Seleção Gaúcha para o Campeonato Brasileiro de Seleções. Embora fosse mineiro, ficou conhecido no Rio Grande do Sul como "Carioca".
Em 1925, foi vice-campeão do Campeonato Sul-Americano de Futebol, pela Seleção Brasileira.[4][5]
Com passagem também pela então capital federal, o Rio de Janeiro, atuou pela Liga de Sports do Exército e posteriormente jogou também pelos clubes Fluminense e America. No alvirrubro, sagrou-se ainda campeão carioca de 1928. No Estado, foi tricampeão brasileiro de seleções estaduais pelo Distrito Federal.[6]
Em 1932, foi contratado pelo Santos,[7][8] onde jogou ao lado de Athiê Jorge Cury e, naquela cidade, ganhou o emprego de corretor de café.[6] Nesta época, chegou a participar da Revolução Constitucionalista de 1932.[9][10]
Em 1933, Floriano retorna ao seu estado natal, Minas Gerais, para atuar pelo Atlético Mineiro. Estreou em setembro, pelo Campeonato Mineiro, contra o América-MG. Ainda nos seus primeiros jogos, 8 de novembro, atuou inclusive ao lado de Arthur Friedenreich, grande nome do futebol brasileiro à época, que naquela altura já estava com 40 anos e aposentado, num amistoso contra o Siderúrgica de Sabará, no Estádio Presidente Antônio Carlos.[6][11] Atuou com a camisa do Atlético entre os anos de 1933 e 1935[6] e pelo Galo fez 21 partidas e não marcou gols.
Treinador
[editar | editar código-fonte]Encerrando suas atividades como atleta, e dedicou-se a ser técnico. Continuou no Atlético e no mesmo ano de 1936, comandou a equipe alvinegra ao título de campeão mineiro.[1] Chegou a ser demitido do cargo no meio de 1936, dando lugar a Said, um dos maiores artilheiros do Galo, membro do aclamado "Trio Maldito" ao lado de Mário de Castro e Jairo.[2][6]
No início de 1937, Floriano Peixoto retomou o cargo de treinador do Atlético, e naquele ano foi campeão do Torneio dos Campeões da Federação Brasileira de Futebol.[1][12][2][6] Floriano foi campeão brasileiro com menos de 34 anos.[6]
Títulos
[editar | editar código-fonte]Jogador
[editar | editar código-fonte]Grêmio
- Campeonato Citadino de Porto Alegre: 1923
America-RJ
Treinador
[editar | editar código-fonte]Atlético-MG
Obras
[editar | editar código-fonte]Floriano era um árduo defensor pela profissionalização do futebol brasileiro.[1][6][13][14] Foi autor do livro "Grandezas e Misérias do Nosso Futebol", publicado em 1933,[1][6][14] que contribuiu pela profissionalização do esporte, em domínio público desde 2008, quando o falecimento de Floriano completou 70 anos.[15] Floriano havia anunciado que escreveria seu segundo livro - "Manual do Torcedor" - mas ele não saiu do papel, por conta da sua morte prematura.[6]
Morte
[editar | editar código-fonte]Floriano Peixoto retornou ao Rio de Janeiro no ano de 1938, onde adoeceu, contraindo tuberculose,[1][6] que não havia na época tratamento para a doença, apelidada de "Peste Branca". Saiu do país, viajou para a Europa,[1] morando em Nice, na França,[6] onde viveu uma temporada. Seus últimos dias de vida ainda são uma incógnita. Alguns afirmam que o técnico campeão brasileiro de 1937 faleceu em Dacar, no Senegal,[1] outros em Orã, na Argélia.[6] O que se sabe é que Floriano faleceu aos 35 anos, em 19 de setembro de 1938, numa das colônias francesas na África.
Por iniciativas dos amigos Arthur Friedenreich e Paulo Varzea, os restos mortais de Floriano Peixoto foram repatriados ao Brasil.[6]
Referências
- ↑ a b c d e f g h «Notícias». Museu do Futebol. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ a b c «Ex-técnico campeão com Atlético-MG morreu de forma trágica na África; confira». 1 de setembro de 2023. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ Pedrosa, Milton (20 de agosto de 2024). O olho na bola: Coleção "Clássicos da Editora Gol – vol. 5". [S.l.]: @livrosdefutebol
- ↑ Stein, Leandro (9 de julho de 2021). «A trilogia de confusões que alimentou a rivalidade entre Brasil x Argentina no antigo Campeonato Sul-Americano». Trivela. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Boemia em Buenos Aires - Blog João Nassif». 4oito. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o «Atlético-MG: técnico campeão de 1937 denunciou mazelas do futebol e morreu isolado na África». ge. 31 de agosto de 2023. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ Caldas, Waldenyr (1990). O pontapé inicial: memória do futebol brasileiro (1894-1933). [S.l.]: IBRASA
- ↑ Acosta, Jorge Miguel (23 de agosto de 2022). O Dono da Bola: O Estado Novo e a Justiça Desportiva no Brasil (1941–1945). [S.l.]: Editora Appris
- ↑ «Os santistas abraçaram a causa constitucionalista de 32». Boqnews - conteúdo de qualidade e credibilidade. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Novo Milênio: Histórias e Lendas de Santos: Santistas, nas barrancas do Paranapanema - Santos Amorim [12]». www.novomilenio.inf.br. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Há 50 anos morria Friedenreich, lenda do futebol que foi artilheiro do Atlético-MG por um dia». ge. 6 de setembro de 2019. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ a b Superesportes (2 de julho de 2020). «Campeão dos campeões: torcedores relembram título do Atlético de 1937». Superesportes. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Amadores versus profissionais na década de 1930 - parte I». Ludopédio. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ a b Toledo, Luiz Henrique de (2000). No país do futebol. [S.l.]: Jorge Zahar Editor
- ↑ «Grandezas e misérias do nosso futebol». Ludopédio. Consultado em 3 de setembro de 2024
- Nascidos em 1903
- Mortos em 1938
- Naturais de Itapecerica (Minas Gerais)
- Futebolistas de Minas Gerais
- Treinadores do Brasil
- Futebolistas do Sport Club Internacional
- Futebolistas do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
- Futebolistas do Fluminense Football Club
- Futebolistas do Santos Futebol Clube
- Futebolistas do Clube Atlético Mineiro
- Futebolistas do America Football Club (Rio de Janeiro)