Mário Pedrosa: diferenças entre revisões

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Nessa época, em fevereiro e julho de 1928, ocorreram, respectivamente, a 9ª Plenária e o VI Congresso do Comitê Executivo do [[Comintern]], que introduziriam no movimento comunista internacional a fase do “terceiro período”.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/ael/article/view/2427 |titulo=Os comunistas no Brasil: as repercussões do VI Congresso da Internacional Comunista e a Primeira Inflexão Stalinista no Partido Comunista do Brasil (PCB) |data=1995 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Cadernos AEL ([[Universidade Estadual de Campinas]]) |ultimo=Antunes |primeiro=Ricardo Coltro |lingua=pt |issn=1413-6597}}</ref> Desse modo, os PCs (Partidos comunistas) deveriam passar de uma política passiva de defesa da [[União Soviética]], para outra de “classe contra classe”, sem alianças possíveis, em busca da revolução imediata.<ref name=":4">{{citar web |ultimo=Prado |primeiro=Carlos |url=https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/43147 |titulo=A Internacional Comunista e a “questão colonial” (1919-1922) |data=2018-09-18 |acessodata=12/05/2021 |publicado=Espaço acadêmico ([[Universidade Estadual de Maringá]])}}</ref> Todas as forças de oposição ideológicas deveriam ser expulsas dos PCs, as forças de esquerda externas ao partido que não concordassem com as políticas da Comintern deveriam ser atacadas por polêmicas violentas.<ref name=":4" /> Nos sindicatos controlados pelos comunistas as demais forças políticas, como [[Socialismo|socialistas]] e [[Anarquismo|anarquistas]], deveriam ser expulsas, e nas categorias cujos sindicatos fossem controlados por forças não comunistas, os PCs deveriam montar “sindicatos vermelhos”.<ref>{{citar web |ultimo=Oliveira |primeiro=Érick |url=http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/322591/1/Oliveira_ErickFiszukDe_M.pdf |titulo=Revolução, guinadas e antifascismo : a Comintern e o PCB rumo às "frentes populares" (1928-1935) |data=2007 |acessodata=12/05/2021 |publicado=[[Universidade Estadual de Campinas]]}}</ref> Levantes armados deveriam ser tentados sempre que possível, independentemente de suas possibilidades de sucesso. [[Leon Trótski|Leon Trotsky]], que foi o mais importante críticos da política do “terceiro período”, fora enviado ao exílio.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/40867583 |titulo=Trotsky's Interpretation of Stalin |data=1961 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Canadian Slavonic Papers / Revue Canadienne des Slavistes |ultimo=McNEAL |primeiro=ROBERT H. |paginas=87–97 |issn=0008-5006}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1177/0306422017715963 |titulo=Mexico’s unlikely visitor: Leon Trotsky might have arrived in Mexico with blood on his hands, but he quickly became a free speech fighter |data=2017-07-01 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Index on Censorship |número=2 |ultimo=Tucker |primeiro=Duncan |paginas=12–15 |lingua=en |doi=10.1177/0306422017715963 |issn=0306-4220}}</ref> Opositores desta política eram sistematicamente expulsos dos PCs e isolados politicamente.<ref name=":4" />
Nessa época, em fevereiro e julho de 1928, ocorreram, respectivamente, a 9ª Plenária e o VI Congresso do Comitê Executivo do [[Comintern]], que introduziriam no movimento comunista internacional a fase do “terceiro período”.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/ael/article/view/2427 |titulo=Os comunistas no Brasil: as repercussões do VI Congresso da Internacional Comunista e a Primeira Inflexão Stalinista no Partido Comunista do Brasil (PCB) |data=1995 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Cadernos AEL ([[Universidade Estadual de Campinas]]) |ultimo=Antunes |primeiro=Ricardo Coltro |lingua=pt |issn=1413-6597}}</ref> Desse modo, os PCs (Partidos comunistas) deveriam passar de uma política passiva de defesa da [[União Soviética]], para outra de “classe contra classe”, sem alianças possíveis, em busca da revolução imediata.<ref name=":4">{{citar web |ultimo=Prado |primeiro=Carlos |url=https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/43147 |titulo=A Internacional Comunista e a “questão colonial” (1919-1922) |data=2018-09-18 |acessodata=12/05/2021 |publicado=Espaço acadêmico ([[Universidade Estadual de Maringá]])}}</ref> Todas as forças de oposição ideológicas deveriam ser expulsas dos PCs, as forças de esquerda externas ao partido que não concordassem com as políticas da Comintern deveriam ser atacadas por polêmicas violentas.<ref name=":4" /> Nos sindicatos controlados pelos comunistas as demais forças políticas, como [[Socialismo|socialistas]] e [[Anarquismo|anarquistas]], deveriam ser expulsas, e nas categorias cujos sindicatos fossem controlados por forças não comunistas, os PCs deveriam montar “sindicatos vermelhos”.<ref>{{citar web |ultimo=Oliveira |primeiro=Érick |url=http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/322591/1/Oliveira_ErickFiszukDe_M.pdf |titulo=Revolução, guinadas e antifascismo : a Comintern e o PCB rumo às "frentes populares" (1928-1935) |data=2007 |acessodata=12/05/2021 |publicado=[[Universidade Estadual de Campinas]]}}</ref> Levantes armados deveriam ser tentados sempre que possível, independentemente de suas possibilidades de sucesso. [[Leon Trótski|Leon Trotsky]], que foi o mais importante críticos da política do “terceiro período”, fora enviado ao exílio.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/40867583 |titulo=Trotsky's Interpretation of Stalin |data=1961 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Canadian Slavonic Papers / Revue Canadienne des Slavistes |ultimo=McNEAL |primeiro=ROBERT H. |paginas=87–97 |issn=0008-5006}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1177/0306422017715963 |titulo=Mexico’s unlikely visitor: Leon Trotsky might have arrived in Mexico with blood on his hands, but he quickly became a free speech fighter |data=2017-07-01 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Index on Censorship |número=2 |ultimo=Tucker |primeiro=Duncan |paginas=12–15 |lingua=en |doi=10.1177/0306422017715963 |issn=0306-4220}}</ref> Opositores desta política eram sistematicamente expulsos dos PCs e isolados politicamente.<ref name=":4" />


Nesse período, manteve correspondência com [[Rodolfo Coutinho]] e [[Lívio Xavier]], que também se opunham às políticas adotadas pela direção do PCB.<ref>{{Citar web |ultimo=Weber |primeiro=Max |url=https://passapalavra.info/2009/11/14460/ |titulo=Mário Pedrosa político (1): das origens ao Grupo Comunista Lenine (1901-1929) |data=2009-11-10 |acessodata=2021-05-12 |website=Passa Palavra |lingua=pt-BR}}</ref> Logo após o retornou ao Brasil, foi expulso por sua ligação com o movimento [[trotskista]].<ref>{{Citar periódico |url=https://revistas.pucsp.br/index.php/aurora/article/view/48375 |titulo=O trotskista Mário Pedrosa e a crise do Modernismo brasileiro |data=2020-11-25 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Aurora. Revista de Arte, Mídia e Política |número=38 |ultimo=Oliveira |primeiro=Edson Luiz |paginas=70–93 |lingua=pt |doi=10.23925/1982-6672.2020v13i38p70-93 |issn=1982-6672}}</ref>
Nesse período, manteve correspondência com [[Rodolfo Coutinho]] e [[Lívio Xavier]], que também se opunham às políticas adotadas pela direção do PCB.<ref name=":7">{{Citar web |ultimo=Weber |primeiro=Max |url=https://passapalavra.info/2009/11/14460/ |titulo=Mário Pedrosa político (1): das origens ao Grupo Comunista Lenine (1901-1929) |data=2009-11-10 |acessodata=2021-05-12 |website=Passa Palavra |lingua=pt-BR}}</ref> Logo após o retornou ao Brasil, foi expulso por sua ligação com o movimento [[trotskista]].<ref>{{Citar periódico |url=https://revistas.pucsp.br/index.php/aurora/article/view/48375 |titulo=O trotskista Mário Pedrosa e a crise do Modernismo brasileiro |data=2020-11-25 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Aurora. Revista de Arte, Mídia e Política |número=38 |ultimo=Oliveira |primeiro=Edson Luiz |paginas=70–93 |lingua=pt |doi=10.23925/1982-6672.2020v13i38p70-93 |issn=1982-6672}}</ref>


Em 21 de Janeiro de 1931, ao lado [[Lívio Xavier]], [[Fúlvio Abramo]], [[Aristides Lobo (1905-1968)|Aristides Lobo]] e [[Benjamin Péret]] fundou a [[Liga Comunista]] ligada à Oposição de Esquerda Internacional.<ref>{{Citar web |url=https://artsandculture.google.com/entity/liga-comunista/g122lkkj3 |titulo=Liga Comunista |acessodata=2021-05-12 |website=[[Google Arts & Culture]] |publicado=[[Google]] |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Tappeste |primeiro=Ciro |url=https://www.ft-ci.org/IMG/pdf/12_peret.pdf |titulo=Benjamin Péret. Recorrido político de un surrealista paradigmático |data=2008 |acessodata=12/05/2021 |publicado=Estrategia Internacional}}</ref> Em 3 de setembro de 1938, em [[Périgny (Val-de-Marne)|Périgny]] ([[França]]), Mário Pedrosa representou várias partidos operários da América-Latina no Congresso de Fundação da [[Quarta Internacional]], com o pseudônimo de Lebrun, onde foi eleito para o Comitê Executivo Internacional (CEI) da IV Internacional.<ref>{{Citar web |ultimo=Vitorino |primeiro=Sérgio |url=https://www.publico.pt/2018/12/17/opiniao/opiniao/4-internacional-80-anos-luta-socialismo-1854855 |titulo=4.ª Internacional: 80 anos de luta pelo socialismo |data=17 de Dezembro de 2018 |acessodata=2021-05-12 |website=[[Público (jornal)|Público]] |lingua=pt}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-64451984000300012&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Um pouco da história da esquerda |data=1984 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Lua Nova: Revista de Cultura e Política |número=3 |ultimo=Cardoso |primeiro=Hamilton |paginas=41–49 |doi=10.1590/S0102-64451984000300012 |issn=0102-6445}}</ref>
Em 21 de Janeiro de 1931, ao lado [[Lívio Xavier]], [[Fúlvio Abramo]], [[Aristides Lobo (1905-1968)|Aristides Lobo]] e [[Benjamin Péret]] fundou a [[Liga Comunista]] ligada à Oposição de Esquerda Internacional.<ref>{{Citar web |url=https://artsandculture.google.com/entity/liga-comunista/g122lkkj3 |titulo=Liga Comunista |acessodata=2021-05-12 |website=[[Google Arts & Culture]] |publicado=[[Google]] |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Tappeste |primeiro=Ciro |url=https://www.ft-ci.org/IMG/pdf/12_peret.pdf |titulo=Benjamin Péret. Recorrido político de un surrealista paradigmático |data=2008 |acessodata=12/05/2021 |publicado=Estrategia Internacional}}</ref> Em 3 de setembro de 1938, em [[Périgny (Val-de-Marne)|Périgny]] ([[França]]), Mário Pedrosa representou várias partidos operários da América-Latina no Congresso de Fundação da [[Quarta Internacional]], com o pseudônimo de Lebrun, onde foi eleito para o Comitê Executivo Internacional (CEI) da IV Internacional.<ref>{{Citar web |ultimo=Vitorino |primeiro=Sérgio |url=https://www.publico.pt/2018/12/17/opiniao/opiniao/4-internacional-80-anos-luta-socialismo-1854855 |titulo=4.ª Internacional: 80 anos de luta pelo socialismo |data=17 de Dezembro de 2018 |acessodata=2021-05-12 |website=[[Público (jornal)|Público]] |lingua=pt}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-64451984000300012&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Um pouco da história da esquerda |data=1984 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Lua Nova: Revista de Cultura e Política |número=3 |ultimo=Cardoso |primeiro=Hamilton |paginas=41–49 |doi=10.1590/S0102-64451984000300012 |issn=0102-6445}}</ref>
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== Arte e política ==
== Arte e política ==
Mário Pedrosa, defensor de que a [[arte]] e a [[política]] são as duas formas mais elevadas da expressão humana, propunha, consequentemente, que a única postura que se possa ter diante delas é a do engajamento militante e crítico como homem, mas advogando sempre a plena liberdade da produção artística. Mário envolveu-se nestes dois universos desde a juventude, sendo amigo pessoal e cunhado do poeta [[surrealista]] francês [[Benjamin Péret]], seu parceiro em muitas atividades políticas.
Mário Pedrosa, defensor de que a arte e a política são as duas formas mais elevadas da expressão humana, propunha, consequentemente, que a única postura que se possa ter diante delas é a do engajamento militante e crítico como homem, mas advogando sempre a plena liberdade da produção artística.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1678-53202018000300067&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Mário Pedrosa: the ideas |data=2018 |acessodata=2021-05-12 |jornal=ARS (São Paulo) |número=34 |ultimo=Gabriel |primeiro=Marcos Faccioli |ultimo2=Gabriel |primeiro2=Marcos Faccioli |paginas=67–93 |doi=10.11606/issn.2178-0447.ars.2018.150520 |issn=1678-5320}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1678-53202008000100004&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Mario Pedrosa e a crítica de arte no Brasil |data=2008 |acessodata=2021-05-12 |jornal=ARS (São Paulo) |número=11 |ultimo=Barros |primeiro=José D'Assunção |paginas=40–60 |doi=10.1590/S1678-53202008000100004 |issn=1678-5320}}</ref> Mário envolveu-se nestes dois universos desde a juventude, sendo amigo pessoal e cunhado do poeta [[surrealista]] francês [[Benjamin Péret]], seu parceiro em muitas atividades políticas.<ref>{{citar web |url=https://bndigital.bn.gov.br/dossies/dossie-antigo/tempo-de-trocas/visoes-do-brasil/benjamin-peret-e-o-bresil/ |titulo=BENJAMIN PÉRET E O BRASIL |acessodata=12/05/2021 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil]]}}</ref>


Marcelo Mari descreve a evolução do pensamento de Pedrosa sobre a relação '''Arte''' e '''[[Revolução]] Social''' no [[século XX]]:.
Marcelo Mari descreve a evolução do pensamento de Pedrosa sobre a relação Arte e Revolução Social no [[século XX]]:.


{{quote1|'Em [[1933]], Pedrosa pronunciou uma conferência sobre a gravurista alemã [[Käthe Kollwitz]] e defendeu uma arte tendenciosa, que tomasse partido em favor da luta revolucionária e internacionalista do proletariado. Quase nove anos depois, no início da década de [[1940]], processou-se uma mudança na predileção do crítico que passou a apoiar uma arte sem mensagem social ou política explícita. (…) Na verdade, a explicação da mudança de interesse da arte proletária para o abstracionismo é um dos assuntos mais controvertidos na análise da obra de Pedrosa.'|Marcelo Mari}}
{{quote1|'Em [[1933]], Pedrosa pronunciou uma conferência sobre a gravurista alemã [[Käthe Kollwitz]] e defendeu uma arte tendenciosa, que tomasse partido em favor da luta revolucionária e internacionalista do proletariado. Quase nove anos depois, no início da década de [[1940]], processou-se uma mudança na predileção do crítico que passou a apoiar uma arte sem mensagem social ou política explícita. (…) Na verdade, a explicação da mudança de interesse da arte proletária para o abstracionismo é um dos assuntos mais controvertidos na análise da obra de Pedrosa.'|Marcelo Mari}}


Certamente uma explicação a esta questão estaria na ligação de Pedrosa com movimento trotskista e a [[Quarta Internacional|IV Internacional]], principalmente a partir do '''[[Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente]]''' ([[1938]]), elaborado pelo artista [[surrealista]] [[André Breton]] e por [[Leon Trotsky]]. O Manifesto defendia que ''a arte tem um potencial libertário e revolucionário em si''. Este manifesto foi publicado em português em [[1945]], no jornal [[Vanguarda Socialista]], editado por [[Patrícia Galvão]] (Pagu) e [[Benedito Geraldo Ferraz Gonçalves|Geraldo Ferraz]], como resposta tanto à banalização da arte pelo capitalismo quanto ao seu cerceamento pelo stalinismo, através da imposição da estética do [[realismo socialista]].
Certamente uma explicação a esta questão estaria na ligação de Pedrosa com movimento trotskista e a [[Quarta Internacional|IV Internacional]], principalmente a partir do [[Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente]] ([[1938]]), elaborado pelo artista [[surrealista]] [[André Breton]] e por Leon Trotsky.<ref>{{Citar web |ultimo=Lowy |primeiro=Michael |url=https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Memoria/Leon-Trotsky-e-a-arte-revolucionaria/51/48409 |titulo=Leon Trotsky e a arte revolucionária |data=11/08/2020 |acessodata=2021-05-12 |website=Carta Maior |lingua=pt-br}}</ref><ref name=":8">{{citar web |ultimo=Rosecler |primeiro=Silva |url=https://www.ifch.unicamp.br/formulario_cemarx/selecao/2012/trabalhos/7362_Silva_Rosecler.pdf |titulo=O Manifesto “Por uma Arte Revolucionária Independente”: um breve rastreamento do acontecimento histórico |acessodata=12/05/2021 |publicado=[[Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp]]}}</ref> O Manifesto defendia que ''a arte tem um potencial libertário e revolucionário em si''.<ref name=":8" /> Este manifesto foi publicado em português em 1945, no jornal [[Vanguarda Socialista]], editado por [[Patrícia Galvão]] (Pagu) e [[Benedito Geraldo Ferraz Gonçalves|Geraldo Ferraz]], como resposta tanto à banalização da arte pelo capitalismo quanto ao seu cerceamento pelo stalinismo, através da imposição da estética do [[realismo socialista]].<ref>{{Citar web |ultimo=Machado |primeiro=Afonso |url=https://www.esquerdadiario.com.br/spip.php?page=gacetilla-articulo&id_article=7782 |titulo=Arte Revolucionária Independente no Brasil |acessodata=2021-05-12 |website=Esquerda Diário}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo= |url=http://www.alagoasboreal.com.br/noticia/6046328d16f4b17c21a5c0df/ha-125-anos-nascia-o-surrealista-andre-breton |titulo=Há 125 anos nascia o surrealista André Breton |data=8 de Março de 2021 |acessodata=2021-05-12 |website=Alagoas Boreal}}</ref>


Esta sua postura que exigia "toda liberdade à [[arte]]" impregnou a II [[Bienal Internacional de Arte de São Paulo]] ([[1953]]), que trouxe para o Brasil [[Guernica (quadro)|Guernica]], de [[Pablo Picasso]], como obras dos principais mestres da vanguarda artística daquele momento: surrealistas, cubistas, futuristas italianos e abstracionistas, como [[Paul Klee]], [[Mondrian]], [[Alexander Calder]], [[Edvard Munch]], [[Marcel Duchamp]] e Juan Gris.
Esta sua postura que exigia "toda liberdade à [[arte]]" impregnou a II Bienal Internacional de Arte de São Paulo (1953), que trouxe para o Brasil [[Guernica (quadro)|''Guernica'']], de [[Pablo Picasso]], como obras dos principais mestres da vanguarda artística daquele momento: surrealistas, cubistas, futuristas italianos e abstracionistas, como [[Paul Klee]], [[Mondrian]], [[Alexander Calder]], [[Edvard Munch]], [[Marcel Duchamp]] e Juan Gris.<ref>{{Citar web |ultimo= |primeiro= |url=http://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento80131/2a-bienal-internacional-de-sao-paulo |titulo=2ª Bienal Internacional de São Paulo |acessodata=2021-05-12 |website=[[Enciclopédia Itaú Cultural]] |lingua=pt-br}}</ref><ref name=":9">{{Citar web |ultimo= |primeiro= |url=http://www.bienal.org.br/exposicoes/2bienal |titulo=2ª Bienal de São Paulo - Bienal de São Paulo |acessodata=2021-05-12 |website=[[Bienal Internacional de Arte de São Paulo]] |lingua=pt}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.sp-arte.com/editorial/de-olho-na-historia-bienal-de-sao-paulo/ |titulo=De olho na história: Bienal de São Paulo - Editorial |data=16/12/2019 |acessodata=2021-05-12 |website=SP-Arte |lingua=pt-BR}}</ref> <br>

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A Bienal de 1953 apresentou ainda uma sala especial em homenagem ao pintor ítalo-brasileiro [[Eliseu Visconti]], considerado por Mario Pedrosa como o "inaugurador" da pintura nacional. Afirmava Mário Pedrosa:"com as paisagens de Saint Hubert e de Teresópolis, Visconti é o inaugurador da pintura brasileira, o seu marco divisório. Nasce uma nova paisagem na pintura do Brasil. Ninguém na pintura brasileira tratou com idêntica maestria esse tema perigoso da luz tropical”.<ref>{{Citar web |url=http://www.eliseuvisconti.com.br/text_m_pedrosa.htm |titulo=Pedrosa, Mario. ''Visconti diante das modernas gerações''. Rio de Janeiro. Correio da Manhã de 01 de janeiro de 1950. |acessodata=2011-09-06 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120401224602/http://www.eliseuvisconti.com.br/text_m_pedrosa.htm |arquivodata=2012-04-01 |urlmorta=yes }}</ref>.
A Bienal de 1953 apresentou ainda uma sala especial em homenagem ao pintor ítalo-brasileiro [[Eliseu Visconti]], considerado por Mario Pedrosa como o "inaugurador" da pintura nacional.<ref name=":9" /> Afirmava Mário Pedrosa: "com as paisagens de Saint Hubert e de [[Teresópolis]], Visconti é o inaugurador da pintura brasileira, o seu marco divisório. Nasce uma nova paisagem na pintura do Brasil. Ninguém na pintura brasileira tratou com idêntica maestria esse tema perigoso da luz tropical”.<ref>{{Citar web |url=http://www.eliseuvisconti.com.br/text_m_pedrosa.htm |titulo=Pedrosa, Mario. ''Visconti diante das modernas gerações''. Rio de Janeiro. Correio da Manhã de 01 de janeiro de 1950. |acessodata=2011-09-06 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120401224602/http://www.eliseuvisconti.com.br/text_m_pedrosa.htm |arquivodata=2012-04-01 |urlmorta=yes }}</ref>.


== Chile ==
== Chile ==


Vinte anos depois Mário Pedrosa, em seu exílio no [[Chile]], durante o governo de [[Salvador Allende]] ([[1970]]-[[1973]]), fundou em [[Santiago (Chile)|Santiago]] o Museu da Solidariedade, um dos mais importantes do país. O acervo continha de mais de cinco mil obras de arte, entre as quais peças de artistas como [[Alexandre Calder]], [[Miró]], [[Soulages]] e [[Picasso]]. Elas foram doadas por estes artistas <ref>{{Citar periódico|ultimo=Barros|primeiro=José D'Assunção|data=2008|titulo=Mario Pedrosa e a crítica de arte no Brasil|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1678-53202008000100004&lng=en&nrm=iso&tlng=pt|jornal=ARS (São Paulo)|volume=6|numero=11|paginas=40–60|doi=10.1590/S1678-53202008000100004|issn=1678-5320|acessodata=2017-12-30|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101220072916/http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract|arquivodata=2010-12-20|urlmorta=yes}}</ref>graças ao prestigio pessoal de Mário Pedrosa no mundo artístico internacional. Ao mesmo tempo colocou em contato militantes brasileiros exilados no Chile, anteriormente ligados à guerrilha, com o trotskista argentino [[Nahuel Moreno]], de onde surgirão a [[Liga Operária]] e a [[Convergência Socialista]] (Entrevista Maria José e artigo Bernardo Cerdeira).
Vinte anos depois Mário Pedrosa, em seu exílio no [[Chile]], durante o governo de [[Salvador Allende]] ([[1970]]-[[1973]]), fundou em [[Santiago (Chile)|Santiago]] o Museu da Solidariedade, um dos mais importantes do país.<ref name=":10">{{Citar periódico |url=https://www.revistas.usp.br/ars/article/view/176140 |titulo=Museu da Solidariedade: a contribuição de Mário Pedrosa no exílio chileno |data=2020-12-31 |acessodata=2021-05-12 |jornal=ARS (São Paulo) |número=40 |ultimo=Paladino |primeiro=Luiza Mader |paginas=65–125 |lingua=pt |doi=10.11606/issn.2178-0447.ars.2020.176140 |issn=2178-0447}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.revistas.usp.br/humanidades/article/view/106201 |titulo=O Museu da solidariedade do Chile e Mário Pedrosa |data=2011-11-23 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Humanidades em diálogo |número=1 |ultimo=Zoli |primeiro=Ana Flávia |paginas=231–243 |lingua=pt |doi=10.11606/issn.1982-7547.hd.2011.106201 |issn=1982-7547}}</ref> O acervo continha de mais de cinco mil obras de arte, entre as quais peças de artistas como [[Alexandre Calder]], [[Miró]], [[Soulages]] e Picasso.<ref>{{Citar web |url=https://santiagodochile.com/museu-de-la-solidaridad-salvador-allende/ |titulo=Museu de la Solidaridad Salvador Allende |data=2015-03-11 |acessodata=2021-05-12 |website=SantiagoDoChile.com |lingua=pt-PT}}</ref> Elas foram doadas por estes artistas graças ao prestigio pessoal de Mário Pedrosa no mundo artístico internacional.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1678-53202008000100004&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Mario Pedrosa e a crítica de arte no Brasil |data=2008 |acessodata=2017-12-30 |jornal=ARS (São Paulo) |numero=11 |ultimo=Barros |primeiro=José D'Assunção |paginas=40–60 |doi=10.1590/S1678-53202008000100004 |issn=1678-5320 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20101220072916/http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract |arquivodata=2010-12-20 |urlmorta=yes |volume=6}}</ref> Ao mesmo tempo colocou em contato militantes brasileiros exilados no Chile, anteriormente ligados à guerrilha, com o trotskista argentino [[Nahuel Moreno]], de onde surgirão a [[Liga Operária]] e a [[Convergência Socialista]].<ref>{{Citar web |ultimo=Cruz |primeiro=Diego |url=https://www.pstu.org.br/mario-pedrosa-arte-e-revolucao-2/ |titulo=Mario Pedrosa: arte e revolução |data=2011-12-16 |acessodata=2021-05-12 |website=[[Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado]] |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://teoriaedebate.org.br/1990/04/25/qual-e-a-tua-convergencia/ |titulo=Qual é a tua, Convergência? |data=1990-04-25 |acessodata=2021-05-12 |website=Teoria e Debate |publicado=[[Fundação Perseu Abramo]] |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/498 |titulo=Influências Trotskistas sobre a Teoria do Desenvolvimento da América Latina |data=2009 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Revista de Ciências Sociais |número=1 |ultimo=Chilcote |primeiro=Ronald H. |paginas=73–98 |lingua=pt |issn=2318-4620}}</ref>


Seus escritos e suas reflexões sobre arte e estética o tornam um dos grandes pensadores brasileiros e orientam até hoje muitos artistas de [[vanguarda]] no Brasil. A premissa de que a arte tem um potencial libertário e revolucionário em si e não como propaganda de posições políticas se alastrou em seus escritos no jornal [[Vanguarda Socialista]]. Pedrosa era ''homem múltiplo'', como bem disse a crítica de arte [[Aracy Amaral]].
Seus escritos e suas reflexões sobre arte e estética o tornam um dos grandes pensadores brasileiros e orientam até hoje muitos artistas de [[vanguarda]] no Brasil. A premissa de que a arte tem um potencial libertário e revolucionário em si e não como propaganda de posições políticas se alastrou em seus escritos no jornal [[Vanguarda Socialista]].<ref name=":11">{{citar web |url=http://museudeartedorio.org.br/wp-content/uploads/2019/12/mario-pedrosa-atual.pdf |titulo=Mario Pedrosa Atual |acessodata=12/05/2021 |publicado=[[Museu de Arte do Rio]]}}</ref> Pedrosa era ''homem múltiplo'', como bem disse a crítica de arte [[Aracy Amaral]].<ref name=":11" />


==Mário Pedrosa, abstração, tradição local e concretismo==
==Mário Pedrosa, abstração, tradição local e concretismo==


Apesar de engajado em um projeto político socialista, Mário Pedrosa foi contra a arte do chamado [[realismo socialista]], pois considerava, por exemplo, que toda pintura é [[Arte abstrata|abstrata]], postulando que não é "a maior ou menor fidelidade da representação externa" que determinará "a maior ou menor qualidade estética".
Apesar de engajado em um projeto político socialista, Mário Pedrosa foi contra a arte do chamado [[realismo socialista]], pois considerava, por exemplo, que toda pintura é [[Arte abstrata|abstrata]], postulando que não é "a maior ou menor fidelidade da representação externa" que determinará "a maior ou menor qualidade estética".<ref>{{Citar periódico |url=https://biblat.unam.mx/pt/revista/revista-de-ciencias-humanas-curitiba/articulo/mario-pedrosa-realismo-socialista-o-mecenas-burocratico |titulo=Mario Pedrosa: realismo socialista, o mecenas burocrático |data=1997 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Revista de ciencias humanas (Curitiba) |número=6 |ultimo=Justino |primeiro=Maria José |paginas=71–88 |lingua=en |issn=0104-0111}}</ref>


Pedrosa foi um incentivador de movimentos de [[Segunda vanguarda|vanguarda]] como o [[Concretismo|concretista]] e neoconcretismo e a [[poesia concreta]] brasileira desde o seu início, na década de 1950, tendo sido um dos poucos críticos de arte que a acolheram bem, por representar um diferencial na arte brasileira.
Pedrosa foi um incentivador de movimentos de [[Segunda vanguarda|vanguarda]] como o concretista e neoconcretismo e a poesia concreta brasileira desde o seu início, na década de 1950, tendo sido um dos poucos críticos de arte que a acolheram bem, por representar um diferencial na arte brasileira.<ref>{{Citar web |ultimo=Belessa |primeiro=Mauro |url=http://www.iea.usp.br/noticias/genero-sexualidade-e-arte |titulo=Os princípios do Neoconcretismo e o pensamento de Mário Pedrosa — IEA USP |data=25/10/2019 |acessodata=2021-05-12 |website=[[Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo]]}}</ref>


Autor de importantes escritos teóricos como "Poeta e Pintor Concreto" (1957), sobre o novo movimento literário é defensor de "primeira hora" do concretismo. No entanto, desde o início preocupou-se com a questão de procurar unir a "brasilidade", a "tradição cultural" e um certo "localismo", a uma arte mais "universal", como a abstrata e o concretismo, estes dois pouco aceitos pela velha-guarda do [[modernismo brasileiro]]. Por isso, vê na pintura de [[Alfredo Volpi]] uma conciliação destes dois aspectos, considerando-o como "o mestre brasileiro" de nossa época, distinguindo-o, como '''o''' artista concretista e abstrato, dos poetas concretistas de [[Noigandres|São Paulo]].
Autor de importantes escritos teóricos como ''Poeta e Pintor Concreto'' (1957), sobre o novo movimento literário é defensor de "primeira hora" do concretismo.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S2238-38752018000300849&lng=en&nrm=iso&tlng=en |titulo=A TALE OF MASTERS AND ISLANDS: VOLPI CLAIMED BY MÁRIO PEDROSA |data=2018 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Sociologia &amp; Antropologia |número=3 |ultimo=Rosa |primeiro=Marcos Pedro |paginas=849–873 |doi=10.1590/2238-38752018v835 |issn=2238-3875}}</ref> No entanto, desde o início preocupou-se com a questão de procurar unir a "brasilidade", a "tradição cultural" e um certo "localismo", a uma arte mais "universal", como a abstrata e o concretismo, estes dois pouco aceitos pela velha-guarda do modernismo brasileiro. Por isso, vê na pintura de [[Alfredo Volpi]] uma conciliação destes dois aspectos, considerando-o como "o mestre brasileiro" de nossa época, distinguindo-o, como o artista concretista e abstrato, dos poetas concretistas de São Paulo.<ref>{{Citar periódico |url=https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8664007 |titulo=Volpi e o concretismo: uma controvérsia crítica |data=2021-02-08 |acessodata=2021-05-12 |jornal=MODOS: Revista de História da Arte |número=1 |ultimo=Varela |primeiro=Elizabeth Catoia |paginas=216–229 |lingua=pt |doi=10.20396/modos.v5i1.8664007 |issn=2526-2963}}</ref>


Torna-se posteriormente "mentor" da [[vanguarda]] carioca" do [[neoconcretismo]] e afasta-se do "objetivismo e racionalismo do movimento dos anos 50". Pedrosa, embora não tirasse os méritos da vanguarda paulista e considerasse os cariocas "quase românticos", lança as bases que permitiram aos neoconcretistas produzir sua contestação ao primeiro concretismo. Considera Mário Pedrosa que a tendência expressiva que se encontrará nestes artistas, à exemplo da pintura de [[Wassily Kandinsky|Kandinsky]], é a origem de toda a arte, e que a união da sensibilidade com a inteligência teria produzido as obras de arte "mais vivas" da modernidade <ref>[http://books.google.com.br/books?id=U5xzsxq7YGUC&pg=PA66&lpg=PA66&dq=Poeta+%26+Pintor+Concretista%22+%2B+Pedrosa&source=bl&ots=DfGuYsWbii&sig=y4cShnTh0FKbuVjIckKubCeRWkk&hl=pt-BR&ei=XoyuTIXdOMKB8gb_98DmBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CCYQ6AEwBA#v=onepage&q&f=false Arantes, Otília Beatriz Fiori. ''Mario Pedrosa: Itinerário Critico''. São Paulo. Cosac. Naify, 2004.]</ref>.
Torna-se posteriormente 'mentor' da "vanguarda carioca" do neoconcretismo e afasta-se do "objetivismo e racionalismo do movimento dos anos 50". Pedrosa, embora não tirasse os méritos da vanguarda paulista e considerasse os cariocas "quase românticos", lança as bases que permitiram aos neoconcretistas produzir sua contestação ao primeiro concretismo.<ref>{{Citar web |url=http://www.iea.usp.br/midiateca/video/videos-2019/muito-alem-de-201cpaulistas-e-cariocas201d-mario-pedrosa-e-pontos-extremos-da-modernidade-no-brasil |titulo=Muito além de “Paulistas e Cariocas”: Mário Pedrosa e Pontos Extremos da Modernidade no Brasil — IEA USP |acessodata=2021-05-12 |website=[[Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo]]}}</ref> Considera Mário Pedrosa que a tendência expressiva que se encontrará nestes artistas, à exemplo da pintura de [[Wassily Kandinsky|Kandinsky]], é a origem de toda a arte, e que a união da sensibilidade com a inteligência teria produzido as obras de arte "mais vivas" da modernidade .<ref>[http://books.google.com.br/books?id=U5xzsxq7YGUC&pg=PA66&lpg=PA66&dq=Poeta+%26+Pintor+Concretista%22+%2B+Pedrosa&source=bl&ots=DfGuYsWbii&sig=y4cShnTh0FKbuVjIckKubCeRWkk&hl=pt-BR&ei=XoyuTIXdOMKB8gb_98DmBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CCYQ6AEwBA#v=onepage&q&f=false Arantes, Otília Beatriz Fiori. ''Mario Pedrosa: Itinerário Critico''. São Paulo. Cosac. Naify, 2004.]</ref>


== Atividade Política ==
== Atividade Política ==


Em 1927, foi enviado para a União Soviética, pelo PCB, para cursar a Escola Leninista, instituição formadora de militantes comunistas.<ref name=":7" /> No entanto, uma doença o obrigou a interromper a viagem na Alemanha. Lá teve contato com as críticas de Trotsky à política do [[Partido Comunista da União Soviética]] e da Internacional Comunista e iniciou uma intensa correspondência com o amigo Lívio Xavier que tornou-se, então, o elo de ligação com o grupo de jovens intelectuais comunistas que tinham divergências com a política do PCB desde pelo menos 1928.<ref name=":7" />
Em 1927, foi enviado para a [[União Soviética]], pelo [[Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista|PCB]], para cursar a Escola
Leninista, instituição formadora de militantes comunistas. No entanto, uma doença o obrigou a interromper a viagem na Alemanha. Lá teve contato com as críticas de [[Trotsky]] à política do [[Partido Comunista da União Soviética]] e da [[Internacional Comunista]] e iniciou uma intensa correspondência com o amigo [[Lívio Xavier]] que tornou-se, então, o elo de ligação com o grupo de jovens intelectuais comunistas que tinham divergências com a política do PCB desde pelo menos 1928.

Em agosto de 1929 retornou ao Brasil e organizou esse grupo em uma agremiação chamada [[Grupo Comunista Lenine]] (GCL). Esta organização incluía intelectuais como [[Rodolfo Coutinho]] e Lívio Xavier que foram signatários do panfleto da Oposição Sindical que criticara a política sindical do PCB e sua falta de centralismo
democrático. Esse grupo já havia saído do PCB na “Cisão de 1928”. Outra cisão ocorreu em 1929, que incluiu alguns sindicalistas. Em janeiro de 1931, foi fundada a [[Liga Comunista]] que seria a organização na qual militaram os comunistas que não tinham espaço no PCB.

Em 1930, publicou, em parceira com [[Lívio Xavier]], um ensaio que viria a se tornar a primeira contribuição marxista para o estudo da história do modo de produção capitalista em terras brasileiras: "Esboço de uma análise da situação econômica e social do Brasil".


Em agosto de 1929 retornou ao Brasil e organizou esse grupo em uma agremiação chamada [[Grupo Comunista Lenine]] (GCL). Esta organização incluía intelectuais como [[Rodolfo Coutinho]] e Lívio Xavier que foram signatários do panfleto da Oposição Sindical que criticara a política sindical do PCB e sua falta de centralismo democrático. Esse grupo já havia saído do PCB na “Cisão de 1928”.<ref name=":12">{{Citar web |url=http://memorialdademocracia.com.br/card/liga-comunista-internacionalista-e-fundada-em-sao-paulo |titulo=Memorial da Democracia - Críticos de Stálin fundam liga |acessodata=2021-05-12 |website=Memorial da Democracia}}</ref> Outra cisão ocorreu em 1929, que incluiu alguns sindicalistas.<ref name=":12" />
No dia 1º de Maio de 1934, a Liga Comunista passou a se denominar como Liga Comunista Internacionalista e a trabalhar pela criação da IV Internacional.<ref>[http://marxismo21.org/wp-content/uploads/2013/05/MP-LX-Ricardo.pdf MÁRIO PEDROSA, LÍVIO XAVIER E AS ORIGENS DO MARXISMO NO BRASIL], acesso em 31 de dezembro de 2019.</ref>.


Em janeiro de 1931, foi fundada a Liga Comunista que seria a organização na qual militaram os comunistas que não tinham espaço no PCB.<ref>{{Citar web |ultimo= |primeiro= |url=http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/liga-comunista-internacionalista |titulo=LIGA COMUNISTA INTERNACIONALISTA |acessodata=2021-05-12 |website=[[Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil]] |publicado=[[Fundação Getúlio Vargas]] |lingua=pt-br}}</ref>
No dia 7 de outubro de 1934, foi ferido por um tiro na batalha campal que opôs a [[Frente Única Antifascista]] à [[Ação Integralista Brasileira]] na [[Praça da Sé (São Paulo)|Praça da Sé]], em [[São Paulo (município)|São Paulo]].


No dia 1º de Maio de 1934, a Liga Comunista passou a se denominar como Liga Comunista Internacionalista e a trabalhar pela criação da IV Internacional.<ref>{{citar web |ultimo=Castro |primeiro=Ricardo |url=https://marxismo21.org/wp-content/uploads/2013/05/MP-LX-Ricardo.pdf |titulo=MÁRIO PEDROSA, LÍVIO XAVIER E AS ORIGENS DO MARXISMO NO BRASIL |data=2006 |acessodata=12/05/2021 |publicado=Marxists}}</ref> No dia 7 de outubro de 1934, foi ferido por um tiro na batalha campal que opôs a [[Frente Única Antifascista]] à [[Ação Integralista Brasileira]] na [[Praça da Sé (São Paulo)|Praça da Sé]], em São Paulo.<ref>{{Citar web |url=https://aterraeredonda.com.br/mario-pedrosa-antifascista/ |titulo=Mário Pedrosa, antifascista |data=2020-06-12 |acessodata=2021-05-12 |website=A TERRA É REDONDA |lingua=pt-BR}}</ref><ref name=":13">{{citar web |ultimo=Mari |primeiro=Marcelo |url=https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-10012008-115706/publico/TESE_MARCELO_MARI.pdf |titulo=Estética e política em Mário Pedrosa (1930-1950) |data=2006-08-17 |acessodata=12/05/2021 |publicado=[[Universidade de São Paulo]]}}</ref>
Em 1935, se mudou para o Rio de Janeiro com sua companheira Mary Houston. Nesse período ajudou clandestinamente a [[Aliança Nacional Libertadora]]. Com o fracasso da [[Intentona Comunista|Intentona Comunista de 1935]], passou a ser procurado pela polícia. Depois disso, em conjunto com a ala esquerda do PCB liderada por [[Hermínio Sachetta]], lançou a candidatura simbólica de Luis Carlos Prestes, então aprisionado, à Presidência da República.


No ano de 1935, se mudou para o Rio de Janeiro com sua companheira Mary Houston.<ref>{{Citar web |url=https://movimentorevista.com.br/2017/11/mario-pedrosa-1977-conviccoes/ |titulo=Mário Pedrosa: “Tenho algumas convicções” |data=05/11/2017 |acessodata=2021-05-12 |website=Revista Movimento |lingua=pt-BR}}</ref> Nesse período ajudou clandestinamente a [[Aliança Nacional Libertadora]] (ANL).<ref>{{citar web |ultimo=Soares |primeiro=Lilian |url=https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/24629/D%20-%20SOARES;jsessionid=79FD244B6BA31217BBA80A5A5CBA9129?sequence=1 |titulo=INTELECTUAL E ARTISTA NA ERA VARGAS: Mário Pedrosa e Cândido Portinari e suas relações com o poder |data=2003 |acessodata=12/05/2021 |publicado=[[Universidade Federal do Paraná]]}}</ref> Com o fracasso da [[Intentona Comunista|Intentona Comunista de 1935]], passou a ser procurado pela polícia.<ref>{{citar periódico |titulo=O centenário de Nise da Silveira |acessodata=12/05/2021 |jornal=[[Jornal do Brasil]] |ultimo=Horta |primeiro=Bernardo |pagina=11}}</ref> Depois disso, em conjunto com a ala esquerda do PCB liderada por [[Hermínio Sachetta]], lançou a candidatura simbólica de [[Luís Carlos Prestes|Luis Carlos Prestes]], então aprisionado, à Presidência da República.<ref>{{Citar web |url=https://atlas.fgv.br/verbetes/luis-carlos-prestes |titulo=Luis Carlos Prestes {{!}} Atlas Histórico do Brasil - FGV |acessodata=2021-05-12 |website=[[Fundação Getúlio Vargas]]}}</ref>
No final de 1937, foi clandestinamente para a França, para evitar sua prisão no Brasil, onde, participou, em 3 de setembro de 1938, da reunião de fundação da IV Internacional, na periferia de Paris<ref name="mp2">[https://passapalavra.info/2009/11/14666/ Mário Pedrosa político (2): do Grupo Comunista Lenine à IV Internacional e exílio (1929-1945)]</ref>, acesso em 02 de janeiro de 2020.


No final de 1937, foi clandestinamente para a França, para evitar sua prisão no Brasil, onde, participou, em 3 de setembro de 1938, da reunião de fundação da IV Internacional, na periferia de Paris.<ref name="mp2">[https://passapalavra.info/2009/11/14666/ Mário Pedrosa político (2): do Grupo Comunista Lenine à IV Internacional e exílio (1929-1945)]</ref>
Em 24 de outubro de 1940, iniciou uma viagem de retorno ao Brasil, na qual passou pelo Peru, Bolívia, Chile, Argentina e Uruguai. Nesses países fez contatos com líderes trotskistas, nas quais defendeu uma ruptura com a IV Internacional, pois era contrário à defesa da União Soviética na [[II Guerra Mundial]]. Chegou ao Rio de Janeiro, em 26 de fevereiro de 1941, onde foi preso no dia 3 de março, tendo sido solto com a condição de embarcar para os Estados Unidos imediatamente.


Em 24 de outubro de 1940, iniciou uma viagem de retorno ao Brasil, na qual passou pelo [[Peru]], [[Bolívia]], [[Chile]], [[Argentina]] e [[Uruguai]].<ref name=":5" /> Nesses países fez contatos com líderes trotskistas, nas quais defendeu uma ruptura com a IV Internacional, pois era contrário à defesa da União Soviética na [[II Guerra Mundial]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/ael/article/view/2527 |titulo=A defesa da URSS na guerra atual |data=2005 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Cadernos AEL ([[Universidade Estadual de Campinas]]) |ultimo=Pedrosa |primeiro=Mario |lingua=pt |issn=1413-6597}}</ref> Chegou ao Rio de Janeiro, em 26 de fevereiro de 1941, onde foi preso no dia 3 de março, tendo sido solto com a condição de embarcar para os [[Estados Unidos]] imediatamente.<ref>{{Citar web |ultimo=Magalhães |primeiro=Mario |url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs1811200113.htm |titulo=Folha de S.Paulo - + memória: Mário Pedrosa e o olhar dos espiões - 18/11/2001 |data=18 de novembro de 2001 |acessodata=2021-05-12 |website=[[Folha de S. Paulo]]}}</ref>
Em 1945, retornaria ao Brasil e fundaria o jornal: "[[Vanguarda Socialista]]"<ref name="mp2"/>, que circularia até 1948, e a organização [[União Socialista Popular]]. Apoiou a candidatura à presidência do Brigadeiro [[Eduardo Gomes]] num manifesto no qual se exigia a elaboração de uma [[constituinte]] democrática.


Em 1945, retornaria ao Brasil e fundaria o jornal: "Vanguarda Socialista", que circularia até 1948, e a organização [[União Socialista Popular]].<ref name="mp2" /> Apoiou a candidatura à presidência do Brigadeiro [[Eduardo Gomes]] num manifesto no qual se exigia a elaboração de uma [[constituinte]] democrática.<ref name=":13" />
Em 1947, a União Socialista Popular se juntaria à Esquerda Democrática, que era um setor da [[União Democrática Nacional]] (UDN) que reunia desde antigas lideranças da esquerda brasileira como [[João Mangabeira]], [[Astrogildo Pereira]], [[Nestor Duarte]] e [[Bayard Boiteux]], e à [[União Democrática Socialista]], que contava com intelectuais como [[Antonio Candido]] e [[Aziz Simão]], para formar o [[Partido Socialista Brasileiro]] (PSB). Permaneceria no PSB até 1965<ref>[https://passapalavra.info/2009/11/14527/ Mário Pedrosa político (3): de Vanguarda Socialista até o golpe militar (1945-1964)], acesso em 02 de janeiro de 2019.</ref>, quando, em decorrência da extinção do PSB, ingressou no [[Movimento Democrático Brasileiro]] (MDB).


No ano de 1947, a União Socialista Popular se juntaria à Esquerda Democrática, que era um setor da [[União Democrática Nacional]] (UDN) que reunia desde antigas lideranças da esquerda brasileira como [[João Mangabeira]], [[Astrogildo Pereira]], [[Nestor Duarte]] e [[Bayard Boiteux]], e à União Democrática Socialista, que contava com intelectuais como [[Antonio Candido]] e [[Aziz Simão]], para formar o [[Partido Socialista Brasileiro (1947)|Partido Socialista Brasileiro]] (PSB).<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-69092001000300001&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Entrevista com Antonio Candido |data=2001 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Revista Brasileira de Ciências Sociais |número=47 |ultimo=Pontes |primeiro=Heloisa |paginas=5–30 |lingua=pt |doi=10.1590/S0102-69092001000300001 |issn=0102-6909}}</ref> Permaneceria no PSB até 1965<ref>[https://passapalavra.info/2009/11/14527/ Mário Pedrosa político (3): de Vanguarda Socialista até o golpe militar (1945-1964)], acesso em 02 de janeiro de 2019.</ref>, quando, em decorrência da extinção do PSB, ingressou no [[Movimento Democrático Brasileiro (1966)|Movimento Democrático Brasileiro]] (MDB).<ref>{{citar web |ultimo=Andrade |primeiro=Everaldo |url=http://www.encontro2014.sp.anpuh.org/resources/anais/29/1407277716_ARQUIVO_MarioPedrosaeasperspectivasderesistenciaaditaduraem1964.pdf |titulo=Mário Pedrosa e as perspectivas de resistência à ditadura em 1964 |acessodata=12/05/2021 |publicado=[[Associação Nacional de História]]}}</ref>
Em julho de 1970, em decorrência da decretação de sua prisão preventiva, refugia-se na Embaixada do Chile, onde aguardou, durante três meses, a expedição de salvo-conduto para viajar para aquele país<ref>[https://passapalavra.info/2009/11/14529/ Mário Pedrosa político (4): do golpe militar ao exílio (1964-1970)], acesso em 03/01/2020.</ref>.


Em julho de 1970, em decorrência da decretação de sua prisão preventiva, refugia-se na Embaixada do Chile, onde aguardou, durante três meses, a expedição de salvo-conduto para viajar para aquele país.<ref>[https://passapalavra.info/2009/11/14529/ Mário Pedrosa político (4): do golpe militar ao exílio (1964-1970)], acesso em 03/01/2020.</ref> Em 1971, exilou-se no Chile e, em 1973, na França.<ref name=":10" />
Em 1971, exilou-se no Chile e, em 1973, na França.


Em 1977, voltou ao Brasil e passou a acompanhar o ressurgimento das lutas sindicais no ABCD paulista. Em agosto de 1978, foi publicado seu artigo: "Carta a um Operário", dirigida a [[Luiz Inácio da Silva]], na qual sugeriu a formação de um [[Partido dos Trabalhadores]]<ref>[https://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/351775-jornalista-relata-em-livro-a-formacao-do-pt.shtml Jornalista relata em livro a formação do PT], acesso em de janeiro de 2010.</ref>.
Em 1977, voltou ao Brasil e passou a acompanhar o ressurgimento das [[Greves de 1978-1980 no ABC Paulista|lutas sindicais no ABCD paulista]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.scielosp.org/article/sdeb/2017.v41nspe3/34-44/pt/ |titulo=Movimento sindical e Reforma Sanitária Brasileira: propostas da CUT para a saúde no período 1981-1991 |data=2017-09 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Saúde em Debate |ultimo=Telles |primeiro=Maurício Wiering Pinto |ultimo2=Teixeira |primeiro2=Carmen Fontes |paginas=34–44 |lingua=pt |doi=10.1590/0103-11042017s303 |issn=0103-1104}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books/about/Era_uma_vez_em_S%C3%A3o_Bernardo.html?id=j96CkgEACAAJ&source=kp_book_description|título=Era uma vez em São Bernardo: o discurso sindical dos metalúrgicos (1971-1982)|ultimo=Paranhos|primeiro=Kátia Rodrigues|data=2011|editora=Unicamp|lingua=pt}}</ref> Em agosto de 1978, foi publicado seu artigo: "Carta a um Operário", dirigida a [[Luiz Inácio da Silva]], na qual sugeriu a formação de um Partido dos Trabalhadores.<ref>{{Citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u351775.shtml |titulo=Jornalista relata em livro a formação do PT - 06/04/2009 |data=06/04/2009 |acessodata=2021-05-12 |website=[[Folha de S. Paulo]]}}</ref>


Dois anos após o [[golpe militar de 1964]], publicou dois livros: (''A Opção Brasileira'' e ''A Opção Imperialista'') onde faz um estudo e análise daquele regime e de suas determinações. Estes se concentram em explicar a situação brasileira contemporânea a partir do [[capitalismo]] internacional [[Imperialismo|imperialista]] e, principalmente pelo papel da economia [[Estados Unidos|estado-unidense]]. Analisa o caráter da [[burguesia]] brasileira e do capitalismo nacional em sua articulação com o capitalismo internacional para que se entendesse a vida política nacional durante a [[ditadura militar]].
Dois anos após o [[golpe militar de 1964]], publicou dois livros: (''A Opção Brasileira'' e ''A Opção Imperialista'') onde faz um estudo e análise daquele regime e de suas determinações.<ref name=":14">{{Citar periódico |url=https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/iberoamericana/article/view/33524 |titulo=Mário Pedrosa e José Carlos Mariátegui: |data=2020-12-16 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Estudos Ibero-Americanos |número=3 |ultimo=Andrade |primeiro=Everaldo Oliveira |paginas=e33524–e33524 |lingua=pt |doi=10.15448/1980-864X.2020.3.33524 |issn=1980-864X}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Costa |primeiro=Claudia |url=https://jornal.usp.br/cultura/especialistas-discutem-as-ideias-de-mario-pedrosa-para-o-brasil/ |titulo=Especialistas discutem as ideias de Mário Pedrosa para o Brasil |data=2020-10-01 |acessodata=2021-05-12 |website=[[Jornal da USP]] |lingua=pt-BR}}</ref> Estes se concentram em explicar a situação brasileira contemporânea a partir do [[capitalismo]] internacional [[Imperialismo|imperialista]] e, principalmente pelo papel da economia [[Estados Unidos|estado-unidense]].<ref name=":14" /> Analisa o caráter da [[burguesia]] brasileira e do capitalismo nacional em sua articulação com o capitalismo internacional para que se entendesse a vida política nacional durante a ditadura militar.<ref name=":14" />


Mário Pedrosa refutava a hipótese, dominante em amplos setores da esquerda, de que seria possível uma revolução burguesa no Brasil. No Brasil, afirmava Pedrosa, toda modernização se fez através do Estado. Contrapunha-se assim às teses de [[Celso Furtado]]<ref>{{Citar periódico|ultimo=Di Carlo|primeiro=Josnei|data=2019|titulo=O desenvolvimentismo na crítica de Mário Pedrosa|url=https://www.academia.edu/38048347/O_desenvolvimentismo_na_cr%C3%ADtica_de_M%C3%A1rio_Pedrosa|jornal=MovimentAção|lingua=pt|volume=5|numero=8|paginas=18–37|issn=2358-9205|acessodata=}}</ref> e do [[Partido Comunista Brasileiro]], negando que a modernização do país seria feita possível pelas instituições burguesas democráticas, sendo o golpe de 64 expressão disto.
Mário Pedrosa refutava a hipótese, dominante em amplos setores da esquerda, de que seria possível uma revolução burguesa no Brasil. No Brasil, afirmava Pedrosa, toda modernização se fez através do Estado. Contrapunha-se assim às teses de [[Celso Furtado]] e do Partido Comunista Brasileiro, negando que a modernização do país seria feita possível pelas instituições burguesas democráticas, sendo o golpe de 64 expressão disto.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.academia.edu/38048347/O_desenvolvimentismo_na_cr%C3%ADtica_de_M%C3%A1rio_Pedrosa |titulo=O desenvolvimentismo na crítica de Mário Pedrosa |data=2019 |acessodata= |jornal=MovimentAção |numero=8 |ultimo=Di Carlo |primeiro=Josnei |paginas=18–37 |lingua=pt |issn=2358-9205 |volume=5}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Jr. |primeiro=Plinio |url=http://www.seer.ufu.br/index.php/revistaeconomiaensaios/article/view/3200/2435 |titulo=Furtado e os limites da razão burguesa na periferia do capitalismo |data=2009-11-11 |acessodata=12/05/2021 |publicado=Economia ensaios ([[Universidade Federal de Uberlândia]])}}</ref>


Seria assim impossível a existência de uma burguesia industrial progressista em favor das instituições democráticas e, ao mesmo tempo, do desenvolvimento social. O setor agrário, vinculado ao capital externo devido às necessidades de exportação, era exatamente aquele que promovia a incipiente industrialização do país e, portanto, jamais se colocaria por uma política econômica que não fosse submissa aos interesses do capital internacional. Segundo Pedrosa as articulações da burguesia nacional com o capitalismo internacional foram fundamentais na deflagração do golpe militar de [[1º de Abril]] de 1964<ref>{{Citar periódico|ultimo=Di Carlo|primeiro=Josnei|data=2019|titulo=Do liberalismo ao estatismo: a ideologia pendular da ditadura militar segundo Mário Pedrosa|url=https://www.academia.edu/39296597/Do_liberalismo_ao_estatismo_a_ideologia_pendular_da_ditadura_militar_segundo_M%C3%A1rio_Pedrosa|jornal=Agenda Política|lingua=pt|acessodata=}}</ref>.
Seria assim impossível a existência de uma burguesia industrial progressista em favor das instituições democráticas e, ao mesmo tempo, do desenvolvimento social. O setor agrário, vinculado ao capital externo devido às necessidades de exportação, era exatamente aquele que promovia a incipiente industrialização do país e, portanto, jamais se colocaria por uma política econômica que não fosse submissa aos interesses do capital internacional. Segundo Pedrosa as articulações da burguesia nacional com o capitalismo internacional foram fundamentais na deflagração do golpe militar de 1º de Abril de 1964.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.academia.edu/39296597/Do_liberalismo_ao_estatismo_a_ideologia_pendular_da_ditadura_militar_segundo_M%C3%A1rio_Pedrosa |titulo=Do liberalismo ao estatismo: a ideologia pendular da ditadura militar segundo Mário Pedrosa |data=2019 |acessodata= |jornal=Agenda Política |ultimo=Di Carlo |primeiro=Josnei |lingua=pt}}</ref>


== O golpe de [[1964]]: um [[Bonapartismo]] nos trópicos? ==
== O golpe de 1964: um Bonapartismo nos trópicos? ==


Em sua obra "A opção Brasileira" ([[1966]]) Pedrosa analisa o regime militar de 1964 e o governo de [[Getúlio Vargas]] sob a luz da obra de [[Karl Marx]] " O 18 de Brumário". Mário Pedrosa reconhece semelhanças com o regime bonapartista, mas rejeita esta comparação. O regime de [[1964]], segundo ele, não estava "acima de todas as classes", mas ligado ao capital financeiro internacional sendo "um adido militar da embaixada estadunidense no Brasil", indo prejudicar setores da própria burguesia nacional (capítulo quatro).
Em sua obra ''A opção Brasileira'', Pedrosa analisa o regime militar de 1964 e o governo de [[Getúlio Vargas]] sob a luz da obra de [[Karl Marx]] " O 18 de Brumário". Mário Pedrosa reconhece semelhanças com o regime bonapartista, mas rejeita esta comparação.<ref>{{citar web |ultimo=Andrade |primeiro=Everaldo |url=https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/32278/pdf |titulo=Mário Pedrosa e o debate sobre a planificação econômica socialista no Brasil |data=2016-07-04 |acessodata=12/05/2021 |publicado=Diálogos ([[Universidade Estadual de Maringá]])}}</ref> O regime de 1964, segundo ele, não estava "acima de todas as classes", mas ligado ao capital financeiro internacional sendo "um adido militar da embaixada estadunidense no Brasil", indo prejudicar setores da própria burguesia nacional.<ref>{{citar livro|título=A opção brasileira|ultimo=PEDROSA|primeiro=Mario|editora=[[Civilização Brasileira]]|ano=[[1966]]|páginas=311}}</ref>


== Influências ==
== Influências ==
Conforme descreve Otília Arantes, Mário Pedrosa foi responsável pela criação do primeiro núcleo de artistas concretos no Rio de Janeiro, com Ivan Serpa, Almir Mavignier e [[Abraham Palatnik]]. Acompanhou e estimulou a carreira dos mais influentes artistas brasileiros da segunda metade do século XX, como [[Lygia Clark]], [[Hélio Oiticica]], [[Lygia Pape]] e [[Amilcar de Castro]], entre muitos outros (Arantes, O. Mário Pedrosa: itinerário crítico, SP: Cosac & Naif, 2005.)
Conforme descreve Otília Arantes, Mário Pedrosa foi responsável pela criação do primeiro núcleo de artistas concretos no Rio de Janeiro, com Ivan Serpa, Almir Mavignier e [[Abraham Palatnik]].<ref>{{Citar web |url=https://www.guiadasartes.com.br/abraham-palatnik/obras-e-biografia |titulo=Abraham Palatnik obras e biografia - Guia das Artes |acessodata=2021-05-12 |website=Guia das Artes}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-20702008000200010&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=The aesthetics of conversion: the Engenho de Dentro studio and concrete art in Rio de Janeiro (1946-1951) |data=2008 |acessodata=2021-05-12 |jornal=Tempo Social |número=2 |ultimo=Villas Bôas |primeiro=Glaucia |paginas=197–219 |doi=10.1590/S0103-20702008000200010 |issn=0103-2070}}</ref> Acompanhou e estimulou a carreira dos mais influentes artistas brasileiros da segunda metade do século XX, como [[Lygia Clark]], [[Hélio Oiticica]], [[Lygia Pape]] e [[Amilcar de Castro]], entre muitos outros intelectuais.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books/about/Mario_Pedrosa.html?id=tdrywAEACAAJ&source=kp_book_description|título=Mario Pedrosa: itinerário crítico|ultimo=Arantes|primeiro=Otília Beatriz Fiori|data=2004|editora=Cosac Naify|lingua=pt}}</ref>


== Trabalhos de Mário Pedrosa ==
== Trabalhos de Mário Pedrosa ==

Revisão das 18h20min de 12 de maio de 2021

Mário Pedrosa
Mário Pedrosa
Mário Xavier de Andrade Pedrosa
Nome completo Mário Xavier de Andrade Pedrosa
Nascimento 25 de abril de 1900
Timbaúba,  Pernambuco
Morte 5 de novembro de 1981 (81 anos)
Rio de Janeiro,  Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupação
Religião Ateu

Mário Xavier de Andrade Pedrosa (Timbaúba, 25 de abril de 1900Rio de Janeiro, 5 de novembro de 1981) foi um advogado, escritor, jornalista, crítico de arte e ativista político brasileiro, iniciador das atividades da Oposição de Esquerda Internacional no Brasil, organização liderada por Leon Trótski, nos anos 1930, e da crítica de arte moderna brasileira, nos anos 1940.[1][2]

Sobre Pedrosa e o também pernambucano Mário Schenberg, falou Lygia Clark: "A influência que ele (Schenberg) teve na minha personalidade foi enorme. Eu, sem cultura nenhuma, sugava todas as conversas que com ele tive, incorporando vivências de seu saber e, brincando, dizia: meus ouvidos foram fecundados por dois seres extraordinários, Mário Schenberg e Mário Pedrosa".[3]

Biografia

Formação e primeiros anos

Mario Xavier é filho de Pedro da Cunha Pedrosa, que atuou como Senador da República e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).[4][5] Mario nasceu na cidade de Timbaúba, cidade do interior do Pernambuco, no ano de 1900.[6][7]

No ano de 1913, deixou sua cidade para estudar na Europa, foi enviado para estudar no Institut Quinche, em Lausanne na Suíça, onde ficou até 1916.[8][9]

No retorno para o Brasil, mudou-se para o Rio de Janeiro - então capital do país - foi estudar Direito na Faculdade Nacional de Direito (FND) instituição vinculada a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).[4][10] Na graduação teve seus primeiros contatos com o marxismo em um grupo de estudos organizados pelo professor da instituição, Edgardo de Castro Rebello.[11][12] Formou-se na universidade no ano de 1923.[13]

Carreira

Viveu em São Paulo e trabalhou como redator de política internacional no jornal Diário da Noite e produzia artigos de crítica literária.[14][15] Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) no ano de 1926.[16][17]

No início de 1927, desistiu do emprego de agente fiscal do estado da Paraíba e foi para São Paulo assumir a direção local da Organização Internacional para Apoio a Revolucionários (Socorro Vermelho), fundada em 1922 pela Internacional Comunista para e prover auxílio moral e material para comunistas que eram presos e/ou perseguidos pelo mundo afora.[18][19] Nessa época teve seus primeiros contatos com comunistas que se opunham ao stalinismo como Pierre Naville e Marcel Fourrier.[20][21][22]

No dia 7 de novembro de 1927, foi enviado para a Rússia, onde faria um curso na Escola Leninista Internacional, em Moscou, mas adoece ao chegar na Alemanha, onde se estabelece e passa a militar contra os nazistas.[18][23] Fez cursos sobre filosofia, estética e sociologia na Universidade Humboldt de Berlim.[6] Teve como professores Breysig, Werner Sombart, Thurnewald, Sprangel e Vogel. Retorna ao Brasil em agosto de 1929.[24][25]

Nessa época, em fevereiro e julho de 1928, ocorreram, respectivamente, a 9ª Plenária e o VI Congresso do Comitê Executivo do Comintern, que introduziriam no movimento comunista internacional a fase do “terceiro período”.[26] Desse modo, os PCs (Partidos comunistas) deveriam passar de uma política passiva de defesa da União Soviética, para outra de “classe contra classe”, sem alianças possíveis, em busca da revolução imediata.[27] Todas as forças de oposição ideológicas deveriam ser expulsas dos PCs, as forças de esquerda externas ao partido que não concordassem com as políticas da Comintern deveriam ser atacadas por polêmicas violentas.[27] Nos sindicatos controlados pelos comunistas as demais forças políticas, como socialistas e anarquistas, deveriam ser expulsas, e nas categorias cujos sindicatos fossem controlados por forças não comunistas, os PCs deveriam montar “sindicatos vermelhos”.[28] Levantes armados deveriam ser tentados sempre que possível, independentemente de suas possibilidades de sucesso. Leon Trotsky, que foi o mais importante críticos da política do “terceiro período”, fora enviado ao exílio.[29][30] Opositores desta política eram sistematicamente expulsos dos PCs e isolados politicamente.[27]

Nesse período, manteve correspondência com Rodolfo Coutinho e Lívio Xavier, que também se opunham às políticas adotadas pela direção do PCB.[31] Logo após o retornou ao Brasil, foi expulso por sua ligação com o movimento trotskista.[32]

Em 21 de Janeiro de 1931, ao lado Lívio Xavier, Fúlvio Abramo, Aristides Lobo e Benjamin Péret fundou a Liga Comunista ligada à Oposição de Esquerda Internacional.[33][34] Em 3 de setembro de 1938, em Périgny (França), Mário Pedrosa representou várias partidos operários da América-Latina no Congresso de Fundação da Quarta Internacional, com o pseudônimo de Lebrun, onde foi eleito para o Comitê Executivo Internacional (CEI) da IV Internacional.[35][36]

Ao retornar do exílio, após o fim do Estado Novo, tornou-se crítico de arte do Correio da Manhã (1945-1951). Posteriormente, de O Estado de S. Paulo (1951-1956), Tribuna da Imprensa (1951-1956), Jornal do Brasil (1957-1961) e, novamente, do Correio da Manhã (1966-1968), em todos eles tendo período em que escrevia sobre política na seção opinativa.[1][2][37][38] Nunca, porém, abandonou a militância política, conciliou-a como sua atividade jornalística.

Voltando ao Brasil de seu segundo exílio, que ocorreu entre 1970 e 1977, passou a defender a criação de um partido socialista.[39] Em 1980 participa da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT).[40][41][38]

Incentivador dos movimentos concretista e neoconcreto

Em suas atividades como crítico de arte, destaca-se como diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), colaborando na criação do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), com papel destacado no surgimento do movimento concretista nesta cidade.[42][43] Foi curador da segunda Bienal Internacional de Arte de São Paulo (1953) e secretário-geral da IV Bienal Internacional de Arte de São Paulo (1957), organizou o Congresso Internacional dos Críticos de Arte (1959) sobre a cidade de Brasília.[44][45][46] Foi também vice-presidente da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) entre os anos de 1957 e 1970 e presidente da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) em 1962, além de ter sido membro do júri de várias bienais de artes plásticas em todo mundo.[47][48]

Mário Pedrosa além de incentivador do movimento concretista e da poesia concreta, tendo escrito textos teóricos sobre o novo movimento literário e sido um defensor de "primeira hora" deste movimento, foi "mentor" e "porta-voz" (Amaral, 2001: 51-56) da vanguarda carioca" do neoconcretismo, afastando-se do "objetivismo e racionalismo do movimento dos anos 50".[49][50]

Homem de origem e trajetória política marxista e trotskista, Mário Pedrosa se afastou da concepção engajada de arte, predominante em parte da esquerda nos anos quarenta a sessenta do século XX e "surpreendeu ao valorizar a arte abstrata e os problemas de percepção da forma".[51][38]

Rigorosamente moderno, foi admirado pelos jovens artistas de 1950 e advogou "a causa de uma possível tradição construtiva no Brasil".[52][53] Dado isso, Mário Pedrosa foi, conforme define Otília Arantes, o crítico do movimento concretista.[50][54]

Arte e política

Mário Pedrosa, defensor de que a arte e a política são as duas formas mais elevadas da expressão humana, propunha, consequentemente, que a única postura que se possa ter diante delas é a do engajamento militante e crítico como homem, mas advogando sempre a plena liberdade da produção artística.[55][56] Mário envolveu-se nestes dois universos desde a juventude, sendo amigo pessoal e cunhado do poeta surrealista francês Benjamin Péret, seu parceiro em muitas atividades políticas.[57]

Marcelo Mari descreve a evolução do pensamento de Pedrosa sobre a relação Arte e Revolução Social no século XX:.

Certamente uma explicação a esta questão estaria na ligação de Pedrosa com movimento trotskista e a IV Internacional, principalmente a partir do Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente (1938), elaborado pelo artista surrealista André Breton e por Leon Trotsky.[58][59] O Manifesto defendia que a arte tem um potencial libertário e revolucionário em si.[59] Este manifesto foi publicado em português em 1945, no jornal Vanguarda Socialista, editado por Patrícia Galvão (Pagu) e Geraldo Ferraz, como resposta tanto à banalização da arte pelo capitalismo quanto ao seu cerceamento pelo stalinismo, através da imposição da estética do realismo socialista.[60][61]

Esta sua postura que exigia "toda liberdade à arte" impregnou a II Bienal Internacional de Arte de São Paulo (1953), que trouxe para o Brasil Guernica, de Pablo Picasso, como obras dos principais mestres da vanguarda artística daquele momento: surrealistas, cubistas, futuristas italianos e abstracionistas, como Paul Klee, Mondrian, Alexander Calder, Edvard Munch, Marcel Duchamp e Juan Gris.[62][63][64]

A Bienal de 1953 apresentou ainda uma sala especial em homenagem ao pintor ítalo-brasileiro Eliseu Visconti, considerado por Mario Pedrosa como o "inaugurador" da pintura nacional.[63] Afirmava Mário Pedrosa: "com as paisagens de Saint Hubert e de Teresópolis, Visconti é o inaugurador da pintura brasileira, o seu marco divisório. Nasce uma nova paisagem na pintura do Brasil. Ninguém na pintura brasileira tratou com idêntica maestria esse tema perigoso da luz tropical”.[65].

Chile

Vinte anos depois Mário Pedrosa, em seu exílio no Chile, durante o governo de Salvador Allende (1970-1973), fundou em Santiago o Museu da Solidariedade, um dos mais importantes do país.[66][67] O acervo continha de mais de cinco mil obras de arte, entre as quais peças de artistas como Alexandre Calder, Miró, Soulages e Picasso.[68] Elas foram doadas por estes artistas graças ao prestigio pessoal de Mário Pedrosa no mundo artístico internacional.[69] Ao mesmo tempo colocou em contato militantes brasileiros exilados no Chile, anteriormente ligados à guerrilha, com o trotskista argentino Nahuel Moreno, de onde surgirão a Liga Operária e a Convergência Socialista.[70][71][72]

Seus escritos e suas reflexões sobre arte e estética o tornam um dos grandes pensadores brasileiros e orientam até hoje muitos artistas de vanguarda no Brasil. A premissa de que a arte tem um potencial libertário e revolucionário em si e não como propaganda de posições políticas se alastrou em seus escritos no jornal Vanguarda Socialista.[73] Pedrosa era homem múltiplo, como bem disse a crítica de arte Aracy Amaral.[73]

Mário Pedrosa, abstração, tradição local e concretismo

Apesar de engajado em um projeto político socialista, Mário Pedrosa foi contra a arte do chamado realismo socialista, pois considerava, por exemplo, que toda pintura é abstrata, postulando que não é "a maior ou menor fidelidade da representação externa" que determinará "a maior ou menor qualidade estética".[74]

Pedrosa foi um incentivador de movimentos de vanguarda como o concretista e neoconcretismo e a poesia concreta brasileira desde o seu início, na década de 1950, tendo sido um dos poucos críticos de arte que a acolheram bem, por representar um diferencial na arte brasileira.[75]

Autor de importantes escritos teóricos como Poeta e Pintor Concreto (1957), sobre o novo movimento literário é defensor de "primeira hora" do concretismo.[76] No entanto, desde o início preocupou-se com a questão de procurar unir a "brasilidade", a "tradição cultural" e um certo "localismo", a uma arte mais "universal", como a abstrata e o concretismo, estes dois pouco aceitos pela velha-guarda do modernismo brasileiro. Por isso, vê na pintura de Alfredo Volpi uma conciliação destes dois aspectos, considerando-o como "o mestre brasileiro" de nossa época, distinguindo-o, como o artista concretista e abstrato, dos poetas concretistas de São Paulo.[77]

Torna-se posteriormente 'mentor' da "vanguarda carioca" do neoconcretismo e afasta-se do "objetivismo e racionalismo do movimento dos anos 50". Pedrosa, embora não tirasse os méritos da vanguarda paulista e considerasse os cariocas "quase românticos", lança as bases que permitiram aos neoconcretistas produzir sua contestação ao primeiro concretismo.[78] Considera Mário Pedrosa que a tendência expressiva que se encontrará nestes artistas, à exemplo da pintura de Kandinsky, é a origem de toda a arte, e que a união da sensibilidade com a inteligência teria produzido as obras de arte "mais vivas" da modernidade .[79]

Atividade Política

Em 1927, foi enviado para a União Soviética, pelo PCB, para cursar a Escola Leninista, instituição formadora de militantes comunistas.[31] No entanto, uma doença o obrigou a interromper a viagem na Alemanha. Lá teve contato com as críticas de Trotsky à política do Partido Comunista da União Soviética e da Internacional Comunista e iniciou uma intensa correspondência com o amigo Lívio Xavier que tornou-se, então, o elo de ligação com o grupo de jovens intelectuais comunistas que tinham divergências com a política do PCB desde pelo menos 1928.[31]

Em agosto de 1929 retornou ao Brasil e organizou esse grupo em uma agremiação chamada Grupo Comunista Lenine (GCL). Esta organização incluía intelectuais como Rodolfo Coutinho e Lívio Xavier que foram signatários do panfleto da Oposição Sindical que criticara a política sindical do PCB e sua falta de centralismo democrático. Esse grupo já havia saído do PCB na “Cisão de 1928”.[80] Outra cisão ocorreu em 1929, que incluiu alguns sindicalistas.[80]

Em janeiro de 1931, foi fundada a Liga Comunista que seria a organização na qual militaram os comunistas que não tinham espaço no PCB.[81]

No dia 1º de Maio de 1934, a Liga Comunista passou a se denominar como Liga Comunista Internacionalista e a trabalhar pela criação da IV Internacional.[82] No dia 7 de outubro de 1934, foi ferido por um tiro na batalha campal que opôs a Frente Única Antifascista à Ação Integralista Brasileira na Praça da Sé, em São Paulo.[83][84]

No ano de 1935, se mudou para o Rio de Janeiro com sua companheira Mary Houston.[85] Nesse período ajudou clandestinamente a Aliança Nacional Libertadora (ANL).[86] Com o fracasso da Intentona Comunista de 1935, passou a ser procurado pela polícia.[87] Depois disso, em conjunto com a ala esquerda do PCB liderada por Hermínio Sachetta, lançou a candidatura simbólica de Luis Carlos Prestes, então aprisionado, à Presidência da República.[88]

No final de 1937, foi clandestinamente para a França, para evitar sua prisão no Brasil, onde, participou, em 3 de setembro de 1938, da reunião de fundação da IV Internacional, na periferia de Paris.[89]

Em 24 de outubro de 1940, iniciou uma viagem de retorno ao Brasil, na qual passou pelo Peru, Bolívia, Chile, Argentina e Uruguai.[38] Nesses países fez contatos com líderes trotskistas, nas quais defendeu uma ruptura com a IV Internacional, pois era contrário à defesa da União Soviética na II Guerra Mundial.[90] Chegou ao Rio de Janeiro, em 26 de fevereiro de 1941, onde foi preso no dia 3 de março, tendo sido solto com a condição de embarcar para os Estados Unidos imediatamente.[91]

Em 1945, retornaria ao Brasil e fundaria o jornal: "Vanguarda Socialista", que circularia até 1948, e a organização União Socialista Popular.[89] Apoiou a candidatura à presidência do Brigadeiro Eduardo Gomes num manifesto no qual se exigia a elaboração de uma constituinte democrática.[84]

No ano de 1947, a União Socialista Popular se juntaria à Esquerda Democrática, que era um setor da União Democrática Nacional (UDN) que reunia desde antigas lideranças da esquerda brasileira como João Mangabeira, Astrogildo Pereira, Nestor Duarte e Bayard Boiteux, e à União Democrática Socialista, que contava com intelectuais como Antonio Candido e Aziz Simão, para formar o Partido Socialista Brasileiro (PSB).[92] Permaneceria no PSB até 1965[93], quando, em decorrência da extinção do PSB, ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB).[94]

Em julho de 1970, em decorrência da decretação de sua prisão preventiva, refugia-se na Embaixada do Chile, onde aguardou, durante três meses, a expedição de salvo-conduto para viajar para aquele país.[95] Em 1971, exilou-se no Chile e, em 1973, na França.[66]

Em 1977, voltou ao Brasil e passou a acompanhar o ressurgimento das lutas sindicais no ABCD paulista.[96][97] Em agosto de 1978, foi publicado seu artigo: "Carta a um Operário", dirigida a Luiz Inácio da Silva, na qual sugeriu a formação de um Partido dos Trabalhadores.[98]

Dois anos após o golpe militar de 1964, publicou dois livros: (A Opção Brasileira e A Opção Imperialista) onde faz um estudo e análise daquele regime e de suas determinações.[99][100] Estes se concentram em explicar a situação brasileira contemporânea a partir do capitalismo internacional imperialista e, principalmente pelo papel da economia estado-unidense.[99] Analisa o caráter da burguesia brasileira e do capitalismo nacional em sua articulação com o capitalismo internacional para que se entendesse a vida política nacional durante a ditadura militar.[99]

Mário Pedrosa refutava a hipótese, dominante em amplos setores da esquerda, de que seria possível uma revolução burguesa no Brasil. No Brasil, afirmava Pedrosa, toda modernização se fez através do Estado. Contrapunha-se assim às teses de Celso Furtado e do Partido Comunista Brasileiro, negando que a modernização do país seria feita possível pelas instituições burguesas democráticas, sendo o golpe de 64 expressão disto.[101][102]

Seria assim impossível a existência de uma burguesia industrial progressista em favor das instituições democráticas e, ao mesmo tempo, do desenvolvimento social. O setor agrário, vinculado ao capital externo devido às necessidades de exportação, era exatamente aquele que promovia a incipiente industrialização do país e, portanto, jamais se colocaria por uma política econômica que não fosse submissa aos interesses do capital internacional. Segundo Pedrosa as articulações da burguesia nacional com o capitalismo internacional foram fundamentais na deflagração do golpe militar de 1º de Abril de 1964.[103]

O golpe de 1964: um Bonapartismo nos trópicos?

Em sua obra A opção Brasileira, Pedrosa analisa o regime militar de 1964 e o governo de Getúlio Vargas sob a luz da obra de Karl Marx " O 18 de Brumário". Mário Pedrosa reconhece semelhanças com o regime bonapartista, mas rejeita esta comparação.[104] O regime de 1964, segundo ele, não estava "acima de todas as classes", mas ligado ao capital financeiro internacional sendo "um adido militar da embaixada estadunidense no Brasil", indo prejudicar setores da própria burguesia nacional.[105]

Influências

Conforme descreve Otília Arantes, Mário Pedrosa foi responsável pela criação do primeiro núcleo de artistas concretos no Rio de Janeiro, com Ivan Serpa, Almir Mavignier e Abraham Palatnik.[106][107] Acompanhou e estimulou a carreira dos mais influentes artistas brasileiros da segunda metade do século XX, como Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape e Amilcar de Castro, entre muitos outros intelectuais.[108]

Trabalhos de Mário Pedrosa

Tese de livre-docência

  • Da Natureza Afetiva da Forma na Obra de Arte. 1949, publicada em 1952.
  • Tese para concurso : Da missão francesa seus obstáculos políticos, mimeografado, s.d. Colégio Pedro II. cadeira de História.

Livros publicados

  • Arte: Necessidade Vital. Livraria da Casa, 1949.
  • Panorama da Pintura Moderna. Rio de Janeiro: Ministério de Educação e Saúde, 1952.
  • Crescimento e Criação (Mario Pedrosa e Ivan Serpa), Rio de Janeiro, 1954.
  • Dimensões da Arte. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1964.
  • A Opção Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1966.
  • A Opção Imperialista. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1966.
  • Arte Brasileira Hoje. Com Aracy Amaral, Mário Schenberg, ... [et al.] ; coord. geral de Ferreira Gullar / Rio de Janeiro : Paz e Terra , 1973 .
  • Calder. Paris : Maeght éditeur , 1975
  • Mundo, Homem, Arte em Crise. São Paulo: Editora Perspectiva, 1975.(org. Aracy Amaral)
  • Arte, Forma e Personalidade. São Paulo: Kairós, 1979.
  • A Crise Mundial do Imperialismo e Rosa Luxemburgo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
  • Sobre o Partido dos Trabalhadores. São Paulo: Ched, 1980.
  • Dos Murais de Portinari aos Espaços de Brasília. São Paulo: Editora Perspectiva, 1981.(org. Aracy Amaral)
  • Política da Artes. Textos Escolhidos I. São Paulo: Edusp, 1995. (org. Otília Arantes)
  • Forma e Percepção Estética. Textos Escolhidos II. São Paulo: Edusp, 1996. (org. Otília Arantes)
  • Acadêmicos e Modernos. Textos Escolhidos III. São Paulo: Edusp, 1998. (org. Otília Arantes)
  • Modernidade Cá e Lá. Textos Escolhidos IV. São Paulo: Edusp, 2000. (org. Otília Arantes)
  • Arquitetura - Ensaios críticos org. Guilherme Wisnik. Cosac & Naif 2015.
  • Arte - Ensaios. Organização: Lorenzo Mammì. Cosac & Naif 2015.

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Filmografia sobre Mário Pedrosa

Ligações externas

Ver também


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