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Magnitude (astronomia): diferenças entre revisões

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'''Magnitude''' é a escala logarítmica do brilho de um objeto utilizada na astronomia, medida em um determinado [[comprimento de onda]] ou [[banda passante]], geralmente em comprimentos de onda [[Luz|óticos]] ou [[Infravermelho|infravermelho próximo]].
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==Origens==
| image1 = Iridium flare 2008 08 11.jpg
O sistema de magnitude remonta em aproximadamente 2000 anos, tendo sido criado pelo astrônomo grego [[Hiparco]] (ou o astrônomo alexandrino [[Ptolomeu]], as referências variam) que classificou as estrelas pelo seu brilho aparente, que eles relacionavam ao tamanho ("magnitude significa grandeza" <ref>Milton D. Heifetz/Wil Tirion, ''A walk through the heavens: a guide to stars and constellations and their legends'', Cambridge, Cambridge U. Press, 2004, página 6.</ref>). A olho nu, estrelas mais proeminentes, como [[Sirius]] ou [[Arcturus]] parecem ser maiores do que estrelas menos proeminentes, tais como [[Mizar]], que por sua vez parece ser maior do que uma estrela de brilho muito fraco, como [[Alcor]]. A seguinte citação de 1736 dá uma excelente descrição do antigo sistema de magnitude baseado em observações a olho nu:
| caption1 = Fontes de luz de diferentes magnitudes. Uma [[reflexão de satélite]] muito brilhante pode ser vista no [[céu noturno]]
{{Quote|
| image2 = Hubble Ultra Deep Field part.jpg
As ''Estrelas fixas'' parecem possuir Grandezas diferentes, não porque eles realmente são assim, mas porque elas não se encontram igualmente distantes de nós [Nota—hoje, os astrônomos sabem que o brilho das estrelas é uma função que leva em conta tanto de sua distância quanto sua luminosidade própria]. Aquelas que estão mais próximas se destacam em Lustro e Grandeza; as ''Estrelas'' mais distantes apresentarão uma Luz mais fraca, parecendo ser menores para o Olho. Daí surge a Distribuição das ''Estrelas'', de acordo com sua Ordem e Dignidade, em ''Classes'', a primeira Classe compreende àquelas que estão mais próximas a nós, e são chamados de ''Estrelas'' de primeira Magnitude, aqueles que se seguem a elas, pertencem às ''Estrelas'' de segunda Magnitude... e assim por diante, até chegarmos às ''Estrelas'' de sexta Magnitude, que compreendem às menores ''Estrelas'' que podem ser distinguidas com o olho nu. Para todas as outras estrelas, que são vistas apenas com o Auxílio de um Telescópio, e que são chamados Telescópicas, não são se enquadram em nenhuma dessas seis Ordens. Embora a Distinção das ''Estrelas'' em seis graus de magnitude seja comumente aceita por ''Astrônomos'', ainda não estamos a julgar, que cada ''Estrela'' em particular deva ser classificada estritamente de acordo com uma certa Grandeza, que corresponde a uma das seis, mas que na realidade existem quase tantas Ordens de ''Estrelas'' quanto existem ''Estrelas'' no céu, algumas delas sendo exatamente da mesma Grandeza e Lustro. E mesmo entre as ''Estrelas'' mais brilhantes dentro de uma Classe, surge uma Variedade de Magnitudes, como ''Sirius'' ou ''Arcturus'', que são cada uma mais brilhante do que ''Aldebaran'' ou o ''Olho do Boi'', ou mesmo do que o ''Estrela'' em ''Spica'', e mesmo assim todas essas ''Estrelas'' são contadas entre as estrelas de primeira Ordem: E há algumas ''Estrelas'' de tal ordem intermediária, as quais os ''Astrônomos'' têm divergido em classificar, alguns ordenando as mesmas ''Estrelas'' em uma Classe, outros em outra. Por exemplo: O pequeno ''Cão'' foi classificado por Tycho entre as ''Estrelas'' de segunda Magnitude, a mesma que Ptolomeu havia contado entre as ''Estrelas'' da primeira Classe: E, portanto, ela não pertence realmente à primeira ou segunda Ordem, mas deve ser classificada em um Lugar entre ambas.<ref>John Kiell, ''An introduction to the true astronomy'', Londres, 1736, páginas 47-48</ref>
| caption2 = O [[Hubble Ultra-Deep Field]] detectou objetos tão fracos quanto a magnitude 30
| image3 = CometBorrelly1002.jpg
| caption3 = [[Cometa Borrelly]], as cores mostram seu brilho na faixa de três ordens de magnitude
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}}
Na [[astronomia]], a '''magnitude''' é uma medida [[Magnitude adimensional|sem unidade]] do [[Brilhância|brilho]] de um [[objeto astronômico|objeto]] em uma [[banda passante]] definida, geralmente no [[espectro visível]] ou [[Radiação infravermelha|infravermelho]], mas às vezes em todos os comprimentos de onda. Uma determinação imprecisa, mas sistemática, da magnitude dos objetos foi introduzida nos tempos antigos por [[Hiparco]].
Note que quanto mais brilhante é uma estrela, menor a sua magnitude: Estrelas de "primeira magnitude" brilhantes são de "primeira classe", enquanto as estrelas quase invisíveis a olho nu são de "sexta magnitude" ou de "sexta classe".


A escala é [[Escala logarítmica|logarítmica]] e definida de tal forma que uma [[estrela]] de magnitude 1 é exatamente 100 vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 6. Assim, cada passo de uma magnitude é <math>\sqrt[5]{100} \approx 2.512</math> vezes mais brilhante que a magnitude 1 maior. Quanto mais brilhante um objeto aparece, menor o valor de sua magnitude, com os objetos mais brilhantes atingindo valores negativos.
[[Tycho Brahe]] tentou medir diretamente a "grandeza" das estrelas em termos de tamanho angular, o que em teoria significa que magnitude de uma estrela pode ser determinada mais do que pelo simples julgamento subjetivo descrito na citação acima. Ele concluiu que as estrelas de primeira grandeza cujas medidas eram de 2 [[Minuto de arco|minutos de arco]] (2 ') de diâmetro aparente (1/30 de um grau, ou 1/15 do diâmetro da lua cheia), com as estrelas cuja magnitude varia de segunda a sexta medindo 3/2', 13/12, 04/03, 02/01, e 03/01, respectivamente.<ref>Victor Thoren, ''The Lord of Uraniborg'', Cambridge University Press, 1990, ágina 306</ref> O desenvolvimento do telescópio mostrou que estes tamanhos grandes eram ilusórios—estrelas aparentam ser muito menores através do telescópio. No entanto, os primeiros telescópios produziram uma imagem de disco do tipo espúrio de uma estrela (conhecido hoje como um [[disco de Airy]]) que era maior para estrelas mais brilhantes e menor para as de brilho mais fraco. Astrônomos desde [[Galileu Galilei|Galileu]] a [[Jacques Cassini|Jaques Cassini]] confundiram esses discos espúrios com o corpo físico das estrelas, e, portanto, no século XVIII continuaram a conceber a magnitude em termos de tamanho físico de uma estrela.<ref>Christopher M Graney, Timothy P Grayson, "On the telescopic disks of stars - a review and analysis of stellar observations from the early 17th through the middle 19th centuries", ''Annals of Science'', Volume 68, 3ª Edição, 2011, DOI:10.1080/00033790.2010.507472, páginas 351-358.</ref> [[Johannes Hevelius]] produziu uma tabela muito precisa de tamanhos de estrelas mensurados telescopicamente, mas agora os diâmetros medidos variaram de pouco mais de seis [[Minuto de arco|segundos de arco]] para as estrelas de primeira magnitude descendo a pouco menos de 2 segundos para as estrelas de sexta magnitude.<ref>Graney/Grayson 2011 página 355 e Graney, Christopher M., "17th Century Photometric Data in the Form of Telescopic Measurements of the Apparent Diameters of Stars by Johannes Hevelius", ''Baltic Astronomy'', Vol. 18, 2009, p. 253-263.</ref> Na época de [[William Herschel]] os astrônomos reconheceram que os discos telescópicos de estrelas eram falsos e eram gerados pelo próprio telescópio, assim como pelo brilho das estrelas, mas ainda falava em termos de tamanho mais do que brilho de uma estrela.<ref>Graney/Grayson 2011 página 355-358.</ref> Mesmo no século XIX, o sistema de magnitude continuou a ser descrito em termos de seis classes de determinado pelo tamanho aparente, em que
{{Quote|
Não há outra regra para classificar as estrelas, a não ser a estimativa do próprio observador e, por isso que astrônomos classificam aquelas estrelas de primeira magnitude, as quais outros estimam serem de segunda.<ref>Alexander Ewing/John Gemmere, ''Practical astronomy'', Allison & Co., Burlington N.J., 1812, página 41.</ref>
}}
No entanto, em meados do século XIX os astrônomos haviam medido as distâncias às estrelas através da [[paralaxe]] estelar, e entenderam que as estrelas estavam tão longe a ponto de parecerem essencialmente [[Fonte puntiforme|fontes puntiformes]] de luz. Com os avanços na compreensão da [[difração]] da luz e do ''[[seeing]]'', os astrônomos finalmente haviam compreendido totalmente tanto que os tamanhos aparentes de estrelas eram espúrios quanto como esses tamanhos dependiam da intensidade da luz vinda de uma estrela (este é o brilho aparente da estrela, que pode ser medido em unidades como watts/cm²), de modo que as estrelas mais brilhantes pareciam maiores. Medições fotométricas (feitas, por exemplo, usando uma luz para projetar uma "estrela" artificial no campo de um telescópio de vista e ajustando-a para coincidir com uma estrela verdadeira em brilho) mostrou que as estrelas de primeira grandeza são cerca de 100 vezes mais brilhantes do que as estrelas de sexta magnitude. Assim, em 1856, Norman R. Pogson de Oxford propôs a adoção de uma proporção padrão de 2,512 entre magnitudes, de modo que os cinco graus magnitude correspondessem precisamente a um fator de 100 em brilho.<ref>Michael Hoskin, ''The Cambridge concise history of astronomy'', Cambridge, Cambridge U. Press, 1999, página 258. Também Jean Louis Tassoul, Monique Tassoul, ''A concise history of solar and stellar physics'', Princeton, Princeton U. Press, 2004, página 47.</ref> Este constitui o moderno sistema de magnitude, que mede o brilho, não o tamanho aparente, de estrelas. Utilizando esta escala logarítmica, é possível que uma estrela seja mais brilhante do que aquelas pertencentes à "primeira classe", por isso Arcturus possui magnitude 0, e Sirius de -1,46.


Os [[astrônomo]]s usam duas definições diferentes de magnitude: [[magnitude aparente]] e [[magnitude absoluta]]. A magnitude ''aparente'' ({{mvar|m}}) é o brilho de um objeto conforme ele aparece no [[céu noturno]] da [[Terra]]. A magnitude aparente depende da [[luminosidade]] intrínseca de um objeto, sua [[Escala de distâncias cósmicas|distância]] e a [[Extinção (astronomia)|extinção]] que reduz seu brilho. A magnitude ''absoluta'' ({{mvar|M}}) descreve a luminosidade intrínseca emitida por um objeto e é definida como sendo igual à magnitude aparente que o objeto teria se fosse colocado a uma certa distância da Terra, 10 [[parsec]]s para estrelas. Uma definição mais complexa de magnitude absoluta é usada para [[planeta]]s e [[corpos menores do Sistema Solar]], com base em seu brilho em uma [[unidade astronômica]] do observador e do [[Sol]].
==Magnitude aparente==
{{Principal|Magnitude aparente}}
De acordo com a escala de magnitude logarítmica moderna, dois objetos, cuja intensidade (brilho) medida a partir da Terra em unidades de energia por unidade de área (como Watts por centímetro quadrado ou W/cm<sup>2</sup>) são I<sub>1</sub> e I<sub>2</sub> terá magnitudes m<sub>1</sub> e m<sub>2</sub>relacionados por


O Sol tem uma magnitude aparente de -27 e [[Sirius]], a estrela visível mais brilhante no céu noturno, -1.46. [[Vênus (planeta)|Vênus]] em seu ponto mais brilhante é -5. A [[Estação Espacial Internacional]] (ISS) às vezes atinge uma magnitude de -6.
<math>m_1-m_2=-2.5\log_{10} \left ( \frac{I_1}{I_2} \right )</math>


== História ==
Usando esta fórmula, a escala de magnitude pode ser estendida para além da antiga faixa de magnitude 1-6, e torna-se uma medida precisa de brilho ao invés de um simples sistema de classificação. [[Astrônomo]]s podem agora medir diferenças tão pequenas quanto um centésimo de uma magnitude. Estrelas cujas magnitudes variam de 1,5 a 2,5 graus são chamados estrelas de segunda magnitude, há cerca de 20 estrelas mais brilhantes do que 1,5, que são as estrelas de primeira magnitude (Veja a [[Lista das estrelas mais brilhantes]]). Para usar as estrelas mencionadas na seção "Origens" deste artigo, como exemplos, Sirius possui magnitude -1,46, Arcturus -0,04, Aldebaran 0,85, Spica 1,04, e Procyon (Pequeno Cão) 0,34. Sob o antigo sistema de magnitude, todas essas estrelas poderiam ser classificadas como "estrelas de primeira grandeza".
O [[astrônomo]] grego [[Hiparco]] produziu um catálogo que registrava o brilho aparente das [[estrela]]s no segundo século a.C. No segundo século d.C., o astrônomo alexandrino [[Ptolomeu]] classificou as estrelas em uma escala de seis pontos e originou o termo magnitude.<ref>{{citar periódico|último1=Miles|primeiro1=R.|título=A light history of photometry: from Hipparchus to the Hubble Space Telescope|periódico=Journal of the British Astronomical Association|data=outubro de 2006|volume=117|página=172|bibcode=2007JBAA..117..172M |url=http://adsabs.harvard.edu/full/2007JBAA..117..172M|acessodata=8 de fevereiro de 2021}}</ref> A [[olho nu]], uma estrela mais proeminente como [[Sirius]] ou [[Arcturus]] parece maior do que uma estrela menos proeminente como [[Mizar e Alcor|Mizar]], que por sua vez parece maior do que uma estrela verdadeiramente fraca como [[Mizar e Alcor|Alcor]]. Em 1736, o matemático [[John Keill]] descreveu o antigo sistema de magnitude a olho nu desta maneira:


<blockquote>
Magnitudes também podem ser calculadas para objetos distantes mais brilhantes do que estrelas (como o sol e a lua), e para objetos de brilho muito fraco para que o olho humano pode ver (como Plutão). Segue abaixo uma tabela dando magnitudes para objetos que vão desde o sol até o menor objeto visível com o [[Telescópio Espacial Hubble]]:
As ''estrelas fixas'' parecem ter Grandezas diferentes, não porque realmente o sejam, mas porque não estão todas igualmente distantes de nós.{{refn|group=nota|Hoje, os [[astrônomo]]s sabem que o brilho das [[estrela]]s é uma função tanto de sua distância quanto de sua própria [[luminosidade]].}} Aqueles que estão mais próximos se destacarão em Brilho e Grandeza; as ''Estrelas'' mais remotas darão uma Luz mais fraca e parecerão menores aos Olhos. Daí surge a Distribuição de ''Estrelas'', de acordo com sua Ordem e Dignidade, em ''Classes''; a primeira classe contendo aquelas que estão mais próximas de nós, são chamadas de ''Estrelas'' de primeira Magnitude; aqueles que estão próximos a eles, são ''Estrelas'' de segunda Magnitude ... e assim por diante, até chegarmos às ''Estrelas'' de sexta Magnitude, que compreendem as menores ''Estrelas'' que podem ser discernidas a Olho nu. Pois todas as outras ''Estrelas'', que são vistas apenas com a Ajuda de um Telescópio, e que são chamadas de Telescópicas, não são contadas entre essas seis Ordens. Embora a distinção das ''Estrelas'' em seis Graus de Magnitude seja comumente recebida pelos ''Astrônomos''; no entanto, não devemos julgar que cada ''Estrela'' em particular deve ser exatamente classificada de acordo com uma certa Grandeza, que é uma das Seis; mas, na realidade, há quase tantas Ordens de ''Estrelas'' quanto há ''Estrelas'', poucas delas sendo exatamente da mesma Grandeza e Brilho. E mesmo entre aquelas ''Estrelas'' que são consideradas da Classe mais brilhante, aparece uma Variedade de Magnitude; pois ''Sirius'' ou ''Arcturus'' são cada um deles mais brilhantes que ''Aldebaran'' ou o Olho de ''Boi'', ou mesmo que a ''Estrela'' em ''Spica''; e ainda todas essas ''Estrelas'' são contadas entre as ''Estrelas'' da primeira Ordem: E há algumas ''Estrelas'' de tal Ordem intermediária, que os ''Astrônomos'' diferem em classificá-las; alguns colocando as mesmas ''Estrelas'' em uma Classe, outros em outra. Por exemplo: O ''Dog'' foi colocado por ''Tycho'' entre as ''Estrelas'' da segunda Magnitude, que ''Ptolomeu'' considerou entre as ''Estrelas'' da primeira Classe: e, portanto, não é verdadeiramente nem de primeira nem de segunda Ordem, mas deve ser classificado em uma Coloque entre ambos.<ref>{{citar livro|último= Keill|primeiro= J.| título= An introduction to the true astronomy| url = https://archive.org/details/anintroductiont01keilgoog|edição= 3rd|data= 1739|páginas = [https://archive.org/details/anintroductiont01keilgoog/page/n75 47]–48|local= London}}</ref>
</blockquote>


Observe que quanto mais brilhante a estrela, menor a magnitude: estrelas brilhantes de "primeira magnitude" são estrelas de "1.ª classe", enquanto estrelas pouco visíveis a olho nu são de "sexta magnitude" ou "6.ª classe". O sistema era um simples delineamento do brilho estelar em seis grupos distintos, mas não permitia as variações de brilho dentro de um grupo.
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!Magnitude<br />aparente!!Brilho<br />relativo à<br />magnitude 0!!Exemplo!!rowspan="21"|
[[Tycho Brahe]] tentou medir diretamente a "grandeza" das estrelas em termos de tamanho angular, o que em teoria significava que a magnitude de uma estrela poderia ser determinada por mais do que apenas o julgamento subjetivo descrito na citação acima. Ele concluiu que estrelas de primeira magnitude mediam 2 [[Minuto e segundo de arco|minutos de arco]] (2′) de diâmetro aparente ({{frac|1|30}} de um grau, ou {{frac|1|15}} do diâmetro da [[lua cheia]]), com estrelas de segunda a sexta magnitude medindo {{frac|1|1|2}}′, {{frac|1|1|12}}′, {{frac|3|4}}′, {{frac|1|2}}′ e {{frac|1|3}}′, respectivamente.<ref>{{citar livro|último= Thoren|primeiro= V. E.| título= The Lord of Uraniborg| url = https://archive.org/details/lorduraniborgbio00veth| url-access = limited|data= 1990|publicado= Cambridge University Press|local= Cambridge|página = [https://archive.org/details/lorduraniborgbio00veth/page/n318 306]}}</ref> O desenvolvimento do telescópio mostrou que esses tamanhos grandes eram ilusórios, as estrelas pareciam muito menores através do telescópio. No entanto, os primeiros telescópios produziram uma imagem espúria em forma de disco de uma estrela que era maior para as estrelas mais brilhantes e menor para as mais fracas. Astrônomos de [[Galileu]] e [[Jacques Cassini]] confundiram esses discos espúrios com os corpos físicos das estrelas e, assim, no [[século XVIII]] continuaram a pensar na magnitude em termos do tamanho físico de uma estrela.<ref name="Graney/Grayson" /> [[Johannes Hevelius]] produziu uma tabela muito precisa de tamanhos de estrelas medidos telescopicamente, mas agora os diâmetros medidos variaram de pouco mais de seis ''[[Minuto e segundo de arco|segundos de arco]]'' para primeira magnitude até pouco menos de 2 segundos para sexta magnitude.<ref name="Graney/Grayson">{{citar periódico|último1= Graney|primeiro1= C. M.|último2= Grayson|primeiro2= T. P.| título= On the Telescopic Disks of Stars: A Review and Analysis of Stellar Observations from the Early 17th through the Middle 19th Centuries|periódico= Annals of Science| volume = 68|número= 3|páginas = 351–373|data= 2011| doi = 10.1080/00033790.2010.507472| arxiv = 1003.4918| s2cid = 118007707}}</ref><ref>{{citar periódico|último= Graney|primeiro= C. M.| título= 17th Century Photometric Data in the Form of Telescopic Measurements of the Apparent Diameters of Stars by Johannes Hevelius|periódico= Baltic Astronomy| volume = 18|número= 3–4|páginas = 253–263|data= 2009|bibcode = 2009BaltA..18..253G |arxiv = 1001.1168}}</ref> Na época de [[William Herschel]], os astrônomos reconheceram que os discos telescópicos das estrelas eram espúrios e uma função do telescópio, bem como do brilho das estrelas, mas ainda falavam mais sobre o tamanho de uma estrela do que seu brilho.<ref name="Graney/Grayson" /> Mesmo no [[século XIX]], o sistema de magnitude continuou a ser descrito em termos de seis classes determinadas pelo tamanho aparente, nas quais
!Magnitude<br />aparente!!Brilho<br />relativo à<br />magnitude 0!!Exemplo!!rowspan="21"|

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Não há outra regra para classificar as estrelas senão a estimativa do observador; e é por isso que alguns astrônomos consideram aquelas estrelas de primeira magnitude que outros consideram de segunda.<ref>{{citar livro|último1= Ewing|primeiro1= A.|último2= Gemmere|primeiro2= J.| título= Practical Astronomy|data= 1812|publicado= Allison|local= Burlington, NJ|página = 41}}</ref>
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No entanto, em meados do século XIX, os astrônomos mediram as distâncias das estrelas por meio da [[paralaxe estelar]] e entenderam que as estrelas estão tão distantes que aparecem essencialmente como [[Fonte pontual|fontes pontuais]] de luz. Seguindo os avanços na compreensão da [[Disco arejado|difração da luz]] e de ''[[Seeing]]'', os astrônomos entenderam completamente que os tamanhos aparentes das estrelas eram espúrios e como esses tamanhos dependiam da intensidade da luz vinda de uma estrela (esse é o brilho aparente da estrela, que pode ser medido em unidades como watts/cm<sup>2</sup>) para que as estrelas mais brilhantes parecessem maiores.

=== Definição moderna ===
As primeiras medições fotométricas (feitas, por exemplo, usando uma luz para projetar uma “estrela” artificial no campo de visão de um [[telescópio]] e ajustando-a para corresponder ao brilho das [[estrela]]s reais) demonstraram que as estrelas de primeira magnitude são cerca de 100 vezes mais brilhantes que as estrelas de sexta magnitude.

Assim, em 1856, [[Norman Robert Pogson]], de [[Oxford]], [[Reino Unido]], propôs que uma escala logarítmica de {{radic|100|5}} ≈ 2.512 fosse adotada entre magnitudes, de modo que cinco passos de magnitude correspondessem precisamente a um fator de 100 em brilho.<ref>{{citar livro|último= Hoskin|primeiro= M.| título= The Cambridge Concise History of Astronomy|data= 1999|publicado= Cambridge University Press|local= Cambridge|página = 258}}</ref><ref>{{citar livro|último1= Tassoul|primeiro1= J. L.|último2= Tassoul|primeiro2= M.| título= A Concise History of Solar and Stellar Physics| url = https://archive.org/details/concisehistoryof00tass|acessourl=registro|data= 2004|publicado= [[Princeton University Press]]|local= Princeton, NJ|página = [https://archive.org/details/concisehistoryof00tass/page/47 47]}}</ref> Cada intervalo de uma magnitude equivale a uma variação no brilho de {{radic|100|5}} ou aproximadamente 2.512 vezes. Consequentemente, uma estrela de magnitude 1 é cerca de 2.5 vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 2, cerca de 2.5<sup>2</sup> vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 3, cerca de 2.5<sup>3</sup> vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 4 e assim por diante.

Este é o sistema de magnitude moderno, que mede o brilho, não o tamanho aparente, das estrelas. Usando esta escala logarítmica, é possível que uma estrela seja mais brilhante do que “primeira classe”, então [[Arcturus]] ou [[Vega (estrela)|Vega]] são de magnitude 0 e [[Sirius]] é de magnitude -1.46.

== Escala ==
Como mencionado acima, a escala parece funcionar 'ao contrário', com objetos com magnitude negativa sendo mais brilhantes do que aqueles com magnitude positiva. Quanto mais negativo o valor, mais brilhante o objeto.

[[Imagem:Real Number Line.PNG|center]]

Os objetos que aparecem mais à esquerda nesta linha são mais brilhantes, enquanto os objetos que aparecem mais à direita são mais escuros. Assim, o zero aparece no meio, com os objetos mais brilhantes à esquerda e os objetos mais escuros à direita.

== Magnitude aparente e absoluta ==
Dois dos principais tipos de magnitudes distinguidos pelos [[astrônomo]]s são:

* [[Magnitude aparente]], o brilho de um objeto conforme ele aparece no [[céu noturno]].
* [[Magnitude absoluta]], que mede a [[luminosidade]] de um objeto (ou luz refletida para objetos não luminosos como [[asteroide]]s); é a magnitude aparente do objeto visto de uma distância específica, convencionalmente 10 [[parsec]]s (32.6 [[anos-luz]]).

A diferença entre esses conceitos pode ser vista comparando duas [[estrela]]s. [[Betelgeuse]] (magnitude aparente 0.5, magnitude absoluta −5.8) parece ligeiramente mais escura no céu do que [[Alpha Centauri A]] (magnitude aparente 0.0, magnitude absoluta 4.4), embora emita milhares de vezes mais luz, porque Betelgeuse está muito mais longe.

=== Magnitude aparente ===
{{artigo principal|Magnitude aparente}}
Sob a escala de magnitude logarítmica moderna, dois objetos, um dos quais é usado como referência ou linha de base, cujas [[Intensidade (física)|intensidades]] (brilhos) medidos da [[Terra]] em unidades de potência por unidade de área (como [[watt]]s por metro quadrado, W&nbsp;m<sup>−2</sup>) são {{math|''I''<sub>1</sub>}} e {{math|''I''<sub>ref</sub>}}, terão magnitudes {{math|''m''<sub>1</sub>}} e {{math|''m''<sub>ref</sub>}} relacionadas por

:<math>m_1-m_{\rm ref}=-2.5\log_{10} \left ( \frac{I_1}{I_{\rm ref}} \right ).</math>

Usando esta fórmula, a escala de magnitude pode ser estendida além da antiga faixa de magnitude 1-6, e torna-se uma medida precisa de brilho em vez de simplesmente um sistema de classificação. Os [[astrônomo]]s agora medem diferenças tão pequenas quanto um centésimo de magnitude. As [[estrela]]s que têm magnitudes entre 1.5 e 2.5 são chamadas de segunda magnitude; existem cerca de 20 estrelas mais brilhantes que 1.5, que são estrelas de primeira magnitude (veja a [[Lista das estrelas mais brilhantes]]). Por exemplo, [[Sirius]] é magnitude -1,46, [[Arcturus]] é -0,04, [[Aldebaran]] é 0.85, [[Espiga (estrela)|Spica]] é 1.04 e [[Prócion|Procyon]] é 0.34. Sob o antigo sistema de magnitude, todas essas estrelas podem ter sido classificadas como "estrelas de primeira magnitude".

As magnitudes também podem ser calculadas para objetos muito mais brilhantes que as estrelas (como o [[Sol]] e a [[Lua]]) e para objetos muito fracos para o olho humano ver (como [[Plutão]]).

=== Magnitude absoluta ===
{{artigo principal|Magnitude absoluta}}
Frequentemente, apenas a [[magnitude aparente]] é mencionada, pois pode ser medida diretamente. A magnitude absoluta pode ser calculada a partir da magnitude aparente e distância de:

:<math>m - M = 2.5 \log_{10} (d/10)^2 = 5 \left( \log_{10}d - 1 \right)\,,</math>

porque a intensidade cai proporcionalmente à distância ao quadrado. Isso é conhecido como [[módulo de distância]], onde {{mvar|d}} é a distância até a [[estrela]] medida em [[parsec]]s, {{mvar|m}} é a magnitude aparente e {{mvar|M}} é a [[magnitude absoluta]].

Se a linha de visão entre o objeto e o observador for afetada pela [[Extinção (astronomia)|extinção]] devido à absorção de luz pelas [[Poeira cósmica|partículas de poeira interestelar]], a magnitude aparente do objeto será correspondentemente mais fraca. Para magnitudes de extinção {{mvar|A}}, a relação entre magnitudes aparentes e absolutas torna-se

:<math>m - M = 5 \left( \log_{10}d - 1 \right) + A.</math>

As magnitudes absolutas estelares são geralmente designadas com um M maiúsculo com um subscrito para indicar a [[banda passante]]. Por exemplo, M<sub>V</sub> é a magnitude em 10 parsecs na banda passante V. Uma [[magnitude bolométrica]] (M<sub>bol</sub>) é uma magnitude absoluta ajustada para levar em consideração a radiação em todos os comprimentos de onda; é tipicamente menor (ou seja, mais brilhante) do que uma magnitude absoluta em uma determinada banda passante, especialmente para objetos muito quentes ou muito frios. As magnitudes bolométricas são formalmente definidas com base na [[luminosidade]] estelar em [[watt]]s e são normalizadas para serem aproximadamente iguais a M<sub>V</sub> para estrelas amarelas.

As magnitudes absolutas para objetos do [[Sistema Solar]] são frequentemente citadas com base na distância de 1 UA. Estes são referidos com um símbolo H maiúsculo. Como esses objetos são iluminados principalmente pela luz refletida do [[Sol]], uma magnitude H é definida como a magnitude aparente do objeto a 1 UA do Sol e 1 UA do observador.<ref>{{citar web |url=https://cneos.jpl.nasa.gov/glossary/h.html|título=Glossary|publicado=JPL|acessodata=2017-11-23|urlmorta=não|arquivourl=http://archive.wikiwix.com/cache/20171125195529/https://cneos.jpl.nasa.gov/glossary/h.html|arquivodata=2017-11-25}}</ref>

=== Exemplos ===
O seguinte é uma tabela que dá [[magnitudes aparentes]] para [[Objeto astronômico|objetos celestes]] e [[satélites artificiais]] que vão desde o [[Sol]] até o objeto mais fraco visível com o [[Telescópio Espacial Hubble]] (HST):

{|class="wikitable" style="text-align:center; border:none; "
!width=60 | Magnitude<br />aparente
!width=60 | Brilho<br />relativo à<br />magnitude 0
!width=150 | Exemplo
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| -27||6.3×10<sup>10</sup>||[[Sol]]||-7||630||[[Supernova]] [[SN 1006]]||13||6.3×10<sup>−6</sup>||[[quasar]] [[3C 273]]
|style="background:#edf3fe;"|−27||style="background:#edf3fe;"|{{val|6.31|e=10}}||style="background:#edf3fe;"|[[Sol]]||−7||631||[[SN 1006|Supernova SN 1006]]||13||{{val|6.31|e=−6}}||[[3C 273|Quasar 3C 273]]<br />limite de telescópios de 11–15 cm
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| -26||2.5×10<sup>10</sup>||||-6||250||[[Estação Espacial Internacional]] (máx)||14||2.5×10<sup>−6</sup>||[[Plutão]] (máx)
| −26||{{val|2.51|e=10}}||||−6||251||[[Estação Espacial Internacional|ISS]] {{small|(max.)}}||14||{{val|2.51|e=−6}}||[[Plutão]] {{small|(max.)}}<br />limite de telescópios de 20–25 cm
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| -25||1.0×10<sup>10</sup>||||-5||100||[[Vênus (planeta)|Vênus]] (máx)||15||1.0×10<sup>−6</sup>||
| −25||{{val|e=10}}||||−5||100||[[Vênus (planeta)|Vênus]] {{small|(max.)}}||15||{{val|e=−6}}||
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| −24||{{val|3.98|e=9}}||||style="background:#edf3fe;"|−4||style="background:#edf3fe;"|39.8||style="background:#edf3fe;"|Objetos mais fracos visíveis durante o dia a olho nu quando o Sol está alto<ref>{{citar web|url=http://sky.velp.info/daystars.php|título=Seeing stars and planets in the daylight|website=sky.velp.info|acessodata=8 de maio de 2018|urlmorta=não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160307165917/http://sky.velp.info/daystars.php|arquivodata=7 de março de 2016}}</ref>||16||{{val|3.98|e=−7}}||[[Caronte (satélite)|Caronte]] {{small|(max.)}}
| -24||4.0×10<sup>9</sup>||||-4||40||||16||4.0×10<sup>−7</sup>||[[Caronte (satélite)|Caronte]] (máx)
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| -23||1.6×10<sup>9</sup>||||-3||16||[[Júpiter (planeta)|Júpiter]] (máx)||17||1.6×10<sup>−7</sup>||
| −23||{{val|1.58|e=9}}||||−3||15.8||[[Júpiter (planeta)|Júpiter]] {{small|(max.)}}, [[Marte (planeta)|Marte]] {{small|(max.)}}||17||{{val|1.58|e=−7}}||
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| -22||6.3×10<sup>8</sup>||||-2||6.3||[[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]] (máx)||18||6.3×10<sup>−8</sup>||
| −22||{{val|6.31|e=8}}||||−2||6.31||[[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]] {{small|(max.)}}||18||{{val|6.31|e=−8}}||
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| -21||2.5×10<sup>8</sup>||||-1||2.5||[[Sirius]]||19||2.5×10<sup>−8</sup>||
| −21||{{val|2.51|e=8}}||||−1||2.51||[[Sirius]]||19||{{val|2.51|e=−8}}||
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| -20||1.0×10<sup>8</sup>||||0||1.0||[[Vega (estrela)|Vega]]||20||1.0×10<sup>−8</sup>||
| −20||{{val|e=8}}||||0||1||[[Vega (estrela)|Vega]], [[Saturno (planeta)|Saturno]] {{small|(max.)}}||20||{{val|e=−8}}||
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| -19||4.0×10<sup>7</sup>||||1||0.40||[[Antares]]||21||4.0×10<sup>−9</sup>||[[Caliroe (satélite)|Calírroe]] (pequeno satélite de Júpiter)
| −19||{{val|3.98|e=7}}||||1||0.398||[[Antares]]||21||{{val|3.98|e=−9}}||[[Caliroe (satélite)|Caliroe]] {{small|(satélite de Júpiter)}}
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| -18||1.6×10<sup>7</sup>||||2||0.16||[[Polaris]]||22||1.6×10<sup>−9</sup>||
| −18||{{val|1.58|e=7}}||||2||0.158||[[Polaris]]||22||{{val|1.58|e=−9}}||
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| -17||6.3×10<sup>6</sup>||||3||0.063||[[Cor Caroli]]||23||6.3×10<sup>−10</sup>||
| −17||{{val|6.31|e=6}}||||3||0.0631||[[Cor Caroli]]||23||{{val|6.31|e=−10}}||
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| -16||2.5×10<sup>6</sup>||||4||0.025||[[Acubens]]||24||2.5×10<sup>−10</sup>||
| −16||{{val|2.51|e=6}}||||4||0.0251||[[Alpha Cancri|Acubens]]||24||{{val|2.51|e=−10}}||
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| -15||1.0×10<sup>6</sup>||||5||0.010||[[Asteroide]] [[Vesta]] (máx)||25||1.0×10<sup>−10</sup>||[[Fenrir]] (pequeno satélite de Saturno)
| −15||{{val|e=6}}||||5||0.01||[[4 Vesta|Vesta]] {{small|(max.)}}, [[Urano (planeta)|Urano]] {{small|(max.)}}||25||{{val|e=−10}}||[[Fenrir (satélite)|Fenrir]] {{small|(satélite de Saturno)}}
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| -14||4.0×10<sup>5</sup>||||6||4.0×10<sup>−3</sup>||limite típico da luz visível a olho nu<ref>em céus muito escuros, como os encontrados em áreas rurais remotas</ref>||26||4.0×10<sup>−11</sup>||
| −14||{{val|3.98|e=5}}||||style="background:#edf3fe;"|6||style="background:#edf3fe;"|{{val|3.98|e=−3}}||style="background:#edf3fe;"| Limite típico de olho nu{{refn|group=nota|Sob céus muito escuros, como os encontrados em áreas rurais remotas.}}||26||{{val|3.98|e=−11}}||
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| style="background:#edf3fe;"|−13||style="background:#edf3fe;"|{{val|1.58|e=5}}||style="background:#edf3fe;"|[[Lua cheia]]||7||{{val|1.58|e=−3}}||[[Ceres (planeta anão)|Ceres]] {{small|(max.)}} estrelas mais fracas a olho nu visíveis de áreas rurais "escuras"<ref>{{citar web|título=The astronomical magnitude scale|url=http://www.icq.eps.harvard.edu/MagScale.html|acessodata=2020-12-17|website=www.icq.eps.harvard.edu}}</ref>
| -13||1.6×10<sup>5</sup>||[[Lua Cheia]]||7||1.6×10<sup>−3</sup>||[[Ceres (planeta anão)|Ceres]] (máx)||27||1.6×10<sup>−11</sup>||Limite da luz visível do telescópios de 8m baseados no sol
|27||{{val|1.58|e=−11}}|| Limite de luz visível de [[Telescópio ótico#Telescópios de pesquisa astronômica|telescópios de 8m]]
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| -12||6.3×10<sup>4</sup>||||8||6.3×10<sup>−4</sup>||[[Netuno (planeta)|Netuno]] (máx)||28||6.3×10<sup>−12</sup>||
| −12||{{val|6.31|e=4}}||||8||{{val|6.31|e=−4}}||[[Netuno (planeta)|Netuno]] {{small|(max.)}}||28||{{val|6.31|e=−12}}||
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| -11||2.5×10<sup>4</sup>||||9||2.5×10<sup>−4</sup>||||29||2.5×10<sup>−12</sup>||
| −11||{{val|2.51|e=4}}||||9||{{val|2.51|e=−4}}||||29||{{val|2.51|e=−12}}||
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| -10||1.0×10<sup>4</sup>||||10||1.0×10<sup>−4</sup>||limite típico dos binóculos 7x50||30||1.0×10<sup>−12</sup>||
| −10||{{val|e=4}}||||10||{{val|e=−4}}|| Limite típico de binóculos 7×50||30||{{val|e=−12}}||
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| -9||4.0×10<sup>3</sup>||[[Flare de satélite|Flare de Iridium]]||11||4.0×10<sup>−5</sup>||||31||4.0×10<sup>−13</sup>||
| −9||{{val|3.98|e=3}}||[[Reflexão de satélite|Explosões de iridium]] {{small|(max.)}}||11||{{val|3.98|e=−5}}||[[Proxima Centauri]]||31||{{val|3.98|e=−13}}||
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| -8||1.6×10<sup>3</sup>||||12||1.6×10<sup>−5</sup>||||32||1.6×10<sup>−13</sup>||limite da luz visível do [[Telescópio Espacial Hubble]]
| −8||{{val|1.58|e=3}}||||12||{{val|1.58|e=−5}}||||style="background:#edf3fe;"|32||style="background:#edf3fe;"|{{val|1.58|e=−13}}||style="background:#edf3fe;"| Limite de luz visível do [[Telescópio Espacial Hubble|HST]]
|}
|}


=== Outras escalas ===
==Escala absoluta baseada em Vega==
Sob o sistema de [[Norman Robert Pogson]], a [[estrela]] [[Vega (estrela)|Vega]] foi usada como estrela de referência fundamental, com uma [[magnitude aparente]] definida como [[zero]], independentemente da técnica de medição ou do filtro de comprimento de onda. É por isso que objetos mais brilhantes que Vega, como [[Sirius]] (magnitude de Vega de -1.46 ou -1.5), têm magnitudes negativas. No entanto, no final do [[século XX]], descobriu-se que Vega variava em brilho, tornando-o inadequado para uma referência absoluta, então o sistema de referência foi modernizado para não depender da estabilidade de nenhuma estrela em particular. É por isso que o valor moderno para a magnitude de Vega é próximo, mas não exatamente zero, mas sim 0.03 na banda V (visual).<ref>{{citar livro|último= Milone|primeiro= E. F.| título= Astronomical Photometry: Past, Present and Future| url = https://archive.org/details/astronomicalphot00milo| url-access = limited|data= 2011|publicado= Springer|local= New York|páginas = [https://archive.org/details/astronomicalphot00milo/page/n190 182]–184| isbn = 978-1-4419-8049-6}}</ref> Os sistemas de referência absoluta atuais incluem o sistema de [[magnitude AB]], no qual a referência é uma fonte com densidade de fluxo constante por unidade de frequência, e o sistema STMAG, no qual a fonte de referência é definida para ter densidade de fluxo constante por unidade de comprimento de onda.
A estrela [[Vega (estrela)|Vega]] tem sido definida como tendo uma magnitude de [[zero]], ou pelo menos próxima a isto. Instrumentos modernos como [[bolômetro]]s e [[radiômetro]]s dão a Vega um brilho de cerca de 0,03. A estrela mais brilhante, [[Sirius]], possui uma magnitude de -1,46. ou -1,5. No entanto, descobriu-se que Vega varia em brilho, e outros padrões foram propostos.<ref>''Astronomical Photometry: Past, Present, and Future'' por Eugene F. Milone (Springer 2011: ISBN 1441980490, 9781441980496), páginas 182-184.</ref>

==Problemas==
O olho humano se confunde facilmente, e a escala de Hiparco apresentou problemas. Por exemplo, o olho humano é mais sensível à luz [[amarela]]/[[vermelha]] do que à luz [[azul]], e o [[filme fotográfico]] é mais sensível ao azul do que ao amarelo/vermelho, dando diferentes valores de [[magnitude visual]] e [[magnitude fotográfica]]. Além disso, muitas pessoas acham contra-intuitivo que uma estrela de magnitude alta seja mais escura do que uma estrela de magnitude baixa.


==== Decibel ====
==Magnitude aparente e absoluta==
Outra escala logarítmica para intensidade é o decibel. Embora seja mais comumente usado para intensidade de som, também é usado para intensidade de luz. É um parâmetro para [[Fotomultiplicador|tubos fotomultiplicadores]] e óticas de câmeras similares para telescópios e microscópios. Cada fator de 10 em intensidade corresponde a 10 decibéis. Em particular, um multiplicador de 100 na intensidade corresponde a um aumento de 20 decibéis e também corresponde a uma diminuição de 5 na magnitude. Geralmente, a mudança em decibéis está relacionada a uma mudança em magnitude por
Há dois tipos específicos de magnitudes distinguido pelos astrônomos, que são:


:<math>\Delta \mathit{dB} = -4 \Delta m\,.</math>
*[[Magnitude aparente]], é o brilho aparente de um objeto. Por exemplo, [[Alfa Centauri]] tem maior magnitude aparente (ou seja, menor valor) do que [[Betelgeuse]], porque está muito mais próxima da Terra .
*[[Magnitude absoluta]], é a que mede a luminosidade de um objeto (ou luz refletida para objetos não-luminosos como asteroides), é a magnitude aparente do objeto vista de uma certa distância. Para estrelas é 10 [[parsec]]s (10 x 3,26 anos-luz ). Betelgeuse possui magnitude absoluta muito maior que [[Alfa Centauri]], porque é muito mais luminosa.


Por exemplo, um objeto que é magnitude 1 maior (mais fraco) do que uma referência produziria um sinal 4 dB menor (mais fraco) do que a referência, o que pode precisar ser compensado por um aumento na capacidade da câmera em tantos decibéis.
Normalmente, apenas a magnitude aparente é mencionada, porque esta pode ser medida diretamente; A magnitude absoluta pode ser calculada a partir da magnitude aparente e distância usando;
:<math>m - M = 5 \left( log_{10}(d) - 1 \right) </math>
Isto é conhecido como o [[módulo de distância]], onde d é a distância da estrela medida em [[parsec]]s.


==Ver também==
== Ver também ==
* [[Magnitude AB]]
* [[Diagrama cor-cor]]
* [[Lista das estrelas mais brilhantes]]
* [[Estrela padrão (fotometria)|Estrela de padrão fotométrico]]
* [[Sistema fotométrico UBV]]


== Notas ==
*[[Magnitude absoluta]]
{{reflist|group=nota}}
*[[Magnitude aparente]]
*[[Magnitude bolométrica]]
*[[Magnitude fotográfica]]


{{referências}}
==Notas==
{{reflist|2}}


== Ligações externas ==
==Referências==
* {{citar web|autor =Dave Rothstein |título=What is apparent magnitude? | url=http://curious.astro.cornell.edu/question.php?number=569 |publicado=Universidade Cornell |data=18 de setembro de 2003 |acessodata=22 de fevereiro de 2011}}
* {{citar web| url=http://curious.astro.cornell.edu/question.php?number=569| título=What is apparent magnitude?|primeiro=Dave|último=Rothstein|publicado=[[Cornell University]]|data=18 de setembro de 2003|acessodata=23 de dezembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150117205438/http://curious.astro.cornell.edu/question.php?number=569|arquivodata=2015-01-17}}
* {{citar web |título=Magnitude (astronomy) |url=http://encarta.msn.com/encyclopedia_761558851/Magnitude_(astronomy).html |arquivourl=https://www.webcitation.org/5kx6HGtvU?url=http://encarta.msn.com/encyclopedia_761558851/Magnitude_(astronomy).html |obra=MSN Encarta |arquivodata=2009-11-01 |acessodata=22 de fevereiro de 2011 |urlmorta=yes }}
<references />


{{estrela}}
{{Estrela}}
{{controle de autoridade}}


[[Categoria:Astronomia observacional]]
[[Categoria:Astronomia observacional]]
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[[Categoria:Conceitos em astronomia]]
[[Categoria:Conceitos em astronomia]]

Revisão das 13h05min de 6 de janeiro de 2023

 Nota: Para outros significados, veja Magnitude.
Fontes de luz de diferentes magnitudes. Uma reflexão de satélite muito brilhante pode ser vista no céu noturno
O Hubble Ultra-Deep Field detectou objetos tão fracos quanto a magnitude 30
Cometa Borrelly, as cores mostram seu brilho na faixa de três ordens de magnitude

Na astronomia, a magnitude é uma medida sem unidade do brilho de um objeto em uma banda passante definida, geralmente no espectro visível ou infravermelho, mas às vezes em todos os comprimentos de onda. Uma determinação imprecisa, mas sistemática, da magnitude dos objetos foi introduzida nos tempos antigos por Hiparco.

A escala é logarítmica e definida de tal forma que uma estrela de magnitude 1 é exatamente 100 vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 6. Assim, cada passo de uma magnitude é vezes mais brilhante que a magnitude 1 maior. Quanto mais brilhante um objeto aparece, menor o valor de sua magnitude, com os objetos mais brilhantes atingindo valores negativos.

Os astrônomos usam duas definições diferentes de magnitude: magnitude aparente e magnitude absoluta. A magnitude aparente (m) é o brilho de um objeto conforme ele aparece no céu noturno da Terra. A magnitude aparente depende da luminosidade intrínseca de um objeto, sua distância e a extinção que reduz seu brilho. A magnitude absoluta (M) descreve a luminosidade intrínseca emitida por um objeto e é definida como sendo igual à magnitude aparente que o objeto teria se fosse colocado a uma certa distância da Terra, 10 parsecs para estrelas. Uma definição mais complexa de magnitude absoluta é usada para planetas e corpos menores do Sistema Solar, com base em seu brilho em uma unidade astronômica do observador e do Sol.

O Sol tem uma magnitude aparente de -27 e Sirius, a estrela visível mais brilhante no céu noturno, -1.46. Vênus em seu ponto mais brilhante é -5. A Estação Espacial Internacional (ISS) às vezes atinge uma magnitude de -6.

História

O astrônomo grego Hiparco produziu um catálogo que registrava o brilho aparente das estrelas no segundo século a.C. No segundo século d.C., o astrônomo alexandrino Ptolomeu classificou as estrelas em uma escala de seis pontos e originou o termo magnitude.[1] A olho nu, uma estrela mais proeminente como Sirius ou Arcturus parece maior do que uma estrela menos proeminente como Mizar, que por sua vez parece maior do que uma estrela verdadeiramente fraca como Alcor. Em 1736, o matemático John Keill descreveu o antigo sistema de magnitude a olho nu desta maneira:

As estrelas fixas parecem ter Grandezas diferentes, não porque realmente o sejam, mas porque não estão todas igualmente distantes de nós.[nota 1] Aqueles que estão mais próximos se destacarão em Brilho e Grandeza; as Estrelas mais remotas darão uma Luz mais fraca e parecerão menores aos Olhos. Daí surge a Distribuição de Estrelas, de acordo com sua Ordem e Dignidade, em Classes; a primeira classe contendo aquelas que estão mais próximas de nós, são chamadas de Estrelas de primeira Magnitude; aqueles que estão próximos a eles, são Estrelas de segunda Magnitude ... e assim por diante, até chegarmos às Estrelas de sexta Magnitude, que compreendem as menores Estrelas que podem ser discernidas a Olho nu. Pois todas as outras Estrelas, que são vistas apenas com a Ajuda de um Telescópio, e que são chamadas de Telescópicas, não são contadas entre essas seis Ordens. Embora a distinção das Estrelas em seis Graus de Magnitude seja comumente recebida pelos Astrônomos; no entanto, não devemos julgar que cada Estrela em particular deve ser exatamente classificada de acordo com uma certa Grandeza, que é uma das Seis; mas, na realidade, há quase tantas Ordens de Estrelas quanto há Estrelas, poucas delas sendo exatamente da mesma Grandeza e Brilho. E mesmo entre aquelas Estrelas que são consideradas da Classe mais brilhante, aparece uma Variedade de Magnitude; pois Sirius ou Arcturus são cada um deles mais brilhantes que Aldebaran ou o Olho de Boi, ou mesmo que a Estrela em Spica; e ainda todas essas Estrelas são contadas entre as Estrelas da primeira Ordem: E há algumas Estrelas de tal Ordem intermediária, que os Astrônomos diferem em classificá-las; alguns colocando as mesmas Estrelas em uma Classe, outros em outra. Por exemplo: O Dog foi colocado por Tycho entre as Estrelas da segunda Magnitude, que Ptolomeu considerou entre as Estrelas da primeira Classe: e, portanto, não é verdadeiramente nem de primeira nem de segunda Ordem, mas deve ser classificado em uma Coloque entre ambos.[2]

Observe que quanto mais brilhante a estrela, menor a magnitude: estrelas brilhantes de "primeira magnitude" são estrelas de "1.ª classe", enquanto estrelas pouco visíveis a olho nu são de "sexta magnitude" ou "6.ª classe". O sistema era um simples delineamento do brilho estelar em seis grupos distintos, mas não permitia as variações de brilho dentro de um grupo.

Tycho Brahe tentou medir diretamente a "grandeza" das estrelas em termos de tamanho angular, o que em teoria significava que a magnitude de uma estrela poderia ser determinada por mais do que apenas o julgamento subjetivo descrito na citação acima. Ele concluiu que estrelas de primeira magnitude mediam 2 minutos de arco (2′) de diâmetro aparente (130 de um grau, ou 115 do diâmetro da lua cheia), com estrelas de segunda a sexta magnitude medindo 1+12′, 1+112′, 34′, 12′ e 13′, respectivamente.[3] O desenvolvimento do telescópio mostrou que esses tamanhos grandes eram ilusórios, as estrelas pareciam muito menores através do telescópio. No entanto, os primeiros telescópios produziram uma imagem espúria em forma de disco de uma estrela que era maior para as estrelas mais brilhantes e menor para as mais fracas. Astrônomos de Galileu e Jacques Cassini confundiram esses discos espúrios com os corpos físicos das estrelas e, assim, no século XVIII continuaram a pensar na magnitude em termos do tamanho físico de uma estrela.[4] Johannes Hevelius produziu uma tabela muito precisa de tamanhos de estrelas medidos telescopicamente, mas agora os diâmetros medidos variaram de pouco mais de seis segundos de arco para primeira magnitude até pouco menos de 2 segundos para sexta magnitude.[4][5] Na época de William Herschel, os astrônomos reconheceram que os discos telescópicos das estrelas eram espúrios e uma função do telescópio, bem como do brilho das estrelas, mas ainda falavam mais sobre o tamanho de uma estrela do que seu brilho.[4] Mesmo no século XIX, o sistema de magnitude continuou a ser descrito em termos de seis classes determinadas pelo tamanho aparente, nas quais

Não há outra regra para classificar as estrelas senão a estimativa do observador; e é por isso que alguns astrônomos consideram aquelas estrelas de primeira magnitude que outros consideram de segunda.[6]

No entanto, em meados do século XIX, os astrônomos mediram as distâncias das estrelas por meio da paralaxe estelar e entenderam que as estrelas estão tão distantes que aparecem essencialmente como fontes pontuais de luz. Seguindo os avanços na compreensão da difração da luz e de Seeing, os astrônomos entenderam completamente que os tamanhos aparentes das estrelas eram espúrios e como esses tamanhos dependiam da intensidade da luz vinda de uma estrela (esse é o brilho aparente da estrela, que pode ser medido em unidades como watts/cm2) para que as estrelas mais brilhantes parecessem maiores.

Definição moderna

As primeiras medições fotométricas (feitas, por exemplo, usando uma luz para projetar uma “estrela” artificial no campo de visão de um telescópio e ajustando-a para corresponder ao brilho das estrelas reais) demonstraram que as estrelas de primeira magnitude são cerca de 100 vezes mais brilhantes que as estrelas de sexta magnitude.

Assim, em 1856, Norman Robert Pogson, de Oxford, Reino Unido, propôs que uma escala logarítmica de 5100 ≈ 2.512 fosse adotada entre magnitudes, de modo que cinco passos de magnitude correspondessem precisamente a um fator de 100 em brilho.[7][8] Cada intervalo de uma magnitude equivale a uma variação no brilho de 5100 ou aproximadamente 2.512 vezes. Consequentemente, uma estrela de magnitude 1 é cerca de 2.5 vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 2, cerca de 2.52 vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 3, cerca de 2.53 vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 4 e assim por diante.

Este é o sistema de magnitude moderno, que mede o brilho, não o tamanho aparente, das estrelas. Usando esta escala logarítmica, é possível que uma estrela seja mais brilhante do que “primeira classe”, então Arcturus ou Vega são de magnitude 0 e Sirius é de magnitude -1.46.

Escala

Como mencionado acima, a escala parece funcionar 'ao contrário', com objetos com magnitude negativa sendo mais brilhantes do que aqueles com magnitude positiva. Quanto mais negativo o valor, mais brilhante o objeto.

Os objetos que aparecem mais à esquerda nesta linha são mais brilhantes, enquanto os objetos que aparecem mais à direita são mais escuros. Assim, o zero aparece no meio, com os objetos mais brilhantes à esquerda e os objetos mais escuros à direita.

Magnitude aparente e absoluta

Dois dos principais tipos de magnitudes distinguidos pelos astrônomos são:

A diferença entre esses conceitos pode ser vista comparando duas estrelas. Betelgeuse (magnitude aparente 0.5, magnitude absoluta −5.8) parece ligeiramente mais escura no céu do que Alpha Centauri A (magnitude aparente 0.0, magnitude absoluta 4.4), embora emita milhares de vezes mais luz, porque Betelgeuse está muito mais longe.

Magnitude aparente

Ver artigo principal: Magnitude aparente

Sob a escala de magnitude logarítmica moderna, dois objetos, um dos quais é usado como referência ou linha de base, cujas intensidades (brilhos) medidos da Terra em unidades de potência por unidade de área (como watts por metro quadrado, W m−2) são I1 e Iref, terão magnitudes m1 e mref relacionadas por

Usando esta fórmula, a escala de magnitude pode ser estendida além da antiga faixa de magnitude 1-6, e torna-se uma medida precisa de brilho em vez de simplesmente um sistema de classificação. Os astrônomos agora medem diferenças tão pequenas quanto um centésimo de magnitude. As estrelas que têm magnitudes entre 1.5 e 2.5 são chamadas de segunda magnitude; existem cerca de 20 estrelas mais brilhantes que 1.5, que são estrelas de primeira magnitude (veja a Lista das estrelas mais brilhantes). Por exemplo, Sirius é magnitude -1,46, Arcturus é -0,04, Aldebaran é 0.85, Spica é 1.04 e Procyon é 0.34. Sob o antigo sistema de magnitude, todas essas estrelas podem ter sido classificadas como "estrelas de primeira magnitude".

As magnitudes também podem ser calculadas para objetos muito mais brilhantes que as estrelas (como o Sol e a Lua) e para objetos muito fracos para o olho humano ver (como Plutão).

Magnitude absoluta

Ver artigo principal: Magnitude absoluta

Frequentemente, apenas a magnitude aparente é mencionada, pois pode ser medida diretamente. A magnitude absoluta pode ser calculada a partir da magnitude aparente e distância de:

porque a intensidade cai proporcionalmente à distância ao quadrado. Isso é conhecido como módulo de distância, onde d é a distância até a estrela medida em parsecs, m é a magnitude aparente e M é a magnitude absoluta.

Se a linha de visão entre o objeto e o observador for afetada pela extinção devido à absorção de luz pelas partículas de poeira interestelar, a magnitude aparente do objeto será correspondentemente mais fraca. Para magnitudes de extinção A, a relação entre magnitudes aparentes e absolutas torna-se

As magnitudes absolutas estelares são geralmente designadas com um M maiúsculo com um subscrito para indicar a banda passante. Por exemplo, MV é a magnitude em 10 parsecs na banda passante V. Uma magnitude bolométrica (Mbol) é uma magnitude absoluta ajustada para levar em consideração a radiação em todos os comprimentos de onda; é tipicamente menor (ou seja, mais brilhante) do que uma magnitude absoluta em uma determinada banda passante, especialmente para objetos muito quentes ou muito frios. As magnitudes bolométricas são formalmente definidas com base na luminosidade estelar em watts e são normalizadas para serem aproximadamente iguais a MV para estrelas amarelas.

As magnitudes absolutas para objetos do Sistema Solar são frequentemente citadas com base na distância de 1 UA. Estes são referidos com um símbolo H maiúsculo. Como esses objetos são iluminados principalmente pela luz refletida do Sol, uma magnitude H é definida como a magnitude aparente do objeto a 1 UA do Sol e 1 UA do observador.[9]

Exemplos

O seguinte é uma tabela que dá magnitudes aparentes para objetos celestes e satélites artificiais que vão desde o Sol até o objeto mais fraco visível com o Telescópio Espacial Hubble (HST):

Magnitude
aparente
Brilho
relativo à
magnitude 0
Exemplo Magnitude
aparente
Brilho
relativo à
magnitude 0
Exemplo Magnitude
aparente
Brilho
relativo à
magnitude 0
Exemplo
−27 6.31×1010 Sol −7 631 Supernova SN 1006 13 6.31×10−6 Quasar 3C 273
limite de telescópios de 11–15 cm
−26 2.51×1010 −6 251 ISS (max.) 14 2.51×10−6 Plutão (max.)
limite de telescópios de 20–25 cm
−25 1010 −5 100 Vênus (max.) 15 10−6
−24 3.98×109 −4 39.8 Objetos mais fracos visíveis durante o dia a olho nu quando o Sol está alto[10] 16 3.98×10−7 Caronte (max.)
−23 1.58×109 −3 15.8 Júpiter (max.), Marte (max.) 17 1.58×10−7
−22 6.31×108 −2 6.31 Mercúrio (max.) 18 6.31×10−8
−21 2.51×108 −1 2.51 Sirius 19 2.51×10−8
−20 108 0 1 Vega, Saturno (max.) 20 10−8
−19 3.98×107 1 0.398 Antares 21 3.98×10−9 Caliroe (satélite de Júpiter)
−18 1.58×107 2 0.158 Polaris 22 1.58×10−9
−17 6.31×106 3 0.0631 Cor Caroli 23 6.31×10−10
−16 2.51×106 4 0.0251 Acubens 24 2.51×10−10
−15 106 5 0.01 Vesta (max.), Urano (max.) 25 10−10 Fenrir (satélite de Saturno)
−14 3.98×105 6 3.98×10−3 Limite típico de olho nu[nota 2] 26 3.98×10−11
−13 1.58×105 Lua cheia 7 1.58×10−3 Ceres (max.) estrelas mais fracas a olho nu visíveis de áreas rurais "escuras"[11] 27 1.58×10−11 Limite de luz visível de telescópios de 8m
−12 6.31×104 8 6.31×10−4 Netuno (max.) 28 6.31×10−12
−11 2.51×104 9 2.51×10−4 29 2.51×10−12
−10 104 10 10−4 Limite típico de binóculos 7×50 30 10−12
−9 3.98×103 Explosões de iridium (max.) 11 3.98×10−5 Proxima Centauri 31 3.98×10−13
−8 1.58×103 12 1.58×10−5 32 1.58×10−13 Limite de luz visível do HST

Outras escalas

Sob o sistema de Norman Robert Pogson, a estrela Vega foi usada como estrela de referência fundamental, com uma magnitude aparente definida como zero, independentemente da técnica de medição ou do filtro de comprimento de onda. É por isso que objetos mais brilhantes que Vega, como Sirius (magnitude de Vega de -1.46 ou -1.5), têm magnitudes negativas. No entanto, no final do século XX, descobriu-se que Vega variava em brilho, tornando-o inadequado para uma referência absoluta, então o sistema de referência foi modernizado para não depender da estabilidade de nenhuma estrela em particular. É por isso que o valor moderno para a magnitude de Vega é próximo, mas não exatamente zero, mas sim 0.03 na banda V (visual).[12] Os sistemas de referência absoluta atuais incluem o sistema de magnitude AB, no qual a referência é uma fonte com densidade de fluxo constante por unidade de frequência, e o sistema STMAG, no qual a fonte de referência é definida para ter densidade de fluxo constante por unidade de comprimento de onda.

Decibel

Outra escala logarítmica para intensidade é o decibel. Embora seja mais comumente usado para intensidade de som, também é usado para intensidade de luz. É um parâmetro para tubos fotomultiplicadores e óticas de câmeras similares para telescópios e microscópios. Cada fator de 10 em intensidade corresponde a 10 decibéis. Em particular, um multiplicador de 100 na intensidade corresponde a um aumento de 20 decibéis e também corresponde a uma diminuição de 5 na magnitude. Geralmente, a mudança em decibéis está relacionada a uma mudança em magnitude por

Por exemplo, um objeto que é magnitude 1 maior (mais fraco) do que uma referência produziria um sinal 4 dB menor (mais fraco) do que a referência, o que pode precisar ser compensado por um aumento na capacidade da câmera em tantos decibéis.

Ver também

Notas

  1. Hoje, os astrônomos sabem que o brilho das estrelas é uma função tanto de sua distância quanto de sua própria luminosidade.
  2. Sob céus muito escuros, como os encontrados em áreas rurais remotas.

Referências

  1. Miles, R. (outubro de 2006). «A light history of photometry: from Hipparchus to the Hubble Space Telescope». Journal of the British Astronomical Association. 117: 172. Bibcode:2007JBAA..117..172M. Consultado em 8 de fevereiro de 2021 
  2. Keill, J. (1739). An introduction to the true astronomy 3rd ed. London: [s.n.] pp. 47–48 
  3. Thoren, V. E. (1990). The Lord of Uraniborg. Cambridge: Cambridge University Press. p. 306  Verifique o valor de |url-access=limited (ajuda)
  4. a b c Graney, C. M.; Grayson, T. P. (2011). «On the Telescopic Disks of Stars: A Review and Analysis of Stellar Observations from the Early 17th through the Middle 19th Centuries». Annals of Science. 68 (3): 351–373. arXiv:1003.4918Acessível livremente. doi:10.1080/00033790.2010.507472 
  5. Graney, C. M. (2009). «17th Century Photometric Data in the Form of Telescopic Measurements of the Apparent Diameters of Stars by Johannes Hevelius». Baltic Astronomy. 18 (3–4): 253–263. Bibcode:2009BaltA..18..253G. arXiv:1001.1168Acessível livremente 
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  8. Tassoul, J. L.; Tassoul, M. (2004). A Concise History of Solar and Stellar PhysicsRegisto grátis requerido. Princeton, NJ: Princeton University Press. p. 47 
  9. «Glossary». JPL. Consultado em 23 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 25 de novembro de 2017 
  10. «Seeing stars and planets in the daylight». sky.velp.info. Consultado em 8 de maio de 2018. Cópia arquivada em 7 de março de 2016 
  11. «The astronomical magnitude scale». www.icq.eps.harvard.edu. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  12. Milone, E. F. (2011). Astronomical Photometry: Past, Present and Future. New York: Springer. pp. 182–184. ISBN 978-1-4419-8049-6  Verifique o valor de |url-access=limited (ajuda)

Ligações externas