Edmund Burke

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Edmund Burke
Edmund Burke
Retrato de Edmund Burke
Nascimento 12 de janeiro de 1729
Dublin
Reino da Irlanda
Morte 9 de julho de 1797 (68 anos)
Beaconsfield
Nacionalidade República da Irlanda irlandês
Ocupação Filosofo

Edmund Burke (Dublin, 12 de janeiro de 1729 — Beaconsfield, 9 de julho de 1797) foi um filósofo e político anglo-irlandês.[1][2]

Advogado, dedicou-se primeiramente a escritos filosóficos, entre os quais destaca-se o tratado de estética A Philosophical Inquiry into the Origin of Our Ideas of the Sublime and Beautiful ("Investigação filosófica sobre a origem de nossas ideias do Sublime e do Belo") (1757).[3][4] O livro atraiu a atenção de proeminentes pensadores continentais, como Denis Diderot e Immanuel Kant.

Biografia

Iniciou sua carreira política em 1761 como primeiro-secretário particular do governador da Irlanda, Willian Gerard Hamilton. Rompe com Hamilton em 1765 e é nomeado, neste mesmo ano, secretário do Primeiro-Ministro e líder do partido Whig; Rockingham. Foi depois eleito para a Câmara dos Comuns, onde tornou-se conhecido por suas posições economicamente liberais e politicamente conservadoras: era favorável ao atendimento das reivindicações das colônias americanas, à liberdade de comércio, era contra a perseguição dos Católicos, mas sempre defendendo um mínimo de prudência e moderação e rejeitando o culto ao progresso característico ao iluminismo. Chegou mesmo a denunciar as injustiças cometidas pela administração inglesa na Índia. No entanto, não podia aceitar facilmente os excessos da Revolução Francesa de 1789, expondo tais críticas na obra Reflexões sobre a revolução na França, de 1790. Burke acreditava que a revolução francesa foi um marco de ignorância e brutalidade, acusando principalmente a execução brutal de "homens bons" como Lavoisier e a opressão do chamado "Reino do Terror" .

De temperamento impetuoso e pouco inclinado à sistematização, Burke não escreveu nenhum tratado sobre teoria política. Seus pensamentos são expostos em cartas, discursos, panfletos e obras de circunstância. Expressa-se através de aforismos, por efusões líricas ou polêmicas, visando a maior parte das vezes a um resultado prático.

As aparentes contradições de seus pensamentos tem origem nas diferentes circunstâncias que nortearam suas emoções. A inspiração, no entanto, é sempre a mesma. Em primeiro lugar, tinha desprezo aos filósofos iluministas (em especial Rousseau e Voltaire), que denomina "audaciosos experimentadores da nova moral" e "confusos decadentes".

Burke advoga a teoria da soberania do povo, embora sustentada na ideia de que a razão e a teoria não são referências válidas por si mesmas para a vida das sociedades. Afirma que a história é feita de um longo depósito de tradições, de prudência, de moral, incorporadas nos usos e nas civilizações, e não da elaborações intelectuais, como querem os filósofos. Nessa mesma linha de raciocínio, Burke nega que as constituições possam ser feitas ou produzidas; uma constituição só pode surgir graças à experiência acumulada durante séculos.

Burke se opôs à Revolução Francesa - para ele um edifício erguido sobre mentiras e violência. Para ele a democracia era "capaz de expressar as mais cruéis opressões sobre a minoria." Apreciava a Constituição britânica, cuja sabedoria profunda, segundo ele, não reside num certo universo de regras e princípios gerais, mas em uma vasta e sutil harmonia de costumes, de preconceitos, de instituições concretas e estruturadas no decurso dos séculos. Essa antítese das duas constituições é o pano de fundo no qual Burke projeta, a propósito do início da Revolução Francesa, os principais temas de uma filosofia do conservadorismo.[5] Burke é considerado, pelos conservadores, como o pai do conservadorismo anglo-americano.

Frases célebres

  • Para o triunfo do mal, só é preciso que os homens bons nada façam.

Obras

  • Vindication of Natural Society (1756)
  • A Philosophical Enquiry into the Origin of Our Ideas of the Sublime and Beautiful (1756)
  • An Account of the European Settlement in America (1757)
  • The Abridgement of the History of England (1757)
  • Annual Register editor for some 30 years (1758)
  • Tracts on the Popery Laws (Early 1760s)
  • On the Present State of the Nation (1769)
  • Thoughts on the Cause of the Present Discontents (1770)
  • American Taxation (1774)
  • Conciliation with the Colonies (1775)
  • A Letter to the Sheriffs of Bristol (1777)
  • Reform of the Representation in the House of Commons (1782)
  • Reflections on the Revolution in France (1790)
  • Letter to a Member of the National Assembly (1791)
  • Appeal from the New to the Old Whigs (1791)
  • Thoughts on French Affairs (1791)
  • Remarks on the Policy of the Allies (1793)
  • Letters on a Regicide Peace (1795–97)
  • Letter to a Noble Lord (1796)

Ver também

Referências

  1. Clark, J.C.D (2001). Edmund Burke: Reflections on the Revolution in France: a Critical Edition (em inglês). Stanford: Stanford. p. 25. ISBN 0-8047-3923-4 }
  2. Christopher Hitchens (2004). «Reactionary Prophet» (em inglês). The Atlantic. Consultado em 12 de janeiro de 2013 
  3. A Philosophical Inquiry into the Origin of Our Ideas of the Sublime and Beautiful. Ver também: "On Taste" (introdução à 2ª edição de A Philosophical Enquiry...).
  4. James Prior, Life of the Right Honourable Edmund Burke. Fifth Edition (London: Henry G. Bohn, 1854), p. 47.
  5. J. C. D. Clark, English Society, 1660–1832 (Cambridge University Press, 2000), p. 5, p. 301.

Ligações externas

Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Edmund Burke


Predefinição:Direita política