Aglomeração urbana do Litoral Norte

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Aglomeração urbana do Litoral Norte
Unidade federativa  Rio Grande do Sul
Lei LCE 12100/2004
Data da criação 2004
Número de municípios 20
Cidade-sede Osório
Características geográficas
Área 5 136,723 km²
População 284 046 hab. Censo IBGE/2010[1]
Densidade 55,3 hab./km²
PIB R$ 2.958.684,461 mil IBGE/2008[2]
PIB per capita R$ 10.500,43 IBGE/2008[2]

A aglomeração urbana do Litoral Norte é uma aglomeração urbana do estado brasileiro do Rio Grande do Sul instituída pela LCE 12100/2004[3].

É constituída oficialmente pelos municípios de Torres, Mampituba, Dom Pedro de Alcântara, Arroio do Sal, Morrinhos do Sul, Três Cachoeiras, Três Forquilhas, Itati, Maquiné, Terra de Areia, Capão da Canoa, Xangri-lá, Imbé, Osório, Tramandaí, Cidreira, Balneário Pinhal, Palmares do Sul, Capivari do Sul e Caraá.

Dados gerais[editar | editar código-fonte]

A Aglomeração Urbana do Litoral Norte foi criada em 2004. É composta por 20 municípios. As praias do Litoral Norte recebem grande fluxo de turistas de dezembro a março. Isto é reflexo do clima subtropical típico do Rio Grande do Sul.

O Litoral Norte recebeu um grande fluxo de migrantes e foi uma das regiões gaúchas de maior crescimento demográfico nos últimos vinte anos. Cada vez mais, a urbanização é intensa, sobretudo no cordão urbanizado que se estende de Arroio Teixeira à Nova Tramandaí. A população fixa, segundo o censo IBGE de 2010, é de 284.046 habitantes, distribuídos em uma área de 5.136,723 km². Com isso, sua densidade demográfica é de 55,3 hab/km².

O maior município em área da AULN é Palmares do Sul (1.091,43 km²). Imbé é o menor município (39,34 km²). Osório, Tramandaí, Capão da Canoa e Torres são os municípios mais populosos da região. Mampituba (208 km) e Torres (198 km) são os municípios mais distantes da capital do Estado, tendo como principais vias de acesso a estes a BR-101 e a ERS-389 (conhecida como Estrada do Mar). Osório (via BR-290) e Balneário Pinhal (via ERS-040), ambos a 99 km de distância, são os mais próximos a Porto Alegre.

Geografia Física[editar | editar código-fonte]

Lagoa Pinguela, município de Osório

O relevo do Litoral Norte é composto por duas unidades distintas de relevo: na porção ocidental, a borda do Planalto Meridional (com a presença de pontos remanescentes de Mata Atlântica); e na porção oriental, uma extensa planície, com um vasto complexo de lagoas e o mais extenso cordão litorâneo contínuo do mundo, além de presença de dunas (mais constantes nas áreas de Cidreira, Balneário Pinhal e Palmares do Sul). Esta divisão de sistemas morfológicos é percebida quando percorremos a BR-101, onde, de um lado, estão os morros, e do outro, as lagoas e planícies. Algumas áreas de campos limpos também são encontradas ao longo da região. A extensa reta da orla litorânea apresenta uma interrupção no município de Torres, com a Praia da Guarita, o Morro do Farol e as praias Grande, da Cal, Prainha e dos Molhes. Lá também está localizada a única ilha oceânica gaúcha: a Ilha dos Lobos, a menor unidade de conservação brasileira, e que serve de refúgio para leões marinhos em determinadas épocas do ano.

As condições peculiares de relevo e o cordão de lagoas impedem a formação de rios de curso normal. Apenas o Rio Mampituba, na divisa com Santa Catarina, é que apresenta nascente, curso e foz. No entanto, há um canal natural de ligação entre diversas lagoas, sobretudo entre as lagoas Pinguela e dos Quadros. Dezenas de lagoas são encontradas em toda a extensão da região. As principais são a Lagoa Itapeva (região de Torres), a Lagoa dos Quadros (região de Capão da Canoa e Maquiné), a Lagoa Pinguela (região de Osório) e a Lagoa dos Barros (região de Osório). Ainda merecem citação as lagoas do Casamento, da Custódia, do Caconde, da Fortaleza, do Rincão, da Porteira, Charqueada e Tramandaí.

O clima da região é influenciado por alguns resquícios da influência da Massa Tropical Atlântica. No entanto, fortes ventos vindos da direção nordeste influenciam o clima em certas épocas do ano (este vento é popularmente conhecido como “nordestão”, e incide muitas vezes na temporada de veraneio (entre os meses de dezembro e março), causando incômodo aos turistas e veranistas. As temperaturas médias variam entre 30°C no verão e 10°C no inverno. As chuvas são regularmente distribuídas ao longo do ano.

Geografia humana e socioeconômica[editar | editar código-fonte]

A ocupação humana do Litoral Norte ocorreu a partir do século XVIII, através da colonização açoriana, portuguesa e africana, e, mais tarde, por etnias como alemães, italianos, poloneses e japoneses. A partir do século XX, diferentes fatores, como a potencialidade turística e a sazonalidade, deram impulso ao crescimento econômico e geográfico da região.

O crescimento demográfico do Litoral Norte, nos últimos dez anos, foi acima da média estadual e nacional. Em 2000, por exemplo, a taxa de crescimento da população era de 2,84%, superior à média nacional (1,63%) e à do Rio Grande do Sul (1,23%). Sete dos dez municípios gaúchos com maior acréscimo na população estão localizados na região. São eles: Arroio do Sal, Balneário Pinhal, Capão da Canoa, Cidreira, Imbé, Torres e Xangri-lá. Estão localizados junto à orla marítima, ao contrário dos municípios localizados na área lacustre e encosta do Planalto, cuja população está predominantemente ligada à produção primária.

Orla marítima de Capão da Canoa, na temporada de verão

O desenvolvimento da ocupação humana no Litoral Norte pode ser dividido em quatro etapas. A primeira, que foi de 1732 a 1900, tinha como função principal o estabelecimento de estâncias e fazendas; campos e lagoas eram os elementos característicos da natureza da época. De 1900 a 1940, ocorreu a segunda etapa de ocupação, com a instalação de balneários para fins terapêuticos; o elemento-síntese da natureza local era o mar. Na terceira etapa (1940-1980), surgiram os balneários que serviam de segunda residência durantes os meses de veraneio; as casas instaladas – chalés de madeira e casa de alvenaria – eram estabelecidas em um ambiente vinculado ao mar e à praia. Por fim, a etapa atual (desde 1980), onde as cidades se afirmaram através da verticalização e dos condomínios horizontais; as lagoas passaram a ser incorporadas à síntese da natureza local.

Nas duas últimas décadas, as emancipações ocorridas na região induziram o fluxo migratório, acarretando no aumento da demanda por produtos e serviços locais. Alguns municípios tiveram um grande desenvolvimento do setor imobiliário, com investimentos em loteamentos, condomínios horizontais e prédios voltados para os mercados de alta e média renda, com a finalidade de realização de lazer e recreação durante todo o ano. De acordo com os perfis socioeconômicos, os municípios do Litoral Norte podem ser classificados da seguinte forma: Torres, Capão da Canoa, Osório e Tramandaí são municípios urbanos permanentes; Arroio do Sal, Xangri-lá, Imbé, Cidreira e Balneário Pinhal são municípios urbanos de segunda residência; Capivari do Sul e Palmares do Sul são municípios urbanos agroindustriais; Caraá, Terra de Areia, Itati, Maquiné, Três Forquilhas, Três Cachoeiras, Morrinhos do Sul, Dom Pedro de Alcântara e Mampituba são municípios tipicamente rurais.

Referências

  1. «Censo Demográfico 2010». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 5 dez. 2010 
  2. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 12 dez. 2010 
  3. «Encontro em Capão da Canoa apresenta propostas para aglomeração urbana do Litoral Norte». Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Consultado em 3 de agosto de 2009 [ligação inativa]