Energias de Portugal
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EDP - Energias de Portugal | |
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Nova imagem da marca | |
Razão social | Energias de Portugal, S.A. |
Empresa de capital aberto | |
Slogan | Viva a nossa energia |
Cotação | Euronext Lisboa: EDP |
Atividade | Energia |
Género | Sociedade Anónima |
Fundação | 1976 |
Sede | Lisboa, ![]() |
Locais | Europa, América do Sul, Ásia |
Pessoas-chave | Miguel Stilwell de Andrade (presidente do conselho de administração executivo), Luís Amado (presidente do conselho geral e de supervisão) |
Empregados | 35 660 (2019)[1] |
Produtos | Energia eléctrica e gás natural |
Subsidiárias | EDP Gás HC Energía Naturgás E-Redes EDP Comercial EDP Renováveis EDP Brasil SU Eletricidade |
Valor de mercado | ![]() |
Lucro | ![]() |
LAJIR | ![]() |
Significado da sigla | Energias de Portugal |
Website oficial | Site oficial EDP |
A Energias de Portugal (EDP; antiga denominação Electricidade de Portugal) é uma empresa do sector energético, verticalmente integrada, com uma posição consolidada na Península Ibérica, quer ao nível de produção, distribuição e comercialização de electricidade, e comercialização de gás. A EDP está cotada no índice PSI-20.
O Grupo EDP tem hoje uma presença forte no panorama energético mundial, estando presente em países como Portugal, Espanha, França, Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Bélgica, Polónia, Roménia, Brasil, Canadá, México, Angola e China, contando com cerca de 10 milhões de clientes e 12 mil colaboradores em todo o mundo.[4]
História[editar | editar código-fonte]
Desde os primórdios da introdução da electricidade em Portugal que a sua geração e distribuição era assegurada de maneira descentralizada, por companhias de âmbito regional. Em 1975, durante o Processo Revolucionário em Curso, o sector eléctrico foi nacionalizado pelo governo de Vasco Gonçalves, passando para as mãos do Estado Português 13 companhias eléctricas.[5]
A 30 de Junho de 1976, durante o VI Governo Provisório, através de Decreto-Lei do Ministério da Indústria e Tecnologia, liderado então por Walter Rosa, foi criada a Electricidade de Portugal - Empresa Pública (EDP), que resultou da fusão das 12 companhias previamente nacionalizadas que operavam em Portugal Continental:[6]
Companhia | Sede |
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Aliança Eléctrica do Sul | Olhão |
Companhia Eléctrica do Alentejo e Algarve | Lisboa |
Companhia Eléctrica das Beiras | Coimbra |
Companhia Eléctrica do Norte de Portugal | Porto |
Companhias Reunidas Gás e Electricidade | Lisboa |
Eléctrica Duriense | Porto |
Empresa Hidroeléctrica do Coura | Caminha |
Empresa Hidroeléctrica da Serra da Estrela | Gouveia |
Hidroeléctrica do Alto Alentejo | Lisboa |
Hidroeléctrica Portuguesa | Porto |
Sociedade Eléctrica do Oeste | Lisboa |
União Eléctrica Portuguesa | Porto |
A nova empresa estatal, cuja sede foi centralizada em Lisboa, passou assim a controlar a quase totalidade do negócio de produção e distribuição de energia eléctrica em Portugal Continental, tendo sido encarregue da electrificação de todo o país, da modernização e extensão das rede de distribuição eléctrica, do planeamento e construção do parque electroprodutor nacional, e do estabelecimento de um tarifário único para todos os clientes.
Em meados da década de 1980 a rede de distribuição da EDP cobria 97% do território de Portugal continental e assegurava 80% do fornecimento de energia eléctrica em baixa tensão. Em 1991, o Governo decidiu alterar o estatuto jurídico da EDP, de Empresa Pública para Sociedade Anónima. Em 1994, depois de uma profunda reestruturação, foi constituído o Grupo EDP.
Em Junho de 1997 ocorre a primeira fase de privatização da EDP, tendo sido alienado 30% do capital. Foi uma operação de grande sucesso em que a procura superou a oferta em mais de trinta vezes, e pela qual mais de oitocentos mil portugueses (cerca de 8% da população) se tornaram accionistas da EDP.
- «Em 2013 a Parpública, empresa que gere as participações do Estado, vendeu as últimas ações detidas na EDP, num total de 4,144% do capital social da elétrica, por 2,35 euros por ação, com um encaixe de 356 milhões de euros.[7]
Em 2014, foi introduzido o serviço EDP re:dy para os clientes controlarem o consumo elétrico através de uma aplicação de telemóvel em conjunto com aparelhos de medição e monotorização.[8]
Internacionalização[editar | editar código-fonte]
Dão-se, em 1996, os primeiros passos na internacionalização do Grupo EDP. Seguiram-se cinco fases de privatização: Maio de 1998, Junho de 1998, Outubro de 2000, Novembro de 2004 e Dezembro de 2005.
Em 2004, o sorriso passa a ser a imagem de marca da EDP e a empresa altera a sua designação para Energias de Portugal. Em 2006 a EDP muda o seu posicionamento e a sua assinatura passa para “sinta a nossa energia”.
Em 2007, o Grupo EDP, através da sua subsidiária Energias Renováveis, adquire um dos maiores produtores de energia eólica do mundo, a Horizon Wind Energy (LLC), com aerogeradores em Nova Iorque, Iowa, Pensilvânia, Washington e Oklahoma e com projectos para o Minnesota, Oregon, Texas e Illinois, a Horizon foi adquirida por 2,15 mil milhões de dólares americanos.
No mercado das energias renováveis, a EDP, através da EDP Renováveis, é hoje um dos maiores players eólicos do mundo, com 10.052 MWs instalados no final de 2016. Tem, ainda, operações e projectos em Portugal, Espanha, França, Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Bélgica, Polónia, Roménia e Brasil.
Em 2010, a marca EDP figura na 192.ª posição da lista das 500 de maiores do mundo, sendo a marca portuguesa melhor posicionada com 3,2 mil milhões de euros.[9]
Em 2011, 60 por cento dos resultados da empresa foram gerados fora de Portugal para tal contribuiu o crescimento dos negócios das renováveis e do Brasil.[10]
O trabalho desenvolvido pela EDP em matérias de sustentabilidade tem sido reconhecido pelas instâncias internacionais. Em 2010 e 2011 a EDP foi eleita a líder mundial do índice Dow Jones Sustainability Index nas empresas do sector elétrico..[11]
Estrutura accionista[editar | editar código-fonte]
O capital social da EDP em 24 de julho de 2021 era de cerca de 3.656.537.715,00€,[12] repartidos aproximadamente da seguinte forma:
Atualizado em 1 de Julho de 2022[13]
Entidade | N.º de acções | % de capital | % Voto |
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801.947.605 | 20,22% | 20,22% |
![]() |
371.747.691 | 9,37% | 9,37% |
![]() |
285.414.883 | 7,20% | 7,20% |
![]() |
204.634.446 | 5,16% | 5,16% |
![]() |
104.421.359 | 2,63% | 2,63% |
![]() |
95.783.685 | 2,42% | 2,42% |
![]() |
89.915.722 | 2,27% | 2,27% |
![]() |
87.007.433 | 2,19% | 2,19% |
![]() |
19.003.158 | 0,48% | - |
Restantes Accionistas | 1.905.705.030 | 48,05% | - |
Edifício Sede da EDP[editar | editar código-fonte]
Sede da EDP | |
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Pormenor do edifício | |
Estilo dominante | Contemporâneo |
Arquiteto | Manuel Aires Mateus Francisco Aires Mateus |
Fim da construção | 2015 (7 anos) |
Prémios | Prémio Valmor (2017) |
Proprietário atual | Energias de Portugal, S.A. |
Dimensões | |
Altura | 36.40 m |
Número de andares | 8 |
Área | 46 222,0 m² |
Estado de conservação | Excelente |
Geografia | |
País | ![]() |
Cidade | ![]() |
Avenida 24 de Julho, 12 | |
Distrito | Lisboa |
Freguesia | Misericórdia |
Coordenadas | |
Localização em mapa dinâmico |
Descrição[editar | editar código-fonte]
Procurando corresponder à empresa que representa, o edifício da sede da EDP, na Avenida 24 de Julho, “projeta uma aparência elétrica e enérgica, que se transforma com a luz do dia e o local de onde é observado”. “É desenhado por uma única linha, que lhe atribui volume e expressão, sem perder leveza e permeabilidade”.[14] As “lâminas de ensombramento - perfis metálicos revestidos a placas de cimento branco reforçado com fibra de vidro - respondem à necessidade de sustentabilidade energética do edifício e garantem a flexibilidade programática interior e o suporte dos vários pisos”, refere a descrição disponibilizada pela Trienal de Arquitetura.[15]
O arquiteto Manuel Aires Mateus, que classificou o Valmor como uma “distinção importante” explicou que a sede da EDP foi concebida para “dialogar com a cidade”. Trata-se de um “edifício que quer criar a primeira praça sombreada da cidade”, constituindo também “um espaço de arejamento da rua D. Luís”. “É uma tradição que vem desde o Bairro Alto, que foi claramente desenvolvida na cidade iluminista, com a Baixa, em que tudo são enfiamentos perpendiculares ao rio, exatamente para privilegiar essa relação entre a cidade e o rio. Agarrámos nesse princípio que a cidade sempre consagrou e transformámo-lo, numa escala com outra dimensão.”[16]
Prémio Valmor[editar | editar código-fonte]
O júri do Prémio Valmor e Municipal de Arquitetura para o ano de 2017, distinguiu como vencedoras, ex-aequo, o Edifício Sede EDP, do atelier Aires Mateus, e o Terminal de Cruzeiros de Lisboa, de Carrilho da Graça.[17]
O Júri do Prémio Valmor e Municipal de Arquitetura do ano 2017 foi constituído pelos seguintes elementos: a Vereadora do Pelouro da Cultura, Dra. Catarina Vaz Pinto em representação do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Fernando Medina; o Diretor Municipal de Urbanismo, Arquiteto Jorge Catarino Tavares, como Comissário Técnico-Científico e sem direito a voto, em representação do Vereador do Pelouro do Urbanismo, Arquiteto Manuel Salgado; a personalidade nomeada pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Arquiteto Alberto Souza Oliveira; o representante da Academia Nacional das Belas Artes, Arquiteto Francisco Berger; o representante da Ordem dos Arquitetos, Arquiteto Cândido Chuva Gomes; o representante da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, Arquiteto João Pardal Monteiro.[18]
O Júri analisou para esse ano um total de 225 obras.
Fundação EDP[editar | editar código-fonte]
Em dezembro de 2004 foi criada, pela EDP – Energias de Portugal, a Fundação EDP, hoje uma das mais importantes instituições no domínio cultural do país, na dupla vertente de produção própria e de mecenato.
Polémicas[editar | editar código-fonte]
Em 2011 a EDP optou por suspender a sua página no Facebook, devido a polémica associada à eliminação do comentário de uma utilizadora da rede social.[19][20]
Em Junho de 2012, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos decidiu a compensação de 105869 clientes afetados por erros nos contadores, num montante de 4,1 milhões de euros.[21]
Em Março de 2012 o secretário de Estado da Energia Henrique Gomes demitiu-se do governo devido a pressões do lobby da energia, sofridas após a elaboração de um relatório que pretendia aplicar cortes às rendas excessivas no sector eléctrico português, em particular da EDP [22][23], no montante de 165 milhões de euros por ano[24]. Estas políticas estavam previstas no Memorando de Políticas Económicas e Financeiras celebrado em Maio de 2011.
Em 2013 a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos decidiu que a EDP Distribuição pague mais 7 milhões de euros aos 800 mil clientes afetados[25] por desvios nas leituras dos contadores só deverão receber o crédito na factura a partir de Maio.[26]
Referências
- ↑ a b Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ http://www.bloomberg.com/quote/EDP:GR
- ↑ «EDP no Mundo». Consultado em 6 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 26 de fevereiro de 2011
- ↑ http://dre.pt/pdf1sdip/1975/04/08902/00100012.pdf
- ↑ http://dre.pt/pdf1sdip/1976/06/15100/14381447.pdf
- ↑ http://www.tvi24.iol.pt/economia---economia/edp-mexia-saida-do-estado-da-edp/1421138-6377.html
- ↑ https://www.dinheirovivo.pt/empresas/edp-lanca-servico-que-controla-quanto-se-gasta-atraves-do-telemovel-saiba-como-funciona/
- ↑ «Oje: EDP e a marca portuguesa mais valiosa». Consultado em 6 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 10 de julho de 2011
- ↑ «Mexia: 60% dos resultados da EDP vêm de fora de Portugal»
- ↑ «EDP: líder mundial nos Índices Dow Jones de Sustentabilidade, nas empresas do Sector Eléctrico». Consultado em 6 de setembro de 2012. Arquivado do original em 11 de julho de 2012
- ↑ https://web3.cmvm.pt/sdi/emitentes/docs/fsd237971.pdf
- ↑ https://www.edp.com/pt-pt/investidores/estrutura-acionista
- ↑ http://visao.sapo.pt/imobiliario/2019-04-11-E-o-eixo-ribeirinho-de-Lisboa-nunca-mais-foi-o-mesmo
- ↑ https://observador.pt/2019/04/11/sede-da-edp-e-terminal-de-cruzeiros-de-lisboa-vencem-premio-valmor-2017/
- ↑ https://www.publico.pt/2015/11/05/culturaipsilon/entrevista/aires-mateus-1713168
- ↑ http://www.cm-lisboa.pt/noticias/detalhe/article/sede-da-edp-e-terminal-de-cruzeiros-vencem-premio-valmor-2017
- ↑ http://www.cm-lisboa.pt/viver/urbanismo/premios/premio-valmor-e-municipal-de-arquitetura
- ↑ SUSANA ALMEIDA RIBEIRO (17 de Outubro de 2011). «EDP suspende página no Facebook após polémica». Público. Consultado em 22 de Março de 2013
- ↑ «EDP suspende página no Facebook após polémica». Jornal de Negócios Online. 28 de Outubro de 2011. Consultado em 22 de Março de 2013
- ↑ «Reguladora propõe indemnização a clientes com tarifas bi ou tri horárias». JN. 20 de Março de 2013. Consultado em 22 de Março de 2013
- ↑ António Ribeiro Ferreira (27 de Abril de 2013). «Passos não desmente. Lobby do sector eléctrico despediu secretário de Estado da Energia». Jornal i. Consultado em 1 de Junho de 2014
- ↑ «Henrique Gomes: O secretário de Estado que defendeu menos poder da EDP e quis intervir nas rendas excessivas». JN. 13 de Março de 2012. Consultado em 1 de Junho de 2014
- ↑ Carlos Enes (8 de Março de 2012). «EDP diz que relatório do Governo tem «erros grosseiros»». TVI24. Consultado em 1 de Junho de 2014
- ↑ «ERSE propõe indemnização até 35 euros aos clientes com tarifas bi ou tri horárias». Sol. 20 de Março de 2013. Consultado em 22 de Março de 2013
- ↑ «Desvios nos contadores: EDP só reembolsa a partir de Maio». Jornal Sol. Consultado em 5 de Abril de 2013