Genocídio armênio: diferenças entre revisões

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{{Infobox
[[Imagem:Armenian woman and her children from Geghi, 1899.jpg|thumb|250px|direita|<center>Armênios deportados em marcha.<center>]]
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'''Genocídio armênio''', (em [[Língua armênia|armênio]]: Հայոց Ցեղասպանութիւն, [[Transliteração|transl.]] ''Hayots tseghaspanut'iun''), '''holocausto armênio''' ou ainda o '''massacre dos armênios''' é como é chamada a [[Assassínio em massa|matança]] e [[deportação]] forçada de centenas de milhares ou até mais de um milhão de pessoas de origem [[Armênios|armênia]] que viviam no [[Império Otomano]], com a intenção de exterminar sua presença cultural, sua vida econômica e seu ambiente familiar, durante o governo dos chamados ''[[Jovens Turcos]]'', de [[1915]] a [[1917]].<ref>Akçam, Taner, ''From Empire to Republic: Turkish Nationalism and the Armenian Genocide'', Zed Books, 2004.</ref>
|above = Genocídio armênio
|image = [[Imagem:ArmeniansOnDeportationMarch.jpg|250px]]
|caption = <big>'''Armênios deportados em marcha.'''</big>
|label1 = '''Local:'''
|data1 = {{flag|Ottoman Empire}}
|label2 = '''Contexto:'''
|data2 = [[Primeira Guerra Mundial]] <br />[[Guerra de independência turca]]
|label3 = '''Período:'''
|data3 = 1915-1923
|label4 = '''Vítimas:'''
|data4 = [[Armênios]]
|label5 = '''Tipo de agressão:'''
|data5 = [[Deportação]], [[Assassinato em massa]]
|label6 = '''Número de vítimas:'''
|data6 = 600.000 - 1.800.000<ref>''The Banality of Indifference: Zionism and the Armenian Genocide'', Yair Auron. Transaction Publishers, 2000, pág. 44. ISBN 9780765808813 Acessado em [[25 de Janeiro]] de [[2013]]. {{en}}</ref><ref>''Encyclopedia of Human Rights, Volume 1'', David P. Forsythe. Oxford University Press, 2009, pág. 98. ISBN 9780195334029 Acessado em 23 de Abril de 2013. {{en}}</ref><ref>''The History and Sociology of Genocide: Analyses and Case Studies'', Frank Robert Chalk, Kurt Jonassohn, Institut montréalais des études sur le génocide. Yale University Press, 1990, pág. 270. ISBN 9780300044461 Acessado em 23 de Abril de 2013. {{en}}</ref>
|label7 = '''Agressor:'''
|data7 = Governo dos [[Jovens Turcos]]
}}
'''Genocídio armênio''', (em [[Língua armênia|armênio]]: Հայոց Ցեղասպանութիւն, [[Transliteração|transl.]] ''Hayots tseghaspanut'iun''), '''holocausto armênio''' ou ainda o '''massacre dos armênios''' é como é chamada a [[Assassínio em massa|matança]] e [[deportação]] forçada de centenas de milhares ou até mais de um milhão de pessoas de origem [[Armênios|armênia]] que viviam no [[Império Otomano]], com a intenção de exterminar sua presença cultural, sua vida econômica e seu ambiente familiar, durante o governo dos chamados ''[[Jovens Turcos]]'', de [[1915]] a [[1917]].<ref>''From Empire to Republic: Turkish Nationalism and the Armenian Genocide.'' [[Taner Akcam]], Zed Books, [[2004]].{{en}} ISBN 9781842775271</ref>


Caracterizou-se pela sua brutalidade nos [[massacre]]s e pela utilização de marchas forçadas com deportações, que geralmente levava a morte a muitos dos deportados. Outros grupos étnicos também foram massacrados pelo Império Otomano durante esse período, entre eles os [[assírios]] e os [[gregos]] de [[Ponto (província romana)|Ponto]]. Alguns [[historiador]]es consideram que esses atos são parte da mesma política de extermínio.<ref>{{citar web|url=http://www.informaworld.com/smpp/section?content=a790756258&fulltext=713240928|título=Late Ottoman genocides: the dissolution of the Ottoman Empire and Young Turkish population and extermination policies—introduction|autor=Dominik J. Schaller; Jrgen Zimmerer|data=|publicado=|acessodata=14 de maio de 2011}}</ref>
Caracterizou-se pela sua brutalidade nos [[massacre]]s e pela utilização de marchas forçadas com deportações, que geralmente levava a morte a muitos dos deportados. Outros grupos étnicos também foram massacrados pelo Império Otomano durante esse período, entre eles os [[assírios]] e os [[gregos]] de [[Ponto (região)|Ponto]]. Alguns [[historiador]]es consideram que esses atos são parte da mesma política de extermínio.<ref>{{citar web|url=http://www.informaworld.com/smpp/section?content=a790756258&fulltext=713240928|título=Late Ottoman genocides: the dissolution of the Ottoman Empire and Young Turkish population and extermination policies—introduction|autor=Dominik J. Schaller; Jrgen Zimmerer|data=|publicado=|acessodata=14 de maio de 2011}}</ref>


Está firmemente estabelecido que foi um [[genocídio]], e há evidências do plano organizado e intentado de eliminar sistematicamente os armênios.{{Carece de fontes|data=janeiro de 2013}} É o segundo mais estudado evento desse tipo, depois do [[Holocausto]] dos [[judeu]]s na [[Segunda Guerra Mundial]]. Vários estudiosos afirmam que, em [[1939]] nas vésperas da [[invasão da Polônia]], [[Hitler]] teria pronunciado a seguinte frase:<ref>[http://www.mre.gov.br/portugues/noticiario/nacional/selecao_detalhe3.asp?ID_RESENHA=335471 "É preciso condenar o genocídio armênio"]. Daniel Sokatch e David N. Myers, ''[[O Estado de S.Paulo]]'', 6 de maio de 2007. Citado em Resenha de Imprensa Nacional - [[Ministério das Relações Exteriores do Brasil]] (visitado em 6-3-2010).</ref>
Está firmemente estabelecido que foi um [[genocídio]], e há evidências do plano organizado e intentado de eliminar sistematicamente os armênios. É o segundo mais estudado evento desse tipo, depois do [[Holocausto]] dos [[judeu]]s na [[Segunda Guerra Mundial]]. Vários estudiosos afirmam que, em [[1939]] nas vésperas da [[invasão da Polônia]], [[Hitler]] teria pronunciado a seguinte frase:<ref>[http://www.mre.gov.br/portugues/noticiario/nacional/selecao_detalhe3.asp?ID_RESENHA=335471 "É preciso condenar o genocídio armênio"]. Daniel Sokatch e David N. Myers, ''[[O Estado de S.Paulo]]'', 6 de maio de 2007. Citado em Resenha de Imprensa Nacional - [[Ministério das Relações Exteriores do Brasil]] (visitado em 6-3-2010).</ref>


{{cquote|''Afinal quem fala hoje do extermínio dos armênios''?}}
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== Antecedentes ==
== Antecedentes ==
Desde o [[século XV]], os [[armênios]] estavam sob o domínio do [[Império Otomano]]. Durante o domínio do Império Otomano, a ideia de independência começou a ganhar força entre os armênios. Com isso, o Império começou, em [[1909]], com um massacre que matou 20 mil armênios.<ref>{{citar web|url=http://www.direitos.org.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=1977|título=Genocício contra o povo armênio|autor=|data=13 de outubro de 2006|publicado=|acessodata=19 de maio de 2011}}</ref> Além disso, durante a [[Primeira Guerra Mundial]], o Império Otomano estava recrutando [[soldado]]s para a guerra. Muitas minorias étnicas eram contra o recrutamento, inclusive os próprios armênios. Com isso, em abril de 1915, o governo turco reuniu 250 líderes da comunidade armênia no império, sendo que alguns foram deportados e outros executados.<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u57759.shtml|título=Entenda a polêmica sobre o suposto "genocídio" armênio|autor=|data=13 de outubro de 2006|publicado=FolhaOnline|acessodata=19 de maio de 2011}}</ref>


Desde o [[século XV]], os [[armênios]] estavam sob o domínio do [[Império Otomano]]. Durante o domínio do Império Otomano, a ideia de independência começou a ganhar força entre os armênios. Com isso, o Império começou, em [[1909]], com um massacre que matou 20 mil armênios.<ref>{{citar web|url=http://www.direitos.org.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=1977|título=Genocício contra o povo armênio|autor=|data=13 de outubro de 2006|publicado=|acessodata=19 de maio de 2011}}</ref> Além disso, durante a [[Primeira Guerra Mundial]], o Império Otomano estava recrutando [[soldado]]s para a guerra. Muitas minorias étnicas eram contra o recrutamento, inclusive os próprios armênios. Com isso, em abril de 1915, o governo turco reuniu 250 líderes da comunidade armênia no império, sendo que alguns foram deportados e outros executados.<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u57759.shtml|título=Entenda a polêmica sobre o suposto "genocídio" armênio|autor=|data=13 de outubro de 2006|publicado=FolhaOnline|acessodata=19 de maio de 2011}}</ref> Depois de privar o povo de seus dirigentes, começou a deportação e o [[massacre]] dos armênios que habitavam os territórios asiáticos do Império.
== Cenário ==
Embora as reformas de [[8 de fevereiro]] de [[1914]]{{esclarecer}} não satisfizessem as exigências do povo armênio, pelo menos abriam o caminho para realizar o ideal pelo que havia lutado durante gerações, com sacrifício de inúmeros [[mártir]]es. ''"Uma [[Armênia]] autônoma dentro das fronteiras do Império Otomano"'', era o anseio do povo armênio. Um mês mais tarde, em [[28 de julho]], começava a [[Primeira Guerra Mundial]].


{|align="center"
Esse conflito resultou trágico, pois deu oportunidade ao movimento político dos Jovens Turcos de realizar seu premeditado projeto de aniquilação do povo armênio. Na noite de [[24 de abril]] de [[1915]] foram aprisionados em [[Constantinopla]] mais de seiscentos [[intelectuais]],<ref>{{tr}} [http://www.turkcebilgi.com/ermeni_soyk%C4%B1r%C4%B1m%C4%B1_iddialar%C4%B1/resimleri/april24victims Turkcebilgi]: Fotos de intelectuais armênios vitimados pelo genocídio em 24 de Abril de 1915. Acessado em [[25 de Abril]] de [[2011]].</ref> [[políticos]], [[escritor]]es, [[religioso]]s e profissionais armênios, que foram levados a força ao interior do país e selvagemente assassinados.
|[[Imagem:Ahamid.jpg|thumb|[[Sultão]] [[Abdul Hamid II]]...]]
|[[Imagem:Sultan Hamid.jpg|180px|thumb|...aqui descrito como o carniceiro dos armênios.]]
|[[Imagem:Armenianslaves.jpg|thumb|Mulher armênia exposta para venda como [[escrava]].]]
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== Cenário ==
Depois de privar o povo de seus dirigentes, começou a deportação e o [[massacre]] dos armênios que habitavam os territórios asiáticos do Império.


Embora as reformas de [[8 de fevereiro]] de [[1914]]{{esclarecer}} não satisfizessem as exigências do povo armênio, pelo menos abriam o caminho para realizar o ideal pelo que havia lutado durante gerações, com sacrifício de inúmeros [[mártir]]es. ''"Uma [[Armênia]] autônoma dentro das fronteiras do Império Otomano"'', era o anseio do povo armênio. Um mês mais tarde, em [[28 de julho]], começava a [[Primeira Guerra Mundial]]. Esse conflito resultou trágico, pois deu oportunidade ao movimento político dos Jovens Turcos de realizar seu premeditado projeto de aniquilação do povo armênio.
[[Imagem:Armeniangenocidemap.gif|550px|centro|thumb|<center>[[Mapa]] representando as deportações.<center>]]


[[Mewlazada Rifar]], membro do [[Comitê de União e Progresso]], em seu livro ''Bastidores obscuros da [[Revolução Turca]]'', disse:
[[Mewlazada Rifar]], membro do [[Comitê de União e Progresso]], em seu livro ''Bastidores obscuros da [[Revolução Turca]]'', disse:
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O Dr. Nazim Bei escreveu:
O Dr. Nazim Bei escreveu:

{{quote2|''Se não existissem os armênios, com uma só indicação do Comitê de União e Progresso poderíamos colocar a Turquia no caminho requerido. O Comitê decidiu liberar a pátria desta raça maldita e assumir ante a história otomana a responsabilidade que este fato implica. Resolver exterminar todos os armênios residentes na Turquia, sem deixar um só deles vivo; nesse sentido, foram outorgados amplos poderes ao governo.''|Nazim Bei}}
{{quote2|''Se não existissem os armênios, com uma só indicação do Comitê de União e Progresso poderíamos colocar a Turquia no caminho requerido. O Comitê decidiu liberar a pátria desta raça maldita e assumir ante a história otomana a responsabilidade que este fato implica. Resolver exterminar todos os armênios residentes na Turquia, sem deixar um só deles vivo; nesse sentido, foram outorgados amplos poderes ao governo.''|Nazim Bei}}


=== Batalha de Sarikamish ===
A cidade de [[Alepo]] caiu na mão dos [[Reino Unido|britânicos]] e foram encontrados muitos documentos que confirmavam que o extermínio dos armênios teria sido organizado pelos turcos. Um destes documentos é um [[telegrama]] circular dirigido a todos os governadores:


Em [[24 de dezembro]] de [[1914]] o Ministro da Guerra [[Enver Pasha]] desenvolveu um plano para cercar e destruir o [[exército Russo do Cáucaso]] em [[Sarikamish]] , para recuperar territórios perdidos para a [[Império Russo]] após a [[guerra russo-turca de 1877-1878]]. Forças de Enver Pasha foram encaminhados à [[Batalha de Sarikamish]], e quase completamente destruídas.
{{quote2|''À Prefeitura de Alepo: Já foi comunicado que o governo decidiu exterminar totalmente os armênios habitantes da Turquia. Os que se opuserem a esta ordem não poderão pertencer então à administração. Sem considerações pelas mulheres, as crianças e os enfermos, por mais trágicos que possam ser os meios de extermínio, sem executar os sentimentos da consequência, é necessário por fim à sua existência. [[13 de setembro]] de [[1915]].''| O ministro do Interior, Talat.}}

No verão de 1914, unidades voluntárias armênias foram estabelecidos nas forças armadas russas. Como os [[recruta]]s armênios-russos já haviam sido enviados para a frente europeia, esta força foi unicamente estabelecida a partir de armênios que não eram russos ou que não foram obrigados a servir. Um representante Otomano, Karekin Bastermadjian (Armen Karo), também foi trazido a esta força. Inicialmente, contava com 20.000 homens, mas foi informado que o seu número aumentou posteriormente. Voltando para [[Constantinopla]], Enver culpou publicamente sua derrota aos armênios da região por terem lutado ao lado dos russos.<ref name="The Burning Tigris: The Armenian Genocide and America's Response">The Burning Tigris: The Armenian Genocide and America's Response de [[Peter Balakian]]. HarperCollins, 2003. ISBN 0060198400. Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref>

=== Batalhões de trabalho ===

Em [[25 de fevereiro]] de [[1915]], Enver Pasha enviou uma ordem para que todas as unidades [[militar]]es armênias nas forças otomanas fossem desmobilizadas, desarmadas e transferidas aos batalhões de trabalho (turco: ''Amele taburlari''). Enver explicou esta decisão como "''por medo de que eles iriam colaborar com os russos''". Como tradição, o exército regular otomano, quando composto por não muçulmanos, reunia homens com idade de 20 a 45 anos. Os soldados não muçulmanos mais jovens (15-20) e mais velhos (45-60) sempre atuavam no apoio logístico através dos batalhões de trabalho. Antes de Fevereiro, alguns dos recrutas armênios foram utilizados como trabalhadores (''hamals'') sendo, por fim, executados. <ref>''[http://archive.org/details/armenianatrociti00toyn Armenian atrocities, the murder of a nation.]'' [[Arnold J. Toynbee]], London: Hodder and Stoughton, [[1915]], págs. 181–182. Acessado em 25 de Janeiro de 2013.{{en}}</ref>

Transferindo recrutas armênios do serviço ativo para o setor de [[logística]] era um aspecto importante do genocídio subseqüente. Conforme relatado em "''As Memórias de Naim Bey''", o extermínio dos armênios nesses batalhões era parte de uma estratégia premeditada em nome do [[Comitê para a União e o Progresso]]. Muitos desses recrutas armênios foram executados por grupos turcos locais. <ref name="The Burning Tigris: The Armenian Genocide and America's Response" />

=== Eventos em Van, abril 1915 ===

{{Principal|Resistência de Van}}

[[Imagem:Van Defenders.jpg|thumb|250px|direita|[[Movimento de resistência|Resistência]] armênia na cidade de [[Van (Turquia)|Van]]. A [[Resistência de Van]] foi um dos raros casos em que os armênios conseguiram defender-se das forças turcas.]]

Em 19 de Abril de 1915, [[Jevdet Bey]] exigiu que a cidade de [[Van (Turquia)|Van]] entregasse de imediato 4.000 [[soldado]]s sob o pretexto de recrutamento. No entanto, ficou claro para a população armênia que seu objetivo era massacrar os homens capazes de Van, de modo que não deixar-lhe defensores. Jevdet Bey já tinha usado uma ordem oficial por escrito em aldeias próximas, ostensivamente para procurar armas, mas de fato para iniciar massacres. Para ganharem tempo, os armênios ofereceram 500 soldados e dinheiro para isentar o restante do serviço. Jevdet acusou armênios de rebelião e afirmou sua determinação de esmagá-los a qualquer custo declarando:

{{cquote|''Se os rebeldes dispararem um único tiro, ''(ele declarou)'' Eu vou matar cada ''[[cristão]]'' homem ou mulher e ''(apontando para o joelho)'' todas as crianças, até esta altura.''<ref name="net.lib.byu.edu">[http://net.lib.byu.edu/estu/wwi/comment/morgenthau/MorgenTC.htm Ambassador Morgenthau's Story] {{en}} Acessado em 27 de Janeiro de 2013.</ref>}}

Em 20 de abril de 1915, o conflito começou quando uma mulher armênia foi perseguida e dois homens armênios que vieram em seu auxílio foram mortos por soldados otomanos. Os defensores armênios protegeram 30.000 residentes e 15.000 [[refugiado]]s em uma área de cerca de um quilômetro quadrado do bairro armênio e subúrbio de Aigestan com 1.500 [[fuzileiro]]s armados com 300 fuzis, pistolas e 1.000 armas antigas. O conflito durou até que o [[general]] [[russo]] [[Nikolai Yudenich]] viesse resgatá-los.<ref>''Marshall Cavendish Illustrated Encyclopedia of World War I.'' Peter Young, Marshall Cavendish Corp, [[1984]], págs. 1153-1157. ISBN 9780863071812</ref>

De [[Alepo]] e [[Van (Turquia)|Van]] relatos semelhantes chegaram ao [[embaixador]] [[estadunidense]] [[Henry Morgenthau (pai)|Henry Morgenthau]], levando-o a levantar a questão pessoalmente com Talaat e Enver. Ao citar os testemunhos de funcionários seu [[consulado]], eles justificaram as deportações como necessárias para a condução da guerra, sugerindo que a cumplicidade dos armênios de Van com as forças russas que haviam tomado a cidade justificou a perseguição de todos os armênios.

=== Detenção e deportação dos armênios notáveis ===

Na noite de [[24 de abril]] de [[1915]] (o ''[[Domingo vermelho (1915)|Domingo vermelho]]'')<ref>[http://www.genocidioarmenio.com.br/crbst_8.html Genocídio armênio] - Eventos em Van, Abril de 1915. Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref><ref>[http://port.pravda.ru/russa/09-01-2011/31036-genocidio_armenia-0/ Pravda] - O ato de genocídio contra os arménios: hora de encarar a verdade. Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref> foram aprisionados em [[Constantinopla]] mais de seiscentos [[intelectuais]],<ref name="turkcebilgi" /> [[políticos]], [[escritor]]es, [[religioso]]s e profissionais armênios, que foram levados a força ao interior do país e selvagemente assassinados.

Em 24 de abril de 1915, o [[Domingo vermelho (1915)|Domingo vermelho]] (armênio: Կարմիր Կիրակի), foi a noite em que os líderes dos armênios da capital otomana e depois outros centros foram presos e enviados para dois centros de detenção perto de [[Ancara]] pelo então [[Ministro do Interior]] [[Mehmed Talat Bey]] com sua ordem em 24 de abril de 1915. Estes armênios foram posteriormente deportados com a aprovação da [[Lei Tehcir]] (sobre [[confisco]] e [[deportação]]) em 29 de maio de 1915. A data de 24 de Abril, Dia da Memória do Genocídio, relembra a deportação dos notáveis armênios da capital otomana, em 1915, como a precursora para os eventos que se seguiram.

Em sua ordem, ordem sobre 24 de abril de 1915 , Talat alegou que os comitês armênios "''há muito tempo perseguem autonomia administrativa e este desejo é exibido uma vez mais, em termos inequívocos, com a inclusão dos armênios russos que assumiram uma posição contra nós, com o Comitê Daschnak e nas regiões de [[Zeitun]], [[Bitlis]], [[Sivas]] e [[Van (Turquia)|Van]], de acordo com as decisões já tomadas no Congresso armênio em [[Erzurum]]''". Em 1914, as autoridades otomanas já tinha começado a [[propaganda]] para mostrar os armênios que viviam no [[Império Otomano]] como uma ameaça à segurança. Um oficial naval do Ministério da Guerra descreveu o planejamento:

{{cquote|''Para justificar este crime enorme, o material de propaganda requisitado foi cuidadosamente preparado em Constantinopla. ''(ele incluiu declarações como)'' "os armênios estão em conluio com o inimigo. Eles vão lançar um levante em Istambul, matar o Comitê de líderes da União e Progresso e terão sucesso na abertura do estreito (de [[Dardanelos]])".''<ref name="The History of the Armenian Genocide: Ethnic Conflict from the Balkans to Anatolia to the Caucasus">''The History of the Armenian Genocide: Ethnic Conflict from the Balkans to Anatolia to the Caucasus.'' [[Vahakn N. Dadrian]], Oxford: Berghahn Books, [[1995]]. ISBN 1571816666 Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref>}}

Na noite de 24 de abril de 1915, o governo otomano prendeu cerca de 250 intelectuais armênios e líderes comunitários.<ref name="The Burning Tigris: The Armenian Genocide and America's Response" /> Esta data coincidiu com desembarques de [[tropa]]s [[Aliados da Primeira Guerra Mundial|aliadas]] em [[Gallipoli]], após as infrutíferas tentativas aliadas de romper o cerco aos [[Dardanelos]] para [[Constantinopla]], em Fevereiro e Março de 1915.


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|[[Imagem:Ahamid.jpg|thumb|[[Sultão]] [[Abdul Hamid II]]...]]
|[[Imagem:Talat Pasha.jpg|thumb|280px|[[Ministro do interior]] [[Mehmed Talat]]...]]
|[[Imagem:Instruction of the Ministery of the Interior on april 24.png|thumb|175px|...e a ordem assinada por ele para deportar os armênios de [[Constantinopla]] em Abril de 1915, iniciando o genocídio.]]
|[[Imagem:Sultan Hamid.jpg|180px|thumb|...aqui descrito como o carniceiro dos armênios.]]
|[[Imagem:April24Victims.jpg|thumb|310px|centro|Intelectuais<ref name="turkcebilgi">[http://www.turkcebilgi.com/resim/ermeni_soyk%C4%B1r%C4%B1m%C4%B1_iddialar%C4%B1/april24victimsturkcebilgi Turkcebilgi] - Fotos de intelectuais armênios vitimados pelo genocídio em 24 de Abril de 1915. Acessado em [[25 de Abril]] de [[2011]]. {{tr}}</ref>assassinados em 24 de Abril de 1915. {{nota de rodapé|Da esquerda para a direita, de cima para baixo: <br />Primeira linha: [[Grigor Zohrab]], [[Daniel Varoojan]], [[Rupen Zartarian]] e [[Ardashes Harutunian]] <br />Segunda linha: [[Siamanto]], [[Ruben Sevak]], [[Tigran Chyukyurian]] e [[Tiran Kelekian]] <br />Terceira linha: [[Hovhannes Tlkateentsi]] e [[Yeroukhan]].}}]]
|[[Imagem:Armenianslaves.jpg|thumb|Mulher armênia exposta para venda como [[escrava]].]]
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== O genocídio ==

O extermínio da população armênia foi executado de várias formas:

=== Incêndios ===

O membro do [[Nili]], Eitan Belkind, infiltrou-se no exército otomano como um oficial e foi designado para o quartel general de Kamal Pasha. Ele alega ter testemunhado a queima de 5.000 armênios. <ref>''The Banality of Indifference: Zionism and the Armenian Genocide.'' [[Yair Auron]], Transaction Publishers, [[2000]]. ISBN 9780765808813</ref>

O tenente Hasan Maruf, do exército otomano, descreve como os habitantes de uma aldeia foram reunidos e depois queimados.<ref>British Foreign Office 371/2781/264888, Appendices B., p. 6.</ref> O depoimento de 12 páginas de [[Wehib Pasha]], comandante do Terceiro Exército, datado de 5 de dezembro de 1918, foi apresentado nos julgamentos de [[Trebizonda]] (29 de março de 1919) incluiu na acusação,<ref>Takvimi Vekayi, No. 3540, May 5, 1919.</ref> relatando a queima em massa da população inteira de uma aldeia perto [[Muş]].<ref>''Obstacles to Peace'', Volume 523. [[Samuel McClure]], General Books, [[2010]]. ISBN 9781154174991</ref> Em [[Bitlis]], Muş e [[Sason]], "''o método mais rápido para a eliminação das mulheres e crianças que concentravam-se nos vários campos foi o de queimá-las''". E também que "''prisioneiros turcos que aparentemente tinham presenciado algumas dessas cenas ficaram horrorizados e enlouquecidos com a lembrança desta visão. Russos afirmaram que, vários dias depois, o odor da carne humana queimada ainda impregnava o ar''".

=== Afogamentos ===

Oscar S. Heizer, o [[Cônsul (diplomacia)|cônsul]] [[estadunidense]] em [[Trebizonda]], relatou: "''Muitas crianças foram colocados em barcos, levadas e jogados ao mar''". <ref>April 11, 1919 report. U.S. National Archives. R.G. 59. 867. 4016/411.</ref> O cônsul [[italia]]no de Trebizonda, em 1915, Giacomo Gorrini, escreve: "''Vi milhares de mulheres e crianças inocentes colocadas em barcos emborcados no [[Mar Negro]]''".<ref>Toronto Globe, August 26, 1915.</ref> Os julgamentos de Trebizonda relataram que armênios podem ter sido afogado no mar Negro.<ref>Takvimi Vekdyi, No. 3616, August 6, 1919, p. 2.</ref>

Hoffman Filipe, encarregado de negócios estadunidense em Constantinopla, escreve: "''barcos de carga enviados de [[Zar]] descendo o rio ([[Eufrates]]) chegavam a [[Anah]] ([[Iraque]]), a 30 [[milha]]s de distância, com três quintos dos passageiros desaparecidos''".<ref>Cipher telegram, July 12, 1916. U.S. National Archives, R.G. 59.867.48/356.</ref>

=== Uso de agentes químicos e biológicos ===

O [[psiquiatra]] Robert Jay Lifton escreve em um parêntese ao introduzir os crimes de médicos [[nazista]]s: "''talvez os médicos turcos, em sua participação no genocídio contra os armênios, foram os que mais se aproximam disto, como vou sugerir mais tarde''".<ref>''The Nazi Doctors: Medical Killing and the Psychology of Genocide.'' [[Robert Jay Lifton]], Basic Books, [[2000]]. ISBN 9780465049059</ref>

* '''[[Overdose]] de [[morfina]]:'''

Durante os julgamentos na [[corte marcial]] em [[Trebizonda]], a partir das sessões realizadas entre 26 de março e 17 de maio de 1919, o inspetor dos serviços de saúde Dr. Fuad Ziya escreveu em um relatório que o Dr. Saib causou a morte de crianças com injeções de [[morfina]]. A informação teria sido fornecida por dois médicos (Drs. Ragib e Vehib), colegas de Saib no hospital Crescente Vermelho de Trebizonda, onde essas atrocidades alegadamente teriam sido cometidas. <ref>Dadrian, Vahakn N. ''[http://hgs.oxfordjournals.org/cgi/content/abstract/11/1/28 Turkish Military Tribunal's Prosecution of the Authors of the Armenian Genocide: Four Major Court-Martial Series]''. Holocaust and Genocide Studies, 11(1), 1997, pp. 28–59.</ref><ref>''Holocaust And Genocide Studies Volume 11.'' [[Richard D Breitman]], Oxford Univ Press, 1987, págs. 28-59. ISBN 9780195118698</ref>

* '''Gás tóxico:'''

Dr. Ziya Fuad e Dr. Adnan, diretores de serviços da saúde pública de Trebizonda, apresentaram relatos de casos em que dois prédios escolares foram usados para organizar crianças e enviá-los para o [[mezanino]] e matá-las com equipamentos de gás tóxico. <ref>3, p.m., 1 April 1919 Constantinople newspaper Renaissance, 27 April 1919.</ref><ref>Vahakn N. Dadrian, "The Role of Turkish Physicians in the World War I Genocide of Ottoman Armenians". The Holocaust and Genocide Studies 1, no. 2 (1986), pp. 169–92.</ref>

* '''Inoculação de tifo:'''

O [[cirurgião]] Otomano, Dr. Haydar Cemal escreveu: "''na ordem do escritório central de saneamento do Terceiro Exército, em janeiro de 1916, quando a propagação do [[tifo]] era um problema agudo, armênios inocentes previstos para deportação em [[Erzincan (província)|Erzincan]] foram inoculados com sangue de pacientes com [[febre tifóide]] sem que este sangue fosse tornado inativo.'' <ref>Türkce Istanbul, No. 45, 23 December 1918.</ref><ref>Renaissance, 26 December 1918.</ref> Jeremy Hugh Baron escrevu: "''Os médicos foram diretamente envolvidos nos massacres, envenenado bebês e fornecendo [[Atestado de óbito|atestados de óbito]] falsos indicando morte por causas naturais para crianças. Nazim, irmão adotivo do Dr. [[Tevfik Rüştü Aras]], inspetor geral dos serviços de saúde, organizou a disposição de cadáveres armênios com milhares de quilos de [[cal]] durante mais de seis meses;. ele tornou-se secretário de Relações Exteriores de 1925 a 1938''" <ref>, Jeremy Hugh. "Genocidal Doctors". Journal of the Royal Society of Medicine. November 1999, 92, pp. 590–93.</ref>

=== Deportações ===

Em Maio de 1915, [[Mehmed Talat]] pediu ao gabinete e ao [[grão-vizir]] [[Said Halim Pasha]] a implementação de medidas para a remoção (e liquidação) de armênios para outros lugares devido a declarações de [[Mehmed Talat]]: "''motins armênios e massacres, que tinham surgido em inúmeros lugares do país''". No entanto, Talat referia-se especificamente ao evento da [[resistência de Van]] e extendendo a implementação para regiões em que alegados "motins e massacres" afetariam a segurança da zona de guerra da [[campanha do Cáucaso]]. Mais tarde, o âmbito da [[imigração]] foi alargado de modo a incluir os armênios de outras [[vilaiete]]s (províncias).

Em 29 de maio de 1915, o [[Comitê para a União e o Progresso]] aprovou a Lei temporária de deportação (''[[Lei Tehcir]]''), dando ao governo e militares [[otomano]]s autorização para deportar aqueles vistos como uma ameaça à segurança nacional.<ref name="The Burning Tigris: The Armenian Genocide and America's Response" /> A ''Lei Tehcir'' trouxe algumas medidas relativas à propriedade dos deportados, mas em setembro uma nova lei foi proposta. Por meio da "Lei sobre propriedades e bens abandonados por deportados" (também conhecida como a "lei temporária sobre expropriação e confisco"), o governo otomano tomou posse de todos as propriedades e bens armênios "abandonados".

O parlamentar otomano ''Ahmed Riza'' protestou contra essa legislação:

{{cquote|''É ilegal designar os ''[[ativo]]s'' armênios como "bens abandonados". Os proprietários, não abandonaram suas propriedades voluntariamente, eram forçosamente, retirados de seus domicílios e exilados. Agora, o governo através de seus esforços está vendendo seus bens... Se somos um regime constitucional funcionando de acordo com uma lei constitucional, não podemos fazer isso. Isto é atroz. Pegue meu braço, expulse-me de minha aldeia e, em seguida, venda meus bens e propriedades. Tal coisa nunca pode ser permitida. Nem a consciência dos otomanos nem a lei poderá permitir que seja.''<ref>Y. Bayur, Turk Inkilabz, vol. III, part 3, in Dadrian, History of the Armenian Genocide.</ref>}}

Em 13 de Setembro de 1915, o [[parlamento]] otomano aprovou a "Lei temporária de expropriação e confisco", afirmando que todos os bens, incluindo terras, [[gado]] e casas pertencentes aos armênios, seriam confiscados pelas autoridades.<ref name="The History of the Armenian Genocide: Ethnic Conflict from the Balkans to Anatolia to the Caucasus" />
Com a implementação da Lei Tehcir, o confisco de bens e o massacre de armênios que se seguiu após a promulgação da lei indignaram grande parte do [[mundo ocidental]]. Enquanto os aliados do [[Império Otomano]] na guerra ofereceram pouca resistência, uma riqueza de documentos históricos alemães e austríacos, atestam o horror das testemunhas nos assassinatos e [[Carestia|fome em massa]] de armênios.<ref name="The Great War for Civilisation: The Conquest of the Middle East "> Fisk, Robert (2005), The Great War for Civilisation: The Conquest of the Middle East, New York: Alfred A Knopf, ISBN 184115007X. Acessado em 22 de Janeiro de 2013.</ref><ref name="A Peace to End All Peace: The Fall of the Ottoman Empire and the Creation of the Modern Middle East"> Fromkin, David (1989), A Peace to End All Peace: The Fall of the Ottoman Empire and the Creation of the Modern Middle East, New York: Avon Books, ISBN 0805068848. Acessado em 22 de Janeiro de 2013.</ref><ref>[http://www.pbs.org/greatwar/chapters/ch2_voices2.html PBS]The Great War, USA: PBS.</ref>

Nos [[Estados Unidos]], o [[jornal]] [[The New York Times]] relatou quase diariamente sobre o [[assassinato em massa]] do povo armênio, descrevendo o processo como "sistemático", "autorizado" e "organizado pelo governo". Mais tarde, [[Theodore Roosevelt]] caracterizou este como "o maior crime da guerra".<ref>Rosen, Ruth. ''[http://www.sfgate.com/cgi-bin/article.cgi?file=/chronicle/archive/2003/12/15/EDGGA3G8H21.DTL The hidden holocaust].'' San Francisco Chronicle. December 15, 2003.</ref>

O [[historiador]] Hans-Lukas Kieser afirma que, a partir das declarações de Talat Pasha,<ref>Kabacali, Alpay (1994). Talat Paşa'nın hatıraları. İletişim Yayınları.</ref> é claro que os funcionários estavam cientes de que a ordem de deportação foi genocida.<ref>Ermeni Meselesi, academic studies from Zurich (page 12) ''[http://www.hist.net/kieser/pu/ErmeniMeselesi.pdf Link]'' {{tr}} Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref> Outro historiador, [[Taner Akcam]], afirma que [[telegrama]]s mostram que a coordenação geral do genocídio foi tomada por [[Mehmed Talat]].<ref>Akçam, Taner (2004). From empire to republic: Turkish nationalism and the Armenian genocide. Zed Books. p. 174. ISBN 9781842775271.</ref>

[[Imagem:Armeniangenocidemap.gif|600px|centro|thumb|<center>[[Mapa]] representando as deportações.<center>]]

=== Marchas da morte ===

Os armênios foram levados para o cidade síria de [[Deir ez-Zor]] e para o [[deserto]] em redor. Evidências sugerem que o governo otomano não forneceu quaisquer instalações ou suprimentos para sustentar os armênios durante a sua [[deportação]], nem quando eles chegaram.<ref name="Exiled Armenians starve in the desert; Turks drive them like slaves, American committee hears ;- Treatment raises death rate">"[http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F00C17F73C5F13738DDDA10894D0405B868DF1D3 Exiled Armenians starve in the desert; Turks drive them like slaves, American committee hears ;- Treatment raises death rate]". New York Times. August 8, 1916. Archived from the original on 26 October 2007. [http://web.archive.org/web/20071026001641/http://query.nytimes.com/gst/abstract.html?res=9F06E6D6173BE633A2575BC0A96E9C946796D6CF Arquivo] 2007-09-16.</ref> Em agosto de 1915, o [[New York Times]] repetiu um relatório em que "''nas estradas e no [[Eufrates]] estão espalhados os cadáveres dos exilados, e os que sobrevivem estão condenadas a uma morte certa. É um plano para exterminar todo o povo armênio ''".<ref> ''[http://query.nytimes.com/gst/abstract.html?res=9802E6D71E3EE033A2575BC1A96E9C946496D6CF Armenians are sent to perish in desert; Turks accused of plan to exterminate whole population; people of Karahissar massacred]. New York Times. August 18, 1915. Retrieved 2007-09-16.</ref>

Tropas otomanas escoltando os armênios não só permitiram [[roubo]]s, [[estupro]]s e [[assassinato]]s de armênios, como muitas vezes participaram elas próprias destes atos.<ref name="Exiled Armenians starve in the desert; Turks drive them like slaves, American committee hears ;- Treatment raises death rate" /> Privados de seus pertences e marchando para o deserto, centenas de milhares de armênios morreram.

{{cquote|''Naturalmente, a taxa de mortalidade por fome e doença foi muito alta e aumentou com o tratamento brutal das autoridades, cuja relação para com os exilados conduzido-os para o deserto não é ao contrário do que mercadores de ''[[escravo]]s.'' Com poucas exceções, nenhum abrigo de qualquer tipo foi fornecido e as pessoas provenientes de um clima frio são deixados sob o sol escaldante do deserto, sem comida e água. Alívio temporário só pode ser obtido aos poucos capazes de ''[[Suborno|subornar]]'' funcionários.''<ref name="Exiled Armenians starve in the desert; Turks drive them like slaves, American committee hears ;- Treatment raises death rate" />}}

Da mesma forma, o [[major-general]] [[Friedrich Kreß von Kressenstein]] observou que "''A política turca de causar a fome é uma prova muito óbvia... de que a Turquia está decidida a destruir os armênios''".<ref name="The History of the Armenian Genocide: Ethnic Conflict from the Balkans to Anatolia to the Caucasus" />

Engenheiros alemães e trabalhadores envolvidos na construção da [[estrada de ferro]] também testemunharam armênios sendo amontoados em vagões de [[gado]] e enviados ao longo da linha férrea. Franz Gunther, um representante do [[Deutsche Bank]], que financiou a construção da ferrovia de [[Bagdá]], enviou [[fotografia]]s para seus diretores e expressou sua frustração por ter de permanecer em silêncio em meio a "crueldade bestial".<ref name="The Burning Tigris: The Armenian Genocide and America's Response" /> O major-general [[Otto von Lossow]], atuando como [[adido militar]] e [[plenipotenciário]] militar alemão no [[Império Otomano]], falou com intenções otomanos numa conferência realizada em [[Batumi]] em 1918:

{{cquote|''Os turcos iniciaram o extermínio total dos armênios na ''[[Transcaucásia]]''... O objetivo da política turca é, como já se reiterou, a tomada de posse dos bairros armênios e o extermínio dos mesmos. governo Talat de quer destruir todos os armênios, não apenas na ''[[Turquia]]'', mas também fora dela. Na base de todos os relatórios e notícias que vêm a mim aqui em ''[[Tiflis]]'' lá dificilmente pode haver qualquer dúvida de que os turcos estão sistematicamente visando o extermínio das poucas centenas de milhares de armênios que foram deixados vivos até agora.''<ref name="The History of the Armenian Genocide: Ethnic Conflict from the Balkans to Anatolia to the Caucasus" />}}

[[Imagem:Marcharmenians.jpg|400px|thumb|centro|Abril de 1915: armênios escoltados por soldados turcos marchando da cidade de ''Mamüret-Ul Aziz'' (''Kharberd - Kharpert'' para os armênios, atual [[Elazığ]]) para um campo de prisioneiros.]]

=== Campos de extermínio ===

Acredita-se que 25 grandes [[campos de extermínio]] existiram, sob o comando de [[Şükrü Kaya]], um dos maiores colaboradores de [[Mehmed Talat]]. A maioria dos campos situavam-se perto das modernas [[fronteira]]s entre [[Turquia]], [[Síria]] e [[Iraque]]. Alguns foram apenas campos de trânsito temporários. Outros, como Radjo, Katma, e Azaz, podem ter sido usados apenas temporariamente, para valas comuns; estes sítios foram revogados por volta do outono de 1915. Alguns autores também afirmam que os campos de Lale, Tefridje, Dipsi, Del-El, e al-'Ayn Ra foram construídos especificamente para aqueles que tinham uma expectativa de vida de alguns dias.<ref>Kotek, Joël and Pierre Rigoulot. Le Siècle des camps: Détention, concentration, extermination: cent ans de mal radica. JC Lattes, 2000. ISBN 2709618842 {{fr}}</ref>

== Reações ==

=== Reações otomanas ===

Em [[1919]], o [[sultão]] [[Mehmed VI]] ordenou que as [[Corte marcial|cortes marciais]] julgassem membros do [[Comitê de União e Progresso]] por sua responsabilidade em envolver o [[Império Otomano]] na [[Primeira Guerra Mundial]]. A questão armênia foi usado como uma ferramenta para punir os líderes do Comitê. Mais tarde, a maior parte dos documentos gerados nesses tribunais foram usados para estudos internacionais.

Em janeiro de 1919, um relatório ao sultão Mehmed VI acusou mais de 130 suspeitos, a maioria dos quais eram altos funcionários. O [[tribunal militar]] descobriu que o desejo do Comitê de União e Progresso era eliminar os armênios fisicamente, através da chamada [[organização especial (Império Otomano)|organização especial]]. O pronunciamento 1919:

{{cquote|''Levando em consideração os crimes acima mencionados, o tribunal marcial declara, por unanimidade, a culpabilidade, como principais autores destes crimes os fugitivos: ''[[Mehmed Talat]],'' ex-[[grão-vizir]], ''[[Enver Efendi]],'' ex-ministro da Guerra, desertores do Exército Imperial, ''[[Cemal Efendi]],'' o ex-ministro da Marinha, também ''[[desertor]]'' do Exército Imperial, e Dr. Nazim Efendi, ex-ministro da Educação, membros do Conselho Geral do Comitê de União e Progresso... a Corte Marcial pronuncia, em acordo com as referidas prescrições da Lei a ''[[pena de morte]]'' contra Talat, Enver, Cemal, e Dr. Nazim.''}}

O termo [[Três Paxás]] refere-se ao [[triunvirato]] que fugiu do Império Otomano no final da Primeira Guerra Mundial ([[Mehmed Talat]], [[İsmail Enver]] e [[Ahmed Djemal]]). Nos Julgamentos de Constantinopla, em 1919, eles foram condenados à revelia, recebendo sentenças de morte. A [[Corte Marcial da Turquia de 1919-1920]] desmantelou oficialmente o Comitê de União e Progresso, confiscou seus bens, e os bens das pessoas consideradas culpadas. Pelo menos dois dos três foram posteriormente assassinados por armênios durante a punitiva [[Operação Nêmesis]].

De acordo com o ex-governador da [[Alepo (distrito)|província de Alepo]] [[Mehmet Celal Bey]], o então governador de [[Konya (província)|Konya]], explicou-lhe a situação e disse:

{{cquote|''Sangue fluindo em vez de água no rio, e milhares de inocentes, crianças, idosos, mulheres indefesas e jovens fortes estavam caminhando para a morte neste fluxo de sangue.''<ref>"Halep Valisi Celal'in Anılar", Vakit, 12 de Dezembro de 1918, (em [[turco]]): ''Nehirde su yerine kan akıyor ve binlerce masum çocuk, kabahatsız ihtiyar, aciz kadınlar, kuvvetli gençler bu kan cereyanı içinde ademe doğru akıp gidiyorlardı.''</ref>}}

[[Halil Kut]], tio de [[İsmail Enver]] escreveu em em suas memórias:

{{cquote|''A nação armênia, da qual eu tinha tentado aniquilar o último membro, porque ela tentou apagar o meu país da história enquanto prisioneiros do inimigo nos dias mais terríveis e dolorosos da minha pátria, a nação armênia, que eu procuro restaurar sua paz e luxo, porque hoje ela refugia-se sob a força da nação turca. Se você permanecer fiel à pátria turca, eu vou fazer-lhe todo o bem que eu puder. Se estiver ligado aos absurdos ''[[Komitadjis]] (rebeldes anti-otomanos)'' novamente, e tentar trair a o povo e a pátria turcas, vou pedir a minhas forças que cerquem todo o seu país e eu não vou deixar nem mesmo um único armênio respirando por toda a terra. Tenha isto em mente.''<ref>Halil Paşa (transcrito por Taylan Sorgun), İttihat ve Terakki'den Cumhuriyet'e Bitmeyen Savaş, Kamer, İstanbul, 1997, págs. 240–41, (texto em turco): ''Vatanımın en korkunç ve acı günlerinde vatanımı düşmana esir olarak tarihten silmeye kalktıkları için son ferdine kadar yok etmeye çalıştığım Er­meni Milleti, bugün Türk milletinin âlicenaplığına sığındığı için huzura ve rahata kavuşturmak istediğim Ermeni milleti. Eğer siz Türk vatanına sâdık kalırsanız elimden gelen her iyi şeyi yapacağım. Eğer yine bir takım şuursuz komitacılara takılarak Türk'e ve Türk vatanına ihanete kalkarsanız bütün memleketinizi saran ordularıma emir vererek dünya üstünde nefes alacak tek Ermeni bırak­mayacağım, aklınızı başınıza alın.''</ref>}}

Em 1919, [[Ahmet Refik]] escreveu: "''os unionistas ([[Comitê de União e Progresso]]) queriam remover o problema das [[seis vilaietes]] (províncias armênias){{nota de rodapé|Os assim conhecidos "[[seis vilaietes]]" concentravam uma grande população armênia. Eram: [[Vilaiete de Van]], [[Vilaiete de Erzurum]], [[Vilaiete de Mamuret-ul-Aziz]], [[Vilaiete de Bitlis]], [[Vilaiete de Diyarbakır]], [[Vilaiete de Sivas]].}} com a aniquilação armênia''", em sua obra intitulada Iki Iki Komite Kıtal.<ref>Ahmet Refik (transcripion: Hamide Koyukan), Kafkas Yolunda İki Komite İki Kıtal, Kebikeç Yayınları, Ankara, 1994, ISBN 975-7981-00-1, p. 27.</ref>

Em uma sessão secreta da Assembléia Nacional, realizada em 17 de outubro de 1920, [[Hasan Fehmi Bey]], [[deputado]] de [[Bursa]], no momento, disse:

{{cquote|''Como você sabe, a questão da deportação foi um evento que fez o mundo protestar e fez todos nós sermos considerados assassinos. Nós sabíamos, antes de termos feito isso, que o mundo ''[[cristão]]'' não toleraria isso e que iria dirigir sua fúria contra nós. Por que imputar o título de assassina a nossa raça? Por que entramos em luta decisiva e tão difícil? Isso foi feito apenas para garantir o futuro de nosso país que nós conhecemos como mais precioso e sagrado do que nossas vidas.''<ref>Türkiye Büyük Millet Meclisi Gizli Celse Zabıtları, Vol. I, Türkiye İş Bankası Kültür Yayınları, Ankara, 1985, p. 177, texto em turco: ''Tehcir meselesi, biliyorsunuz ki dünyayı velveleye veren ve hepimizi katil telâkki ettiren bir vaka idi. Bu yapılmazdan evvel âlem-i nasraniyetin bunu hazmetmeyeceği ve bunun için bütün gayz ve kinini bize tevcih edeceklerini biliyorduk. Neden katillik ünvanını nefsimize izafe ettik? Neden o kadar azim, müşkül bir dava içine girdik? Sırf canımızdan daha aziz ve daha mukaddes bildiğimiz vatanımızın istikbalini taht-ı emniyete almak için yapılmış şeylerdir.''</ref>}}

=== Pérsia ===

Devido ao fraco governo central e incapacidade de [[Teerã]] para proteger seu território, nenhuma resistência foi oferecida por seus [[soldado]]s, em sua maioria [[islâmico]]s. Após a retirada dos russos do extremo noroeste da [[Pérsia]], tropas turcas invadiram a cidade de [[Salmas]], torturam e massacraram os habitantes armênios [[cristãos]] da forma mais cruel possível.<ref> ''[http://www.cilicia.com/armo10c-mr191507a.html The Jihad Rampant in Persia]'' - Rev. Robert M. Labree informando de [[Tabriz]], Julho de 1915. {{en}} Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref>

=== Tríplice Aliança ===

Integrantes da [[Tríplice Aliança (1882)|Tríplice Aliança]] também testemunharam o [[genocídio]]. A missão diplomática alemã no início de 1915 foi liderada [[Hans Freiherr von Wangenheim]] (após a sua morte em 1915, sucedido por [[Paul Wolff Metternich]]). Como [[Henry Morgenthau (pai)|Henry Morgenthau]], von Wangenheim começou a receber muitas mensagens perturbadoras de funcionários consulares de todo o Império Otomano que detalhavam o massacre de armênios. Da [[Adana (província)|província de Adana]], o [[Cônsul (diplomacia)|cônsul]] Eugene Buge informou que o chefe [[Comitê de União e Progresso]] havia jurado matar qualquer armênio que sobrevivesse as marchas de deportação.<ref name="The Burning Tigris: The Armenian Genocide and America's Response" /> Em junho de 1915, von Wangenheim enviou um telegrama a [[Berlim]] informando que Talat tinha admitido que as deportações não "''eram realizadas apenas por considerações militares''". Um mês depois, ele chegou à conclusão de que há "''já não havia dúvida de que a [[Sublime Porta]] (governo Otomano) estava tentando exterminar a raça armênia no Império Turco''".<ref name="The Great War for Civilisation: The Conquest of the Middle East" />

Quando Wolff-Metternich sucedeu von Wangenheim, continuou enviando mensagens semelhantes: "''O Comitê exige a extirpação dos últimos remanescentes dos armênios e o governo deve ceder... Um representante Comitê é designado para cada uma das administrações provinciais ... ''[[turquificação]]'' significa licença para expulsar, matar ou destruir tudo o que não é turco''".<ref name="The Burning Tigris: The Armenian Genocide and America's Response" />

[[Max Erwin von Scheubner-Richter]], documentou vários massacres de armênios. Ele enviou 15 relatórios sobre "''deportações e assassinatos em massa''" para a chancelaria alemã. Seu relatório final observou que menos de 100.000 armênios foram deixados vivos no Império Otomano: o resto tendo sido exterminados ([[língua alemã|alemão]]]]: ''ausgerottet'').<ref name="The Great War for Civilisation: The Conquest of the Middle East" /> Scheubner-Richter também detalhou os métodos do governo otomano, observando seu uso da Organização Especial e outros instrumentos burocratizados de genocídio.

Os alemães também testemunharam a forma como armênios foram queimados. Segundo o [[historiador]] [[israelense]], [[Bat Ye'or]]:

{{cquote|''Os alemães, aliados dos turcos na Primeira Guerra Mundial... viram como as populações civis foram fechadas em igrejas e queimadas, ou reunidas em massa em campos, torturadas até a morte, e reduzidas a cinzas.''<ref>B. Ye'or, The Dhimmi. The Jews and Christians under Islam, Trans. from the French by D. Maisel P. Fenton and D. Liftman, Cranbury, New Jersey: Frairleigh Dickinson University, 1985. p. 95.</ref>}}

Oficiais alemães estacionados no leste da Turquia contestaram a afirmação do governo de que os armênios iniciaram revoltas, sugerindo que as áreas foram "''tranquilas até o início das deportações''".<ref name="A Peace to End All Peace: The Fall of the Ottoman Empire and the Creation of the Modern Middle East" />

Outros apoiaram abertamente a política otomana contra os armênios. Como [[Hans Humann]], o adido naval alemão em Constantinopla disse ao [[embaixador]] dos [[EUA]], [[Henry Morgenthau (pai)|Henry Morgenthau]]:

{{cquote|''Eu vivi na Turquia a maior parte da minha vida... conheço os armênios. Eu também sei que tanto armênios e turcos não podem viver juntos neste país. Uma dessas raças tem que ir. E eu não culpo os turcos pelo o estão fazendo com os armênios. Eu acho que eles estão inteiramente justificadas. A nação mais fraca deve sucumbir. Os armênios que desejam desmembrar a Turquia, que são contra os turcos e alemães nesta guerra, não tem o direito de existir aqui.''<ref name="net.lib.byu.edu" />}}

Em uma conferência de genocídio realizado em [[2001]], o professor [[Wolfgang Wippermann]] da [[Universidade Livre de Berlim]] apresentou documentos que comprovam que o alto comando alemão estava ciente dos assassinatos em massa na época, mas preferiu não interferir ou falar.<ref name="The Great War for Civilisation: The Conquest of the Middle East" /> Fotografias sugerem que alemães participaram do assassinato em massa<ref>[[The Independent]], [http://www.independent.co.uk/news/world/europe/photograph-links-germans-to-1915-armenia-genocide-8219537.html ''(Link)'']. Photograph links Germans to 1915 Armenia genocide. Newly discovered picture shows Kaiser's officers at scene of Turkish atrocity. 22 October 2012. {{en}} Acessado em 27 de Janeiro de 2013.</ref> e algumas das testemunhas alemãs do holocausto armênio desempenhariam papel no [[regime nazista]]. [[Konstantin von Neurath]], por exemplo, foi designado ao IV Exército turco em 1915, com instruções para monitorar "operações" contra os armênios, que mais tarde tornou-se ministro das Relações Exteriores de Hitler e "Protetor da [[Boêmia]] e [[Morávia]]" durante o regime de terror de [[Reinhard Heydrich]] na [[Tchecoslováquia]].

=== Tríplice Entente ===

Em [[24 de maio]] de [[1915]], a [[Tríplice Entente]] advertiu o [[Império Otomano]] que:

{{cquote|''Tendo em conta estes novos crimes da ''[[Turquia]]'' contra a ''[[humanidade]]'' e a ''[[civilização]],'' os governos aliados anunciam publicamente a ''[[Sublime Porta]]'' que irá responsabilizar pessoalmente por esses crimes todos os membros da governo otomano, bem como seus agentes implicados em tais massacres.''<ref>[http://www.armenian-genocide.org/Affirmation.160/current_category.7/affirmation_detail.html Armenian Genocide.org] - France, Great Britain and Russia joint declaration.{{en}} Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref>}}

A cidade de [[Alepo]] caiu nas mãos dos [[Reino Unido|britânicos]] e foram encontrados muitos documentos que confirmavam que o extermínio dos armênios teria sido organizado pelos turcos. Um destes documentos é um [[telegrama]] circular dirigido a todos os governadores:

{{quote2|''À Prefeitura de Alepo: Já foi comunicado que o governo decidiu exterminar totalmente os armênios habitantes da Turquia. Os que se opuserem a esta ordem não poderão pertencer então à administração. Sem considerações pelas mulheres, as crianças e os enfermos, por mais trágicos que possam ser os meios de extermínio, sem executar os sentimentos da consequência, é necessário por fim à sua existência. [[13 de setembro]] de [[1915]].''| O ministro do Interior, [[Mehmed Talat]].}}

=== Ajuda humanitária ===

{{Mais informações|Troca de populações entre a Grécia e a Turquia}}

[[imagem:They Shall Not Perish.png|thumb|250px|direita|Cartaz do Comitê de Socorro para o Oriente Médio. A contribuição dos [[Estados Unidos]] aos armênios, durante o genocídio, foi significativa]]

A [[Fundação Oriente Médio]] foi criada em [[1915]], logo após as deportações, cujo principal objetivo era o de aliviar o sofrimento do povo armênio. [[Henry Morgenthau (pai)|Henry Morgenthau]] foi essencial para reunir apoio para a organização. Entre 1915 e 1930, a [[ajuda humanitária]] foi distribuída através de amplas áreas geográficas.

Eventualmente, a fundação, ultrapassou mais de 10 vezes a estimativa de ajuda inicial, e auxiliou aproximadamente 2 milhões de refugiados.<ref>''America and the Armenian Genocide of 1915'' de [[Suzanne E. Moranian]]. [[Jay Winter]] & Cambridge University Press, 2008. ISBN 9780521071239</ref> Em seu primeiro ano, a fundação cuidou de 132.000 [[criança]]s [[órfã]]s armênias de [[Tiflis]], [[Yerevan]], [[Constantinopla]], [[Sivas]], [[Beirute]], [[Damasco]] e [[Jerusalém]]. A organização de ajuda para os refugiados no [[Oriente Médio]] angariou mais de 102 milhões de [[Dólar americano|dólares]] em doações para armênios durante e depois da guerra.<ref>''Power, Faith, and Fantasy: America in the Middle East: 1776 to the Present.'' [[Michael Oren]], W. W. Norton, 2008. ISBN 0393330303</ref><ref>Goldberg, Andrew. The Armenian Genocide. Two Cats Productions, 2006.</ref>

Em 1905, a [[enfermeira]] e [[missionária]] [[norueguesa]] [[Bodil Biørn]] foi enviada para a Armênia. Primeiro com sede na cidade de Mezereh (atual [[Elazığ]]) e mais tarde em [[Muş]], ela trabalhou para auxiliar as [[viúva]]s e crianças órfãs, em cooperação com missionários alemães. Ela testemunhou os massacres de 1915 em Muş e viu a maioria das crianças sob seus cuidados assassinadas juntamente com [[sacerdote]]s armênios, [[professor]]es e assistentes.

Ela escapou por pouco depois de 9 dias a [[cavalo]], mas permaneceu na região por mais 2 anos, sob condições de trabalho cada vez mais difíceis. Depois de um período em casa, retornou para a Armênia até aposentar-se em 1935. Trabalhou para refugiados armênios na [[Síria]] e no [[Líbano]]. Bodil Biørn foi também fotógrafa e suas fotografias estão preservadas no Arquivo Nacional da Noruega. Seus álbuns fotográficos com comentários escritos, são um testemunho forte das atrocidades que viu.<ref>[http://www.arkivverket.no/webfelles/armenia/english.html Arkivverket] - Women Missionary Workers. Documenting genocide. Acessado em 27 de Janeiro de 2013.</ref>

=== Julgamentos internacionais ===

Após o [[armistício de Mudros]], a conferência de paz preliminar em [[Paris]] estabeleceu a " ''Comissão de responsabilidades e sanções''", (janeiro de 1919) que foi presidida pelo [[secretário de Estado dos Estados Unidos]]. Baseado no trabalho da comissão, vários [[artigo]]s foram adicionados ao [[Tratado de Sèvres]], e que o governo interino do Império Otomano, o [[sultão]] [[Mehmed VI]] e [[Damat Ferid Paşa]], fossem convocados ao julgamento. O Tratado de Sèvres (agosto de 1920) planejou um julgamento para determinar os responsáveis pelos "''métodos bárbaros e ilegítimos de guerra...''(incluindo)'' crimes contra as leis e costumes da guerra e os princípios da humanidade''".<ref>''The Holocaust in Comparative and Historical Perspective.'' [[Rudolph Joseph Rummel]], The Journal of Social Issues. Volume 3, no. 2. April 1, 1998. {{en}} Acessado em 27 de Janeiro de 2013.</ref> O artigo 230 do Tratado de Sèvres requeria que o Império Otomano "''entregasse para as [[Aliados da Primeira Guerra Mundial|Forças Aliadas]] as pessoas cuja entrega pode ser exigido por este último como responsável pelos massacres cometidos durante a vigência do estado de guerra em território que formava parte do Império Otomano em 1 de Agosto de 1914''".

Vários políticos, generais, e intelectuais otomanos foram transferidos para [[Malta]], onde foram mantidos por cerca de três anos, enquanto pesquisas eram feitas nos arquivos de [[Constantinopla]], [[Londres]], [[Paris]] e [[Washington]] para investigar suas ações. No entanto, as tentativas do [[tribunal de Malta]] para cumprir as exigências do Tratado de Sèvres nunca concretzaram-se e os detidos foram finalmente devolvidos em troca de cidadãos britânicos detidos pela [[Turquia]] [[Kemalismo|kemalista]].

==== Julgamento de Soghomon Tehlirian ====

Em [[15 de Março]] de [[1921]], [[Mehmed Talat]] foi assassinado em [[Charlottenburg]] ([[Berlim]], [[Alemanha]]), em plena luz do dia e na presença de muitas testemunhas. A morte de Talat era parte da [[Operação Nêmesis]], [[codinome]] da [[Federação Revolucionária Armênia]] para a operação secreta na [[década de 1920]] para matar os mentores do genocídio armênio.

A julgamento do assassino, [[Soghomon Tehlirian]], teve uma influência importante sobre [[Raphael Lemkin]], um [[advogado]] de descendência judaica-polonesa que fez campanha na [[Liga das Nações]] para proibir o que ele chamou de "barbárie" e "vandalismo". O termo "[[genocídio]]", criado em [[1943]], foi cunhado por Lemkin, que foi diretamente influenciado pelos massacres de armênios durante a [[Primeira Guerra Mundial]].<ref>''The great game of genocide: imperialism, nationalism, and the destruction of the Ottoman Armenians.'' Donald Bloxham, Oxford University Press, 2005. ISBN 9780199273560</ref>{{clr}}


== Testemunhos ==
== Testemunhos ==
[[Imagem:Rafael de Nogales Mendez.png|thumb|180px|[[Rafael de Nogales Méndez]] (1879-1936), um oficial [[Venezuela|venezuelano]] que serviu no exército otomano, escreveu um relato detalhado dos massacres em seu livro ''Cuatro años bajo la media luna'']]


{{quote2|''Em geral, as caravanas de armênios deportados não chegavam muito longe. À medida que avançavam, seu número diminuía com consequência da ação dos fuzis, dos sabres, da fome e do esgotamento... Os mais repulsivos instintos animais eram despertados nos soldados por essas desgraçadas criaturas. Torturavam e matavam. Se alguns chegavam a [[Mesopotâmia]], eram abandonados sem defesa, sem víveres, em lugares pantanosos do deserto: o calor, a umidade e as enfermidades acabavam, sem dúvida, com a vida deles.''|René Pineau}}
{{quote2|''Em geral, as caravanas de armênios deportados não chegavam muito longe. À medida que avançavam, seu número diminuía com consequência da ação dos fuzis, dos sabres, da fome e do esgotamento... Os mais repulsivos instintos animais eram despertados nos soldados por essas desgraçadas criaturas. Torturavam e matavam. Se alguns chegavam a [[Mesopotâmia]], eram abandonados sem defesa, sem víveres, em lugares pantanosos do deserto: o calor, a umidade e as enfermidades acabavam, sem dúvida, com a vida deles.''|René Pineau}}
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{{quote2|''Não há no mundo um idioma tão rico, tão colorido, que possa descrever os horrores armênios, para expressar os padecimentos físicos e morais de tão inocentes mártires. Os sobreviventes dos terríveis massacres, todos testemunhas da morte seus entes queridos, foram concentrados em determinados lugares e submetidos a torturas indescritíveis e a humilhações que os faziam preferir a morte.''|Jacques de Morgan}}
{{quote2|''Não há no mundo um idioma tão rico, tão colorido, que possa descrever os horrores armênios, para expressar os padecimentos físicos e morais de tão inocentes mártires. Os sobreviventes dos terríveis massacres, todos testemunhas da morte seus entes queridos, foram concentrados em determinados lugares e submetidos a torturas indescritíveis e a humilhações que os faziam preferir a morte.''|Jacques de Morgan}}

A [[diplomata]] [[Gertrude Bell]], apresentou o seguinte relatório após ouvir o relato de um soldado otomano capturado:

{{cquote|''O batalhão deixou ''[[Alepo]]'' em 3 de Fevereiro e chegou a Ras al-Ain em 12 horas... aproximadamente 12.000 armênios foram concentrados sob a tutela de algumas centenas de ''[[curdos]]''... Estes curdos eram chamados de "policiais" mas eram, na realidade, meros carniceiros; bandos deles foram publicamente ordenados a tomar grupos de armênios, de ambos os sexos, para destinos diversos, mas tinham instruções secretas para matar os homens, crianças e mulheres... Um desses "policiais" confessou ter matado sozinho 100 homens armênios... as cisternas vazias do deserto e cavernas também foram preenchidas com cadáveres...''<ref name="The Great War for Civilisation: The Conquest of the Middle East" />}}


O povo armênio não desapareceu quando estava nos desertos da Mesopotâmia: as mães armênias ensinavam a ler aos seus filhos desenhando as letras do [[alfabeto armênio]] na areia.
O povo armênio não desapareceu quando estava nos desertos da Mesopotâmia: as mães armênias ensinavam a ler aos seus filhos desenhando as letras do [[alfabeto armênio]] na areia.


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|[[Imagem:Caucasusmassacres.JPG|thumb|250px|Massacre em cidades do [[Cáucaso]], noticiado pelo [[jornal]] ''[[New York Times]]'' em [[23 de fevereiro]] de 1915.]]
|[[Imagem:Van Defenders.jpg|thumb|[[Movimento de resistência|Resistência]] armênia na cidade de [[Van (Turquia)|Van]]. A [[Resistência de Van]] foi um dos raros casos em que os armênios conseguiram defender-se das forças turcas.]]
|[[Imagem:Near east relief the armenian refugees in Bitlis-1916 lace.png|thumb|230px|Refugiados armênios em [[Bitlis]] ([[1916]]), durante o período da [[Administração da Armênia Ocidental]].]]
|[[Imagem:Caucasusmassacres.JPG|thumb|Massacre em cidades do [[Cáucaso]], noticiado pelo [[jornal]] ''[[New York Times]]'' em [[23 de fevereiro]] de 1915.]]
|[[Imagem:Rafael de Nogales Mendez.png|thumb|180px|[[Rafael de Nogales Méndez]] (1879-1936), oficial [[venezuela]]no que serviu no exército otomano, escreveu um relato detalhado dos massacres em seu livro ''Cuatro años bajo la media luna'']]
|[[Imagem:Near east relief the armenian refugees in Bitlis-1916 lace.png|thumb|Refugiados armênios em [[Bitlis]] ([[1916]]), durante o período da [[Administração da Armênia Ocidental]].]]
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== Consequências ==
== Consequências ==

Acredita-se que cerca de 1,5 milhão de armênios foram [[morte|mortos]] durante o que ficou conhecido como Genocídio Armênio.<ref name="Abril" /> Dentre eles, vários morreram [[assassinato|assassinados]] por [[tropa]]s turcas, em [[campos de concentração]], queimados, [[enforcamento|enforcados]] e até mesmo jogados amarrados ao [[Rio Eufrates]], mas a maior parte dos armênios morreu por [[inanição]], ou seja, falta de [[água]] e [[alimento]].<ref>{{citar web|url=http://www.estacaoarmenia.com.br/genocidio/crbst_1.html|título=O genocídio|autor=|data=|publicado=Estação Armênia|acessodata=23 de maio de 2011}}</ref>
=== Perdas culturais ===

A destruição premeditada de objetos do [[patrimônio cultural]], religioso, [[Patrimônio histórico|histórico]] e comunitário armênio foi mais um objetivo genocídio em si e da campanha de negação pós-genocídio. [[Igreja]]s armênias e [[mosteiro]]s foram destruídos ou transformados em [[mesquita]]s, [[cemitério]]s armênios foram destruídos, e, em várias cidades (como [[Van (Turquia)|Van]]), [[bairro]]s armênios foram demolidos.<ref>''The Destruction of Memory: Architecture at War.'' [[Robert Bevan]], Reaktion Books, [[2007]], págs. 52–60. ISBN 9781861893192</ref>

Além das mortes, os armênios perderam suas propriedade e bens, sem compensação.<ref name="A Century of Genocide: Critical Essays and Eyewitness Accounts">Totten, Samuel; Parsons, William S. (2009). A Century of Genocide: Critical Essays and Eyewitness Accounts. New York: Routledge. p. 58. ISBN 0203890434. Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref> [[empresa]]s e [[fazenda]]s foram perdidas, e todas as [[escola]]s, [[igreja]]s, [[hospitais]], [[orfanato]]s, [[convento]]s, e cemitérios tornaram-se propriedade do Estado turco.<ref name="A Century of Genocide: Critical Essays and Eyewitness Accounts" /> Em Janeiro de [[1916]], o Ministro Otomano do Comércio e Agricultura emitiu um [[decreto]] ordenando a todas as instituições financeiras que operavam dentro das fronteiras do império para entregar os [[ativo]]s armênios ao governo.<ref name="Armenian Genocide Descendants File Class Action against Deutsche Bank and Dresdner Bank Announces Kabateck Brown Kellner LLP">"[http://findarticles.com/p/articles/mi_m0EIN/is_2006_Jan_13/ai_n26726211/ Armenian Genocide Descendants File Class Action against Deutsche Bank and Dresdner Bank Announces Kabateck Brown Kellner LLP]". Business Wire. May 6, 2010. {{en}} Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref> Há registros de que, tanto quanto [[£]] 6.000.000 de [[ouro]] turco foi apreendidos junto com bens imóveis, [[dinheiro]], [[Depósito bancário|depósitos bancários]] e [[jóia]]s.<ref name="Armenian Genocide Descendants File Class Action against Deutsche Bank and Dresdner Bank Announces Kabateck Brown Kellner LLP" /> Os ativos foram então canalizados para os bancos europeus, incluindo [[Deutsche Bank]] e [[Dresdner Bank]]. <ref name="Armenian Genocide Descendants File Class Action against Deutsche Bank and Dresdner Bank Announces Kabateck Brown Kellner LLP" />

Após o fim da [[Primeira Guerra Mundial]], os sobreviventes do genocídio tentaram retornar e recuperar seus antigos lares e bens, mas foram expulsos pelo governo de [[Ancara]].<ref name="A Century of Genocide: Critical Essays and Eyewitness Accounts" />
Em [[1914]], o [[patriarca Armênio de Constantinopla]] apresentou uma lista dos locais sagrados armênios sob sua supervisão. A lista continha 2.549 lugares religiosos, dos quais 200 eram mosteiros, enquanto 1.600 foram igrejas. Em [[1974]], a [[UNESCO]] declarou que, após 1923, de 913 monumentos históricos deixados armênios na Turquia oriental, 464 desapareceram completamente, 252 estão em ruínas, e 197 estão em necessidade de [[Restauração (preservação)|restauração]] . <ref>[http://www.genocide-museum.am/eng/cultural_genocide.php Cultural Genocide in The Armenian Genocide Museum-Institute]. {{en}} Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref><ref>[http://www.press.uchicago.edu/Misc/Chicago/1861892055.html Bevan, Robert, The Destruction of Memory: Architecture at War, Chicago, 2006.] {{en}} Acessado em 25 de Janeiro de 2013.</ref>

=== Perdas humanas ===

Acredita-se que cerca de 1,5 milhão de armênios foram [[morte|mortos]] durante o genocídio.<ref name="Abril">{{citar web|url=http://historia.abril.com.br/guerra/genocidio-armenio-434250.shtml|título=Genocídio armênio|autor=Yuri Vasconcelos|data=|publicado=História Abril|acessodata=21 de maio de 2011}}</ref> Dentre eles, vários morreram [[assassinato|assassinados]] por [[tropa]]s turcas, em [[campos de concentração]], queimados, [[enforcamento|enforcados]] e até mesmo jogados amarrados ao [[Rio Eufrates]], mas a maior parte dos armênios morreu por [[inanição]], ou seja, falta de [[água]] e [[alimento]].<ref>{{citar web|url=http://www.estacaoarmenia.com.br/genocidio/crbst_1.html|título=O genocídio|autor=|data=|publicado=Estação Armênia|acessodata=23 de maio de 2011}}</ref>


Os sobreviventes do genocídio saíram do [[Império Otomano]] e instalaram-se em diversos países. Esse fato é chamado de [[diáspora armênia]]. É estimado que a diáspora armênia contou com mais de oito milhões de armênios.<ref>{{citar web|url=http://www.rnw.nl/portugues/article/di%C3%A1spora-arm%C3%AAnia-lamenta-o-tratado-com-turquia|título=Diáspora armênia lamenta o tratado com a Turquia|autor=|data=14 de outubro de 2009|publicado=Radio Netherlands Worldwide|acessodata=23 de maio de 2011}}</ref> O número de armênios no [[Brasil]], conforme estimativas, chega a 25 mil, sendo em sua maioria em [[São Paulo]].<ref>{{citar web|url=http://www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XX%20Encontro/PDF/Autores%20e%20Artigos/Heitor%20de%20Andrade%20Carvalho%20Loureiro.pdf|título=Os Armênios em São Paulo (1930-1964)|autor=Heitor de Andrade Carvalho Loureiro|data=|publicado=|acessodata=23 de maio de 2011}}</ref>
Os sobreviventes do genocídio saíram do [[Império Otomano]] e instalaram-se em diversos países. Esse fato é chamado de [[diáspora armênia]]. É estimado que a diáspora armênia contou com mais de oito milhões de armênios.<ref>{{citar web|url=http://www.rnw.nl/portugues/article/di%C3%A1spora-arm%C3%AAnia-lamenta-o-tratado-com-turquia|título=Diáspora armênia lamenta o tratado com a Turquia|autor=|data=14 de outubro de 2009|publicado=Radio Netherlands Worldwide|acessodata=23 de maio de 2011}}</ref> O número de armênios no [[Brasil]], conforme estimativas, chega a 25 mil, sendo em sua maioria em [[São Paulo]].<ref>{{citar web|url=http://www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XX%20Encontro/PDF/Autores%20e%20Artigos/Heitor%20de%20Andrade%20Carvalho%20Loureiro.pdf|título=Os Armênios em São Paulo (1930-1964)|autor=Heitor de Andrade Carvalho Loureiro|data=|publicado=|acessodata=23 de maio de 2011}}</ref>


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|[[Imagem:Marcharmenians.jpg|380px|thumb|Armênios em marcha escoltados por soldados turcos.]]
|[[Imagem:Dead Armenian girl in Aleppo desert.jpg|thumb|Jovem armênia morta no [[deserto]] de [[Alepo]].]]
|[[Imagem:Dead Armenian girl in Aleppo desert.jpg|thumb|Jovem armênia morta no [[deserto]] de [[Alepo]].]]
|[[Imagem:Morgen53.jpg|thumb|Ossadas de vítimas em [[Erzingan]] na Turquia.]]
|[[Imagem:Morgen53.jpg|thumb|Ossadas de vítimas em [[Erzingan]] na Turquia.]]
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== Negação e revisionismo ==

A [[Turquia]] atualmente não reconhece o genocídio armênio. Ela diz que os [[armênio]]s passaram por uma terrível mortalidade e que na verdade agiu para defender a soberania nacional. A Turquia também alega que o número de mortes é exagerado. Ela diz que estudos demográficos dizem que antes da [[Primeira Guerra Mundial]], viviam menos de 1,5 milhão de armênios em todo o Império Otomano. Conforme os [[historiador]]es, mais de 1,5 milhão de armênios foram mortos na [[Armênia Oriental]]. Por isso a Turquia acredita ser exagerado o número de armênios mortos.<ref name="Abril" />

[[Ficheiro:Proportions des populations en Asie Mineure statistique officielle d1914.png|thumb|460px|centro|População armênia no [[Império Otomano]] em 1914: 1.219.323 pessoas (estatística otomana).]]

<!----De acordo com Kemal Çiçek, o chefe do Grupo de Pesquisa Armênio na sociedade turca histórico , na Turquia não há tese oficial sobre a questão armênia.[150] A postura formal da República da Turquia é que as mortes de armênios durante a "''realocação ou expulsão não pode apropriadamente ser considerada como genocídio''", uma posição que foi apoiada com uma infinidade de justificativas divergentes: a de que as mortes não foram propositais e nem orquestradas pelo governo, que as mortes foram justificadas, porque simpatia dos armênios pelos russos ameaça [151] como um grupo cultural, que os armênios apenas fome, ou qualquer um dos vários caracterizações lembrando saqueadores "gangues armênios". [152] [153] [154] Algumas sugestões procuram invalidar o genocídio por razões semânticas ou anacrônico (o "palavra genocídio "não foi inventado até 1943). Turcos Guerra Mundial figuras I vítimas são frequentemente citados para mitigar o efeito do número de mortos armênio. [155]
Segundo o embaixador aposentado da Turquia para a Alemanha e Espanha; Volkan Vural, o Estado turco deveria pedir desculpas para o que aconteceu com os armênios durante as deportações de 1915 e que aconteceu com os gregos durante Istambul Pogrom [156] [157] Ele também afirma que , "Eu acho que, a questão armênia pode ser resolvido por políticos e não por historiadores. Eu não acredito que os fatos históricos sobre esta questão não é revelado. Os fatos históricos já são conhecidos. O ponto mais importante aqui é que a forma como este fatos serão interpretados e vai afetar o futuro ". [156]
Turcos fontes governamentais afirmaram que o historicamente demonstrado "tolerância do povo turco" [158] em si torna o genocídio armênio uma impossibilidade. Um documento militar aproveita a história do século 11 para lançar dúvidas sobre o genocídio armênio: "Foi a turcos seljúcida que salvou os armênios que veio sob a dominação turca, em 1071 a partir da Bizantino perseguição e concedeu-lhes o direito de viver como um homem deveria ". [158] A Der Spiegel artigo abordou essa concepção moderna da história turca assim:
"Será que você admitir que os crimes de seus avós, se esses crimes não aconteceu realmente?" perguntou Öymen embaixador. Mas o problema reside precisamente nesta questão, diz Hrant Dink , editor e editor-chefe das Istambul baseados armênios semanais Agos . Elite burocrática da Turquia nunca realmente derramou-se da tradição otomana - nos agressores, eles vêem seus pais, cuja honra que procuram defender. Esta tradição instila um senso de identidade no nacionalistas turcos - tanto da esquerda quanto da direita, e ele é passado de geração em geração através do sistema escolar. Esta tradição também requer um antipolo contra a qual poderia se definir. Desde os tempos do Império Otomano, as minorias religiosas foram empurrados para este papel. [159]
Em 2007, o primeiro-ministro turco , Recep Tayyip Erdoğan emitiu uma circular que chama as instituições governamentais a utilizar "1915 Eventos" (em turco, 1915 Olayları) frase, em vez do "genocídio armênio chamado" (em turco, soykırımı Ermeni sözde) frase . [160]
A Turquia iniciou uma "iniciativa para resolver Alegações armênios Quanto 1915", usando arquivos na Turquia, Armênia e outros países. [161] presidente armênio, Robert Kocharian rejeitou essa oferta, dizendo: "É responsabilidade dos governos para desenvolver as relações bilaterais e não temos o direito de delegar essa responsabilidade para os historiadores. É por isso que propusemos e propor novamente que, sem pré-condições, estabelecer relações normais entre os dois países ". [162] Além disso, o ministro turco dos Negócios Estrangeiros do tempo , Abdullah Gül , convidou os Estados Unidos e outros países para contribuir para tal comissão, nomeando os estudiosos a "investigar esta tragédia e abre caminhos para turcos e armênios a se unirem ". [163]
O governo turco continua a protestar contra o reconhecimento formal do genocídio por outros países e para negar que já houve um genocídio.
Controvérsias
Os esforços do governo turco e de seus agentes para anular menção ao genocídio resultaram em inúmeros acadêmicos, diplomáticos, controvérsias políticas e jurídicas. Os promotores atuam por iniciativa própria têm utilizado o artigo 301 do Código Penal turco que proíbe "insultos à identidade turca" para silenciar um número de proeminentes intelectuais turcos que falavam das atrocidades sofridas pelos armênios nos últimos dias do Império Otomano (a maioria desses casos foram demitidos). [164] Estes processos têm sido muitas vezes acompanhada por campanhas de ódio e ameaças, como foi o caso de Hrant Dink , que foi processado três vezes para " denegrir a identidade turca ", [165] e assassinado em 2007. Mais tarde, fotos do assassino sendo homenageado como um herói enquanto sob custódia policial, posando em frente à bandeira turca com policiais sorridentes, [166] deu à comunidade acadêmica causa ainda mais para fazer uma pausa no que diz respeito ao engajamento a questão armênia. [167] O advogado principal por trás das acusações, Kemal Kemal , é acusado de conspiração para derrubar o governo como sendo um membro da alegada rede Ergenekon .
Em 1973, a Turquia retirou seu embaixador de França para protestar contra o Genocídio monumento erguido em Marselha "para a memória dos 1,5 milhões de vítimas do genocídio armênio encomendados pelos governantes turcos em 1915". [168]
Em 1982, o israelense Itamaraty tentou impedir uma conferência internacional sobre o genocídio, realizada em Tel Aviv , de incluir qualquer menção ao genocídio armênio. Vários relatos sugerem que a Turquia tinha avisado que os judeus turcos pode enfrentar "represálias", se a conferência permitiu a participação armênio. [169] A acusação foi "categoricamente negada" por parte da Turquia, [170] a Turquia chanceler israelense apoiou neste protesto que há tinha havido ameaças contra os judeus, o que sugere que as suas dúvidas quanto à conferência de genocídio foram baseadas em considerações de "vital para a nação judaica". [171]
No mesmo ano (1982), o Instituto de Estudos turcos em Washington, DC (ITS) foi estabelecida por uma doação de US $ 3 milhões do Governo turco. Israel Charny identifica seus e alguns de seus principais negadores do genocídio armênio, como Stanford Shaw , W. Heath Lowry , e Justin McCarthy , como principal agência do governo turco nos EUA para promover a investigação sobre a Turquia eo Império Otomano, mas também negação do genocídio armênio. [172]
A proposta do Senado 1989 EUA a reconhecer o genocídio armênio amarradão a ira da Turquia. A proposta ocorreu no contexto da publicação de documentos internos dos EUA, que expôs um relatório oficial do Departamento de Estado, testemunha que "milhares e milhares de armênios, a maioria mulheres inocentes e indefesos e crianças, foram massacrados", nos últimos dias do Império Otomano . Turquia respondeu bloqueando Marinha dos Estados Unidos visita à Turquia e suspendendo algumas instalações de treinamento militar dos EUA em território turco. O estudioso americano que reuniu os documentos de arquivo dos EUA para a publicação foi se esconder após uma série de ameaças anônimas. [173]
Em 1990, o psicólogo Robert Jay Lifton recebeu uma carta do embaixador turco para os Estados Unidos, questionando a sua inclusão de referências ao genocídio armênio em um de seus livros. O embaixador inadvertidamente incluiu um projecto de carta, apresentada pelo estudioso Heath W. Lowry , aconselhando o embaixador sobre como prevenir a menção do genocídio armênio em trabalhos acadêmicos. [174] Em 1996, Lowry foi nomeado para uma cadeira na Universidade de Princeton que haviam sido financiados pelo governo turco, desencadeando um debate sobre a ética na bolsa. [120] [175]
Em 1993, Ragip Zarakolu um ativista de direitos humanos turco publicou a tradução turca do livro chamado História do Genocídio escrita por Yves Ternon . O livro foi o primeiro a ser publicado na Turquia, que reconheceu abertamente o evento em 1915 como genocídio . Logo após a sua publicação, ele começou a receber ameaças e, eventualmente, em 1994, a editora de Ragip Zorakolu foi alvo de um atentado a bomba sério. [176]
Durante uma entrevista em fevereiro de 2005 com Das Magazin , romancista Orhan Pamuk fez declarações implicando Turquia em massacres contra os arménios e perseguição dos curdos, declarando: "Trinta mil curdos e um milhão de armênios foram mortos nestas terras e ninguém se atreve a não ser eu a falar sobre isso ". Submetido a uma campanha de ódio , ele deixou a Turquia, antes de voltar em 2005 para defender o seu direito à liberdade de expressão :. "O que aconteceu com os armênios otomanos em 1915 foi uma coisa importante que foi escondido da nação turca, era um tabu, mas temos de ser capazes de falar sobre o passado ". [177] No entanto, quando perguntado sobre seu discurso na CNN Turk televisão, Pamuk afirmou que "eu não estimou o número de mortos armênios, eu não uso a palavra genocídio, eu disse armênios foram mortos, mas eu não disse armênios foram mortos por turcos ". [178] Os advogados de dois turcos ultranacionalistas associações profissionais liderados por Kemal Kemal então trouxe acusações criminais contra Pamuk. [179] No entanto, em 23 de janeiro de 2006, a acusações de "insultos à identidade turca" foram lançadas (por razões formais, sem encontrá-lo necessário para julgar sobre a essência do caso), um movimento bem acolhida pela UE. Que as acusações tinham sido trazidos em tudo ainda era uma questão de contenção de políticos europeus.
De acordo com alguns documentos recém-descobertos que pertenciam ao ministro do Interior do Império Otomano, mais de 970.000 armênios otomanos desapareceram dos registros oficiais de população de 1915 e 1916. Estes documentos foram publicados em um livro recente intitulado Os restantes documentos de Talat Pasha ("Black Book Talat Pasha" aka), escrito pelo jornalista turco Murat Bardakçı . O livro é uma coleção de documentos e registros que já pertenceram a Mehmed Talat, conhecido como Talat Pasha, o principal arquiteto das deportações armênias. Os documentos foram entregues a Bardakci pela viúva de deputado Talat, Hayriye Talat Bafralı, em 1983. Segundo os documentos, o número de armênios que viviam no Império Otomano antes de 1915 era de 1.256.000. O número caiu para 284.157 dois anos depois, em 1917. [180]
Após a reunião com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, PM da Turquia anunciou que o governo turco poderia ordenar a expulsão de todos os imigrantes ilegais armênios da Turquia. A declaração veio após a recente Câmara dos EUA Comissão e resoluções do Parlamento sueco sobre a afirmação genocídio armênio. Ele repetiu a declaração em uma entrevista à BBC, logo em seguida, declarar que havia 100.000 cidadãos ilegais armênios que vivem na Turquia e que:
Se for necessário, eu possa ter de dizer estes 100 mil para voltar ao seu país, porque eles não são meus cidadãos. Eu não tenho para mantê-los no meu país. [181] [182]
A resposta a Erdogan veio do ministro armênio Primeiro, ele disse que esse tipo de ameaça lembrou armênios do genocídio armênio e nem de se melhorar as relações entre os dois países. O número exato de armênios ilegal na Turquia é desconhecida, mas a estimativa é apenas 12.000 - 13.000 [183] ao contrário do número usado pelo ministro turco.--->


== Reconhecimento do genocídio ==
== Reconhecimento do genocídio ==

Diversos países e organizações reconhecem o genocídio armênio. Os países que atualmente reconhecem o genocídio armênio são: [[Alemanha]], [[Argentina]], [[Arménia]], [[Bélgica]], [[Chile]], [[Chipre]], [[Canadá]], [[Eslováquia]], [[França]], [[Grécia]], [[Holanda]], [[Itália]], [[Líbano]], [[Lituânia]], [[Polónia]], [[Rússia]], [[Suíça]], [[Suécia]], [[Uruguai]], [[Vaticano]] e a [[Venezuela]].
Diversos países e organizações reconhecem o genocídio armênio. Os países que atualmente reconhecem o genocídio armênio são: [[Alemanha]], [[Argentina]], [[Arménia]], [[Bélgica]], [[Chile]], [[Chipre]], [[Canadá]], [[Eslováquia]], [[França]], [[Grécia]], [[Holanda]], [[Itália]], [[Líbano]], [[Lituânia]], [[Polónia]], [[Rússia]], [[Suíça]], [[Suécia]], [[Uruguai]], [[Vaticano]] e a [[Venezuela]].


Existem também organizações internacionais que reconhecem o genocídio armênio, como o [[Conselho Mundial das Igrejas]], [[Conselho da Europa]], [[Parlamento do Mercosul]], [[Sub-Comissão das Nações Unidas para a Prevenção da Discriminação e Proteção das Minorias]], [[Associação Internacional dos Estudiosos do Genocídio]], [[Tribunal Permanente dos Povos]], [[Parlamento Curdo no Exílio]] e o [[Parlamento Europeu]].<ref>{{citar web|url=http://www.cepese.pt/portal/investigacao/working-papers/relacoes-externas-de-portugal/o-genocidio-armenio-o-reconhecimento-politico-e-o-problema-historico/O-genocidio-armenio-o-reconhecimento-politico-e-o.pdf|título=O genocídio arménio: o reconhecimento político e o problema histórico|autor=José Pedro Teixeira Fernandes|data=|publicado=|acessodata=21 de maio de 2011}}</ref>
Existem também organizações internacionais que reconhecem o genocídio armênio, como o [[Conselho Mundial das Igrejas]], [[Conselho da Europa]], [[Parlamento do Mercosul]], [[Sub-Comissão das Nações Unidas para a Prevenção da Discriminação e Proteção das Minorias]], [[Associação Internacional dos Estudiosos do Genocídio]], [[Tribunal Permanente dos Povos]], [[Parlamento Curdo no Exílio]] e o [[Parlamento Europeu]].<ref>{{citar web|url=http://www.cepese.pt/portal/investigacao/working-papers/relacoes-externas-de-portugal/o-genocidio-armenio-o-reconhecimento-politico-e-o-problema-historico/O-genocidio-armenio-o-reconhecimento-politico-e-o.pdf|título=O genocídio arménio: o reconhecimento político e o problema histórico|autor=José Pedro Teixeira Fernandes|data=|publicado=|acessodata=21 de maio de 2011}}</ref>


== Galeria ==
A [[Turquia]] atualmente não reconhece o genocídio armênio. Ela diz que os [[armênio]]s passaram por uma terrível mortalidade e que na verdade agiu para defender a soberania nacional. A Turquia também alega que o número de mortes é exagerado. Ela diz que estudos demográficos dizem que antes da [[Primeira Guerra Mundial]], viviam menos de 1,5 milhão de armênios em todo o Império Otomano. Conforme os [[historiador]]es, mais de 1,5 milhão de armênios foram mortos na [[Armênia Oriental]]. Por isso a Turquia acredita ser exagerado o número de armênios mortos.<ref name="Abril">{{citar web|url=http://historia.abril.com.br/guerra/genocidio-armenio-434250.shtml|título=Genocídio armênio|autor=Yuri Vasconcelos|data=|publicado=História Abril|acessodata=21 de maio de 2011}}</ref>
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{|align="center"
Imagem:Armenian Genocide (Collection of St. Lazar Mkhitarian Congregation).jpg|Oficial turco exibindo um [[pão]], para provocar crianças armênias famintas (1915).
|[[Imagem:Nations recognising the Armenian Genocide.svg|thumb|320px|<center>Países que reconhecem o genocídio armênio.<center>]]
Imagem:Armenian refugee women and child getting food relief.png|Armênios recebendo alimento.
|}
Imagem:Armenian refugee camp in beyrouth.png|Campo de refugiados ([[Beirute]], [[Líbano]])
Imagem:Genoarmenia.png|Sobreviventes enviados a [[Jerusalém]] em Abril de 1918.
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Imagem:Greek and Armenian refugee children near Athens, 1923.jpg|Crianças armênias refugiadas na [[Grécia]] em 1923, após a [[troca de populações entre a Grécia e a Turquia]].
Imagem:Nations recognising the Armenian Genocide.svg|Países que reconhecem o genocídio armênio.
Imagem:Larnaca monument.jpg|Memorial em [[Larnaca]], [[Chipre]], um dos primeiros países a reconhecer o genocídio.
Imagem:ArmenianStamps-415.jpg|''[[Tsitsernakaberd]]:'' ([[forte]] das [[andorinha]]s) [[Memorial]] dedicado às vítimas do genocídio construído em [[Yerevan]] na [[Armênia]] retratado num [[selo postal|selo]].
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== Ver também ==
== Ver também ==

* [[Etnocídio]]
* [[Etnocídio]]
* [[Genocídio filipino]]
* [[Genocídio Assírio]]
* [[Genocídio Assírio]]
* [[Genocídio filipino]]
* [[Genocídio Grego]]
* [[Genocídio Grego]]
* [[Guerra Turco-Armênia]]
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* [[Limpeza étnica]]
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[[Categoria:Genocídios|Armenio]]
[[Categoria:Genocídios|Armenio]]

Revisão das 22h27min de 23 de abril de 2013

Genocídio armênio

Armênios deportados em marcha.
Local: Império Otomano Império Otomano
Contexto: Primeira Guerra Mundial
Guerra de independência turca
Período: 1915-1923
Vítimas: Armênios
Tipo de agressão: Deportação, Assassinato em massa
Número de vítimas: 600.000 - 1.800.000[1][2][3]
Agressor: Governo dos Jovens Turcos

Genocídio armênio, (em armênio: Հայոց Ցեղասպանութիւն, transl. Hayots tseghaspanut'iun), holocausto armênio ou ainda o massacre dos armênios é como é chamada a matança e deportação forçada de centenas de milhares ou até mais de um milhão de pessoas de origem armênia que viviam no Império Otomano, com a intenção de exterminar sua presença cultural, sua vida econômica e seu ambiente familiar, durante o governo dos chamados Jovens Turcos, de 1915 a 1917.[4]

Caracterizou-se pela sua brutalidade nos massacres e pela utilização de marchas forçadas com deportações, que geralmente levava a morte a muitos dos deportados. Outros grupos étnicos também foram massacrados pelo Império Otomano durante esse período, entre eles os assírios e os gregos de Ponto. Alguns historiadores consideram que esses atos são parte da mesma política de extermínio.[5]

Está firmemente estabelecido que foi um genocídio, e há evidências do plano organizado e intentado de eliminar sistematicamente os armênios. É o segundo mais estudado evento desse tipo, depois do Holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial. Vários estudiosos afirmam que, em 1939 nas vésperas da invasão da Polônia, Hitler teria pronunciado a seguinte frase:[6]

Adota-se a data de 24 de abril de 1915 como início do massacre, por ser a data em que dezenas de lideranças armênias foram presas e massacradas em Istambul.

O governo turco rejeita o termo genocídio organizado e que as mortes tenham sido intencionais. Quase cem anos depois, ainda persiste a polêmica.[7]

Antecedentes

Desde o século XV, os armênios estavam sob o domínio do Império Otomano. Durante o domínio do Império Otomano, a ideia de independência começou a ganhar força entre os armênios. Com isso, o Império começou, em 1909, com um massacre que matou 20 mil armênios.[8] Além disso, durante a Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano estava recrutando soldados para a guerra. Muitas minorias étnicas eram contra o recrutamento, inclusive os próprios armênios. Com isso, em abril de 1915, o governo turco reuniu 250 líderes da comunidade armênia no império, sendo que alguns foram deportados e outros executados.[9] Depois de privar o povo de seus dirigentes, começou a deportação e o massacre dos armênios que habitavam os territórios asiáticos do Império.

Sultão Abdul Hamid II...
...aqui descrito como o carniceiro dos armênios.
Mulher armênia exposta para venda como escrava.

Cenário

Embora as reformas de 8 de fevereiro de 1914[necessário esclarecer] não satisfizessem as exigências do povo armênio, pelo menos abriam o caminho para realizar o ideal pelo que havia lutado durante gerações, com sacrifício de inúmeros mártires. "Uma Armênia autônoma dentro das fronteiras do Império Otomano", era o anseio do povo armênio. Um mês mais tarde, em 28 de julho, começava a Primeira Guerra Mundial. Esse conflito resultou trágico, pois deu oportunidade ao movimento político dos Jovens Turcos de realizar seu premeditado projeto de aniquilação do povo armênio.

Mewlazada Rifar, membro do Comitê de União e Progresso, em seu livro Bastidores obscuros da Revolução Turca, disse:

O Dr. Nazim Bei escreveu:

Batalha de Sarikamish

Em 24 de dezembro de 1914 o Ministro da Guerra Enver Pasha desenvolveu um plano para cercar e destruir o exército Russo do Cáucaso em Sarikamish , para recuperar territórios perdidos para a Império Russo após a guerra russo-turca de 1877-1878. Forças de Enver Pasha foram encaminhados à Batalha de Sarikamish, e quase completamente destruídas.

No verão de 1914, unidades voluntárias armênias foram estabelecidos nas forças armadas russas. Como os recrutas armênios-russos já haviam sido enviados para a frente europeia, esta força foi unicamente estabelecida a partir de armênios que não eram russos ou que não foram obrigados a servir. Um representante Otomano, Karekin Bastermadjian (Armen Karo), também foi trazido a esta força. Inicialmente, contava com 20.000 homens, mas foi informado que o seu número aumentou posteriormente. Voltando para Constantinopla, Enver culpou publicamente sua derrota aos armênios da região por terem lutado ao lado dos russos.[10]

Batalhões de trabalho

Em 25 de fevereiro de 1915, Enver Pasha enviou uma ordem para que todas as unidades militares armênias nas forças otomanas fossem desmobilizadas, desarmadas e transferidas aos batalhões de trabalho (turco: Amele taburlari). Enver explicou esta decisão como "por medo de que eles iriam colaborar com os russos". Como tradição, o exército regular otomano, quando composto por não muçulmanos, reunia homens com idade de 20 a 45 anos. Os soldados não muçulmanos mais jovens (15-20) e mais velhos (45-60) sempre atuavam no apoio logístico através dos batalhões de trabalho. Antes de Fevereiro, alguns dos recrutas armênios foram utilizados como trabalhadores (hamals) sendo, por fim, executados. [11]

Transferindo recrutas armênios do serviço ativo para o setor de logística era um aspecto importante do genocídio subseqüente. Conforme relatado em "As Memórias de Naim Bey", o extermínio dos armênios nesses batalhões era parte de uma estratégia premeditada em nome do Comitê para a União e o Progresso. Muitos desses recrutas armênios foram executados por grupos turcos locais. [10]

Eventos em Van, abril 1915

Ver artigo principal: Resistência de Van
Resistência armênia na cidade de Van. A Resistência de Van foi um dos raros casos em que os armênios conseguiram defender-se das forças turcas.

Em 19 de Abril de 1915, Jevdet Bey exigiu que a cidade de Van entregasse de imediato 4.000 soldados sob o pretexto de recrutamento. No entanto, ficou claro para a população armênia que seu objetivo era massacrar os homens capazes de Van, de modo que não deixar-lhe defensores. Jevdet Bey já tinha usado uma ordem oficial por escrito em aldeias próximas, ostensivamente para procurar armas, mas de fato para iniciar massacres. Para ganharem tempo, os armênios ofereceram 500 soldados e dinheiro para isentar o restante do serviço. Jevdet acusou armênios de rebelião e afirmou sua determinação de esmagá-los a qualquer custo declarando:

Em 20 de abril de 1915, o conflito começou quando uma mulher armênia foi perseguida e dois homens armênios que vieram em seu auxílio foram mortos por soldados otomanos. Os defensores armênios protegeram 30.000 residentes e 15.000 refugiados em uma área de cerca de um quilômetro quadrado do bairro armênio e subúrbio de Aigestan com 1.500 fuzileiros armados com 300 fuzis, pistolas e 1.000 armas antigas. O conflito durou até que o general russo Nikolai Yudenich viesse resgatá-los.[13]

De Alepo e Van relatos semelhantes chegaram ao embaixador estadunidense Henry Morgenthau, levando-o a levantar a questão pessoalmente com Talaat e Enver. Ao citar os testemunhos de funcionários seu consulado, eles justificaram as deportações como necessárias para a condução da guerra, sugerindo que a cumplicidade dos armênios de Van com as forças russas que haviam tomado a cidade justificou a perseguição de todos os armênios.

Detenção e deportação dos armênios notáveis

Na noite de 24 de abril de 1915 (o Domingo vermelho)[14][15] foram aprisionados em Constantinopla mais de seiscentos intelectuais,[16] políticos, escritores, religiosos e profissionais armênios, que foram levados a força ao interior do país e selvagemente assassinados.

Em 24 de abril de 1915, o Domingo vermelho (armênio: Կարմիր Կիրակի), foi a noite em que os líderes dos armênios da capital otomana e depois outros centros foram presos e enviados para dois centros de detenção perto de Ancara pelo então Ministro do Interior Mehmed Talat Bey com sua ordem em 24 de abril de 1915. Estes armênios foram posteriormente deportados com a aprovação da Lei Tehcir (sobre confisco e deportação) em 29 de maio de 1915. A data de 24 de Abril, Dia da Memória do Genocídio, relembra a deportação dos notáveis armênios da capital otomana, em 1915, como a precursora para os eventos que se seguiram.

Em sua ordem, ordem sobre 24 de abril de 1915 , Talat alegou que os comitês armênios "há muito tempo perseguem autonomia administrativa e este desejo é exibido uma vez mais, em termos inequívocos, com a inclusão dos armênios russos que assumiram uma posição contra nós, com o Comitê Daschnak e nas regiões de Zeitun, Bitlis, Sivas e Van, de acordo com as decisões já tomadas no Congresso armênio em Erzurum". Em 1914, as autoridades otomanas já tinha começado a propaganda para mostrar os armênios que viviam no Império Otomano como uma ameaça à segurança. Um oficial naval do Ministério da Guerra descreveu o planejamento:

Na noite de 24 de abril de 1915, o governo otomano prendeu cerca de 250 intelectuais armênios e líderes comunitários.[10] Esta data coincidiu com desembarques de tropas aliadas em Gallipoli, após as infrutíferas tentativas aliadas de romper o cerco aos Dardanelos para Constantinopla, em Fevereiro e Março de 1915.

Ministro do interior Mehmed Talat...
...e a ordem assinada por ele para deportar os armênios de Constantinopla em Abril de 1915, iniciando o genocídio.
Intelectuais[16]assassinados em 24 de Abril de 1915. [nota 1]

O genocídio

O extermínio da população armênia foi executado de várias formas:

Incêndios

O membro do Nili, Eitan Belkind, infiltrou-se no exército otomano como um oficial e foi designado para o quartel general de Kamal Pasha. Ele alega ter testemunhado a queima de 5.000 armênios. [18]

O tenente Hasan Maruf, do exército otomano, descreve como os habitantes de uma aldeia foram reunidos e depois queimados.[19] O depoimento de 12 páginas de Wehib Pasha, comandante do Terceiro Exército, datado de 5 de dezembro de 1918, foi apresentado nos julgamentos de Trebizonda (29 de março de 1919) incluiu na acusação,[20] relatando a queima em massa da população inteira de uma aldeia perto Muş.[21] Em Bitlis, Muş e Sason, "o método mais rápido para a eliminação das mulheres e crianças que concentravam-se nos vários campos foi o de queimá-las". E também que "prisioneiros turcos que aparentemente tinham presenciado algumas dessas cenas ficaram horrorizados e enlouquecidos com a lembrança desta visão. Russos afirmaram que, vários dias depois, o odor da carne humana queimada ainda impregnava o ar".

Afogamentos

Oscar S. Heizer, o cônsul estadunidense em Trebizonda, relatou: "Muitas crianças foram colocados em barcos, levadas e jogados ao mar". [22] O cônsul italiano de Trebizonda, em 1915, Giacomo Gorrini, escreve: "Vi milhares de mulheres e crianças inocentes colocadas em barcos emborcados no Mar Negro".[23] Os julgamentos de Trebizonda relataram que armênios podem ter sido afogado no mar Negro.[24]

Hoffman Filipe, encarregado de negócios estadunidense em Constantinopla, escreve: "barcos de carga enviados de Zar descendo o rio (Eufrates) chegavam a Anah (Iraque), a 30 milhas de distância, com três quintos dos passageiros desaparecidos".[25]

Uso de agentes químicos e biológicos

O psiquiatra Robert Jay Lifton escreve em um parêntese ao introduzir os crimes de médicos nazistas: "talvez os médicos turcos, em sua participação no genocídio contra os armênios, foram os que mais se aproximam disto, como vou sugerir mais tarde".[26]

Durante os julgamentos na corte marcial em Trebizonda, a partir das sessões realizadas entre 26 de março e 17 de maio de 1919, o inspetor dos serviços de saúde Dr. Fuad Ziya escreveu em um relatório que o Dr. Saib causou a morte de crianças com injeções de morfina. A informação teria sido fornecida por dois médicos (Drs. Ragib e Vehib), colegas de Saib no hospital Crescente Vermelho de Trebizonda, onde essas atrocidades alegadamente teriam sido cometidas. [27][28]

  • Gás tóxico:

Dr. Ziya Fuad e Dr. Adnan, diretores de serviços da saúde pública de Trebizonda, apresentaram relatos de casos em que dois prédios escolares foram usados para organizar crianças e enviá-los para o mezanino e matá-las com equipamentos de gás tóxico. [29][30]

  • Inoculação de tifo:

O cirurgião Otomano, Dr. Haydar Cemal escreveu: "na ordem do escritório central de saneamento do Terceiro Exército, em janeiro de 1916, quando a propagação do tifo era um problema agudo, armênios inocentes previstos para deportação em Erzincan foram inoculados com sangue de pacientes com febre tifóide sem que este sangue fosse tornado inativo. [31][32] Jeremy Hugh Baron escrevu: "Os médicos foram diretamente envolvidos nos massacres, envenenado bebês e fornecendo atestados de óbito falsos indicando morte por causas naturais para crianças. Nazim, irmão adotivo do Dr. Tevfik Rüştü Aras, inspetor geral dos serviços de saúde, organizou a disposição de cadáveres armênios com milhares de quilos de cal durante mais de seis meses;. ele tornou-se secretário de Relações Exteriores de 1925 a 1938" [33]

Deportações

Em Maio de 1915, Mehmed Talat pediu ao gabinete e ao grão-vizir Said Halim Pasha a implementação de medidas para a remoção (e liquidação) de armênios para outros lugares devido a declarações de Mehmed Talat: "motins armênios e massacres, que tinham surgido em inúmeros lugares do país". No entanto, Talat referia-se especificamente ao evento da resistência de Van e extendendo a implementação para regiões em que alegados "motins e massacres" afetariam a segurança da zona de guerra da campanha do Cáucaso. Mais tarde, o âmbito da imigração foi alargado de modo a incluir os armênios de outras vilaietes (províncias).

Em 29 de maio de 1915, o Comitê para a União e o Progresso aprovou a Lei temporária de deportação (Lei Tehcir), dando ao governo e militares otomanos autorização para deportar aqueles vistos como uma ameaça à segurança nacional.[10] A Lei Tehcir trouxe algumas medidas relativas à propriedade dos deportados, mas em setembro uma nova lei foi proposta. Por meio da "Lei sobre propriedades e bens abandonados por deportados" (também conhecida como a "lei temporária sobre expropriação e confisco"), o governo otomano tomou posse de todos as propriedades e bens armênios "abandonados".

O parlamentar otomano Ahmed Riza protestou contra essa legislação:

Em 13 de Setembro de 1915, o parlamento otomano aprovou a "Lei temporária de expropriação e confisco", afirmando que todos os bens, incluindo terras, gado e casas pertencentes aos armênios, seriam confiscados pelas autoridades.[17] Com a implementação da Lei Tehcir, o confisco de bens e o massacre de armênios que se seguiu após a promulgação da lei indignaram grande parte do mundo ocidental. Enquanto os aliados do Império Otomano na guerra ofereceram pouca resistência, uma riqueza de documentos históricos alemães e austríacos, atestam o horror das testemunhas nos assassinatos e fome em massa de armênios.[35][36][37]

Nos Estados Unidos, o jornal The New York Times relatou quase diariamente sobre o assassinato em massa do povo armênio, descrevendo o processo como "sistemático", "autorizado" e "organizado pelo governo". Mais tarde, Theodore Roosevelt caracterizou este como "o maior crime da guerra".[38]

O historiador Hans-Lukas Kieser afirma que, a partir das declarações de Talat Pasha,[39] é claro que os funcionários estavam cientes de que a ordem de deportação foi genocida.[40] Outro historiador, Taner Akcam, afirma que telegramas mostram que a coordenação geral do genocídio foi tomada por Mehmed Talat.[41]

Mapa representando as deportações.

Marchas da morte

Os armênios foram levados para o cidade síria de Deir ez-Zor e para o deserto em redor. Evidências sugerem que o governo otomano não forneceu quaisquer instalações ou suprimentos para sustentar os armênios durante a sua deportação, nem quando eles chegaram.[42] Em agosto de 1915, o New York Times repetiu um relatório em que "nas estradas e no Eufrates estão espalhados os cadáveres dos exilados, e os que sobrevivem estão condenadas a uma morte certa. É um plano para exterminar todo o povo armênio ".[43]

Tropas otomanas escoltando os armênios não só permitiram roubos, estupros e assassinatos de armênios, como muitas vezes participaram elas próprias destes atos.[42] Privados de seus pertences e marchando para o deserto, centenas de milhares de armênios morreram.

Da mesma forma, o major-general Friedrich Kreß von Kressenstein observou que "A política turca de causar a fome é uma prova muito óbvia... de que a Turquia está decidida a destruir os armênios".[17]

Engenheiros alemães e trabalhadores envolvidos na construção da estrada de ferro também testemunharam armênios sendo amontoados em vagões de gado e enviados ao longo da linha férrea. Franz Gunther, um representante do Deutsche Bank, que financiou a construção da ferrovia de Bagdá, enviou fotografias para seus diretores e expressou sua frustração por ter de permanecer em silêncio em meio a "crueldade bestial".[10] O major-general Otto von Lossow, atuando como adido militar e plenipotenciário militar alemão no Império Otomano, falou com intenções otomanos numa conferência realizada em Batumi em 1918:

Abril de 1915: armênios escoltados por soldados turcos marchando da cidade de Mamüret-Ul Aziz (Kharberd - Kharpert para os armênios, atual Elazığ) para um campo de prisioneiros.

Campos de extermínio

Acredita-se que 25 grandes campos de extermínio existiram, sob o comando de Şükrü Kaya, um dos maiores colaboradores de Mehmed Talat. A maioria dos campos situavam-se perto das modernas fronteiras entre Turquia, Síria e Iraque. Alguns foram apenas campos de trânsito temporários. Outros, como Radjo, Katma, e Azaz, podem ter sido usados apenas temporariamente, para valas comuns; estes sítios foram revogados por volta do outono de 1915. Alguns autores também afirmam que os campos de Lale, Tefridje, Dipsi, Del-El, e al-'Ayn Ra foram construídos especificamente para aqueles que tinham uma expectativa de vida de alguns dias.[44]

Reações

Reações otomanas

Em 1919, o sultão Mehmed VI ordenou que as cortes marciais julgassem membros do Comitê de União e Progresso por sua responsabilidade em envolver o Império Otomano na Primeira Guerra Mundial. A questão armênia foi usado como uma ferramenta para punir os líderes do Comitê. Mais tarde, a maior parte dos documentos gerados nesses tribunais foram usados para estudos internacionais.

Em janeiro de 1919, um relatório ao sultão Mehmed VI acusou mais de 130 suspeitos, a maioria dos quais eram altos funcionários. O tribunal militar descobriu que o desejo do Comitê de União e Progresso era eliminar os armênios fisicamente, através da chamada organização especial. O pronunciamento 1919:

O termo Três Paxás refere-se ao triunvirato que fugiu do Império Otomano no final da Primeira Guerra Mundial (Mehmed Talat, İsmail Enver e Ahmed Djemal). Nos Julgamentos de Constantinopla, em 1919, eles foram condenados à revelia, recebendo sentenças de morte. A Corte Marcial da Turquia de 1919-1920 desmantelou oficialmente o Comitê de União e Progresso, confiscou seus bens, e os bens das pessoas consideradas culpadas. Pelo menos dois dos três foram posteriormente assassinados por armênios durante a punitiva Operação Nêmesis.

De acordo com o ex-governador da província de Alepo Mehmet Celal Bey, o então governador de Konya, explicou-lhe a situação e disse:

Halil Kut, tio de İsmail Enver escreveu em em suas memórias:

Em 1919, Ahmet Refik escreveu: "os unionistas (Comitê de União e Progresso) queriam remover o problema das seis vilaietes (províncias armênias)[nota 2] com a aniquilação armênia", em sua obra intitulada Iki Iki Komite Kıtal.[47]

Em uma sessão secreta da Assembléia Nacional, realizada em 17 de outubro de 1920, Hasan Fehmi Bey, deputado de Bursa, no momento, disse:

Pérsia

Devido ao fraco governo central e incapacidade de Teerã para proteger seu território, nenhuma resistência foi oferecida por seus soldados, em sua maioria islâmicos. Após a retirada dos russos do extremo noroeste da Pérsia, tropas turcas invadiram a cidade de Salmas, torturam e massacraram os habitantes armênios cristãos da forma mais cruel possível.[49]

Tríplice Aliança

Integrantes da Tríplice Aliança também testemunharam o genocídio. A missão diplomática alemã no início de 1915 foi liderada Hans Freiherr von Wangenheim (após a sua morte em 1915, sucedido por Paul Wolff Metternich). Como Henry Morgenthau, von Wangenheim começou a receber muitas mensagens perturbadoras de funcionários consulares de todo o Império Otomano que detalhavam o massacre de armênios. Da província de Adana, o cônsul Eugene Buge informou que o chefe Comitê de União e Progresso havia jurado matar qualquer armênio que sobrevivesse as marchas de deportação.[10] Em junho de 1915, von Wangenheim enviou um telegrama a Berlim informando que Talat tinha admitido que as deportações não "eram realizadas apenas por considerações militares". Um mês depois, ele chegou à conclusão de que há "já não havia dúvida de que a Sublime Porta (governo Otomano) estava tentando exterminar a raça armênia no Império Turco".[35]

Quando Wolff-Metternich sucedeu von Wangenheim, continuou enviando mensagens semelhantes: "O Comitê exige a extirpação dos últimos remanescentes dos armênios e o governo deve ceder... Um representante Comitê é designado para cada uma das administrações provinciais ... turquificação significa licença para expulsar, matar ou destruir tudo o que não é turco".[10]

Max Erwin von Scheubner-Richter, documentou vários massacres de armênios. Ele enviou 15 relatórios sobre "deportações e assassinatos em massa" para a chancelaria alemã. Seu relatório final observou que menos de 100.000 armênios foram deixados vivos no Império Otomano: o resto tendo sido exterminados (alemão]]: ausgerottet).[35] Scheubner-Richter também detalhou os métodos do governo otomano, observando seu uso da Organização Especial e outros instrumentos burocratizados de genocídio.

Os alemães também testemunharam a forma como armênios foram queimados. Segundo o historiador israelense, Bat Ye'or:

Oficiais alemães estacionados no leste da Turquia contestaram a afirmação do governo de que os armênios iniciaram revoltas, sugerindo que as áreas foram "tranquilas até o início das deportações".[36]

Outros apoiaram abertamente a política otomana contra os armênios. Como Hans Humann, o adido naval alemão em Constantinopla disse ao embaixador dos EUA, Henry Morgenthau:

Em uma conferência de genocídio realizado em 2001, o professor Wolfgang Wippermann da Universidade Livre de Berlim apresentou documentos que comprovam que o alto comando alemão estava ciente dos assassinatos em massa na época, mas preferiu não interferir ou falar.[35] Fotografias sugerem que alemães participaram do assassinato em massa[51] e algumas das testemunhas alemãs do holocausto armênio desempenhariam papel no regime nazista. Konstantin von Neurath, por exemplo, foi designado ao IV Exército turco em 1915, com instruções para monitorar "operações" contra os armênios, que mais tarde tornou-se ministro das Relações Exteriores de Hitler e "Protetor da Boêmia e Morávia" durante o regime de terror de Reinhard Heydrich na Tchecoslováquia.

Tríplice Entente

Em 24 de maio de 1915, a Tríplice Entente advertiu o Império Otomano que:

A cidade de Alepo caiu nas mãos dos britânicos e foram encontrados muitos documentos que confirmavam que o extermínio dos armênios teria sido organizado pelos turcos. Um destes documentos é um telegrama circular dirigido a todos os governadores:

Ajuda humanitária

Cartaz do Comitê de Socorro para o Oriente Médio. A contribuição dos Estados Unidos aos armênios, durante o genocídio, foi significativa

A Fundação Oriente Médio foi criada em 1915, logo após as deportações, cujo principal objetivo era o de aliviar o sofrimento do povo armênio. Henry Morgenthau foi essencial para reunir apoio para a organização. Entre 1915 e 1930, a ajuda humanitária foi distribuída através de amplas áreas geográficas.

Eventualmente, a fundação, ultrapassou mais de 10 vezes a estimativa de ajuda inicial, e auxiliou aproximadamente 2 milhões de refugiados.[53] Em seu primeiro ano, a fundação cuidou de 132.000 crianças órfãs armênias de Tiflis, Yerevan, Constantinopla, Sivas, Beirute, Damasco e Jerusalém. A organização de ajuda para os refugiados no Oriente Médio angariou mais de 102 milhões de dólares em doações para armênios durante e depois da guerra.[54][55]

Em 1905, a enfermeira e missionária norueguesa Bodil Biørn foi enviada para a Armênia. Primeiro com sede na cidade de Mezereh (atual Elazığ) e mais tarde em Muş, ela trabalhou para auxiliar as viúvas e crianças órfãs, em cooperação com missionários alemães. Ela testemunhou os massacres de 1915 em Muş e viu a maioria das crianças sob seus cuidados assassinadas juntamente com sacerdotes armênios, professores e assistentes.

Ela escapou por pouco depois de 9 dias a cavalo, mas permaneceu na região por mais 2 anos, sob condições de trabalho cada vez mais difíceis. Depois de um período em casa, retornou para a Armênia até aposentar-se em 1935. Trabalhou para refugiados armênios na Síria e no Líbano. Bodil Biørn foi também fotógrafa e suas fotografias estão preservadas no Arquivo Nacional da Noruega. Seus álbuns fotográficos com comentários escritos, são um testemunho forte das atrocidades que viu.[56]

Julgamentos internacionais

Após o armistício de Mudros, a conferência de paz preliminar em Paris estabeleceu a " Comissão de responsabilidades e sanções", (janeiro de 1919) que foi presidida pelo secretário de Estado dos Estados Unidos. Baseado no trabalho da comissão, vários artigos foram adicionados ao Tratado de Sèvres, e que o governo interino do Império Otomano, o sultão Mehmed VI e Damat Ferid Paşa, fossem convocados ao julgamento. O Tratado de Sèvres (agosto de 1920) planejou um julgamento para determinar os responsáveis pelos "métodos bárbaros e ilegítimos de guerra...(incluindo) crimes contra as leis e costumes da guerra e os princípios da humanidade".[57] O artigo 230 do Tratado de Sèvres requeria que o Império Otomano "entregasse para as Forças Aliadas as pessoas cuja entrega pode ser exigido por este último como responsável pelos massacres cometidos durante a vigência do estado de guerra em território que formava parte do Império Otomano em 1 de Agosto de 1914".

Vários políticos, generais, e intelectuais otomanos foram transferidos para Malta, onde foram mantidos por cerca de três anos, enquanto pesquisas eram feitas nos arquivos de Constantinopla, Londres, Paris e Washington para investigar suas ações. No entanto, as tentativas do tribunal de Malta para cumprir as exigências do Tratado de Sèvres nunca concretzaram-se e os detidos foram finalmente devolvidos em troca de cidadãos britânicos detidos pela Turquia kemalista.

Julgamento de Soghomon Tehlirian

Em 15 de Março de 1921, Mehmed Talat foi assassinado em Charlottenburg (Berlim, Alemanha), em plena luz do dia e na presença de muitas testemunhas. A morte de Talat era parte da Operação Nêmesis, codinome da Federação Revolucionária Armênia para a operação secreta na década de 1920 para matar os mentores do genocídio armênio.

A julgamento do assassino, Soghomon Tehlirian, teve uma influência importante sobre Raphael Lemkin, um advogado de descendência judaica-polonesa que fez campanha na Liga das Nações para proibir o que ele chamou de "barbárie" e "vandalismo". O termo "genocídio", criado em 1943, foi cunhado por Lemkin, que foi diretamente influenciado pelos massacres de armênios durante a Primeira Guerra Mundial.[58]

Testemunhos

Uma viajante alemã escutou o seguinte de uma armênia, em uma das estações do padecimento de um grupo de montanheses armênios:

O governo cometeria ainda outra vileza: a maioria dos jovens armênios mobilizados ao começar a guerra não foram enviados à frente, mas integraram brigadas para construção de caminhos. Ao terminar o trabalho todos eles foram fuzilados por soldados turcos.

Jacques de Morgan assim se refere às deportações, aos massacres e aos sofrimento padecidos pelos armênios:

A diplomata Gertrude Bell, apresentou o seguinte relatório após ouvir o relato de um soldado otomano capturado:

O povo armênio não desapareceu quando estava nos desertos da Mesopotâmia: as mães armênias ensinavam a ler aos seus filhos desenhando as letras do alfabeto armênio na areia.

Massacre em cidades do Cáucaso, noticiado pelo jornal New York Times em 23 de fevereiro de 1915.
Refugiados armênios em Bitlis (1916), durante o período da Administração da Armênia Ocidental.
Rafael de Nogales Méndez (1879-1936), oficial venezuelano que serviu no exército otomano, escreveu um relato detalhado dos massacres em seu livro Cuatro años bajo la media luna

Consequências

Perdas culturais

A destruição premeditada de objetos do patrimônio cultural, religioso, histórico e comunitário armênio foi mais um objetivo genocídio em si e da campanha de negação pós-genocídio. Igrejas armênias e mosteiros foram destruídos ou transformados em mesquitas, cemitérios armênios foram destruídos, e, em várias cidades (como Van), bairros armênios foram demolidos.[59]

Além das mortes, os armênios perderam suas propriedade e bens, sem compensação.[60] empresas e fazendas foram perdidas, e todas as escolas, igrejas, hospitais, orfanatos, conventos, e cemitérios tornaram-se propriedade do Estado turco.[60] Em Janeiro de 1916, o Ministro Otomano do Comércio e Agricultura emitiu um decreto ordenando a todas as instituições financeiras que operavam dentro das fronteiras do império para entregar os ativos armênios ao governo.[61] Há registros de que, tanto quanto £ 6.000.000 de ouro turco foi apreendidos junto com bens imóveis, dinheiro, depósitos bancários e jóias.[61] Os ativos foram então canalizados para os bancos europeus, incluindo Deutsche Bank e Dresdner Bank. [61]

Após o fim da Primeira Guerra Mundial, os sobreviventes do genocídio tentaram retornar e recuperar seus antigos lares e bens, mas foram expulsos pelo governo de Ancara.[60] Em 1914, o patriarca Armênio de Constantinopla apresentou uma lista dos locais sagrados armênios sob sua supervisão. A lista continha 2.549 lugares religiosos, dos quais 200 eram mosteiros, enquanto 1.600 foram igrejas. Em 1974, a UNESCO declarou que, após 1923, de 913 monumentos históricos deixados armênios na Turquia oriental, 464 desapareceram completamente, 252 estão em ruínas, e 197 estão em necessidade de restauração . [62][63]

Perdas humanas

Acredita-se que cerca de 1,5 milhão de armênios foram mortos durante o genocídio.[64] Dentre eles, vários morreram assassinados por tropas turcas, em campos de concentração, queimados, enforcados e até mesmo jogados amarrados ao Rio Eufrates, mas a maior parte dos armênios morreu por inanição, ou seja, falta de água e alimento.[65]

Os sobreviventes do genocídio saíram do Império Otomano e instalaram-se em diversos países. Esse fato é chamado de diáspora armênia. É estimado que a diáspora armênia contou com mais de oito milhões de armênios.[66] O número de armênios no Brasil, conforme estimativas, chega a 25 mil, sendo em sua maioria em São Paulo.[67]

Jovem armênia morta no deserto de Alepo.
Ossadas de vítimas em Erzingan na Turquia.

Negação e revisionismo

A Turquia atualmente não reconhece o genocídio armênio. Ela diz que os armênios passaram por uma terrível mortalidade e que na verdade agiu para defender a soberania nacional. A Turquia também alega que o número de mortes é exagerado. Ela diz que estudos demográficos dizem que antes da Primeira Guerra Mundial, viviam menos de 1,5 milhão de armênios em todo o Império Otomano. Conforme os historiadores, mais de 1,5 milhão de armênios foram mortos na Armênia Oriental. Por isso a Turquia acredita ser exagerado o número de armênios mortos.[64]

População armênia no Império Otomano em 1914: 1.219.323 pessoas (estatística otomana).


Reconhecimento do genocídio

Diversos países e organizações reconhecem o genocídio armênio. Os países que atualmente reconhecem o genocídio armênio são: Alemanha, Argentina, Arménia, Bélgica, Chile, Chipre, Canadá, Eslováquia, França, Grécia, Holanda, Itália, Líbano, Lituânia, Polónia, Rússia, Suíça, Suécia, Uruguai, Vaticano e a Venezuela.

Existem também organizações internacionais que reconhecem o genocídio armênio, como o Conselho Mundial das Igrejas, Conselho da Europa, Parlamento do Mercosul, Sub-Comissão das Nações Unidas para a Prevenção da Discriminação e Proteção das Minorias, Associação Internacional dos Estudiosos do Genocídio, Tribunal Permanente dos Povos, Parlamento Curdo no Exílio e o Parlamento Europeu.[68]

Galeria

Ver também

Notas

  1. Da esquerda para a direita, de cima para baixo:
    Primeira linha: Grigor Zohrab, Daniel Varoojan, Rupen Zartarian e Ardashes Harutunian
    Segunda linha: Siamanto, Ruben Sevak, Tigran Chyukyurian e Tiran Kelekian
    Terceira linha: Hovhannes Tlkateentsi e Yeroukhan.
  2. Os assim conhecidos "seis vilaietes" concentravam uma grande população armênia. Eram: Vilaiete de Van, Vilaiete de Erzurum, Vilaiete de Mamuret-ul-Aziz, Vilaiete de Bitlis, Vilaiete de Diyarbakır, Vilaiete de Sivas.

Referências

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