Função exponencial: diferenças entre revisões

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:<math>\lim_{x\to-\infty}x^ne^x=0.</math>
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* A função <math>y = e^x</math> é igual a sua derivada, i.e.:
* A função <math>y = e^x</math> é igual a sua derivada, i.e.:
:<math>\frac{d}{dx}e^x = e^x</math>.
:<math>\frac{\text{d}}{\text{d}x}e^x = e^x</math>.


Usando o logaritmo natural, pode-se definir funções exponenciais mais genéricas, como abaixo:
Usando o logaritmo natural, pode-se definir funções exponenciais mais genéricas, como abaixo:
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De fato, como <math>a^x = e^{(\ln a)x}</math> temos da [[regra da cadeia]] que:
De fato, como <math>a^x = e^{(\ln a)x}</math> temos da [[regra da cadeia]] que:
:<math>\frac{d}{dx} a^x = \frac{d}{dx}e^{(\ln a) x} = (\ln a)e^{(\ln a) x} = a^x \ln a</math>.
:<math>\frac{\text{d}}{\text{d}x} a^x = \frac{\text{d}}{\text{d}x}e^{(\ln a) x} = (\ln a)e^{(\ln a) x} = a^x \ln a</math>.


De forma análoga, obtermos a derivada segunda:
De forma análoga, obtermos a derivada segunda:
:<math>\frac{d^2}{dx^2} a^x = \frac{d}{dx} a^x \ln a=a^x (\ln a)^2</math>
:<math>\frac{\text{d}^2}{\text{d}x^2} a^x = \frac{\text{d}}{\text{d}x} a^x \ln a=a^x (\ln a)^2</math>


Como <math>(\ln(a))^2</math> é uma constante positiva, observamos que a taxa de variação da função exponencial é crescente em relação a ''x'', isto é a função exponencial é uma [[função convexa]].
Como <math>(\ln(a))^2</math> é uma constante positiva, observamos que a taxa de variação da função exponencial é crescente em relação a ''x'', isto é a função exponencial é uma [[função convexa]].


A [[integral indefinida]] da função exponencial é dada por:<ref name=":2">{{citar livro|título = Cálculo - vol. 1|sobrenome = Stewart|nome = James|edição = 7|local = |editora = Cengage|ano = 2013|página = |isbn = 978-8522112586}}</ref><ref name=":3">{{citar livro|título = Cálculo - Volume I|sobrenome = Anton|nome = H. et al.|edição = 10|local = |editora = Bookman|ano = 2014|página = |isbn = 9788582602256}}</ref>
A [[integral indefinida]] da função exponencial é dada por:<ref name=":2">{{citar livro|título = Cálculo - vol. 1|sobrenome = Stewart|nome = James|edição = 7|local = |editora = Cengage|ano = 2013|página = |isbn = 978-8522112586}}</ref><ref name=":3">{{citar livro|título = Cálculo - Volume I|sobrenome = Anton|nome = H. et al.|edição = 10|local = |editora = Bookman|ano = 2014|página = |isbn = 9788582602256}}</ref>
:<math>\int a^x dx = \int e^{\ln a x} dx = \frac1{\ln a} e^{\ln a x} + C = \frac1{\ln a} a^x +C</math>.
:<math>\int a^x \text{d}x = \int e^{\ln a x} \text{d}x = \frac1{\ln a} e^{\ln a x} + C = \frac1{\ln a} a^x +C</math>.


{{Referências}}
{{Referências}}

Revisão das 17h46min de 30 de agosto de 2017

Esboço do gráfico de uma função exponencial.

Chama-se função exponencial a função tal que em que , . O número é chamado de base da função. A função exponencial pode ser crescente ou decrescente a depender do valor da base. Se , a função é crescente. Caso a função é decrescente.[1][2]

Definição formal

A função exponencial pode ser caracterizada como uma extensão do processo de potenciação para expoentes não inteiros. Quando n é um número natural maior do que 1, a potência an indica a multiplicação da base a por ela mesma tantas vezes quanto indicar o expoente n, isto é[3],

Esta definição implica as seguintes propriedades:

A fim de estender estas propriedades para expoente zero, expoentes negativos e racionais, definem-se:

A função exponencial pode ser então definida para todo expoente x através dos seguintes limites:[4]

De fato, a função y = ax é a única função contínua y=f(x) que satisfaz:

No entanto, mais comumente, a função exponencial é definida em termos da função exponencial natural e sua inversa, o logaritmo natural:[4]

A função exponencial satisfaz sempre os seguintes axiomas básicos de definição:

A partir destes axiomas, podemos extrair as seguintes propriedades operacionais:

Propriedades da função exponencial

Função exponencial crescente.
Função exponencial decrescente.

A função exponencial de base , , tem as seguintes propriedades:[1][2]

  1. para todo ;
  2. é função crescente se, e somente se, ;
  3. é função decrescente se, e somente se, ;
  4. é injetiva;
  5. é ilimitada superiormente;
  6. é contínua;
  7. é sobrejetiva;
  8. é bijetiva, isto é, possui uma função inversa, o logaritmo, denominada .

Demonstrações das propriedades

Propriedade 1

Mostraremos, primeiro, que para todo . Com efeito, notamos que . Suponhamos, por contradição, que para algum . Mas, daí temos , uma contradição. Concluímos que para todo .

Como consequência para todo , uma vez que .

Propriedade 2

Sejam . Suponhamos, sem perda de generalidade, que . Tomamos, então, tal que . Segue que . Pela propriedade 1, temos . Logo, se, e somente se, . Como , se, e somente se, . Concluímos que, se, e somente se, .

Propriedade 3

Segue raciocínio análogo à demonstração da propriedade 2.

Propriedade 4

Consequência imediata das propriedades 2 e 3.

Propriedade 5

Seja com . Tomamos tal que . Assim, pela desigualdade de Bernoulli, temos . Logo, dado qualquer , se escolhemos como o menor inteiro maior que , temos , i.e. é ilimitada superiormente. A demonstração é análoga para .

Propriedade 6

Para qualquer , temos está bem definida. Além disso, temos:

Como, , seque que:

.
Lema

Dados um número real e um intervalo , com , então existe um número racional tal que .[1]

Suponhamos, sem perda de generalidade, que . Pelas propriedades 2 e 5, existe um número natural tal que:

.

Como consequência, existe um número natural tal que:

.

Daí, segue que:

.

Assim:

.

Desta forma, temos que:

é uma sequência finita, cujos termos são extremos de intervalos consecutivos de tamanho menor que o do intervalo . Logo, pelo menos um dos termos desta sequência deve pertencer a , i.e. para algum , temos com .

Propriedade 7

Seja . Suponhamos que . Usando o lema anterior construímos uma sequência não-decrescente limitada tal que . Pela completude dos números reais, temos que quando . Segue da continuidade de (propriedade 6), que:

i.e., dado , existe tal que . A demonstração para segue raciocínio análogo.

Propriedade 8

Consequência imediata das propriedades 4 e 7.

A função exponencial natural

Ver artigo principal: função exponencial natural
Esboço do gráfico da função exponencial natural.

A função exponencial natural é a função exponencial cuja base é o número de Euler. Denotado por ex ou exp(x), a função exponencial natural é uma das mais importantes funções da matemática e pode ser definida de pelo menos duas maneiras equivalentes: a primeira, como uma série infinita; a segunda, como limite de uma seqüência:[4]

Aqui, corresponde ao fatorial de n e x é qualquer número real ou complexo.

O valor da base da exponencial natural, , é aproximadamente .

A exponencial natural satisfaz as seguinte propriedades:[4]

  • A função y = ex é contínua e diferenciável para todo x.
  • A derivada da função y = ex é a própria função função y = ex.
  • A função y = ex é positiva e crescente para todo número real x.
  • ex+y = ex ey
  • A curva y = ex jamais toca o eixo x, embora se aproxime de zero para valores negativos de x, isto é:
  • Os valores de y=ex crescem ilimitadamente, isto é:
  • A função y=ex cresce mais rápido que qualquer potência, isto é, para todo n natural, temos:
  • A função é igual a sua derivada, i.e.:
.

Usando o logaritmo natural, pode-se definir funções exponenciais mais genéricas, como abaixo:

Para todo a > 0 e

Derivada e integral da função exponencial

Comportamento da função exponencial.

A derivada da função exponencial de base , é dada por:[5][6]

.

De fato, como temos da regra da cadeia que:

.

De forma análoga, obtermos a derivada segunda:

Como é uma constante positiva, observamos que a taxa de variação da função exponencial é crescente em relação a x, isto é a função exponencial é uma função convexa.

A integral indefinida da função exponencial é dada por:[5][6]

.

Referências

  1. a b c Lima, E.L.; et al. (2006). A matemática do ensino médio - vol. 1. [S.l.]: SBM. ISBN 8585818107 
  2. a b Iezzi, G.; et al. (2013). Fundamentos de Matemática Elementar - Vol. 2 10 ed. [S.l.]: Atual. ISBN 9788535716825 
  3. José Adelino Serrasqueiro, Tratado de Álgebra Elementar, p.7, [ver wikisource]
  4. a b c d Rudin, Walter (1976). «8». Principles of Mathematical Analysis 3 ed. [S.l.]: McGraw-Hill 
  5. a b Stewart, James (2013). Cálculo - vol. 1 7 ed. [S.l.]: Cengage. ISBN 978-8522112586 
  6. a b Anton, H.; et al. (2014). Cálculo - Volume I 10 ed. [S.l.]: Bookman. ISBN 9788582602256 

Ver também