José Agripino Maia

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José Agripino
José Agripino Maia
45.º e 48.º Governador do Rio Grande do Norte
Período 15 de março de 1991
até 2 de abril de 1994
Vice-governador Vivaldo Costa
Antecessor(a) Geraldo Melo
Sucessor(a) Vivaldo Costa
Período 15 de março de 1983
até 15 de maio de 1986
Vice-governador Radir Pereira
Antecessor(a) Lavoisier Maia
Sucessor(a) Radir Pereira
Senador pelo Rio Grande do Norte
Período 1 de fevereiro de 1995
até 1 de fevereiro de 2019
Período 1 de fevereiro de 1987
até 11 de novembro de 1990
35.º Prefeito de Natal
Período 15 de março de 1979
até 15 de maio de 1982
Antecessor(a) Vauban Bezerra
Sucessor(a) Manoel Pereira dos Santos
Dados pessoais
Nome completo José Agripino Maia
Nascimento 23 de maio de 1945 (78 anos)
Mossoró, Rio Grande do Norte
Progenitores Mãe: Teresa Maia
Pai: Tarcísio Maia
Prêmio(s) Ordem do Mérito Militar[1]
Filhos(as) Felipe Maia
Partido ARENA (1979)
PDS (1980-1986)
PFL (1986-2007)
DEM (2007-2022)
UNIÃO (2022-presente)
Profissão engenheiro civil

José Agripino Maia GOMM (Mossoró, 23 de maio de 1945) é um engenheiro civil, empresário e político brasileiro filiado ao União Brasil (UNIÃO). Foi o 45.º e 48.º governador do Rio Grande do Norte e senador pelo mesmo Estado. É proprietário da TV Tropical,[2] afiliada da RecordTV no Rio Grande do Norte, além da rede de emissoras de rádios vinculadas à Rede Tropical.

Família[editar | editar código-fonte]

Membro de uma das famílias mais influentes do Rio Grande do Norte, é filho de Tarcísio Maia e Teresa Maia, além de primo do ex-governador Lavoisier Maia. Possui também ligação de parentesco direto com o ex-ministro do Tribunal de Contas da União e ex-governador do estado da Paraíba, João Agripino Filho. Por causa da atividade política do pai, residiu no Rio de Janeiro, estudando no Colégio Andrews e formando-se em engenharia civil pela antiga Universidade do Estado da Guanabara, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1967. Passou então a exercer sua profissão na iniciativa privada. Um de seus dois filhos, Felipe Catalão Maia, foi deputado federal. Seu irmão, Oto Agripino Maia, é diplomata de carreira e foi embaixador na África do Sul, Santa Sé e Suécia.[3] Também, primo do ex-prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Cesar Maia, primo de segundo grau do atual ex-presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Rodrigo Maia, e primo do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia.[4]

Política[editar | editar código-fonte]

Assinando a Constituição do Brasil em 1988 como membro da Assembleia Nacional Constituinte.

Indicado pelo então governador do estado Lavoisier Maia, seu primo, Agripino assume a prefeitura de Natal, ainda não havia legislação específica sobre nepotismo e os prefeitos de capital eram indicados de maneira biônica. Filiado ao Partido Democrático Social (PDS), em seguida disputa o governo potiguar contra Aluísio Alves, vencendo o pleito com 57% dos votos.[5] O governo foi marcado pelo "Escândalo do Rabo-de-Palha", pelo qual Agripino teria supostamente instruído cabos eleitorais a comprar votos de eleitores pobres em favor da candidata à prefeitura de Natal Wilma de Faria, à época, pelo PDS. Garibaldi Alves Filho, do PMDB ganhou a eleição.[6] Em 1984, apoiava o candidato do PDS Ministro Mário Andreazza.[7] Em 1985, foi o primeiro dos governadores eleitos pelo PDS a romper com o partido, ao apoiar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, contra Paulo Maluf, que era do PDS. Foi um dos fundadores da Frente Liberal, mais tarde PFL, pelo qual disputou todas as eleições seguintes, a exceção de 2010, quando o PFL mudou de nome para DEM. Antes da conclusão do mandato, desincompatibilizou-se para disputar uma vaga ao Senado nas eleições de 1986[8], obtendo êxito, ao lado de Lavoisier Maia (PDS). O candidato a governador, João Faustino, também do PFL, perdeu para o PMDB de Geraldo Melo, sob efeito devastador do Plano Cruzado. Foi a famosa chapa "João, Lavô e Jajá". João Faustino, Lavô de Lavoisier e Jajá, Agripino. No primeiro mandato de senador, atuou como presidente da comissão Mista que elaborou o Código de Defesa do Consumidor. Em 1988 foi o artífice para a vitória da sua ex-secretária Wilma de Faria, através da coligação PDT-PFL. Derrotou o rival do PMDB, Henrique Eduardo Alves, um "decano" do Congresso, e principalmente da Câmara.

Em 1990 disputa novamente o governo do estado, pelo PFL, desta vez contra o próprio primo Lavoisier Maia Sobrinho, do PDT, apoiado por Wilma e pelo PMDB, do senador eleito Garibaldi Alves Filho. Agripino, com o apoio do presidente Collor, venceu com 52% dos votos.[5] Neste governo, Agripino dobrou o índice de domicílios com saneamento no Estado.[2] Também desta vez não conclui o mandato para se candidatar ao Senado em 1994, sendo eleito novamente[9]. Disputa pela 3ª vez o governo do estado em 1998, porém é derrotado, ainda em primeiro turno, para Garibaldi Alves Filho.[5]

Reelege-se senador em 2002[10], tornando-se líder desde então no senado do PFL que depois tornou-se DEM. Foi um dos políticos mais importantes no cenário da derrubada da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Admitido à Ordem do Mérito Militar em 2000 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no grau de Comendador especial, foi promovido em 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grau de Grande-Oficial.[11][1]

Em 2008, nas palavras do jornalista Gerson Camarotti, foi protagonista de uma tentativa de constrangimento a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que foi mal sucedido. A chefe da Casa Civil prestava esclarecimentos ao Congresso, quando o senador José Agripino Maia perguntou se ela mentia, citando para isso, uma entrevista na qual ela admitia ter mentido quando foi presa pela ditadura. Em resposta emocionada, ela disse que foi barbaramente torturada e que se orgulhava de ter mentido para salvar companheiros, sendo aplaudida por parte dos presentes. Em relação ao fato, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse: "O Agripino me perguntou se a fala dele tinha sido ruim. Eu respondi que foi péssima. Ele só podia estar dopado".[12]

Foi reeleito senador pelo Rio Grande do Norte nas eleições de 2010, quando obteve 958 891 votos, o correspondente a 32,23% dos votos válidos.[13]

Em dezembro de 2016, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.[14] Em julho de 2017 votou a favor da reforma trabalhista.[15]

Em outubro de 2017, votou a favor da manutenção do mandato do senador Aécio Neves, derrubando decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo onde ele é acusado de corrupção e obstrução da justiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário Joesley Batista.[16][17]

Em março de 2018, José Agripino deixou a presidência nacional do seu partido (DEM), cargo que ocupava desde 2011.[18]

Nas eleições de 2018, decidiu não ser candidato ao Senado. Foi candidato a deputado federal pelo DEM, mas não conseguiu ser eleito e ficou como segundo suplente da coligação PDT/PP/MDB/PODE/DEM que elegeu apenas um único deputado: Walter Alves.[19]

Em novembro de 2018, o senador votou a favor do aumento de salário dos integrantes do STF, medida que gerou o reajuste de milhares de salários no nível federal, estadual e municipal, com impacto negativo estimado de 6 bilhões de reais/ano no orçamento nacional.[20]

Desempenho em Eleições[editar | editar código-fonte]

Desempenho de José Agripino Maia em eleições
Ano Eleição Partido Cargo Votos % Resultado Ref
1982 Estadual do Rio Grande do Norte PDS Governador 389.677 57,59% Eleito [8]
1986 Estadual do Rio Grande do Norte PFL Senador 426.869 25,24% Eleito [8]
1990 Estadual do Rio Grande do Norte PFL Governador 454.528 48,11%
(1º Turno)
Eleito [2]
525.229 52,09%
(2º Turno)
1994 Estadual do Rio Grande do Norte PFL Senador 387.935 24,37% Eleito [9]
1998 Estadual do Rio Grande do Norte PFL Governador 462.177 41,36% Não Eleito [5]
2002 Estadual do Rio Grande do Norte PFL Senador 594.912 24,53% Eleito [10]
2010 Estadual do Rio Grande do Norte DEM Senador 958.891 32,23% Eleito [13]
2018 Estadual do Rio Grande do Norte DEM Deputado Federal 64.678 4,02% Suplente [19]

Referências

  1. a b BRASIL, Decreto de 20 de março de 2006.
  2. a b c Pires, Robson (19 de janeiro de 2011). «Jornalista Túlio Lemos é demitido da TV Tropical de José Agripino - Blog do Robson Pires». www.robsonpiresxerife.com. Consultado em 9 de junho de 2016 
  3. «Ministério das Relações Exteriores». www.mre.gov.br. Consultado em 26 de julho de 2016 
  4. Franco, Bernardo Mello. «Procurador que salvou Alckmin da Lava-Jato é primo de senador do DEM». O Globo. Consultado em 13 de abril de 2018 
  5. a b c d Silva, Marcos Antonio da (29 de dezembro de 2016). «Partidos e eleições no Rio Grande do Norte (1982-2014): institucionalização e estabilidade relativa.». Ciências Sociais. 48 (2). ISSN 2318-4620 
  6. SPINELLI, J. A. «Rio Grande do Norte 2006: Eleições Atípicas?» (PDF). Observanordeste. Consultado em 25 de fevereiro de 2010 
  7. MUDA Brasil. Direção: Osvaldo Cadeira. Produção: Paulo Tiago. Belo Horizonte: Paramont, s.d. (7890552016337)
  8. a b c «José Agripino Maia - Biografia». FGV. Consultado em 22 de outubro de 2022 
  9. a b «Resultado Eleição Senado 1994 - Rio Grande do Norte». TSE. Consultado em 12 de outubro de 2022 
  10. a b «Apuração 2002 - Rio Grande do Norte». Poder 360. Consultado em 22 de outubro de 2022 
  11. BRASIL, Decreto de 30 de março de 2000.
  12. Camarotti, Gerson (8 de maio de 2008). «O DEPOIMENTO DA MÃE DO PAC: Ministra recorre a resposta emocionada e desarma a oposição, que não se recuperou». www2.senado.leg.br. O Globo. Consultado em 31 de março de 2021 
  13. a b «Apuração de votos e candidatos eleitos (1º turno) - UOL Eleições 2010». placar.eleicoes.uol.com.br. Consultado em 26 de julho de 2016 
  14. Bol (13 de dezembro de 2016). «Confira como votaram os senadores sobre a PEC do Teto de Gastos 155 Do UOL, em São Paulo». Consultado em 16 de outubro de 2017 
  15. Redação - Carta Capital (11 de julho de 2017). «Reforma trabalhista: saiba como votaram os senadores no plenário» 
  16. «Veja como votou cada senador na sessão que derrubou afastamento de Aécio». Consultado em 17 de Outubro de 2017 
  17. «Janot denuncia Aécio Neves ao STF por corrupção e obstrução da Justiça». Consultado em 17 de Outubro de 2017 
  18. «ACM Neto assume presidência do DEM e lança manifesto com 13 prioridades». Poder360. 8 de março de 2018. Consultado em 21 de maio de 2020 
  19. a b «Senadores e deputados federais/estaduais eleitos: Apuração e resultado das Eleições 2018 RN - UOL Eleições 2018». UOL Eleições 2018. Consultado em 11 de outubro de 2018 
  20. «Como votou cada senador no aumento dos salários dos ministros do STF». VEJA.com 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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