Metrópole: diferenças entre revisões
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'''Metrópole''', da [[língua grega]] ''metropolis'' (μήτηρ, mētēr = mãe, ventre e πόλις, pólis = cidade), é o termo empregado para se designar as cidades centrais de áreas urbanas formadas por [[cidade]]s ligadas entre si fisicamente ([[conurbação|conurbadas]])<ref name="SOUZA">SOUZA, Marcelo Lopes de. ''ABC do desenvolvimento urbano''. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. pp. 32-36, 55. ISBN 9788528610136</ref><ref name="SENE">SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. ''Geografia geral e do Brasil'': espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 1998. p. 308. ISBN 9788526229443</ref> ou através de fluxos de pessoas e serviços<ref name="SOUZA"/> ou que assumem importante posição ([[economia|econômica]], [[política]], [[cultura]]l, etc.) na [[rede urbana]] da qual fazem parte (correspondentes, na classificação do IBGE,<ref name="SOUZA"/> às [[metrópole nacional|metrópoles nacionais]] e regionais). |
'''Metrópole''', da [[língua grega]] ''metropolis'' (μήτηρ, mētēr = mãe, ventre e πόλις, pólis = cidade), é o termo empregado para se designar as cidades centrais de áreas urbanas formadas por [[cidade]]s ligadas entre si fisicamente ([[conurbação|conurbadas]])<ref name="SOUZA">SOUZA, Marcelo Lopes de. ''ABC do desenvolvimento urbano''. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. pp. 32-36, 55. ISBN 9788528610136</ref><ref name="SENE">SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. ''Geografia geral e do Brasil'': espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 1998. p. 308. ISBN 9788526229443</ref> ou através de fluxos de pessoas e serviços<ref name="SOUZA"/> ou que assumem importante posição ([[economia|econômica]], [[política]], [[cultura]]l, etc.) na [[rede urbana]] da qual fazem parte (correspondentes, na classificação do IBGE,<ref name="SOUZA"/> às [[metrópole nacional|metrópoles nacionais]] e regionais). |
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Em certos países ou estados cujo território está divido em várias parcelas não contínuas, o termo ''metrópole'' designa também o território continental ou central desses países por oposição ao seu território não continental ou ultramarino. O termo é especialmente aplicado, no âmbito de impérios coloniais, para se referir ao território original da potência colonial, por oposição às suas [[colónia]]s. Assim, por exemplo, até [[1975]], a Metrópole Portuguesa incluía [[Portugal Continental]], o [[arquipélago da Madeira]] e o [[arquipélago dos Açores]], constituindo os restantes territórios o [[Ultramar Português]]. Ainda hoje, os territórios franceses situados na [[Europa]] constituem a [[França Metropolitana]], enquanto que os restantes constituem as coletividades do Ultramar. |
Em certos países ou estados cujo território está divido em várias parcelas são chamados de predon's não contínuas, o termo ''metrópole'' designa também o território continental ou central desses países por oposição ao seu território não continental ou ultramarino. O termo é especialmente aplicado, no âmbito de impérios coloniais, para se referir ao território original da potência colonial, por oposição às suas [[colónia]]s. Assim, por exemplo, até [[1975]], a Metrópole Portuguesa incluía [[Portugal Continental]], o [[arquipélago da Madeira]] e o [[arquipélago dos Açores]], constituindo os restantes territórios o [[Ultramar Português]]. Ainda hoje, os territórios franceses situados na [[Europa]] constituem a [[França Metropolitana]], enquanto que os restantes constituem as coletividades do Ultramar. |
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A questão das grandes cidades e culturas extraeuropeias tem sido amplamente estudada pelo investigador alemão [[Ronald Daus]]. |
A questão das grandes cidades e culturas extraeuropeias tem sido amplamente estudada pelo investigador alemão [[Ronald Daus]]. |
Revisão das 14h21min de 19 de abril de 2012
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/59/Tokyo_Landsat.jpg/250px-Tokyo_Landsat.jpg)
Metrópole, da língua grega metropolis (μήτηρ, mētēr = mãe, ventre e πόλις, pólis = cidade), é o termo empregado para se designar as cidades centrais de áreas urbanas formadas por cidades ligadas entre si fisicamente (conurbadas)[2][3] ou através de fluxos de pessoas e serviços[2] ou que assumem importante posição (econômica, política, cultural, etc.) na rede urbana da qual fazem parte (correspondentes, na classificação do IBGE,[2] às metrópoles nacionais e regionais).
Em certos países ou estados cujo território está divido em várias parcelas são chamados de predon's não contínuas, o termo metrópole designa também o território continental ou central desses países por oposição ao seu território não continental ou ultramarino. O termo é especialmente aplicado, no âmbito de impérios coloniais, para se referir ao território original da potência colonial, por oposição às suas colónias. Assim, por exemplo, até 1975, a Metrópole Portuguesa incluía Portugal Continental, o arquipélago da Madeira e o arquipélago dos Açores, constituindo os restantes territórios o Ultramar Português. Ainda hoje, os territórios franceses situados na Europa constituem a França Metropolitana, enquanto que os restantes constituem as coletividades do Ultramar.
A questão das grandes cidades e culturas extraeuropeias tem sido amplamente estudada pelo investigador alemão Ronald Daus.
História
O termo metrópole, que é de origem grega e chegou ao português através do latim (com essa grafia a partir do século XVII), se referia à capital de uma província.[4] O significado urbano atual é do século XVIII.
Definição
Uma definição bastante comum entre a população e os meios de comunicação é a que mostra a metrópole como uma importante cidade de uma região (ou a principal cidade de uma província, estado ou região) ou, simplesmente, uma grande cidade.
De forma mais estrita (e verificável) uma metrópole é o conjunto de cidades (ou entidades políticos-administrativas correspondentes, como os municípios) conurbadas e que tem uma cidade principal que, geralmente, lhe dá o nome.[3]
Outra definição diz que a conurbação não é imprescindível para que haja uma metrópole. Ela geralmente existe, mas o necessário é a ligação entre a cidade principal e as outras através do fluxo de pessoas (principalmente trabalhadores: o movimento pendular diário) e da influência econômica daquela sobre estas e sobre a região[2] (ou até mesmo sobre um país, como as metrópoles nacionais).
Por essas definições, aglomeração urbana difere das metrópoles pela falta de uma cidade principal que tenha considerável população e importância econômica ao menos regional.[2] As metrópoles também diferem das regiões (ou áreas) metropolitanas por estas serem somente uma região de planejamento[3] ou uma formalização daquelas.[2] Mesmo que não haja uma região metropolitana legalmente estabelecida, a metrópole pode existir (basta pensar na Grande São Paulo antes da criação da região metropolitana, em 1973).
Metropolização
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
Metropolização é o processo de uma ou mais cidades em uma região, de tornarem uma metrópole, ou seja, prestes a chegar a 1 milhão de habitantes na região ou na cidade.
Exemplos de metrópoles
Metrópoles globais: são metrópoles cujas áreas de influência se estendem por grandes regiões continentais ou mesmo mundiais que se destacam na esfera econômica mundial como Tóquio, Nova Iorque, São Paulo e Berlim pela forte presença de um mercado financeiro globalizado onde as principais instituições financeiras possuem representação e participação na bolsa de valores, na esfera política como Washington, Moscou e Londres, onde a cúpula dos países mais industrializados G8 se reúne a portas fechadas para discutir as políticas de influência de suas nações sobre o resto do mundo, na esfera cultural como Paris e Milão, as mais tradicionalmente aceitas como centros de difusão de novas culturas, modismos e tendências comportamentais, entre outras.
Dentro da hierarquia urbana, a metrópole nacional apresenta-se como um grande centro, muito bem equipado, onde existem todos os tipos de serviços e produtos industriais. Sua influência abrange todo o país. Imediatamente subordinada à metrópole nacional, aparece a metrópole regional, distribuindo produtos industriais e serviços a uma vasta porção do país.
Metrópoles brasileiras
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1a/S%C3%A3o_Paulo_Landsat_%28fotografia_de_sat%C3%A9lite%29.jpg/250px-S%C3%A3o_Paulo_Landsat_%28fotografia_de_sat%C3%A9lite%29.jpg)
De acordo com a classificação da rede urbana brasileira elaborada pelo IBGE em 2008, e que abrange variáveis como tamanho e importância das cidades:[6]
- Metrópoles nacionais: encontram-se no primeiro nível da gestão territorial, constituindo foco para centros localizados em todos os pontos do país. São metrópoles nacionais , Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
- Metrópoles regionais: constituem o segundo nível da gestão territorial, e exercem influência na macrorregião onde se encontram. São metrópoles regionais Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Luís.
- Capitais regionais: constituem o terceiro nível da gestão territorial, e exercem influência no estado e em estados próximos. Dividem-se em três níveis:
- Capitais regionais A: Aracaju, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, João Pessoa, Maceió, Natal, Teresina e Vitória.
- Capitais regionais B: Blumenau, Campina Grande, Cascavel, Caxias do Sul, Chapecó, Feira de Santana, Ilhéus/Itabuna, Joinville, Juiz de Fora, Londrina, Maringá, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Uberlândia, Montes Claros, Palmas, Passo Fundo, Porto Velho, Santa Maria e Vitória da Conquista.
- Capitais regionais C: Araçatuba, Araguaína, Arapiraca, Araraquara, Barreiras, Bauru, Boa Vista, Cachoeiro de Itapemirim, Campos dos Goytacazes, Caruaru, Criciúma, Divinópolis, Dourados, Franca, Governador Valadares, Ijuí, Imperatriz, Ipatinga/Coronel Fabriciano/Timóteo, Juazeiro do Norte/Crato/Barbalha, Macapá, Marabá, Marília, Mossoró, Novo Hamburgo/São Leopoldo, Limeira, Pelotas/Rio Grande, Petrolina/Juazeiro, Piracicaba, Ponta Grossa, Pouso Alegre, Presidente Prudente, Rio Branco, Santarém, Santos, São Carlos, São José dos Campos, Sobral, Sorocaba, Teófilo Otoni, Uberaba, Varginha e Volta Redonda/Barra Mansa.
Referências
- ↑ «World Gazetteer – Welt: Ballungsräume». Consultado em 03 de junho de 2008 Verifique data em:
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(ajuda) - ↑ a b c d e f SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. pp. 32-36, 55. ISBN 9788528610136
- ↑ a b c SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 1998. p. 308. ISBN 9788526229443
- ↑ HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004. 1ª reimpressão com alterações. pp. 617, 1912. ISBN 978857302383X
- ↑ http://www.estadao.com.br/geral/not_ger264630,0.htm
- ↑ «Regiões de influência das cidades 2007». Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 10 de outubro de 2008. Consultado em 27 de novembro de 2008