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Baleia-jubarte: diferenças entre revisões

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A '''baleia jubarte''' (''Megaptera novaeangliae''), também conhecida como '''baleia-preta''', '''baleia-corcunda''' ou '''baleia-cantora'''<ref>{{Citar web|titulo = Projeto Baleia Jubarte|url = http://www.baleiajubarte.org.br/projetoBaleiaJubarte/leitura.php?mp=aBaleia&id=81|website = www.baleiajubarte.org.br|acessodata = 2016-02-18}}</ref>, é um [[mamífero]] marinho que ocorre em todos [[oceanos]]. Ela é da ordem dos [[Cetartiodactyla|cetartiodactylos]], subordem dos [[cetáceo]]s e infraordem dos [[Mysticeti|misticetos]].<ref>{{Citar web|titulo = Instituto Boto Cinza|url = http://institutobotocinza.org.br/evolucao/|website = institutobotocinza.org.br|acessodata = 2016-02-18}}</ref>
A '''baleia jubarte''' (''Megaptera novaeangliae''), também conhecida como '''baleia-preta''', '''baleia-corcunda''' ou '''baleia-cantora'''<ref>{{Citar web|titulo = Projeto Baleia Jubarte|url = http://www.baleiajubarte.org.br/projetoBaleiaJubarte/leitura.php?mp=aBaleia&id=81|website = www.baleiajubarte.org.br|acessodata = 2016-02-18}}</ref>, é um [[mamífero marinho]] que ocorre na maioria dos [[oceanos]].<ref>{{Citar periódico|titulo = What do humpback whales Megaptera novaeangliae (Cetartiodactyla: Balaenopteridae) pairs do after tagging?|url = http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1984-46702014000200001&lng=en&nrm=iso&tlng=en|jornal = Zoologia (Curitiba)|issn = 1984-4670|paginas = 105–113|volume = 31|numero = 2|doi = 10.1590/S1984-46702014000200001|primeiro = Artur|ultimo = Andriolo|coautores = Alexandre N.}}</ref> Ela é da ordem dos [[Cetartiodactyla|cetartiodactylos]], subordem dos [[cetáceo]]s e infraordem dos [[Mysticeti|misticetos]].<ref>{{Citar web|titulo = Instituto Boto Cinza|url = http://institutobotocinza.org.br/evolucao/|website = institutobotocinza.org.br|acessodata = 2016-02-18}}</ref>


Os machos da espécie medem de 15 a 16 [[metro]]s; as fêmeas, de 16 a 17<ref>{{Citar livro|título = Encyclopedia of Marine Mammals|url = https://books.google.com/books?id=2rkHQpToi9sC|editora = Academic Press|ano = 2009-02-26|isbn = 9780080919935|nome = William F.|sobrenome = Perrin|nome2 = Bernd|sobrenome2 = Wursig|nome3 = J. G. M. 'Hans'|sobrenome3 = Thewissen}}</ref>, sendo que o maior exemplar já visto possuía 19 metros. Essa [[baleia]] pode pesar de 35 a 40 [[tonelada]]s.<ref>{{Citar web|titulo = Projeto Baleia Jubarte|url = http://www.baleiajubarte.org.br/projetoBaleiaJubarte/leitura.php?mp=aBaleia&id=81|website = www.baleiajubarte.org.br|acessodata = 2016-02-18}}</ref>
Os machos da espécie medem de 15 a 16 [[metro]]s; as fêmeas, de 16 a 17<ref>{{Citar livro|título = Encyclopedia of Marine Mammals|url = https://books.google.com/books?id=2rkHQpToi9sC|editora = Academic Press|ano = 2009-02-26|isbn = 9780080919935|nome = William F.|sobrenome = Perrin|nome2 = Bernd|sobrenome2 = Wursig|nome3 = J. G. M. 'Hans'|sobrenome3 = Thewissen}}</ref>, sendo que o maior exemplar já visto possuía 19 metros. Essa [[baleia]] pode pesar de 35 a 40 [[tonelada]]s.<ref>{{Citar web|titulo = Projeto Baleia Jubarte|url = http://www.baleiajubarte.org.br/projetoBaleiaJubarte/leitura.php?mp=aBaleia&id=81|website = www.baleiajubarte.org.br|acessodata = 2016-02-18}}</ref>
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== Anatomia ==
== Anatomia ==
As jubarte são reconhecidas facilmente devido a várias características peculiares. A mais marcante é sua longa nadadeira peitoral, que apresenta manchas pretas e brancas e pode alcançar até um terço do comprimento do corpo, sendo maior do que que qualquer outra espécie de cetáceo.<ref>{{citar livro|nome = Liliane|sobrenome = Lodi|título = Baleias, Botos e Golfinhos do Brasil: Guia de Identificação|ano = 2013|isbn = |nome2 = Monica|sobrenome2 = Borobia|capítulo = Baleia-Jubarte Megaptera novaeangliae (Borowski, 1781)|editora = Technical Books Editora|página = 188–193}}</ref> Possuem a parte superior totalmente negra, parte inferior branca ou um pouco mais escura. A cabeça e [[mandíbula]] inferior estão recobertas de pequenas protuberâncias características da espécie, chamadas de tubérculos cefálicos, ou dérmicos, que na realidade são [[folículo piloso|folículos pilosos]].
As jubarte são reconhecidas facilmente devido a várias características peculiares. A mais marcante é sua longa nadadeira peitoral, que apresenta manchas pretas e brancas e pode alcançar até um terço do comprimento do corpo, sendo maior do que que qualquer outra espécie de cetáceo.<ref name=":0">{{citar livro|nome = Liliane|sobrenome = Lodi|título = Baleias, Botos e Golfinhos do Brasil: Guia de Identificação|ano = 2013|isbn = |nome2 = Monica|sobrenome2 = Borobia|capítulo = Baleia-Jubarte Megaptera novaeangliae (Borowski, 1781)|editora = Technical Books Editora|página = 188–193}}</ref> Possuem a parte superior totalmente negra, parte inferior branca ou um pouco mais escura. A cabeça e [[mandíbula]] inferior estão recobertas de pequenas protuberâncias características da espécie, chamadas de tubérculos cefálicos, ou dérmicos, que na realidade são [[folículo piloso|folículos pilosos]].


A cauda possui manchas negras e brancas visíveis quando o animal submerge, e as ondulações da sua parte posterior e os ''desenhos'' em suas barbatanas caudais (próprias de cada exemplar) são utilizadas para identificação.
A cauda possui manchas negras e brancas visíveis quando o animal submerge, e as ondulações da sua parte posterior e os ''desenhos'' em suas barbatanas caudais (próprias de cada exemplar) são utilizadas para identificação.
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== Etimologia ==
== Etimologia ==
O nome científico '''''Megaptera''''' significa ''asas grandes'' (do grego ''mega-/μεγα-'' (grande) e ''ptera/πτερα'' (asa), referência às suas barbatanas peitorais. Seu nome específico '''''novaeangliae''''' é devido ao naturalista [[Alemanha|alemão]] ''Georg Heinrich Borowski'' que a descreveu pela primeira vez a partir de observações realizadas na [[Nova Inglaterra]].
O nome do gênero '''''Megaptera''''' significa ''asas grandes,'' do grego ''mega-/μεγα-'' (grande) e ''pteron/πτερα'' (asa), referência às suas nadadeiras peitorais que se assemelham a asas. Já seu nome específico '''''novaeangliae''''' vem do latim ''novus'' (nova) e ''angliae'' ([[Inglaterra]]) e é uma referência geográfica de onde o [[espécime]] tipo foi descrito pela primeira vez pelo naturalista [[Alemanha|alemão]] ''Georg Heinrich Borowski'' em 1781. Então, seu nome científico significa "grandes asas da [[Nova Inglaterra]]".<ref name=":0" />

Seu nome comum, jubarte, provém provavelmente da alteração do antigo nome [[França|francês]], proveniente da palavra latina ''gibbus'', que significa ''giboso'', ''corcunda''.{{Carece de fontes}}


== Comportamento social ==
== Comportamento social ==
A organização social das baleias jubarte é caracterizada por grupos pequenos e associações breves, com ocorrência comum de indivíduos sozinhos, duplas e trios.<ref>{{Citar periódico|titulo = Transience of social affiliations among humpback whales (Megaptera novaeangliae) on the Hawaiian wintering grounds|url = |jornal = Canadian Journal of Zoology|issn = |paginas = 762–772|volume = 63|numero = 4|doi = |idioma = |primeiro = J. R.|ultimo = Mobley|coautores = Herman, L. M.|ano = 1985}}</ref> As associações estáveis em pares também, geralmente, são formadas por fêmea e filhote, que podem permanecer juntos por até três anos.<ref name="claphamj" />
A organização social das baleias-jubarte é escassa, os indivíduos costumam ser solitários ou vivem em grupos efêmeros que duram apenas algumas horas. Os agrupamentos são mais estáveis no [[verão]], quando cooperam entre si para fins alimentares. Relações mais duradouras, de meses ou anos, entre casais ou pequenos grupos são raramente descritas. Sua distribuição mundial faz com que sejam vistas muitas vezes juntamente com outras baleias da família ''Delphinidae'', mas raramente interagindo.

Os agrupamentos são mais estáveis no [[verão]], quando cooperam entre si para fins alimentares. Já nas áreas de reprodução no inverno, grupos maiores e não duradouros são observados em associação com demonstrações de competição sexual agressiva entre machos por uma fêmea.<ref>{{Citar periódico|titulo = Composition and Dynamics of Humpback Whale Competitive Groups in the West Indies|url = http://booksandjournals.brillonline.com/content/journals/10.1163/156853992x00507|jornal = Behaviour|data = 1992-01-01|issn = 1568-539X|paginas = 182–194|volume = 122|numero = 3|doi = 10.1163/156853992X00507|primeiro = Phillip J.|ultimo = Clapham|coautores = Per J.}}</ref> Caracterizados por serem ativos e com vários comportamentos aéreos, grupos competitivos são constituídos de um animal nuclear, que é uma fêmea em [[Ciclo estral|estro]] ou pré-estro, que pode ou não estar amamentando um filhote (TYACK; WHITEHEAD, 1983). Análises genéticas de paternidade mostram que fêmeas acasalam com vários machos (CLAPHAM; PALSBOLL, 1997). Para atrair as fêmeas, os machos também produzem extensas e complexas vocalizações estereotipadas (canto), que mudam ao longo do tempo e são cantadas da mesma forma pela população em um determinado tempo (PAYNE; MCVAY, 1971).


O cortejo sexual é realizado durante o período do inverno; a competição pela parceira é geralmente intensa. Grupos de machos de dois até vinte exemplares reúnem-se ao redor de uma fêmea para realizar exibições variadas, que servem para estabelecer as relações dominantes entre os machos. O cortejo dura várias horas e a "cobiçada" do grupo flutua entre a chegada de novos pretendentes e a saída dos machos perdedores. Podem ser realizados saltos, golpes com as barbatanas na superfície, ataques a outros machos ou fugas. Supõe-se que o canto das baleias participe também do ato de cortejo, mas não está claro se o propósito é a identificação entre os machos ou um chamado para o ato sexual em si (ou ambas). Entretanto, todos estes comportamentos também foram observados na ausência completa de fêmeas em potencial, o que levanta a possibilidade de que estes atos sejam ferramentas de comunicação, utilizadas com inúmeros propósitos.
O cortejo sexual é realizado durante o período do inverno; a competição pela parceira é geralmente intensa. Grupos de machos de dois até vinte exemplares reúnem-se ao redor de uma fêmea para realizar exibições variadas, que servem para estabelecer as relações dominantes entre os machos. O cortejo dura várias horas e a "cobiçada" do grupo flutua entre a chegada de novos pretendentes e a saída dos machos perdedores. Podem ser realizados saltos, golpes com as barbatanas na superfície, ataques a outros machos ou fugas. Supõe-se que o canto das baleias participe também do ato de cortejo, mas não está claro se o propósito é a identificação entre os machos ou um chamado para o ato sexual em si (ou ambas). Entretanto, todos estes comportamentos também foram observados na ausência completa de fêmeas em potencial, o que levanta a possibilidade de que estes atos sejam ferramentas de comunicação, utilizadas com inúmeros propósitos.
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== Distribuição ==
== Distribuição ==
A baleia-jubarte pode ser vista em todos os oceanos, entre as [[latitude]]s 60ºS até 65ºN. É uma espécie migratória, que passa os verões nas águas frias de latitudes mais altas e que se reproduz em climas tropicais ou subtropicais. Percorrem distâncias de mais de 25.000&nbsp;km ao ano, sendo recordistas entre os mamíferos. Como exceção as populações do [[Golfo Pérsico]] não são migratórias e permanecem em suas águas quentes o ano todo. Não há jubartes no [[Mar Báltico]], nem no [[Oceano Ártico]], nem na parte mais oriental do [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]].<ref name="Fbl">{{cite web|url=http://www.visir.is/article/20071119/FRETTIR01/111190114|title=Frettabladid| publisher = Frettabladid | accessdaymonth=[[19 de novembro]]|accessyear=[[2007]]}}</ref>
A baleia-jubarte pode ser vista em todos os oceanos, entre as [[latitude]]s 60ºS até 65ºN. É uma espécie migratória, que passa os verões nas águas frias em áreas temperadas e polares e que se reproduz em climas tropicais ou subtropicais. Percorrem distâncias de mais de 25.000&nbsp;km ao ano, sendo recordistas entre os [[mamíferos]]. Como exceção, as populações do [[Golfo Pérsico]] não são migratórias e permanecem em suas águas quentes o ano todo. Não há jubartes no [[Mar Báltico]], nem no [[Oceano Ártico]], nem na parte mais oriental do [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]].<ref name="Fbl">{{cite web|url=http://www.visir.is/article/20071119/FRETTIR01/111190114|title=Frettabladid| publisher = Frettabladid | accessdaymonth=[[19 de novembro]]|accessyear=[[2007]]}}</ref>


Essa baleia é observada em áreas costeiras e da [[plataforma continental]] ao longo de sua distribuição mundial, atravessando frequentemente regiões profundas durante a sua [[Migração de animais|migração]] anual.<ref>{{citar periódico|ultimo = CLAPHAM, P. J.; MEAD, J. G.|primeiro = |titulo = Megaptera novaeangliae|jornal = Mammalian Species|doi = |url = |acessadoem = |ano = 1999|autor = }}</ref> No [[Hemisfério sul|Hemisfério Sul]], geralmente, alimentam-se na Antártica, em águas ao redor das Ilhas Geórgia do Sul e Sanduíche do Sul, no verão e outono.<ref name=":1">{{Citar periódico|titulo = Site fidelity and residence times of humpback whales (Megaptera novaeangliae) on the Brazilian coast|url = http://journals.cambridge.org/article_S0025315411002074|jornal = Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom|data = 2012-12-01|issn = 1469-7769|paginas = 1783–1791|volume = 92|numero = Special Issue 08|doi = 10.1017/S0025315411002074|primeiro = Clarêncio G.|ultimo = Baracho-Neto|coautores = Elitieri Santos}}</ref> E, no inverno e primavera, migram para as áreas de [[Cópula (biologia)|acasalamento]] e nascimento de filhotes em regiões [[Trópico|tropicais]] e [[Clima subtropical|subtropicais]], geralmente associadas a [[Ilha|ilhas]], [[Coral|sistemas coralinos]] ou [[Costa|costas continentais]].<ref>{{Citar periódico|titulo = Feeding grounds of the western South Atlantic humpback whale population|url = http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1748-7692.2009.00301.x/abstract|jornal = Marine Mammal Science|data = 2009-10-01|issn = 1748-7692|paginas = 964–969|volume = 25|numero = 4|doi = 10.1111/j.1748-7692.2009.00301.x|idioma = en|primeiro = M. H.|ultimo = Engel|coautores = A. R.}}</ref><ref name=":2">{{citar periódico|ultimo = Wedekin|primeiro = Leonardo L|titulo = Site fidelity and movements of humpback whales (Megaptera novaeangliae) on the Brazilian breeding ground, southwestern Atlantic|jornal = Marine Mammal Science|doi = |url = |acessadoem = |coautores = et al|volume = 26|numero = 4|paginas = 787–802|ano = 2010}}</ref>
A população de jubartes parece se reconstituir mais facilmente que a de outras espécies de grandes baleias. A população passou de um mínimo de 20 mil exemplares na moratória de [[1966]] a mais de 35 mil na atualidade. Para comparar, a [[baleia-azul]] permaneceu com seus três mil exemplares em todo esse período.

No Brasil, pesquisas aéreas mostraram que sua distribuição nas águas da costa é registrada do [[Rio Grande do Sul]] até o [[Piauí]], sendo que o [[Abrolhos|Banco de Abrolhos]] na [[Bahia]] é o maior [[habitat]] de reprodução da espécie no [[Oceano Atlântico]] [[Sul]] [[Mundo ocidental|ocidental]].<ref name=":1" /><ref>{{Citar periódico|titulo = The first aerial survey to estimate abundance of humpback whales (Megaptera novaeangliae) in the breeding ground off Brazil ( Breeding Stock A )|url = |jornal = Journal of Cetacean Research and Management|data = 2006|paginas = 307–311|volume = 8|numero = 3|doi = |primeiro = Artur|ultimo = Andriolo|coautores = et al}}</ref><ref name=":2" />

A população de jubartes parece se reconstituir mais facilmente que a de outras [[Espécie|espécies]] de grandes baleias. A população passou de um mínimo de 20 mil exemplares na moratória de [[1966]] a mais de 35 mil na atualidade. Para comparar, a [[baleia-azul]] permaneceu com seus três mil exemplares em todo esse período.


Estima-se que a população de jubartes se compõe de 11.600 indivíduos no [[Oceano Atlântico]] norte, 7.000 no [[Oceano Pacífico]] norte e pelo menos 17.000 exemplares no hemisfério sul.
Estima-se que a população de jubartes se compõe de 11.600 indivíduos no [[Oceano Atlântico]] norte, 7.000 no [[Oceano Pacífico]] norte e pelo menos 17.000 exemplares no hemisfério sul.


== Taxonomia e evolução ==
== Taxonomia e evolução ==
A baleia-jubarte é o único representante do gênero ''Megaptera'' constituindo sua própria subfamíla, os ''Megapterinae'' de uma família de oito espécies de baleias, os ''Balaenopteridae''.
[[Ficheiro:Whale-Dive-Small.gif|thumb|220px|Uma baleia-jubarte mostrando a cauda.]]

Estudos moleculares recentes indicam que as primeiras baleias que filtravam a água do mar para se alimentar apareceram no Eoceno há 35 ou 36 milhões de anos. Estas espécies evoluíram muito pouco durante um longo período.

Uma nova especiação ocorreu no Mioceno (há doze a quinze milhões de anos). Os resultados da análise molecular mostram que as linhagens da baleia-azul e do rorqual se separaram há mais de cinco milhões de anos e que nesse momento a jubarte já havia se diferenciado. A falta de provas fósseis de cetáceos não permite concretizar uma data mais exata que entre esses dois limites, menos de doze e mais de cinco milhões de anos.[[Ficheiro:Whale-Dive-Small.gif|thumb|220px|Uma baleia-jubarte mostrando a cauda.]]


== Relação com os humanos ==
== Relação com os humanos ==

Revisão das 00h44min de 19 de fevereiro de 2016

Como ler uma infocaixa de taxonomiaBaleia-jubarte

Tamanho do animal comparado a um humano
Tamanho do animal comparado a um humano
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Cetacea
Subordem: Mysticeti
Família: Balaenopteridae
Género: Megaptera
Gray, 1846
Espécie: M. novaeangliae
Nome binomial
Megaptera novaeangliae
(Borowski, 1781)
Distribuição geográfica

Tubérculos cefálicos característicos da espécie
A forma de ondulação, as marcas negras e brancas e as cicatrizes que permitem a identificação dos exemplares
A jubarte

A baleia jubarte (Megaptera novaeangliae), também conhecida como baleia-preta, baleia-corcunda ou baleia-cantora[2], é um mamífero marinho que ocorre na maioria dos oceanos.[3] Ela é da ordem dos cetartiodactylos, subordem dos cetáceos e infraordem dos misticetos.[4]

Os machos da espécie medem de 15 a 16 metros; as fêmeas, de 16 a 17[5], sendo que o maior exemplar já visto possuía 19 metros. Essa baleia pode pesar de 35 a 40 toneladas.[6]

É uma espécie protegida desde 1967 e, em 2008, as estimativas do número de indivíduos variam de 30 mil[7] a 65 mil exemplares.[8]

Anatomia

As jubarte são reconhecidas facilmente devido a várias características peculiares. A mais marcante é sua longa nadadeira peitoral, que apresenta manchas pretas e brancas e pode alcançar até um terço do comprimento do corpo, sendo maior do que que qualquer outra espécie de cetáceo.[9] Possuem a parte superior totalmente negra, parte inferior branca ou um pouco mais escura. A cabeça e mandíbula inferior estão recobertas de pequenas protuberâncias características da espécie, chamadas de tubérculos cefálicos, ou dérmicos, que na realidade são folículos pilosos.

A cauda possui manchas negras e brancas visíveis quando o animal submerge, e as ondulações da sua parte posterior e os desenhos em suas barbatanas caudais (próprias de cada exemplar) são utilizadas para identificação.

Para explicar esta diferença tão notável, várias hipóteses têm sido apresentadas: algumas acreditam que se deva a uma adaptação evolutiva para assegurar uma maior facilidade de movimento, outras acreditam que seja para melhorar a regulação térmica interna durante os movimentos migratórios em que a temperatura varia consideravelmente, de acordo com a região.

Quando a baleia emerge, expulsa o ar de seus pulmões formando uma nuvem de até três metros. O ar quente, proveniente dos pulmões, condensa imediatamente em contato com o ar frio. A barbatana dorsal, achatada, aparece fora da água após este movimento respiratório e permanece visível até que a barbatana caudal desapareça.

Assim como os demais membros de sua espécie, a baleia possui entre 16 e 20 sulcos ventrais, que são na realidade pregas paralelas que vão da mandíbula até o umbigo e que permitem uma maior abertura da boca.

As barbas características da subordem são produções córneas que filtram a água, retendo o alimento. A jubarte conta entre 270 e 400 barbas de cor escura, dispostas a cada lado da boca.

As fêmeas possuem um lóbulo de 15 centímetros de diâmetro na região genital que permite diferenciar os sexos, já que o pênis dos machos está geralmente escondido na ranhura genital. As baleias parem normalmente a cada dois ou três anos. A gestação dura onze meses. É raro, mas certas fêmeas podem dar à luz dois anos seguidos.

O filhote mede ao nascimento de quatro a quatro metros e meio e pesa aproximadamente 700 quilogramas. É amamentado por sua mãe durante um ano, sendo sua única fonte alimentícia durante os seis primeiros meses. Os seis meses seguintes alternam com o alimento que são capazes de capturar eles mesmos. Os filhotes abandonam suas mães ao início de seu segundo ano, quando alcançam aproximadamente os nove metros de comprimento.

Os jovens alcançam a maturidade sexual aos cinco anos. Vivem, geralmente, de 40 a 50 anos.

Etimologia

O nome do gênero Megaptera significa asas grandes, do grego mega-/μεγα- (grande) e pteron/πτερα (asa), referência às suas nadadeiras peitorais que se assemelham a asas. Já seu nome específico novaeangliae vem do latim novus (nova) e angliae (Inglaterra) e é uma referência geográfica de onde o espécime tipo foi descrito pela primeira vez pelo naturalista alemão Georg Heinrich Borowski em 1781. Então, seu nome científico significa "grandes asas da Nova Inglaterra".[9]

Comportamento social

A organização social das baleias jubarte é caracterizada por grupos pequenos e associações breves, com ocorrência comum de indivíduos sozinhos, duplas e trios.[10] As associações estáveis em pares também, geralmente, são formadas por fêmea e filhote, que podem permanecer juntos por até três anos.[11]

Os agrupamentos são mais estáveis no verão, quando cooperam entre si para fins alimentares. Já nas áreas de reprodução no inverno, grupos maiores e não duradouros são observados em associação com demonstrações de competição sexual agressiva entre machos por uma fêmea.[12] Caracterizados por serem ativos e com vários comportamentos aéreos, grupos competitivos são constituídos de um animal nuclear, que é uma fêmea em estro ou pré-estro, que pode ou não estar amamentando um filhote (TYACK; WHITEHEAD, 1983). Análises genéticas de paternidade mostram que fêmeas acasalam com vários machos (CLAPHAM; PALSBOLL, 1997). Para atrair as fêmeas, os machos também produzem extensas e complexas vocalizações estereotipadas (canto), que mudam ao longo do tempo e são cantadas da mesma forma pela população em um determinado tempo (PAYNE; MCVAY, 1971).

O cortejo sexual é realizado durante o período do inverno; a competição pela parceira é geralmente intensa. Grupos de machos de dois até vinte exemplares reúnem-se ao redor de uma fêmea para realizar exibições variadas, que servem para estabelecer as relações dominantes entre os machos. O cortejo dura várias horas e a "cobiçada" do grupo flutua entre a chegada de novos pretendentes e a saída dos machos perdedores. Podem ser realizados saltos, golpes com as barbatanas na superfície, ataques a outros machos ou fugas. Supõe-se que o canto das baleias participe também do ato de cortejo, mas não está claro se o propósito é a identificação entre os machos ou um chamado para o ato sexual em si (ou ambas). Entretanto, todos estes comportamentos também foram observados na ausência completa de fêmeas em potencial, o que levanta a possibilidade de que estes atos sejam ferramentas de comunicação, utilizadas com inúmeros propósitos.

Alimentação

Um grupo de 15 baleias caçando pelo método de rede de borbulhas de ar perto de Juneau, no Alasca.

A espécie alimenta-se exclusivamente durante o verão e vive de suas reservas de gordura durante o inverno. É um predador ativo que caça krill, copépodes e peixes em cardumes, como o arenque (Clupea harengus), o salmão, o carapau (Scomber scombrus), o escamudo (Pollachius virens), a arinca (Melanogrammus aeglefinus), no Atlântico Norte[13][14][15], seja atacando-os diretamente ou golpeando a água com suas nadadeiras para atordoá-los previamente.

A baleia-jubarte tem o mais diversificado repertório de métodos alimentícios de todas as baleias.[16] Sem dúvida a técnica de pesca mais original da jubarte é a de borbulhas de ar. Esta técnica foi desenvolvida por cerca de 250 indivíduos apenas. Várias baleias formam um grupo que cerca o cardume por baixo e expulsam o ar de seus pulmões, formando uma rede de bolhas que vão forçando o cardume a se concentrar e subir para a superfície. Esta cortina de bolhas serve também para esconder visualmente as baleias até o ataque final, quando estas sobem com a boca aberta, tragando milhares de peixes de uma única vez.

O diâmetro da rede das borbulhas de ar pode alcançar 30 metros e precisar da colaboração de 12 indivíduos. Algumas baleias assumem a tarefa de criar as bolhas, ao emitir sons, expulsando o ar através de seus espiráculos, e outras mergulham mais em direção ao fundo para forçar os peixes na direção da superfície. É possivelmente o exemplo mais espetacular de colaboração entre mamíferos marinhos[17].

As jubartes podem ser atacadas pelas orcas. Esses ataques geralmente não resultam em algo mais sério que escoriações ou cicatrizes, embora seja provável que os filhotes possam vez ou outra serem mortos[11].

A estratégia de pesca da baleia-corcunda inspirou biólogos portugueses a desenvolver métodos de pesca que substituam a rede de pesca, com todos os problemas e consequências que isso provoca, por bolhas de ar [18]

Canto

Ver artigo principal: Canto das baleias

Além de suas acrobacias aquáticas, as jubartes são conhecidas por seus longos e complexos cantos musicais. Emitem, durante horas (ou até dias), padrões de notas graves que variam de amplitude e freqüência, repetindo seqüências de forma coerente e organizada. As baleias somente cantam durante o período de acasalamento, por isso supõe-se que as canções tenham por finalidade atrair parceiros.

Um fato interessante é que a canção, própria de cada baleia, evolui lentamente durante sua vida e nunca volta a uma seqüência de notas já cantada, mesmo anos depois.[19]

Distribuição

A baleia-jubarte pode ser vista em todos os oceanos, entre as latitudes 60ºS até 65ºN. É uma espécie migratória, que passa os verões nas águas frias em áreas temperadas e polares e que se reproduz em climas tropicais ou subtropicais. Percorrem distâncias de mais de 25.000 km ao ano, sendo recordistas entre os mamíferos. Como exceção, as populações do Golfo Pérsico não são migratórias e permanecem em suas águas quentes o ano todo. Não há jubartes no Mar Báltico, nem no Oceano Ártico, nem na parte mais oriental do Mediterrâneo.[20]

Essa baleia é observada em áreas costeiras e da plataforma continental ao longo de sua distribuição mundial, atravessando frequentemente regiões profundas durante a sua migração anual.[21] No Hemisfério Sul, geralmente, alimentam-se na Antártica, em águas ao redor das Ilhas Geórgia do Sul e Sanduíche do Sul, no verão e outono.[22] E, no inverno e primavera, migram para as áreas de acasalamento e nascimento de filhotes em regiões tropicais e subtropicais, geralmente associadas a ilhas, sistemas coralinos ou costas continentais.[23][24]

No Brasil, pesquisas aéreas mostraram que sua distribuição nas águas da costa é registrada do Rio Grande do Sul até o Piauí, sendo que o Banco de Abrolhos na Bahia é o maior habitat de reprodução da espécie no Oceano Atlântico Sul ocidental.[22][25][24]

A população de jubartes parece se reconstituir mais facilmente que a de outras espécies de grandes baleias. A população passou de um mínimo de 20 mil exemplares na moratória de 1966 a mais de 35 mil na atualidade. Para comparar, a baleia-azul permaneceu com seus três mil exemplares em todo esse período.

Estima-se que a população de jubartes se compõe de 11.600 indivíduos no Oceano Atlântico norte, 7.000 no Oceano Pacífico norte e pelo menos 17.000 exemplares no hemisfério sul.

Taxonomia e evolução

A baleia-jubarte é o único representante do gênero Megaptera constituindo sua própria subfamíla, os Megapterinae de uma família de oito espécies de baleias, os Balaenopteridae.

Estudos moleculares recentes indicam que as primeiras baleias que filtravam a água do mar para se alimentar apareceram no Eoceno há 35 ou 36 milhões de anos. Estas espécies evoluíram muito pouco durante um longo período.

Uma nova especiação ocorreu no Mioceno (há doze a quinze milhões de anos). Os resultados da análise molecular mostram que as linhagens da baleia-azul e do rorqual se separaram há mais de cinco milhões de anos e que nesse momento a jubarte já havia se diferenciado. A falta de provas fósseis de cetáceos não permite concretizar uma data mais exata que entre esses dois limites, menos de doze e mais de cinco milhões de anos.

Uma baleia-jubarte mostrando a cauda.

Relação com os humanos

As baleias estão presentes nos contos de marinheiro desde sempre. O espetáculo destas criaturas gigantescas saltando sobre a água explica grande parte dessa atração. A jubarte deu, provavelmente, origem aos mitos dos monstros marinhos e dos cantos das sereias. Inclusive em nossos dias, os mergulhadores que se encontram em proximidade com jubartes cantando dizem que se sentem desorientados, provavelmente pela força das notas reproduzidas no tórax.

A caça das baleias

Ver artigo principal: Baleação
Gravura do século XVIII

A caça às baleias é realizada por razões econômicas recorrentes e distintas:

  • Alimentação (gordura e proteínas)
  • Aquecimento e iluminação (óleo)
  • Cordas (intestinos)
  • Produtos cosméticos
  • Produtos farmacêuticos

Durante muito tempo se pensou que esta caça era de origem pré-histórica, mas sem nenhuma prova real. Na realidade, várias pinturas rupestres na França e Espanha não foram reconhecidas como representando cenas deste tipo de caça até recentemente.

As primeiras pegadas históricas aceitas geralmente eram documentos que provam que os bascos já praticavam esta caça no século XI e um poema japonês anterior ao século X. Nos dois casos se trata de uma caça industrial sobre animais que chegam ou viajam a uma zona de reprodução durante suas migrações anuais.

As espécies caçadas pertenciam ao grupo das baleias-francas Eubalaena glacialis (baleia-franca do Cantábrico ou de Biscaia) e Eubalaena japonica (baleia do Pacífico Norte). Estes animais nadam lentamente e seus corpos flutuam naturalmente, uma vez mortos, o que facilita sua retirada da água.

Contudo, em 2004, a hipótese da origem pré-histórica da caça baleeira voltou a ressurgir com a identificação, na Coreia do Sul, de pinturas rupestres em Bangu-Dae, na baía do Ulsan. Nestas cenas estão representados distintos cetáceos e várias pinturas que são interpretadas como cenas de caça com arpões sobrepostos com silhuetas de baleias. Identificou-se nestas pinturas a Eubalaena japonica e baleias-cinzas. Tudo indica que esta prática desapareceu com a promulgação de distintos decretos reais do século VI, que proibiam a caça de animais sob influência do Budismo.

Estes elementos serviram para reinterpretar as pinturas rupestres francesas, espanholas e, em geral, de toda Europa do norte e a presença de ossos de cetáceos (de golfinhos e marsuínos) nas escavações paleolíticas das quais era difícil determinar se provinham de caças ou da recuperação de indivíduos encalhados.

Os especialistas consideram atualmente que isto nos traz as primeiras pistas sobre a caça baleeira em 5000 a.C.

A caça na revolução industrial

Cena da caça de uma baleia, século XIX

A prática desta caça conheceu um grande auge com a aplicação de meios industriais a partir do século XIX, sendo o auge, sobretudo, na Europa e na Rússia.

A guerra russo-japonesa, ocorrida nos séculos XIX e XX, tinha como motivo central o acesso aos recursos baleeiros do mar do Japão e do Pacífico Norte.

Neste período se introduziu tecnologia de caça muito importante:

  • Barcos capazes de levar a caça a alto mar.
  • Criação de frotas coordenadas para otimizar a exploração de zonas específicas.
  • Uso do canhão baleeiro.
  • Arpões explosivos.

No século XX

Preso ao barco, o corpo sem vida da baleia é levado até à fábrica. Fotografia do início do século XX.

Durante o século XX, ao menos duzentas mil baleias foram capturadas. A população global foi reduzida em mais de 90%. Depois do desaparecimento de algumas espécies, uma comissão internacional foi criada em 1949. Alguns países (Espanha, França, Holanda, Inglaterra) renunciaram a esta atividade de forma voluntária. Para impedir a extinção da família, uma moratória internacional foi instituída em 1966, que continua sendo aplicada atualmente. Quando esta moratória foi decidida, as baleias eram já tão raras que sua caça não era rentável. Oficialmente tinham-se caçado 250 mil exemplares, mas provavelmente o número era muito maior. A União Soviética era considerada o primeiro país a mentir sobre estes dados, declarando 2.710 mortes enquanto se calcula atualmente que caçaram ao menos 48 mil exemplares[26].

Desde 2004 é permitida uma caça limitada nas ilhas São Vicente e Granadinas, no Caribe. Supõe-se que esta caça não põe em risco a população local[16].

Segundo os defensores das baleias, a sobrevivência das espécies ainda não pode ser assegurada por várias razões:

  • A poluição dos oceanos aumenta.
  • Alguns países continuam a caça por "razões científicas".
  • Desenvolvimento da caça furtiva.

Somente alguns países continuam praticando esta caça, apesar da nova moratória de 1985:

  • Japão e Rússia de forma industrial.
  • Noruega em sua área costeira.
  • Islândia em sua área costeira para a indústria japonesa.
  • Certas populações seguem praticando a caça aborígine artesanal como esquimós do Alasca, Sibéria, Canadá e Caribe.

O turismo de observação

Nadadeira peitoral de uma baleia-jubarte

As baleias-jubarte são curiosas. Aproximam-se espontaneamente dos barcos e nadam ao redor. Enquanto este comportamento é um verdadeiro suicídio se o barco é um baleeiro, faz desta espécie um objetivo ideal do turismo de observação de baleias em vários lugares do mundo desde 1990.

Os lugares de observação são, por exemplo, a costa norte do Oceano Pacífico frente ao estado de Washington, a ilha de Vancouver e o Alasca; a costa sul do Oceano Pacífico frente a Sydney; a costa norte do Oceano Atlântico frente a Nova Inglaterra (Boston) ou frente à península de Snaefelsnes (oeste da Islândia), Baía de Samana e Banco da Plata (República Dominicana). No Brasil, os locais mais populares de observação de baleias jubartes estão no litoral da (Bahia): (Morro de São Paulo), (Praia do Forte)e (Caravelas). A baleia-jubarte é muito popular, já que demonstra comportamentos de ostentação que cativam ao público.

Como outros cetáceos, as mães são geralmente muito protetoras com seus filhotes, tentando por todos os meios colocar-se entre este e os barcos. Foi pedido, então, aos operadores turísticos para seguirem um código de conduta, evitando assim perturbar os filhotes e mães.

Pesquisas

Grupo de jubartes no litoral australiano

Ainda que se conhecesse perfeitamente a anatomia das jubartes, por conseqüência de sua caça, os fenômenos de migração e de comportamento social não foram descritos cientificamente até à década de 1960 por dois estudos distintos de R. Chittleborough e de W.H. Dawbin

Roger Payne e Scott McVey estudaram as baleias-jubarte em 1971. Suas análises dos cantos atraíram o interesse mundial dos meios de comunicação produzindo no público uma imagem da espécie de alta inteligência, provavelmente superestimada. Porém, esta superestimação da inteligência ajudou as organizações que se opunham a sua caça.

Quando os cientistas conseguiram que os desenhos da nadadeira caudal pudessem servir como meio para identificar os indivíduos, a baleia-jubarte se transformou na espécie mais estudada, já que as demais espécies não tinham nenhum sistema simples de identificação. Um trabalho baseado em dados obtidos de 1973 a 1988 sobre exemplares do Atlântico norte proporcionou informação detalhada sobre a gestação, desmama, crescimento etc. Graças a esta descoberta, pôde-se moldar de forma precisa a dinâmica da população da espécie como se fosse usada a técnica de marcação e recaptura. Foi durante este período que se criou um catálogo fotográfico de todas as baleias do Atlântico norte administrado pelo Wheelock College (ver aqui). Outros projetos similares estão sendo realizados no Pacífico norte e em outras regiões.

Mídia

[[:Ficheiro:|Baleia-jubarte comum vocalizando em um dia ventoso.]]
[[Ficheiro:|220px|noicon|alt=]]
Gravado pelo National Park Service, usando um hidrofone que está ancorado próximo à foz de Glacier Bay, Alasca, para efeitos de monitoramento de ruído ambiente.

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[[:Ficheiro:|O canto de uma baleia-jubarte.]]
[[Ficheiro:|220px|noicon|alt=]]
Gravado pelo National Park Service, usando um hidrofone que está ancorado próximo à foz de Glacier Bay, Alasca, para efeitos de monitoramento de ruído ambiente.

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[[:Ficheiro:|Canto de uma baleia-jubarte.]]
[[Ficheiro:|220px|noicon|alt=]]

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Bibliografia

Em inglês

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  • Humpback Whale. Phil Clapham. pp 589–592 in the Encyclopedia of Marine Mammals. ISBN 0-12-551340-2
  • National Audubon Society Guide to Marine Mammals of the World. Reeves, Stewart, Clapham and Powell. ISBN 03755411410
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Referências

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