António Correia de Oliveira
António Correia de Oliveira António Corrêa d’Oliveira | |
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António Corrêa d’Oliveira in Contemporânea (1915) | |
Nome completo | António Corrêa d’Oliveira |
Nascimento | 30 de julho de 1879 São Pedro do Sul |
Morte | 20 de dezembro de 1960 (81 anos) Belinho, Esposende |
Nacionalidade | português |
Filho(a)(s) | José Gonçalo Correia de Oliveira |
Ocupação | Poeta |
Magnum opus | Tentações de Sam Frei Gil e Verbo Ser e Verbo Amar |
Assinatura | |
António Corrêa d’Oliveira GOSE • GOIP (São Pedro do Sul, 30 de julho de 1879 — Belinho, Esposende, 20 de dezembro de 1960) foi um poeta português.[1][2] Começando no final do século XIX foi publicando as suas obras durante mais de seis décadas, tendo sido indicado para o Prémio Nobel da Literatura pela primeira vez em 1933 por vinte membros da Academia Real das Ciências e sendo o recordista nacional com um total de quinze nomeações.[3][4][5]
Biografia
[editar | editar código-fonte]António Correia de Oliveira nasceu em São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, a 30 de julho de 1879.[1][2]
Estudou no Seminário de Viseu, indo depois para Lisboa, onde trabalhou brevemente como jornalista no Diário Ilustrado.[1][2] Publicou a sua primeira obra aos 16 anos, Ladainha em 1897, foi companheiro de Raul Brandão e mostrou influências de Antero de Quental e de Guerra Junqueiro.[1][2] Em 1912, tendo casado com uma rica proprietária minhota, fixa-se na freguesia de Antas, concelho de Esposende, indo viver para a Quinta do Belinho,[1][2] [carece de fontes]
Poeta neogarrettista, foi um dos cantores do Saudosismo, juntamente com Teixeira de Pascoaes e outros. Ligado aos movimentos culturais do Integralismo Lusitano e das revistas Águia, Atlântida (1915-1920),[6] Ave Azul (1899-1900),[7] e Seara Nova. De Correia de Oliveira também se encontram colaborações nas revistas O Occidente (1877-1915),[8] Serões (1901-1911),[9] Contemporânea (1915-1926),[10] Revista de turismo[11] iniciada em 1916, no periódico O Azeitonense[12] (1919-1920) e ainda nas revistas Mocidade Portuguesa Feminina: boletim mensal (1939-1947)[13] e Prisma[14] (1936-1941).
Obras
[editar | editar código-fonte]Convictamente monárquico, transforma-se num dos poetas oficiosos do Estado Novo, com inúmeros textos escolhidos para os livros únicos de língua portuguesa do sistema de ensino primário e secundário.
Correia de Oliveira foi indicado para o Prémio Nobel da Literatura, pela primeira vez em 1933, sendo-o depois de também desse ano a 1940 e em 1942.[4] A vencedora de 1945, a chilena Gabriela Mistral, que desempenhara as funções de Adida Cultural em Lisboa, declarou publicamente, no acto solene, que não merecia o prémio, estando presente o autor do Verbo Ser e Verbo Amar.[carece de fontes] Foi o terceiro português a ser indicado para o Nobel da Literatura, depois de João da Câmara em 1901 e de João Bonança em 1907, mas é o português a quem se conhece o maior número de nomeações, ultrapassado neste valor Maria Madalena de Martel Patrício que tem catorze.[15]
Foi pai de José Gonçalo Correia de Oliveira (1921—1976), Ministro da Economia entre 1965 e 1968.[16]
António Correia de Oliveira faleceu na sua casa da freguesia de Antas, Esposende, no distrito de Braga, em 1960.[1][2]
Obras publicadas
[editar | editar código-fonte]Algumas das obras de António Correia de Oliveira:[3][17]
- Ladainha (1897, Lisboa, Typ. do Commercio)[2]
- Eiradas (1899, Lisboa, Antiga Casa Bertrand - José Bastos)
- Cantigas (1902, Lisboa, Livr. Ferin)[2]
- Raiz (1903, Coimbra, França Amado)[2]
- Ara (1904, Lisboa, Livraria Ferreira)
- Parábolas (1905, Lisboa, Ferreira de Oliveira)
- Tentações de San Frei Gil (1907, Lisboa, Ferreira & Oliveira)[2]
- O Pinheiro Exilado (1907, Lisboa, Livraria Ferreira; Typ. do Annuario Commercial)
- Elogio dos Sentidos (1908, Porto, Magalhães & Moniz)
- Alma Religiosa (1910, Porto, Magalhães & Moniz)
- Dizeres do Povo (1911, Esposende, Typ. de José da Silva Vieira)[2]
- Auto das Quatro Estações (1911, Lisboa, Cernadas)
- Romarias (1912, Porto)
- Vida e História da Árvore (1913, Belinho)
- A Criação (1913, Viana, Typ. Modelo)
- Menino (1914, Paris; Lisboa, Aillaud e Bertrand)
- Os teus Sonetos (1914, Lisboa, Livr. Aillaud e Bertrand)
- A Minha Terra (1915-1917, 10 volumes)[2]
- A Alma das Árvores (1918, Rio de Janeiro; Paris; Lisboa, Francisco Alves, Aillaud e Bertrand)
- Estas Mal Notadas Regras (1918)
- Pão nosso. Alegre vinho. Azeite da candeia. (1920, Lisboa, Portugalia Editora)
- Na Hora Incerta (1920-1922, Porto, Tip. Costa Carregal)
- 1.º livro: É Portugal que vos Fala (1920)
- 2.º livro: Viriato Lusitano (1920)
- 3.º livro: Auto do Berço (1920)
- 4.º livro: O Santo Condestável (1921)
- 5.º livro: A Fala que Deus nos Deu (1921)
- 6.º livro: A Nau Catrineta (1922)
- 7.º livro: A Terra do Paraíso (1922)
- Verbo Ser e Verbo Amar (1926, Lisboa, Livr. Aillaud & Bertrand)
- Os Livros do Cativeiro (1927)
- Teresinha" (1929, Porto, Imprensa Moderna)
- Job (1931, Barcelos, Comp. Editora do Minho)
- Mare Nostrum (1939, Porto, Acção Social da Legião Portuguesa)
- História Pequenina de Portugal Gigante (1940, Barcelos, Companhia Editora do Minho)[2]
- Aljubarrota ao Luar (1944)[2]
- Saudade Nossa (1944, Lisboa, Neogravura)
- Redondilhas (1948, Porto, Liv. Figueirinhas)
- Deus-Menino para o lar da criança portuguesa (1953)
- Pátria (1953, Porto, Liv. Tavares Martins)
- Azinheira em Flor (1954)[2]
- Natal Deus-Menino (1960, Porto)
Homenagens
[editar | editar código-fonte]A 5 de Outubro de 1934 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 26 de Agosto de 1955 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública.[18]
Devido a esta relação com o concelho esposendense, a antiga escola preparatória da cidade chama-se Escola EB 2 e 3 António Correia de Oliveira e existe a Rua Poeta António Correia de Oliveira. Também é lembrado na sua terra natal, São Pedro do Sul, onde tem uma via com seu nome e existe uma estátua localizada na Praça da República.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f «Biografia de António Correia de Oliveira». Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994. in Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas. Consultado em 1 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 2 de maio de 2014
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o «Poeda da Semana: O perfume». inclui nota biográfica. citado pelo Instituto Camões em 2003. Consultado em 1 de janeiro de 2012
- ↑ a b «Pesquisa : registos para: Oliveira, António Correia de, 1879-1960». Apenas não confirmada "Aljubarrota ao Luar". PORBASE - Base Nacional de Dados Bibliográficos. Consultado em 1 de Maio de 2014
- ↑ a b «Nomination Database - Literature (1901-1950) (Search "Correia de Oliveira")» (em inglês). Base de dados de 1901 a 1950. Nobelprize.org. Nobel Media AB. Consultado em 2 de Maio de 2014
- ↑ «Nomination Database - Literature (Year: 1933)» (em inglês). Nobelprize.org. Nobel Media AB. Consultado em 2 de Maio de 2014
- ↑ «Índice N.º 1 ao n.º 4» (Cópia digital). Atlântida : mensário artístico literário e social para Portugal e Brazil (1915-1920). Como "Antonio Correia de Oliveira". Hemeroteca Digital de Lisboa. p. 594
- ↑ Rita Correia (26 de março de 2011). «Ficha histórica: Ave azul : revista de arte e critica (1899-1900).» (pdf). Como "António Correia d’Oliveira". Hemeroteca Municipal de Lisboa. pp. 2 e 3. Consultado em 1 de Maio de 2014
- ↑ Rita Correia (16 de março de 2012). «Ficha histórica: O occidente : revista illustrada de Portugal e do estrangeiro (1877-1915).» (pdf). Como "António Corrêa D’Oliveira". Hemeroteca Municipal de Lisboa. p. 3. Consultado em 1 de Maio de 2014
- ↑ Rita Correia (24 de abril de 2012). «Ficha histórica: Serões : revista semanal ilustrada (1901-1911).» (pdf). Como "António Correia d’Oliveira" e "António Corrêa D’Oliveira". Hemeroteca Municipal de Lisboa. pp. 7 e 8. Consultado em 1 de Maio de 2014
- ↑ «Índice do volume II (N.º 4, 5 e 6)» (Cópia digital). Contemporânea (1915; 1922-1926). Como "Antonio Corrêa D’Oliveira". Hemeroteca Digital de Lisboa. 1922. p. 100. Consultado em 1 de Maio de 2014
- ↑ Jorge Mangorrinha (16 de janeiro de 2012). «Ficha histórica:Revista de Turismo: publicação quinzenal de turismo, propaganda, viagens, navegação, arte e literatura (1916-1924)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de Maio de 2015
- ↑ Jorge Mangorrinha (1 de abril de 2016). «Ficha histórica:O Azeitonense: orgão independente defensor dos interesses de Azeitão (1919-1920)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de setembro de 2016
- ↑ Helena Roldão (2 de maio de 2014). «Ficha histórica: Mocidade Portuguesa Feminina : boletim mensal (1939-1947).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de Maio de 2014
- ↑ Alda Anastácio (24 de fevereiro de 2018). «Ficha histórica:Prisma : revista trimensal de Filosofia, Ciência e Arte (1936-1941)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de julho de 2018
- ↑ «Nomination Database - Literature (1901-1950) (Search "Country")» (em inglês). Base de dados de 1901 a 1950. Nobelprize.org. Nobel Media AB. Consultado em 2 de Maio de 2014
- ↑ Lucena, Manuel de (2015). Os Lugar-Tenentes de Salazar. Lisboa: Alêtheia Editores. 374 páginas. ISBN 9789896226435
- ↑ «Catalog : Results for author:"Corrêa de Oliveira, Antonio, 1879-"» (em inglês). Apenas algumas confirmações e data em "Menino". HathiTrust’s digital library (University of Michigan). Consultado em 1 de Maio de 2014
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Correia de Oliveira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 3 de abril de 2016
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Escola EB 2 e 3 António Correia de Oliveira». Sítio oficial.[ligação inativa]
- «Poeda da Semana: "O perfume"». citado pelo Instituto Camões em 2003 e inclui nota biográfica.
- «Biografia de António Correia de Oliveira». no Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994 citado pela Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas.
- «Sócios Correspondentes e Patronos da Academia Brasileira de Letras (Cadeira 4)». no sítio da Academia Brasileira de Letras
Precedido por Émile Zola |
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Sucedido por Aquilino Ribeiro |
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