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Demografia da América do Sul: diferenças entre revisões

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A população [[caucasiano|branca]] predomina na região, mas é considerável a porcentagem de [[mestiço]]s, enquanto os [[povo indígena|indígenas]] constituem minoria.
A população [[caucasiano|branca]] predomina na região, mas é considerável a porcentagem de [[mestiço]]s, enquanto os [[povo indígena|indígenas]] constituem minoria.


*Os países principalmente os [[mestiço]]s são:
:*'''{{BRA}}:''' a [[brasileiros|população brasileira]] é formada principalmente por [[descendente]]s de [[Povos indígenas do Brasil|povos indígenas]], [[Brasil colônia|colonos]] [[portugueses]], [[Escravidão no Brasil|escravos]] [[África|africanos]] e de [[Imigração|imigrantes]] [[Europa|europeus]]. Os brasileiros ("brancos", "pardos" e "negros"), no geral, possuem ancestralidades europeia, africana e indígena. A europeia sendo importante sobretudo nos "brancos" e "pardos". A ancestralidade "africana" é maior entre os "negros". A ancestralidade indígena encontra-se presente em todas as regiões, em "brancos", "pardos" e "negros" brasileiros, embora tendendo a um grau menor. De acordo com um estudo de DNA autossômico de 2008, conduzido pela [[Universidade de Brasília]] (UnB), com "brancos", "pardos" e "negros", a ancestralidade européia é a predominante em todas as regiões do Brasil, respondendo por 65,90% da herança da população, seguida de uma grande contribuição africana (24,80%) e de uma contribuição indígena menor (9,3%).<ref>http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3873</ref> De acordo com o estudo autossômico de 2011, com aproximadamente 1000 amostras de brasileiros "brancos", "pardos" e "negros", levado a cabo pelo geneticista brasileiro Sérgio Pena, o componente europeu é o predominante na população do Brasil, em todas as regiões nacionais, com contribuições africanas e indígenas. De acordo com esse estudo, a ancestralidade européia responde por 70% da herança da população brasileira.<ref>http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0017063</ref> Esse estudo foi realizado com base em doadores de sangue, sendo que a maior parte dos doadores de sangue no Brasil vêm das classes mais baixas (além de enfermeiros e demais pessoas que laboram em entidades de saúde pública, representando bem, assim, a população brasileira). <ref> http://www.amigodoador.com.br/estatisticas.html Profile of the Brazilian blood donor</ref>. Esse estudo constatou que os brasileiros de diferentes regiões são geneticamente muito mais homogêneos do que se esperava, como consequência do predomínio europeu (o que já havia sido mostrado por vários outros estudos genéticos autossômicos, como se pode ver abaixo). “Pelos critérios de cor e raça até hoje usados no censo, tínhamos a visão do Brasil como um mosaico heterogêneo, como se o Sul e o Norte abrigassem dois povos diferentes”, comenta o geneticista. “O estudo vem mostrar que o Brasil é um país muito mais integrado do que pensávamos.” A homogeneidade brasileira é, portanto, muito maior entre as regiões do que dentro delas, o que valoriza a heterogeneidade individual. Essa conclusão do trabalho indica que características como cor da pele são, na verdade, arbitrárias para categorizar a população. <ref>http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/02/nossa-heranca-europeia/?searchterm=Pena</ref> Já de acordo com um estudo genético autossômico feito em 2010 pela [[Universidade Católica de Brasília]], publicado no [[American Journal of Human Biology]], a herança genética europeia é a predominante no Brasil, respondendo por entre 75% e 80% total, "brancos", "pardos" e "negros" incluídos.<ref>{{Citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u633465.shtml |título=Título ainda não informado (favor adicionar) |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> Os resultados também mostravam que, no Brasil, indicadores de aparência física, como cor da pele, dos olhos e dos cabelos, têm relativamente pouca relação com a ascendência de cada pessoa (ou seja, o [[fenótipo]] de uma pessoa não indica claramente o seu [[genótipo]]).<ref>http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u633465.shtml</ref> <ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19639555</ref> <ref>http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajhb.20976/pdf</ref> Esse estudo foi realizado com base em amostras de testes de paternidade gratuitos, conforme exposto pelos pesquisadores: "os teste de paternidade foram gratuitos, as amostras da população envolvem pessoas de variável perfil socioeconômico, embora provavelmente com um viés em direção ao grupo dos 'pardos'".<ref>http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajhb.20976/pdf</ref> De acordo com outro estudo, de 2009, os [[brasileiros]], como um todo, e de todas as [[Regiões do Brasil|regiões]], e independentemente de aparência ou classificação pelo censo, estão bem mais perto dos [[europeus]] do que dos [[mestiços]] do [[México]], e dos [[africanos]], do ponto de vista genético.<ref>http://www.alvaro.com.br/pdf/trabalhoCientifico/ARTIGO_BRASIL_LILIAN.pdf</ref>

:*'''{{BRA}}:''' a [[brasileiros|população brasileira]] é formada principalmente por [[descendente]]s de [[Povos indígenas do Brasil|povos indígenas]], [[Brasil colônia|colonos]] [[portugueses]], [[Escravidão no Brasil|escravos]] [[África|africanos]] e de [[Imigração|imigrantes]] [[Europa|europeus]]. No [[Brasil]], são considerados pardos ([[caboclo]]s, [[cafuzo]]s e [[mulato]]s), mas o número de mestiços deve ser maior, estando diluídos nos 49,7% considerados [[branco]]s.<ref name="PNAD 2006">{{cite web |title=PNAD |date=2006 |url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2006/brasilpnad2006.pdf|language=Portuguese |accessdate=2007-06-20 }}</ref>


:*'''{{BOL}}:''' 75% da população correspondem a [[mestiço]]s e 1% aos [[ameríndio]]s.<ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/co.html#People CIA - The World Factbook -- Colombia]</ref>
:*'''{{BOL}}:''' 75% da população correspondem a [[mestiço]]s e 1% aos [[ameríndio]]s.<ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/co.html#People CIA - The World Factbook -- Colombia]</ref>
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:*'''{{VEN}}:''' 2% dos habitantes são [[povo indígena|ameríndios]], 21% [[caucasiano|europeus ibéricos]], 10% [[negro|afro-americanos]] e 67% [[mestiços|eurameríndios]].<ref>Civita, Victor. ''[[Almanaque]] Abril [[2007]]''. In: ______________. ''[[Geografia]]: Mundo: Países: "[[Venezuela]]''. [[São Paulo]]: Abril, 2007. p. 627.</ref>
:*'''{{VEN}}:''' 2% dos habitantes são [[povo indígena|ameríndios]], 21% [[caucasiano|europeus ibéricos]], 10% [[negro|afro-americanos]] e 67% [[mestiços|eurameríndios]].<ref>Civita, Victor. ''[[Almanaque]] Abril [[2007]]''. In: ______________. ''[[Geografia]]: Mundo: Países: "[[Venezuela]]''. [[São Paulo]]: Abril, 2007. p. 627.</ref>


*Os países de forte [[caucasiano|ascendência européia]] são:
:*'''{{ARG}}:''' Na Argentina, a herança Européia é a predominante, mas com significativa herança indígena, e presença de contribuição africana também. Um estudo genético autossômico realizado em 2009, revelou que a composição da Argentina é 78,50% Européia, 17,30% Indígena, e 4,20% Africana.<ref>http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1469-1809.2009.00556.x/pdf</ref> Em [[Buenos Aires]], um estudo genético autossômico encontrou contribuição Indígena de 15,80% e Africana de 4,30%. <ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16715758</ref> Na região de [[La Plata]], as contribuições Européia, Indígena e Africana foram, respectivamente, 67.55% (+/-2.7), 25.9% (+/-4.3), e 6.5% (+/-6.4). <ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15754971</ref>56% da população da Argentina possui DNA mitoncondrial ameríndio.<ref>{{es}} [http://www.clarin.com/diario/2005/01/16/sociedad/s-03415.htm Corach, Daniel (2004), UBA)]</ref>
:*'''{{ARG}}:''' onde foi maior o aniquilamento de [[povo indígena|indígenas]] e onde o escravo negro não penetrou, a população é quase inteiramente [[caucasiano|branca]] (90%).<ref name="Garcia"/> No entanto, outros estudos mostram que 56% da população da Argentina, tem [[ameríndios|ancestralidade ameríndia]].<ref>{{es}} [http://www.clarin.com/diario/2005/01/16/sociedad/s-03415.htm Corach, Daniel (2004), UBA)]</ref>
:*'''{{CHI}}:''' a população [[chile]]na é principalmente [[Brancos|Branca]] de [[Europa|origem europeia]] mesclados com indígenas, 95,4% da população.<ref name="Garcia"/><ref name="Marta"/><ref name="Criollos"/><ref name="Latinoamerica"/><ref>[http://www.condortravel.com/chile.php?p_idioma=eng Chile.]</ref> Uma descrição pormenorizada da etnia mostra que 52,7% (8.8 milhões) - 90% (15 milhões) da população tem antepassados da [[Europa|descendentes de europeus]].<ref name="Garcia"/><ref name="Lizcano">[http://books.google.cl/books?id=LcabJ98-t1wC&pg=PA93&lpg=PA93&dq=chile+60%25+blancos+Esteva-Fabregat&source=bl&ots=AMUjY09aVi&sig=3PCwfKDokrZYem3dcZ2gkToFIoE&hl=es&ei=k8WjSYT3HJaitgfGncnOBA&sa=X&oi=book_result&resnum=9&ct=result#PPA110,M1 Composición Étnica de las Tres Áreas Culturales del Continente Americano al Comienzo del Siglo XXI]</ref> De acordo com um estudo cultural não genético 30% da população seria classificada como [[Europa|caucasica]] descendentes directos dos europeus e 65% (brancos-mestiços), com um [[Branco|fenótipo branco]].<ref name="Estructura racial - SISIB">Biblioteca Digital de la Universidad de Chile, [http://mazinger.sisib.uchile.cl/repositorio/lb/ciencias_quimicas_y_farmaceuticas/medinae/cap2/5b6.html Estructura racial]</ref> Um estudo genético autussômico no Chile apontou que a ancestralidade do povo chileno é 51,6% europeia, 42,1% indígena e 6,3% africana.<ref>[http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3873 O impacto das migrações na constituição genética das populações latino-americanas]</ref> Um outro estudo genético confirma que o povo chileno é mestiço, mas é notável que as camadas sociais mais baixas apresentam maior grau de ancestralidade indígena, enquanto as camadas mais altas da sociedade têm mais ancestralidade europeia.<ref>Vanegas, J., Villalón, M., Valenzuela, C. [http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0034-98872008000500014&script=sci_arttext Consideraciones acerca del uso de la variable etnia/raza en investigación epidemiológica para la Salud Pública: A propósito de investigaciones en inequidades] ''Revista Médica de Chile'' 2008; 136: 637-644. <br/>Quote translated from Spanish: ''..in Chile the [racial] process is vinculated to a socioeconomic stratification; the Spaniards of the upper class that did not mix, the mix of European Spaniards and mestizo women in the middle strata, in the lowest substrate the mestizo-mestizo and mestizo-amerindians.''</ref><ref name=Valenzuela/><ref name=Valenzuela>Valenzuela, C. [http://www.medwave.cl/ciencia/11.act El Gradiente Sociogenético Chileno y sus Implicaciones Etico-Sociales], Facultad de Medicina, [[Universidad de Chile]]<br/>Quote: ''Al analizar la composición étnica por estratos sociales nos hemos encontrado con un gradiente sociogenético importante que condiciona la estructura de la morbimortalidad según estrato socioeconómico y la evolución sociocultural de Chile''</ref> Um outro estudo genético realizado em pessoas de Santiago, capital do Chile, encontrou uma mistura de ancestralidade, sendo 57% europeia e 43% indígena. Os habitantes de [[Concepción (Chile)|Concepción]], outra cidade chilena, têm 65% de ancestralidade europeia e 36% indígena. Já os habitantes de [[Puerto Montt]] têm 53% de origem indígena e 47% europeia. Na localidade de [[Laitec]] a ascendência é 80% ameríndia e 20% europeia, enquanto que em [[Poposo]] é 60% ameríndia e 40% europeia.<ref name="fhuce.edu.uy">http://www.fhuce.edu.uy/antrop/cursos/abiol/links/Artics/sans.pdf</ref> Os índios chilenos são predominantemente de ancestralidade indígena. Um estudo genético envolvendo índios [[aymará]] encontrou 96% de sangue indígena e 4% de europeu ou africano. Os [[mapuche]]s já são mais misturados, tendo 73% de sangue ameríndio e 27% de europeu ou africano. Os [[pehuenche]]s têm ancestralidade 95% indígena e 5% não-índio, enquanto os [[alacaluf]] são 89% índios e 11% europeu ou africano.<ref name="fhuce.edu.uy"/>
:*'''{{CHI}}:''' a população [[chile]]na é principalmente [[Brancos|Branca]] de [[Europa|origem europeia]], 95,4% da população.<ref name="Garcia"/><ref name="Marta"/><ref name="Criollos"/><ref name="Latinoamerica"/><ref>[http://www.condortravel.com/chile.php?p_idioma=eng Chile.]</ref> Uma descrição pormenorizada da etnia mostra que 52,7% (8.8 milhões) - 90% (15 milhões) da população são [[Europa|descendentes de europeus]].<ref name="Garcia"/><ref name="Lizcano">[http://books.google.cl/books?id=LcabJ98-t1wC&pg=PA93&lpg=PA93&dq=chile+60%25+blancos+Esteva-Fabregat&source=bl&ots=AMUjY09aVi&sig=3PCwfKDokrZYem3dcZ2gkToFIoE&hl=es&ei=k8WjSYT3HJaitgfGncnOBA&sa=X&oi=book_result&resnum=9&ct=result#PPA110,M1 Composición Étnica de las Tres Áreas Culturales del Continente Americano al Comienzo del Siglo XXI]</ref> Outro estudo que analisou o [[genótipo]] mostrou que 30% da população é classificada como [[Europa|caucasica]] descendentes directos dos europeus e 65% (brancos-mestiços), com um [[Branco|fenótipo branco]].<ref name="Estructura racial - SISIB">Biblioteca Digital de la Universidad de Chile, [http://mazinger.sisib.uchile.cl/repositorio/lb/ciencias_quimicas_y_farmaceuticas/medinae/cap2/5b6.html Estructura racial]</ref>

:*'''{{URU}}:''' é país predominante [[caucasiano|branco]] (88%), correspondendo os [[mestiço]]s e [[negro]]s a 8% e 4% respectivamente de acordo com o [[CIA - the World factbook]].<ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/uy.html#People CIA - The World Factbook -- Uruguay]</ref> Um estudo genético de 2009, publicado no [[American Journal of Human Biology]], revelou que a composição genética do Uruguai é principalmente Européia, mas com contribuição indígena (que varia de 1% a 20% em diferentes partes do país) e significativa contribuição africana (7% a 15% em diferentes partes do país). <ref>http://www3.interscience.wiley.com/journal/108068634/abstract/</ref>


:*'''{{URU}}:''' é país predominante [[caucasiano|branco]] (88%), correspondendo os [[mestiço]]s e [[negro]]s a 8% e 4% respectivamente.<ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/uy.html#People CIA - The World Factbook -- Uruguay]</ref>
*Nos países andinos e caribenhos, entretanto, os índices de [[povo indígena|ameríndios]] e [[mestiço]]s são consideráveis:
*Nos países andinos e caribenhos, entretanto, os índices de [[povo indígena|ameríndios]] e [[mestiço]]s são consideráveis:

Revisão das 23h44min de 15 de abril de 2012

A demografia da América do Sul é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as características demográficas do território sul-americano.

A América do Sul tem 380 milhões de habitantes. Vazios demográficos (como as florestas tropicais, o deserto de Atacama e as porções geladas da Patagônia) convivem com regiões de alta densidade populacional, como os centros urbanos de São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Lima, Santiago e as áreas entre as capitais da zona da mata nordestina. A população é formada principalmente por descendentes de europeus (em especial espanhóis e portugueses) no cone sul, africanos na costa caribenha/etc e indígenas no interior do continente. Há alta porcentagem de mestiços que variam muito na sua composição de acordo com cada lugar (enquanto na maior parte da América Hispanica e interior da América do Sul o mestiço principal é o mameluco, em zonas litoraneas tais como a costa caribenha colombiana, Salvador, Rio de Janeiro, Minas Gerais e cia, o elemento africanizado é mais visível que em outras áreas do Mainland continental geodésico; já os zambos ou cafuzos são mais comuns na costa da Amazonia Oriental entre o Maranhão e as Guianas, com leve excepção para a costa do Amapá Central.

. As principais línguas são o espanhol e o português, ou seja, as línguas ibéricas (tendência básica na América Latina como um todo, aliás).

Grupos étnicos

Gisele Bündchen
Gisele Bündchen
Kaká e Luis Inácio Lula da Silva
Kaká e Luis Inácio Lula da Silva
Pelé
Pelé
Evo Morales
Evo Morales
Michelle Bachelet
Michelle Bachelet
Shakira
Shakira
Sul-americanos

Para a formação étnica da população sul-americana contribuíram três etnias: índios, brancos e negros. Em muitos países predominam os mestiços de espanhóis com indígenas, como é o caso do Colômbia, Equador, Paraguai e Venezuela. Em apenas dois países os povos indígenas são maioria: no Peru e na Bolívia. Grandes populações de ascendência africana são encontradas no Brasil (principalmente na Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco), na Colômbia e na Venezuela.

Os países de forte ascendência européia são a Argentina, o Chile, o Uruguai e o Brasil.[1][2][3][4][5] Os dois primeiros países tem sua população derivada de imigrantes espanhóis e italianos e, no caso do Sul e sudeste meridional do Brasil (principalmente São Paulo), derivada de imigrantes portugueses, italianos, alemães, espanhóis e japoneses.[6]

Chile recebeu uma grande onda de imigrantes europeus, principalmente no norte, sul e costa. Ao longo do século XVIII e início do século XX. Os imigrantes europeus que chegaram no Chile são maioritariamente espanhóis, alemães, ingleses (incluindo o escocês e irlandês), italianos, franceses, austríacos, holandêses, suíços, escandinavos, portuguêses, gregos e croatas.

O maior grupo étnico que compõe a população chilena veio da Espanha e do País Basco, ao sul da França. As estimativas de descendentes de bascos no Chile variam de 10% (1.600.000) até 27% (4.500.000).[7][8] [9] [10] [11] 1848 foi um ano de grande imigração de alemães e franceses, a imigração de alemães foi patrocinada pelo governo chileno para fins de colonização para as regiões meridionais do país. Esses alemães (também suíços e austríacos), significativamente atraídos pela composição natural das províncias do Valdivia, Osorno e Llanquihue foram colocados em terras dadas pelo governo chileno para povoar a região. Porque o sul do Chile era praticamente desabitado, a influência desta imigração alemã foi muito forte, comparável à América Latina apenas com a imigração alemã do sul do Brasil. Há também um grande número de alemães que chegaram ao Chile, após a Primeira e Segunda Guerra Mundial, especialmente no sul (Punta Arenas, Puerto Varas, Frutillar, Puerto Montt, Temuco, etc.) A embaixada alemã no Chile estimada que entre 500,000 a 600,000 chilenos são de origem alemã.[12]

Além disso, estima-se que cerca de 5% da população chilena é descendente de imigrantes de origem asiática, principalmente do Oriente Médio (ou seja, palestinos, sírios, libaneses e armênios), são cerca de 800.000 pessoas.[13] É importante ressaltar que os israelitas, tanto judeus como não-cidadãos judeus da nação de Israel podem ser incluídos. Chile abriga uma grande população de imigrantes, principalmente cristã, do Oriente Médio.[14] Acredita-se que cerca de 500.000 descedentes de palestinos residem no Chile.[15][16] Outros grupos de imigrantes historicamente significativos são: os croatas, cujo número de descendentes é estimado em 380.000 pessoas, o equivalente a 2,4% da população.[17][18] No entanto, outras fontes dizem que 4,6% da população do Chile podem ter alguma ascendência croata.[19] Além disso, mais de 700.000 chilenos de origem britânica (Inglaterra, País de Gales e Escócia), o que corresponde a 4,5% da população.[20] Os chilenos de ascendência grega são estimados entre 90.000 e 120.000 pessoas[21], a maioria deles vive no Santiago ou Antofagasta, Chile é um dos 5 países com mais descendentes de gregos no mundo.[22] Os descendentes de suíços somam o número 90.000,[23] também estimo-se que cerca de 5% da população chilena tem alguma ascendência francesa.[24] Os descendentes de italianos estão entre 600.000 e 800.000 pessoas.

Presidente Lula e membros da comunidade ítalo-brasileira durante a Festa da Uva.

A imigração alemã no Brasil foi o movimento migratório ocorrido nos séculos XIX e XX de alemães para várias regiões do Brasil. As causas deste processo podem ser encontradas nos freqüentes problemas sociais que ocorriam na Europa e a fartura de terras no Brasil. Atualmente, estima-se que dezoito milhões ou 10% dos brasileiros têm ao menos um antepassado alemão.[25] O Brasil abriga hoje a maior comunidade ucraniana da América Latina, contando com 1 milhão de pessoas[26]

Minorias étnicas incluem os árabes e japoneses no Brasil, chineses (cantoneses) no Peru e indianos na Guiana.

Evolução étnica

Índios guarani.

As populações primitivas da América do Sul, os ameríndios, de caracteres antropológicos mongolóides, distribuíam-se, no período colonial, em grupos, entre os quais destacavam-se os chibchas, na Colômbia, jês, tupis, aruaques, caraíbas, tucanos, e nhambiquaras, no Brasil; quíchua, e aimarás, de civilização bastante avançada, nas regiões andinas do Peru e Bolívia; araucânios, no Chile e Argentina; chaquenhos, patagões e fueginos, na Argentina.

Os conquistadores europeus encontraram esses nativos nos diversos estágios de civilização, o que determinou diversos tipos de reação, que contribuíram, de uma ou de outra forma, para sua conservação ou eliminação.

Os metódos de redução e conquista, por isso mesmo, variaram. Na região andina, dominada pelos espanhóis, logo que a população ameríndia tornou-se sedentária, aplicou o regime semifeudal da encomienda, com a divisão da propriedade entre os conquistadores, através de doação real (merced), sob o nome de haciendas, fincas ou estancias. A evolução do sistema, que permitiu a introdução de trabalhadores livres nas terras doadas, fez surgir uma escala socioeconômica, representada pelo colono arrendatário que repartia o produto de seu trabalho com o seu proprietário. Organizou-se, além disso, o trabalho forçado nas minas, que recebeu o nome de repartimientos mitas.

Na região dominada pelos portugueses, os colonizadores arrebanharam os índios espalhados pelo interior, levando às terras propícias para fundar colonização.

Com esse objetivo, foram organizadas expedições de busca aos escravos índios, através de comandos oficiais ou mesmo particulares, que tomaram diversas denominações, como bandeiras, entradas, descidas ou correrias. Essa obra de conquista, tanto de espanhóis como de portugueses, foi acompanhada pelas missões religiosas, principalmente de franciscanos e jesuítas, que também procuravam "reduzir" os gentios e fazê-los produzir, mas através de outros métodos e com o objetivo de cristianização.

Bairro da Liberdade, no centro de São Paulo. É o maior reduto da comunidade japonesa fora do Japão.

Com essa obra de conquista veio juntar-se ao indígena um outro contingente, o branco, ibérico principalmente, ajudando assim compor o quadro étnico. Na primeira fase, o conquistador interessou pelo ameríndio, sobretudo como mão-de-obra. Não tardou, porém, que os europeus, especialmente os portugueses, se desiludissem quanto à eficiência do ameríndio escravizado. E como não tivessem encontrado, de início, os metais preciosos que buscavam, ao contrário do que ocorrera na área de colonização espanhola, fundaram sua colonização em bases agrícolas, incrementando em primeiro lugar a cultura de cana-de-açúcar. Como o indígena não se adaptasse bem a esse tipo de agricultura, os colonizadores começaram a importação, como os escravos, de negros africanos, que vieram a constituir o terceiro elemento importante na formação étnica das populações sul-americanas.

É a partir do final do século XIX, todavia, que se assiste a entrada em massa de imigrantes europeus em diversos países latino-americanos. É notável, porém, que essa imigração se concentrou sobretudo na Argentina, no Chile, no Uruguai e no Brasil. São os italianos que chegam em maior número, superando inclusive espanhóis e portugueses.[27]

Composição da população

A população branca predomina na região, mas é considerável a porcentagem de mestiços, enquanto os indígenas constituem minoria.

  • Nos países andinos e caribenhos, entretanto, os índices de ameríndios e mestiços são consideráveis:

Idiomas

  • O número total de línguas faladas na América do Sul vai muito além do espanhol, português, francês, neerlandês e inglês. Uma classificação básica dos idiomas utilizados regularmente por toda a América do Sul pode ser a sua divisão entre idiomas oficiais e idiomas não oficiais. No entanto, lingüisticamente falando, podem-se classificar as línguas presentes na América do Sul nos seguintes dois grandes grupos:
As línguas não nativas podem ser classificadas nas seguintes categorias principais (3):

Grupos lingüísticos

  • Além do português e espanhol, línguas faladas pela maioria das populações sul-americanas, diversos grupos aborígines ainda subsistem. Os mais importantes idiomas nativos falados pelos povos indígenas do continente pertencem às seguintes famílias:
  • Muitas das línguas dos nativos sul-americanos agrupam-se em 45 famílias menores, entre as quais destacam-se: chiriana, cuíca-timote, guaíba, guarara e jirajara, Colômbia; arauá, borotuqué, carajá, cariri, catuquina, goitacá, huari, mura, nambiquara e pano no Brasil; canela, jivaro e omurano no Equador; aguano, cahupana, muniche e yunca-puruna no Peru; chapucara, chiquito, mosetena, tucano e yuracare na Bolívia, guaicuru, mascoi e matacomaca no Paraguai; araucano e no Chile; e tehuelche, comechingona, e lule-vilela na Argentina.

Distribuição geográfica

Manguezal em região próxima a Macapá (Brasil)

A população da América do Sul não se distribui uniformemente, havendo áreas rarefeitas, ao lado de outras de densidade relativamente elevada. Alguns fatores de ordem física e humana contribuem para isso. Entre as causas de rarefação demográfica, salientam-se:

Quanto aos fatores que têm determinado maiores concentrações de população destacam-se:

Torres del Paine, Chile

A população da América do Sul teve o maior índice de crescimento no mundo entre 1920 e 1960: um incremento de 126,3%. O declíneo da mortalidade, determinado em grande parte pela elevação dos padrões de higiene pública, foi a causa fundamental dessa expansão demográfica.

Outro fator que contribuiu para esse aumento foi a imigração. Desde 1800, cerca de 12 milhões de imigrantes chegaram à região. Desse total, cerca de 4 milhões vieram da Espanha, 4 milhões da Itália, 2 milhões de Portugal e o restante da Alemanha, Polônia, Síria, Japão, China e outros países.

Em anos recentes o índice médio de crescimento é estimado em 2,64%.

Cidades

As áreas mais densamente povoadas da América do Sul tendem a aumentar sua população mais rapidamente do que as regiões escassamente habitadas. Existem, naturalmente, algumas zonas de ocupação pioneira onde se faz a incorporação de terras virgens, porém, a maior parte das correntes migratórias internas dirige-se para os centros urbanos, os quais apresentaram, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, extraordinários índices de crescimento.

As cidades não somente cresceram em tamanho, mas a proporção da população em cada país tem-se expandido de modo apreciável. Algumas cidades sul-americanas como Buenos Aires, São Paulo e Rio de Janeiro, estão entre as maiores metrópoles do mundo. Outras cidades incluem Lima, Bogotá, Caracas e Santiago; Montevidéu, La Paz, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Medelhim e Cali; Valparaíso, Concepción, Brasília, Porto Alegre, Córdoba e Rosário. A urbanização acelerada parece geral e irresistível em toda a América Latina, com todas as suas conseqüências, como a marginalidade urbana.

Referências

  1. a b c d Argentina, como Chile y Uruguay, su población está formada casi exclusivamente por una población blanca e blanca mestiza procedente del sur de Europa, más del 90% E. García Zarza, 1992, 19.
  2. a b SOCIAL IDENTITY Marta Fierro Social Psychologist.
  3. a b massive immigration of European Argentina Uruguay Chile Brazil
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Ver também

Ligações externas

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