Marielle Franco: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Irn (discussão | contribs)
→‎Família, juventude e educação: ela disse que era em 2000
→‎Assassinato e investigação: adicionei novas informações e referências.
Linha 42: Linha 42:
Franco foi executada com três tiros na cabeça e um no pescoço,<ref name="#Especial#ESP">{{citar web|url=http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,manifestantes-vao-as-ruas-do-pais-apos-morte-de-marielle-e-anderson,70002228643|título=''Manifestantes vão às ruas do País após morte de Marielle e Anderson''|autor=Daniela Amorim, Fábio Grellet e Luiz Fernando Toledo; Cleusa Duarte, Leonardo Augusto e Monica Bernardes|publicado=''[[O Estado de S. Paulo|Estadão - Brasil]]''|data=15 de março de 2018|acessodata=16 de março de 2018|arquivourl=http://archive.is/ntPIY|arquivodata=16 de março de 2018}}</ref> por volta das 21h30min de 14 de março de 2018, quando também foi assassinado Anderson Pedro Mathias Gomes, motorista do veículo em que a vereadora se encontrava.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Dia|primeiro=O|data=2018-03-15|titulo=Milhares de pessoas vão à Câmara Municipal para velório de vereadora|url=https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2018/03/5522492-milhares-de-pessoas-vao-a-camara-municipal-para-velorio-de-vereadora.html|jornal=O Dia - Rio de Janeiro}}</ref><ref>{{Citar periódico|data=2018-03-14|titulo=Vereadora Marielle Franco é assassinada a tiros na região central do Rio|url=https://oglobo.globo.com/rio/vereadora-marielle-franco-assassinada-tiros-na-regiao-central-do-rio-22491063?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo|jornal=O Globo}}</ref> A principal linha de investigação das autoridades competentes é que seu assassinato se tratou de uma execução, embora não descartem outros potenciais motivos.<ref>{{Citar web |url=https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/03/15/principal-linha-de-investigacao-aponta-para-execucao-de-vereadora-no-rio.htm |título=Principal linha de investigação aponta para "execução" de vereadora no Rio |publicado=Uol |autor=Marcela Lemos |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> No entanto, segundo investigações a respeito da direção dos tiros e sobre o fato de haver um outro carro dando possível cobertura aos atiradores, a hipótese de um crime premeditado se fortalece.<ref>{{Citar periódico|data=2018-03-16|titulo=Direção dos tiros contra Marielle reforça hipótese de ataque premeditado|url=https://istoe.com.br/direcao-dos-tiros-contra-marielle-reforca-hipotese-de-ataque-premeditado/|jornal=ISTOÉ Independente|data=15 de março de 2018|acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/outro-carro-teria-dado-cobertura-a-assassinos-de-marielle-diz-pol%C3%ADcia/ar-BBKhTB4|titulo=Outro carro teria dado cobertura a assassinos de Marielle, diz polícia|data=15 de março de 2018|acessodata=16 de março de 2018|publicado=MSN}}</ref> De acordo com a ''[[Human Rights Watch]]'', o assassinato dela relacionou-se à "impunidade existente no Rio de Janeiro" e ao "sistema de segurança falido" do estado.<ref>{{Citar periódico|data=2018-03-15|titulo=Declaração da Human Rights Watch sobre a morte da vereadora Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes|url=https://www.hrw.org/pt/news/2018/03/15/315839|jornal=Human Rights Watch|lingua=pt}}</ref>
Franco foi executada com três tiros na cabeça e um no pescoço,<ref name="#Especial#ESP">{{citar web|url=http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,manifestantes-vao-as-ruas-do-pais-apos-morte-de-marielle-e-anderson,70002228643|título=''Manifestantes vão às ruas do País após morte de Marielle e Anderson''|autor=Daniela Amorim, Fábio Grellet e Luiz Fernando Toledo; Cleusa Duarte, Leonardo Augusto e Monica Bernardes|publicado=''[[O Estado de S. Paulo|Estadão - Brasil]]''|data=15 de março de 2018|acessodata=16 de março de 2018|arquivourl=http://archive.is/ntPIY|arquivodata=16 de março de 2018}}</ref> por volta das 21h30min de 14 de março de 2018, quando também foi assassinado Anderson Pedro Mathias Gomes, motorista do veículo em que a vereadora se encontrava.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Dia|primeiro=O|data=2018-03-15|titulo=Milhares de pessoas vão à Câmara Municipal para velório de vereadora|url=https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2018/03/5522492-milhares-de-pessoas-vao-a-camara-municipal-para-velorio-de-vereadora.html|jornal=O Dia - Rio de Janeiro}}</ref><ref>{{Citar periódico|data=2018-03-14|titulo=Vereadora Marielle Franco é assassinada a tiros na região central do Rio|url=https://oglobo.globo.com/rio/vereadora-marielle-franco-assassinada-tiros-na-regiao-central-do-rio-22491063?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo|jornal=O Globo}}</ref> A principal linha de investigação das autoridades competentes é que seu assassinato se tratou de uma execução, embora não descartem outros potenciais motivos.<ref>{{Citar web |url=https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/03/15/principal-linha-de-investigacao-aponta-para-execucao-de-vereadora-no-rio.htm |título=Principal linha de investigação aponta para "execução" de vereadora no Rio |publicado=Uol |autor=Marcela Lemos |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> No entanto, segundo investigações a respeito da direção dos tiros e sobre o fato de haver um outro carro dando possível cobertura aos atiradores, a hipótese de um crime premeditado se fortalece.<ref>{{Citar periódico|data=2018-03-16|titulo=Direção dos tiros contra Marielle reforça hipótese de ataque premeditado|url=https://istoe.com.br/direcao-dos-tiros-contra-marielle-reforca-hipotese-de-ataque-premeditado/|jornal=ISTOÉ Independente|data=15 de março de 2018|acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/outro-carro-teria-dado-cobertura-a-assassinos-de-marielle-diz-pol%C3%ADcia/ar-BBKhTB4|titulo=Outro carro teria dado cobertura a assassinos de Marielle, diz polícia|data=15 de março de 2018|acessodata=16 de março de 2018|publicado=MSN}}</ref> De acordo com a ''[[Human Rights Watch]]'', o assassinato dela relacionou-se à "impunidade existente no Rio de Janeiro" e ao "sistema de segurança falido" do estado.<ref>{{Citar periódico|data=2018-03-15|titulo=Declaração da Human Rights Watch sobre a morte da vereadora Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes|url=https://www.hrw.org/pt/news/2018/03/15/315839|jornal=Human Rights Watch|lingua=pt}}</ref>


Após ser velado na [[Câmara Municipal do Rio de Janeiro|Câmara Municipal carioca]], com a presença de milhares de pessoas, o corpo de Franco foi enterrado em 15 de março, no [[Cemitério de São Francisco Xavier (Rio de Janeiro)|Cemitério São Francisco Xavier]], no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].<ref>{{Citar web |url=https://extra.globo.com/casos-de-policia/velorio-de-marielle-mobiliza-milhares-de-pessoas-na-cinelandia-22493022.html |título=Velório de Marielle mobiliza milhares de pessoas na Cinelândia |publicado=Extra |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/brasil/noticia/2018/03/15/marielle-franco-e-enterrada-sob-forte-comocao-no-rio-331556.php |título=Marielle Franco é enterrada sob forte comoção no Rio |publicado=Uol |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> O assassinato dela motivou reações nacionais e internacionais, como a organização de diversos protestos em todo o [[Brasil#Subdivisões|território brasileiro]]<ref>{{Citar web|data=15 de março de 2018|titulo=''Atos de protesto por Marielle Franco estão marcados em mais de 10 capitais''|url=http://justificando.cartacapital.com.br/2018/03/15/atos-de-protesto-por-marielle-franco-estao-marcados-em-mais-de-10-capitais/|jornal=''[[CartaCapital|Justificando]]''|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180315201519/http://justificando.cartacapital.com.br/2018/03/15/atos-de-protesto-por-marielle-franco-estao-marcados-em-mais-de-10-capitais/|arquivodata=15 de março de 2018}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/milhares-protestam-no-rio-e-em-sp-contra-assassinato-de-marielle.shtml|titulo=Milhares protestam no Rio e em SP contra assassinato de Marielle|data=15 Março 2018|acessodata=15 de Março de 2018|publicado=Folha de São Paulo|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/manifestantes-protestam-pelo-pais-contra-a-morte-de-marielle-franco.ghtml|titulo=Manifestantes protestam pelo país contra a morte de Marielle Franco|data=15 de Março de 2018|acessodata=15 de Março de 2018|publicado=G1}}</ref><ref name="#Especial#ESP"/> e oposição de parte dos [[eurodeputado]]s à negociação [[Bloco econômico|econômica]] entre [[União Europeia]] e [[Mercado Comum do Sul|Mercosul]].<ref>{{citar web|url=http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,diante-de-morte-de-marielle-deputados-europeus-pedem-suspensao-de-negociacao-com-mercosul,70002228542|título=''Diante de morte de Marielle, deputados europeus pedem suspensão de negociação com Mercosul''|data=15 de março de 2018|acessodata=16 de março de 2018|autor=Jamil Chade|publicado=''[[O Estado de S. Paulo|Estadão]]''|arquivourl=http://archive.is/RFt6T|arquivodata=16 de março de 2018}}</ref> O Presidente da República, [[Michel Temer]], afirmou que o crime era "inaceitável" e que "não ficaria impune", enquanto a [[Câmara dos Deputados do Brasil|Câmara dos Deputados]] realizou sessão solene em sua homenagem, bem como todos os ministros do [[Supremo Tribunal Federal]] (STF) proferiram discursos de pesar.<ref>{{Citar web |url=http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-03-15/michel-temer-marielle-franco.html |título='Covardia que não ficará impune', promete Temer sobre morte de vereadora no Rio |publicado=iG |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://correiodopovo.com.br/Noticias/Pol%C3%ADtica/2018/3/644954/Camara-dos-Deputados-realiza-homenagem-a-vereadora-Marielle-Franco |título=Câmara dos Deputados realiza homenagem à vereadora Marielle Franco |publicado=Correio do Povo |obra=Agência Brasil |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/ministros-stf-lamentam-assassinato-vereadora-rio |título=Ministros do Supremo lamentam assassinato da vereadora do Rio de Janeiro |publicado=Consultor Jurídico |autor=Ana Pompeu |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref>
Após ser velado na [[Câmara Municipal do Rio de Janeiro|Câmara Municipal carioca]], com a presença de milhares de pessoas, o corpo de Franco foi enterrado em 15 de março, no [[Cemitério de São Francisco Xavier (Rio de Janeiro)|Cemitério São Francisco Xavier]], no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].<ref>{{Citar web |url=https://extra.globo.com/casos-de-policia/velorio-de-marielle-mobiliza-milhares-de-pessoas-na-cinelandia-22493022.html |título=Velório de Marielle mobiliza milhares de pessoas na Cinelândia |publicado=Extra |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/brasil/noticia/2018/03/15/marielle-franco-e-enterrada-sob-forte-comocao-no-rio-331556.php |título=Marielle Franco é enterrada sob forte comoção no Rio |publicado=Uol |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> O assassinato dela motivou reações nacionais e internacionais, como a organização de diversos protestos em todo o [[Brasil#Subdivisões|território brasileiro]]<ref>{{Citar web|data=15 de março de 2018|titulo=''Atos de protesto por Marielle Franco estão marcados em mais de 10 capitais''|url=http://justificando.cartacapital.com.br/2018/03/15/atos-de-protesto-por-marielle-franco-estao-marcados-em-mais-de-10-capitais/|jornal=''[[CartaCapital|Justificando]]''|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180315201519/http://justificando.cartacapital.com.br/2018/03/15/atos-de-protesto-por-marielle-franco-estao-marcados-em-mais-de-10-capitais/|arquivodata=15 de março de 2018}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/milhares-protestam-no-rio-e-em-sp-contra-assassinato-de-marielle.shtml|titulo=Milhares protestam no Rio e em SP contra assassinato de Marielle|data=15 Março 2018|acessodata=15 de Março de 2018|publicado=Folha de São Paulo|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/manifestantes-protestam-pelo-pais-contra-a-morte-de-marielle-franco.ghtml|titulo=Manifestantes protestam pelo país contra a morte de Marielle Franco|data=15 de Março de 2018|acessodata=15 de Março de 2018|publicado=G1}}</ref><ref name="#Especial#ESP"/> e oposição de parte dos [[eurodeputado]]s à negociação [[Bloco econômico|econômica]] entre [[União Europeia]] e [[Mercado Comum do Sul|Mercosul]].<ref>{{citar web|url=http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,diante-de-morte-de-marielle-deputados-europeus-pedem-suspensao-de-negociacao-com-mercosul,70002228542|título=''Diante de morte de Marielle, deputados europeus pedem suspensão de negociação com Mercosul''|data=15 de março de 2018|acessodata=16 de março de 2018|autor=Jamil Chade|publicado=''[[O Estado de S. Paulo|Estadão]]''|arquivourl=http://archive.is/RFt6T|arquivodata=16 de março de 2018}}</ref> O Presidente da República, [[Michel Temer]], afirmou que o crime era "inaceitável" e que "não ficaria impune", enquanto a [[Câmara dos Deputados do Brasil|Câmara dos Deputados]] realizou sessão solene em sua homenagem, bem como todos os ministros do [[Supremo Tribunal Federal]] (STF) proferiram discursos de pesar.<ref>{{Citar web |url=http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-03-15/michel-temer-marielle-franco.html |título='Covardia que não ficará impune', promete Temer sobre morte de vereadora no Rio |publicado=iG |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://correiodopovo.com.br/Noticias/Pol%C3%ADtica/2018/3/644954/Camara-dos-Deputados-realiza-homenagem-a-vereadora-Marielle-Franco |título=Câmara dos Deputados realiza homenagem à vereadora Marielle Franco |publicado=Correio do Povo |obra=Agência Brasil |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/ministros-stf-lamentam-assassinato-vereadora-rio |título=Ministros do Supremo lamentam assassinato da vereadora do Rio de Janeiro |publicado=Consultor Jurídico |autor=Ana Pompeu |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> Figura públicas brasileiras, dentre os quais [[Reinaldo Azevedo]] <ref>[[RedeTV!]] - [http://www3.redetv.uol.com.br/blog/reinaldo/a-morte-de-marielle-1-assassinato-interessa-ao-crime-organizado-que-se-opoe-a-intervencao-como-fazem-o-pt-e-o-psol/ ''A MORTE DE MARIELLE 1: Assassinato interessa ao crime organizado, que se opõe à intervenção, como fazem o PT e o PSOL.''] Reinaldo Azevedo, 15 de Março de 2018. Acessado em 18/03/2018.</ref> e [[Augusto Nunes]],<ref>[https://wn.com/debate_a_explora%C3%A7%C3%A3o_pol%C3%ADtica_do_cad%C3%A1ver_de_marielle World News] - ''Debate: A exploração política do cadáver de Marielle.'' Publicado em 15 de Março de 2018. Acessado em 18/03/2018.</ref> acusaram a [[esquerda (política)|esquerda]] de explorar politicamente o assassinato.<ref>[[O Antagonista]] - [https://www.oantagonista.com/brasil/marielle-continua-ser-assassinada-por-comentaristas-blogs-sujos-e-o-pt/ ''Marielle continua a ser assassinada por comentaristas, blogs sujos e o PT.''] 15 de Março de 2018. Acessado em 18/03/2018.</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 17h13min de 18 de março de 2018

Marielle Franco
Marielle Franco
Marielle em setembro de 2016.
Vereadora do Rio de Janeiro
Período 1º de janeiro de 2017
até 14 de março de 2018
Dados pessoais
Nome completo Marielle Francisco da Silva
Nascimento 27 de julho de 1979
Rio de Janeiro, RJ
Morte 14 de março de 2018 (38 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileira
Alma mater PUC-RJ[1]
UFF[1]
Partido PSOL[1]
Profissão Socióloga
Website mariellefranco.com.br

Marielle Francisco da Silva, conhecida como Marielle Franco,[2] (Rio de Janeiro, 27 de julho de 1979 — Rio de Janeiro, 14 de março de 2018) foi uma socióloga, feminista, militante dos direitos humanos e política brasileira.[3] Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), elegeu-se vereadora do Rio de Janeiro na eleição municipal de 2016, com a quinta maior votação.[4] Crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro e da Polícia Militar, denunciava constantemente abusos de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes. Em 14 de março de 2018, foi assassinada a tiros.[5][6]

Família, juventude e educação

Marielle Franco era filha de Marinete e Antonio Francisco da Silva Neto. Nasceu e cresceu no Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro. Ela se apresentava como "cria da Maré".[7][8][9] Na juventude, seguia o catolicismo, tendo feito catequese, e tinha como um de seus hobbies o funk, dançando na equipe Furacão 2000.[7] Em 1990, aos 11 anos de idade, começou a trabalhar, usando o salário para ajudar a pagar os seus estudos.[7] Posteriormente, também exerceu a função de educadora infantil em uma creche.[10]

Em 1998, Franco deu à luz sua primeira e única filha, Luyara.[7][8] Em 2000, matriculou-se na primeira turma de pré-vestibular comunitário oferecido no Complexo da Maré.[11] Em 2000, começou a militar pelos direitos humanos, depois de uma de suas amigas ser atingida fatalmente por uma troca de tiros entre policiais e traficantes na Maré.[7][8]

Em 2002, ingressou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), estudando Ciências Sociais com uma bolsa integral obtida pelo Programa Universidade para Todos (Prouni).[8] Após se graduar em Ciências Sociais, concluiu um mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde defendeu a dissertação intitulada "UPP - A redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro".[12][13]

Carreira política

Na eleição estadual carioca de 2006, Franco integrou a equipe de campanha que elegeu Marcelo Freixo à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).[13] Com a posse de Freixo, foi nomeada assessora parlamentar do deputado. Anos depois, assumiu a coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.[13][14] Como funcionária da ALERJ, Franco foi ativa também na proteção a policiais militares, auxiliando familiares de policiais assassinados a conseguirem auxílio, como na obtenção da aposentadoria. De acordo com a mãe de um policial assassinado que fora auxliada por Franco, "É uma bobagem dizer que não defendia policiais."[15]

Franco discursando em agosto de 2016.

Em 2016, na sua primeira disputa eleitoral, foi eleita vereadora na capital fluminense pela coligação Mudar é possível, formada pelo PSOL e pelo PCB. Com mais de 46 mil votos, foi a quinta candidata mais votada no município e a segunda mulher mais votada ao cargo de vereadora em todo o país.[1][16] Na Câmara Municipal, presidiu a Comissão de Defesa da Mulher e integrou uma comissão composta por quatro pessoas, cujo objetivo era monitorar a intervenção federal no Rio de Janeiro, sendo escolhida como sua relatora em 28 de fevereiro de 2018.[17][18] Era crítica da intervenção federal, assim como criticava e denunciava constantemente abusos policiais e violações aos direitos humanos.[19][20][21]

Como vereadora, Franco também trabalhou na coleta de dados sobre a violência contra as mulheres, pela garantia do aborto nos casos previstos por lei e pelo aumento na participação feminina na política. Em pouco mais de um ano, redigiu e firmou dezesseis projetos de lei, dois dos quais foram aprovados: um que regulou o serviço de mototáxi e a Lei das Casas de Parto, visando a construção desses espaços cujo objetivo era fornecer a realização de partos normais.[22][23] Suas preposições legislativas buscavam garantir apoio aos direitos das mulheres, a população LGBT, aos negros e moradores de favelas.[24][17][25][23] Em agosto de 2017, os vereadores cariocas rejeitaram, por 19 a 17, sua proposta para incluir o Dia da Visibilidade Lésbica no calendário municipal.[26]

Assassinato e investigação

Ver artigo principal: Assassinato de Marielle Franco
Um manifestante segurando um cartaz para homenagear Marielle em sessão solene na Câmara dos Deputados, em 15 de março de 2018.

Franco foi executada com três tiros na cabeça e um no pescoço,[27] por volta das 21h30min de 14 de março de 2018, quando também foi assassinado Anderson Pedro Mathias Gomes, motorista do veículo em que a vereadora se encontrava.[28][29] A principal linha de investigação das autoridades competentes é que seu assassinato se tratou de uma execução, embora não descartem outros potenciais motivos.[30] No entanto, segundo investigações a respeito da direção dos tiros e sobre o fato de haver um outro carro dando possível cobertura aos atiradores, a hipótese de um crime premeditado se fortalece.[31][32] De acordo com a Human Rights Watch, o assassinato dela relacionou-se à "impunidade existente no Rio de Janeiro" e ao "sistema de segurança falido" do estado.[33]

Após ser velado na Câmara Municipal carioca, com a presença de milhares de pessoas, o corpo de Franco foi enterrado em 15 de março, no Cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro.[34][35] O assassinato dela motivou reações nacionais e internacionais, como a organização de diversos protestos em todo o território brasileiro[36][37][38][27] e oposição de parte dos eurodeputados à negociação econômica entre União Europeia e Mercosul.[39] O Presidente da República, Michel Temer, afirmou que o crime era "inaceitável" e que "não ficaria impune", enquanto a Câmara dos Deputados realizou sessão solene em sua homenagem, bem como todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) proferiram discursos de pesar.[40][41][42] Figura públicas brasileiras, dentre os quais Reinaldo Azevedo [43] e Augusto Nunes,[44] acusaram a esquerda de explorar politicamente o assassinato.[45]

Ver também

Referências

  1. a b c d Lilian Venturini (15 de março de 2018). «O assassinato de Marielle Franco num Rio sob intervenção em 4 pontos centrais». Nexo Jornal. Consultado em 15 de março de 2018. Cópia arquivada em 15 de março de 2018 
  2. Minas, Estado de (16 de março de 2018). «Saiba quem era Marielle Franco, vereadora assassinada a tiros no Rio». Estado de Minas. Consultado em 16 de março de 2018 
  3. «Nascida na Maré e formada na PUC-Rio, Marielle Franco é a 5ª vereadora mais bem votada». Jornal da PUC. Consultado em 15 de março de 2017 
  4. «Perfil da vereadora Marielle Franco no portal da Câmara do Rio». Câmara do Rio. Consultado em 15 de março de 2017 
  5. «Marielle Franco, vereadora do PSOL, é assassinada no Rio». Uol - Notícias - Cotidiano 
  6. Marreiro, Flávia (15 de março de 2018). «Marielle Franco, vereadora do PSOL, é assassinada no centro do Rio na saída de evento que reunia ativistas negras». EL PAÍS 
  7. a b c d e Marco Aurélio Canônico (15 de março de 2018). «Da Maré, vereadora fazia parte do 'bonde de intelectuais da favela'». Folha de S.Paulo. Consultado em 16 de março de 2018 
  8. a b c d Júlia Dias Carneiro (16 de março de 2018). «Mulher, negra, favelada, Marielle Franco foi de 'cria da Maré' a símbolo de novas lutas políticas no Rio». BBC. Consultado em 16 de março de 2018 
  9. Kiko Nogueira (16 de março de 2018). «A execução de Marielle Franco escancara a farsa da intervenção no Rio. Por Kiko Nogueira». Diário do Centro do Mundo. Consultado em 16 de março de 2018 
  10. Jacqueline Saraiva (15 de março de 2018). «Quem era Marielle Franco, vereadora assassinada a tiros no Rio de Janeiro?». Correio Braziliense. Consultado em 16 de março de 2018 
  11. «Entrevistamos Marielle Franco: mulher, negra, periférica e Vereadora do RJ - Mulheres na Política #1». Redação Subjetiva. 16 de maio de 2017. Consultado em 17 de março de 2018 
  12. Marielle, Franco, (26 de agosto de 2016). «UPP – a redução da favela a três letras : uma análise da política de segurança pública do estado do Rio de Janeiro» 
  13. a b c «Da Maré, Marielle Franco chega à Câmara como a quinta mais votada». O Globo. 4 de outubro de 2016. Consultado em 15 de março de 2017 
  14. «Vereadores que queremos: Marielle Franco». Vereadores que queremos. Consultado em 15 de março de 2017 
  15. Gabriel Barreira (17 de março de 2018). «Mãe de policial assassinado relembra ajuda de Marielle Franco no caso: 'Foi imbatível'». G1. Consultado em 17 de março de 2018 
  16. «Dados pessoais de Marielle». TSE. Consultado em 15 de março de 2017 
  17. a b «Negra da Maré e socióloga, Marielle foi a 5ª vereadora mais votada do Rio». G1. 15 de março de 2018. Consultado em 16 de março de 2018 
  18. Felipe Betim (16 de março de 2018). «Assassinato político de Marielle Franco reativa as ruas e desafia intervenção no Rio». El País. Consultado em 16 de março de 2018 
  19. Fernanda Odilla (16 de março de 2018). «Em posts e projetos de lei: pelo que lutava Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio». BBC. Consultado em 16 de março de 2018 
  20. «Imprensa internacional destaca morte de Marielle: 'ataque direcionado' e 'crítica da violência policial'». Uol. 15 de março de 2018. Consultado em 16 de março de 2018 
  21. Jacqueline Saraiva (15 de março de 2018). «Saiba quem era Marielle Franco, vereadora assassinada a tiros no Rio». Em. Consultado em 16 de março de 2018 
  22. Carolina Barbosa (15 de março de 2018). «Conheça os projetos de lei de Marielle Franco». Veja. Consultado em 17 de março de 2018 
  23. a b Gabriel Barreira (16 de março de 2018). «Em mandato na Câmara, Marielle Franco defendeu minorias». G1. Consultado em 16 de março de 2018 
  24. «Pelo que lutava Marielle Franco». Vice. 15 de março de 2018 
  25. «Marielle Franco: negra, moradora da Maré e a quinta vereadora mais votada do Rio». Extra. 15 de março de 2018. Consultado em 16 de março de 2018 
  26. Rangel Querino (21 de agosto de 2017). «Câmara do Rio rejeita projeto de lei por data da visibilidade lésbica». ObservatórioG. Consultado em 17 de março de 2018 
  27. a b Daniela Amorim, Fábio Grellet e Luiz Fernando Toledo; Cleusa Duarte, Leonardo Augusto e Monica Bernardes (15 de março de 2018). «Manifestantes vão às ruas do País após morte de Marielle e Anderson». Estadão - Brasil. Consultado em 16 de março de 2018. Cópia arquivada em 16 de março de 2018 
  28. Dia, O (15 de março de 2018). «Milhares de pessoas vão à Câmara Municipal para velório de vereadora». O Dia - Rio de Janeiro 
  29. «Vereadora Marielle Franco é assassinada a tiros na região central do Rio». O Globo. 14 de março de 2018 
  30. Marcela Lemos (15 de março de 2018). «Principal linha de investigação aponta para "execução" de vereadora no Rio». Uol. Consultado em 16 de março de 2018 
  31. «Direção dos tiros contra Marielle reforça hipótese de ataque premeditado». ISTOÉ Independente. 15 de março de 2018. Consultado em 16 de março de 2018 
  32. «Outro carro teria dado cobertura a assassinos de Marielle, diz polícia». MSN. 15 de março de 2018. Consultado em 16 de março de 2018 
  33. «Declaração da Human Rights Watch sobre a morte da vereadora Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes». Human Rights Watch. 15 de março de 2018 
  34. «Velório de Marielle mobiliza milhares de pessoas na Cinelândia». Extra. 15 de março de 2018. Consultado em 16 de março de 2018 
  35. «Marielle Franco é enterrada sob forte comoção no Rio». Uol. 15 de março de 2018. Consultado em 16 de março de 2018 
  36. «Atos de protesto por Marielle Franco estão marcados em mais de 10 capitais». Justificando. 15 de março de 2018. Cópia arquivada em 15 de março de 2018 
  37. «Milhares protestam no Rio e em SP contra assassinato de Marielle». Folha de São Paulo. 15 Março 2018. Consultado em 15 de Março de 2018 
  38. «Manifestantes protestam pelo país contra a morte de Marielle Franco». G1. 15 de Março de 2018. Consultado em 15 de Março de 2018 
  39. Jamil Chade (15 de março de 2018). «Diante de morte de Marielle, deputados europeus pedem suspensão de negociação com Mercosul». Estadão. Consultado em 16 de março de 2018. Cópia arquivada em 16 de março de 2018 
  40. «'Covardia que não ficará impune', promete Temer sobre morte de vereadora no Rio». iG. 15 de março de 2018. Consultado em 16 de março de 2018 
  41. «Câmara dos Deputados realiza homenagem à vereadora Marielle Franco». Agência Brasil. Correio do Povo. 15 de março de 2018. Consultado em 16 de março de 2018 
  42. Ana Pompeu (15 de março de 2018). «Ministros do Supremo lamentam assassinato da vereadora do Rio de Janeiro». Consultor Jurídico. Consultado em 16 de março de 2018 
  43. RedeTV! - A MORTE DE MARIELLE 1: Assassinato interessa ao crime organizado, que se opõe à intervenção, como fazem o PT e o PSOL. Reinaldo Azevedo, 15 de Março de 2018. Acessado em 18/03/2018.
  44. World News - Debate: A exploração política do cadáver de Marielle. Publicado em 15 de Março de 2018. Acessado em 18/03/2018.
  45. O Antagonista - Marielle continua a ser assassinada por comentaristas, blogs sujos e o PT. 15 de Março de 2018. Acessado em 18/03/2018.

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Marielle Franco