Mariana Vitória de Bourbon: diferenças entre revisões

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'''Mariana Vitória de Bourbon''' ([[Madrid]], [[31 de março]] de [[1718]] [[Lisboa]], [[15 de janeiro]] de [[1781]]) foi a esposa do rei D. [[José I de Portugal|José I]] e [[Lista de consortes reais de Portugal|Rainha Consorte]] de [[Reino de Portugal|Portugal]] de 1750 até 1777. Era filha de [[Filipe V de Espanha|Filipe V da Espanha]] e de sua segunda esposa [[Isabel Farnésio]].
'''Mariana Vitória de Bourbon''' ([[Madrid]], {{dtlink|31|3|1718}} [[Lisboa]], {{dtlink|15|1|1781}}) foi a esposa do rei D. [[José I de Portugal|José I]] e [[Lista de consortes reais de Portugal|Rainha Consorte de Portugal e Algarves]] de 1750 até 1777. Era filha de [[Filipe V de Espanha|Filipe V da Espanha]] e de sua segunda esposa [[Isabel Farnésio]].

Infanta da Espanha por nascimento D. Mariana Vitória foi enviada a corte francesa em 1721 a fim de se casar com o jovem rei [[Luís XV de França]], mas foi rejeitada devido à sua idade, que impossibilitaria a concisão de um herdeiro para o trono francês, tendo retornado a Espanha em 1725.

Em 1729 casou-se com o então [[Príncipe do Brasil]], D. [[José I de Portugal|José de Bragança]], filho do rei D. [[João V de Portugal|João V]] e de D. [[Maria Ana de Áustria, Rainha de Portugal|Maria Ana de Áustria]]. Como mãe de D. [[Maria I de Portugal|Maria I]], também atuou como [[Lista de regentes de Portugal|Regente de Portugal]] durante os últimos meses da vida de seu marido e como conselheira de sua filha em seu reinado.


== Primeiros anos ==
== Primeiros anos ==
[[Ficheiro:María Ana Victoria de Borbón y Farnesio (Largillierre).jpg|thumb|left|180px|Mariana Vitória por Nicolas de Largillière, 1724.]]
Mariana Vitória nasceu no [[Real Alcázar de Madrid]] e foi lhe dado seu nome em homenagem a sua avó paterna, a princesa [[Maria Ana Vitória de Baviera|Maria Ana Vitória da Baviera]]. Era infanta espanhola por nascimento e filha mais velha de [[Filipe V de Espanha]] e de sua segunda esposa [[Isabel Farnésio]]. Seu pai era um neto de [[Luís XIV de França]] e tinha herdado o trono espanhol. Na época de seu nascimento, Mariana Vitória foi a quinta na linha de sucessão ao trono da Espanha atrás de seus meio-irmãos, o Príncipe das Astúrias, [[Luís I de Espanha|Luís]], o infante [[Fernando VI de Espanha|Fernando]], o infante Pedro e de seu irmão o infante Carlos futuro [[Carlos III de Espanha|Carlos III da Espanha]].


Mariana Vitória nasceu no [[Real Alcázar de Madrid]] e foi lhe dado seu nome em homenagem a sua avó paterna, [[Maria Ana Vitória de Baviera]]. Era [[Infante de Espanha|Infante da Espanha]] por nascimento e filha mais velha de [[Filipe V de Espanha|Filipe V da Espanha]] e de sua segunda esposa [[Isabel Farnésio]]. Na altura de seu nascimento, Mariana Vitória era a quinta na linha de sucessão ao trono espanhol atrás de seus meio-irmãos, o infante [[Luís I de Espanha|Luís]], Príncipe das Astúrias, o infante [[Fernando VI de Espanha|Fernando]], o infante [[Filipe Pedro de Espanha|Pedro]], assim como seu irmão [[Carlos III de Espanha|Carlos]]. Mariana foi a irmã favorita de Carlos, sendo chamada por este afetuosamente de "Marianina". Como uma infanta de Espanha, detinha o estilo de Alteza Real.<ref name="MV">{{cita web|url=http://www.genealogics.org/getperson.php?personID=I00000815&tree=LEO|título=Infanta Mariana Victoria of Spain|acessodata=21 de setembro de 2010|sobrenome1=van de Pas|nome1=Leo|obra=Genealogics.org}}</ref>
=== Noivado com Luís XV ===
[[Ficheiro:Louis_XV_and_Infanta_Mariana_Victoria_of_Spain_by_Belle.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|[[Luís XV de França|Luís XV]] e Mariana Vitória retratados por [[Alexis Simon Belle]].]]
Após a [[Guerra da Quádrupla Aliança]], França e Espanha decidiram reconciliar-se concretizando o casamento da infanta Mariana Vitória com seu primo [[Luís XV de França|Luís XV da França]], que estava sob regência de [[Filipe II, Duque d'Orleães|Filipe II, Duque de Orleães]]. Saint-Simon, o embaixador francês, pediu sua mão, no dia 25 de novembro 1721. A troca da jovem infanta teve seu lugar na [[Ilha dos Faisões]], local onde os seus antepassados ​​[[Luís XIV de França|Luís XIV da França]] e [[Maria Teresa de Áustria (1638-1683)|Maria Teresa da Espanha]] tinham-se encontrado pela primeira vez antes do matrimônio. Mariana Vitória chegou a [[Paris]] no dia 2 de março de 1721, houve celebração e a mesma se dirigiu-se para o [[Palais du Louvre]].
[[Ficheiro:María Ana Victoria de Borbón.jpg|miniaturadaimagem|D. Mariana Victoria, c. 1726.]]
De acordo com a mãe do regente, [[Isabel Carlota do Palatinado]], Mariana Vitória era a ''"coisa mais doce e mais bonita"'' e tinha grande inteligência para sua idade. Sua educação foi confiada aos cuidados de [[Maria Ana de Bourbon]], uma filha legitimada de Luís XIV e [[Louise de La Vallière]].


== Noivado com Luís XV ==
Sob a influência do primeiro ministro [[Luís Henrique, Duque de Bourbon]] e sua amante Madame de Prie, foi decidido enviar a menina de sete anos novamente para a Espanha em 11 de março de 1725. O duque de Bourbon queria manter sua influência sobre o jovem Luís XV e ofereceu sua irmã Henriqueta Luisa de Bourbon como uma esposa em potencial, que ao contrário da infanta Mariana Vitória tinha idade suficiente para conceber um herdeiro ao trono francês.


Após a [[Guerra da Quádrupla Aliança]], [[Reino da França|França]] e [[Império Espanhol|Espanha]] decidiram reconciliar-se mediante a um casamento entre a infanta Mariana Vitória com seu primo, o jovem rei [[Luís XV de França|Luís XV da França]]. Organizado por [[Filipe II, Duque d'Orleães]], regente da França durante a a menoridade de Luís, o casamento fazia parte de uma série de alianças que também incluía o casamento de [[Luísa Isabel de Orleães|Luísa Isabel]] e [[Filipina Isabel de Orleães]], ambas filhas do regente, com o infante [[Luís I de Espanha|Luís]], Príncipe das Astúrias e o infante [[Carlos III de Espanha|Carlos]], respectivamente.
Em [[1725]], manifestou seu pai, Filipe V, o desejo de estabelecer uma aliança entre as coroas de Espanha e Portugal, a que estaria ligado o casamento de sua filha com D. José, herdeiro do trono português. Para tratar do assunto em [[Madrid]], [[João V de Portugal|D. João V]] nomeou José da Cunha Brochado, que também foi incumbido resolver questões pendentes entre os dois países. Mariana Vitória então deixou [[Palácio de Versalhes|Versalhes]] e seguiu seu retorno para a Espanha.
O embaixador francês, Louis de Rouvroy, Duque de Saint-Simon, pediu a sua mão em nome de Luís em 25 de novembro de [[1721]]. A troca da jovem infanta teve seu lugar na [[Ilha dos Faisões]], local onde os seus antepassados ​​[[Luís XIV de França|Luís XIV da França]] e [[Maria Teresa de Áustria (1638-1683)|Maria Teresa da Espanha]] tinham-se encontrado pela primeira vez antes do casamento. Mariana Vitória chegou a Paris no dia 2 de março de 1721, houve celebração e a mesma se instalou-se no [[Palácio do Louvre]]. Na França ela era chamada de "a Infanta Rainha".


[[Ficheiro:Louis XV and Infanta Mariana Victoria of Spain by Belle.jpg|thumb|left|Mariana Vitória de Bourbon e [[Luís XV de França|Luís XV]].]]
Luís XV casou-se posteriormente com [[Maria Leszczyńska]], uma princesa polaca filha do rei deposto [[Estanislau I Leszczyński da Polônia|Estanislau I da Polônia]]. Sua irmã, a infanta [[Maria Teresa Rafaela de Espanha|Maria Teresa Rafaela]] se casou com o filho de Luís XV, [[Luís, Delfim da França (1729-1765)|Luís, Delfim da França]], em 1745 para tranquilizar a corte espanhola insultada.


De acordo com a mãe do regente, [[Isabel Carlota do Palatinado]], Mariana Vitória era a "coisa mais doce e mais bonita" e tinha grande inteligência para sua idade. Sua educação foi confiada aos cuidados de [[Madame de Ventadour]], antiga governanta de Luís XV.
==A Troca das Princesas==
===Nova crise diplomática===
[[Ficheiro:María_Ana_Victoria_de_Borbón,_1725-1728.jpg|miniaturadaimagem|A jovem Infanta Mariana Vitória, antes da Troca das Princesas.]]
Na sequência da curta, mas para a Espanha desastrada guerra contra as quatro potências em 1718-1720, o rei de Espanha tinha ainda prometido uma filha ― a infanta Mariana Vitória ― a [[Luís XV da França]], para também tentar melhorar as relações com esse reino. Com menos de quatro anos de idade foi a pequena princesa por isso enviada além-[[Pirenéus]]. Mas o rei francês entretanto não quis esperar que a pequena princesa crescesse, e acabou por optar por outra esposa. Em março de 1725, a pequena princesa, agora com sete anos, regressou a Espanha.


Sob a influência do primeiro-ministro [[Luís Henrique, Duque de Bourbon]] e sua amante Madame de Prie, foi decidido enviar a menina de sete anos novamente para a Espanha em 11 de março de 1725. O duque de Bourbon queria manter sua influência sobre o jovem Luís XV e ofereceu sua irmã Henriqueta Luisa de Bourbon como uma esposa em potencial, que ao contrário de Mariana Vitória, tinha idade suficiente para conceber um herdeiro ao trono.
Entretanto, novos conflitos tinham surgido entre Portugal e a Espanha, por causa da fundação pelos portugueses de [[Montevidéu]], no [[Rio da Prata]], a 22 de novembro de 1723. Isto era uma zona que os portugueses consideravam ser o limite meridional natural do [[Brasil]], enquanto os espanhóis de [[Buenos Aires]] queriam controlar todo o estuário do Rio da Prata.<ref>SATURNINO MONTEIRO, Armando da Silva: ''Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa'', Vol. VII, pp. 54-56.</ref>


A notícia foi muito mal recebida na Espanha, que decidiu enviar também de volta a França [[Luísa Isabel de Orleães]], cujo marido tinha falecido após reinar como Luís I de Espanha durante apenas sete meses. Como seu casamento não havia sido consumado Luísa Isabel foi enviada de volta para a França, juntamente com sua irmã [[Filipina Isabel de Orleães|Filipina Isabel]]. Mariana abandonou [[Versalhes]] em 5 de abril de 1725 e viajou novamente para a fronteira e seguiu seu retorno para a Espanha.
Os portugueses tinham desde 1680 a [[Colónia do Sacramento]] na região, que fora ocupada pelos espanhóis durante a Guerra da Sucessão Espanhola, mas devolvida pelo tratado de paz de 1715. No entanto, o tratado nada dizia sobre novas fundações na zona. Exatamente três meses após a fundação de Montevidéu, a 22 de Fevereiro de 1724, os espanhóis de Buenos Aires julgaram-se por isso justificados em ocupar a praça. Apenas um ano após o contrato de casamento entre Maria Bárbara e o Príncipe das Astúrias, estes acontecimentos, nesta remota parte dos respetivos impérios, causaram assim novos atritos diplomáticos entre as coroas ibéricas..<ref>Id., ''Ibid.'', Vol. VII, p. 141.</ref>


Posteriormente Luís XV casou-se com [[Maria Leszczyńska]], filha de [[Estanislau I Leszczyński da Polônia|Estanislau I Leszczyński]], rei deposto da da Polônia; E a irmã Mariana Vitória, a infanta [[Maria Teresa Rafaela de Espanha|Maria Teresa Rafaela]], casou-se com o filho de Luís XV em 1745 para tranquilizar a insultada corte espanhola.
===A Troca das Princesas===
[[Ficheiro:La familia de Felipe V (Van Loo).jpg|esquerda|miniaturadaimagem|A família real espanhola, por volta de 1743. À esquerda, de pé, o príncipe herdeiro, o futuro [[Fernando VI de Espanha|Fernando VI da Espanha]], e sentada, de azul, a sua mulher, [[Maria Bárbara de Bragança, Rainha de Espanha|D. Bárbara de Portugal]].]]
Para evitar novas controvérsias e fortalecer ainda mais a aliança que se pretendia, a diplomacia espanhola propôs então um duplo matrimónio: para além do casamento entre o príncipe herdeiro espanhol e Maria Bárbara, o príncipe herdeiro português poderia casar com a regressada Mariana Vitória. João V aceitou a proposta, e dois anos mais tarde, tendo os príncipes e infantas chegado a idade um pouco mais crescida, firmaram-se então os acordos pré-nupciais: o [[Príncipe do Brasil]] e Mariana Vitória a 27 de dezembro de 1727, e o [[Fernando VI de Espanha|Príncipe das Astúrias]] e [[Maria Bárbara de Bragança, Rainha de Espanha|Maria Bárbara de Portugal]] a 11 de janeiro de 1728.<ref>ARAÚJO, Jeaneth Xavier de: "Celebrar os Grandes: os casamentos monárquicos portugueses e a mobilização de recursos na capitania de Minas Gerais", p. 8.</ref>
[[Ficheiro:Lisbon_2015_10_14_0685_(22969833044).jpg|miniaturadaimagem|''Coche da Mesa'' (séc. XVIII) no [[Museu Nacional dos Coches]]. Este veículo foi utilizado durante a troca das princesas.]]
Por fim, após demorada preparação, a Troca das Princesas realizou-se a 19 de Janeiro de 1729. A troca foi feita no [[Rio Caia]], que faz fronteira entre [[Elvas]] no [[Alentejo]], em Portugal, e [[Badajoz]] na [[Extremadura]], em Espanha. A cerimónia fez-se literalmente a meio do rio, numa grande ponte-palácio de madeira ricamente decorada construida para a ocasião, com vários pavilhões em ambas as margens também. Praticamente toda a Corte participou, tendo todas as vilas e lugares entre Lisboa e Elvas sido enfeitadas com arte efémera, tal como arcos triunfais, jardins artificiais, fontes, etc., para receber os imensos cortejos na ida e na volta da fronteira. As preparações para a troca das princesas foram de tal modo detalhadas que já em Janeiro de 1727 a Coroa colocava encomendas de berlindas em Paris,<ref>BESSONE, Silvana: The National Coach Museum - Lisbon, p. 74, 91.</ref> e pedia contribuições extraordinárias dos quatro cantos do império para financiar todo o esplendor desejado ― incluindo da [[Capitania de Minas Gerais]] no Brasil.<ref>ARAÚJO, Jeaneth Xavier de: "Celebrar os Grandes: os casamentos monárquicos portugueses e a mobilização de recursos na capitania de Minas Gerais."</ref>


== Casamento ==
De notar que todo este panorama de arte efémera se voltou a registar meio século mais tarde, aquando do novo consórcio duplo entre Portugal e a Espanha em 1785, com os casamentos do então apenas [[João VI de Portugal|João]] e da irmã, [[Maria Ana Vitória Josefa de Bragança|Maria Ana Vitória]], e foi descrito recentemente em pormenor.<ref>FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime B.: “Formas de arte efémera no duplo consórcio Bragança-Bourbon em 1785.”</ref>
[[Ficheiro:María Ana Victoria de Borbón, 1725-1728.jpg|thumb|rigth|A jovem Infanta Mariana Vitória, antes da Troca das Princesas.]]


Em [[1725]], manifestou seu pai, Filipe V, o desejo de estabelecer uma aliança entre as coroas de Espanha e Portugal, a que estaria ligado o casamento de sua filha com [[José I de Portugal|D. José]], herdeiro do trono português. Para tratar do assunto em Madrid, o rei [[João V de Portugal|D. João V]] nomeou José da Cunha Brochado, que também foi incumbido resolver questões pendentes entre os dois países.
=== Princesa do Brasil ===
[[Ficheiro:Portrait of Jose, Prince of Brazil (future Jose I of Portugal).jpg|esquerda|miniaturadaimagem|272x272px|[[José I de Portugal|José, Príncipe do Brasil]], marido de D. Mariana Vitória.]]
[[Ficheiro:Infanta Maríana Víctoría de España, Queen of Portugal and the Algarves.jpg|miniaturadaimagem|D. Mariana Vitória]]
Depois de casada, Mariana Vitória e o Príncipe do Brasil passariam ainda vinte e um anos como príncipes herdeiros, antes de subir ao trono em 1750. Durante esse período, e com o piorar da saúde de Filipe V, Bárbara e o marido tiveram que enfrentar a animosidade da rainha e madrasta do príncipe, [[Isabel Farnésio]], que queria manter o enteado longe da corte. Em 1733 foram aprovadas regras de conduta do príncipe herdeiro que eram, no dizer de um historiador, uma ''"especie de arresto domiciliario"'':<ref>VOLTES, Pedro: ''La vida y la época de Fernando VI'', pp. 39-45, 68.</ref>


Para evitar novas controvérsias e fortalecer ainda mais a aliança que se pretendia, a diplomacia espanhola propôs então um duplo matrimónio: para além do casamento entre o príncipe herdeiro espanhol e Maria Bárbara, o príncipe herdeiro português poderia casar com a regressada Mariana Vitória. João V aceitou a proposta, e dois anos mais tarde, tendo os príncipes e infantas chegado a idade um pouco mais crescida, firmaram-se então os acordos pré-nupciais: o [[Príncipe do Brasil]] e Mariana Vitória a 27 de dezembro de 1727, e o [[Fernando VI de Espanha|Príncipe das Astúrias]] e [[Maria Bárbara de Bragança, Rainha de Espanha|Maria Bárbara de Portugal]] a 11 de janeiro de 1728.
Pouco depois deu-se ainda o chamado Incidente das Embaixadas em 1735, e apesar da troca das princesas as relações entre Portugal e a Espanha deterioraram-se ao ponto do monarca português enviar uma forte esquadra ao Rio da Prata, e de passar a existir ''de facto'' um estado de guerra entre as duas coroas, apenas solucionado em 1737 (ver [[João V de Portugal|João V]]).<ref>SATURNINO MONTEIRO, Armando da Silva: ''Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa'', Vol. VII, pp. 141-145.</ref>


Por fim, após demorada preparação, a Troca das Princesas realizou-se a 19 de Janeiro de 1729. A troca foi feita no [[Rio Caia]], que faz fronteira entre [[Elvas]] no [[Alentejo]], em Portugal, e [[Badajoz]] na [[Extremadura]], em Espanha. A cerimónia fez-se literalmente a meio do rio, numa grande ponte-palácio de madeira ricamente decorada construida para a ocasião, com vários pavilhões em ambas as margens também. Praticamente toda a Corte participou, tendo todas as vilas e lugares entre Lisboa e Elvas sido enfeitadas com arte efémera, tal como arcos triunfais, jardins artificiais, fontes, etc., para receber os imensos cortejos na ida e na volta da fronteira. As preparações para a troca das princesas foram de tal modo detalhadas que já em Janeiro de 1727 a Coroa colocava encomendas de berlindas em Paris,<ref>BESSONE, Silvana: The National Coach Museum - Lisbon, p. 74, 91.</ref> e pedia contribuições extraordinárias dos quatro cantos do império para financiar todo o esplendor desejado ― incluindo da [[Capitania de Minas Gerais]] no Brasil.<ref>ARAÚJO, Jeaneth Xavier de: "Celebrar os Grandes: os casamentos monárquicos portugueses e a mobilização de recursos na capitania de Minas Gerais."</ref>
Ainda assim, durante todo este período, e durante todo o posterior reinado, a princesa teve o conforto da companhia de [[Domenico Scarlatti]], o seu velho mestre de música em Lisboa, que seguiu com a sua aluna para Espanha, onde permaneceria o resto da vida. Aqui, o cravista napolitano compôs mais de quinhentas [[Sonata|sonatas]], muitas delas dedicadas a Bárbara, que passava grande parte do seu tempo a tocar composições do seu antigo professor.


De notar que todo este panorama de arte efémera se voltou a registar meio século mais tarde, aquando do novo consórcio duplo entre Portugal e a Espanha em 1785, com os casamentos do então apenas [[João VI de Portugal|João]] e da irmã, [[Maria Ana Vitória Josefa de Bragança|Maria Ana Vitória]], e foi descrito recentemente em pormenor.<ref>FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime B.: “Formas de arte efémera no duplo consórcio Bragança-Bourbon em 1785.”</ref>
=== A campanha do Rio da Prata ===
{{Artigo principal|Campanha do Rio da Prata (1736)}}
[[Ficheiro:Barbaradebragança.jpg|miniaturadaimagem|266x266px|[[Maria Bárbara de Bragança|D. Bárbara de Portugal]] em 1729. A Troca das Princesas esse ano não foi capaz de evitar o conflicto sobre o Rio da Prata alguns anos mais tarde.]]
Desde o início do reinado de D. João V, o principal ponto de discórdia entre Portugal e a Espanha não estava situado na fronteira ibérica, mas sim no distante [[Rio da Prata]]: era a [[Colónia do Sacramento]]. Sempre desde que os portugueses tinham fundado esta cidade em frente a [[Buenos Aires]] em 1680, os espanhóis desta cidade tinham querido remover os portugueses da região.


== Rainha de Portugal ==
A 22 de Novembro de 1723, os portugueses fundaram ainda [[Montevidéu]], que possui o melhor porto profundo no Rio da Prata. A fundação desta nova cidade logo causou novos problemas. Uma das questões era a própria legalidade da fundação: o [[Tratado de Utrecht]] estipulara sobre ''”o Territorio e Colonia do Sacramento, ſita na margem ſeptentrional do Rio da Prata”'' que o monarca espanhol faria uma “desistência nos termos mais fortes”, ''”para que o dito Territorio e Colonia fiquem comprehendidos nos Dominios da Coroa de Portugal”'', mas nada dizia sobre novas fundações na região.<ref>''Tratado de Pax...'', 1715, Art.<sup>o</sup> VI, pp. 6-7.</ref> Na interpretação dos espanhóis de Buenos Aires, isto significava que os portugueses apenas tinham direito à Colónia do Sacramento, e que a fundação de Montevidéu era ilegal. A reacção foi imediata: a 22 de Janeiro de 1724, os espanhóis de Buenos Aires ocuparam a recém-fundada localidade.
[[Ficheiro:Mariana Vitória de Portugal.jpg|thumb|rigth|Rainha D. Mariana Vitória por [[Miguel António do Amaral]].]]


Em 1750, falecia D. João V, e o marido de D. Mariana Vitória subia ao trono. A rainha tinha então trinta e dois anos e D. José I, trinta e seis anos.
Os verdadeiros problemas viriam na década seguinte, quando os portugueses intensificaram a colonização do [[Rio Grande do Sul]] em 1733. Forças de Buenos Aires vieram então em 1734 pôr cerco à Colónia do Sacramento, que apenas se salvou graças a reforços enviados do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]]. Montevidéu continuava ocupada pelos espanhóis, que para lá fariam passar um exército considerável. As relações entre Portugal e a Espanha deterioraram rapidamente, e logo em Fevereiro de 1735 deu-se o "incidente das embaixadas": a guarda espanhola entrou na embaixada portuguesa em Madrid e aprisionou dezanove empregados da embaixada ― a que D. João V logo ripostou com a prisão de dezanove funcionários da embaixada espanhola em Lisboa. Cortaram-se as relações diplomáticas, e em Lisboa preparou-se a guerra.


O reinado do marido de Mariana Vitória é sobretudo marcado pelas políticas do seu secretário de Estado, o [[Sebastião José de Carvalho e Melo|Marquês de Pombal]], que reorganizou as leis, a economia e a sociedade portuguesa, transformando [[Reino de Portugal|Portugal]] num país moderno.
D. João V decidiu então enviar uma forte esquadra ao Rio da Prata para fazer valer os interesses de Portugal na região. Em 1736, largaram assim ao todo seis naus de guerra, com 390 peças no total, para a América do Sul. Encontrariam no Mar da Prata uma esquadra espanhola de cinco pequenas naus e três fragatas, com 332 peças no total ― uma força manifestamente inferior. Alguns combates foram travados, em que nenhum dos lados perdeu naves; mas os espanhóis não conseguiram impedir que a esquadra portuguesa, ao comando de Luís de Abreu Prego, iniciasse um '''bloqueio a Montevidéu''', bloqueando assim o exército espanhol em terra. Durante um ano, de Agosto de 1736 a Agosto de 1737, a esquadra portuguesa bloqueou o exército espanhol em Montevidéu, sem que a esquadra espanhola no Mar da Prata tentasse fazer alguma tentativa de desafiar os portugueses, até que chegou uma nau de guerra do Rio de Janeiro com notícias de que em [[Paris]] se tinha assinado um armistício em Maio de 1737.<ref>SATURNINO MONTEIRO, Armando da Silva: ''Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa'', Vol. VII, pp. 141-145.</ref> Assim foi devolvida Montevidéu a Portugal, sem que durante um ano a esquadra espanhola na zona tivesse ousado desafiar a portuguesa. Por ironia, a única nave perdida durante toda esta campanha foi uma fragata espanhola de 36 peças, por encalhe.


Em 1755, um terremoto abateu-se sobre Portugal na manhã do dia 1 de novembro (dia de Todos os Santos) de 1755. Nesta data, Lisboa foi abalada por um violento tremor de terra, com uma amplitude que em tempos actuais é estimada em cerca de nove pontos na escala de Richter. A cidade foi devastada pelo tremor de terra, pelo maremoto e ainda pelos incêndios que se seguiram. Isto piorou ainda a mais a saúde mental do marido de Mariana Vitória.
Enquanto tudo isto se passava, D. João V tinha invocado a aliança com a Grã-Bretanha logo em 1735, quando depois do incidente das embaixadas se adivinhava uma possível guerra com Espanha. Como resultado da aliança anglo-lusa, chegou a Lisboa no verão de 1736 uma poderosíssima armada de vinte e seis naus de guerra ― equivalente praticamente a toda a Armada Real espanhola ― às ordens do próprio ''Admiral of the Fleet'' Sir John Norris. A maior parte desta armada permaneceu em Lisboa até o verão seguinte, após o armistício de Paris.<ref>''Ibidem.''</ref>


Na sequência do terramoto, em setembro de 1758, a carruagem do rei foi alvejada quando esse voltava da casa de sua amante, a esposa do [[Marquês de Távora]]. O monarca foi ferido e a rainha assumiu como regente. As investigações, durante o mês de dezembro, acusaram membros da alta nobreza, os quais foram imediatamente presos; entre eles integrantes da [[Casa dos Távoras|família dos Távoras]] (o número total de prisioneiros chegou a mais de mil, a maioria dos quais jamais foi julgada formalmente). Em 12 de janeiro de 1759, o [[José de Mascarenhas da Silva e Lencastre]], então [[Duque de Aveiro]], e diversos membros da família dos Távoras foram condenados à morte.<ref name="ihu">[http://www.ihu.unisinos.br/noticias/537259-a-expulsao-dos-jesuitas-do-grao-para-em-1759-e-a-amazonia-sob-a-egide-do-marques-do-pombal A expulsão dos jesuítas do Grão-Pará em 1759 e a Amazônia sob a égide do Marquês do Pombal], acesso em 04 de outubro de 2016.</ref>
Assim se explica porque pôde D. João V enviar a esquadra ao Rio da Prata sem ter que se preocupar com a defesa das águas da metrópole, e assim se explica porque Espanha rapidamente assinou um armistício com Portugal. E assim se explica, talvez, porque Portugal a partir da segunda metade do reinado de D. João V começou a sofrer uma certa dependência da Grã-Bretanha, que apenas se tornaria mais manifesta com o passar das décadas.


=== Regência ===
==Rainha consorte e regente de Portugal==


Quando seu marido foi declarado inapto para governar em 1774, devido a loucura, D. Mariana Vitória foi proclamada regente, uma posição que manteve até à morte de seu marido. Após isso, ela tornou-se regente de sua filha mais velha, futura [[Maria I de Portugal|D. Maria I]].
=== Reinado do marido ===
[[Ficheiro:Alegoria à Aclamação do Rei D. José I (c. 1750) - atribuido a Joana do Salitre.png|miniaturadaimagem|Alegoria à Aclamação do Rei D. José I (c. 1750) - atribuido a Joana do Salitre. D. Mariana Vitória aparece ao lado do marido.]]
Vinte anos mais tarde, falecia D. João V, e o marido de D. Mariana Vitória subia ao trono. A rainha tinha então trinta e dois anos e D. José I, trinta e seis anos.


Quando a filha assume o poder, D. Mariana Vitória tentou melhorar as relações com a Espanha que era governada por seu irmão mais velho, [[Carlos III de Espanha|Carlos III]]. Os dois países estavam em conflito em relação a posses territoriais nas Américas. Deixando Portugal, D. Mariana Vitória viajou para a Espanha, onde permaneceu por pouco mais de um ano, residindo entre o [[Palácio Real de Madrid]] e o [[Palácio Real de Aranjuez]].
O reinado de José I é sobretudo marcado pelas políticas do seu secretário de Estado, o [[Sebastião José de Carvalho e Melo|Marquês de Pombal]], que reorganizou as leis, a economia e a sociedade portuguesa, transformando [[Reino de Portugal|Portugal]] num país moderno.


Por influência da rainha, assinou-se em 1778 o tratado que estipulou dois casamentos: o do infante [[Gabriel de Bourbon|Gabriel]], filho de Carlos III, com a sua neta [[Maria Ana Vitória Josefa de Bragança|D. Maria Ana Vitória]], e o da infanta [[Carlota Joaquina de Bourbon|Carlota Joaquina]], neta mais velha de Carlos III, com o infante D. João, futuro [[João VI de Portugal|D. João VI]].
Quando subiu ao trono, José I tinha à sua disposição os mesmos meios de acção governativa que os seus antecessores do século XVII, apesar do progresso económico realizado no país, na primeira metade do século XVIII.


== Morte ==
Esta inadaptação das estruturas administrativas, jurídicas e políticas do país, juntamente com as condições económicas deficientes herdadas dos últimos anos do reinado de [[João V de Portugal|João V]], vai obrigar o monarca a escolher os seus colaboradores entre aqueles que eram conhecidos pela sua oposição à política seguida no reinado anterior.


Enquanto se encontrava em Espanha, D. Mariana Vitória teve um ataque de reumatismo e foi confinada a uma cadeira de rodas por algum tempo. Regressou a Portugal em novembro de 1778. Mariana Vitória morreu na Real Barraca da Ajuda, um edifício onde hoje é o actual [[Palácio Nacional da Ajuda]]. 
[[Diogo de Mendonça Corte-Real]], [[Pedro da Mota e Silva]] e [[Sebastião José de Carvalho e Melo]] passaram a ser as personalidades em evidência, assistindo-se de 1750 a 1755 à consolidação política do poder central e ao reforço da posição do [[Sebastião José de Carvalho e Melo|marquês de Pombal]], com a consequente perda de importância dos outros ministros.


Foi primeiramente sepultada na [[Igreja de São Francisco de Paula (Lisboa)|Igreja de São Francisco de Paula]] em [[Lisboa]], a qual mandou restaurar. Foi depois trasladada para o [[Panteão da Dinastia de Bragança|Panteão Real da Dinastia de Bragança]] da [[Igreja de São Vicente de Fora]] também em Lisboa.
=== O terramoto de Lisboa ===
{{Artigo principal|[[Terramoto de 1755]]}}
[[Ficheiro:Louis-Michel_van_Loo_003.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|"[[Marquês de Pombal]]" e a cidade de Lisboa, de Louis-Michel van Loo (1707-1771) e Claude-Joseph Vernet (1714-1789), Museu da Cidade, Lisboa]]
O desastre abateu-se sobre Portugal na manhã do dia [[1 de novembro]] (dia de Todos os Santos) de [[1755]]. Nesta data, Lisboa foi abalada por um [[Terramoto de 1755|violento tremor de terra]], com uma amplitude que em tempos actuais é estimada em cerca de nove pontos na [[escala de Richter]]. A cidade foi devastada pelo [[tremor de terra]], pelo [[Tsunami|maremoto]] e ainda pelos incêndios que se seguiram.


== Legado ==
Sebastião de Carvalho sobreviveu por sorte, mas não se impressionou. Imediatamente tratou da reconstrução da cidade, de acordo com a famosa frase: ''"E agora? Enterram-se os mortos e cuidam-se os vivos"''. Apesar da calamidade, Lisboa não foi afectada por [[Epidemia|epidemias]] e menos de um ano depois já se encontrava parcialmente reconstruída.


D. Mariana Vitória era a madrinha de [[Maria Antonieta]], futura rainha da França, que nasceu no mesmo dia que do [[Sismo de Lisboa de 1755|Terremoto de Lisboa]] que devastou a cidade. Mariana Vitória tem descendentes que vão desde o presente [[Filipe VI da Espanha|Rei de Espanha]], [[Filipe da Bélgica|Rei da Bélgica]], ao [[Henrique de Luxemburgo|Grão-Duque de Luxemburgo]]. Em 1822, seu bisneto D. [[Pedro I do Brasil|Pedro de Bragança]] tornou-se o primeiro Imperador do Brasil.
A baixa da cidade foi redesenhada por um grupo de [[Arquitecto|arquitectos]], com a orientação expressa de resistir a terramotos subsequentes. Foram construídos modelos para testes, nos quais os terramotos foram simulados pelo marchar de tropas. Nesta altura, e pela orientação do Marquês do Pombal, teve início o modelo de construção de edifícios denominado "Gaiola", em que todas as obras eram edificadas a partir de uma estrutura de madeira, semelhante a uma gaiola. A partir deste período, todos os edifícios eram obrigados a respeitar esta norma, com o fim de tornar as construções resistentes aos terramotos, devido à sua flexibilidade.<ref>{{Citar web|url=http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=799803|titulo=Manuscrito com livro de Kenneth Maxwell sobre o Marquês de Pombal|acessodata=2016-04-05|obra=diariodigital.sapo.pt}}</ref>


== Galeria ==
Surgiram também os primeiros edifícios dotados de saneamento próprio, através de condutas ligadas diretamente ao rio, e as ruas adquiriram dimensões em torno dos 20 metros de largura - para as estradas principais - uma característica nunca antes vista.<ref>{{Citar livro|url=http://www.presenca.pt/livro/o-marques-de-pombal-o63479835/|ultimo=Maxwell|primeiro=Kenneth|editora=|ano=|local=|lingua=pt|acessodata=|titulo=O Marquês de Pombal|paginas=}}</ref>
<gallery>
Imagem:Maria Ana Victoria de Borbón, Miguel Jacinto Meléndez.jpg|Mariana, ainda criança, por Miguel Jacinto Meléndez
Imagem:Louis XV with Marie Anne Victoire d'Espagne by François de Troy, Pitti.jpg|Luís XV e Mariana Vitória
Imagem:Infanta Maríana Víctoría de España, Queen of Portugal and the Algarves.jpg|Mariana Vitória
Imagem:La familia de Felipe V (Van Loo).jpg|''[[A família de Filipe V (1743)|A família de Filipe V]]''. Mariana Vitória é a primeira do canto esquerdo
Imagem:Portrait of Queen Mariana Vitória by Miguel Antonio do Amaral.jpg|Rainha Dona Mariana Vitória
</gallery>


== Representações na cultura ==
Os edifícios e praças da ''[[Baixa Pombalina de Lisboa]]'' ainda prevalecem, sendo uma das atracções turísticas de Lisboa, construídos sob a assinatura do Marquês de Pombal.


* ''Troca de Rainhas'' (2017), interpretada por Juliane Lepoureau. O longa mostra a estadia da infanta na corte francesa.
Sebastião de Melo fez também uma importante contribuição para a [[sismologia]]: elaborou um inquérito enviado a todas as paróquias do país. Exemplos de questões aí incluídas: os cães e outros animais comportaram-se de forma estranha antes do evento?; O nível da água dos poços subiu ou desceu?; Quantos edifícios foram destruídos? Estas questões permitiram aos cientistas portugueses a reconstrução do evento e marcaram o nascimento da sismologia enquanto ciência.


=== O processo dos Távoras ===
== Títulos, estilos, e honrarias ==
{{Info/Estilos reais
{{Artigo principal|[[Processo dos Távoras]]}}
|nome=Mariana Vitória de Bourbon
[[Ficheiro:Quam Mirabilia Sunt Opera Tua Domine! (c. 1759) - Vieira Lusitano (Museu de Lisboa), cropped.png|miniaturadaimagem|O atentado sofrido por D. José, marido de D. Mariana Vitória em 1758. Este atentado foi o catalisador do [[Processo dos Távoras]].]]
|imagem=[[Ficheiro:Coat of Arms of Mariana Victoria of Spain, Queen of Portugal.svg|75px]]
Na sequência do terramoto ficou só menos de dois anos mais como Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. O rei [[D. José I]] deu ao seu primeiro-ministro poderes acrescidos, tornando-o numa espécie de [[ditador]], e fê-lo [[Fidalgo do Conselho|Conselheiro de Estado]] e [[Comenda|Comendador]] de [[Santa Marinha da Mata de Lobos]] e de [[São Miguel das Três Minas]], ambas na [[Ordem de Cristo]]. À medida que o seu poder cresceu, os seus inimigos aumentaram e as disputas com a [[Nobreza|alta nobreza]] tornaram-se frequentes.
|estilo=[[Sua Majestade Fidelíssima]]
|directo=Vossa Majestade Fidelíssima
|alternativo=Senhora}}


==== O atentado ====
=== Títulos e estilos ===
* 31 de março de 1718 – 19 de janeiro de 1729: "[[Sua Alteza|Sua Alteza Real]], a Infanta da Espanha"
Em setembro de 1758, a carruagem do rei foi alvejada quando esse voltava da casa de sua amante, a esposa do [[Marquês de Távora]]. O monarca foi ferido e a rainha assumiu como regente. As investigações, durante o mês de dezembro, acusaram membros da alta nobreza, os quais foram imediatamente presos; entre eles integrantes da [[Casa dos Távoras|família dos Távoras]] (o número total de prisioneiros chegou a mais de mil, a maioria dos quais jamais foi julgada formalmente). Em 12 de janeiro de 1759, o [[José de Mascarenhas da Silva e Lencastre]], então [[Duque de Aveiro]], e diversos membros da família dos Távoras foram condenados à morte.<ref name="ihu">[http://www.ihu.unisinos.br/noticias/537259-a-expulsao-dos-jesuitas-do-grao-para-em-1759-e-a-amazonia-sob-a-egide-do-marques-do-pombal A expulsão dos jesuítas do Grão-Pará em 1759 e a Amazônia sob a égide do Marquês do Pombal], acesso em 04 de outubro de 2016.</ref>
* 19 de janeiro de 1729 – 31 de julho de 1750: "Sua Alteza Real, a Princesa do Brasil"
* 31 de julho de 1750 – 24 de fevereiro de 1777: "[[Sua Majestade Fidelíssima]], a Rainha"
* 24 de fevereiro de 1777 – 15 de janeiro de 1781: "Sua Majestade Fidelíssima, a Rainha-Mãe"


O estilo oficial de D. Mariana Vitória enquanto Rainha Consorte de Portugal: "Pela Graça de Deus, Mariana Vitória, Rainha Consorte de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc."{{-}}
==== Consequências ====
Sebastião de Melo não mostrou qualquer misericórdia, tendo perseguido cada um dos envolvidos.

Com este golpe final, o poder da nobreza foi decisivamente contrariado, marcando uma vitória sobre os seus inimigos, aqueles que tinham força para se oporem a si e ao rei. Pela sua acção rápida, D. José I atribuiu ao seu leal ministro o título de [[Senhorialismo|Senhor]] [[Donatário]] das vilas de [[Oeiras e São Julião da Barra|Oeiras]] e seu termo e de [[Pombal (freguesia)|Pombal]], com o título de [[Conde de Oeiras]], em [[1759]].

A 3 de Setembro 1759, um ano depois da tentativa de regicídio a D. José, [[Expulsão dos jesuítas|expulsou os jesuítas]] da metrópole e das colónias, confiscando seus bens, sob a alegação de que a [[Companhia de Jesus]] agia como um poder autónomo dentro do Estado português e as suas ligações internacionais eram um entrave ao fortalecimento do poder régio.

No seguimento do [[Processo dos Távoras|caso Távora]], o novo Conde de Oeiras não conheceu qualquer nova oposição. Adquirindo o título de [[Marquês de Pombal]] em [[1770]], teve quase exclusivamente o poder de governar Portugal até à morte de D. José I em [[1777]].

===A regência===
[[Ficheiro:Mariana Vitória de Portugal.jpg|miniaturadaimagem|D. Mariana Vitória retratada por [[Miguel António do Amaral]].]]
Quando seu marido foi declarado inapto para governar em 1774, devido a loucura, D. Mariana Vitória foi proclamada regente, uma posição que manteve até à morte de seu marido. Após isso, ela tornou-se regente de sua filha mais velha, futura [[Maria I de Portugal|D. Maria I]].

Quando a filha assume o poder, D. Mariana Vitória tentou melhorar as relações com a Espanha que era governada por seu irmão mais velho, [[Carlos III de Espanha|Carlos III]]. Os dois países estavam em conflito em relação a posses territoriais nas Américas. Deixando Portugal, D. Mariana Vitória viajou para a Espanha, onde permaneceu por pouco mais de um ano, residindo entre o [[Palácio Real de Madrid]] e o [[Palácio Real de Aranjuez]].

Por influência da rainha, assinou-se em 1778 o tratado que estipulou dois casamentos: o do infante [[Gabriel de Bourbon|Gabriel]], filho de Carlos III, com a sua neta [[Maria Ana Vitória Josefa de Bragança|D. Maria Ana Vitória]], e o da infanta [[Carlota Joaquina de Bourbon|Carlota Joaquina]], neta mais velha de Carlos III, com o infante D. João, futuro [[João VI de Portugal|D. João VI]].

==Morte==
Enquanto se encontrava em Espanha, D. Mariana Vitória teve um ataque de reumatismo e foi confinada a uma cadeira de rodas por algum tempo. Regressou a Portugal em novembro de 1778. Mariana Vitória morreu na Real Barraca da Ajuda, um edifício onde hoje é o actual [[Palácio Nacional da Ajuda]]. 

Foi primeiramente sepultada na [[Igreja de São Francisco de Paula (Lisboa)|Igreja de São Francisco de Paula]] em [[Lisboa]], a qual mandou restaurar. Foi depois trasladada para o [[Panteão da Dinastia de Bragança|Panteão Real da Dinastia de Bragança]] da [[Igreja de São Vicente de Fora]] também em Lisboa.

==Legado==
D. Mariana Vitória era a madrinha de [[Maria Antonieta]], futura rainha da França, que nasceu no mesmo dia que do [[Sismo de Lisboa de 1755|Terremoto de Lisboa]] que devastou a cidade. Mariana Vitória tem descendentes que vão desde o presente [[Filipe VI da Espanha|Rei de Espanha]], [[Filipe da Bélgica|Rei da Bélgica]], ao [[Henrique de Luxemburgo|Grão-Duque de Luxemburgo]]. Em 1822, seu bisneto [[Pedro I do Brasil|Pedro]] se tornou o primeiro imperador do Brasil.

== Representações na cultura ==
Em 2017 D. Mariana Vitória de Bourbon foi representada por Juliane Lepoureau no longa-metragem Troca de Rainhas, que mostra a estadia da infanta na corte francesa.


==Descendência==
==Descendência==
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|Foi-lhe proposto casar com [[Luís Filipe II, Duque de Orleães]], mas ela recusou-se.
|Foi-lhe proposto casar com [[Luís Filipe II, Duque de Orleães]], mas ela recusou-se.
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! scope="row" |[[Maria Francisca Benedita de Bragança|Maria Benedita de Bragança, Infanta de Portugal / Princesa do Brasil]]
! scope="row" |[[Maria Francisca Benedita de Bragança|Benedita, Princesa do Brasil]]
|[[Ficheiro:Infanta_Dona_Maria_Francisca_Benedita_-_Princesa_do_Brasil.png|alt=Retrato de busto de uma senhora de meia-idade, com uma peruca empoada com um pequeno véu preso por um ramalhete de flores, com um vestido simples de cor branca.|137x137px]]
|[[Ficheiro:Infanta_Dona_Maria_Francisca_Benedita_-_Princesa_do_Brasil.png|alt=Retrato de busto de uma senhora de meia-idade, com uma peruca empoada com um pequeno véu preso por um ramalhete de flores, com um vestido simples de cor branca.|137x137px]]
|25 de julho de 1746&nbsp;–
|25 de julho de 1746&nbsp;–
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|2= [[Filipe V de Espanha|Filipe V da Espanha]]
|2= [[Filipe V de Espanha|Filipe V da Espanha]]
|3= [[Isabel Farnésio]]
|3= [[Isabel Farnésio]]
|4= [[Luís, Grande Delfim da França]]
|4= [[Luís, Grande Delfim de França|Luís, Delfim da França]]
|5= [[Maria Ana Vitória da Baviera]]
|5= [[Maria Ana Vitória de Baviera]]
|6= [[Eduardo Farnésio, Príncipe Hereditário de Parma|Eduardo Farnésio]]
|6= [[Eduardo, Príncipe herdeiro de Parma|Eduardo Farnésio, Príncipe Hereditário de Parma]]
|7= [[Doroteia Sofia de Neuburgo]]
|7= [[Doroteia Sofia de Neuburgo]]
|8= [[Luís XIV de França]]
|8= [[Luís XIV de França|Luís XIV da França]]
|9= [[Maria Teresa de Áustria (1638–1683)|Maria Teresa da Áustria]]
|9= [[Maria Teresa de Áustria (1638-1683)|Maria Teresa da Espanha]]
|10= [[Fernando Maria, Eleitor da Baviera]]
|10= Fernando Maria, Eleitor da Baviera
|11= [[Henriqueta Adelaide de Saboia]]
|11= Henriqueta Adelaide de Saboia
|12= [[Rainúncio II Farnésio]]
|12= [[Rainúncio II Farnésio|Rainúncio II Farnésio, Duque de Parma e Placência]]
|13= [[Isabel d'Este, Duquesa de Parma|Isabel d'Este]]
|13= Isabel d'Este
|14= [[Filipe Guilherme de Neuburgo|Filipe Guilherme, Eleitor Palatino]]
|14= [[Filipe Guilherme de Neuburgo|Filipe Guilherme, Eleitor Palatino]]
|15= [[Isabel Amália de Hesse-Darmstadt]]
|15= [[Isabel Amália de Hesse-Darmstadt|Isabel Amália de Hesse-Darmstadt]]
|16= [[Luís XIII de França]]
|16= [[Luís XIII de França|Luís XIII da França]]
|17= [[Ana de Áustria, rainha de França|Ana da Áustria]]
|17= [[Ana de Áustria, rainha de França|Ana da Áustria]]
|18= [[Filipe IV de Espanha|Filipe IV da Espanha]]
|18= [[Filipe IV de Espanha|Filipe IV da Espanha]]
|19= [[Isabel de Bourbon, Rainha da Espanha|Isabel da França]]
|19= [[Isabel de Bourbon, Rainha da Espanha|Isabel de Bourbon]]
|20= [[Maximiliano I, Eleitor da Baviera]]
|20= [[Maximiliano I, Eleitor da Baviera]]
|21= [[Maria Ana de Áustria, Eleitora da Baviera|Maria Ana da Áustria]]
|21= [[Maria Ana de Áustria, Eleitora da Baviera|Maria Ana da Áustria]]
|22= [[Vítor Amadeu I, Duque de Saboia]]
|22= [[Vítor Amadeu I, Duque de Saboia]]
|23= [[Cristina da França]]
|23= [[Cristina da França]]
|24= [[Eduardo I Farnésio]]
|24= [[Eduardo I Farnésio|Eduardo Farnésio, Duque de Parma e Placência]]
|25= [[Margarida de Médici]]
|25= [[Margarida de Médici]]
|26= [[Francisco I de Módena|Francisco I d'Este]]
|26= [[Francisco I de Módena|Francisco I d'Este]]
|27= [[Maria Catarina Farnésio]]
|27= [[Maria Catarina Farnésio]]
|28= [[Wolfgang Guilherme do Palatinado-Neuburgo|Wolfgang Guilherme de Neuburgo]]
|28= Wolfgang Guilherme do Palatinado-Neuburgo
|29= Madalena da Baviera
|29= [[Madalena da Baviera]]
|30= [[Frederico II da Dinamarca]]
|30= [[Jorge II de Hesse-Darmstadt]]
|31= [[Sofia de Mecklemburgo-Güstrow]]
|31= [[Sofia Leonor da Saxónia|Sofia Leonor da Saxônia]]
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== Títulos, estilos, e honrarias ==
{{Info/Estilos reais|nome=Mariana Vitória da Espanha|imagem=[[Ficheiro:Coat of Arms of Mariana Victoria of Spain, Queen of Portugal.svg|75px]]|estilo=[[Sua Majestade Fidelíssima]]|directo=Vossa Majestade Fidelíssima|alternativo=Senhora}}{{Artigo principal|Lista de títulos e honrarias da Coroa Portuguesa}}

===Títulos e estilos===
* 31 de março de 1718 – 19 de janeiro de 1729: "[[Sua Alteza|Sua Alteza Real]], a Infanta da Espanha"
* 19 de janeiro de 1729 – 31 de julho de 1750: "[[Sua Alteza Real]], a Princesa do Brasil"
* 31 de julho de 1750 – 24 de fevereiro de 1777: "[[Sua Majestade Fidelíssima]], a Rainha"
* 24 de fevereiro de 1777 – 15 de janeiro de 1781: "[[Sua Majestade Fidelíssima]], a Rainha-Mãe"
O estilo oficial de D. Mariana Vitória enquanto Rainha Consorte de Portugal: "Pela Graça de Deus, Mariana Vitória, Rainha Consorte de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc."


{{Referências|col=2}}
{{Referências|col=2}}


== Bibliografia ==
== Bibliografia ==
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* Armstrong, Edward (1892). ''Elisabeth Farnese: The Termagant of Spain'' (en inglés). Londres: Longmans, Green, and Co. <small>[[Online Computer Library Center|OCLC]] [https://www.worldcat.org/oclc/580823355 580823355]</small>.
* BRAGA, Paulo Drumond (2013). ''A Rainha Discreta. Mariana Vitória de Bourbon''. Lisboa: Círculo de Leitores.
* BRAGA, Paulo Drumond (2013). ''A Rainha Discreta. Mariana Vitória de Bourbon''. Lisboa: Círculo de Leitores.
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|width="30%" align="center"| Precedida por<br/>'''[[Maria Ana de Áustria, Rainha de Portugal|Maria Ana da Áustria]]'''
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[[Categoria:Rainhas de Portugal]]

Revisão das 19h45min de 24 de julho de 2019

Mariana Vitória
Rainha de Portugal e Algarves
Infanta da Espanha
Mariana Vitória de Bourbon
Retrato por Domenico Maria Sani
Rainha Consorte de Portugal e Algarves
Reinado 31 de julho de 1750
a 24 de fevereiro de 1777
Predecessora Maria Ana da Áustria
Sucessor(a) Pedro de Portugal
 
Nascimento 31 de março de 1718
  Real Alcázar de Madrid, Madrid, Espanha
Morte 11 de junho de 1727 (67 anos)
  Palácio da Ajuda, Lisboa, Portugal
Sepultado em 17 de janeiro de 1781
Panteão Real da Dinastia de Bragança, Mosteiro de São Vicente de Fora, Lisboa, Portugal
Marido José I de Portugal
Descendência Maria I de Portugal
Maria Ana Francisca de Portugal
Maria Doroteia de Portugal
Benedita de Portugal
Casa Bourbon (por nascimento)
Bragança (por casamento)
Pai Filipe V da Espanha
Mãe Isabel Farnésio
Religião Catolicismo
Assinatura Assinatura de Mariana Vitória
Brasão

Mariana Vitória de Bourbon (Madrid, 31 de março de 1718Lisboa, 15 de janeiro de 1781) foi a esposa do rei D. José I e Rainha Consorte de Portugal e Algarves de 1750 até 1777. Era filha de Filipe V da Espanha e de sua segunda esposa Isabel Farnésio.

Primeiros anos

Mariana Vitória por Nicolas de Largillière, 1724.

Mariana Vitória nasceu no Real Alcázar de Madrid e foi lhe dado seu nome em homenagem a sua avó paterna, Maria Ana Vitória de Baviera. Era Infante da Espanha por nascimento e filha mais velha de Filipe V da Espanha e de sua segunda esposa Isabel Farnésio. Na altura de seu nascimento, Mariana Vitória era a quinta na linha de sucessão ao trono espanhol atrás de seus meio-irmãos, o infante Luís, Príncipe das Astúrias, o infante Fernando, o infante Pedro, assim como seu irmão Carlos. Mariana foi a irmã favorita de Carlos, sendo chamada por este afetuosamente de "Marianina". Como uma infanta de Espanha, detinha o estilo de Alteza Real.[1]

Noivado com Luís XV

Após a Guerra da Quádrupla Aliança, França e Espanha decidiram reconciliar-se mediante a um casamento entre a infanta Mariana Vitória com seu primo, o jovem rei Luís XV da França. Organizado por Filipe II, Duque d'Orleães, regente da França durante a a menoridade de Luís, o casamento fazia parte de uma série de alianças que também incluía o casamento de Luísa Isabel e Filipina Isabel de Orleães, ambas filhas do regente, com o infante Luís, Príncipe das Astúrias e o infante Carlos, respectivamente.

O embaixador francês, Louis de Rouvroy, Duque de Saint-Simon, pediu a sua mão em nome de Luís em 25 de novembro de 1721. A troca da jovem infanta teve seu lugar na Ilha dos Faisões, local onde os seus antepassados ​​Luís XIV da França e Maria Teresa da Espanha tinham-se encontrado pela primeira vez antes do casamento. Mariana Vitória chegou a Paris no dia 2 de março de 1721, houve celebração e a mesma se instalou-se no Palácio do Louvre. Na França ela era chamada de "a Infanta Rainha".

Mariana Vitória de Bourbon e Luís XV.

De acordo com a mãe do regente, Isabel Carlota do Palatinado, Mariana Vitória era a "coisa mais doce e mais bonita" e tinha grande inteligência para sua idade. Sua educação foi confiada aos cuidados de Madame de Ventadour, antiga governanta de Luís XV.

Sob a influência do primeiro-ministro Luís Henrique, Duque de Bourbon e sua amante Madame de Prie, foi decidido enviar a menina de sete anos novamente para a Espanha em 11 de março de 1725. O duque de Bourbon queria manter sua influência sobre o jovem Luís XV e ofereceu sua irmã Henriqueta Luisa de Bourbon como uma esposa em potencial, que ao contrário de Mariana Vitória, tinha idade suficiente para conceber um herdeiro ao trono.

A notícia foi muito mal recebida na Espanha, que decidiu enviar também de volta a França Luísa Isabel de Orleães, cujo marido tinha falecido após reinar como Luís I de Espanha durante apenas sete meses. Como seu casamento não havia sido consumado Luísa Isabel foi enviada de volta para a França, juntamente com sua irmã Filipina Isabel. Mariana abandonou Versalhes em 5 de abril de 1725 e viajou novamente para a fronteira e seguiu seu retorno para a Espanha.

Posteriormente Luís XV casou-se com Maria Leszczyńska, filha de Estanislau I Leszczyński, rei deposto da da Polônia; E a irmã Mariana Vitória, a infanta Maria Teresa Rafaela, casou-se com o filho de Luís XV em 1745 para tranquilizar a insultada corte espanhola.

Casamento

A jovem Infanta Mariana Vitória, antes da Troca das Princesas.

Em 1725, manifestou seu pai, Filipe V, o desejo de estabelecer uma aliança entre as coroas de Espanha e Portugal, a que estaria ligado o casamento de sua filha com D. José, herdeiro do trono português. Para tratar do assunto em Madrid, o rei D. João V nomeou José da Cunha Brochado, que também foi incumbido resolver questões pendentes entre os dois países.

Para evitar novas controvérsias e fortalecer ainda mais a aliança que se pretendia, a diplomacia espanhola propôs então um duplo matrimónio: para além do casamento entre o príncipe herdeiro espanhol e Maria Bárbara, o príncipe herdeiro português poderia casar com a regressada Mariana Vitória. João V aceitou a proposta, e dois anos mais tarde, tendo os príncipes e infantas chegado a idade um pouco mais crescida, firmaram-se então os acordos pré-nupciais: o Príncipe do Brasil e Mariana Vitória a 27 de dezembro de 1727, e o Príncipe das Astúrias e Maria Bárbara de Portugal a 11 de janeiro de 1728.

Por fim, após demorada preparação, a Troca das Princesas realizou-se a 19 de Janeiro de 1729. A troca foi feita no Rio Caia, que faz fronteira entre Elvas no Alentejo, em Portugal, e Badajoz na Extremadura, em Espanha. A cerimónia fez-se literalmente a meio do rio, numa grande ponte-palácio de madeira ricamente decorada construida para a ocasião, com vários pavilhões em ambas as margens também. Praticamente toda a Corte participou, tendo todas as vilas e lugares entre Lisboa e Elvas sido enfeitadas com arte efémera, tal como arcos triunfais, jardins artificiais, fontes, etc., para receber os imensos cortejos na ida e na volta da fronteira. As preparações para a troca das princesas foram de tal modo detalhadas que já em Janeiro de 1727 a Coroa colocava encomendas de berlindas em Paris,[2] e pedia contribuições extraordinárias dos quatro cantos do império para financiar todo o esplendor desejado ― incluindo da Capitania de Minas Gerais no Brasil.[3]

De notar que todo este panorama de arte efémera se voltou a registar meio século mais tarde, aquando do novo consórcio duplo entre Portugal e a Espanha em 1785, com os casamentos do então apenas João e da irmã, Maria Ana Vitória, e foi descrito recentemente em pormenor.[4]

Rainha de Portugal

Rainha D. Mariana Vitória por Miguel António do Amaral.

Em 1750, falecia D. João V, e o marido de D. Mariana Vitória subia ao trono. A rainha tinha então trinta e dois anos e D. José I, trinta e seis anos.

O reinado do marido de Mariana Vitória é sobretudo marcado pelas políticas do seu secretário de Estado, o Marquês de Pombal, que reorganizou as leis, a economia e a sociedade portuguesa, transformando Portugal num país moderno.

Em 1755, um terremoto abateu-se sobre Portugal na manhã do dia 1 de novembro (dia de Todos os Santos) de 1755. Nesta data, Lisboa foi abalada por um violento tremor de terra, com uma amplitude que em tempos actuais é estimada em cerca de nove pontos na escala de Richter. A cidade foi devastada pelo tremor de terra, pelo maremoto e ainda pelos incêndios que se seguiram. Isto piorou ainda a mais a saúde mental do marido de Mariana Vitória.

Na sequência do terramoto, em setembro de 1758, a carruagem do rei foi alvejada quando esse voltava da casa de sua amante, a esposa do Marquês de Távora. O monarca foi ferido e a rainha assumiu como regente. As investigações, durante o mês de dezembro, acusaram membros da alta nobreza, os quais foram imediatamente presos; entre eles integrantes da família dos Távoras (o número total de prisioneiros chegou a mais de mil, a maioria dos quais jamais foi julgada formalmente). Em 12 de janeiro de 1759, o José de Mascarenhas da Silva e Lencastre, então Duque de Aveiro, e diversos membros da família dos Távoras foram condenados à morte.[5]

Regência

Quando seu marido foi declarado inapto para governar em 1774, devido a loucura, D. Mariana Vitória foi proclamada regente, uma posição que manteve até à morte de seu marido. Após isso, ela tornou-se regente de sua filha mais velha, futura D. Maria I.

Quando a filha assume o poder, D. Mariana Vitória tentou melhorar as relações com a Espanha que era governada por seu irmão mais velho, Carlos III. Os dois países estavam em conflito em relação a posses territoriais nas Américas. Deixando Portugal, D. Mariana Vitória viajou para a Espanha, onde permaneceu por pouco mais de um ano, residindo entre o Palácio Real de Madrid e o Palácio Real de Aranjuez.

Por influência da rainha, assinou-se em 1778 o tratado que estipulou dois casamentos: o do infante Gabriel, filho de Carlos III, com a sua neta D. Maria Ana Vitória, e o da infanta Carlota Joaquina, neta mais velha de Carlos III, com o infante D. João, futuro D. João VI.

Morte

Enquanto se encontrava em Espanha, D. Mariana Vitória teve um ataque de reumatismo e foi confinada a uma cadeira de rodas por algum tempo. Regressou a Portugal em novembro de 1778. Mariana Vitória morreu na Real Barraca da Ajuda, um edifício onde hoje é o actual Palácio Nacional da Ajuda

Foi primeiramente sepultada na Igreja de São Francisco de Paula em Lisboa, a qual mandou restaurar. Foi depois trasladada para o Panteão Real da Dinastia de Bragança da Igreja de São Vicente de Fora também em Lisboa.

Legado

D. Mariana Vitória era a madrinha de Maria Antonieta, futura rainha da França, que nasceu no mesmo dia que do Terremoto de Lisboa que devastou a cidade. Mariana Vitória tem descendentes que vão desde o presente Rei de Espanha, Rei da Bélgica, ao Grão-Duque de Luxemburgo. Em 1822, seu bisneto D. Pedro de Bragança tornou-se o primeiro Imperador do Brasil.

Galeria

Representações na cultura

  • Troca de Rainhas (2017), interpretada por Juliane Lepoureau. O longa mostra a estadia da infanta na corte francesa.

Títulos, estilos, e honrarias

Predefinição:Info/Estilos reais

Títulos e estilos

  • 31 de março de 1718 – 19 de janeiro de 1729: "Sua Alteza Real, a Infanta da Espanha"
  • 19 de janeiro de 1729 – 31 de julho de 1750: "Sua Alteza Real, a Princesa do Brasil"
  • 31 de julho de 1750 – 24 de fevereiro de 1777: "Sua Majestade Fidelíssima, a Rainha"
  • 24 de fevereiro de 1777 – 15 de janeiro de 1781: "Sua Majestade Fidelíssima, a Rainha-Mãe"

O estilo oficial de D. Mariana Vitória enquanto Rainha Consorte de Portugal: "Pela Graça de Deus, Mariana Vitória, Rainha Consorte de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc."

Descendência

Nome Retrato Longevidade Notas
Havidos de José I de Portugal

(31 de março de 1718 – 15 de janeiro de 1781; casados a 19 de janeiro de 1729)

Maria I de Portugal Retrato de uma senhora de meia-idade, muito pálida, de vestido prateado com mangas de renda, um manto cor-de-rosa de pele de arminho, e uma faixa verde e vermelha com uma Cruz de Cristo pendente. Com uma peruca branca empoada e um véu fino com jóias e penas. Aponta para a Coroa Real, em cima de uma almofada de veludo numa mesa ao seu lado. 17 de dezembro de 1734 –

20 de março de 1816

Rainha de Portugal, a título próprio, de 1777 a 1816. Casou-se com o Infante D. Pedro, seu tio. Do casamento nasceram 4 filhos (um deles nado-morto) e 3 filhas.
Maria Ana, Infanta de Portugal Retrato a três quartos de uma senhora de cabelos castanhos, apanhados em duas tranças, de pé ao lado de um cravo, e envergando um vestido verde e azul e uma capa encarnada. 7 de outubro de 1736 –

16 de maio de 1813

Seguiu com a restante família real para o Brasil, onde veio a falecer.
Maria Doroteia, Infanta de Portugal Retrato a três quartos de uma senhora de cabelos castanhos, apanhados numa trança comprida, envergando um vestido de seda púrpura e uma capa verde, e empunhando um leque. 21 de setembro de 1739 –

14 de janeiro de 1771

Foi-lhe proposto casar com Luís Filipe II, Duque de Orleães, mas ela recusou-se.
Benedita, Princesa do Brasil Retrato de busto de uma senhora de meia-idade, com uma peruca empoada com um pequeno véu preso por um ramalhete de flores, com um vestido simples de cor branca. 25 de julho de 1746 –

18 de agosto de 1829

Casou-se com o sobrinho, D. José, Príncipe do Brasil, em 1777. Não houve descendência.

Ancestrais

Referências

  1. van de Pas, Leo. «Infanta Mariana Victoria of Spain». Genealogics.org. Consultado em 21 de setembro de 2010 
  2. BESSONE, Silvana: The National Coach Museum - Lisbon, p. 74, 91.
  3. ARAÚJO, Jeaneth Xavier de: "Celebrar os Grandes: os casamentos monárquicos portugueses e a mobilização de recursos na capitania de Minas Gerais."
  4. FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime B.: “Formas de arte efémera no duplo consórcio Bragança-Bourbon em 1785.”
  5. A expulsão dos jesuítas do Grão-Pará em 1759 e a Amazônia sob a égide do Marquês do Pombal, acesso em 04 de outubro de 2016.

Bibliografia

  • BRAGA, Paulo Drumond (2013). A Rainha Discreta. Mariana Vitória de Bourbon. Lisboa: Círculo de Leitores.


Mariana Vitória de Bourbon
Casa de Bourbon
Ramo da Casa de Capeto
31 de março de 1718 – 15 de janeiro de 1781
Precedida por
Maria Ana da Áustria

Rainha Consorte de Portugal e Algarves
31 de julho de 1750 – 24 de fevereiro de 1777
Sucedida por
Pedro de Portugal


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