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Forte de São Luís de Almádena

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Forte de São Luís de Almádena
Forte de São Luís de Almádena
Tipo forte, património cultural
Estilo dominante Maneirismo
Construção 1632
Promotor(a) D. Luís de Sousa
Aberto ao público Sim
Estado de conservação Mau
Património de Portugal
Classificação  Imóvel de Interesse Público [♦]
DGPC 72858
SIPA 2893
Geografia
País Portugal
Localização Budens
Coordenadas 37° 04′ 00″ N, 8° 48′ 16″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico
[♦] ^ DL n.º 735/74, de 21 de Dezembro de 1974

O Forte de São Luís de Almádena, também conhecido como Forte de Almadena e Forte da Boca do Rio, é um monumento militar no município de Vila do Bispo, na região do Algarve, em Portugal.[1]

O Forte de São Luís de Almádena está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1974.[1]

O imóvel consiste numa antiga fortaleza costeira, situada no alto das arribas.[2] Localiza-se junto à foz da Ribeira de Budens, entre as localidades de Salema e Burgau, numa zona conhecida como Boca do Rio.[3] Este local permitia controlar um vasto trecho da costa, desde Sagres até à Baía de Lagos.[1] Tinha uma planta de forma poligonal, e baluartes de planta igualmente poligonal nos ângulos.[2] A fachada principal das muralhas, onde se situa a porta de armas, era protegida por um fosso,[2] sendo o acesso ao forte feito por uma ponte levadiça.[1] No interior existiam vários edifícios de planta quadrangular,[1] de coberturas abobadadas com terraços, onde estavam instaladas as casernas, o paiol, e uma capela.[2] As duas baterias, uma alta e outra baixa,[4] estavam dispostas em plataformas sobre as falésias.[2] No exterior da fortaleza foram encontrados depósitos para vazadouro e escombros.[2] O espólio encontrado no local é composto por peças de cerâmica e de vidro, incluindo cerâmica esmaltada com decoração azul sobre fundo branco, cerâmica vidrada, loiças comuns, telhas, e faiança da época contemporânea.[2]

Vestígios de um compartimento no interior do forte, provavelmente a antiga capela.

A fortificação foi construída em 1632, por ordem de D. Luís de Sousa,[4] tendo sido instalada em cima das ruínas de uma outra fortaleza.[5] A sua função original era defender uma importante armação de pesca de atum, a Almadrava da Almádena, dos ataques de corsários e piratas do Norte de África.[4] Em 1861 já se encontrava ao abandono.[4]

Em 14 de Novembro de 1946, foi emitido o auto de cedência a título precário para a Câmara Municipal de Vila do Bispo.[1] A fortaleza foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 21 de Dezembro de 1974.[6] Nos princípios do século XXI, o monumento encontrava-se muito arruinado.[5] Foi alvo de trabalhos arqueológicos em 2012, no âmbito do Plano Estratégico da Intervenção de Requalificação e Valorização do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina - POLIS Litoral Sudoeste.[2] O forte foi visitado por uma delegação do Partido Comunista Português em Fevereiro de 2012, tendo a Câmara Municipal de Vila do Bispo informado o partido de que estava disposta a fazer obras de restauro no monumento, mas que não dispunha de meios financeiros para tal.[7] Esta situação foi criticada pelo partido, que considerou que o governo é que era responsável pela manutenção e reabilitação do património, e acusou-o de transferir «essa responsabilidade para as autarquias, as quais, muitas vezes, não dispõem de recursos financeiros para esse fim».[7]

  • Vilas e Aldeias do Algarve Rural 2ª ed. Faro: Globalgarve/Alcance/In Loco/Vicentina. 2003. 171 páginas. ISBN 972-8152-27-2 

Leitura recomendada

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  • ALMEIDA, João de (1943–1948). Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses. 3 Volumes. Lisboa: (edição do autor) 
  • COUTINHO, Valdemar (1997). Castelos, fortalezas e torres da região do Algarve. Faro: Algarve em Foco. 199 páginas 
  • COUTINHO, Valdemar (2002). Dinâmica defensiva da costa do Algarve. Do período islâmico ao século XVIII. Portimão: Instituto de Cultura Ibero-Atlântica. ISSN 1645-8052. Consultado em 16 de Outubro de 2021 – via Universidade do Algarve 
  • GUEDES, Lívio da Costa (1988). Aspectos do Reino do Algarve nos séculos XVI e XVII: A “descripção” de Alexandre Massaii (1621) (Separata do Boletim do Arquivo Histórico Militar). Lisboa: Arquivo Histórico Militar 
  • MAGALHÃES, Natércia (2008). Algarve: Castelos, Cercas e Fortalezas. Faro: Letras Várias, Edições e Arte. 301 páginas. ISBN 978-989-95974-0-2 
  • CARROLA, André Neves (2012). Reabilitação e conversão do Forte de São Luís de Almádena em hotel de charme (Tese de mestrado). Universidade da Beira Interior. Consultado em 16 de Outubro de 2021 

Referências

  1. a b c d e f NETO, João (1991). «Forte da Boca do Rio / Forte de Almadena / Forte de São Luis de Almádena». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Driecção-Geral do Património Cultural. Consultado em 16 de Outubro de 2021 
  2. a b c d e f g h «Monte do Forte / Almádena (Fortaleza de)». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 16 de Outubro de 2021 
  3. Vilas e Aldeias do Algarve Rural, 2003:40
  4. a b c d «Património Militar». Câmara Municipal de Vila do Bispo. Consultado em 16 de Outubro de 2021 
  5. a b OLIVEIRA, Catarina (2004). «Forte da Boca do Rio, ou de Almadena». Património Cultural. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 16 de Outubro de 2021 
  6. PORTUGAL. Decreto n.º 735/74, de 21 de Dezembro. Ministério da Educação e Cultura - Secretaria de Estado do Ensino Superior e da Investigação Científica. Publicado no Diário da República n.º 297, Série I, de 21 de Dezembro de 1974.
  7. a b «VILA DO BISPO:Forte da Boca do Rio em ruínas». Algarve Primeiro. 2 de Fevereiro de 2017. Consultado em 16 de Outubro de 2021 
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Ligações externas

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