Tarcísio Motta

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Tarcísio Motta
Tarcísio Motta
Tarcísio em 2017
Deputado Federal pelo Rio de Janeiro
Período 1 de fevereiro de 2023
até a atualidade
Vereador do Rio de Janeiro
Período 1º de janeiro de 2017
até 31 de janeiro de 2023
Dados pessoais
Nascimento 28 de janeiro de 1975 (49 anos)
Petrópolis, Rio de Janeiro
Alma mater Universidade Federal Fluminense
Partido PSOL (2005-presente)
Religião Católico romano[1]
Profissão Professor, militante político e político
Ocupação Professor Títular do Colégio Pedro II e Deputado Federal do Congresso Brasileiro
Website https://tarcisiomotta.com.br/

Tarcísio Motta de Carvalho (Petrópolis, 28 de janeiro de 1975), mais conhecido como Tarcísio Motta, é um professor e político filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Atualmente é deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro, eleito com cerca de 160 mil votos, tendo antes sido vereador da capital fluminense por dois mandatos.

História[editar | editar código-fonte]

Nascido em Petrópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, começou sua carreira na militância política na Pastoral da Juventude. Em 1998, se formou em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo posteriormente concluído mestrado e doutorado pela mesma instituição.[2]

Foi professor na rede pública municipal em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e também atuou na rede estadual. Foi diretor do Núcleo Duque de Caxias do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), e posteriormente veio a ser diretor estadual do sindicato, entre 2006 e 2012. Chegou a ser professor da rede privada e professor substituto da UFF. Posteriormente, virou professor concursado do Colégio Pedro II.[2][3]

Ajudou a fundar e desde então permanece no Partido Socialismo e Liberdade. Por este partido, concorreu ao cargo de governador do Rio de Janeiro, nas eleições estaduais de 2014 e de 2018, obtendo, respectivamente, o quinto e o terceiro lugar nos pleitos.[4][5] Nas eleições municipais de 2016 no Rio de Janeiro, foi eleito vereador, sendo o segundo mais votado do pleito para o cargo.[6] Em 2020, ele foi reeleito vereador com 86.243 votos, sendo o candidato mais votado.[7] Entre 2016 e 2018, foi presidente do PSOL Carioca, diretório municipal do partido no Rio de Janeiro.[8]

Tarcísio é casado e possui 3 filhos.[2]

Vereador do Rio de Janeiro[editar | editar código-fonte]

Critico ao governo de Marcelo Crivella, ex prefeito da cidade, Tarcísio integrou a CPI dos Ônibus, e criticou constantemente a falta de interesse em se verificar as irregularidades do sistema por parte do governo e de outros vereadores.[9]

Tarcísio é ainda presidente da CPI das Enchentes, onde critica a falta de investimento da gestão municipal na prevenção dos estragos causados por enchentes.[10] Nesta segunda CPI, o mesmo denunciou a prática de cartel na contratação de projetos pela prefeitura. Na conclusão da CPI, propôs o indiciamento do ex prefeito Marcelo Crivella e de secretários municipais.[11]

Tentou criar a CPI do Porto Maravilha, para averiguar as denuncias de corrupção nas obras realizadas na zona portuária da cidade e abrir o que chamou de "caixa-preta" do porto maravilha, mas sem sucesso.[8][12]

Na Câmara Municipal, foi defensor do impeachment de Marcelo Crivella, aberto em 2019 sob acusação de improbidade administrativa,[13][14] inclusive assinou um relatório alternativo a favor do impeachment de Crivella, após a recomendação da comissão responsável pela análise do pedido rejeitá-lo.[15]

Aprovou seu projeto de lei que cria o Espaço Coruja, programa de acolhimento para crianças com instalação de um espaço infantil noturno para famílias que tenham suas atividades profissionais ou acadêmicas concentradas nesse período.[16]

Critico ao Governo Bolsonaro, em uma discussão na Câmara de Vereadores, foi chamado de "fofinho" de forma pejorativa pelo vereador e filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro.[17]

Como colega de partido na Câmara dos Vereadores, Tarcísio foi responsável por ler no plenário um texto escrito por Marielle Franco, 13 dias após seu assassinato, relacionado ao plano municipal de educação.[18] Motta também prestou depoimento de mais de três horas sobre o caso para a policia, referente à atuação de Marielle com os demais vereadores e seus últimos dias em geral.[19] Às vésperas de completar um ano do assassinato de Marielle, Tarcísio desfilou na Sapucaí pela escola Mangueira, cujo desfile homenageou a ex-vereadora. O desfile venceu a competição de 2019.[20][21]

Foi um dos grandes críticos da tentativa da Prefeitura do Rio de Janeiro de retirar livros considerados impróprios para menores da Bienal do Livro por promoverem a cena de um beijo homossexual. Tarcísio entrou com uma representação requerindo investigação de improbidade administrativa, censura prévia e violação do direito à liberdade de expressão.[22] Atendendo à representação de Tarcísio e Renato Cinco, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro abriu um inquérito civil para investigar se houve a prática de censura na Bienal por parte da Prefeitura e do prefeito Marcelo Crivella.[23]

Acusação de doutrinação política no Colégio Pedro II[editar | editar código-fonte]

Em 2017, apesar de licenciado do cargo de professor da conceituada instituição de ensino federal, Colégio Pedro II, seu vinculo com a instituição foi criticado por supostamente realizar "doutrinação política" com viés "de esquerda" na instituição. Foi acusado também de utilizar a instituição pública como um núcleo informal do Partido Socialismo e Liberdade, e fazer campanha por candidaturas de políticos do PSOL em local e horário de trabalho, principalmente quanto à campanha de Marcelo Freixo a prefeito do Rio de Janeiro em 2016.[24] Devido ao vinculo federal da instituição, a ação de improbidade administrativa foi movida pelo Ministério Público Federal contra Tarcísio Motta, além do Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II (Sindscope), do então reitor do colégio, Oscar Halac , e outros três professores e dois servidores do colégio. O PSOL também foi alvo da ação, que teve repercussão nacional devido a seu caráter federal. Motta comentou a abertura da ação como sendo baseada "apenas em preconceitos politico-ideológicos".[25] A acusação teve como base a denúncia de parentes de alunos e, de acordo com o procurador da República, comprovada com visitas à instituição e depoimentos.[26] Ainda em 2017, um juiz federal rejeitou a denúncia contra os trabalhadores do colégio e o sindicato, alegando, entre outros pontos, que o uso de adesivos de campanhas em horário e local de trabalho não constitui improbidade administrativa.[27]

Resultados eleitorais[editar | editar código-fonte]

São resultados eleitorais de Motta: [28]

Ano Eleição Candidato a Partido Votos % Resultado
2014 Estaduais no Rio de Janeiro Governador PSOL 712.734 8,92% Não eleito
2016 Municipal do Rio de Janeiro Vereador 90.473 3,10% Eleito[29]
2018 Estaduais no Rio de Janeiro Governador 819.248 10,72% Não eleito[30]
2020 Municipal do Rio de Janeiro Vereador 86.243 3,27% Eleito[31]
2022 Estaduais no Rio de Janeiro Deputado Federal 159.928 1,85% Eleito[32]

Referências

  1. «Diálogos de Fé e Cidadania Dom Pedro Casaldáliga | TÁRCISIO MOTTA: DA PASTORAL DA JUVENTUDE À CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO. No Dia Mundial dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, às 19h30, o "DIÁLOGO... | By Tarcísio Motta | Facebook». Facebook. Perfil do Tarcísio Motta. Consultado em 17 de abril de 2023 
  2. a b c «Noticias Portal CMRJ». http://www.camara.rj.gov.br. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  3. MOTTA, Tarcísio Motta (2017). «Biografia - Tarcísio Motta». Tarcísio Motta. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  4. «Rio de Janeiro - Resumo - 1º Turno - Apuração - Eleições - 2014 - Especial - Poder - Folha de S.Paulo». eleicoes.folha.uol.com.br. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  5. «Resultado das Eleições 2018: Governador Rio de Janeiro». Gazeta do Povo. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  6. Rio, Do G1 (2 de outubro de 2016). «Veja os 51 vereadores eleitos para a Câmara Municipal do Rio». Eleições 2016 no Rio de Janeiro. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  7. «Recordista de votos em 2016, Carlos Bolsonaro perde o posto de vereador mais votado do Rio para Tarcísio Motta». G1. Consultado em 16 de novembro de 2020 
  8. a b «CPI Porto Maravilha». CPI Porto Maravilha. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  9. «CPI dos Ônibus: Tarcísio Motta (PSOL) é o único a comparecer». Extra Online. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  10. Lucena, Felipe (16 de outubro de 2019). «CPI das Enchentes tem sessão extraordinária». Diário do Rio de Janeiro. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  11. «Relatório final da CPI das Enchentes no Rio propõe indiciamento de Crivella e secretários». G1. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  12. «Vereador pede abertura de CPI para investigar corrupção no Porto Maravilha». Extra Online. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  13. FM, Band News Fluminense. «Câmara Municipal protocola pedido de impeachment contra Crivella». Band News FM - Em 20 minutos tudo pode mudar. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  14. «Processo de impeachment: com a falta de Crivella, sessão na Câmara é aberta e fechada em minutos». Extra Online. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  15. «No Rio, oposição apresenta relatório alternativo a favor do impeachment de Crivella». Brasil de Fato. 25 de junho de 2019. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  16. RBA, Publicado por Redação (2 de maio de 2018). «Câmara do Rio aprova cinco de sete projetos de Marielle Franco». Rede Brasil Atual. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  17. «Nervoso com apreensão de cocaína, Carlos Bolsonaro ataca vereadores do PT e PSOL». Revista Fórum. 26 de junho de 2019. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  18. «Discurso inédito escrito por Marielle Franco é lido na Câmara dos Vereadores do Rio». Revista Fórum. 27 de março de 2018. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  19. «Caso Marielle Franco: Tarcísio Motta presta depoimento na DH». R7.com. 12 de abril de 2018. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  20. «Viúva de Marielle, Marcelo Freixo e Tarcísio Motta desfilam na Mangueira em homenagem à vereadora». G1. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  21. «Mangueira é a campeã do Carnaval do Rio em 2019 | Tribuna do Paraná». Tribuna PR - Paraná Online. 6 de março de 2019. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  22. «Vereadores do PSOL vão ao MP-RJ contra censura de Crivella na Bienal do Livro». Brasil 247. 6 de setembro de 2019. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  23. «Ministério Público do RJ abre inquérito civil para investigar censura na Bienal - 25/09/2019 - Ilustrada - Folha». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 23 de outubro de 2019 
  24. «MPF move ação contra sem-vergonhice do PSOL no Colégio Pedro II | Reinaldo Azevedo». VEJA.com. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  25. «MPF move ação contra PSOL e reitor do Colégio Pedro II». G1. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  26. «Procuradoria entra com ação contra Colégio Pedro II e PSOL». epoca.globo.com. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  27. «Sentença rejeita petição contra Sindscope-RJ e trabalhadores do Colégio Pedro II». Sintietfal. 11 de setembro de 2017. Consultado em 17 de outubro de 2019 
  28. «Resultado da apuração das Eleições 2016 em Rio de Janeiro para prefeito e vereador». g1. Consultado em 18 de outubro de 2019 
  29. «UOL Eleições 2016 Rio De Janeiro/RJ: Apuração de votos, resultado, prefeito e vereadores eleitos». UOL Eleições. Consultado em 3 de outubro de 2016 
  30. «Marcelo Freixo 5050 - Eleições 2018». Eleições 2018. Consultado em 8 de outubro de 2018 
  31. «UOL Eleições 2020 Rio De Janeiro/RJ: Apuração de votos, resultado, prefeito e vereadores eleitos». UOL Eleições. Consultado em 17 de novembro de 2020 
  32. «Deputados federais eleitos no Rio de Janeiro: apuração e resultados das Eleições 2022 | Folha». Folha de S.Paulo. Consultado em 6 de outubro de 2022