Tubarão-branco: diferenças entre revisões

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| mapa_legenda = Distribuição natural do tubarão-branco (em azul).
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| sinônimos =
* ''Squalus carcharias'' {{pequeno|Lineu, 1758)}}
* ''Carharodon carcharias'' {{pequeno|(Lineu, 1758)}}
* ''Squalus caninus'' {{pequeno|Osbeck, 1765)}}
* ''Carcharias lamia'' {{pequeno|Rafinesque, 1810)}}
* ''Carcharias verus'' {{pequeno|Cloquet, 1817)}}
* ''Squalus vulgaris'' {{pequeno|Richardson, 1836)}}
* ''Carcharias vulgaris'' {{pequeno|(Richardson, 1836)}})
* ''Carcharodon smithii'' {{pequeno|Agassiz, 1838)}}
* ''Carcharodon smithi'' {{pequeno|Bonaparte, 1838)}}
* ''Carcharodon rondeletii'' {{pequeno|Müller & Henle, 1839)}}
* ''Carcharodon capensis'' {{pequeno|Smith, 1839)}}
* ''Carcharias atwoodi'' {{pequeno|Storer, 1848)}}
* ''Carcharias maso'' {{pequeno|Morris, 1898)}}
* ''Carcharodon albimors'' {{pequeno|Whitley, 1939)}}
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}}
O '''tubarão-branco'''<ref>{{Citar web |ultimo=Infopédia |url=https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/tubar%C3%A3o-branco |titulo=tubarão-branco {{!}} Definição ou significado de tubarão-branco no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa |acessodata=2021-07-26 |website=Infopédia - Dicionários Porto Editora |lingua=pt}}</ref> ([[nome científico]]: ''Carcharodon carcharias'') é uma espécie de grande [[lamniformes|lamniforme]] que pode ser encontrada nas águas superficiais costeiras de todos os principais oceanos. É notável por seu tamanho, com indivíduos do sexo feminino maiores crescendo até 6,1 metros (20 pés) de comprimento e {{fmtn|1905}}–{{fmtn|2268}} quilos ({{fmtn|4200}}–{{fmtn|5000}} libras) de peso na maturidade.<ref name=Guardian>{{citar jornal|url=https://www.theguardian.com/environment/ng-interactive/2014/nov/26/-sp-great-white-sharks-10-myths-debunked|jornal=The Guardian |título=Great white sharks: 10 myths debunked|acessodata=3 de junho de 2016}}</ref><ref name="LGWS">{{citar web|último=Viegas|primeiro=Jennifer|título=Largest Great White Shark Don't Outweigh Whales, but They Hold Their Own|url=http://dsc.discovery.com/sharks/largest-great-white-shark.html|urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100207205941/http://dsc.discovery.com/sharks/largest-great-white-shark.html|arquivodata=7 de fevereiro de 2010|acessodata=19 de janeiro de 2010|publicado=Discovery Channel}}</ref><ref name=GWO/> No entanto, a maioria é menor; os machos medem 3,4 a 4,0 metros (11 a 13 pés), e as fêmeas medem 4,6 a 4,9 metros (15 a 16 pés) em média.<ref name="LGWS"/><ref name=Smithsonian>{{citar web|url=http://ocean.si.edu/ocean-photos/how-big-are-great-white-sharks |título=How Big are Great White Sharks? |autor=Parrish, M. |publicado=Smithsonian National Museum of Natural History Ocean Portal |acessodata=3 de junho de 2016}}</ref> De acordo com um estudo de 2014, a expectativa de vida dos tubarões-brancos é estimada em 70 anos ou mais, bem acima das estimativas anteriores,<ref name=ADW>{{citar web|url=http://animaldiversity.org/accounts/Carcharodon_carcharias/ |título=''Carcharodon carcharias'' |publicado=Animal Diversity Web |acessodata=5 de junho de 2016}}</ref> tornando-o um dos peixes cartilaginosos de vida mais longa atualmente conhecidos.<ref name="sciencedaily.com">{{citar jornal|título=New study finds extreme longevity in white sharks |obra=Science Daily |data=9 de janeiro de 2014 |url=https://www.sciencedaily.com/releases/2014/01/140109004145.htm }}</ref> De acordo com o mesmo estudo, os tubarões-brancos machos levam 26 anos para atingir a maturidade sexual, enquanto as fêmeas levam 33 anos para estarem prontas para produzir descendentes.<ref name="livescience.com">{{citar web|url=http://www.livescience.com/49874-sharks-mature-later-thought.html|título=Great White Sharks Are Late Bloomers|obra=LiveScience.com|autor=Ghose, Tia |data=19 de fevereiro de 2015}}</ref> Os tubarões-brancos podem nadar a velocidades de 25 km/h (16 mph)<ref>{{citar periódico|último1=Klimley|primeiro1=A. Peter|último2=Le Boeuf|primeiro2=Burney J.|último3=Cantara|primeiro3=Kelly M.|último4=Richert|primeiro4=John E.|último5=Davis|primeiro5=Scott F.|último6=Van Sommeran|primeiro6=Sean|último7=Kelly|primeiro7=John T.|data=19 de março de 2001 |título=The hunting strategy of white sharks (''Carcharodon carcharias'') near a seal colony |periódico=Marine Biology|volume=138|número=3|páginas=617–636|doi=10.1007/s002270000489|s2cid=85018712|issn=0025-3162}}</ref> para rajadas curtas e a profundidades de {{fmtn|1200}} metros ({{fmtn|3900}} pés).<ref name="deep">{{citar jornal|último=Thomas |primeiro=Pete |título=Great white shark amazes scientists with 4,000-foot dive into abyss |publicado=GrindTV |data=5 de abril de 2010 |url=http://www.grindtv.com/outdoor/blog/16855/great+white+shark+amazes+scientists+with+4000-foot+dive+into+abyss/ |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120817230049/http://www.grindtv.com/outdoor/blog/16855/great%20white%20shark%20amazes%20scientists%20with%204000-foot%20dive%20into%20abyss/ |arquivodata=17 de agosto de 2012 |urlmorta= sim}}</ref>
O '''tubarão-branco'''<ref>{{Citar web |ultimo=Infopédia |url=https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/tubar%C3%A3o-branco |titulo=tubarão-branco {{!}} Definição ou significado de tubarão-branco no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa |acessodata=2021-07-26 |website=Infopédia - Dicionários Porto Editora |lingua=pt}}</ref> ([[nome científico]]: ''Carcharodon carcharias'') é uma espécie de grande [[lamniformes|lamniforme]] que pode ser encontrada nas águas superficiais costeiras de todos os principais oceanos. É notável por seu tamanho, com indivíduos do sexo feminino maiores crescendo até 6,1 metros (20 pés) de comprimento e {{fmtn|1905}}–{{fmtn|2268}} quilos ({{fmtn|4200}}–{{fmtn|5000}} libras) de peso na maturidade.<ref name=Guardian>{{citar jornal|url=https://www.theguardian.com/environment/ng-interactive/2014/nov/26/-sp-great-white-sharks-10-myths-debunked|jornal=The Guardian |título=Great white sharks: 10 myths debunked|acessodata=3 de junho de 2016}}</ref><ref name="LGWS">{{citar web|último=Viegas|primeiro=Jennifer|título=Largest Great White Shark Don't Outweigh Whales, but They Hold Their Own|url=http://dsc.discovery.com/sharks/largest-great-white-shark.html|urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100207205941/http://dsc.discovery.com/sharks/largest-great-white-shark.html|arquivodata=7 de fevereiro de 2010|acessodata=19 de janeiro de 2010|publicado=Discovery Channel}}</ref><ref name=GWO/> No entanto, a maioria é menor; os machos medem 3,4 a 4,0 metros (11 a 13 pés), e as fêmeas medem 4,6 a 4,9 metros (15 a 16 pés) em média.<ref name="LGWS"/><ref name=Smithsonian>{{citar web|url=http://ocean.si.edu/ocean-photos/how-big-are-great-white-sharks |título=How Big are Great White Sharks? |autor=Parrish, M. |publicado=Smithsonian National Museum of Natural History Ocean Portal |acessodata=3 de junho de 2016}}</ref> De acordo com um estudo de 2014, a expectativa de vida dos tubarões-brancos é estimada em 70 anos ou mais, bem acima das estimativas anteriores,<ref name=ADW>{{citar web|url=http://animaldiversity.org/accounts/Carcharodon_carcharias/ |título=''Carcharodon carcharias'' |publicado=Animal Diversity Web |acessodata=5 de junho de 2016}}</ref> tornando-o um dos peixes cartilaginosos de vida mais longa atualmente conhecidos.<ref name="sciencedaily.com">{{citar jornal|título=New study finds extreme longevity in white sharks |obra=Science Daily |data=9 de janeiro de 2014 |url=https://www.sciencedaily.com/releases/2014/01/140109004145.htm }}</ref> De acordo com o mesmo estudo, os tubarões-brancos machos levam 26 anos para atingir a maturidade sexual, enquanto as fêmeas levam 33 anos para estarem prontas para produzir descendentes.<ref name="livescience.com">{{citar web|url=http://www.livescience.com/49874-sharks-mature-later-thought.html|título=Great White Sharks Are Late Bloomers|obra=LiveScience.com|autor=Ghose, Tia |data=19 de fevereiro de 2015}}</ref> Os tubarões-brancos podem nadar a velocidades de 25 km/h (16 mph)<ref>{{citar periódico|último1=Klimley|primeiro1=A. Peter|último2=Le Boeuf|primeiro2=Burney J.|último3=Cantara|primeiro3=Kelly M.|último4=Richert|primeiro4=John E.|último5=Davis|primeiro5=Scott F.|último6=Van Sommeran|primeiro6=Sean|último7=Kelly|primeiro7=John T.|data=19 de março de 2001 |título=The hunting strategy of white sharks (''Carcharodon carcharias'') near a seal colony |periódico=Marine Biology|volume=138|número=3|páginas=617–636|doi=10.1007/s002270000489|s2cid=85018712|issn=0025-3162}}</ref> para rajadas curtas e a profundidades de {{fmtn|1200}} metros ({{fmtn|3900}} pés).<ref name="deep">{{citar jornal|último=Thomas |primeiro=Pete |título=Great white shark amazes scientists with 4,000-foot dive into abyss |publicado=GrindTV |data=5 de abril de 2010 |url=http://www.grindtv.com/outdoor/blog/16855/great+white+shark+amazes+scientists+with+4000-foot+dive+into+abyss/ |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120817230049/http://www.grindtv.com/outdoor/blog/16855/great%20white%20shark%20amazes%20scientists%20with%204000-foot%20dive%20into%20abyss/ |arquivodata=17 de agosto de 2012 |urlmorta= sim}}</ref>
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O tubarão-branco foi originalmente considerado o maior predador do oceano; no entanto, a [[orca]] provou ser um predador do tubarão.<ref>{{citar livro|título=Currents of Contrast: Life in Southern Africa's Two Oceans|url=https://books.google.com/books?id=C9Zk75zD6YcC&pg=PA31|ano=2005|publicado=Struik|isbn=978-1-77007-086-8|páginas=31–}}</ref> É indiscutivelmente o maior peixe macropredatório existente no mundo e é um dos principais predadores de mamíferos marinhos, até o tamanho de grandes baleias de barbatanas. Este tubarão também é conhecido por caçar uma variedade de outros animais marinhos, incluindo peixes e aves marinhas. É a única espécie sobrevivente conhecida de seu [[gênero (biologia)|gênero]] ''Carcharodon'' e é responsável por mais incidentes registrados de mordidas humanas do que qualquer outro tubarão.<ref name="flmnh">{{citar web|url=http://www.flmnh.ufl.edu/fish/Gallery/Descript/Tigershark/tigershark.htm |publicado=Florida Museum of Natural History Ichthyology Department |título=Tiger Shark|acessodata=2 de julho de 2009|último=Knickle|primeiro=Craig|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130707045131/http://www.flmnh.ufl.edu/fish/Gallery/Descript/Tigershark/tigershark.htm |arquivodata=7 de julho de 2013}}</ref><ref name="sharkAttackStats">{{citar web|url=http://www.flmnh.ufl.edu/fish/Sharks/Statistics/species2.htm |título=ISAF Statistics on Attacking Species of Shark |publicado=[[Florida Museum of Natural History]] University of Florida |acessodata=4 de maio de 2008 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120424202737/http://www.flmnh.ufl.edu/fish/Sharks/Statistics/species2.htm |arquivodata=24 de abril de 2012 }}</ref> A espécie enfrenta inúmeros desafios ecológicos que resultaram em proteção internacional. A [[União Internacional para a Conservação da Natureza]] lista o tubarão-branco como uma espécie vulnerável,<ref name="iucn status 19 November 2021" /> e está incluído no Apêndice II da [[Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção]] (CITES).<ref name=CITES>{{citar web|url=http://www.unep-wcmc.org/isdb/CITES/Taxonomy/tax-species-result.cfm?Genus=Carcharodon&Species=carcharias&source=animals |título=''Carcharodon carcharias'' |publicado=UNEP-WCMC Species Database: CITES-Listed Species On the World Wide Web |acessodata=8 de abril de 2010 |arquivourl=https://www.webcitation.org/6HPHFlS2F?url=http://www.unep-wcmc-apps.org/isdb/CITES/Taxonomy/tax-species-result.cfm?displaylanguage=eng&Genus=Carcharodon&Species=carcharias&source=animals&Country=|arquivodata=16 de junho de 2013 |urlmorta= sim}}</ref> Também é protegido por vários governos nacionais, como a [[Austrália]] (a partir de 2018).<ref name="au2013">{{citar relatório|url=http://www.environment.gov.au/resource/recovery-plan-white-shark-carcharodon-carcharias|título=Recovery Plan for the White Shark (''Carcharodon carcharias'')|ano=2013|publicado=Government of Australia Department of Sustainability, Environment, Water, Population and Communities}}</ref> Devido à necessidade de viajar longas distâncias para migração sazonal e dieta extremamente exigente, não é logisticamente viável manter grandes tubarões brancos em cativeiro; por causa disso, embora tenham sido feitas tentativas no passado, não há aquários conhecidos no mundo que acreditem abrigar um espécime vivo.<ref>{{citar web|url=https://www.vice.com/en_us/article/jpgqyb/heres-why-weve-never-been-able-to-tame-the-great-white-shark|título=Here's Why We've Never Been Able to Tame the Great White Shark|primeiro=Melissa|último=Cronin|data=10 de janeiro de 2016}}</ref>
O tubarão-branco foi originalmente considerado o maior predador do oceano; no entanto, a [[orca]] provou ser um predador do tubarão.<ref>{{citar livro|título=Currents of Contrast: Life in Southern Africa's Two Oceans|url=https://books.google.com/books?id=C9Zk75zD6YcC&pg=PA31|ano=2005|publicado=Struik|isbn=978-1-77007-086-8|páginas=31–}}</ref> É indiscutivelmente o maior peixe macropredatório existente no mundo e é um dos principais predadores de mamíferos marinhos, até o tamanho de grandes baleias de barbatanas. Este tubarão também é conhecido por caçar uma variedade de outros animais marinhos, incluindo peixes e aves marinhas. É a única espécie sobrevivente conhecida de seu [[gênero (biologia)|gênero]] ''Carcharodon'' e é responsável por mais incidentes registrados de mordidas humanas do que qualquer outro tubarão.<ref name="flmnh">{{citar web|url=http://www.flmnh.ufl.edu/fish/Gallery/Descript/Tigershark/tigershark.htm |publicado=Florida Museum of Natural History Ichthyology Department |título=Tiger Shark|acessodata=2 de julho de 2009|último=Knickle|primeiro=Craig|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130707045131/http://www.flmnh.ufl.edu/fish/Gallery/Descript/Tigershark/tigershark.htm |arquivodata=7 de julho de 2013}}</ref><ref name="sharkAttackStats">{{citar web|url=http://www.flmnh.ufl.edu/fish/Sharks/Statistics/species2.htm |título=ISAF Statistics on Attacking Species of Shark |publicado=[[Florida Museum of Natural History]] University of Florida |acessodata=4 de maio de 2008 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120424202737/http://www.flmnh.ufl.edu/fish/Sharks/Statistics/species2.htm |arquivodata=24 de abril de 2012 }}</ref> A espécie enfrenta inúmeros desafios ecológicos que resultaram em proteção internacional. A [[União Internacional para a Conservação da Natureza]] lista o tubarão-branco como uma espécie vulnerável,<ref name="iucn status 19 November 2021" /> e está incluído no Apêndice II da [[Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção]] (CITES).<ref name=CITES>{{citar web|url=http://www.unep-wcmc.org/isdb/CITES/Taxonomy/tax-species-result.cfm?Genus=Carcharodon&Species=carcharias&source=animals |título=''Carcharodon carcharias'' |publicado=UNEP-WCMC Species Database: CITES-Listed Species On the World Wide Web |acessodata=8 de abril de 2010 |arquivourl=https://www.webcitation.org/6HPHFlS2F?url=http://www.unep-wcmc-apps.org/isdb/CITES/Taxonomy/tax-species-result.cfm?displaylanguage=eng&Genus=Carcharodon&Species=carcharias&source=animals&Country=|arquivodata=16 de junho de 2013 |urlmorta= sim}}</ref> Também é protegido por vários governos nacionais, como a [[Austrália]] (a partir de 2018).<ref name="au2013">{{citar relatório|url=http://www.environment.gov.au/resource/recovery-plan-white-shark-carcharodon-carcharias|título=Recovery Plan for the White Shark (''Carcharodon carcharias'')|ano=2013|publicado=Government of Australia Department of Sustainability, Environment, Water, Population and Communities}}</ref> Devido à necessidade de viajar longas distâncias para migração sazonal e dieta extremamente exigente, não é logisticamente viável manter grandes tubarões brancos em cativeiro; por causa disso, embora tenham sido feitas tentativas no passado, não há aquários conhecidos no mundo que acreditem abrigar um espécime vivo.<ref>{{citar web|url=https://www.vice.com/en_us/article/jpgqyb/heres-why-weve-never-been-able-to-tame-the-great-white-shark|título=Here's Why We've Never Been Able to Tame the Great White Shark|primeiro=Melissa|último=Cronin|data=10 de janeiro de 2016}}</ref>


O romance ''[[Jaws (romance)|Jaws]]'' de [[Peter Benchley]] e sua subsequente [[Jaws (filme)|adaptação cinematográfica]] de [[Steven Spielberg]] retrataram o tubarão-branco como um feroz devorador de homens. Os humanos não são a presa preferida dele,<ref>{{citar web|último=Hile|primeiro=Jennifer|título=Great White Shark Attacks: Defanging the Myths|obra=Marine Biology|publicado=National Geographic|data=23 de janeiro de 2004|url=http://news.nationalgeographic.com/news/2004/01/0123_040123_tvgreatwhiteshark.html|acessodata=2 de maio de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090426174140/http://news.nationalgeographic.com/news/2004/01/0123_040123_tvgreatwhiteshark.html |arquivodata=26 de abril de 2009}}</ref> mas o tubarão-branco é, no entanto, responsável pelo maior número de ataques de tubarão não provocados fatais relatados e identificados em humanos, embora isso aconteça muito raramente (normalmente menos de 10 vezes por ano). globalmente).<ref name="isaf">ISAF [http://www.flmnh.ufl.edu/fish/sharks/statistics/species3.htm Statistics on Attacking Species of Shark]</ref><ref>{{citar web|último1=rice |primeiro1=doyle |título=2020 was an 'unusually deadly year' for shark attacks, with the most deaths since 2013 |url=https://www.usatoday.com/story/news/nation/2021/01/25/shark-attacks-2020-deadliest-year-shark-bites/6698830002/ |website=usa today}}</ref>
O romance ''[[Tubarão (romance)|Tubarão]]'' de [[Peter Benchley]] e sua subsequente [[Tubarão (filme)|adaptação cinematográfica]] de [[Steven Spielberg]] retrataram o tubarão-branco como um feroz devorador de homens. Os humanos não são a presa preferida dele,<ref>{{citar web|último=Hile|primeiro=Jennifer|título=Great White Shark Attacks: Defanging the Myths|obra=Marine Biology|publicado=National Geographic|data=23 de janeiro de 2004|url=http://news.nationalgeographic.com/news/2004/01/0123_040123_tvgreatwhiteshark.html|acessodata=2 de maio de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090426174140/http://news.nationalgeographic.com/news/2004/01/0123_040123_tvgreatwhiteshark.html |arquivodata=26 de abril de 2009}}</ref> mas o tubarão-branco é, no entanto, responsável pelo maior número de ataques de tubarão não provocados fatais relatados e identificados em humanos, embora isso aconteça muito raramente (normalmente menos de 10 vezes por ano). globalmente).<ref name="isaf">ISAF [http://www.flmnh.ufl.edu/fish/sharks/statistics/species3.htm Statistics on Attacking Species of Shark]</ref><ref>{{citar web|último1=rice |primeiro1=doyle |título=2020 was an 'unusually deadly year' for shark attacks, with the most deaths since 2013 |url=https://www.usatoday.com/story/news/nation/2021/01/25/shark-attacks-2020-deadliest-year-shark-bites/6698830002/ |website=usa today}}</ref>


== Nomes comuns ==
== Taxonomia ==
A espécie ''Carcharodon carcharias'' recebe inúmeros nomes ao longo de sua área de distribuição. Em [[língua espanhola|espanhol]], as denominações mais comuns são ''tiburón blanco'' (tubarão-branco) e ''gran tiburón blanco'' (grande tubarão-branco) (esta última influenciada pelo nome oficial em [[língua inglesa|inglês]], ''great white shark'').<ref name="abc">
{{citar web|url=http://sacoast.uwc.ac.za/education/resources/envirofacts/greatwhite.htm|publicado="The Enviro Facts Project"|título="The Great White Shark"|acessodata=2007-07-09}}</ref>


O tubarão-branco é a única espécie existente reconhecida no gênero ''Carcharodon'', e é uma das cinco espécies existentes pertencentes à família dos lamnídeos (''[[Lamnidae]]'').<ref name=FishBase>{{cite web|title=''Carcharodon carcharias'', Great white shark|website=FishBase|url=https://www.fishbase.se/summary/751}}</ref> Outros membros desta família incluem os tubarões-mako (''[[Isurus]]''), ''[[Lamna nasus]]'' e [[tubarão-salmão]]. A família, por sua vez, pertence à [[ordem (biologia)|ordem]] dos [[lamniformes]].<ref name=FishBaseLamnidae>{{cite web|title=Family Lamnidae - Mackerel sharks or white shark|website=FishBase|url=https://www.fishbase.de/summary/FamilySummary.php?ID=9}}</ref>
Na [[Espanha]], a denominação tradicional de origem medieval o identifica como ''[[:es:Jaquetón|jaquetón]]'' (aumentativo de [[:es:Jaque|jaque]], [[xeque (xadrez)|xeque]] em [[língua portuguesa|português]]), nome que acompanhado de distintos [[adjetivo]]s se aplica também a muitas outras espécies da família [[Carcharhinidae]]. Existe também o nome ''jaquetón blanco'' (''jaquetón''-branco), derivado da fusão entre o nome anterior e o ''tiburón blanco'' (tubarão-branco), mais popular na atualidade. O nome de ''marrajo'', como é chamado às vezes em países de língua espanhola, pode levar a confusões com outras espécies de tubarão.


=== Etimologia e evolução nomenclatural ===
No [[Uruguai]], é dado também o nome de "[[África|africano]]" a esta espécie. Em outros países existem denominações mais truculentas como "devorador de homens", em [[Cuba]]. Neste último país, também é conhecido como ''jaquetón de ley'' (''jaquetón'' de [[lei]]), nome que, na Espanha, fica reservado para a espécie ''Carcharhinus longimanus''.

[[imagem:The American Museum journal (c1900-(1918)) (17973126708).jpg|thumb|esquerda|O nome grande-tubarão-branco provavelmente vem do tamanho do tubarão, bem como da parte inferior branca exposta em tubarões encalhados]]

Acredita-se que o nome ''tubarão-branco'' e sua variante [[Austrália|australiana]] ''ponteiro-branco''<ref name=FishBaseVernacular>{{cite web|title=Common names of ''Carcharodon carcharias''|website=FishBase|url=https://www.fishbase.in/ComNames/CommonNamesList.php?ID=751&GenusName=Carcharodon&SpeciesName=carcharias&StockCode=767}}</ref> vieram da parte inferior branca do tubarão, uma característica mais perceptível em tubarões encalhados deitados de cabeça para baixo com suas barrigas expostas.<ref name=GWSFloridaMuseum>{{cite web|author1=Martins, C.|author2=Knickle, C.|title=Carcharodon carcharias|website=Florida Museum|year=2018|url=https://www.floridamuseum.ufl.edu/discover-fish/species-profiles/carcharodon-carcharias/}}</ref> No [[língua inglesa|inglês]], o uso coloquial favorece o nome grande-tubarão-branco, talvez porque "grande" enfatiza o tamanho e a destreza da espécie.<ref name=ElasmoCommonName /> Outra razão pode ser que tubarão-branco era um termo historicamente usado para descrever o [[tubarão-galha-branca-oceânico]] (''Carcharhinus longimanus'') e, portanto, sendo muito maior que o último, foi nomeado “grande” porque a parte “branca” de seu nome era já usado para outro tubarão, que foi posteriormente referido como o tubarão-branco-menor. A maioria dos cientistas prefere tubarão-branco, devido ao fato de que o nome tubarão-branco-menor não é mais usado.<ref name=ElasmoCommonName>{{cite web|author=Martin, R. A.|title=White Shark or Great White Shark?|website=Elasmo Research|url=http://www.elasmo-research.org/education/white_shark/ws_or_gws.htm}}</ref> Alguns usam tubarão-branco para se referir a todos os membros dos lamnídeos.<ref name=FishBaseLamnidae />

O nome científico do gênero ''Carcharodon'' significa literalmente "dente irregular", uma referência às grandes serrilhas que aparecem nos dentes do tubarão. Dividido, é uma junção de duas palavras gregas antigas. O prefixo ''carchar-'' é derivado de κάρχαρος (''kárkharos''), que significa "dentado" ou "afiado". O sufixo ''-odon'' é uma romanização de ὀδών (''odṓn''), a que se traduz em "dente". O nome específico ''carcharias'' é uma latinização de καρχαρίας (''karkharías''), a palavra grega antiga para tubarão.<ref name=FishBase /> O tubarão-branco foi uma das espécies originalmente descritas por [[Carlos Lineu]] em sua 10.ª edição do ''[[Systema Naturae]]'' de 1758, na qual foi identificado como um [[anfíbio]] e recebeu o nome científico ''Squalus carcharias'', sendo ''Squalus'' o gênero em que colocou todos os tubarões.<ref name=SystemaNaturae>{{cite book|author=Lineu, Carlos|title=Systema naturae per regna tria naturae, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis. Tomus I. Editio decima, reformata.|year=1758|volume=1|publisher=Holmiae (Laurentii Salvii)|page=235|language=la|url=https://www.biodiversitylibrary.org/item/10277#page/257/mode/1up|doi=10.5962/bhl.title.542}}</ref> Na década de 1810, foi reconhecido que o tubarão deveria ser colocado em um novo gênero, mas não foi até 1838, quando [[Andrew Smith]] cunhou o nome ''Carcharodon'' como o novo gênero.<ref name=JordanGenericName>{{cite journal|author=Jordan, D. S.|title=The Generic Name of the Great White Shark, ''Squalus carcharias'' L.|journal=Copeia|volume=140|issue=1925|year=1925|pages=17–20|doi=10.2307/1435586|jstor=1435586}}</ref>

Houve algumas tentativas de descrever e classificar o tubarão-branco antes de Lineu. Uma de suas primeiras menções na literatura como um tipo distinto de animal aparece no livro de [[Pierre Belon]] de 1553 ''De aquatilibus duo, cum eiconibus ad vivam ipsorum effigiem quoad ejus fieri potuit, ad amplissimum cardinalem Castilioneum''. Nele, ilustrou e descreveu o tubarão sob o nome de ''Canis carcharias'' com base na natureza irregular de seus dentes e suas supostas semelhanças com os [[cão|cães]].{{ref label2|a}} Outro nome usado para o grande branco nessa época foi ''Lamia'', cunhado pela primeira vez por [[Guillaume Rondelet]] em seu livro de 1554 ''Libri de Piscibus Marinis'', que também o identificou como o peixe que engoliu o profeta [[Jonas]] nos textos bíblicos. Lineu reconheceu ambos os nomes como classificações anteriores.<ref name=SystemaNaturae />

=== Ancestral fóssil ===

{{cladograma|título=Relação filogenética entre o tubarão-branco e outros tubarões com base em dados moleculares conduzidos por Human ''et al.'' (2006)<ref name=Humanetal2005>{{cite journal|author1=Human, B. A.|author2=Owen, E. P.|author3=Compagno, L. J. V.|author4=Harley, E. H.|title=Testing morphologically based phylogenetic theories within the cartilaginous fishes with molecular data, with special reference to the catshark family (Chondrichthyes; Scyliorhinidae) and the interrelationships within them|journal=Molecular Phylogenetics and Evolution|volume=39|issue=2006|year=2006|pages=384–391|doi=10.1016/j.ympev.2005.09.009|pmid=16293425}}</ref>
|cladograma={{clado|style=font-size:85%;line-height:75%;width:250px;
|1={{clado
|1=''[[Carcharias taurus]]''<span style="{{MirrorH}}">[[imagem:Sandtiger shark (Duane Raver).png|50 px]]</span>
|2={{clado
|1=''[[Cetorhinus maximus]]''
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|1={{clado
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em:White shark (Duane Raver).png|50 px]]</span>
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|1=''[[Isurus oxyrinchus]]''<span style="{{MirrorH}}">[[imagem:Shortfin mako shark (Duane Raver).png|50 px]]</span>
|2=''[[Isurus paucus]]''
}}
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}}
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}}

Estudos de [[relógio molecular]] publicados entre 1988 e 2002 determinaram que o parente vivo mais próximo do grande branco são os tubarões-mako do gênero ''Isurus'', que divergiram em algum momento entre 60 a 43 milhões de anos atrás.<ref name=Martin1996>{{cite book|author=Martin, A. P.|editor1=Klimley, A. P.|editor2=Ainley, D. G.|title=Great White Sharks: The Biology of Carcharodon carcharias|chapter=Systematics of the Lamnidae and the Origination Time of ''Carcharodon carcharias'' Inferred from the Comparative Analysis of Mitochondrial DNA Sequences|year=1996|pages=49–53|publisher=Academic Press|isbn=978-0-12-415031-7|doi=10.1016/B978-0-12-415031-7.X5000-9}}</ref><ref name=Kent2018>{{cite book|author=Kent, B. W.|chapter=The Cartilaginous Fishes (Chimaeras, Sharks, and Rays) of Calvert Cliffs, Maryland, USA|title=The Geology and Vertebrate Paleontology of Calvert Cliffs, Maryland |journal=Smithsonian Contributions to Paleobiology|editor=Godfrey, S. J.|pages=45–157|year=2018|issue=100|publisher=The Smithsonian Institution|doi=10.5479/si.1943-6688.100|s2cid=134274604 |url=https://smithsonian.figshare.com/articles/book/The_Geology_and_Vertebrate_Paleontology_of_Calvert_Cliffs_Maryland_USA/9761762|issn=1943-6688}}</ref> O rastreamento dessa relação evolutiva por meio de evidências fósseis, no entanto, permanece sujeito a mais estudos paleontológicos.<ref name=Kent2018 /> A hipótese original da origem do tubarão-branco sustentava que é descendente de uma linhagem do gênero ''[[Otodus]]'', e está intimamente relacionado com o [[megalodonte]] pré-histórico.<ref name=Kent2018 /><ref name=Applegate>{{cite book|author1=Applegate, S. P.|author2=Espinosa-Arrubarrena, L.|chapter=The Fossil History of ''Carcharodon'' and Its Possible Ancestor, ''Cretolamna'': A Study in Tooth Identification|editor1=Klimley, A. P. |editor2=Ainley, D. G.|title=Great White Sharks: The Biology of Carcharodon carcharias|year=1996|pages=19–36; 49–53|publisher=Academic Press|isbn=978-0-12-415031-7|doi=10.1016/B978-0-12-415031-7.X5000-9}}</ref> Esses tubarões eram consideravelmente grandes em tamanho, com megalodonte atingindo um comprimento estimado de até 14,2–16 metros (47–52 pés).<ref name="Shimada2019">{{Cite journal|last=Shimada|first=K.|year=2019|title=The size of the megatooth shark, ''Otodus megalodon'' (Lamniformes: Otodontidae), revisited|journal=Historical Biology|volume=33|issue=7|pages=1–8|doi=10.1080/08912963.2019.1666840|s2cid=208570844|issn=0891-2963}}</ref><ref name="Cooper2020">{{cite journal|first1=J. A. |last1=Cooper|first2=C.|last2=Pimiento|first3=H. G.|last3=Ferrón|first4=M. J.|last4=Benton|year=2020|title=Body dimensions of the extinct giant shark ''Otodus megalodon'': a 2D reconstruction|journal=Scientific Reports |volume=10|issue=14596|page=14596|doi=10.1038/s41598-020-71387-y|pmid=32883981|pmc=7471939|bibcode=2020NatSR..1014596C|doi-access=free}}</ref> Semelhanças entre os dentes de tubarões-brancos e ''Otodus'', como grandes formas triangulares, lâminas serrilhadas e a presença de bandas dentárias, levaram à evidência primária de uma estreita relação evolutiva. Como resultado, os cientistas classificaram as formas antigas no gênero ''Carcharodon''. Embora existissem fraquezas na hipótese, como a incerteza sobre exatamente quais espécies evoluíram para o tubarão-branco moderno e várias lacunas no registro fóssil, os paleontólogos conseguiram traçar a linhagem hipotética de um tubarão de 60 milhões de anos conhecido como ''[[Cretalamna]]'' como o ancestral comum de todos os tubarões dentro do lamnídeos.<ref name=Martin1996 /><ref name=Applegate />

[[imagem:Evolution of the great white shark.jpg|thumb|esquerda|Evlução ilustrada ''C. hastalis'' a ''C. carcharias'']]

No entanto, entende-se agora que o tubarão-branco mantém laços mais estreitos com os tubarões-mako e é descendente de uma linhagem separada como uma cronoespécie não relacionada aos ''Otodus''.<ref name=Kent2018 /> Isso foi comprovado com a descoberta de uma espécie de transição que conectou o tubarão-branco a um tubarão não serrilhado conhecido como ''[[Carcharodon hastalis]]''.<ref name=Ehret2012>{{cite journal |author1=Ehret, D. A. |author2=MacFadden, B. J. |author3=Jones, D. |author4=DeVries, T. J. |author5=Foster, D. A. |author6=Salas-Gismondi, R. |title=Origin of the White Shark ''Carcharodon'' (Lamniformes: Lamnidae), Based on Recalibration of the Late Neogene, Pisco Formation of Peru |journal=Palaeontology |volume=55 |issue=6 |pages=1139–1153 |year=2012 |doi=10.1111/j.1475-4983.2012.01201.x}}</ref><ref name=Nyberg>{{cite journal |author1=Nyberg, K. G. |author2=Ciampaglio, C. N. |author3=Wray, G. A. |title=Tracing the Ancestry of the Great White Shark, ''Carcharodon carcharias'', Using Morphometric Analyses of Fossil Teeth |journal=Journal of Vertebrate Paleontology |volume=26 |issue=4 |year=2006 |doi=10.1671/0272-4634(2006)26[806:ttaotg]2.0.co;2 |pages=806–814}}</ref> Esta espécie de transição, que foi nomeada ''[[Carcharodon hubbelli]]'' em 2012, demonstrou um mosaico de transições evolutivas entre o tubarão-branco e ''C. hastalis'', ou seja, o aparecimento gradual de serrilhas,<ref name=Ehret2012 /> em um período de 8 a 5 milhões de anos atrás.<ref name=Boesse2019>{{cite journal |author1=Boessenecker, R. W. |author2=Ehret, D. J. |author3=Long, D. J. |author4=Churchill, M. |author5=Martin, E. |author6=Boessenecker, S. J. |year=2019|title=The Early Pliocene extinction of the mega-toothed shark ''Otodus megalodon'': a view from the eastern North Pacific |journal=PeerJ |volume=7 |pages=e6088 |url=https://peerj.com/articles/6088/ |doi=10.7717/peerj.6088 |pmid=30783558 |pmc=6377595}}</ref> A progressão de ''C. hubbelli'' caracterizou a mudança de dietas e nichos; por 6,5 milhões de anos atrás, as serrilhas foram desenvolvidas o suficiente para ''C. hubbelli'' lidar com mamíferos marinhos.<ref name=Ehret2012 /> Embora tanto o tubarão-branco quanto o ''C. hastalis'' fossem conhecidos em todo o mundo,<ref name=Kent2018 /> ''C. hubbelli'' é encontrado principalmente na [[Califórnia]], [[Peru]], [[Chile]] e nos depósitos costeiros circundantes,<ref name=Long2014>{{citation|author1=Long, D. J.|author2=Boessenecker, R. W.|author3=Ehret, D. J. |title=Timing of evolution in the ''Carcharodon'' lineage: Rapid morphological change creates a major shift in a predator's trophic niche|year=2014|url=https://www.researchgate.net/publication/272745162}}</ref> indicando que o tubarão-branco teve origens no Pacífico.<ref name=Ehret2012 /> ''C. hastalis'' continuou a prosperar ao lado do tubarão-branco até sua última aparição cerca de um milhão de anos atrás<ref name=Ebersoleetal>{{cite journal |author1=Ebersole, J.A. |author2=Ebersole, S.M. |author3=Cicimurri, D.J. |title=The occurrence of early Pleistocene marine fish remains from the Gulf Coast of Mobile County, Alabama |journal=Palaeodiversity |year=2017 |volume=10 |issue=1 |pages=97–115 |doi=10.18476/pale.v10.a6 |s2cid=134476316 |doi-access=free}}</ref> e acredita-se que possivelmente gerou várias espécies adicionais, incluindo ''[[Carcharomodus escheri|Carcharodon subserratus]]''<ref name=Kent2018 /><ref name=Ehret2012 /> e ''[[Carcharodon plicatilis]]''.<ref name=Kent2018 />

No entanto, Yun argumentou que os restos fósseis de dentes de ''C. hastalis'' e tubarão-branco "foram documentados a partir dos mesmos depósitos, portanto, o primeiro não pode ser um ancestral cronoespecífico do último." Também criticou que o ''C. hastalis'' "o morfotipo nunca foi testado por meio de análises filogenéticas", e denota que a partir de 2021, o argumento de que a linhagem ''Carcharodon'' moderna com dentes estreitos e serrilhados evoluiu de C''. hastalis'' com dentes largos e não serrilhados é incerto.<ref name = Yun>{{cite journal|author=Yun, C.|year=2021|title=A tooth of the extinct lamnid shark, ''Cosmopolitodus planus'' comb. noc. (Chondrichthyes, Elasmobranchii) from the Miocene of Pohang City, South Korea|journal=Acta Palaeontologica Romaniae|volume=18|issue=1|pages=9–16|doi=10.35463/j.apr.2022.01.02|s2cid=242113412|url=https://actapalrom.geo-paleontologica.org/Online_first/Chan_Cosmopolidus_planus.pdf}}</ref> Traçando além do ''C. hastalis'', outra hipótese predominante propõe que as linhagens do tubarão-branco e do mako compartilhavam um ancestral comum em uma espécie primitiva semelhante ao mako.<ref name=ElasmoFossil>{{cite web|author=Martin, R. A. |title=Fossil History of the White Shark|website=Elasmo Research|url=http://www.elasmo-research.org/education/white_shark/carcharodon.htm}}</ref> A identidade deste ancestral ainda é debatida, mas uma espécie potencial inclui ''[[Isurolamna inflata]]'', que viveu entre 65 a 55 milhões de anos atrás. Supõe-se que as linhagens do tubarão-branco e do mako se separaram com o surgimento de dois descendentes separados, com o que representa a linhagem do tubarão-branco sendo ''[[Macrorhizodus praecursor]]''.<ref name=ElasmoFossil /><ref name=Trif>{{cite journal|author1=Trif, N.|author2=Ciobanu, R.|author3=Codrea, V.|year=2016|title=The first record of the giant shark ''Otodus megalodon'' (Agassiz, 1835) from Romania|journal=Brukenthal, Acta Musei|volume=11|issue=3|pages=507–526|url=https://www.researchgate.net/publication/309615167}}</ref>


== Descrição ==
== Descrição ==
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O tubarão-branco vive sobre as zonas de [[plataforma continental]], perto das costas, onde a água é menos profunda. É nestas zonas que a abundância de luz e de correntes marinhas provoca uma maior concentração de vida animal, o que, para esta espécie, equivale a uma maior quantidade de alimento. Ainda assim, estão ausentes dos frios oceanos [[Oceano Ártico|ártico]] e [[Oceano Antártico|antártico]], apesar de sua grande abundância em [[plâncton]], peixes e mamíferos marinhos. Os tubarões brancos têm um avançado metabolismo, que lhes permite manterem-se mais quentes do que a água que os rodeia, mas não o suficiente para povoar estas zonas extremamente frias.<ref>[http://www.elasmo-research.org/education/white_shark/p_body_temp.htm Temperatura corporal do tubarão-branco]</ref>
O tubarão-branco vive sobre as zonas de [[plataforma continental]], perto das costas, onde a água é menos profunda. É nestas zonas que a abundância de luz e de correntes marinhas provoca uma maior concentração de vida animal, o que, para esta espécie, equivale a uma maior quantidade de alimento. Ainda assim, estão ausentes dos frios oceanos [[Oceano Ártico|ártico]] e [[Oceano Antártico|antártico]], apesar de sua grande abundância em [[plâncton]], peixes e mamíferos marinhos. Os tubarões brancos têm um avançado metabolismo, que lhes permite manterem-se mais quentes do que a água que os rodeia, mas não o suficiente para povoar estas zonas extremamente frias.<ref>[http://www.elasmo-research.org/education/white_shark/p_body_temp.htm Temperatura corporal do tubarão-branco]</ref>


Áreas com presença frequente de tubarões brancos são as águas das [[Pequenas Antilhas]], ou [[Golfo do México]], [[Flórida]], [[Cuba]] e a Costa Leste dos [[Estados Unidos]] até à [[Terra Nova]]; a zona costeira do [[Oceano Pacífico]] na [[América do Norte]] (desde a [[Baja California]] até ao sul do [[Alasca]], onde chegam em anos anormalmente quentes)e da [[América do Sul]] na costa leste desde o Estado brasileiro do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] à [[Patagónia]] na [[Argentina]] e na Costa Oeste desde o [[Panamá]] ao [[Chile]]); [[arquipélago]]s do Oceano Pacífico, como [[Havai]], [[Fiji]] e [[Nova Caledónia]]; [[Austrália]] (com a excepção de sua fronteira norte, sendo abundante na restante área), [[Tasmânia]] e [[Nova Zelândia]], sendo muito frequente na zona da [[Grande Barreira de Coral]]; norte das [[Filipinas]] e todo o litoral asiático, desde [[Hainan]] até ao [[Japão]] e [[Sacalina]]; [[Seychelles]], [[Maldivas]], [[África do Sul]] (onde é muito abundante) e as zonas em volta dos estuários dos rios [[Rio Congo|Congo]] e [[Rio Volta|Volta]]; e a fronteira costeira desde o [[Senegal]] até à [[Inglaterra]], com ajuntamentos consideráveis nas ilhas de [[Cabo Verde]] e das [[Canárias]], alcançando também os mares [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]] e [[Mar Vermelho|Vermelho]]. Nestas últimas zonas a presença humana, manifestada através da super-exploração pesqueira e da contaminação das águas, tem reduzido consideravelmente a distribuição desta espécie. Apesar disso, parece que persiste na área alguma zona de criação, como por exemplo no [[Estreito de Messina]]. Ocasionalmente, esta espécie pode alcançar também águas da [[Indonésia]], [[Malásia]], o [[Mar de Okhotsk]] e a [[Terra do Fogo]].<ref name="CITES">
Áreas com presença frequente de tubarões brancos são as águas das [[Pequenas Antilhas]], ou [[Golfo do México]], [[Flórida]], [[Cuba]] e a Costa Leste dos [[Estados Unidos]] até à [[Terra Nova]]; a zona costeira do [[Oceano Pacífico]] na [[América do Norte]] (desde a [[Baja California]] até ao sul do [[Alasca]], onde chegam em anos anormalmente quentes)e da [[América do Sul]] na costa leste desde o Estado brasileiro do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] à [[Patagónia]] na [[Argentina]] e na Costa Oeste desde o [[Panamá]] ao [[Chile]]); [[arquipélago]]s do Oceano Pacífico, como [[Havai]], [[Fiji]] e [[Nova Caledónia]]; [[Austrália]] (com a excepção de sua fronteira norte, sendo abundante na restante área), [[Tasmânia]] e [[Nova Zelândia]], sendo muito frequente na zona da [[Grande Barreira de Coral]]; norte das [[Filipinas]] e todo o litoral asiático, desde [[Hainan]] até ao [[Japão]] e [[Sacalina]]; [[Seychelles]], [[Maldivas]], [[África do Sul]] (onde é muito abundante) e as zonas em volta dos estuários dos rios [[Rio Congo|Congo]] e [[Rio Volta|Volta]]; e a fronteira costeira desde o [[Senegal]] até à [[Inglaterra]], com ajuntamentos consideráveis nas ilhas de [[Cabo Verde]] e das [[Canárias]], alcançando também os mares [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]] e [[Mar Vermelho|Vermelho]]. Nestas últimas zonas a presença humana, manifestada através da super-exploração pesqueira e da contaminação das águas, tem reduzido consideravelmente a distribuição desta espécie. Apesar disso, parece que persiste na área alguma zona de criação, como por exemplo no [[Estreito de Messina]]. Ocasionalmente, esta espécie pode alcançar também águas da [[Indonésia]], [[Malásia]], o [[Mar de Okhotsk]] e a [[Terra do Fogo]].<ref name=CITES /><ref name="LATimes">{{citar web|
{{citar web|url=http://www.cites.org/eng/cop/11/prop/48.pdf|publicado="CITES"|título="Proposta a fim de incluir o ''Carcharodon carcharias'' (Tubarão-Branco) no ''Appendix I of the Convention of International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora'' (CITES)"|acessodata=2007-04-22}}</ref><ref name="LATimes">{{citar web|
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Na ficção, o tubarão-branco aparece como encarnação do perigo, em várias culturas. No entanto, a atual caracterização popular do tubarão-branco como o ''assassino do mar'', por excelência, não existiria (ou não estaria tão difundida) se não fosse o filme ''[[Jaws|Tubarão]]'', em 1975. O filme é baseado na novela ''[[Tubarão (romance)|Jaws (romance)]]'' ([[1974]]) de Peter Benchley, que se inspira vagamente num acontecimento histórico: a morte e mutilação de diversas pessoas por ataques de um tubarão que foi identificado como branco, em [[Nova Jersey]], em [[1916]]. Este filme virou as atenções para o tubarão-branco. Entretanto, outros filmes se fizeram, e o tubarão aparece neles como assassino, repetindo o êxito de seu predecessor. Entre esses está também o filme de animação [[Finding Nemo|Procurando Nemo]], em 2003, da [[Pixar]], que inclui um personagem cômico representado por este tubarão.
Na ficção, o tubarão-branco aparece como encarnação do perigo, em várias culturas. No entanto, a atual caracterização popular do tubarão-branco como o ''assassino do mar'', por excelência, não existiria (ou não estaria tão difundida) se não fosse o filme ''[[Jaws|Tubarão]]'', em 1975. O filme é baseado na novela ''[[Tubarão (romance)|Jaws (romance)]]'' ([[1974]]) de Peter Benchley, que se inspira vagamente num acontecimento histórico: a morte e mutilação de diversas pessoas por ataques de um tubarão que foi identificado como branco, em [[Nova Jersey]], em [[1916]]. Este filme virou as atenções para o tubarão-branco. Entretanto, outros filmes se fizeram, e o tubarão aparece neles como assassino, repetindo o êxito de seu predecessor. Entre esses está também o filme de animação [[Finding Nemo|Procurando Nemo]], em 2003, da [[Pixar]], que inclui um personagem cômico representado por este tubarão.


== Notas ==
{{referências|col=3}}

{{Note label2|a|No tempo de Belon, foram chamados "cães do mar".<ref name=SmithsonianSeaDogs>{{cite web|author=Costantino, G.|title=Sharks Were Once Called Sea Dogs, And Other Little-Known Facts|date=18 August 2014|access-date=18 May 2019|website=Smithsonian.com|publisher=Smithsonian Institution|url=https://www.smithsonianmag.com/science-nature/sharks-were-once-called-sea-dogs-and-other-little-known-facts-180952320}}</ref>}}

{{referências}}


== Ligações externas ==
== Ligações externas ==
{{Correlatos
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}}
* [http://fishbase.mnhn.fr/Summary/SpeciesSummary.php?id=751 "Tubarão-Branco" - FISH BASE]
* [http://fishbase.mnhn.fr/Summary/SpeciesSummary.php?id=751 "Tubarão-Branco" - FISH BASE]

Revisão das 01h04min de 14 de abril de 2022

 Nota: Para outros significados de Anequim, veja Anequim (desambiguação).
Como ler uma infocaixa de taxonomiaTubarão-branco


Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Animalia
Sub-reino: Metazoa
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Infrafilo: Gnathostomata
Superclasse: Peixes
Classe: Chondrichthyes
Subclasse: Elasmobranchii
Superordem: Selachimorpha
Ordem: Lamniformes
Família: Lamnidae
Género: Carcharodon
Espécie: C. carcharias
Nome binomial
Carcharodon carcharias
Lineu, 1758
Distribuição geográfica
Distribuição natural do tubarão-branco (em azul).
Distribuição natural do tubarão-branco (em azul).
Sinónimos
  • Squalus carcharias Lineu, 1758)
  • Carharodon carcharias (Lineu, 1758)
  • Squalus caninus Osbeck, 1765)
  • Carcharias lamia Rafinesque, 1810)
  • Carcharias verus Cloquet, 1817)
  • Squalus vulgaris Richardson, 1836)
  • Carcharias vulgaris (Richardson, 1836))
  • Carcharodon smithii Agassiz, 1838)
  • Carcharodon smithi Bonaparte, 1838)
  • Carcharodon rondeletii Müller & Henle, 1839)
  • Carcharodon capensis Smith, 1839)
  • Carcharias atwoodi Storer, 1848)
  • Carcharias maso Morris, 1898)
  • Carcharodon albimors Whitley, 1939)

O tubarão-branco[2] (nome científico: Carcharodon carcharias) é uma espécie de grande lamniforme que pode ser encontrada nas águas superficiais costeiras de todos os principais oceanos. É notável por seu tamanho, com indivíduos do sexo feminino maiores crescendo até 6,1 metros (20 pés) de comprimento e 1 905–2 268 quilos (4 200–5 000 libras) de peso na maturidade.[3][4][5] No entanto, a maioria é menor; os machos medem 3,4 a 4,0 metros (11 a 13 pés), e as fêmeas medem 4,6 a 4,9 metros (15 a 16 pés) em média.[4][6] De acordo com um estudo de 2014, a expectativa de vida dos tubarões-brancos é estimada em 70 anos ou mais, bem acima das estimativas anteriores,[7] tornando-o um dos peixes cartilaginosos de vida mais longa atualmente conhecidos.[8] De acordo com o mesmo estudo, os tubarões-brancos machos levam 26 anos para atingir a maturidade sexual, enquanto as fêmeas levam 33 anos para estarem prontas para produzir descendentes.[9] Os tubarões-brancos podem nadar a velocidades de 25 km/h (16 mph)[10] para rajadas curtas e a profundidades de 1 200 metros (3 900 pés).[11]

O tubarão-branco foi originalmente considerado o maior predador do oceano; no entanto, a orca provou ser um predador do tubarão.[12] É indiscutivelmente o maior peixe macropredatório existente no mundo e é um dos principais predadores de mamíferos marinhos, até o tamanho de grandes baleias de barbatanas. Este tubarão também é conhecido por caçar uma variedade de outros animais marinhos, incluindo peixes e aves marinhas. É a única espécie sobrevivente conhecida de seu gênero Carcharodon e é responsável por mais incidentes registrados de mordidas humanas do que qualquer outro tubarão.[13][14] A espécie enfrenta inúmeros desafios ecológicos que resultaram em proteção internacional. A União Internacional para a Conservação da Natureza lista o tubarão-branco como uma espécie vulnerável,[1] e está incluído no Apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES).[15] Também é protegido por vários governos nacionais, como a Austrália (a partir de 2018).[16] Devido à necessidade de viajar longas distâncias para migração sazonal e dieta extremamente exigente, não é logisticamente viável manter grandes tubarões brancos em cativeiro; por causa disso, embora tenham sido feitas tentativas no passado, não há aquários conhecidos no mundo que acreditem abrigar um espécime vivo.[17]

O romance Tubarão de Peter Benchley e sua subsequente adaptação cinematográfica de Steven Spielberg retrataram o tubarão-branco como um feroz devorador de homens. Os humanos não são a presa preferida dele,[18] mas o tubarão-branco é, no entanto, responsável pelo maior número de ataques de tubarão não provocados fatais relatados e identificados em humanos, embora isso aconteça muito raramente (normalmente menos de 10 vezes por ano). globalmente).[19][20]

Taxonomia

O tubarão-branco é a única espécie existente reconhecida no gênero Carcharodon, e é uma das cinco espécies existentes pertencentes à família dos lamnídeos (Lamnidae).[21] Outros membros desta família incluem os tubarões-mako (Isurus), Lamna nasus e tubarão-salmão. A família, por sua vez, pertence à ordem dos lamniformes.[22]

Etimologia e evolução nomenclatural

O nome grande-tubarão-branco provavelmente vem do tamanho do tubarão, bem como da parte inferior branca exposta em tubarões encalhados

Acredita-se que o nome tubarão-branco e sua variante australiana ponteiro-branco[23] vieram da parte inferior branca do tubarão, uma característica mais perceptível em tubarões encalhados deitados de cabeça para baixo com suas barrigas expostas.[24] No inglês, o uso coloquial favorece o nome grande-tubarão-branco, talvez porque "grande" enfatiza o tamanho e a destreza da espécie.[25] Outra razão pode ser que tubarão-branco era um termo historicamente usado para descrever o tubarão-galha-branca-oceânico (Carcharhinus longimanus) e, portanto, sendo muito maior que o último, foi nomeado “grande” porque a parte “branca” de seu nome era já usado para outro tubarão, que foi posteriormente referido como o tubarão-branco-menor. A maioria dos cientistas prefere tubarão-branco, devido ao fato de que o nome tubarão-branco-menor não é mais usado.[25] Alguns usam tubarão-branco para se referir a todos os membros dos lamnídeos.[22]

O nome científico do gênero Carcharodon significa literalmente "dente irregular", uma referência às grandes serrilhas que aparecem nos dentes do tubarão. Dividido, é uma junção de duas palavras gregas antigas. O prefixo carchar- é derivado de κάρχαρος (kárkharos), que significa "dentado" ou "afiado". O sufixo -odon é uma romanização de ὀδών (odṓn), a que se traduz em "dente". O nome específico carcharias é uma latinização de καρχαρίας (karkharías), a palavra grega antiga para tubarão.[21] O tubarão-branco foi uma das espécies originalmente descritas por Carlos Lineu em sua 10.ª edição do Systema Naturae de 1758, na qual foi identificado como um anfíbio e recebeu o nome científico Squalus carcharias, sendo Squalus o gênero em que colocou todos os tubarões.[26] Na década de 1810, foi reconhecido que o tubarão deveria ser colocado em um novo gênero, mas não foi até 1838, quando Andrew Smith cunhou o nome Carcharodon como o novo gênero.[27]

Houve algumas tentativas de descrever e classificar o tubarão-branco antes de Lineu. Uma de suas primeiras menções na literatura como um tipo distinto de animal aparece no livro de Pierre Belon de 1553 De aquatilibus duo, cum eiconibus ad vivam ipsorum effigiem quoad ejus fieri potuit, ad amplissimum cardinalem Castilioneum. Nele, ilustrou e descreveu o tubarão sob o nome de Canis carcharias com base na natureza irregular de seus dentes e suas supostas semelhanças com os cães.[a] Outro nome usado para o grande branco nessa época foi Lamia, cunhado pela primeira vez por Guillaume Rondelet em seu livro de 1554 Libri de Piscibus Marinis, que também o identificou como o peixe que engoliu o profeta Jonas nos textos bíblicos. Lineu reconheceu ambos os nomes como classificações anteriores.[26]

Ancestral fóssil

Relação filogenética entre o tubarão-branco e outros tubarões com base em dados moleculares conduzidos por Human et al. (2006)[28]

Carcharias taurus

Cetorhinus maximus

50 px]]

Isurus oxyrinchus

Isurus paucus

Estudos de relógio molecular publicados entre 1988 e 2002 determinaram que o parente vivo mais próximo do grande branco são os tubarões-mako do gênero Isurus, que divergiram em algum momento entre 60 a 43 milhões de anos atrás.[29][30] O rastreamento dessa relação evolutiva por meio de evidências fósseis, no entanto, permanece sujeito a mais estudos paleontológicos.[30] A hipótese original da origem do tubarão-branco sustentava que é descendente de uma linhagem do gênero Otodus, e está intimamente relacionado com o megalodonte pré-histórico.[30][31] Esses tubarões eram consideravelmente grandes em tamanho, com megalodonte atingindo um comprimento estimado de até 14,2–16 metros (47–52 pés).[32][33] Semelhanças entre os dentes de tubarões-brancos e Otodus, como grandes formas triangulares, lâminas serrilhadas e a presença de bandas dentárias, levaram à evidência primária de uma estreita relação evolutiva. Como resultado, os cientistas classificaram as formas antigas no gênero Carcharodon. Embora existissem fraquezas na hipótese, como a incerteza sobre exatamente quais espécies evoluíram para o tubarão-branco moderno e várias lacunas no registro fóssil, os paleontólogos conseguiram traçar a linhagem hipotética de um tubarão de 60 milhões de anos conhecido como Cretalamna como o ancestral comum de todos os tubarões dentro do lamnídeos.[29][31]

Evlução ilustrada C. hastalis a C. carcharias

No entanto, entende-se agora que o tubarão-branco mantém laços mais estreitos com os tubarões-mako e é descendente de uma linhagem separada como uma cronoespécie não relacionada aos Otodus.[30] Isso foi comprovado com a descoberta de uma espécie de transição que conectou o tubarão-branco a um tubarão não serrilhado conhecido como Carcharodon hastalis.[34][35] Esta espécie de transição, que foi nomeada Carcharodon hubbelli em 2012, demonstrou um mosaico de transições evolutivas entre o tubarão-branco e C. hastalis, ou seja, o aparecimento gradual de serrilhas,[34] em um período de 8 a 5 milhões de anos atrás.[36] A progressão de C. hubbelli caracterizou a mudança de dietas e nichos; por 6,5 milhões de anos atrás, as serrilhas foram desenvolvidas o suficiente para C. hubbelli lidar com mamíferos marinhos.[34] Embora tanto o tubarão-branco quanto o C. hastalis fossem conhecidos em todo o mundo,[30] C. hubbelli é encontrado principalmente na Califórnia, Peru, Chile e nos depósitos costeiros circundantes,[37] indicando que o tubarão-branco teve origens no Pacífico.[34] C. hastalis continuou a prosperar ao lado do tubarão-branco até sua última aparição cerca de um milhão de anos atrás[38] e acredita-se que possivelmente gerou várias espécies adicionais, incluindo Carcharodon subserratus[30][34] e Carcharodon plicatilis.[30]

No entanto, Yun argumentou que os restos fósseis de dentes de C. hastalis e tubarão-branco "foram documentados a partir dos mesmos depósitos, portanto, o primeiro não pode ser um ancestral cronoespecífico do último." Também criticou que o C. hastalis "o morfotipo nunca foi testado por meio de análises filogenéticas", e denota que a partir de 2021, o argumento de que a linhagem Carcharodon moderna com dentes estreitos e serrilhados evoluiu de C. hastalis com dentes largos e não serrilhados é incerto.[39] Traçando além do C. hastalis, outra hipótese predominante propõe que as linhagens do tubarão-branco e do mako compartilhavam um ancestral comum em uma espécie primitiva semelhante ao mako.[40] A identidade deste ancestral ainda é debatida, mas uma espécie potencial inclui Isurolamna inflata, que viveu entre 65 a 55 milhões de anos atrás. Supõe-se que as linhagens do tubarão-branco e do mako se separaram com o surgimento de dois descendentes separados, com o que representa a linhagem do tubarão-branco sendo Macrorhizodus praecursor.[40][41]

Descrição

Os dentes de um tubarão branco adulto

Características gerais

Os tubarões brancos caracterizam-se pelo seu corpo fusiforme e peso, em contraste com as formas espalmada de outros tubarões. O focinho é cónico, curto e largo. A boca, muito grande e arredondada, tem forma de arco ou parábola. Permanece sempre entreaberta, deixando ver, pelo menos, uma fileira de dentes da mandíbula superior e uma dos da inferior, enquanto a água penetra nela e sai continuamente, pelas brânquias. Se este fluxo parasse, o tubarão se afogaria, por causa dos opérculos, que servem para regular a passagem correta de água, afundaria na mesma hora, já que não possui bexiga natatória é condenado a estar em contínuo movimento para evitar se afundar. Durante o ataque, as mandíbulas se abrem ao ponto de a cabeça ficar deformada e fecham-se imediatamente de seguida, com força 5 vezes a mordida humana.

Os dentes são grandes, serrados, de forma triangular e muito largos. Ao contrário de outros tubarões, não possuem qualquer espaçamento entre os dentes, nem falta de dente algum, antes, têm toda a mandíbula repleta de dentes alinhados e igualmente capazes de morder, cortar e rasgar. Atrás das fileiras de dentes principais, este tipo de tubarão tem duas ou três a mais em contínuo crescimento, que suprem a frequente queda de dentes com outros novos e vão-se substituindo por novas fileiras ao longo dos anos. A base do dente carece de raiz e encontra-se bifurcada, dando-lhe uma aparência inconfundível, em forma de ponta de flecha.

Os orifícios nasais (narinas) são muito estreitos, enquanto que os olhos são pequenos, circulares e completamente negros. No lombo situam-se cinco fendas branquiais, duas nadadeiras peitorais bem desenvolvidas e de forma triangular e outras duas, perto da nadadeira caudal, muito mais pequenas. A caudal está muito desenvolvida, assim como a grande nadadeira dorsal. Outras duas nadadeiras pequenas (segunda dorsal e anal), perto da cauda, completam o aspecto de este animal.

Apesar do seu nome, o tubarão é apenas branco na sua parte ventral, enquanto que a dorsal é cinzenta ou azulada. Este padrão, comum a muitos animais aquáticos, serve para que o tubarão se confunda com a luz solar ou com as escuras águas marinhas (em caso de fazê-lo de cima para baixo), constituindo uma camuflagem tão simples quanto efetiva. O extremo da parte ventral das barbatanas da espádua e a zona das axilas aparecem tingidos de negro. A pele é formada por dentículos dermicos ou dentículos cutâneos, que dão o aspecto liso sentido nariz cauda e extremamente áspero no sentido cauda/nariz.

Não obstante, a denominação de "tubarão-branco" poderia ter a sua lógica no caso de se avistarem exemplares albinos desta espécie, que são, contudo, muito raros. Em 1996, pescou-se, nas costas do Cabo Oriental (África do Sul), uma fêmea jovem, de apenas 145 cm, que exibia esta rara característica.

Sentidos

As terminações nervosas do extremo lateral (Linha lateral), captam a menor vibração ocorrida na água e guiam o animal até à presa, que está causando essa perturbação. Outros receptores (conhecidos como ampolas de Lorenzini, são células especializadas, com uma forma similar à de minúsculas "garrafas") situadas em toda região da cabeça do animal, permitem-lhe captar também campos elétricos de frequência variável, que provavelmente usam para orientar-se nas suas migrações, percorrendo grandes distancias. O seu olfato é tão potente que a presença de uma só gota de sangue a quilômetros de distância serve para atraí-lo, ao mesmo tempo que o torna muito mais agressivo. A visão também é bem desenvolvida e tem um papel muito importante na aproximação final à presa e o seu peculiar estado sempre atento, permitindo o ataque a partir de debaixo da mesma.

Tamanho

O comprimento mais frequente entre os tubarões adultos é de cinco a sete [metros] (sendo as fêmeas maiores do que os machos), ainda que se conheçam casos de indivíduos excepcionais que ultrapassam amplamente estas medidas. Na atualidade, não se pode assegurar qual é realmente o tamanho máximo nesta espécie, fato que se vê reforçado pela existência de notas antigas, pouco fiáveis, sobre animais realmente gigantescos. Vários destes casos analisa-se no livro The Great White Shark (1991), de Richard Ellis e John E. McCosker, ambos peritos em tubarões.

Durante décadas, muitos livros de referência no campo da ictiologia reconheceram a existência de um tubarão-branco de 11 metros, capturado perto de Port Fairy (sul da Austrália) na década de 1870, o que se considerava o maior indivíduo conhecido. Ao abrigo desta medida máxima de comprimento, os registros de tubarões brancos de sete metros de largura foram considerados, até certo ponto, comuns e aceites sem grande discussão. Apesar disso, vários investigadores puseram em dúvida a fiabilidade do relatório de Port Fairy, insistindo na grande diferença de tamanho entre este indivíduo e qualquer um dos outros tubarões brancos capturados. Um século depois da captura, estudaram-se as mandíbulas do animal, ainda conservadas, e pode-se determinar que o seu tamanho corporal real rondava os cinco metros de comprimento. A confusão pode ter sido resultado de uma falha tipográfica, um erro derivado da tradução de unidades de unidades britânicas, ou internacionais (cinco metros são cerca de 16,5 pés), ou um simples exagero.[42]

Tubarão-branco, nadando com outros peixes

Voltando a Ellis e McCosker, estes asseguraram, na sua obra, que os maiores tubarões brancos rondam os seis metros de comprimento, e que as informações sobre indivíduos de sete metros ou mais, especialmente as existentes na literatura popular, não estão presentes na científica. Realçam o acontecido, em igual base, com a anaconda e a pitão gigante, "estes tubarões gigantes tendem a desaparecer quando um observador responsável se aproxima com uma fita métrica".

O maior exemplar que Ellis e McCosker reconhecem é um tubarão-branco de 6,4 metros, capturado nas águas cubanas, em 1945, embora outras citações atribuam tamanhos variáveis que chegam até aos 7,9 metros. Uma fêmea, de entre sete e 7,8 metros, foi encontrada morta numa praia de Malta, em 1987, longe da zona com maior concentração de tubarões brancos do Mediterrâneo.[43]

Em 2006, a maioria dos peritos já está de acordo em que o tamanho máximo que pode alcançar um tubarão-branco "não excepcional" é de uns seis metros de comprimento e cerca de 1,9 toneladas de peso. As informações sobre tamanhos muito maiores que este costumam considerar-se duvidosas.

Relativamente ao peso, surge um novo problema, já que este pode variar ligeiramente, em função do que o tubarão tenha comido e se o fez o ou não há pouco tempo. Um exemplar adulto pode introduzir na boca até quatorze kg de carne, numa só mordida, e armazenar várias vezes essa quantidade, no seu estômago, até que termine de digeri-los. Por esta razão, Ellis e McConker consideram possível que os tubarões brancos possam chegar a alcançar as duas toneladas de peso, ainda que o mais pesado que se encontrou até ao momento pese "apenas" 1,75 toneladas.

O mais pesado tubarão-branco reconhecido pela Associação Internacional de Pesca Desportiva (IGFA, em inglês) é um exemplar de 1.208 kg, capturado por Alf Dean, em 1959, ao sul da Austrália. Conhecem-se muitos outros exemplares mais pesados, mas a IGFA não os reconhece, por terem sido capturados sem respeitar as normas impostas por esta organização.

Distribuição

O tubarão-branco vive sobre as zonas de plataforma continental, perto das costas, onde a água é menos profunda.

O tubarão-branco vive sobre as zonas de plataforma continental, perto das costas, onde a água é menos profunda. É nestas zonas que a abundância de luz e de correntes marinhas provoca uma maior concentração de vida animal, o que, para esta espécie, equivale a uma maior quantidade de alimento. Ainda assim, estão ausentes dos frios oceanos ártico e antártico, apesar de sua grande abundância em plâncton, peixes e mamíferos marinhos. Os tubarões brancos têm um avançado metabolismo, que lhes permite manterem-se mais quentes do que a água que os rodeia, mas não o suficiente para povoar estas zonas extremamente frias.[44]

Áreas com presença frequente de tubarões brancos são as águas das Pequenas Antilhas, ou Golfo do México, Flórida, Cuba e a Costa Leste dos Estados Unidos até à Terra Nova; a zona costeira do Oceano Pacífico na América do Norte (desde a Baja California até ao sul do Alasca, onde chegam em anos anormalmente quentes)e da América do Sul na costa leste desde o Estado brasileiro do Rio de Janeiro à Patagónia na Argentina e na Costa Oeste desde o Panamá ao Chile); arquipélagos do Oceano Pacífico, como Havai, Fiji e Nova Caledónia; Austrália (com a excepção de sua fronteira norte, sendo abundante na restante área), Tasmânia e Nova Zelândia, sendo muito frequente na zona da Grande Barreira de Coral; norte das Filipinas e todo o litoral asiático, desde Hainan até ao Japão e Sacalina; Seychelles, Maldivas, África do Sul (onde é muito abundante) e as zonas em volta dos estuários dos rios Congo e Volta; e a fronteira costeira desde o Senegal até à Inglaterra, com ajuntamentos consideráveis nas ilhas de Cabo Verde e das Canárias, alcançando também os mares Mediterrâneo e Vermelho. Nestas últimas zonas a presença humana, manifestada através da super-exploração pesqueira e da contaminação das águas, tem reduzido consideravelmente a distribuição desta espécie. Apesar disso, parece que persiste na área alguma zona de criação, como por exemplo no Estreito de Messina. Ocasionalmente, esta espécie pode alcançar também águas da Indonésia, Malásia, o Mar de Okhotsk e a Terra do Fogo.[15][45][46]

Normalmente mantém-se a uma certa distância da linha costeira, aproximando-se só naquelas zonas de especial concentração de atuns, focas, pinguins ou outros animais de hábitos costeiros. Igualmente, costuma permanecer próximo da superfície, ainda que, ocasionalmente, desça até cerca de um quilómetro de profundidade.

Alimentação

Tubarão alimentando-se, à superfície

Os tubarões brancos diferem muito da lenda urbana que lhes chama máquinas de matar . Para poder capturar os grandes mamíferos que constituem a base da sua dieta dos adultos,[47] os tubarões brancos recorrem a uma característica emboscada: colocam-se a vários metros por baixo da presa, que nada na superfície ou perto dela, usando a cor escura de seu dorso como camuflagem com o fundo, tornando-se assim, invisíveis para a sua vítima. Quando chega o momento de atacar, avançam com potentes movimentos do colo rapidamente para cima, e abrem as mandíbulas. O impacto costuma chegar ao ventre da vítima, onde o tubarão a aferra fortemente: se esta é pequena, como um leão-marinho,[48] mata-a no acto e posteriormente engole-a inteira. Se é maior, arranca um grande pedaço da mesma, que ingere inteiro, já que os seus dentes não lhe permitem mastigar. A presa pode morrer imediatamente ou ficar moribunda, e o tubarão voltará a alimentar-se dela, arrancando um pedaço atrás de outro. Excitados pela presença de sangue, a zona encher-se-á de tubarões. Em algumas zonas do Pacífico, tubarões brancos arremetem com tanta força as focas e os leões-marinhos, que se elevam alguns metros sobre o nível da água, com sua presa entre as mandíbulas, antes de voltarem a afundar-se.

Esta espécie também consome carniça, especialmente a que procede de cadáveres de baleia à deriva, aos quais arrancam grandes pedaços. Próximo das zonas costeiras, os tubarões brancos consomem grandes quantidades de objetos flutuantes, por engano: já foram encontrados nos seus estômagos, inclusive, placas de automóvel.

Tanto na caça como nos outros aspectos da sua vida, o tubarão-branco costuma ser bastante solitário. Ocasionalmente vêem-se parelhas, ou pequenos grupos, deslocando-se em busca de alimento, trabalho que os leva a percorrer centenas de quilómetros. Ainda que preferentemente nómadas, alguns exemplares preferem alimentar-se em certas zonas costeiras, como ocorre em algumas regiões da Califórnia, África do Sul e, especialmente, Austrália.

Inimigos naturais

O tubarão-branco é o maior dos peixes carnívoros e um dos animais mais poderosos dos oceanos. Entretanto, tem um grande inimigo: o ser humano.

Além disso, também tem que temer a orca e o cachalote. Em outubro de 1997, nas águas que banham as ilhas Farallon (na costa da Califórnia) ocorreu um ataque de uma orca fêmea de 6,5 metros conhecida pelos cientistas como ca2 contra um tubarão-branco jovem de 3 metros de tamanho, durante o qual o tubarão morreu. Não há nenhum caso documentado de ataque de orca contra um Carcharodon carcharias adulto, mas equipas de estudos sobre o tubarão-branco, relatam que as orcas caçam tubarões brancos adultos nomeadamente nas ilhas Farallon e Nova Zelândia. Ao detectarem a presença de orcas os tubarões-brancos se retiram do local, regressando dias depois de as orcas o abandonarem.

Reprodução

Ainda que apenas existam poucos casos de fêmeas grávidas capturadas, pode-se afirmar que esta espécie prefere reproduzir-se em águas temperadas, na primavera ou verão, e é ovovivípara. Os ovos, de 4 a 10 ou talvez até 14, permanecem no útero até que eclodem: é possível, mas ainda não totalmente provado, que, tal como acontece em outras espécies de lâmnidos, no tubarão-branco se dê o canibalismo intra-uterino, ie, as crias mais fortes devorem as mais frágeis e os ovos ainda por abrir. No parto, três ou quatro crias de 1,20 metros de comprimento e dentes serrados conseguem sair para o exterior e imediatamente se evadem de sua mãe para evitar que ela as devore. Desde então levam uma vida solitária, crescendo a um ritmo bastante rápido. Alcançam os dois metros no primeiro ano de vida; os machos, menores que as fêmeas, amadurecem sexualmente antes destas, quando alcançam os 3,8 m de comprimento, ainda que, de acordo com Compagno (1984) alguns indivíduos excepcionalmente poderiam amadurecer com apenas dois metros e meio. As fêmeas só se podem se reproduzir após alcançarem entre 4,5 e 5 m de comprimento.

Não se conhece muita coisa sobre as relações intra-específicas desta espécie, inclusive sobre o acasalamento. É possível que este se produza com mais frequência depois de vários indivíduos compartilharem um grande banquete, como por exemplo, um cadáver de baleia.

Longevidade

Não se conhece com exatidão a vida média dos tubarões brancos, mas é provável que oscile entre os 15 e 30 anos.[49]

Segundo um estudo recente feito pelo Instituto Oceanográfico Woods Hole, a sua longevidade é superior ao que se imaginava. O estudo usou datação por radiocarbono, e e descobriu-se que o método tradicional para mensurar a idade dos peixes é impreciso quando aplicado a tubarões brancos maiores. Segundo o estudo, esses animais podem viver até 70 anos.[50][51]

Perigo de extinção

Devido à ampla área de distribuição desta espécie, é impossível saber, mesmo que de forma aproximada, o número existente de tubarões-brancos. Apesar disso, a sua baixa densidade populacional, unida à sua escassa taxa de reprodução e à sua baixa expectativa de vida fazem com que o tubarão-branco não seja um animal precisamente abundante. A pesca esportiva do tubarão, sem interesse econômico algum, se desenvolveu nos últimos 30 anos devido, em grande parte, à popularidade de filmes como Tubarão (Steven Spielberg, 1975) até ao ponto de se considerar ameaçado de extinção em vários locais.[52][53]

Tubarão-branco, dentro de um aquário

A lista vermelha da IUCN incluiu o tubarão-branco pela primeira vez em 1990 como espécie insuficientemente conhecida, e desde 1996, como vulnerável. O II Apêndice do Convênio CITES o inclui como espécie vulnerável explorada irracionalmente.

As medidas de conservação devem se aplicar obrigatoriamente sobre as populações em liberdade, já que a criação em cativeiro do tubarão-branco é impossível, devido provavelmente ao já referido caráter nômada da espécie (existem dados sobre indivíduos visitando alternativamente as praias da África do Sul e Austrália, a 2.200 km de distância). O único exemplar que chegou a ser exibido vivo em um edifício foi uma fêmea jovem chamada Sandy, que viveu durante três dias do mês de agosto de 1980 no aquário Steinhart, de São Francisco. Depois de 72 horas em cativeiro, Sandy teve que ser libertada após deixar de comer e de se provocar graves feridas ao se chocar repetidamente contra uma das paredes do seu recinto. Posteriormente, se descobriu que o que atraia Sandy até esse lugar em particular era uma minúscula diferença de 125 microvolts (milionésimos de volts) de potencial elétrico entre essa parede e o resto das do aquário. A intensidade do campo elétrico que Sandy detectava era tão pequena que passava despercebida para qualquer dos outros animais que se encontravam no mesmo tanque, incluindo vários tubarões de outras espécies.

Por enquanto, não existe nenhuma moratória legal internacional sobre a pesca do tubarão-branco, ainda que esteja proibida em algumas áreas de sua distribuição. O tubarão-branco é uma espécie protegida na Califórnia, na costa leste dos Estados Unidos, no Golfo do México, na Namíbia, na África do Sul, nas Maldivas, em Israel e parte da Austrália (Austrália Meridional, Nova Gales do Sul, Tasmânia e Queensland). A Convenção de Barcelona o considera uma espécie ameaçada no Mediterrâneo, mas quase nenhum país com saída para este mar se efetuou alguma medida em favor de sua conservação.[54]

Ataques a seres humanos

O tubarão-branco é uma ameaça que requer cuidados extremos, já que mostra comportamento alimentar muito diversificado. Sua dieta é composta basicamente por focas e leões-marinhos; isso se dá porque esses animais possuem muita gordura. No entanto, essa espécie se mostra agressiva para qualquer animal - presa - que transite na proximidade. Existem dúvidas sobre se esse comportamento se deve a curiosidade ou real voracidade alimentar. Cientistas ainda divergem se tubarões brancos confundem humanos com focas, tartarugas ou leões marinhos. Em alguns testes recentes, um boneco vestindo uma roupa de mergulho foi repetidamente atacado por um tubarão branco, mesmo sem conter aroma de carne, peixe ou esboçar movimentação. Para se ter uma idéia da visão desses animais, eles conseguem distinguir espécies de leões marinhos e diferenciar o ataque por espécie, para evitar um possível ferimento durante a caça.[55] Como o corpo humano não possui tanta gordura, o tubarão pode não partir para o segundo ataque.[56] O tubarão-branco pode projetar sua mandíbula durante um ataque, o que aumenta o ângulo da mordida.

Tubarão-branco, a ser capturado

Apesar da lenda urbana sobre o tema, os ataques de tubarões contra seres humanos são bastante raros. Dentro desses, os do tubarão-branco podem ser considerados anedóticos se comparados com os do tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier)[57] ou o tubarão-cabeça-chata (Carcharhinus leucas), o último dos quais pode remontar grandes rios (Mississipi, Amazonas, Zambeze etc.) e atacar as pessoas a vários quilômetros do mar. Além disso, o número anual de mortes causadas por estas três espécies em seu conjunto é inferior ao das mortes provocadas por serpentes marinhas e crocodilos, e também inferior aos das mortes ocasionados por animais tão aparentemente inofensivos como abelhas, vespas e hipopótamos. Considera-se que é mais provável morrer em alto-mar de um ataque do coração que de um ataque de um tubarão.

Conforme Douglas Long, "morre mais gente cada ano por ataques de cachorros do que por ataques de tubarões brancos nos últimos 100 anos".[58][59] Em lugares onde a sua presença não é tão abundante, os ataques alcançam números realmente irrisórios: por exemplo, em todo o Mediterrâneo só foram confirmados 31 ataques contra seres humanos nos últimos 200 anos, em sua maioria sem resultados mortais. De acordo com alguns investigadores americanos, a cifra de ataques de tubarões brancos a nível global entre 1926 e 1991 seria de 115, sendo Califórnia, Austrália e África do Sul os lugares de maior concentração desses ataques.

Essa escassez de ataques, sobretudo mortais, pode dever-se a que a maioria dos tubarões em geral e os brancos, em particular, não considerem os seres humanos como autênticas presas potenciais. Ou, devido à queda na população deste animal. De feito, é possível que o sabor da carne humana seja incluso percebido como algo desagradável, e também seja menos nutritiva e muito mais difícil de digerir que a de baleia ou foca. A grande maioria de ataques consistem em uma única mordida, depois o qual o animal se retira, levando poucas vezes alguma parte da infortunada vítima (principalmente pés e pernas). Estes ataques podem ter as seguintes razões:

  • O tubarão não ataca a vítima com intenção de comê-la no ataque, mas porque a considera uma intrusa na sua atividade diária e vê-a como uma ameaça em potencial. Por isso, a mordida e posterior retirada do tubarão nada mais seria do que uma desproporcionada advertência;
  • O animal sente-se confuso ante algo que nunca tinha visto antes e não sabe se é comestível ou não. Portanto, o fugaz ataque é uma espécie de "mordida-prova" com a intenção de descobrir se pode ou não alimentar-se desse novo elemento, no futuro. O possível sabor desagradável e complicações digestivas posteriores farão com que o tubarão não volte a caçar humanos, após esta experiência.[60]

Dada a natureza do ataque, a vítima humana morre apenas em raras ocasiões, durante o mesmo. Quando isso acontece, a maioria das vezes é devido à perda massiva de sangue, que deve evitar-se de imediato. A libertação de sangue na água pode atrair também outros tubarões e peixes carnívoros, de diversas espécies, que podem ver-se impulsionados a realizar suas próprias "mordidas de prova", que piorarão o estado da vítima.

Contudo, por mais remoto que seja, o perigo de ataque existe. Uma pesquisa mostra que cerca de 80% das mortes causadas por tubarões brancos ocorreu em águas bastante quentes, quase cálidas, equatoriais, quando a maioria destes animais vive em zonas temperadas. Isto se deve provavelmente ao fato de que a grande maioria dos tubarões brancos são jovens e crias, que necessitam das águas temperadas para o seu desenvolvimento, enquanto que nas zonas mais quentes apenas entram os indivíduos maiores e velhos, que são muito mais violentos e perigosos.

Ensaiaram-se vários métodos para evitar as feridas por mordedura de tubarão-branco em caso de um ataque repentino, incluindo repelentes químicos, cotas de malha metálicas que se sobrepõem aos trajes de mergulho e acessórios que geram um campo eléctrico em torno do tronco do surfista e desorientam qualquer tubarão que se aproxime. No entanto, por muito eficientes que possam ser estes métodos, parece evidente que evitar ataques implica não cometer imprudências, como afastar-se demasiado da costa, nadar sozinho ou nas primeiras e últimas horas do dia, ou, evidentemente, aproximar-se, de forma deliberada, de um exemplar, sobretudo se for de tamanho considerável.

O tubarão-branco na ficção

Na ficção, o tubarão-branco aparece como encarnação do perigo, em várias culturas. No entanto, a atual caracterização popular do tubarão-branco como o assassino do mar, por excelência, não existiria (ou não estaria tão difundida) se não fosse o filme Tubarão, em 1975. O filme é baseado na novela Jaws (romance) (1974) de Peter Benchley, que se inspira vagamente num acontecimento histórico: a morte e mutilação de diversas pessoas por ataques de um tubarão que foi identificado como branco, em Nova Jersey, em 1916. Este filme virou as atenções para o tubarão-branco. Entretanto, outros filmes se fizeram, e o tubarão aparece neles como assassino, repetindo o êxito de seu predecessor. Entre esses está também o filme de animação Procurando Nemo, em 2003, da Pixar, que inclui um personagem cômico representado por este tubarão.

Notas

[a] ^ No tempo de Belon, foram chamados "cães do mar".[61]

Referências

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