Clozapina: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
GutinBdn (discussão | contribs)
Criada por tradução da página "Clozapine"
Etiquetas: Inserção do elemento "nowiki", possivelmente errônea Tradução de Conteúdo Tradução de Conteúdo 2
Linha 1: Linha 1:
{{Formatar referências|data=dezembro de 2020}}
{{Info/Droga
{{Info/Droga
| Watchedfields = changed
| Watchedfields = changed
Linha 53: Linha 52:
| solubility = 0.1889<ref name ="Hopfinger"/>
| solubility = 0.1889<ref name ="Hopfinger"/>
}}
}}
'''A clozapina''' é um medicamento psiquiátrico e é o primeiro [[antipsicótico atípico]] (também chamado de antipsicótico de segunda geração) a ser descoberto.<ref>{{Citar livro|título=The clozapine handbook|data=16 May 2019|isbn=978-1-108-44746-1|oclc=1222779588}}</ref> É usado principalmente para tratar pessoas com [[esquizofrenia]] e [[transtorno esquizoafetivo]] (de acordo com o DSM V) que tiveram uma resposta inadequada a outros [[Antipsicótico|antipsicóticos]] ou que foram incapazes de tolerar outros medicamentos devido a efeitos colaterais extrapiramidais. Também é usado para o tratamento da [[psicose]] na [[doença de Parkinson]].<ref name="medicines.org.uk">{{Citar web|url=https://www.medicines.org.uk/emc/product/4411/smpc|titulo=Clozaril 25 mg Tablets - Summary of Product Characteristics (SmPC)|acessodata=2021-09-14|website=www.medicines.org.uk}}</ref><ref name=":1">{{Citar livro|título=Parkinson's disease in adults : diagnosis and management : full guideline|ultimo=National Institute for Health and Care Excellence (Great Britain)|oclc=1105250833}}</ref> A clozapina é considerada o tratamento [[padrão-ouro]] quando a maioria dos outros medicamentos é ineficaz e seu uso é recomendado por várias diretrizes internacionais de tratamento, após ocorrência de resistência ao tratamento neuroléptico anterior.<ref name=":2">{{Citar periódico |título=World Federation of Societies of Biological Psychiatry (WFSBP) Guidelines for Biological Treatment of Schizophrenia, part 1: update 2012 on the acute treatment of schizophrenia and the management of treatment resistance |data=July 2012 |periódico=The World Journal of Biological Psychiatry |número=5 |paginas=318–378 |doi=10.3109/15622975.2012.696143 |pmid=22834451 |numero-autores=6 |vauthors=Hasan A, Falkai P, Wobrock T, Lieberman J, Glenthoj B, Gattaz WF, Thibaut F, Möller HJ |volume=13}}</ref><ref name=":3">{{Citar periódico |título=The 2009 schizophrenia PORT psychopharmacological treatment recommendations and summary statements |data=January 2010 |periódico=Schizophrenia Bulletin |número=1 |paginas=71–93 |doi=10.1093/schbul/sbp116 |pmc=2800144 |pmid=19955390 |numero-autores=6 |vauthors=Buchanan RW, Kreyenbuhl J, Kelly DL, Noel JM, Boggs DL, Fischer BA, Himelhoch S, Fang B, Peterson E, Aquino PR, Keller W |volume=36}}</ref><ref name=":4">{{Citar periódico |título=Schizophrenia practice guidelines: international survey and comparison |data=September 2005 |periódico=The British Journal of Psychiatry |número=3 |paginas=248–255 |doi=10.1192/bjp.187.3.248 |pmid=16135862 |vauthors=Gaebel W, Weinmann S, Sartorius N, Rutz W, McIntyre JS |volume=187 |doi-access=free}}</ref><ref name=":5">{{Citar periódico |url=http://www.bmj.com/cgi/content/short/348/mar19_4/g2234 |título=Management of psychosis and schizophrenia in adults: summary of updated NICE guidance |data=February 2014 |periódico=BMJ |paginas=g1173 |doi=10.1136/bmj.g1173 |pmid=24523363 |vauthors=Kuipers E, Yesufu-Udechuku A, Taylor C, Kendall T |volume=348}}</ref><ref name=":6">{{Citar periódico |título=Treatment-Resistant Schizophrenia: Treatment Response and Resistance in Psychosis (TRRIP) Working Group Consensus Guidelines on Diagnosis and Terminology |data=March 2017 |periódico=The American Journal of Psychiatry |número=3 |paginas=216–229 |doi=10.1176/appi.ajp.2016.16050503 |pmc=6231547 |pmid=27919182 |numero-autores=6 |vauthors=Howes OD, McCutcheon R, Agid O, de Bartolomeis A, van Beveren NJ, Birnbaum ML, Bloomfield MA, Bressan RA, Buchanan RW, Carpenter WT, Castle DJ, Citrome L, Daskalakis ZJ, Davidson M, Drake RJ, Dursun S, Ebdrup BH, Elkis H, Falkai P, Fleischacker WW, Gadelha A, Gaughran F, Glenthøj BY, Graff-Guerrero A, Hallak JE, Honer WG, Kennedy J, Kinon BJ, Lawrie SM, Lee J, Leweke FM, MacCabe JH, McNabb CB, Meltzer H, Möller HJ, Nakajima S, Pantelis C, Reis Marques T, Remington G, Rossell SL, Russell BR, Siu CO, Suzuki T, Sommer IE, Taylor D, Thomas N, Üçok A, Umbricht D, Walters JT, Kane J, Correll CU |volume=174}}</ref><ref name=":7">{{Citar periódico |título=Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the management of schizophrenia and related disorders |data=May 2016 |periódico=The Australian and New Zealand Journal of Psychiatry |número=5 |paginas=410–472 |doi=10.1177/0004867416641195 |pmid=27106681 |numero-autores=6 |vauthors=Galletly C, Castle D, Dark F, Humberstone V, Jablensky A, Killackey E, Kulkarni J, McGorry P, Nielssen O, Tran N |volume=50 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Guidelines for the Pharmacotherapy of Schizophrenia in Adults |data=September 2017 |periódico=Canadian Journal of Psychiatry |número=9 |paginas=604–616 |doi=10.1177/0706743717720448 |pmc=5593252 |pmid=28703015 |vauthors=Remington G, Addington D, Honer W, Ismail Z, Raedler T, Teehan M |volume=62}}</ref>
'''Clozapina''' (nomes comerciais: '''Clozaril''', '''Fazacol''', '''Leponex''', entre outros) foi o primeiro [[antipsicótico atípico]] também conhecidos como novos neurolépticos, sendo comercializado nos EUA desde 1990. Atua inibindo diversos receptores de neurotransmissores, especialmente o [[DAT|receptor dopaminérgico]] tipo 4 e [[SERT|serotoninérgico]] tipo 2.<ref>http://www.medicinenet.com/script/main/art.asp?articlekey=26299</ref>


O papel da clozapina na esquizofrenia resistente ao tratamento foi estabelecido por um estudo de 1988<ref>{{Citar web|url=https://www.ebi.ac.uk/chebi/searchId.do?chebiId=CHEBI:3766|titulo=clozapine (CHEBI:3766)|acessodata=2021-10-01|website=www.ebi.ac.uk}}</ref> no qual a clozapina mostrou benefícios quando em detrimento com a [[clorpromazina]] em um grupo de pacientes com psicose prolongada que já havia mostrado uma resposta inadequada aos outros antipsicóticos.<ref name=":0">{{Citar periódico |título=Clozapine for the treatment-resistant schizophrenic. A double-blind comparison with chlorpromazine |data=September 1988 |periódico=Archives of General Psychiatry |número=9 |paginas=789–796 |doi=10.1001/archpsyc.1988.01800330013001 |pmid=3046553 |vauthors=Kane J, Honigfeld G, Singer J, Meltzer H |volume=45}}</ref> Embora exista a possibilidade de efeitos colaterais significativos, a clozapina continua sendo o tratamento mais eficaz quando um ou mais de um antipsicóticos tiveram uma resposta inadequada. O uso de clozapina está associado a resultados positivos, incluindo uma taxa reduzida de mortalidade por todas as causas, suicídio e hospitalização.<ref name="Taipale_2020">{{Citar periódico |título=20-year follow-up study of physical morbidity and mortality in relationship to antipsychotic treatment in a nationwide cohort of 62,250 patients with schizophrenia (FIN20) |data=February 2020 |periódico=World Psychiatry |número=1 |paginas=61–68 |doi=10.1002/wps.20699 |pmc=6953552 |pmid=31922669 |vauthors=Taipale H, Tanskanen A, Mehtälä J, Vattulainen P, Correll CU, Tiihonen J |volume=19}}</ref><ref name="Masuda_2019">{{Citar periódico |título=Association With Hospitalization and All-Cause Discontinuation Among Patients With Schizophrenia on Clozapine vs Other Oral Second-Generation Antipsychotics: A Systematic Review and Meta-analysis of Cohort Studies |data=October 2019 |periódico=JAMA Psychiatry |número=10 |paginas=1052–1062 |doi=10.1001/jamapsychiatry.2019.1702 |pmc=6669790 |pmid=31365048 |vauthors=Masuda T, Misawa F, Takase M, Kane JM, Correll CU |volume=76}}</ref><ref name=":8">{{Citar periódico |url=https://evidence.nihr.ac.uk/alert/last-resort-antipsychotic-remains-the-gold-standard-for-treatment-resistant-schizophrenia |título='Last resort' antipsychotic remains the gold standard for treatment-resistant schizophrenia |data=2019-10-02 |periódico=NIHR Evidence |tipo=Plain English summary |doi=10.3310/signal-000826}}</ref> Em uma meta-análise comparativa de rede de 2013 de 15 medicamentos antipsicóticos, a clozapina foi significativamente mais eficaz do que todos os outros medicamentos.<ref name="Lancet2013">{{Citar periódico |título=Comparative efficacy and tolerability of 15 antipsychotic drugs in schizophrenia: a multiple-treatments meta-analysis |data=September 2013 |periódico=Lancet |número=9896 |paginas=951–962 |doi=10.1016/S0140-6736(13)60733-3 |pmid=23810019 |numero-autores=6 |vauthors=Leucht S, Cipriani A, Spineli L, Mavridis D, Orey D, Richter F, Samara M, Barbui C, Engel RR, Geddes JR, Kissling W, Stapf MP, Lässig B, Salanti G, Davis JM |volume=382}}</ref> Em um estudo de 2021 no Reino Unido, a maioria dos pacientes (mais de 85% dos entrevistados) que tomaram clozapina preferiram ela do que as terapias anteriores, além de se sentirem-se melhor com ela e expressarem desejo de continuar tomando-a.<ref name="Taylor_2000">{{Citar periódico |título=Clozapine – a survey of patient perceptions |data=December 2000 |periódico=Psychiatric Bulletin |número=12 |paginas=450–452 |lingua=en |doi=10.1192/pb.24.12.450 |issn=0955-6036 |vauthors=Taylor D, Shapland L, Laverick G, Bond J, Munro J |volume=24 |doi-access=free}}</ref> Em uma pesquisa canadense de 2000 com 130 pacientes, a maioria relatou melhor satisfação, qualidade de vida, adesão ao tratamento, pensamento, humor e estado de alerta.<ref name="Waserman 666–668">{{Citar periódico |título=Subjective experiences of clozapine treatment by patients with chronic schizophrenia |data=May 2000 |periódico=Psychiatric Services |número=5 |paginas=666–668 |doi=10.1176/appi.ps.51.5.666 |pmid=10783189 |vauthors=Waserman J, Criollo M |volume=51}}</ref>
== Dosagem ==
É conveniente iniciar com a administração de 12.5 mg (meio comprimido de 25 mg) uma ou duas vezes no primeiro dia e comprimidos de 25 mg do segundo e terceiro dia, 50mg no quarto e quinto dia, 75mg no sexto e sétimo dia. Se bem tolerado pode-se aumentar a dose até 300mg na terceira semana, podendo aumentar a dose quando necessário, até no máximo 900mg/dia (aumentando no máximo de 100mg por dia). A maioria dos pacientes tem o efeito desejado com doses de 300mg a 450mg. Caso o paciente se esqueça de tomar por dois dias seguidos, deve recomeçar no terceiro dia com uma dose menor antes de retornar a dose normal nos dias seguintes.<ref>http://www.eutimia.com/psicofarmacos/antipsicoticos/clozapina.htm</ref>


Em comparação com outros antipsicóticos, a clozapina apresenta um risco aumentado de problemas sanguíneos, em particular [[agranulocitose]], nas primeiras 18 semanas de tratamento. Após um ano, esse risco reduz-se ao associado à maioria dos antipsicóticos. O uso da clozapina é, portanto, geralmente reservado para pessoas que não responderam a pelo menos dois outros antipsicóticos e só é feito com monitoramento rigoroso do sangue através de exames laboratoriais.<ref name="medicines.org.uk">{{Citar web|url=https://www.medicines.org.uk/emc/product/4411/smpc|titulo=Clozaril 25 mg Tablets - Summary of Product Characteristics (SmPC)|acessodata=2021-09-14|website=www.medicines.org.uk}}</ref> No geral, apesar das preocupações relacionadas ao sangue e outros efeitos colaterais, o uso de clozapina está associado a uma mortalidade reduzida, especialmente por suicídio, que é uma das principais causas de morte prematura em pessoas com esquizofrenia.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine and Long-Term Mortality Risk in Patients With Schizophrenia: A Systematic Review and Meta-analysis of Studies Lasting 1.1-12.5 Years |data=March 2019 |periódico=Schizophrenia Bulletin |número=2 |paginas=315–329 |doi=10.1093/schbul/sby052 |pmc=6403051 |pmid=29697804 |vauthors=Vermeulen JM, van Rooijen G, van de Kerkhof MP, Sutterland AL, Correll CU, de Haan L |volume=45}}</ref> O risco de agranulocitose e neutropenia relacionados à clozapina justificou o uso obrigatório de sistemas rigorosos de monitoramento e gerenciamento de risco, que reduziram o risco de morte por esses eventos adversos para cerca de 1 em 7.700.<ref name="Li_2020">{{Citar periódico |título=The prevalence of agranulocytosis and related death in clozapine-treated patients: a comprehensive meta-analysis of observational studies |data=March 2020 |periódico=Psychological Medicine |número=4 |paginas=583–594 |doi=10.1017/S0033291719000369 |pmid=30857568 |numero-autores=6 |vauthors=Li XH, Zhong XM, Lu L, Zheng W, Wang SB, Rao WW, Wang S, Ng CH, Ungvari GS, Wang G, Xiang YT |volume=50}}</ref> A associação entre o uso de clozapina e discrasias sanguíneas foi observada pela primeira vez na década de 1970, quando oito mortes por agranulocitose foram observadas na Finlândia.<ref name="Griffith_1975">{{Citar periódico |título=Letter: Clozapine and agranulocytosis |data=October 1975 |periódico=Lancet |número=7936 |paginas=657 |doi=10.1016/S0140-6736(75)90135-X |pmid=52022 |vauthors=Griffith RW, Saameli K |volume=2}}</ref> Na época não estava claro se isso excedia a taxa estabelecida desse efeito colateral que também é encontrado em outros antipsicóticos e, embora a droga não tenha sido totalmente retirada do mercado, seu uso tornou-se limitado.<ref name="Crilly_2007">{{Citar periódico |título=The history of clozapine and its emergence in the US market: a review and analysis |data=March 2007 |periódico=History of Psychiatry |número=1 |paginas=39–60 |doi=10.1177/0957154X07070335 |pmid=17580753 |vauthors=Crilly J |volume=18}}</ref> A clozapina tornou-se amplamente disponível no início da década de 1990 e continua sendo o único tratamento com probabilidade de ser eficaz no tratamento da esquizofrenia resistente.
== Indicação ==
É recomendado para o tratamento de [[esquizofrenia]] ou outros [[transtornos psicóticos]] com ou sem tendência suicida depois que outros tratamentos mais modernos falharam.<ref name=mednet>http://www.medicinenet.com/clozapine/article.htm</ref> Também pode ser usado para depressão ou [[transtorno de ansiedade]] severo.


Os efeitos adversos comuns incluem [[Sedação|sonolência]], [[Obstipação|constipação]], [[Sialorreia|hipersalivação]] (aumento da produção de saliva), [[taquicardia]], [[Hipotensão arterial|pressão arterial baixa]], [[Visão|visão turva]], ganho de peso e [[tontura]].<ref name="AHFS2015">{{Citar web|url=https://www.drugs.com/monograph/clozapine.html|titulo=Clozapine|acessodata=1 December 2015|publicado=The American Society of Health-System Pharmacists|arquivourl=https://web.archive.org/web/20151208103801/http://www.drugs.com/monograph/clozapine.html|arquivodata=8 December 2015|urlmorta=live}}</ref> A clozapina normalmente não está associada à [[discinesia tardia]] (DT) e é recomendada como droga de escolha quando essa condição se faz presente, embora alguns relatos de casos descrevam discinesia tardia induzida pela clozapina.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine and tardive dyskinesia in patients with schizophrenia: A systematic review |data=October 2019 |periódico=Journal of Psychopharmacology |número=10 |paginas=1187–1198 |doi=10.1177/0269881119862535 |pmid=31347436 |vauthors=Pardis P, Remington G, Panda R, Lemez M, Agid O |volume=33}}</ref> Outros riscos graves incluem [[Crise epiléptica|convulsões]], [[miocardite]] (inflamação do coração), [[hiperglicemia]] (níveis elevados de glicose no sangue) e [[Obstipação|constipação]]. O uso desta droga raramente pode resultar em síndrome de hipomotilidade gástrica induzida por clozapina, que pode levar à [[obstrução intestinal]] e morte, e em pessoas idosas com psicose, como resultado de [[demência]], pode levar a um risco aumentado de morte.<ref name="Hart2012">{{Citar periódico |título=Antipsychotics in adults with schizophrenia: comparative effectiveness of first-generation versus second-generation medications: a systematic review and meta-analysis |data=October 2012 |periódico=Annals of Internal Medicine |número=7 |paginas=498–511 |doi=10.7326/0003-4819-157-7-201210020-00525 |pmid=22893011 |vauthors=Hartling L, Abou-Setta AM, Dursun S, Mousavi SS, Pasichnyk D, Newton AS |volume=157 |doi-access=free}}</ref><ref name="FDA2020">{{Citar web|url=https://www.fda.gov/safety/medical-product-safety-information/clozaril-fazaclo-odt-versacloz-clozapine-drug-safety-communication-fda-strengthens-warning-untreated|titulo=Clozaril, Fazaclo ODT, Versacloz (clozapine): Drug Safety Communication - FDA Strengthens Warning That Untreated Constipation Can Lead to Serious Bowel Problems|data=28 January 2020|acessodata=30 January 2020|website=FDA}}</ref> O mecanismo de ação não é totalmente claro na literatura médica atual.<ref name="AHFS2015" /> A clozapina está na [[Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde]].<ref name="WHO21st">{{Citar livro|título=World Health Organization model list of essential medicines: 21st list 2019|editora=World Health Organization|ano=2019|localização=Geneva|id=WHO/MVP/EMP/IAU/2019.06. License: CC BY-NC-SA 3.0 IGO|autorlink=World Health Organization}}</ref> Está disponível como [[medicamento genérico]], tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.<ref name="AHFS2015" /><ref>{{Citar web|ultimo=consultaremedios.com.br|url=https://consultaremedios.com.br/clozapina/pa|titulo=Clozapina: menor preço e entrega rápida, compre online {{!}} CR|acessodata=2023-05-14|website=Consulta Remédios|lingua=pt-br}}</ref>
== Contra-Indicação ==
Não deve ser usado no terceiro trimestre de gravidez, na [[lactância]], em caso de imunidade debilitada, nem em pacientes com [[demência]].<ref>http://www.drugs.com/clozapine.html</ref>


== Efeitos colaterais ==
== História ==
A clozapina foi sintetizada em 1958 pela Wander AG, uma empresa farmacêutica suíça, com base na estrutura química do antidepressivo tricíclico [[imipramina]].<ref name="Crilly_2007">{{Citar periódico |título=The history of clozapine and its emergence in the US market: a review and analysis |data=March 2007 |periódico=History of Psychiatry |número=1 |paginas=39–60 |doi=10.1177/0957154X07070335 |pmid=17580753 |vauthors=Crilly J |volume=18}}</ref><ref name="Ellenbroek2012">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=08kGCAAAQBAJ&pg=PA144|título=Atypical Antipsychotics|data=6 December 2012|editora=Birkhäuser|isbn=9783034884488|via=Google Books}}</ref> O primeiro teste em humanos em 1962 foi considerado um fracasso. Os julgamentos na Alemanha em 1965 e 1966, bem como um julgamento em Viena em 1966, foram bem-sucedidos. Em 1967, a Wander AG foi adquirida pela [[Novartis|Sandoz]].<ref name="Crilly_2007" /> Outros testes ocorreram em 1972, quando a clozapina foi lançada na Suíça e na Áustria como Leponex.<ref name="Crilly_2007" /> Dois anos depois, foi lançado na Alemanha Ocidental e na Finlândia em 1975.<ref name="Crilly_2007" /> Os primeiros testes foram realizados nos Estados Unidos na mesma época.<ref name="Crilly_2007" /> Em 1975, 16 casos de [[agranulocitose]] levando a 8 mortes em pacientes tratados com clozapina relatados em 6 hospitais, principalmente no sudoeste da Finlândia, causaram preocupação.<ref>{{Citar periódico |título=Letter: Clozapine and agranulocytosis |data=September 1975 |periódico=Lancet |número=7935 |paginas=611 |doi=10.1016/s0140-6736(75)90206-8 |pmid=51442 |vauthors=Idänpään-Heikkilä J, Alhava E, Olkinuora M, Palva I |volume=2}}</ref> A análise dos casos finlandeses revelou que todos os casos de agranulocitose ocorreram nas primeiras 18 semanas de tratamento e os autores propuseram o monitoramento sanguíneo durante esse período.<ref>{{Citar periódico |título=Agranulocytosis in patients treated with clozapine. A study of the Finnish epidemic |data=October 1977 |periódico=Acta Psychiatrica Scandinavica |número=4 |paginas=241–248 |doi=10.1111/j.1600-0447.1977.tb00224.x |pmid=920225 |vauthors=Amsler HA, Teerenhovi L, Barth E, Harjula K, Vuopio P |volume=56}}</ref> A taxa de agranulocitose na Finlândia parecia ser 20 vezes maior do que no resto do mundo e especulou-se que isso pode ter ocorrido devido a uma diversidade genética única na região.<ref name="Griffith_1975">{{Citar periódico |título=Letter: Clozapine and agranulocytosis |data=October 1975 |periódico=Lancet |número=7936 |paginas=657 |doi=10.1016/S0140-6736(75)90135-X |pmid=52022 |vauthors=Griffith RW, Saameli K |volume=2}}</ref><ref name="Legge2019">{{Citar periódico |título=Genetics of clozapine-associated neutropenia: recent advances, challenges and future perspective |data=March 2019 |periódico=Pharmacogenomics |número=4 |paginas=279–290 |doi=10.2217/pgs-2018-0188 |pmc=6563116 |pmid=30767710 |vauthors=Legge SE, Walters JT |volume=20}}</ref><ref name="deWith2017">{{Citar periódico |título=More than 25 years of genetic studies of clozapine-induced agranulocytosis |data=July 2017 |periódico=The Pharmacogenomics Journal |número=4 |paginas=304–311 |doi=10.1038/tpj.2017.6 |pmid=28418011 |vauthors=de With SA, Pulit SL, Staal WG, Kahn RS, Ophoff RA |volume=17}}</ref> Embora a droga continuasse a ser fabricada pela [[Novartis|Sandoz]] e permanecesse disponível na Europa, o desenvolvimento nos Estados Unidos foi interrompido.
Por causa do risco de 1% de levar a [[agranulocitose]], um transtorno caracterizado por enfraquecer a [[imunidade]], deve ser usado apenas se outros medicamentos similares não funcionaram e pacientes que usam esse medicamento devem ter seu sistema imune regularmente monitorado.<ref name=mednet>http://www.medicinenet.com/clozapine/article.htm</ref>


O interesse na clozapina continuou em uma capacidade de investigação nos Estados Unidos porque, mesmo na década de 1980, a duração da hospitalização, especialmente em hospitais públicos para aqueles com esquizofrenia resistente ao tratamento, era muito mais breve do que outros medicamentos neurolépticos.<ref name="Crilly_2007">{{Citar periódico |título=The history of clozapine and its emergence in the US market: a review and analysis |data=March 2007 |periódico=History of Psychiatry |número=1 |paginas=39–60 |doi=10.1177/0957154X07070335 |pmid=17580753 |vauthors=Crilly J |volume=18}}</ref> O papel da clozapina na esquizofrenia resistente ao tratamento foi estabelecido pelo histórico ''Clozaril Collaborative Study Group Study #30'', no qual a clozapina mostrou benefícios marcantes em detrimento da clorpromazina em um grupo de pacientes com psicose prolongada e que já haviam mostrado uma resposta inadequada a outros antipsicóticos. Isso envolveu monitoramento rigoroso do sangue e um projeto duplo-cego com o poder de demonstrar superioridade sobre o tratamento antipsicótico padrão. Os critérios de inclusão foram pacientes que não responderam a pelo menos três antipsicóticos anteriores e não responderam a um único tratamento cego com haloperidol (dose média 61&nbsp;mg +/- 14&nbsp;mg/dia). Duzentos e sessenta e oito foram randomizados para ensaios duplo-cegos de clozapina (até 900&nbsp;mg/d) ou clorpromazina (até 1800&nbsp;mg/dia). 30% dos pacientes com clozapina responderam em comparação com 4% dos controles, com melhora significativamente maior na Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica, Escala de Impressão Clínica Global e Escala de Observação de Enfermeiras para Avaliação de Pacientes Internados; essa melhora incluiu áreas de sintomas "negativos" e positivos.<ref name=":0">{{Citar periódico |título=Clozapine for the treatment-resistant schizophrenic. A double-blind comparison with chlorpromazine |data=September 1988 |periódico=Archives of General Psychiatry |número=9 |paginas=789–796 |doi=10.1001/archpsyc.1988.01800330013001 |pmid=3046553 |vauthors=Kane J, Honigfeld G, Singer J, Meltzer H |volume=45}}</ref> Após este estudo, a [[Food and Drug Administration]] (FDA) dos EUA aprovou seu uso em 1990. Cautelosa quanto ao risco de problemas sanguíneos, a FDA exigiu um aviso de caixa preta para efeitos colaterais específicos, incluindo agranulocitose, e tomou a medida única de exigir que os pacientes fossem registrados em um sistema formal de rastreamento para que os níveis de hemograma pudessem ser avaliados de forma sistemática.<ref name="deWith2017">{{Citar periódico |título=More than 25 years of genetic studies of clozapine-induced agranulocytosis |data=July 2017 |periódico=The Pharmacogenomics Journal |número=4 |paginas=304–311 |doi=10.1038/tpj.2017.6 |pmid=28418011 |vauthors=de With SA, Pulit SL, Staal WG, Kahn RS, Ophoff RA |volume=17}}</ref><ref>{{Citar livro|título=The Psychopharmacologists|data=8 May 2018|doi=10.1201/9780203736159|isbn=9780203736159}}</ref>
Outros possíveis efeitos colaterais incluem<ref>http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/druginfo/meds/a691001.html</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://journals.lww.com/10.1097/JCP.0000000000001600 |titulo=Clozapine Associated Periorbital Edema in First Episode Psychosis: A Case Report of a Rare Adverse Effect in Treatment-Resistant Schizophrenia |data=2022-09-05 |acessodata=2022-11-05 |jornal=Journal of Clinical Psychopharmacology |ultimo=Teodoro |primeiro=Tomás |ultimo2=Nogueira |primeiro2=Violeta |lingua=en |doi=10.1097/JCP.0000000000001600 |issn=1533-712X |ultimo3=Aldeias |primeiro3=Joana |ultimo4=Teles Martins |primeiro4=Marina |ultimo5=Salgado |primeiro5=José}}</ref>:
{{div col|2}}
*[[Bradicardia]] (frequência cardíaca diminuída);
*Confusão mental;
*Desmaio;
*Dor de cabeça;
*Mal estar;
*Boca seca;
*Constipação;
*Tremor;
*Cansaço;
*Convulsão;
*Edema periorbitário.
{{div col fim}}


Em dezembro de 2002, a clozapina foi aprovada nos Estados Unidos para reduzir o risco de suicídio em pessoas com esquizofrenia ou [[transtorno esquizoafetivo]] consideradas de risco crônico para comportamento suicida.<ref>{{Citar web|url=http://www.accessdata.fda.gov/drugsatfda_docs/appletter/2002/19758se1-047ltr.pdf|titulo=Supplemental NDA Approval Letter for Clozaril, NDA 19-758 / S-047|data=18 December 2002|acessodata=23 November 2012|publicado=United States Food and Drug Administration|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131108024629/http://www.accessdata.fda.gov/drugsatfda_docs/appletter/2002/19758se1-047ltr.pdf|arquivodata=8 November 2013|urlmorta=dead}}</ref> Em 2005, a FDA aprovou critérios para permitir frequência reduzida de monitoramento de sangue.<ref>{{Citar web|url=http://www.accessdata.fda.gov/drugsatfda_docs/appletter/2005/019758s054ltr.pdf|titulo=Letter to Novartis Pharmaceuticals Corporation|acessodata=20 September 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110511063325/http://www.accessdata.fda.gov/drugsatfda_docs/appletter/2005/019758s054ltr.pdf|arquivodata=11 May 2011|urlmorta=live}}</ref> Em 2015, os Registros de Pacientes de fabricantes individuais foram consolidados por solicitação da FDA em um único Registro de Pacientes compartilhado denominado Registro REMS de Clozapina.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.raps.org/news-and-articles/news-articles/2019/1/fda-modifies-rems-program-for-clozapine|titulo=FDA Modifies REMS Program for Clozapine|acessodata=14 August 2021|website=www.raps.org}}</ref> Apesar da segurança demonstrada pelos novos requisitos de monitoramento da FDA, que têm níveis mais baixos de neutrófilos e não incluem contagens totais de leucócitos, o monitoramento internacional não foi padronizado.<ref>{{Citar periódico |título=Evaluating the Effect of the Changes in FDA Guidelines for Clozapine Monitoring |data=2017-10-25 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=8 |paginas=e933–e939 |doi=10.4088/jcp.16m11152 |pmc=5669833 |pmid=28742291 |vauthors=Sultan RS, Olfson M, Correll CU, Duncan EJ |volume=78}}</ref><ref name="Nielsen_2016">{{Citar periódico |título=Worldwide Differences in Regulations of Clozapine Use |data=February 2016 |periódico=CNS Drugs |número=2 |paginas=149–161 |doi=10.1007/s40263-016-0311-1 |pmid=26884144 |numero-autores=6 |vauthors=Nielsen J, Young C, Ifteni P, Kishimoto T, Xiang YT, Schulte PF, Correll CU, Taylor D |volume=30}}</ref><ref name="There Is Life After the UK Clozapin">{{Citar periódico |título=There Is Life After the UK Clozapine Central Non-Rechallenge Database |data=July 2021 |periódico=Schizophrenia Bulletin |número=4 |paginas=1088–1098 |doi=10.1093/schbul/sbab006 |pmc=8266568 |pmid=33543755 |numero-autores=6 |vauthors=Oloyede E, Casetta C, Dzahini O, Segev A, Gaughran F, Shergill S, Mijovic A, Helthuis M, Whiskey E, MacCabe JH, Taylor D |volume=47}}</ref>
{{referências}}


== Química ==
{{Portal3|Farmácia}}
A clozapina é um [[Dibenzodiazepine|dibenzodiazepínico]] estruturalmente muito semelhante à [[loxapina]] (originalmente considerado um antipsicótico típico). É ligeiramente solúvel em água, solúvel em [[acetona]] e altamente solúvel em [[clorofórmio]]. Sua solubilidade em água é 0,1889&nbsp;mg/L (25&nbsp;ºC). Seu fabricante, a Novartis, afirma uma solubilidade de <0,01% em água (<100&nbsp;mg/L).<ref>{{Citar web|ultimo=Novartis Pharmaceuticals|autorlink=Novartis|url=http://www.rxlist.com/clozaril-drug.htm|titulo=Prescribing Information|data=April 2006|acessodata=29 June 2007|publicado=Novartis Pharmaceuticals|paginas=36|formato=PDF|arquivourl=https://web.archive.org/web/20081023052932/http://www.rxlist.com/clozaril-drug.htm|arquivodata=23 October 2008|urlmorta=live}}</ref>
{{Controle de autoridade}}


== Usos médicos ==
[[Categoria:Antipsicóticos atípicos]]

[[Categoria:Estabilizadores de humor]]
=== Esquizofrenia ===
[[Categoria:Antagonistas de dopamina]]
A clozapina é geralmente usada para pessoas diagnosticadas com [[esquizofrenia]] que tiveram uma resposta inadequada a outros antipsicóticos ou que não toleraram outros medicamentos devido a efeitos colaterais extrapiramidais. Também é usado para o tratamento da psicose na [[doença de Parkinson]].<ref name="medicines.org.uk">{{Citar web|url=https://www.medicines.org.uk/emc/product/4411/smpc|titulo=Clozaril 25 mg Tablets - Summary of Product Characteristics (SmPC)|acessodata=2021-09-14|website=www.medicines.org.uk}}</ref><ref name=":1">{{Citar livro|título=Parkinson's disease in adults : diagnosis and management : full guideline|ultimo=National Institute for Health and Care Excellence (Great Britain)|oclc=1105250833}}</ref> É considerado o tratamento [[Terapia|padrão-ouro]] quando outro medicamento não foi suficientemente eficaz e seu uso é recomendado por várias diretrizes internacionais de tratamento, apoiadas por [[Revisão sistemática|revisões sistemáticas]] e [[Metanálise|meta-análises]].<ref name=":2">{{Citar periódico |título=World Federation of Societies of Biological Psychiatry (WFSBP) Guidelines for Biological Treatment of Schizophrenia, part 1: update 2012 on the acute treatment of schizophrenia and the management of treatment resistance |data=July 2012 |periódico=The World Journal of Biological Psychiatry |número=5 |paginas=318–378 |doi=10.3109/15622975.2012.696143 |pmid=22834451 |numero-autores=6 |vauthors=Hasan A, Falkai P, Wobrock T, Lieberman J, Glenthoj B, Gattaz WF, Thibaut F, Möller HJ |volume=13}}</ref><ref name=":3">{{Citar periódico |título=The 2009 schizophrenia PORT psychopharmacological treatment recommendations and summary statements |data=January 2010 |periódico=Schizophrenia Bulletin |número=1 |paginas=71–93 |doi=10.1093/schbul/sbp116 |pmc=2800144 |pmid=19955390 |numero-autores=6 |vauthors=Buchanan RW, Kreyenbuhl J, Kelly DL, Noel JM, Boggs DL, Fischer BA, Himelhoch S, Fang B, Peterson E, Aquino PR, Keller W |volume=36}}</ref><ref name=":4">{{Citar periódico |título=Schizophrenia practice guidelines: international survey and comparison |data=September 2005 |periódico=The British Journal of Psychiatry |número=3 |paginas=248–255 |doi=10.1192/bjp.187.3.248 |pmid=16135862 |vauthors=Gaebel W, Weinmann S, Sartorius N, Rutz W, McIntyre JS |volume=187 |doi-access=free}}</ref><ref name=":5">{{Citar periódico |url=http://www.bmj.com/cgi/content/short/348/mar19_4/g2234 |título=Management of psychosis and schizophrenia in adults: summary of updated NICE guidance |data=February 2014 |periódico=BMJ |paginas=g1173 |doi=10.1136/bmj.g1173 |pmid=24523363 |vauthors=Kuipers E, Yesufu-Udechuku A, Taylor C, Kendall T |volume=348}}</ref><ref name=":6">{{Citar periódico |título=Treatment-Resistant Schizophrenia: Treatment Response and Resistance in Psychosis (TRRIP) Working Group Consensus Guidelines on Diagnosis and Terminology |data=March 2017 |periódico=The American Journal of Psychiatry |número=3 |paginas=216–229 |doi=10.1176/appi.ajp.2016.16050503 |pmc=6231547 |pmid=27919182 |numero-autores=6 |vauthors=Howes OD, McCutcheon R, Agid O, de Bartolomeis A, van Beveren NJ, Birnbaum ML, Bloomfield MA, Bressan RA, Buchanan RW, Carpenter WT, Castle DJ, Citrome L, Daskalakis ZJ, Davidson M, Drake RJ, Dursun S, Ebdrup BH, Elkis H, Falkai P, Fleischacker WW, Gadelha A, Gaughran F, Glenthøj BY, Graff-Guerrero A, Hallak JE, Honer WG, Kennedy J, Kinon BJ, Lawrie SM, Lee J, Leweke FM, MacCabe JH, McNabb CB, Meltzer H, Möller HJ, Nakajima S, Pantelis C, Reis Marques T, Remington G, Rossell SL, Russell BR, Siu CO, Suzuki T, Sommer IE, Taylor D, Thomas N, Üçok A, Umbricht D, Walters JT, Kane J, Correll CU |volume=174}}</ref><ref name=":7">{{Citar periódico |título=Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the management of schizophrenia and related disorders |data=May 2016 |periódico=The Australian and New Zealand Journal of Psychiatry |número=5 |paginas=410–472 |doi=10.1177/0004867416641195 |pmid=27106681 |numero-autores=6 |vauthors=Galletly C, Castle D, Dark F, Humberstone V, Jablensky A, Killackey E, Kulkarni J, McGorry P, Nielssen O, Tran N |volume=50 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Clozapine versus typical neuroleptic medication for schizophrenia |data=January 2009 |periódico=The Cochrane Database of Systematic Reviews |número=1 |paginas=CD000059 |doi=10.1002/14651858.CD000059.pub2 |pmc=7065592 |pmid=19160174 |vauthors=Essali A, Al-Haj Haasan N, Li C, Rathbone J |volume=2009}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Clozapine v. first- and second-generation antipsychotics in treatment-refractory schizophrenia: systematic review and meta-analysis |data=November 2016 |periódico=The British Journal of Psychiatry |número=5 |paginas=385–392 |doi=10.1192/bjp.bp.115.177261 |pmid=27388573 |vauthors=Siskind D, McCartney L, Goldschlager R, Kisely S |volume=209 |doi-access=free}}</ref> Embora todas as diretrizes atuais reservem a clozapina para indivíduos nos quais dois outros antipsicóticos já foram experimentados, as evidências indicam que a clozapina pode ser usada como um medicamento de segunda linha.<ref>{{Citar periódico |url=https://kclpure.kcl.ac.uk/portal/en/publications/amisulpride-and-olanzapine-followed-by-openlabel-treatment-with-clozapine-in-firstepisode-schizophrenia-and-schizophreniform-disorder-optimise(e2ac95c9-d392-41b5-9392-6c9bbdfac360).html |título=Amisulpride and olanzapine followed by open-label treatment with clozapine in first-episode schizophrenia and schizophreniform disorder (OPTiMiSE): a three-phase switching study |data=October 2018 |periódico=The Lancet. Psychiatry |número=10 |paginas=797–807 |doi=10.1016/S2215-0366(18)30252-9 |pmid=30115598 |numero-autores=6 |vauthors=Kahn RS, Winter van Rossum I, Leucht S, McGuire P, Lewis SW, Leboyer M, Arango C, Dazzan P, Drake R, Heres S, Díaz-Caneja CM, Rujescu D, Weiser M, Galderisi S, Glenthøj B, Eijkemans MJ, Fleischhacker WW, Kapur S, Sommer IE |volume=5}}</ref> Foi demonstrado que o tratamento com clozapina produziu melhores resultados em vários domínios, incluindo; um risco reduzido de hospitalização, um risco reduzido de descontinuação do medicamento, uma redução nos sintomas gerais e melhorou a eficácia no tratamento de sintomas psicóticos positivos da esquizofrenia.<ref name="Masuda_2019">{{Citar periódico |título=Association With Hospitalization and All-Cause Discontinuation Among Patients With Schizophrenia on Clozapine vs Other Oral Second-Generation Antipsychotics: A Systematic Review and Meta-analysis of Cohort Studies |data=October 2019 |periódico=JAMA Psychiatry |número=10 |paginas=1052–1062 |doi=10.1001/jamapsychiatry.2019.1702 |pmc=6669790 |pmid=31365048 |vauthors=Masuda T, Misawa F, Takase M, Kane JM, Correll CU |volume=76}}</ref><ref name=":8">{{Citar periódico |url=https://evidence.nihr.ac.uk/alert/last-resort-antipsychotic-remains-the-gold-standard-for-treatment-resistant-schizophrenia |título='Last resort' antipsychotic remains the gold standard for treatment-resistant schizophrenia |data=2019-10-02 |periódico=NIHR Evidence |tipo=Plain English summary |doi=10.3310/signal-000826}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Effectiveness of clozapine use in delaying hospitalization in routine clinical practice: a 2 year observational study |data=2010 |periódico=Psychopharmacology Bulletin |número=2 |paginas=67–81 |pmid=21052043 |vauthors=Nyakyoma K, Morriss R |volume=43}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://kclpure.kcl.ac.uk/portal/en/publications/the-impact-of-clozapine-initiation-and-cessation-on-psychiatric-hospital-admissions-and-bed-days(f8558f24-c0c7-4187-a9ca-fce9592341de).html |título=The impact of clozapine initiation and cessation on psychiatric hospital admissions and bed days: a mirror image cohort study |data=June 2019 |periódico=Psychopharmacology |número=6 |paginas=1931–1935 |doi=10.1007/s00213-019-5179-6 |pmid=30715572 |vauthors=Siskind D, Reddel T, MacCabe JH, Kisely S |volume=236}}</ref> Apesar de uma série de efeitos colaterais, os pacientes relatam bons níveis de satisfação e a adesão a longo prazo é favorável em comparação com outros antipsicóticos.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine maintenance therapy in schizophrenia |data=May 2004 |periódico=Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry |número=3 |paginas=465–469 |doi=10.1016/j.pnpbp.2003.11.011 |pmid=15093952 |vauthors=Gaszner P, Makkos Z |volume=28}}</ref> Estudos de acompanhamento de longo prazo revelam múltiplos benefícios em termos de redução da mortalidade,<ref name="Taipale_2020">{{Citar periódico |título=20-year follow-up study of physical morbidity and mortality in relationship to antipsychotic treatment in a nationwide cohort of 62,250 patients with schizophrenia (FIN20) |data=February 2020 |periódico=World Psychiatry |número=1 |paginas=61–68 |doi=10.1002/wps.20699 |pmc=6953552 |pmid=31922669 |vauthors=Taipale H, Tanskanen A, Mehtälä J, Vattulainen P, Correll CU, Tiihonen J |volume=19}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=11-year follow-up of mortality in patients with schizophrenia: a population-based cohort study (FIN11 study) |data=August 2009 |periódico=Lancet |número=9690 |paginas=620–627 |doi=10.1016/S0140-6736(09)60742-X |pmid=19595447 |vauthors=Tiihonen J, Lönnqvist J, Wahlbeck K, Klaukka T, Niskanen L, Tanskanen A, Haukka J |volume=374}}</ref> com um efeito particularmente forte na redução da morte por suicídio, a clozapina é o único antipsicótico conhecido por ter um efeito na redução do risco de suicídio ou tentativa suicídio.<ref>{{Citar periódico |título=Comparative Effectiveness of Antipsychotics for Risk of Attempted or Completed Suicide Among Persons With Schizophrenia |data=January 2021 |periódico=Schizophrenia Bulletin |número=1 |paginas=23–30 |doi=10.1093/schbul/sbaa111 |pmc=7824993 |pmid=33428766 |vauthors=Taipale H, Lähteenvuo M, Tanskanen A, Mittendorfer-Rutz E, Tiihonen J |volume=47}}</ref> A clozapina tem um efeito anti-agressivo significativo.<ref name="Brown_2014" /><ref>{{Citar periódico |título=Atypical antipsychotic agents in the treatment of violent patients with schizophrenia and schizoaffective disorder |data=June 2006 |periódico=Archives of General Psychiatry |número=6 |paginas=622–629 |doi=10.1001/archpsyc.63.6.622 |pmid=16754835 |vauthors=Krakowski MI, Czobor P, Citrome L, Bark N, Cooper TB |volume=63 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Clozapine treatment of long-standing schizophrenia and serious violence: a two-year follow-up study of the first 50 patients treated with clozapine in Rampton high security hospital |data=June 1999 |periódico=Criminal Behaviour and Mental Health |número=2 |paginas=168–178 |lingua=en |doi=10.1002/cbm.304 |vauthors=Dalal B, Larkin E, Leese M, Taylor PJ |volume=9}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=The pharmacological management of violence in schizophrenia: a structured review |data=January 2011 |periódico=Expert Review of Neurotherapeutics |número=1 |paginas=53–63 |doi=10.1586/ern.10.180 |pmid=21158555 |vauthors=Topiwala A, Fazel S |volume=11}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=A systematic review of the evidence of clozapine's anti-aggressive effects |data=October 2012 |periódico=The International Journal of Neuropsychopharmacology |número=9 |paginas=1351–1371 |doi=10.1017/S146114571100201X |pmid=22339930 |vauthors=Frogley C, Taylor D, Dickens G, Picchioni M |volume=15 |doi-access=free}}</ref> A clozapina é amplamente utilizada em ambientes seguros e forenses de saúde mental, onde foram encontradas melhorias na agressão, internação mais curta e reduções na prática restritiva, como a reclusão.<ref>{{Citar periódico |título=Management of schizophrenia in conditions of high security |data=July 2000 |periódico=Advances in Psychiatric Treatment |número=4 |paginas=252–260 |doi=10.1192/apt.6.4.252 |issn=1355-5146 |vauthors=Thomson LD |volume=6 |doi-access=free}}</ref><ref name="Silva 231–239" /><ref name="Clozapine rechallenge and initiatio">{{Citar periódico |título=Clozapine rechallenge and initiation despite neutropenia- a practical, step-by-step guide |data=June 2020 |periódico=BMC Psychiatry |número=1 |paginas=279 |doi=10.1186/s12888-020-02592-2 |pmc=7275543 |pmid=32503471 |vauthors=Silva E, Higgins M, Hammer B, Stephenson P |volume=20}}</ref><ref name="Till_2019" /><ref name="FISHER 7–15" /><ref name="Kasinathan" /><ref>{{Citar periódico |título=Clozapine in Special Hospital: a retrospective case-control study |data=January 2000 |periódico=The Journal of Forensic Psychiatry |número=3 |paginas=587–596 |doi=10.1080/09585180010006205 |issn=0958-5184 |vauthors=Swinton M, Haddock A |volume=11}}</ref><ref name="Silva 20451253211015070">{{Citar periódico |título=Clozapine re-challenge and initiation following neutropenia: a review and case series of 14 patients in a high-secure forensic hospital |data=2021-01-01 |periódico=Therapeutic Advances in Psychopharmacology |paginas=20451253211015070 |doi=10.1177/20451253211015070 |pmc=8221694 |pmid=34221348 |vauthors=Silva E, Higgins M, Hammer B, Stephenson P |volume=11}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Schizophrenia, Violence, Clozapine and Risperidone: a Review |data=December 1996 |periódico=British Journal of Psychiatry |número=S31 |paginas=21–30 |doi=10.1192/s0007125000298589 |issn=0007-1250 |volume=169}}</ref> Em hospitais seguros e em outros ambientes, a clozapina também tem sido usada no tratamento do transtorno de personalidade borderline e antissocial quando associado a violência ou automutilação.<ref name="Swinton_2001">{{Citar periódico |título=Clozapine in severe borderline personality disorder |data=January 2001 |periódico=The Journal of Forensic Psychiatry |número=3 |paginas=580–591 |lingua=en |doi=10.1080/09585180110091994 |issn=0958-5184 |vauthors=Swinton M |volume=12}}</ref><ref name="Haw_2011">{{Citar periódico |título=Medication for borderline personality disorder: a survey at a secure hospital |data=November 2011 |periódico=International Journal of Psychiatry in Clinical Practice |número=4 |paginas=280–285 |doi=10.3109/13651501.2011.590211 |pmid=22122000 |vauthors=Haw C, Stubbs J |volume=15}}</ref><ref name="Brown_2014">{{Citar periódico |título=Clozapine: an effective treatment for seriously violent and psychopathic men with antisocial personality disorder in a UK high-security hospital |data=October 2014 |periódico=CNS Spectrums |número=5 |paginas=391–402 |doi=10.1017/S1092852914000157 |pmc=4255317 |pmid=24698103 |numero-autores=6 |vauthors=Brown D, Larkin F, Sengupta S, Romero-Ureclay JL, Ross CC, Gupta N, Vinestock M, Das M |volume=19}}</ref> Embora o tratamento oral seja quase universal, a clozapina foi aplicada ocasionalmente usando injeção nasogástrica ou de ação curta, embora em quase 50% dos aproximadamente 100 casos relatados os pacientes concordassem em tomar medicação oral antes do uso de uma intervenção coercitiva.<ref name="Silva 231–239">{{Citar periódico |título=Ethical dilemmas in psychiatry: When teams disagree |data=July 2017 |periódico=BJPsych Advances |número=4 |paginas=231–239 |doi=10.1192/apt.bp.116.016147 |vauthors=Silva E, Till A, Adshead G |volume=23 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Evaluation of the effectiveness and acceptability of intramuscular clozapine injection: illustrative case series |data=December 2020 |periódico=BJPsych Bulletin |número=6 |paginas=239–243 |doi=10.1192/bjb.2020.6 |pmc=7684781 |pmid=32081110 |vauthors=Henry R, Massey R, Morgan K, Deeks J, Macfarlane H, Holmes N, Silva E |volume=44}}</ref> <ref name="Till_2019">{{Citar periódico |título=The assertive approach to clozapine: nasogastric administration |data=February 2019 |periódico=BJPsych Bulletin |número=1 |paginas=21–26 |doi=10.1192/bjb.2018.61 |pmc=6327298 |pmid=30223913 |vauthors=Till A, Selwood J, Silva E |volume=43}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://orca.cardiff.ac.uk/134637/3/Manuscript%2Brevised3_no-highlight.pdf |título=A retrospective study of intramuscular clozapine prescription for treatment initiation and maintenance in treatment-resistant psychosis |data=September 2020 |periódico=The British Journal of Psychiatry |número=3 |paginas=506–513 |doi=10.1192/bjp.2020.115 |pmid=32605667 |numero-autores=6 |vauthors=Casetta C, Oloyede E, Whiskey E, Taylor DM, Gaughran F, Shergill SS, Onwumere J, Segev A, Dzahini O, Legge SE, MacCabe JH |volume=217}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Parenteral clozapine: five years of experience |data=October 1999 |periódico=Journal of Clinical Psychopharmacology |número=5 |paginas=479–480 |doi=10.1097/00004714-199910000-00018 |pmid=10505595 |vauthors=Lokshin P, Lerner V, Miodownik C, Dobrusin M, Belmaker RH |volume=19}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Compulsory treatment with clozapine: a retrospective long-term cohort study |data=November 2007 |periódico=International Journal of Law and Psychiatry |número=6 |paginas=539–545 |doi=10.1016/j.ijlp.2007.09.003 |pmid=17928054 |numero-autores=6 |vauthors=Schulte PF, Stienen JJ, Bogers J, Cohen D, van Dijk D, Lionarons WH, Sanders SS, Heck AH |volume=30}}</ref><ref name="Kasinathan">{{Citar periódico |título=Evaluating the use of enforced clozapine in an Australian forensic psychiatric setting: two cases |data=December 2007 |periódico=BMC Psychiatry |número=S1 |paginas=P13 |doi=10.1186/1471-244x-7-s1-p13 |issn=1471-244X |pmc=3332745 |vauthors=Kasinathan J, Mastroianni T |volume=7}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Parenteral Clozapine (Clozaril) |data=2001-12-01 |periódico=Australasian Psychiatry |número=4 |paginas=371 |lingua=en |doi=10.1046/j.1440-1665.2001.0367a.x |issn=1039-8562 |vauthors=McLean G, Juckes L |volume=9}}</ref><ref name="FISHER 7–15">{{Citar periódico |título=Elements of successful restraint and seclusion reduction programs and their application in a large, urban, state psychiatric hospital |data=January 2003 |periódico=Journal of Psychiatric Practice |número=1 |paginas=7–15 |doi=10.1097/00131746-200301000-00003 |pmid=15985912 |vauthors=Fisher WA |volume=9}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Conventional and atypical antipsychotics and the evolving standard of care |data=December 2000 |periódico=Psychiatric Services |número=12 |paginas=1528–1535 |doi=10.1176/appi.ps.51.12.1528 |pmid=11097649 |vauthors=Mossman D, Lehrer DS |volume=51}}</ref> A clozapina também foi usada off-label para tratar a catatonia com sucesso em mais de 80% dos casos.<ref>{{Citar periódico |título=Indications for electroconvulsive treatment in schizophrenia: a systematic review |data=May 2013 |periódico=Schizophrenia Research |número=1–3 |paginas=1–9 |doi=10.1016/j.schres.2022.09.021 |pmid=23499244 |numero-autores=6 |vauthors=Pompili M, Lester D, Dominici G, Longo L, Marconi G, Forte A, Serafini G, Amore M, Girardi P |volume=146}}</ref>
[[Categoria:Agonistas de dopamina]]

=== Transtorno bipolar ===
Com base em revisões sistemáticas, a clozapina é recomendada em algumas diretrizes de tratamento como um tratamento de terceira ou quarta linha para [[Transtorno bipolar|o transtorno bipolar]].<ref>{{Citar periódico |url=https://uknowledge.uky.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1027&context=psychiatry_facpub |título=Clozapine for treatment-resistant bipolar disorder: a systematic review |data=May 2015 |periódico=Bipolar Disorders |número=3 |paginas=235–247 |doi=10.1111/bdi.12272 |pmid=25346322 |vauthors=Li XB, Tang YL, Wang CY, de Leon J |volume=17}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Evidence-based guidelines for treating bipolar disorder: revised second edition--recommendations from the British Association for Psychopharmacology |data=June 2009 |periódico=Journal of Psychopharmacology |número=4 |paginas=346–388 |doi=10.1177/0269881109102919 |pmid=19329543 |vauthors=Goodwin GM |volume=23}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=NICE guidance: why not clozapine for treatment-refractory bipolar disorder? |data=June 2016 |periódico=The Lancet. Psychiatry |número=6 |paginas=502–503 |doi=10.1016/s2215-0366(16)30081-5 |pmid=27262046 |vauthors=Bastiampillai T, Gupta A, Allison S, Chan SK |volume=3 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments (CANMAT) and International Society for Bipolar Disorders (ISBD) 2018 guidelines for the management of patients with bipolar disorder |data=March 2018 |periódico=Bipolar Disorders |número=2 |paginas=97–170 |doi=10.1111/bdi.12609 |pmc=5947163 |pmid=29536616 |numero-autores=6 |vauthors=Yatham LN, Kennedy SH, Parikh SV, Schaffer A, Bond DJ, Frey BN, Sharma V, Goldstein BI, Rej S, Beaulieu S, Alda M, MacQueen G, Milev RV, Ravindran A, O'Donovan C, McIntosh D, Lam RW, Vazquez G, Kapczinski F, McIntyre RS, Kozicky J, Kanba S, Lafer B, Suppes T, Calabrese JR, Vieta E, Malhi G, Post RM, Berk M |volume=20}}</ref> O transtorno bipolar é uma indicação não licenciada para a clozapina. 

=== Transtornos graves de personalidade ===
A clozapina também é usada no [[Transtorno de personalidade borderline|transtorno de personalidade emocionalmente instável]] e um [[Estudo clínico randomizado controlado|estudo randomizado controlado]] está em andamento.<ref>{{Citar periódico |título=Pharmacological Treatments for Borderline Personality Disorder: A Systematic Review and Meta-Analysis |data=October 2021 |periódico=CNS Drugs |número=10 |paginas=1053–1067 |doi=10.26226/morressier.59d4913bd462b8029238a351 |pmc=8478737 |pmid=34495494 |numero-autores=6 |vauthors=Gartlehner G, Crotty K, Kennedy S, Edlund MJ, Ali R, Siddiqui M, Fortman R, Wines R, Persad E, Viswanathan M |volume=35}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Clozapine in borderline personality disorder: a review of the evidence |data=May 2014 |periódico=Annals of Clinical Psychiatry |número=2 |paginas=139–144 |pmid=24812651 |vauthors=Beri A, Boydell J |volume=26}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=A case series of clozapine for borderline personality disorder |data=May 2013 |periódico=Annals of Clinical Psychiatry |número=2 |paginas=125–134 |pmid=23638443 |vauthors=Frogley C, Anagnostakis K, Mitchell S, Mason F, Taylor D, Dickens G, Picchioni MM |volume=25}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Experiences of women in secure care who have been prescribed clozapine for borderline personality disorder |data=2016-10-07 |periódico=Borderline Personality Disorder and Emotion Dysregulation |número=1 |paginas=12 |doi=10.1186/s40479-016-0049-x |pmc=5055694 |pmid=27761261 |vauthors=Dickens GL, Frogley C, Mason F, Anagnostakis K, Picchioni MM |volume=3}}</ref><ref name="Haw_2011">{{Citar periódico |título=Medication for borderline personality disorder: a survey at a secure hospital |data=November 2011 |periódico=International Journal of Psychiatry in Clinical Practice |número=4 |paginas=280–285 |doi=10.3109/13651501.2011.590211 |pmid=22122000 |vauthors=Haw C, Stubbs J |volume=15}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Real-World Effectiveness of Clozapine for Borderline Personality Disorder: Results From a 2-Year Mirror-Image Study |data=December 2018 |periódico=Journal of Personality Disorders |número=6 |paginas=823–837 |doi=10.1521/pedi_2017_31_328 |pmid=29120277 |vauthors=Rohde C, Polcwiartek C, Correll CU, Nielsen J |volume=32}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Pharmacotherapy for Borderline Personality Disorder: an Update of Published, Unpublished and Ongoing Studies |data=June 2020 |periódico=Current Psychiatry Reports |número=8 |paginas=37 |doi=10.1007/s11920-020-01164-1 |pmc=7275094 |pmid=32504127 |vauthors=Stoffers-Winterling J, Storebø OJ, Lieb K |volume=22}}</ref><ref name="Swinton_2001">{{Citar periódico |título=Clozapine in severe borderline personality disorder |data=January 2001 |periódico=The Journal of Forensic Psychiatry |número=3 |paginas=580–591 |lingua=en |doi=10.1080/09585180110091994 |issn=0958-5184 |vauthors=Swinton M |volume=12}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://fundingawards.nihr.ac.uk/award/16/157/02|titulo=NIHR Funding and Awards Search Website|acessodata=2021-09-14|website=fundingawards.nihr.ac.uk}}</ref> Mostrou-se eficaz também no [[transtorno de personalidade borderline]] em estudos clínicos.<ref>[https://ps.psychiatryonline.org/doi/10.1176/appi.ps.53.3.348-a#:~:text=Thus%20clozapine%20may%20be%20very,the%20costs%20of%20their%20care. https://ps.psychiatryonline.org/doi/10.1176/appi.ps.53.3.348-a#:~:text=Thus%20clozapine%20may%20be%20very,the%20costs%20of%20their%20care.]</ref><ref>https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4857858/</ref>

=== Iniciação ===
Embora a clozapina seja geralmente iniciada em ambiente hospitalar, a iniciação fora do ambiente hospitalar também está disponível.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine in the treatment of refractory schizophrenia: a practical guide for healthcare professionals |data=October 2020 |periódico=British Medical Bulletin |número=1 |paginas=73–89 |doi=10.1093/bmb/ldaa024 |pmc=7585831 |pmid=32885238 |vauthors=Flanagan RJ, Lally J, Gee S, Lyon R, Every-Palmer S |volume=135}}</ref><ref name="Beck_2014">{{Citar periódico |título=The practical management of refractory schizophrenia--the Maudsley Treatment REview and Assessment Team service approach |data=December 2014 |periódico=Acta Psychiatrica Scandinavica |número=6 |paginas=427–438 |doi=10.1111/acps.12327 |pmid=25201058 |numero-autores=6 |vauthors=Beck K, McCutcheon R, Bloomfield MA, Gaughran F, Reis Marques T, MacCabe J, Selvaraj S, Taylor D, Howes OD |volume=130}}</ref> Antes que a clozapina possa ser iniciada, múltiplas avaliações e investigações basais são realizadas. No Reino Unido e na Irlanda deve haver uma avaliação de que o paciente satisfaz os critérios de prescrição: esquizofrenia resistente ao tratamento, intolerância devido a sintomas extrapiramidais de outros antipsicóticos ou psicose na doença de Parkinson. Na maioria dos países anglo-saxônicos, a clozapina só pode ser dispensada após um resultado de sangue satisfatório (ou seja, que tenha neutrófilos e outros leucócitos dentro da faixa "normal") ter sido recebido pela agência responsável (no caso dos EUA, um órgão filiado a FDA), e só então uma prescrição e dispensação pode ser liberada para o paciente.<ref>{{Citar web|url=https://www.medicines.org.uk/emc/product/4411/smpc#gref|titulo=Clozaril 25 mg Tablets - Summary of Product Characteristics (SmPC) - (emc)|acessodata=2021-09-15|website=www.medicines.org.uk}}</ref> No Brasil, por sua vez, não há nenhum requisito imposto pela [[ANVISA]] para distribuição e uso; entretanto, recomenda-se na bula da medicação realizar exames sanguíneos (em especial, o hemograma) para que possa ser aferido se o paciente não está com alterações significativas na contagem de glóbulos brancos e outras anomalias.<ref name=":9">{{Citar web|ultimo=consultaremedios.com.br|url=https://consultaremedios.com.br/clozapina/pa|titulo=Clozapina: menor preço e entrega rápida, compre online {{!}} CR|acessodata=2023-05-14|website=Consulta Remédios|lingua=pt-br}}</ref>

Alguns outros testes realizados incluem: um exame físico incluindo peso basal, [[Cintura|circunferência da cintura]] e [[Índice de massa corporal|IMC]], avaliações da [[Rim|função renal]] e [[Testes de função hepática|hepática]], um [[Eletrocardiograma|ECG]] e outros exames de sangue basais também podem ser feitos para facilitar o monitoramento de possível miocardite, que pode incluir [[Proteína c-reativa|proteína C reativa]] (PCR) e [[troponina]]. Na Austrália e na Nova Zelândia, [[Ecocardiografia|ecocardiogramas]] pré-clozapina também são comumente realizados.<ref name="Taylor_2019">{{Citar livro|título=The Maudsley prescribing guidelines in psychiatry|data=2019|localização=Hoboken, NJ|isbn=978-1-119-44260-8|oclc=1029071684|edição=13th}}</ref> Vários protocolos de serviço estão disponíveis e há variações na extensão dos exames de pré-clozapina. Alguns também podem incluir [[Perfil lipídico|lipídios em jejum]], [[Hemoglobina glicada (HbA1c)|HbA1c]] e [[prolactina]]. No [[Hospital Maudsley|Maudsley Hospital,]] no Reino Unido, o serviço de tratamento também realiza rotineiramente uma ampla variedade de outras investigações, incluindo múltiplas investigações para outras causas de psicose e comorbidades, incluindo ressonância [[Ressonância magnética do cérebro|magnética do cérebro]], [[testes de função da tireoide]], [[Vitamina B12|B12]], [[Ácido fólico|folato]] e níveis [[cálcio sérico|séricos de cálcio]], triagem de infecção por vírus transmitidos pelo sangue, incluindo [[Hepatite C|hepatite B e C]], [[Vírus da imunodeficiência humana|HIV]] e [[sífilis]], bem como triagem para psicose autoimune por [[Encefalite do receptor anti-NMDA|anti-NMDA]], [[Encefalite do complexo anti-VGKC|anti-VGKC]] e [[Anticorpo antinuclear|antinuclear]], assim como triagem [[Anticorpo antinuclear|de anticorpos]]. As investigações usadas para monitorar a possibilidade de efeitos colaterais relacionados à clozapina, como miocardite, também são realizadas, incluindo troponina basal, PCR e [[Peptídeo natriurético cerebral|BNP]] e para a [[síndrome neuroléptica maligna]] [[Creatinofosfoquinase|CK]].<ref name="Beck_2014">{{Citar periódico |título=The practical management of refractory schizophrenia--the Maudsley Treatment REview and Assessment Team service approach |data=December 2014 |periódico=Acta Psychiatrica Scandinavica |número=6 |paginas=427–438 |doi=10.1111/acps.12327 |pmid=25201058 |numero-autores=6 |vauthors=Beck K, McCutcheon R, Bloomfield MA, Gaughran F, Reis Marques T, MacCabe J, Selvaraj S, Taylor D, Howes OD |volume=130}}</ref>

Em suma, os exames mais cruciais para que a clozapina seja prescrita incluem o hemograma completo,<ref name=":9" /> perfil lipídico, hemoglobina glicada, proteína C reativa (para aferir risco de miocardite) e troponina (relacionada aos riscos de trombose). Os exames supracitados são essenciais quando há suspeita de problemas relacionados aos glóbulos brancos e também como padrão de avaliação por, pelo menos, 1 mês após o início da medicação.

A dose de clozapina é inicialmente baixa e gradualmente aumentada ao longo de algumas semanas. As doses iniciais podem variar de 6,5 a 12,5&nbsp;mg/d aumentando gradualmente para doses na faixa de 250-350&nbsp;mg por dia, altura em que será realizada uma avaliação da resposta.<ref name="Taylor_2019">{{Citar livro|título=The Maudsley prescribing guidelines in psychiatry|data=2019|localização=Hoboken, NJ|isbn=978-1-119-44260-8|oclc=1029071684|edição=13th}}</ref> No Reino Unido, a dose média de clozapina é de 450&nbsp;mg/d.<ref>{{Citar periódico |título=A prescription survey of the use of atypical antipsychotics for hospital inpatients in the United Kingdom |data=January 2000 |periódico=International Journal of Psychiatry in Clinical Practice |número=1 |paginas=41–46 |doi=10.1080/13651500052048749 |pmid=24927311 |vauthors=Taylor Shubhra Mace Shameem Mir Robert Kerwin D |volume=4}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Maintenance doses for clozapine: past and present |data=October 2018 |periódico=BJPsych Bulletin |número=5 |paginas=217 |doi=10.1192/bjb.2018.64 |pmc=6189983 |pmid=30345070 |vauthors=Sharma A |volume=42}}</ref> Mas a resposta é altamente variável e alguns pacientes respondem com doses muito mais baixas e vice-versa.

Alguns transtornos de personalidade podem utilizar de doses menores. No caso da psicose enquanto há Parkinson, o paciente pode ir até, no máximo, 100 mg/d.<ref name=":9" /> O mesmo se repete para pacientes com transtornos de personalidade que não responderam ao tratamento usual com outros antipsicóticos.

=== Monitoramento ===
Durante a fase inicial de titulação da dose, o seguinte é tipicamente monitorado; geralmente diariamente no início; pulso, pressão arterial e, como a [[Hipotensão postural|hipotensão ortostática]] pode ser problemática, isso deve ser monitorado sentado e em pé. Se houver uma queda significativa, a taxa de aumento da dose pode ser reduzida, temperatura.<ref name="Beck_2014">{{Citar periódico |título=The practical management of refractory schizophrenia--the Maudsley Treatment REview and Assessment Team service approach |data=December 2014 |periódico=Acta Psychiatrica Scandinavica |número=6 |paginas=427–438 |doi=10.1111/acps.12327 |pmid=25201058 |numero-autores=6 |vauthors=Beck K, McCutcheon R, Bloomfield MA, Gaughran F, Reis Marques T, MacCabe J, Selvaraj S, Taylor D, Howes OD |volume=130}}</ref>

Os testes semanais incluem: hemogramas completos durante 18 semanas. Em alguns serviços também haverá monitoramento de marcadores que possam indicar miocardite; troponina, PCR e BNP, embora os testes exatos e a frequência variem entre os serviços. O peso geralmente é medido semanalmente.

A partir daí, outras investigações e monitoramento sempre incluirão hemogramas completos (quinzenalmente por 1 ano e depois mensalmente). Peso, circunferência da cintura, lipídios e glicose ou HbA1c também podem ser monitorados.

=== Resposta da clozapina e otimização do tratamento ===
Tal como acontece com outros antipsicóticos, e em contraste com a sabedoria recebida, as respostas à clozapina são tipicamente observadas logo após o início e muitas vezes na primeira semana.<ref>{{Citar periódico |título=Time course of improvement with antipsychotic medication in treatment-resistant schizophrenia |data=October 2011 |periódico=The British Journal of Psychiatry |número=4 |paginas=275–280 |doi=10.1192/bjp.bp.110.083907 |pmid=22187729 |vauthors=Suzuki T, Remington G, Arenovich T, Uchida H, Agid O, Graff-Guerrero A, Mamo DC |volume=199}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Evidence for onset of antipsychotic effects within the first 24 hours of treatment |data=May 2005 |periódico=The American Journal of Psychiatry |número=5 |paginas=939–946 |doi=10.1176/appi.ajp.162.5.939 |pmid=15863796 |vauthors=Kapur S, Arenovich T, Agid O, Zipursky R, Lindborg S, Jones B |volume=162}}</ref> Dito isto, as respostas, especialmente aquelas que são parciais, podem ser adiadas.<ref>{{Citar livro|título=Therapy-Resistant Schizophrenia|data=2010|editora=KARGER|series=Advances in Biological Psychiatry|volume=26|lugar=Basel|páginas=129–151|capitulo=Augmenting Clozapine Response in Treatment-Resistant Schizophreni a|doi=10.1159/000319813|isbn=978-3-8055-9511-7}}</ref> O que é um teste adequado de clozapina é incerto, mas uma recomendação é que isso seja feito por pelo menos 8 semanas em um nível plasmático acima de 350-400 micro g/L.<ref>{{Citar periódico |título=What is an adequate trial with clozapine?: therapeutic drug monitoring and time to response in treatment-refractory schizophrenia |data=2003 |periódico=Clinical Pharmacokinetics |número=7 |paginas=607–618 |doi=10.2165/00003088-200342070-00001 |pmid=12844323 |vauthors=Schulte P |volume=42}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Time to clozapine response in a standardized trial |data=September 1997 |periódico=The American Journal of Psychiatry |número=9 |paginas=1243–1247 |doi=10.1176/ajp.154.9.1243 |pmid=9286183 |vauthors=Conley RR, Carpenter WT, Tamminga CA |volume=154 |doi-access=free}}</ref> Há uma variação interindividual considerável. Um número significativo de pacientes responde a concentrações plasmáticas mais baixas e também muito mais altas e alguns pacientes, especialmente jovens fumantes do sexo masculino, podem nunca atingir esses níveis plasmáticos, mesmo com doses de 900&nbsp;mg/dia. As opções incluem o aumento da dose acima do máximo permitido ou a adição de um medicamento que inibe o metabolismo da clozapina. Evitar a [[polifarmácia]] desnecessária é um princípio geral no tratamento medicamentoso.

==== Otimizando a amostragem de sangue ====
O corte de neutrófilos para clozapina mostrou uma capacidade excepcional de mitigar o risco de neutropenia e agranulocitose. Há uma margem de segurança significativa. Alguns pacientes podem ter contagens marginais de neutrófilos antes e após o início e correm o risco de descontinuação prematura da clozapina. O conhecimento da biologia dos neutrófilos permite a otimização da amostragem de sangue. Os neutrófilos apresentam uma variação diurna em resposta ao ciclo natural de produção de G-CSF, estão aumentados à tarde, são também mobilizados para a circulação após exercício e tabagismo. Foi demonstrado que simplesmente mudar a amostragem de sangue evita interrupções desnecessárias, especialmente em populações negras. No entanto, esta é uma interrupção da prática hospitalar habitual. Outras medidas práticas são garantir que os resultados de sangue estejam disponíveis em horas e quando a equipe sênior estiver disponível.<ref name="Clozapine rechallenge and initiatio">{{Citar periódico |título=Clozapine rechallenge and initiation despite neutropenia- a practical, step-by-step guide |data=June 2020 |periódico=BMC Psychiatry |número=1 |paginas=279 |doi=10.1186/s12888-020-02592-2 |pmc=7275543 |pmid=32503471 |vauthors=Silva E, Higgins M, Hammer B, Stephenson P |volume=20}}</ref>

=== Subuso de clozapina ===
A clozapina é amplamente reconhecida como sendo subutilizada com ampla variação na prescrição,<ref>{{Citar periódico |título=Underuse of clozapine in treatment-resistant schizophrenia |data=July 2011 |periódico=Advances in Psychiatric Treatment |número=4 |paginas=250–255 |doi=10.1192/apt.bp.110.008128 |issn=1355-5146 |vauthors=Mistry H, Osborn D |volume=17 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Geographic and clinical variation in clozapine use in the United States |data=February 2014 |periódico=Psychiatric Services |número=2 |paginas=186–192 |doi=10.1176/appi.ps.201300180 |pmid=24233347 |vauthors=Stroup TS, Gerhard T, Crystal S, Huang C, Olfson M |volume=65}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Clozapine: national review of postcode prescribing |data=October 2007 |periódico=Psychiatric Bulletin |número=10 |paginas=384–387 |lingua=en |doi=10.1192/pb.bp.106.013144 |issn=0955-6036 |vauthors=Downs J, Zinkler M |volume=31 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Postcode prescribing in psychiatry |data=November 2000 |periódico=Psychiatric Bulletin |número=11 |paginas=420–422 |doi=10.1192/pb.24.11.420 |issn=0955-6036 |vauthors=Purcell H, Lewis S |volume=24 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Postcode prescribing for schizophrenia |data=April 2003 |periódico=The British Journal of Psychiatry |número=4 |paginas=281–283 |doi=10.1192/bjp.182.4.281 |pmid=12668398 |vauthors=Hayhurst KP, Brown P, Lewis SW |volume=182 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Geographical and temporal variations in clozapine prescription for schizophrenia |data=November 2012 |periódico=European Neuropsychopharmacology |número=11 |paginas=818–824 |doi=10.1016/j.euroneuro.2012.03.003 |pmid=22503785 |vauthors=Nielsen J, Røge R, Schjerning O, Sørensen HJ, Taylor D |volume=22}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Underprescribing of clozapine and unexplained variation in use across hospitals and regions in the Canadian province of Québec |data=April 2013 |periódico=Clinical Schizophrenia & Related Psychoses |número=1 |paginas=33–41 |doi=10.3371/csrp.lawy.012513 |pmid=23367500 |vauthors=Latimer E, Wynant W, Clark R, Malla A, Moodie E, Tamblyn R, Naidu A |volume=7}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://kar.kent.ac.uk/96371/1/Acta%20Psychiatr%20Scand%20-%202021%20-%20Whiskey%20-%20An%20evaluation%20of%20the%20variation%20and%20underuse%20of%20clozapine%20in%20the%20United%20Kingdom.pdf |título=An evaluation of the variation and underuse of clozapine in the United Kingdom |data=April 2021 |periódico=Acta Psychiatrica Scandinavica |número=4 |paginas=339–347 |doi=10.2139/ssrn.3716864 |pmid=33501659 |vauthors=Whiskey E, Barnard A, Oloyede E, Dzahini O, Taylor DM, Shergill SS |volume=143}}</ref> especialmente em pacientes com ascendência africana.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine underutilization and discontinuation in African Americans due to leucopenia |data=September 2007 |periódico=Schizophrenia Bulletin |número=5 |paginas=1221–1224 |doi=10.1093/schbul/sbl068 |pmc=2632351 |pmid=17170061 |vauthors=Kelly DL, Kreyenbuhl J, Dixon L, Love RC, Medoff D, Conley RR |volume=33}}</ref><ref name="Racial disparities in the use of se">{{Citar periódico |título=Racial disparities in the use of second-generation antipsychotics for the treatment of schizophrenia |data=January 2006 |periódico=Psychiatric Services |número=1 |paginas=133–136 |doi=10.1176/appi.ps.57.1.133 |pmid=16399976 |vauthors=Mallinger JB, Fisher SG, Brown T, Lamberti JS |volume=57}}</ref><ref name="Racial disparity in the use of atyp">{{Citar periódico |título=Racial disparity in the use of atypical antipsychotic medications among veterans |data=October 2003 |periódico=The American Journal of Psychiatry |número=10 |paginas=1817–1822 |doi=10.1176/appi.ajp.160.10.1817 |pmid=14514496 |vauthors=Copeland LA, Zeber JE, Valenstein M, Blow FC |volume=160}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Clozapine utilization and outcomes by race in a public mental health system: 1994-2000 |data=September 2006 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=9 |paginas=1404–1411 |doi=10.4088/jcp.v67n0911 |pmid=17017827 |numero-autores=6 |vauthors=Kelly DL, Dixon LB, Kreyenbuhl JA, Medoff D, Lehman AF, Love RC, Brown CH, Conley RR |volume=67}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=The importance of the recognition of benign ethnic neutropenia in black patients during treatment with clozapine: case reports and database study |data=June 2011 |periódico=Journal of Psychopharmacology |número=6 |paginas=842–845 |doi=10.1177/0269881110364267 |pmid=20305043 |vauthors=Whiskey E, Olofinjana O, Taylor D |volume=25}}</ref>

Verificou-se que as práticas de prescrição dos psiquiatras são a variável mais significativa em relação à variação em seu uso. Pesquisas sobre as atitudes dos psiquiatras em relação à clozapina descobriram que muitos tinham pouca experiência em seu uso, superestimaram a incidência e temiam os efeitos colaterais, e não avaliaram que muitos pacientes preferem tomar clozapina do que outros antipsicóticos, relutam em prescrevem clozapina, têm pouca experiência em seu uso e acreditam que os pacientes tratados com clozapina ficam menos satisfeitos do que os tratados com outros antipsicóticos.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine prescribing in adolescent psychiatry: survey of prescribing practice in in-patient units |data=October 2005 |periódico=Psychiatric Bulletin |número=10 |paginas=377–380 |doi=10.1192/pb.29.10.377 |vauthors=Cirulli G |volume=29}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Psychiatrists' attitude towards and knowledge of clozapine treatment |data=July 2010 |periódico=Journal of Psychopharmacology |número=7 |paginas=965–971 |doi=10.1177/0269881108100320 |pmid=19164499 |vauthors=Nielsen J, Dahm M, Lublin H, Taylor D |volume=24}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Side-effects and treatment with clozapine: a comparison between the views of consumers and their clinicians |data=February 2008 |periódico=International Journal of Mental Health Nursing |número=1 |paginas=2–8 |doi=10.1111/j.1447-0349.2007.00506.x |pmid=18211398 |vauthors=Hodge K, Jespersen S |volume=17}}</ref> Em contraste com as expectativas de muitos psiquiatras, a maioria dos pacientes acredita que os exames de sangue e outras dificuldades valem os múltiplos benefícios que percebem.<ref name="Taylor_2000">{{Citar periódico |título=Clozapine – a survey of patient perceptions |data=December 2000 |periódico=Psychiatric Bulletin |número=12 |paginas=450–452 |lingua=en |doi=10.1192/pb.24.12.450 |issn=0955-6036 |vauthors=Taylor D, Shapland L, Laverick G, Bond J, Munro J |volume=24 |doi-access=free}}</ref><ref name="Waserman 666–668">{{Citar periódico |título=Subjective experiences of clozapine treatment by patients with chronic schizophrenia |data=May 2000 |periódico=Psychiatric Services |número=5 |paginas=666–668 |doi=10.1176/appi.ps.51.5.666 |pmid=10783189 |vauthors=Waserman J, Criollo M |volume=51}}</ref> Enquanto os psiquiatras temem os efeitos adversos graves, como [[agranulocitose]], os pacientes estão mais preocupados com a hipersalivação.<ref>{{Citar periódico |url=https://qmro.qmul.ac.uk/xmlui/handle/123456789/289 |título=Patients' and relatives' assessment of clozapine treatment |data=April 2001 |periódico=Psychological Medicine |número=3 |paginas=509–517 |doi=10.1017/S0033291701003749 |pmid=11305859 |vauthors=Angermeyer MC, Löffler W, Müller P, Schulze B, Priebe S |volume=31}}</ref> A clozapina não é mais comercializada ativamente e isso também pode ser uma das explicações para sua subutilização.<ref>{{Citar periódico |título=Why Not Clozapine? |data=April 2007 |periódico=Clinical Schizophrenia & Related Psychoses |número=1 |paginas=92–95 |doi=10.3371/csrp.1.1.8 |vauthors=Kelly D, Kreyenbuhl J, Buchanan R, Malhotra A |volume=1}}</ref>

Apesar da forte evidência e do endosso universal das diretrizes de tratamento nacionais e internacionais e das experiências dos próprios pacientes, a maioria das pessoas elegíveis para a clozapina não é tratada com ela.<ref name="Taylor_2000">{{Citar periódico |título=Clozapine – a survey of patient perceptions |data=December 2000 |periódico=Psychiatric Bulletin |número=12 |paginas=450–452 |lingua=en |doi=10.1192/pb.24.12.450 |issn=0955-6036 |vauthors=Taylor D, Shapland L, Laverick G, Bond J, Munro J |volume=24 |doi-access=free}}</ref> Um grande estudo na Inglaterra descobriu que aproximadamente 30% das pessoas elegíveis para clozapina estavam sendo tratadas com ela.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine: national review of postcode prescribing |data=October 2007 |periódico=Psychiatric Bulletin |número=10 |paginas=384–387 |doi=10.1192/pb.bp.106.013144 |issn=0955-6036 |vauthors=Downs J, Zinkler M |volume=31 |doi-access=free}}</ref> Os pacientes que iniciam a clozapina geralmente enfrentam demora prolongada, múltiplos episódios de psicose e tratamentos como antipsicóticos em altas doses ou polifarmácia. Em vez de dois antipsicóticos anteriores, muitos foram expostos a dez ou mais drogas que não foram eficazes. Em um estudo com 120 pacientes realizado em quatro hospitais no sudeste de Londres, encontrou uma média de 9,2 episódios de prescrição de antipsicóticos antes do início da clozapina e o atraso médio no uso da clozapina foi de 5 anos.<ref>{{Citar periódico |título=Prior antipsychotic prescribing in patients currently receiving clozapine: a case note review |data=January 2003 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=1 |paginas=30–34 |doi=10.4088/jcp.v64n0107 |pmid=12590620 |vauthors=Taylor DM, Young C, Paton C |volume=64}}</ref> Os tratamentos que não têm base de evidências ou são considerados ativamente prejudiciais são usados em vez de tratamento múltiplo e/ou de alta dose.<ref>{{Citar periódico |título=Psychopharmacology: underuse of evidence-based treatments in psychiatry |data=November 2003 |periódico=Psychiatric Services |número=11 |paginas=1453–4, 1456 |doi=10.1176/appi.ps.54.11.1453 |pmid=14600298 |vauthors=Fayek M, Flowers C, Signorelli D, Simpson G |volume=54}}</ref>

==== Disparidade racial no uso de clozapina ====
Uma constatação geral na prestação de cuidados de saúde é que os grupos minoritários recebem tratamento inferior; esta é uma descoberta particular nos EUA.<ref>{{Citar web|url=https://www.forbes.com/sites/robertpearl/2015/03/05/healthcare-black-latino-poor/|titulo=Why Health Care Is Different If You're Black, Latino Or Poor|acessodata=2021-09-16|website=Forbes|lingua=en|numero-autores=Pearl R}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.medicalnewstoday.com/articles/racism-in-healthcare|titulo=Racism in healthcare: Statistics and examples|data=2020-09-17|acessodata=2021-09-16|website=www.medicalnewstoday.com|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK24685/|título=Stress|data=2004|editora=National Academies Press (US)|língua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://escholarship.org/uc/item/6h92v832 |título=Dissecting racial bias in an algorithm used to manage the health of populations |data=October 2019 |periódico=Science |número=6464 |paginas=447–453 |bibcode=2019Sci...366..447O |doi=10.1126/science.aax2342 |pmid=31649194 |vauthors=Obermeyer Z, Powers B, Vogeli C, Mullainathan S |volume=366}}</ref> Nos Estados Unidos, uma constatação geral é que, em comparação com seus pares brancos, os afro-americanos têm menos probabilidade de receberem antipsicóticos de segunda geração, que são mais caros do que as alternativas, e isso ficou aparente, especialmente para a clozapina, quando a comparação foi feita no [[Centro Médico de Assuntos de Veteranos|Veterans Assuntos]] do sistema médico e quando as diferenças em relação aos fatores socioeconômicos foram levadas em conta.<ref name="Racial disparities in the use of se">{{Citar periódico |título=Racial disparities in the use of second-generation antipsychotics for the treatment of schizophrenia |data=January 2006 |periódico=Psychiatric Services |número=1 |paginas=133–136 |doi=10.1176/appi.ps.57.1.133 |pmid=16399976 |vauthors=Mallinger JB, Fisher SG, Brown T, Lamberti JS |volume=57}}</ref><ref name="Racial disparity in the use of atyp">{{Citar periódico |título=Racial disparity in the use of atypical antipsychotic medications among veterans |data=October 2003 |periódico=The American Journal of Psychiatry |número=10 |paginas=1817–1822 |doi=10.1176/appi.ajp.160.10.1817 |pmid=14514496 |vauthors=Copeland LA, Zeber JE, Valenstein M, Blow FC |volume=160}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Clozapine utilization and outcomes by race in a public mental health system: 1994-2000 |data=September 2006 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=9 |paginas=1404–1411 |doi=10.4088/JCP.v67n0911 |pmid=17017827 |numero-autores=6 |vauthors=Kelly DL, Dixon LB, Kreyenbuhl JA, Medoff D, Lehman AF, Love RC, Brown CH, Conley RR |volume=67}}</ref> Além de serem menos propensos a iniciar a clozapina, os pacientes negros são mais propensos a interromper a clozapina, possivelmente devido à [[neutropenia étnica benigna]].

==== Neutropenia étnica benigna ====
Reduções benignas nos neutrófilos são observadas em indivíduos de todas as origens étnicas neutropenia étnica (BEN), neutropenia sem disfunção imunológica ou maior suscetibilidade a infecções não se deve à produção anormal de neutrófilos; embora a etiologia exata da redução das células circulantes permaneça desconhecida. A NEB está associada a vários grupos étnicos, mas em particular aqueles com ascendência negra africana e da África Ocidental.<ref>{{Citar periódico |título=Benign ethnic neutropenia |data=September 2019 |periódico=Blood Reviews |paginas=100586 |doi=10.1016/j.blre.2019.06.003 |pmc=6702066 |pmid=31255364 |vauthors=Atallah-Yunes SA, Ready A, Newburger PE |volume=37}}</ref> Uma dificuldade com o uso de clozapina é que as contagens de neutrófilos foram padronizadas em populações brancas.<ref>{{Citar periódico |título=Benign ethnic neutropenia: what is a normal absolute neutrophil count? |data=January 1999 |periódico=The Journal of Laboratory and Clinical Medicine |número=1 |paginas=15–22 |doi=10.1053/lc.1999.v133.a94931 |pmid=10385477 |vauthors=Haddy TB, Rana SR, Castro O |volume=133}}</ref> Para um número significativo de pacientes negros, os limiares padrão de contagem de neutrófilos não permitiam o uso de clozapina, pois os limiares não levavam em consideração o NEB. Desde 2002, os serviços de monitoramento de clozapina no Reino Unido têm usado intervalos de referência 0,5 × 10 <sup>9</sup> /l mais baixos para pacientes com NEB confirmada hematologicamente e ajustes semelhantes estão disponíveis nos critérios atuais dos EUA, embora com mínimos permissíveis mais baixos.<ref name="Silva 20451253211015070">{{Citar periódico |título=Clozapine re-challenge and initiation following neutropenia: a review and case series of 14 patients in a high-secure forensic hospital |data=2021-01-01 |periódico=Therapeutic Advances in Psychopharmacology |paginas=20451253211015070 |doi=10.1177/20451253211015070 |pmc=8221694 |pmid=34221348 |vauthors=Silva E, Higgins M, Hammer B, Stephenson P |volume=11}}</ref><ref name="Nielsen_2016">{{Citar periódico |título=Worldwide Differences in Regulations of Clozapine Use |data=February 2016 |periódico=CNS Drugs |número=2 |paginas=149–161 |doi=10.1007/s40263-016-0311-1 |pmid=26884144 |numero-autores=6 |vauthors=Nielsen J, Young C, Ifteni P, Kishimoto T, Xiang YT, Schulte PF, Correll CU, Taylor D |volume=30}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Clozapine, agranulocytosis, and benign ethnic neutropenia |data=September 2005 |periódico=Postgraduate Medical Journal |número=959 |paginas=545–546 |doi=10.1136/pgmj.2004.031161 |pmc=1743348 |pmid=16143678 |vauthors=Rajagopal S |volume=81}}</ref> Mas, mesmo assim, um número significativo de pacientes negros não será elegível, embora as baixas contagens de neutrófilos não reflitam a doença. O polimorfismo Duffy-Null, que protege contra alguns tipos de malária, é preditivo de NEB.<ref>{{Citar periódico |título=Reduced neutrophil count in people of African descent is due to a regulatory variant in the Duffy antigen receptor for chemokines gene |data=January 2009 |periódico=PLOS Genetics |número=1 |paginas=e1000360 |doi=10.1371/journal.pgen.1000360 |pmc=2628742 |pmid=19180233 |numero-autores=6 |vauthors=Reich D, Nalls MA, Kao WH, Akylbekova EL, Tandon A, Patterson N, Mullikin J, Hsueh WC, Cheng CY, Coresh J, Boerwinkle E, Li M, Waliszewska A, Neubauer J, Li R, Leak TS, Ekunwe L, Files JC, Hardy CL, Zmuda JM, Taylor HA, Ziv E, Harris TB, Wilson JG |volume=5}}</ref>

== Efeitos adversos ==
A clozapina pode causar efeitos adversos graves e potencialmente fatais. A clozapina carrega cinco [[Aviso em caixa|advertências de caixa preta]], incluindo (1) [[neutropenia]] grave (baixos níveis de neutrófilos), (2) [[Hipotensão postural|hipotensão ortostática]] (pressão arterial baixa ao mudar de posição), incluindo [[Bradicardia|batimentos cardíacos lentos]] e [[Síncope (medicina)|desmaios]], (3) convulsões, (4) [[miocardite]] (inflamação do coração) e (5) risco de morte quando usado em idosos com psicose relacionada à demência. A diminuição do [[Limite de convulsão|limiar convulsivo]] pode estar relacionada com a dose. Aumentar a dose lentamente pode diminuir o risco de convulsões e hipotensão ortostática.<ref name="MCQ">{{Citar web|url=https://sites.google.com/site/pharmacologymcqs/clozapine-clozaril|titulo=Clozapine|website=Pharmacology: MCQs|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131110214051/https://sites.google.com/site/pharmacologymcqs/clozapine-clozaril|arquivodata=10 November 2013|urlmorta=live|via=Google Sites}}</ref>

Os efeitos comuns incluem [[Obstipação|constipação]], [[babando|enurese]] noturna, baba noturna, [[Dor muscular tardia|rigidez muscular]], [[sedação]], [[Tremor|tremores]], hipotensão ortostática, alto nível de açúcar no sangue e [[ganho de peso]]. O risco de desenvolver [[sintomas extrapiramidais]], como [[discinesia tardia]], é inferior ao dos antipsicóticos típicos; isso pode ser devido aos efeitos anticolinérgicos da clozapina. Os sintomas extrapiramidais podem diminuir um pouco depois que uma pessoa muda de outro antipsicótico para a clozapina.<ref name="MCQ">{{Citar web|url=https://sites.google.com/site/pharmacologymcqs/clozapine-clozaril|titulo=Clozapine|website=Pharmacology: MCQs|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131110214051/https://sites.google.com/site/pharmacologymcqs/clozapine-clozaril|arquivodata=10 November 2013|urlmorta=live|via=Google Sites}}</ref> Problemas sexuais, como [[ejaculação retrógrada]], foram relatados durante o uso de clozapina. Efeitos adversos raros incluem edema periorbital.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine Associated Periorbital Edema in First Episode Psychosis: A Case Report of a Rare Adverse Effect in Treatment-Resistant Schizophrenia |data=September 2022 |periódico=Journal of Clinical Psychopharmacology |número=6 |paginas=594–596 |doi=10.1097/JCP.0000000000001600 |pmid=36066404 |vauthors=Teodoro T, Nogueira V, Aldeias J, Teles Martins M, Salgado J |volume=42}}</ref> Apesar do risco de numerosos efeitos colaterais, muitos efeitos colaterais podem ser controlados enquanto se continua a tomar a clozapina.<ref>{{Citar periódico |título=Termination of clozapine treatment due to medical reasons: when is it warranted and how can it be avoided? |data=June 2013 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=6 |paginas=603–13; quiz 613 |doi=10.4088/JCP.12r08064 |pmid=23842012 |vauthors=Nielsen J, Correll CU, Manu P, Kane JM |volume=74}}</ref>

=== Neutropenia e agranulocitose ===
[[Neutropenia]] Induzida por Clozapina (NIC) ocorre em aproximadamente 3,8% dos casos e [[Agranulocitose]] Induzida por Clozapina (CIA) em 0,4%.<ref name="Myles_2018" /> Estes são efeitos colaterais potencialmente graves e agranulocitose pode resultar em morte. Para mitigar esse risco, a clozapina é usada apenas com monitoramento obrigatório da [[contagem absoluta de neutrófilos]] (CAN) (os neutrófilos são os granulócitos mais abundantes); por exemplo, nos Estados Unidos, a Estratégia de Avaliação e Mitigação de Riscos (REMS).<ref>{{Citar web|url=https://www.clozapinerems.com/CpmgClozapineUI/rems/pdf/resources/Clozapine_REMS_Guide_Patients_Caregivers.pdf|titulo=A Guide for Patients and Caregivers: What You Need to Know About Clozapine and Neutropenia|acessodata=14 September 2021|website=Clozapine REMS|publicado=Clozapine REMS Program|arquivourl=https://web.archive.org/web/20171222184248/https://www.clozapinerems.com/CpmgClozapineUI/rems/pdf/resources/Clozapine_REMS_Guide_Patients_Caregivers.pdf|arquivodata=2017-12-22|urlmorta=live}}</ref> Os horários exatos e os limiares de hemograma variam internacionalmente<ref name="Nielsen_2016">{{Citar periódico |título=Worldwide Differences in Regulations of Clozapine Use |data=February 2016 |periódico=CNS Drugs |número=2 |paginas=149–161 |doi=10.1007/s40263-016-0311-1 |pmid=26884144 |numero-autores=6 |vauthors=Nielsen J, Young C, Ifteni P, Kishimoto T, Xiang YT, Schulte PF, Correll CU, Taylor D |volume=30}}</ref> e os limiares nos quais a clozapina pode ser usada nos EUA têm sido mais baixos do que os atualmente usados no Reino Unido e na Austrália por algum tempo.<ref>{{Citar periódico |url=https://kclpure.kcl.ac.uk/portal/en/publications/need-to-bleed(f1dea2eb-0cc6-452b-acab-84e047cb6554).html |título=Need to bleed? Clozapine haematological monitoring approaches a time for change |data=September 2019 |periódico=International Clinical Psychopharmacology |número=5 |paginas=264–268 |doi=10.1097/yic.0000000000000258 |pmid=30882426 |numero-autores=6 |vauthors=Whiskey E, Dzahini O, Ramsay R, O'Flynn D, Mijovic A, Gaughran F, MacCabe J, Shergill S, Taylor D |volume=34}}</ref> A eficácia das estratégias de gerenciamento de risco usadas é tal que as mortes por esses efeitos colaterais são muito raras, ocorrendo em aproximadamente 1 em 7.700 pacientes tratados.<ref name="Li_2020">{{Citar periódico |título=The prevalence of agranulocytosis and related death in clozapine-treated patients: a comprehensive meta-analysis of observational studies |data=March 2020 |periódico=Psychological Medicine |número=4 |paginas=583–594 |doi=10.1017/S0033291719000369 |pmid=30857568 |numero-autores=6 |vauthors=Li XH, Zhong XM, Lu L, Zheng W, Wang SB, Rao WW, Wang S, Ng CH, Ungvari GS, Wang G, Xiang YT |volume=50}}</ref> Quase todas as reações adversas no sangue ocorrem no primeiro ano de tratamento e a maioria nas primeiras 18 semanas.<ref name="Myles_2018" /> Após um ano de tratamento, esses riscos diminuem acentuadamente em relação aos observados em outras drogas antipsicóticas 0,01% ou cerca de 1 em 10.000 e o risco de morte é acentuadamente menor ainda.<ref name="Li_2020" /> Quando são observadas reduções nos níveis de neutrófilos no monitoramento regular do sangue, dependendo do valor, o monitoramento pode ser aumentado ou, se a contagem de neutrófilos for suficientemente baixa, a clozapina é interrompida imediatamente e não pode mais ser usada dentro da licença médica. A interrupção da clozapina quase sempre resulta na resolução da redução de neutrófilos.<ref name="Myles_2018">{{Citar periódico |título=Meta-analysis examining the epidemiology of clozapine-associated neutropenia |data=August 2018 |periódico=Acta Psychiatrica Scandinavica |número=2 |paginas=101–109 |doi=10.1111/acps.12898 |pmid=29786829 |numero-autores=6 |vauthors=Myles N, Myles H, Xia S, Large M, Kisely S, Galletly C, Bird R, Siskind D |volume=138}}</ref><ref name="Li_2020">{{Citar periódico |título=The prevalence of agranulocytosis and related death in clozapine-treated patients: a comprehensive meta-analysis of observational studies |data=March 2020 |periódico=Psychological Medicine |número=4 |paginas=583–594 |doi=10.1017/S0033291719000369 |pmid=30857568 |numero-autores=6 |vauthors=Li XH, Zhong XM, Lu L, Zheng W, Wang SB, Rao WW, Wang S, Ng CH, Ungvari GS, Wang G, Xiang YT |volume=50}}<cite class="citation journal cs1" data-ve-ignore="true" id="CITEREFLiZhongLuZheng2020">Li XH, Zhong XM, Lu L, Zheng W, Wang SB, Rao WW, et&nbsp;al. (March 2020). "The prevalence of agranulocytosis and related death in clozapine-treated patients: a comprehensive meta-analysis of observational studies". ''Psychological Medicine''. '''50''' (4): 583–594. [[Digital object identifier|doi]]:[[doi:10.1017/S0033291719000369|10.1017/S0033291719000369]]. [[PubMed|PMID]]&nbsp;[https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30857568 30857568]. [[Semantic Scholar|S2CID]]&nbsp;[https://api.semanticscholar.org/CorpusID:75137940 75137940].</cite></ref> No entanto, agranulocitose grave pode resultar em infecção espontânea e morte, é uma diminuição severa na quantidade de um tipo específico de [[Leucócito|glóbulo branco]] chamado [[Granulócito|granulócitos]]. A clozapina carrega um [[Aviso em caixa|aviso de caixa preta]] para agranulocitose induzida por drogas. Os [[Teste no ponto de atendimento|testes rápidos no local de atendimento]] podem simplificar o monitoramento da agranulocitose.<ref name="pmid31692521">{{Citar periódico |título=Development of point-of-care testing devices to improve clozapine prescribing habits and patient outcomes |data=2019 |periódico=Neuropsychiatric Disease and Treatment |paginas=2365–2370 |doi=10.2147/NDT.S216803 |pmc=6708436 |pmid=31692521 |vauthors=Kalaria SN, Kelly DL |volume=15}}</ref>

==== Reintrodução da clozapina ====
Um "reinício" da clozapina é quando alguém que experimentou agranulocitose enquanto tomava clozapina começa a tomar a medicação novamente. Em países nos quais os limiares de neutrófilos são mais altos do que os usados nos EUA, uma abordagem simples é, se a CAN mais baixa estiver acima do corte dos EUA, reintroduzir a clozapina, mas com o regime de monitoramento dos EUA. Isso foi demonstrado em uma grande coorte de pacientes em um hospital em Londres, no qual se descobriu que de 115 pacientes que tiveram a clozapina interrompida de acordo com os critérios dos EUA, apenas 7 teriam interrompido a clozapina se os cortes dos EUA tivessem sido usados. Destes 62 foram reexplicados, 59 continuaram a usar a clozapina sem dificuldade e apenas 1 teve queda de neutrófilos abaixo do corte do US. <ref name="There Is Life After the UK Clozapin">{{Citar periódico |título=There Is Life After the UK Clozapine Central Non-Rechallenge Database |data=July 2021 |periódico=Schizophrenia Bulletin |número=4 |paginas=1088–1098 |doi=10.1093/schbul/sbab006 |pmc=8266568 |pmid=33543755 |numero-autores=6 |vauthors=Oloyede E, Casetta C, Dzahini O, Segev A, Gaughran F, Shergill S, Mijovic A, Helthuis M, Whiskey E, MacCabe JH, Taylor D |volume=47}}</ref> Outras abordagens incluíram o uso de outras drogas para apoiar a contagem de neutrófilos, incluindo [[Sal de lítio|lítio]] ou [[Granulokine|fator estimulante de colônias de granulócitos]] (G-CSF). No entanto, se agranulocitose ainda ocorrer durante um novo desafio, as opções alternativas são limitadas.<ref name="Myles">{{Citar periódico |título=Use of granulocyte-colony stimulating factor to prevent recurrent clozapine-induced neutropenia on drug rechallenge: A systematic review of the literature and clinical recommendations |data=October 2017 |periódico=The Australian and New Zealand Journal of Psychiatry |número=10 |paginas=980–989 |doi=10.1177/0004867417720516 |pmid=28747065 |vauthors=Myles N, Myles H, Clark SR, Bird R, Siskind D |volume=51 |doi-access=free}}</ref><ref name="LallyJ">{{Citar periódico |url=https://kclpure.kcl.ac.uk/portal/en/publications/the-use-of-granulocyte-colonystimulating-factor-in-clozapine-rechallenge(123168da-3735-4007-886f-6087bef72040).html |título=The Use of Granulocyte Colony-Stimulating Factor in Clozapine Rechallenge: A Systematic Review |data=October 2017 |periódico=Journal of Clinical Psychopharmacology |número=5 |paginas=600–604 |doi=10.1097/JCP.0000000000000767 |pmid=28817489 |numero-autores=6 |vauthors=Lally J, Malik S, Krivoy A, Whiskey E, Taylor DM, Gaughran FP, Flanagan RJ, Mijovic A, MacCabe JH |volume=37}}</ref>

=== Toxicidade cardíaca ===
A clozapina raramente pode causar [[miocardite]] e [[cardiomiopatia]]. Uma grande metanálise da exposição à clozapina em mais de 250.000 pessoas revelou que isso ocorreu em aproximadamente 7 em 1.000 pacientes tratados e resultou em morte em 3 e 4 em 10.000 pacientes expostos, respectivamente, e embora a miocardite tenha ocorrido quase exclusivamente nas primeiras 8 semanas de tratamento, cardiomiopatia pode ocorrer muito mais tarde.<ref>{{Citar periódico |título=Systematic review and meta-analysis of rates of clozapine-associated myocarditis and cardiomyopathy |data=May 2020 |periódico=The Australian and New Zealand Journal of Psychiatry |número=5 |paginas=467–481 |doi=10.1177/0004867419898760 |pmid=31957459 |vauthors=Siskind D, Sidhu A, Cross J, Chua YT, Myles N, Cohen D, Kisely S |volume=54}}</ref> As primeiras manifestações da doença são febre, que pode ser acompanhada por sintomas associados a infecções do trato respiratório superior, gastrointestinal ou urinário. Tipicamente, a [[Proteína c-reativa|proteína C-reativa]] (PCR) aumenta com o início da febre e o aumento da enzima cardíaca, [[troponina]], ocorre até 5 dias depois. As diretrizes de monitoramento aconselham a verificação da PCR e da troponina no início e semanalmente durante as primeiras 4 semanas após o início da clozapina e a observação do paciente quanto a sinais e sintomas da doença.<ref>{{Citar periódico |título=A new monitoring protocol for clozapine-induced myocarditis based on an analysis of 75 cases and 94 controls |data=June 2011 |periódico=The Australian and New Zealand Journal of Psychiatry |número=6 |paginas=458–465 |doi=10.3109/00048674.2011.572852 |pmid=21524186 |vauthors=Ronaldson KJ, Fitzgerald PB, Taylor AJ, Topliss DJ, McNeil JJ |volume=45}}</ref> Sinais de [[insuficiência cardíaca]] são menos comuns e podem se desenvolver com o aumento da troponina. Um estudo de caso-controle recente descobriu que o risco de miocardite induzida por clozapina aumenta com o aumento da taxa de titulação da dose de clozapina, aumento da idade e valproato de sódio concomitante.<ref>{{Citar periódico |título=Rapid clozapine dose titration and concomitant sodium valproate increase the risk of myocarditis with clozapine: a case-control study |data=November 2012 |periódico=Schizophrenia Research |número=2–3 |paginas=173–178 |doi=10.1016/j.schres.2012.08.018 |pmid=23010488 |vauthors=Ronaldson KJ, Fitzgerald PB, Taylor AJ, Topliss DJ, Wolfe R, McNeil JJ |volume=141}}</ref> Um grande estudo de registro eletrônico de saúde revelou que quase 90% dos casos de suspeita de miocardite relacionada à clozapina são falsos positivos.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine-induced myocarditis: electronic health register analysis of incidence, timing, clinical markers and diagnostic accuracy |data=December 2021 |periódico=The British Journal of Psychiatry |número=6 |paginas=644–651 |doi=10.1192/bjp.2021.58 |pmc=8636612 |pmid=35048875 |numero-autores=6 |vauthors=Segev A, Iqbal E, McDonagh TA, Casetta C, Oloyede E, Piper S, Plymen CM, MacCabe JH |volume=219}}</ref> A reexposição após miocardite induzida por clozapina foi realizada e um protocolo para esta abordagem especializada foi publicado.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine-Associated Myocarditis: A Protocol for Monitoring Upon Clozapine Initiation and Recommendations for How to Conduct a Clozapine Rechallenge |data=March 2021 |periódico=Journal of Clinical Psychopharmacology |número=2 |paginas=180–185 |doi=10.1097/JCP.0000000000001358 |pmid=33587399 |vauthors=Griffin JM, Woznica E, Gilotra NA, Nucifora FC |volume=41}}</ref> Uma revisão sistemática de reintrodução após miocardite mostrou sucesso em mais de 60% dos casos relatados.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine-induced myocarditis and patient outcomes after drug rechallenge following myocarditis: A systematic case review |data=November 2021 |periódico=Psychiatry Research |paginas=114247 |doi=10.1101/2021.09.03.21263094 |pmid=34715441 |vauthors=Richardson N, Greenway SC, Bousman CA |volume=305}}</ref>

=== Hipomotilidade gastrointestinal ===
Outro espectro de efeitos subestimados e potencialmente fatais é a hipomotilidade gastrointestinal, que pode se manifestar como [[Obstipação|constipação]] grave, [[impactação fecal]], [[Íleo paralítico|íleo]] paralítico, [[obstrução intestinal]], megacólon agudo, [[isquemia]] ou [[necrose]] . <ref>{{Citar periódico |título=Life-threatening clozapine-induced gastrointestinal hypomotility: an analysis of 102 cases |data=May 2008 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=5 |paginas=759–768 |doi=10.4088/JCP.v69n0509 |pmid=18452342 |vauthors=Palmer SE, McLean RM, Ellis PM, Harrison-Woolrych M |volume=69}}</ref> Foi demonstrado que a hipomotilidade colônica ocorre em até 80% das pessoas com prescrição de clozapina quando a função [[Tubo digestivo|gastrointestinal]] é medida objetivamente usando marcadores [[Radiodensidade|radiopacos]].<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine-treated Patients Have Marked Gastrointestinal Hypomotility, the Probable Basis of Life-threatening Gastrointestinal Complications: A Cross Sectional Study |data=March 2016 |periódico=EBioMedicine |paginas=125–134 |doi=10.1016/j.ebiom.2016.02.020 |pmc=4816835 |pmid=27077119 |vauthors=Every-Palmer S, Nowitz M, Stanley J, Grant E, Huthwaite M, Dunn H, Ellis PM |volume=5}}</ref> A hipomotilidade gastrointestinal induzida pela clozapina atualmente tem uma taxa de mortalidade mais alta do que o efeito colateral mais conhecido da agranulocitose.<ref>{{Citar periódico |título=Beyond white blood cell monitoring: screening in the initial phase of clozapine therapy |data=October 2012 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=10 |paginas=1307–1312 |doi=10.4088/JCP.11r06977 |pmid=23140648 |vauthors=Cohen D, Bogers JP, van Dijk D, Bakker B, Schulte PF |volume=73}}</ref> Uma [[Colaboração Cochrane|revisão da Cochrane]] encontrou poucas evidências para ajudar a orientar as decisões sobre o melhor tratamento para hipomotilidade gastrointestinal causada por clozapina e outros medicamentos [[Antipsicótico|antipsicóticos]].<ref>{{Citar periódico |título=Pharmacological treatment for antipsychotic-related constipation |data=January 2017 |periódico=The Cochrane Database of Systematic Reviews |número=1 |paginas=CD011128 |doi=10.1002/14651858.CD011128.pub2 |pmc=6465073 |pmid=28116777 |vauthors=Every-Palmer S, Newton-Howes G, Clarke MJ |volume=1}}</ref> O monitoramento da função intestinal e o uso preventivo de [[Laxante|laxantes]] para todas as pessoas tratadas com clozapina demonstraram melhorar o tempo de trânsito colônico e reduzir sequelas graves.<ref>{{Citar periódico |título=The Porirua Protocol in the Treatment of Clozapine-Induced Gastrointestinal Hypomotility and Constipation: A Pre- and Post-Treatment Study |data=January 2017 |periódico=CNS Drugs |número=1 |paginas=75–85 |doi=10.1007/s40263-016-0391-y |pmid=27826741 |vauthors=Every-Palmer S, Ellis PM, Nowitz M, Stanley J, Grant E, Huthwaite M, Dunn H |volume=31}}</ref>

=== Hipersalivação ===
A hipersalivação, ou produção excessiva de saliva, é um dos efeitos adversos mais comuns da clozapina (30-80%).<ref name="Syed Cochrane 2008" /> A produção de saliva é especialmente incômoda à noite e logo pela manhã, pois a imobilidade do sono impede a eliminação normal da saliva pela deglutição que ocorre ao longo do dia.<ref name="Syed Cochrane 2008" /> Enquanto a clozapina é um antagonista [[Recetor muscarínico|muscarínico]] nos receptores [[CHRM1|M1]], [[CHRM2|M2]], [[CHRM3|M3]] e [[CHRM5|M5]], a clozapina é um agonista total no subgrupo [[CHRM4|M4]]. Como o M4 é altamente expresso na [[glândula salivar]], acredita-se que sua atividade agonista do M4 seja responsável pela hipersalivação.<ref>{{Citar web|url=http://www.medscape.com/viewarticle/409612_2|titulo=Treatment of Clozapine-Induced Sialorrhea|acessodata=8 February 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120209042338/http://www.medscape.com/viewarticle/409612_2|arquivodata=9 February 2012|urlmorta=live}}</ref> A hipersalivação induzida pela clozapina é provavelmente um fenômeno relacionado à dose e tende a piorar no início da medicação.<ref name="Syed Cochrane 2008" /> Além de diminuir a dose ou retardar a titulação inicial da dose, outras intervenções que mostraram algum benefício incluem medicamentos anticolinérgicos de absorção sistêmica, como [[Escopolamina|hioscina]],<ref>{{Citar periódico |url=https://kclpure.kcl.ac.uk/portal/en/publications/hyoscine-for-clozapineinduced-hypersalivation(0575f794-ce85-4b57-81aa-14fb64045b3c).html |título=Hyoscine for clozapine-induced hypersalivation: a double-blind, randomized, placebo-controlled cross-over trial |data=March 2019 |periódico=International Clinical Psychopharmacology |número=2 |paginas=101–107 |doi=10.1097/YIC.0000000000000251 |pmid=30614850 |vauthors=Segev A, Evans A, Hodsoll J, Whiskey E, Sheriff RS, Shergill S, MacCabe JH |volume=34}}</ref> [[difenidramina]]<ref name="Syed Cochrane 2008">{{Citar periódico |título=Pharmacological interventions for clozapine-induced hypersalivation |data=July 2008 |periódico=The Cochrane Database of Systematic Reviews |número=3 |paginas=CD005579 |doi=10.1002/14651858.CD005579.pub2 |pmc=4160791 |pmid=18646130 |vauthors=Syed R, Au K, Cahill C, Duggan L, He Y, Udu V, Xia J}}</ref> e medicamentos anticolinérgicos tópicos, como [[Ipratrópio|brometo de ipratrópio]].<ref name="Bird et al 2011 Review" /> A hipersalivação leve pode ser controlada dormindo com uma toalha sobre o travesseiro à noite.<ref name="Bird et al 2011 Review">{{Citar periódico |título=Current treatment strategies for clozapine-induced sialorrhea |data=May 2011 |periódico=The Annals of Pharmacotherapy |número=5 |paginas=667–675 |doi=10.1345/aph.1P761 |pmid=21540404 |vauthors=Bird AM, Smith TL, Walton AE |volume=45}}</ref>

=== Sistema nervoso central ===
Os efeitos colaterais do SNC incluem [[sonolência]], [[vertigem]], [[Cefaleia|dor de cabeça]], [[tremor]], [[Síncope (medicina)|síncope]], [[Perturbação do sono|distúrbios do sono]], [[Pesadelo|pesadelos]], inquietação, [[Hipocinesia|acinesia]], [[Agitação psicomotora|agitação]], [[Crise epiléptica|convulsões]], [[Espasticidade|rigidez]], [[acatisia]], [[Confusão mental|confusão]], [[fadiga]], [[insônia]], [[hipercinesia]], [[Astenia|fraqueza]], [[letargia]], [[ataxia]], [[Disartria|fala arrastada]], [[Depressão (humor)|depressão]], [[Mioclonia|espasmos mioclônicos]] e [[ansiedade]]. Raramente observados são [[Delírio|delírios]], [[Alucinação|alucinações]], [[Delirium|delírio]], [[amnésia]], aumento ou diminuição [[Libido|da libido]], [[Paranoia|paranóia]] e [[irritabilidade]], [[Eletroencefalografia|EEG anormal]], piora da [[psicose]], [[parestesia]], [[Estado de mal epilético|estado de mal epiléptico]] e [[Transtorno obsessivo-compulsivo|sintomas obsessivo-compulsivos]]. Semelhante a outros [[Antipsicótico|antipsicóticos,]] a clozapina raramente causa [[síndrome neuroléptica maligna]] .<ref>{{Citar web|url=https://www.rxlist.com/script/main/notfoundstatic.asp?refurl=/cgi/generic/clozapine_ad.htm|titulo=ClozarilSide Effects & Drug Interactions|acessodata=4 June 2020|website=RxList|arquivourl=https://web.archive.org/web/20071104074526/http://www.rxlist.com/cgi/generic/clozapine_ad.htm|arquivodata=4 November 2007|urlmorta=dead}}</ref>

=== Incontinência urinaria ===
A clozapina está ligada à [[incontinência urinária]],<ref name="Raja">{{Citar periódico |título=Clozapine safety, 35 years later |data=July 2011 |periódico=Current Drug Safety |número=3 |paginas=164–184 |doi=10.2174/157488611797579230 |pmid=22122392 |vauthors=Raja M |volume=6}}</ref> embora sua aparência possa ser subestimada.<ref>{{Citar periódico |título=Nocturnal enuresis with antipsychotic medication |data=January 2012 |periódico=The British Journal of Psychiatry |número=1 |paginas=7–9 |doi=10.1192/bjp.bp.111.095737 |pmid=22215862 |vauthors=Barnes TR, Drake MJ, Paton C |volume=200 |doi-access=free}}</ref>

=== Retirada ===
A retirada abrupta pode levar a [[Efeito rebote|efeitos rebote]] [[colinérgico|colinérgicos]], como indigestão, diarreia, náuseas/vômitos, superabundância de saliva, sudorese profusa, insônia e agitação.<ref>{{Citar periódico |título=Serotonin syndrome associated with clozapine withdrawal |data=August 2013 |periódico=JAMA Neurology |número=8 |paginas=1054–1055 |doi=10.1001/jamaneurol.2013.95 |pmid=23753931 |vauthors=Stevenson E, Schembri F, Green DM, Burns JD |volume=70 |doi-access=free}}</ref> A abstinência abrupta também pode causar distúrbios motores graves, catatonia e psicose.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine-withdrawal catatonia |data=July 2010 |periódico=Psychosomatics |número=4 |paginas=355–355.e2 |doi=10.1176/appi.psy.51.4.355 |pmid=20587767 |vauthors=Wadekar M, Syed S |volume=51}}</ref> Os médicos recomendaram que os pacientes, familiares e cuidadores sejam informados sobre os sintomas e riscos da retirada abrupta da clozapina. Ao descontinuar a clozapina, recomenda-se a redução gradual da dose para reduzir a intensidade dos efeitos da abstinência.<ref name="Ahmed-1998">{{Citar periódico |título=Clozapine withdrawal-emergent dystonias and dyskinesias: a case series |data=September 1998 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=9 |paginas=472–477 |doi=10.4088/JCP.v59n0906 |pmid=9771818 |vauthors=Ahmed S, Chengappa KN, Naidu VR, Baker RW, Parepally H, Schooler NR |volume=59}}</ref><ref name="Szafrański-">{{Citar periódico |título=[Clozapine withdrawal. A review] |periódico=Psychiatria Polska |número=1 |ano=1999 |paginas=51–67 |pmid=10786215 |vauthors=Szafrański T, Gmurkowski K |volume=33}}</ref>

=== Ganho de peso e diabetes ===
Além da [[hiperglicemia]], o [[ganho de peso]] significativo é frequentemente experimentado por pacientes tratados com clozapina.<ref>{{Citar periódico |título=Novel antipsychotics: comparison of weight gain liabilities |data=June 1999 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=6 |paginas=358–363 |doi=10.4088/JCP.v60n0602 |pmid=10401912 |numero-autores=6 |vauthors=Wirshing DA, Wirshing WC, Kysar L, Berisford MA, Goldstein D, Pashdag J, Mintz J, Marder SR |volume=60}}</ref> Demonstrou-se que o metabolismo prejudicado da glicose e a [[obesidade]] são constituintes da [[síndrome metabólica]] e podem aumentar o risco de [[doença cardiovascular]]. Os dados sugerem que a clozapina pode ter maior probabilidade de causar efeitos metabólicos adversos do que alguns dos outros [[Antipsicótico atípico|antipsicóticos atípicos]].<ref name="pmid17848919">{{Citar periódico |título=Atypical antipsychotic-induced metabolic side effects: insights from receptor-binding profiles |data=January 2008 |periódico=Molecular Psychiatry |número=1 |paginas=27–35 |doi=10.1038/sj.mp.4002066 |pmid=17848919 |vauthors=Nasrallah HA |volume=13}}</ref> Para as pessoas que ganham peso por causa da clozapina, tomar [[metformina]] pode melhorar três dos cinco componentes da síndrome metabólica: circunferência da cintura, glicose em jejum e triglicerídeos em jejum.<ref>{{Citar periódico |título=Metformin for Clozapine Associated Obesity: A Systematic Review and Meta-Analysis |data=2016-06-15 |periódico=PLOS ONE |número=6 |paginas=e0156208 |bibcode=2016PLoSO..1156208S |doi=10.1371/journal.pone.0156208 |pmc=4909277 |pmid=27304831 |vauthors=Siskind DJ, Leung J, Russell AW, Wysoczanski D, Kisely S |volume=11 |doi-access=free}}</ref>

=== Pneumonia ===
Bancos de dados internacionais de efeitos adversos de medicamentos indicam que o uso de clozapina está associado a um aumento significativo na incidência e morte por pneumonia e esse pode ser um dos eventos adversos mais significativos.<ref>{{Citar periódico |título=Data From the World Health Organization's Pharmacovigilance Database Supports the Prominent Role of Pneumonia in Mortality Associated With Clozapine Adverse Drug Reactions |data=January 2020 |periódico=Schizophrenia Bulletin |número=1 |paginas=1–3 |doi=10.1093/schbul/sbz093 |pmc=6942151 |pmid=31901099 |vauthors=De Leon J, Sanz EJ, De Las Cuevas C |volume=46}}</ref> Os mecanismos para isso são desconhecidos, embora se especule que possa estar relacionado à hipersalivação, efeitos imunológicos dos efeitos da clozapina na resolução da inflamação.<ref>{{Citar periódico |título=Clozapine is associated with secondary antibody deficiency |data=September 2018 |periódico=The British Journal of Psychiatry |número=2 |paginas=83–89 |doi=10.1192/bjp.2018.152 |pmc=6429246 |pmid=30259827 |numero-autores=6 |vauthors=Ponsford M, Castle D, Tahir T, Robinson R, Wade W, Steven R, Bramhall K, Moody M, Carne E, Ford C, Farewell D, Williams P, El-Shanawany T, Jolles S |volume=214}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=A Working Hypothesis Regarding Identical Pathomechanisms between Clinical Efficacy and Adverse Reaction of Clozapine via the Activation of Connexin43 |data=September 2020 |periódico=International Journal of Molecular Sciences |número=19 |paginas=7019 |doi=10.3390/ijms21197019 |pmc=7583770 |pmid=32987640 |vauthors=Okada M, Fukuyama K, Shiroyama T, Murata M |volume=21 |doi-access=free}}</ref>

=== Overdose ===
Os sintomas de overdose podem ser variáveis, mas geralmente incluem; [[sedação]], [[Confusão mental|confusão]], [[taquicardia]], [[Crise epiléptica|convulsões]] e [[ataxia]]. Fatalidades foram relatadas devido à overdose de clozapina, embora overdoses superiores a 5.000&nbsp;mg sobreviveram.<ref name="Keck et al">{{Citar periódico |título=Clinical pharmacodynamics and pharmacokinetics of antimanic and mood-stabilizing medications |data=2002 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=Suppl 4 |paginas=3–11 |pmid=11913673 |vauthors=Keck PE, McElroy SL |volume=63}}</ref><ref name="pmid9754851">{{Citar periódico |título=Acute clozapine overdose: plasma concentration and outcome |data=July 1998 |periódico=Pharmacopsychiatry |número=4 |paginas=149–151 |doi=10.1055/s-2007-979318 |pmid=9754851 |vauthors=Broich K, Heinrich S, Marneros A |volume=31}}</ref>

== Interações medicamentosas ==
A [[fluvoxamina]] inibe o metabolismo da clozapina levando a um aumento significativo dos níveis sanguíneos de clozapina.<ref>{{Citar periódico |título=Selective serotonin reuptake inhibitors and CNS drug interactions. A critical review of the evidence |data=December 1997 |periódico=Clinical Pharmacokinetics |número=6 |paginas=454–471 |doi=10.2165/00003088-199733060-00004 |pmid=9435993 |vauthors=Sproule BA, Naranjo CA, Brenmer KE, Hassan PC |volume=33}}</ref>

Quando a [[carbamazepina]] é usada concomitantemente com a clozapina, demonstrou diminuir significativamente os níveis plasmáticos de clozapina, diminuindo assim os efeitos benéficos da clozapina.<ref>{{Citar periódico |título=Carbamazepine-induced changes in plasma levels of neuroleptics |data=January 1995 |periódico=Pharmacopsychiatry |número=1 |paginas=26–28 |doi=10.1055/s-2007-979584 |pmid=7746842 |vauthors=Tiihonen J, Vartiainen H, Hakola P |volume=28}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Interactions between antiepileptic and antipsychotic drugs |periódico=Drug Safety |número=2 |ano=2006 |paginas=95–118 |doi=10.2165/00002018-200629020-00001 |pmid=16454538 |vauthors=Besag FM, Berry D |volume=29}}</ref> Os pacientes devem ser monitorados quanto à "diminuição dos efeitos terapêuticos da clozapina se a carbamazepina" for iniciada ou aumentada. Se a carbamazepina for descontinuada ou a dose de [[carbamazepina]] for diminuída, os efeitos terapêuticos da clozapina devem ser monitorados. O estudo recomenda que [[Carbamazepina|a carbamazepina]] não seja usada concomitantemente com a clozapina devido ao risco aumentado de [[agranulocitose]].<ref>{{Citar periódico |título=Fluvoxamine inhibition and carbamazepine induction of the metabolism of clozapine: evidence from a therapeutic drug monitoring service |data=August 1994 |periódico=Therapeutic Drug Monitoring |número=4 |paginas=368–374 |doi=10.1097/00007691-199408000-00006 |pmid=7974626 |vauthors=Jerling M, Lindström L, Bondesson U, Bertilsson L |volume=16}}</ref>

A [[ciprofloxacina]] é um inibidor do [[CYP1A2]] e a clozapina é o principal substrato do CYP1A2. Um estudo randomizado relatou elevação na concentração de clozapina em indivíduos tomando [[Ciprofloxacina|ciprofloxacino]] concomitantemente.<ref>{{Citar periódico |título=Ciprofloxacin increases serum clozapine and N-desmethylclozapine: a study in patients with schizophrenia |data=November 2000 |periódico=European Journal of Clinical Pharmacology |número=8 |paginas=585–589 |doi=10.1007/s002280000192 |pmid=11151749 |vauthors=Raaska K, Neuvonen PJ |volume=56}}</ref> Assim, as informações de prescrição para clozapina recomendam "reduzir a dose de clozapina em um terço da dose original" quando a [[ciprofloxacina]] e outros inibidores da [[CYP1A2]] são adicionados à terapia, mas uma vez que a [[ciprofloxacina]] é removida da terapia, recomenda-se retornar a clozapina à dose original.<ref>Prescribing information. Clozaril (clozapine). East Hanover, NJ: Novartis Pharmaceuticals Corporation, September 2014.</ref>

== Farmacologia ==

=== Farmacodinâmica ===
{| class="wikitable floatright" style="font-size:small;"
|+{{Nowrap|Ligações de clozapina e norclozapina}}<ref name="PDSP" /><ref name="PDSP-2" />
!Protein
!{{Abbr|CZP|Clozapine}} [[Afinidade de ligação|K<sub>i</sub>]] ({{Abbr|nM|nanomolar}})
!{{Abbrlink|NDMC|N-Desmethylclozapine}} [[Afinidade de ligação|K<sub>i</sub>]] ({{Abbr|nM|nanomolar}})
|-
|[[Receptor 5-HT1A|5-HT<sub>1A</sub>]]
|123.7
|13.9
|-
|5-HT<nowiki><sub id="mwAw0">1B</sub></nowiki>
|519
|406.8
|-
|5-HT<nowiki><sub id="mwAxM">1D</sub></nowiki>
|1,356
|476.2
|-
|[[Receptor 5-HT2A|5-HT<sub>2A</sub>]]
|5.35
|10.9
|-
|5-HT<nowiki><sub id="mwAx8">2B</sub></nowiki>
|8.37
|2.8
|-
|[[Receptor 5-HT2C|5-HT<sub>2C</sub>]]
|9.44
|11.9
|-
|[[Receptor 5-HT3|5-HT<sub>3</sub>]]
|241
|272.2
|-
|5-HT<nowiki><sub id="mwAzE">5A</sub></nowiki>
|3,857
|350.6
|-
|[[Receptor 5-HT6|5-HT<sub>6</sub>]]
|13.49
|11.6
|-
|[[Receptor 5-HT7|5-HT<sub>7</sub>]]
|17.95
|60.1
|-
|[[Receptor adrenérgico alfa 1A|α<sub>1A</sub>]]
|1.62
|104.8
|-
|[[Receptor adrenérgico alfa 1B|α<sub>1B</sub>]]
|7
|85.2
|-
|[[Receptor adrenérgico Alfa-2A|α<sub>2A</sub>]]
|37
|137.6
|-
|α<nowiki><sub id="mwA1U">2B</sub></nowiki>
|26.5
|95.1
|-
|α<nowiki><sub id="mwA1s">2C</sub></nowiki>
|6
|117.7
|-
|β<nowiki><sub id="mwA2E">1</sub></nowiki>
|5,000
|6,239
|-
|β<nowiki><sub id="mwA2c">2</sub></nowiki>
|1,650
|4,725
|-
|[[Receptor D1 de dopamina|D<sub>1</sub>]]
|266.25
|14.3
|-
|[[Receptor D2 de dopamina|D<sub>2</sub>]]
|157
|101.4
|-
|[[Receptor D3 de dopamina|D<sub>3</sub>]]
|269.08
|193.5
|-
|[[Receptor D4 de dopamina|D<sub>4</sub>]]
|26.36
|63.94
|-
|[[Receptor D5 de dopamina|D<sub>5</sub>]]
|255.33
|283.6
|-
|[[Receptor de histamina H1|H<sub>1</sub>]]
|1.13
|3.4
|-
|[[Receptor de histamina H2|H<sub>2</sub>]]
|153
|345.1
|-
|[[Receptor de histamina H3|H<sub>3</sub>]]
|>10,000
|>10,000
|-
|[[Receptor de histamina H4|H<sub>4</sub>]]
|665
|1,028
|-
|M<nowiki><sub id="mwA6M">1</sub></nowiki>
|6.17
|67.6
|-
|M<nowiki><sub id="mwA6k">2</sub></nowiki>
|36.67
|414.5
|-
|M<nowiki><sub id="mwA68">3</sub></nowiki>
|19.25
|95.7
|-
|M<nowiki><sub id="mwA7U">4</sub></nowiki>
|15.33
|169.9
|-
|M<nowiki><sub id="mwA7s">5</sub></nowiki>
|15.5
|35.4
|-
|{{Abbrlink|SERT|Serotonin transporter}}
|1,624
|316.6
|-
|{{Abbrlink|NET|Norepinephrine transporter}}
|3,168
|493.9
|-
|{{Abbrlink|DAT|Dopamine transporter}}
|>10,000
|>10,000
|- class="sortbottom"
| colspan="3" style="width: 1px;" |Quanto menor o valor, mais fortemente se liga ao receptor. Todos os dados são de proteínas humanas clonadas.<ref name="PDSP">{{Citar web|autorlink=Bryan Roth|url=https://pdsp.unc.edu/databases/pdsp.php?knowID=0&kiKey=&receptorDD=&receptor=&speciesDD=&species=&sourcesDD=&source=&hotLigandDD=&hotLigand=&testLigandDD=&testFreeRadio=testFreeRadio&testLigand=clozapine&referenceDD=&reference=&KiGreater=&KiLess=&kiAllRadio=all&doQuery=Submit+Query|titulo=PDSP K<sub>i</sub> Database|acessodata=14 August 2017|website=Psychoactive Drug Screening Program (PDSP)|publicado=University of North Carolina at Chapel Hill and the United States National Institute of Mental Health|numero-autores=Roth BL, Driscol J}}</ref><ref name="PDSP-2">{{Citar web|url=https://pdsp.unc.edu/databases/pdsp.php?knowID=0&kiKey=&receptorDD=&receptor=&speciesDD=&species=&sourcesDD=&source=&hotLigandDD=&hotLigand=&testLigandDD=&testFreeRadio=testFreeRadio&testLigand=norclozapine&referenceDD=&reference=&KiGreater=&KiLess=&kiAllRadio=all&doQuery=Submit+Query|titulo=PDSP K<sub>i</sub> Database|acessodata=14 August 2017|website=Psychoactive Drug Screening Program (PDSP)|publicado=University of North Carolina at Chapel Hill and the United States National Institute of Mental Health|numero-autores=Roth BL, Driscol J}}</ref>
|}
A clozapina é classificada como um [[antipsicótico atípico]] porque se liga aos receptores [[Serotonina|de serotonina]] e [[dopamina]].<ref name="Nahgre01">{{Citar periódico |título=Focus on clozapine |periódico=Current Medical Research and Opinion |número=3 |ano=2001 |paginas=223–229 |doi=10.1185/0300799039117069 |pmid=11900316 |vauthors=Naheed M, Green B |volume=17}}</ref>

A clozapina é um antagonista da subunidade 5-HT <sub>2A</sub> do receptor de serotonina, supostamente melhorando a depressão, a ansiedade e os sintomas cognitivos negativos associados à esquizofrenia.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.primarypsychiatry.com/aspx/articledetail.aspx?articleid=1149 |título=CNS Receptor Partial Agonists: A New Approach to Drug Discovery |periódico=Primary Psychiatry |número=8 |ano=2007 |paginas=22–24 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120118091113/http://www.primarypsychiatry.com/aspx/articledetail.aspx?articleid=1149 |arquivodata=18 January 2012 |vauthors=Robinson DS |volume=14}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/summary/summary.cgi?cid=2818|titulo=Clozapine {{!}} C18H19ClN4|acessodata=16 July 2017|website=PubChem|publicado=U.S. Library of Medicine|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131224110428/http://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/summary/summary.cgi?cid=2818|arquivodata=24 December 2013|urlmorta=live}}</ref>

Também foi demonstrada uma interação direta da clozapina com o [[Receptor GABAB|receptor GABA<sub>B</sub>]].<ref name="WUY">{{Citar periódico |título=Evidence that clozapine directly interacts on the GABAB receptor |data=September 2011 |periódico=NeuroReport |número=13 |paginas=637–641 |doi=10.1097/WNR.0b013e328349739b |pmid=21753741 |vauthors=Wu Y, Blichowski M, Daskalakis ZJ, Wu Z, Liu CC, Cortez MA, Snead OC |volume=22}}</ref> Camundongos com deficiência do receptor GABA <sub>B</sub> exibem níveis aumentados de dopamina extracelular e comportamento [[locomoção dos animais|locomotor]] alterado equivalente ao de modelos animais com esquizofrenia.<ref name="VCM">{{Citar periódico |título=Hyperdopaminergia and altered locomotor activity in GABAB1-deficient mice |data=May 2006 |periódico=Journal of Neurochemistry |número=4 |paginas=979–991 |doi=10.1111/j.1471-4159.2006.03806.x |pmid=16606363 |numero-autores=6 |vauthors=Vacher CM, Gassmann M, Desrayaud S, Challet E, Bradaia A, Hoyer D, Waldmeier P, Kaupmann K, Pévet P, Bettler B |volume=97}}</ref> Agonistas do receptor GABA<sub>B</sub> e [[Controle alostérico|moduladores alostéricos positivos]] reduzem as alterações locomotoras nesses modelos.<ref name="WJM">{{Citar periódico |título=The GABA B receptor agonist CGP44532 and the positive modulator GS39783 reverse some behavioural changes related to positive syndromes of psychosis in mice |data=July 2011 |periódico=British Journal of Pharmacology |número=5 |paginas=1034–1047 |doi=10.1111/j.1476-5381.2011.01301.x |pmc=3130949 |pmid=21371011 |vauthors=Wierońska JM, Kusek M, Tokarski K, Wabno J, Froestl W, Pilc A |volume=163}}</ref>

A clozapina induz a liberação de glutamato e [[Serina|D-serina]], um agonista no sítio glicina do [[receptor NMDA]], dos [[Astrócito|astrócitos]],<ref name="TAS">{{Citar periódico |título=Clozapine, but not haloperidol, enhances glial D-serine and L-glutamate release in rat frontal cortex and primary cultured astrocytes |data=March 2012 |periódico=British Journal of Pharmacology |número=5 |paginas=1543–1555 |doi=10.1111/j.1476-5381.2011.01638.x |pmc=3372736 |pmid=21880034 |vauthors=Tanahashi S, Yamamura S, Nakagawa M, Motomura E, Okada M |volume=165}}</ref> e reduz a expressão de transportadores astrocíticos de glutamato. Estes são efeitos diretos que também estão presentes em culturas de células de astrócitos que não contêm neurônios. A clozapina previne a [[Expressão génica|expressão]] prejudicada do receptor NMDA causada por antagonistas do receptor NMDA.<ref name="XID">{{Citar periódico |título=Group II metabotropic glutamate receptor agonist ameliorates MK801-induced dysfunction of NMDA receptors via the Akt/GSK-3β pathway in adult rat prefrontal cortex |data=May 2011 |periódico=Neuropsychopharmacology |número=6 |paginas=1260–1274 |doi=10.1038/npp.2011.12 |pmc=3079418 |pmid=21326193 |numero-autores=6 |vauthors=Xi D, Li YC, Snyder MA, Gao RY, Adelman AE, Zhang W, Shumsky JS, Gao WJ |volume=36}}</ref>

=== Farmacocinética ===
[[Ficheiro:Desmethylclozapine.svg|esquerda|miniaturadaimagem|150x150px| ''N'' - desmetilclozapina (norclozapina), principal metabólito ativo da clozapina.]]
A absorção da clozapina é quase completa após a administração oral, mas a [[biodisponibilidade]] oral é de apenas 60 a 70% devido ao [[metabolismo de primeira passagem]]. O tempo para atingir o pico de concentração após administração oral é de cerca de 2,5 horas, e os alimentos não parecem afetar a biodisponibilidade da clozapina. No entanto, foi demonstrado que a coadministração de alimentos diminui a taxa de absorção.<ref>{{Citar periódico |título=Effect of food on the pharmacokinetics of clozapine orally disintegrating tablet 12.5 mg: a randomized, open-label, crossover study in healthy male subjects |data=1 August 2009 |periódico=Clinical Drug Investigation |número=8 |paginas=539–549 |doi=10.2165/00044011-200929080-00004 |pmid=19591515 |vauthors=Disanto AR, Golden G |volume=29}}</ref> A [[Meia-vida biológica|meia-vida de eliminação]] da clozapina é de cerca de 14 horas em condições [[Estado estacionário|de estado de equilíbrio]] (variando com a dose diária). 

A clozapina é extensivamente metabolizada no fígado, via sistema do [[citocromo P450]], em metabólitos [[Polaridade (química)|polares]] adequados para eliminação na urina e nas fezes. O principal metabólito, ''norclozapina'' ( [[Desmetilação|desmetil]]-clozapina), é farmacologicamente ativo. A [[Isozima|isoenzima]] [[CYP1A2|1A2]] do citocromo P450 é a principal responsável pelo metabolismo da clozapina, mas 2C, [[CYP2D6|2D6]], [[CYP2E1|2E1]] e [[CYP3A4|3A3/4]] também parecem desempenhar papéis. Agentes que [[Indução e inibição de enzimas|induzem]] (por exemplo, fumaça de cigarro) ou [[Inibidor enzimático|inibem]] (por exemplo, [[teofilina]], [[ciprofloxacina]], [[fluvoxamina]] ) CYP1A2 podem aumentar ou diminuir, respectivamente, o metabolismo da clozapina. Por exemplo, a indução do metabolismo causada pelo fumo significa que os fumantes precisam de até o dobro da dose de clozapina em comparação com os não fumantes para atingir uma concentração plasmática equivalente.<ref name="ReferenceA">{{Citar periódico |título=Influence of dose, cigarette smoking, age, sex, and metabolic activity on plasma clozapine concentrations: a predictive model and nomograms to aid clozapine dose adjustment and to assess compliance in individual patients |data=February 2004 |periódico=Journal of Clinical Psychopharmacology |número=1 |paginas=70–78 |doi=10.1097/01.jcp.0000106221.36344.4d |pmid=14709950 |vauthors=Rostami-Hodjegan A, Amin AM, Spencer EP, Lennard MS, Tucker GT, Flanagan RJ |volume=24}}</ref>

Os níveis plasmáticos de clozapina e norclozapina (desmetil-clozapina) também podem ser monitorados, embora mostrem um grau significativo de variação e sejam maiores em mulheres e aumentem com a idade.<ref>{{Citar periódico |título=Effects of gender and age on plasma levels of clozapine and its metabolites: analyzed by critical statistics |data=January 1999 |periódico=The Journal of Clinical Psychiatry |número=1 |paginas=36–40 |doi=10.4088/JCP.v60n0108 |pmid=10074876 |vauthors=Lane HY, Chang YC, Chang WH, Lin SK, Tseng YT, Jann MW |volume=60}}</ref> O monitoramento dos níveis plasmáticos de clozapina e norclozapina demonstrou ser útil na avaliação da adesão, estado metabólico, prevenção de toxicidade e otimização da dose.<ref name="ReferenceA">{{Citar periódico |título=Influence of dose, cigarette smoking, age, sex, and metabolic activity on plasma clozapine concentrations: a predictive model and nomograms to aid clozapine dose adjustment and to assess compliance in individual patients |data=February 2004 |periódico=Journal of Clinical Psychopharmacology |número=1 |paginas=70–78 |doi=10.1097/01.jcp.0000106221.36344.4d |pmid=14709950 |vauthors=Rostami-Hodjegan A, Amin AM, Spencer EP, Lennard MS, Tucker GT, Flanagan RJ |volume=24}}</ref>
{| class="wikitable mw-collapsible mw-collapsed floatright" style="width:25%"
|+Lista de [[Nome fantasia|nomes comerciais]] da clozapina <ref name="brands">{{Citar web|url=https://www.drugs.com/international/clozapine.html|titulo=Clozapine International Brands|acessodata=28 February 2017|publicado=Drugs.com|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170301092935/https://www.drugs.com/international/clozapine.html|arquivodata=1 March 2017|urlmorta=live}}</ref>
|A
| Alemoxan, Azaleptina, Azaleptol
|-
| C
| Cloment, Clonex, Clopin, Clopine, Clopsine, Cloril, Clorilex, Clozamed, Clozapex, Clozapin, Clozapina, Clozapinum, Clozapyl, Clozarem, Clozaril
|-
| D
| Denzapina, Dicomex
|-
| E
| Elcrit, Excloza
|-
| F
| FazaClo, Froidir
|-
| I
| Espero
|-
| K
| Klozapol
|-
| L
| Lanolept, Lapenax, Leponex, Lodux, Lozapine, Lozatric, Luften
|-
| M
| Medazepina, Mezapina
|-
| N
| Nemea, Nirva
|-
| O
| Ozadep, Ozapim
|-
|P
|Pinazam
|-
| R
| Refrata, Refraxol
|-
| S
| Sanosen, Schizonex, Sensipin, Sequax, Sicozapina, Sizoril, Syclop, Syzopin
|-
| T
| Tanil
|-
| U
| Uspen
|-
| V
| Versacloz
|-
| X
| Xenopal
|-
| Z
| Zaclo, Zapenia, Zapine, Zaponex, Zaporil, Ziproc, Zopin
|-
|}

== Economia ==
Apesar do custo dos sistemas de monitoramento sanguíneo e gerenciamento de risco necessários, o uso de clozapina é altamente custo-efetivo; com uma série de estudos sugerindo economia de dezenas de milhares de dólares por paciente por ano em comparação com outros antipsicóticos, bem como vantagens em relação a melhorias na qualidade de vida.<ref>{{Citar periódico |título=Pharmacoeconomic evaluation of clozapine in treatment-resistant schizophrenia: a cost-utility analysis |data=2001 |periódico=The Canadian Journal of Clinical Pharmacology |número=4 |paginas=199–206 |pmid=11743592 |vauthors=Oh PI, Iskedjian M, Addis A, Lanctôt K, Einarson TR |volume=8}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Evaluation of the Cost-effectiveness of Services for Schizophrenia in the UK Across the Entire Care Pathway in a Single Whole-Disease Model |data=May 2020 |periódico=JAMA Network Open |número=5 |paginas=e205888 |doi=10.1001/jamanetworkopen.2020.5888 |pmc=7254180 |pmid=32459356 |vauthors=Jin H, Tappenden P, MacCabe JH, Robinson S, Byford S |volume=3}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=The cost-effectiveness of clozapine: a survey of the literature |data=1998 |periódico=Clinical Drug Investigation |número=2 |paginas=137–152 |doi=10.2165/00044011-199815020-00007 |pmid=18370477 |vauthors=Morris S, Hogan T, McGuire A |volume=15}}</ref> A clozapina está disponível como [[medicamento genérico]].<ref name="AHFS2015">{{Citar web|url=https://www.drugs.com/monograph/clozapine.html|titulo=Clozapine|acessodata=1 December 2015|publicado=The American Society of Health-System Pharmacists|arquivourl=https://web.archive.org/web/20151208103801/http://www.drugs.com/monograph/clozapine.html|arquivodata=8 December 2015|urlmorta=live}}</ref>

== Referências ==

[[Categoria:Medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde]]
[[Categoria:Antagonistas de serotonina]]
[[Categoria:Piperazinas]]
[[Categoria:Antimuscarínicos]]
[[Categoria:Antimuscarínicos]]
[[Categoria:Estabilizadores de humor]]
[[Categoria:Antagonistas do receptor GABA]]
[[Categoria:Antagonistas do receptor GABA]]
[[Categoria:Antagonistas de serotonina]]
[[Categoria:Antagonistas de dopamina]]
[[Categoria:Antipsicóticos atípicos]]
[[Categoria:Medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde]]
[[Categoria:!CS1 alemão-fontes em língua (de)]]
[[Categoria:!Páginas com traduções não revistas]]

Revisão das 21h53min de 14 de maio de 2023

Estrutura química de Clozapina
Clozapina
Aviso médico
Nome IUPAC (sistemática)
8-chloro-11-(4-methylpiperazin-1-yl)-5H-dibenzo[b,e][1,4]diazepine
Identificadores
CAS 5786-21-0
ATC N05AH02
PubChem 2818
DrugBank DB00363
ChemSpider 10442628
Informação química
Fórmula molecular C18H19N4Cl 
Massa molar ?
SMILES CN1CCN(CC1)C2=Nc3cc(ccc3Nc4c2cccc4)Cl
Farmacocinética
Biodisponibilidade 60 a 70%
Metabolismo Hepático. Citocromo P450 3A4, 2C9, 2C19, 1A2, 2D6. UDP-glicuronosiltransferase 1-4
Meia-vida 6 a 26 horas (valor médio de 14.2 horas em condições padrões)
Excreção 80% em estado metabolizado: 30% biliar and 50% renal
Considerações terapêuticas
Administração ?
DL50 ?

A clozapina é um medicamento psiquiátrico e é o primeiro antipsicótico atípico (também chamado de antipsicótico de segunda geração) a ser descoberto.[1] É usado principalmente para tratar pessoas com esquizofrenia e transtorno esquizoafetivo (de acordo com o DSM V) que tiveram uma resposta inadequada a outros antipsicóticos ou que foram incapazes de tolerar outros medicamentos devido a efeitos colaterais extrapiramidais. Também é usado para o tratamento da psicose na doença de Parkinson.[2][3] A clozapina é considerada o tratamento padrão-ouro quando a maioria dos outros medicamentos é ineficaz e seu uso é recomendado por várias diretrizes internacionais de tratamento, após ocorrência de resistência ao tratamento neuroléptico anterior.[4][5][6][7][8][9][10]

O papel da clozapina na esquizofrenia resistente ao tratamento foi estabelecido por um estudo de 1988[11] no qual a clozapina mostrou benefícios quando em detrimento com a clorpromazina em um grupo de pacientes com psicose prolongada que já havia mostrado uma resposta inadequada aos outros antipsicóticos.[12] Embora exista a possibilidade de efeitos colaterais significativos, a clozapina continua sendo o tratamento mais eficaz quando um ou mais de um antipsicóticos tiveram uma resposta inadequada. O uso de clozapina está associado a resultados positivos, incluindo uma taxa reduzida de mortalidade por todas as causas, suicídio e hospitalização.[13][14][15] Em uma meta-análise comparativa de rede de 2013 de 15 medicamentos antipsicóticos, a clozapina foi significativamente mais eficaz do que todos os outros medicamentos.[16] Em um estudo de 2021 no Reino Unido, a maioria dos pacientes (mais de 85% dos entrevistados) que tomaram clozapina preferiram ela do que as terapias anteriores, além de se sentirem-se melhor com ela e expressarem desejo de continuar tomando-a.[17] Em uma pesquisa canadense de 2000 com 130 pacientes, a maioria relatou melhor satisfação, qualidade de vida, adesão ao tratamento, pensamento, humor e estado de alerta.[18]

Em comparação com outros antipsicóticos, a clozapina apresenta um risco aumentado de problemas sanguíneos, em particular agranulocitose, nas primeiras 18 semanas de tratamento. Após um ano, esse risco reduz-se ao associado à maioria dos antipsicóticos. O uso da clozapina é, portanto, geralmente reservado para pessoas que não responderam a pelo menos dois outros antipsicóticos e só é feito com monitoramento rigoroso do sangue através de exames laboratoriais.[2] No geral, apesar das preocupações relacionadas ao sangue e outros efeitos colaterais, o uso de clozapina está associado a uma mortalidade reduzida, especialmente por suicídio, que é uma das principais causas de morte prematura em pessoas com esquizofrenia.[19] O risco de agranulocitose e neutropenia relacionados à clozapina justificou o uso obrigatório de sistemas rigorosos de monitoramento e gerenciamento de risco, que reduziram o risco de morte por esses eventos adversos para cerca de 1 em 7.700.[20] A associação entre o uso de clozapina e discrasias sanguíneas foi observada pela primeira vez na década de 1970, quando oito mortes por agranulocitose foram observadas na Finlândia.[21] Na época não estava claro se isso excedia a taxa estabelecida desse efeito colateral que também é encontrado em outros antipsicóticos e, embora a droga não tenha sido totalmente retirada do mercado, seu uso tornou-se limitado.[22] A clozapina tornou-se amplamente disponível no início da década de 1990 e continua sendo o único tratamento com probabilidade de ser eficaz no tratamento da esquizofrenia resistente.

Os efeitos adversos comuns incluem sonolência, constipação, hipersalivação (aumento da produção de saliva), taquicardia, pressão arterial baixa, visão turva, ganho de peso e tontura.[23] A clozapina normalmente não está associada à discinesia tardia (DT) e é recomendada como droga de escolha quando essa condição se faz presente, embora alguns relatos de casos descrevam discinesia tardia induzida pela clozapina.[24] Outros riscos graves incluem convulsões, miocardite (inflamação do coração), hiperglicemia (níveis elevados de glicose no sangue) e constipação. O uso desta droga raramente pode resultar em síndrome de hipomotilidade gástrica induzida por clozapina, que pode levar à obstrução intestinal e morte, e em pessoas idosas com psicose, como resultado de demência, pode levar a um risco aumentado de morte.[25][26] O mecanismo de ação não é totalmente claro na literatura médica atual.[23] A clozapina está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde.[27] Está disponível como medicamento genérico, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.[23][28]

História

A clozapina foi sintetizada em 1958 pela Wander AG, uma empresa farmacêutica suíça, com base na estrutura química do antidepressivo tricíclico imipramina.[22][29] O primeiro teste em humanos em 1962 foi considerado um fracasso. Os julgamentos na Alemanha em 1965 e 1966, bem como um julgamento em Viena em 1966, foram bem-sucedidos. Em 1967, a Wander AG foi adquirida pela Sandoz.[22] Outros testes ocorreram em 1972, quando a clozapina foi lançada na Suíça e na Áustria como Leponex.[22] Dois anos depois, foi lançado na Alemanha Ocidental e na Finlândia em 1975.[22] Os primeiros testes foram realizados nos Estados Unidos na mesma época.[22] Em 1975, 16 casos de agranulocitose levando a 8 mortes em pacientes tratados com clozapina relatados em 6 hospitais, principalmente no sudoeste da Finlândia, causaram preocupação.[30] A análise dos casos finlandeses revelou que todos os casos de agranulocitose ocorreram nas primeiras 18 semanas de tratamento e os autores propuseram o monitoramento sanguíneo durante esse período.[31] A taxa de agranulocitose na Finlândia parecia ser 20 vezes maior do que no resto do mundo e especulou-se que isso pode ter ocorrido devido a uma diversidade genética única na região.[21][32][33] Embora a droga continuasse a ser fabricada pela Sandoz e permanecesse disponível na Europa, o desenvolvimento nos Estados Unidos foi interrompido.

O interesse na clozapina continuou em uma capacidade de investigação nos Estados Unidos porque, mesmo na década de 1980, a duração da hospitalização, especialmente em hospitais públicos para aqueles com esquizofrenia resistente ao tratamento, era muito mais breve do que outros medicamentos neurolépticos.[22] O papel da clozapina na esquizofrenia resistente ao tratamento foi estabelecido pelo histórico Clozaril Collaborative Study Group Study #30, no qual a clozapina mostrou benefícios marcantes em detrimento da clorpromazina em um grupo de pacientes com psicose prolongada e que já haviam mostrado uma resposta inadequada a outros antipsicóticos. Isso envolveu monitoramento rigoroso do sangue e um projeto duplo-cego com o poder de demonstrar superioridade sobre o tratamento antipsicótico padrão. Os critérios de inclusão foram pacientes que não responderam a pelo menos três antipsicóticos anteriores e não responderam a um único tratamento cego com haloperidol (dose média 61 mg +/- 14 mg/dia). Duzentos e sessenta e oito foram randomizados para ensaios duplo-cegos de clozapina (até 900 mg/d) ou clorpromazina (até 1800 mg/dia). 30% dos pacientes com clozapina responderam em comparação com 4% dos controles, com melhora significativamente maior na Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica, Escala de Impressão Clínica Global e Escala de Observação de Enfermeiras para Avaliação de Pacientes Internados; essa melhora incluiu áreas de sintomas "negativos" e positivos.[12] Após este estudo, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou seu uso em 1990. Cautelosa quanto ao risco de problemas sanguíneos, a FDA exigiu um aviso de caixa preta para efeitos colaterais específicos, incluindo agranulocitose, e tomou a medida única de exigir que os pacientes fossem registrados em um sistema formal de rastreamento para que os níveis de hemograma pudessem ser avaliados de forma sistemática.[33][34]

Em dezembro de 2002, a clozapina foi aprovada nos Estados Unidos para reduzir o risco de suicídio em pessoas com esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo consideradas de risco crônico para comportamento suicida.[35] Em 2005, a FDA aprovou critérios para permitir frequência reduzida de monitoramento de sangue.[36] Em 2015, os Registros de Pacientes de fabricantes individuais foram consolidados por solicitação da FDA em um único Registro de Pacientes compartilhado denominado Registro REMS de Clozapina.[37] Apesar da segurança demonstrada pelos novos requisitos de monitoramento da FDA, que têm níveis mais baixos de neutrófilos e não incluem contagens totais de leucócitos, o monitoramento internacional não foi padronizado.[38][39][40]

Química

A clozapina é um dibenzodiazepínico estruturalmente muito semelhante à loxapina (originalmente considerado um antipsicótico típico). É ligeiramente solúvel em água, solúvel em acetona e altamente solúvel em clorofórmio. Sua solubilidade em água é 0,1889 mg/L (25 ºC). Seu fabricante, a Novartis, afirma uma solubilidade de <0,01% em água (<100 mg/L).[41]

Usos médicos

Esquizofrenia

A clozapina é geralmente usada para pessoas diagnosticadas com esquizofrenia que tiveram uma resposta inadequada a outros antipsicóticos ou que não toleraram outros medicamentos devido a efeitos colaterais extrapiramidais. Também é usado para o tratamento da psicose na doença de Parkinson.[2][3] É considerado o tratamento padrão-ouro quando outro medicamento não foi suficientemente eficaz e seu uso é recomendado por várias diretrizes internacionais de tratamento, apoiadas por revisões sistemáticas e meta-análises.[4][5][6][7][8][9][42][43] Embora todas as diretrizes atuais reservem a clozapina para indivíduos nos quais dois outros antipsicóticos já foram experimentados, as evidências indicam que a clozapina pode ser usada como um medicamento de segunda linha.[44] Foi demonstrado que o tratamento com clozapina produziu melhores resultados em vários domínios, incluindo; um risco reduzido de hospitalização, um risco reduzido de descontinuação do medicamento, uma redução nos sintomas gerais e melhorou a eficácia no tratamento de sintomas psicóticos positivos da esquizofrenia.[14][15][45][46] Apesar de uma série de efeitos colaterais, os pacientes relatam bons níveis de satisfação e a adesão a longo prazo é favorável em comparação com outros antipsicóticos.[47] Estudos de acompanhamento de longo prazo revelam múltiplos benefícios em termos de redução da mortalidade,[13][48] com um efeito particularmente forte na redução da morte por suicídio, a clozapina é o único antipsicótico conhecido por ter um efeito na redução do risco de suicídio ou tentativa suicídio.[49] A clozapina tem um efeito anti-agressivo significativo.[50][51][52][53][54] A clozapina é amplamente utilizada em ambientes seguros e forenses de saúde mental, onde foram encontradas melhorias na agressão, internação mais curta e reduções na prática restritiva, como a reclusão.[55][56][57][58][59][60][61][62][63] Em hospitais seguros e em outros ambientes, a clozapina também tem sido usada no tratamento do transtorno de personalidade borderline e antissocial quando associado a violência ou automutilação.[64][65][50] Embora o tratamento oral seja quase universal, a clozapina foi aplicada ocasionalmente usando injeção nasogástrica ou de ação curta, embora em quase 50% dos aproximadamente 100 casos relatados os pacientes concordassem em tomar medicação oral antes do uso de uma intervenção coercitiva.[56][66] [58][67][68][69][60][70][59][71] A clozapina também foi usada off-label para tratar a catatonia com sucesso em mais de 80% dos casos.[72]

Transtorno bipolar

Com base em revisões sistemáticas, a clozapina é recomendada em algumas diretrizes de tratamento como um tratamento de terceira ou quarta linha para o transtorno bipolar.[73][74][75][76] O transtorno bipolar é uma indicação não licenciada para a clozapina. 

Transtornos graves de personalidade

A clozapina também é usada no transtorno de personalidade emocionalmente instável e um estudo randomizado controlado está em andamento.[77][78][79][80][65][81][82][64][83] Mostrou-se eficaz também no transtorno de personalidade borderline em estudos clínicos.[84][85]

Iniciação

Embora a clozapina seja geralmente iniciada em ambiente hospitalar, a iniciação fora do ambiente hospitalar também está disponível.[86][87] Antes que a clozapina possa ser iniciada, múltiplas avaliações e investigações basais são realizadas. No Reino Unido e na Irlanda deve haver uma avaliação de que o paciente satisfaz os critérios de prescrição: esquizofrenia resistente ao tratamento, intolerância devido a sintomas extrapiramidais de outros antipsicóticos ou psicose na doença de Parkinson. Na maioria dos países anglo-saxônicos, a clozapina só pode ser dispensada após um resultado de sangue satisfatório (ou seja, que tenha neutrófilos e outros leucócitos dentro da faixa "normal") ter sido recebido pela agência responsável (no caso dos EUA, um órgão filiado a FDA), e só então uma prescrição e dispensação pode ser liberada para o paciente.[88] No Brasil, por sua vez, não há nenhum requisito imposto pela ANVISA para distribuição e uso; entretanto, recomenda-se na bula da medicação realizar exames sanguíneos (em especial, o hemograma) para que possa ser aferido se o paciente não está com alterações significativas na contagem de glóbulos brancos e outras anomalias.[89]

Alguns outros testes realizados incluem: um exame físico incluindo peso basal, circunferência da cintura e IMC, avaliações da função renal e hepática, um ECG e outros exames de sangue basais também podem ser feitos para facilitar o monitoramento de possível miocardite, que pode incluir proteína C reativa (PCR) e troponina. Na Austrália e na Nova Zelândia, ecocardiogramas pré-clozapina também são comumente realizados.[90] Vários protocolos de serviço estão disponíveis e há variações na extensão dos exames de pré-clozapina. Alguns também podem incluir lipídios em jejum, HbA1c e prolactina. No Maudsley Hospital, no Reino Unido, o serviço de tratamento também realiza rotineiramente uma ampla variedade de outras investigações, incluindo múltiplas investigações para outras causas de psicose e comorbidades, incluindo ressonância magnética do cérebro, testes de função da tireoide, B12, folato e níveis séricos de cálcio, triagem de infecção por vírus transmitidos pelo sangue, incluindo hepatite B e C, HIV e sífilis, bem como triagem para psicose autoimune por anti-NMDA, anti-VGKC e antinuclear, assim como triagem de anticorpos. As investigações usadas para monitorar a possibilidade de efeitos colaterais relacionados à clozapina, como miocardite, também são realizadas, incluindo troponina basal, PCR e BNP e para a síndrome neuroléptica maligna CK.[87]

Em suma, os exames mais cruciais para que a clozapina seja prescrita incluem o hemograma completo,[89] perfil lipídico, hemoglobina glicada, proteína C reativa (para aferir risco de miocardite) e troponina (relacionada aos riscos de trombose). Os exames supracitados são essenciais quando há suspeita de problemas relacionados aos glóbulos brancos e também como padrão de avaliação por, pelo menos, 1 mês após o início da medicação.

A dose de clozapina é inicialmente baixa e gradualmente aumentada ao longo de algumas semanas. As doses iniciais podem variar de 6,5 a 12,5 mg/d aumentando gradualmente para doses na faixa de 250-350 mg por dia, altura em que será realizada uma avaliação da resposta.[90] No Reino Unido, a dose média de clozapina é de 450 mg/d.[91][92] Mas a resposta é altamente variável e alguns pacientes respondem com doses muito mais baixas e vice-versa.

Alguns transtornos de personalidade podem utilizar de doses menores. No caso da psicose enquanto há Parkinson, o paciente pode ir até, no máximo, 100 mg/d.[89] O mesmo se repete para pacientes com transtornos de personalidade que não responderam ao tratamento usual com outros antipsicóticos.

Monitoramento

Durante a fase inicial de titulação da dose, o seguinte é tipicamente monitorado; geralmente diariamente no início; pulso, pressão arterial e, como a hipotensão ortostática pode ser problemática, isso deve ser monitorado sentado e em pé. Se houver uma queda significativa, a taxa de aumento da dose pode ser reduzida, temperatura.[87]

Os testes semanais incluem: hemogramas completos durante 18 semanas. Em alguns serviços também haverá monitoramento de marcadores que possam indicar miocardite; troponina, PCR e BNP, embora os testes exatos e a frequência variem entre os serviços. O peso geralmente é medido semanalmente.

A partir daí, outras investigações e monitoramento sempre incluirão hemogramas completos (quinzenalmente por 1 ano e depois mensalmente). Peso, circunferência da cintura, lipídios e glicose ou HbA1c também podem ser monitorados.

Resposta da clozapina e otimização do tratamento

Tal como acontece com outros antipsicóticos, e em contraste com a sabedoria recebida, as respostas à clozapina são tipicamente observadas logo após o início e muitas vezes na primeira semana.[93][94] Dito isto, as respostas, especialmente aquelas que são parciais, podem ser adiadas.[95] O que é um teste adequado de clozapina é incerto, mas uma recomendação é que isso seja feito por pelo menos 8 semanas em um nível plasmático acima de 350-400 micro g/L.[96][97] Há uma variação interindividual considerável. Um número significativo de pacientes responde a concentrações plasmáticas mais baixas e também muito mais altas e alguns pacientes, especialmente jovens fumantes do sexo masculino, podem nunca atingir esses níveis plasmáticos, mesmo com doses de 900 mg/dia. As opções incluem o aumento da dose acima do máximo permitido ou a adição de um medicamento que inibe o metabolismo da clozapina. Evitar a polifarmácia desnecessária é um princípio geral no tratamento medicamentoso.

Otimizando a amostragem de sangue

O corte de neutrófilos para clozapina mostrou uma capacidade excepcional de mitigar o risco de neutropenia e agranulocitose. Há uma margem de segurança significativa. Alguns pacientes podem ter contagens marginais de neutrófilos antes e após o início e correm o risco de descontinuação prematura da clozapina. O conhecimento da biologia dos neutrófilos permite a otimização da amostragem de sangue. Os neutrófilos apresentam uma variação diurna em resposta ao ciclo natural de produção de G-CSF, estão aumentados à tarde, são também mobilizados para a circulação após exercício e tabagismo. Foi demonstrado que simplesmente mudar a amostragem de sangue evita interrupções desnecessárias, especialmente em populações negras. No entanto, esta é uma interrupção da prática hospitalar habitual. Outras medidas práticas são garantir que os resultados de sangue estejam disponíveis em horas e quando a equipe sênior estiver disponível.[57]

Subuso de clozapina

A clozapina é amplamente reconhecida como sendo subutilizada com ampla variação na prescrição,[98][99][100][101][102][103][104][105] especialmente em pacientes com ascendência africana.[106][107][108][109][110]

Verificou-se que as práticas de prescrição dos psiquiatras são a variável mais significativa em relação à variação em seu uso. Pesquisas sobre as atitudes dos psiquiatras em relação à clozapina descobriram que muitos tinham pouca experiência em seu uso, superestimaram a incidência e temiam os efeitos colaterais, e não avaliaram que muitos pacientes preferem tomar clozapina do que outros antipsicóticos, relutam em prescrevem clozapina, têm pouca experiência em seu uso e acreditam que os pacientes tratados com clozapina ficam menos satisfeitos do que os tratados com outros antipsicóticos.[111][112][113] Em contraste com as expectativas de muitos psiquiatras, a maioria dos pacientes acredita que os exames de sangue e outras dificuldades valem os múltiplos benefícios que percebem.[17][18] Enquanto os psiquiatras temem os efeitos adversos graves, como agranulocitose, os pacientes estão mais preocupados com a hipersalivação.[114] A clozapina não é mais comercializada ativamente e isso também pode ser uma das explicações para sua subutilização.[115]

Apesar da forte evidência e do endosso universal das diretrizes de tratamento nacionais e internacionais e das experiências dos próprios pacientes, a maioria das pessoas elegíveis para a clozapina não é tratada com ela.[17] Um grande estudo na Inglaterra descobriu que aproximadamente 30% das pessoas elegíveis para clozapina estavam sendo tratadas com ela.[116] Os pacientes que iniciam a clozapina geralmente enfrentam demora prolongada, múltiplos episódios de psicose e tratamentos como antipsicóticos em altas doses ou polifarmácia. Em vez de dois antipsicóticos anteriores, muitos foram expostos a dez ou mais drogas que não foram eficazes. Em um estudo com 120 pacientes realizado em quatro hospitais no sudeste de Londres, encontrou uma média de 9,2 episódios de prescrição de antipsicóticos antes do início da clozapina e o atraso médio no uso da clozapina foi de 5 anos.[117] Os tratamentos que não têm base de evidências ou são considerados ativamente prejudiciais são usados em vez de tratamento múltiplo e/ou de alta dose.[118]

Disparidade racial no uso de clozapina

Uma constatação geral na prestação de cuidados de saúde é que os grupos minoritários recebem tratamento inferior; esta é uma descoberta particular nos EUA.[119][120][121][122] Nos Estados Unidos, uma constatação geral é que, em comparação com seus pares brancos, os afro-americanos têm menos probabilidade de receberem antipsicóticos de segunda geração, que são mais caros do que as alternativas, e isso ficou aparente, especialmente para a clozapina, quando a comparação foi feita no Veterans Assuntos do sistema médico e quando as diferenças em relação aos fatores socioeconômicos foram levadas em conta.[107][108][123] Além de serem menos propensos a iniciar a clozapina, os pacientes negros são mais propensos a interromper a clozapina, possivelmente devido à neutropenia étnica benigna.

Neutropenia étnica benigna

Reduções benignas nos neutrófilos são observadas em indivíduos de todas as origens étnicas neutropenia étnica (BEN), neutropenia sem disfunção imunológica ou maior suscetibilidade a infecções não se deve à produção anormal de neutrófilos; embora a etiologia exata da redução das células circulantes permaneça desconhecida. A NEB está associada a vários grupos étnicos, mas em particular aqueles com ascendência negra africana e da África Ocidental.[124] Uma dificuldade com o uso de clozapina é que as contagens de neutrófilos foram padronizadas em populações brancas.[125] Para um número significativo de pacientes negros, os limiares padrão de contagem de neutrófilos não permitiam o uso de clozapina, pois os limiares não levavam em consideração o NEB. Desde 2002, os serviços de monitoramento de clozapina no Reino Unido têm usado intervalos de referência 0,5 × 10 9 /l mais baixos para pacientes com NEB confirmada hematologicamente e ajustes semelhantes estão disponíveis nos critérios atuais dos EUA, embora com mínimos permissíveis mais baixos.[62][39][126] Mas, mesmo assim, um número significativo de pacientes negros não será elegível, embora as baixas contagens de neutrófilos não reflitam a doença. O polimorfismo Duffy-Null, que protege contra alguns tipos de malária, é preditivo de NEB.[127]

Efeitos adversos

A clozapina pode causar efeitos adversos graves e potencialmente fatais. A clozapina carrega cinco advertências de caixa preta, incluindo (1) neutropenia grave (baixos níveis de neutrófilos), (2) hipotensão ortostática (pressão arterial baixa ao mudar de posição), incluindo batimentos cardíacos lentos e desmaios, (3) convulsões, (4) miocardite (inflamação do coração) e (5) risco de morte quando usado em idosos com psicose relacionada à demência. A diminuição do limiar convulsivo pode estar relacionada com a dose. Aumentar a dose lentamente pode diminuir o risco de convulsões e hipotensão ortostática.[128]

Os efeitos comuns incluem constipação, enurese noturna, baba noturna, rigidez muscular, sedação, tremores, hipotensão ortostática, alto nível de açúcar no sangue e ganho de peso. O risco de desenvolver sintomas extrapiramidais, como discinesia tardia, é inferior ao dos antipsicóticos típicos; isso pode ser devido aos efeitos anticolinérgicos da clozapina. Os sintomas extrapiramidais podem diminuir um pouco depois que uma pessoa muda de outro antipsicótico para a clozapina.[128] Problemas sexuais, como ejaculação retrógrada, foram relatados durante o uso de clozapina. Efeitos adversos raros incluem edema periorbital.[129] Apesar do risco de numerosos efeitos colaterais, muitos efeitos colaterais podem ser controlados enquanto se continua a tomar a clozapina.[130]

Neutropenia e agranulocitose

Neutropenia Induzida por Clozapina (NIC) ocorre em aproximadamente 3,8% dos casos e Agranulocitose Induzida por Clozapina (CIA) em 0,4%.[131] Estes são efeitos colaterais potencialmente graves e agranulocitose pode resultar em morte. Para mitigar esse risco, a clozapina é usada apenas com monitoramento obrigatório da contagem absoluta de neutrófilos (CAN) (os neutrófilos são os granulócitos mais abundantes); por exemplo, nos Estados Unidos, a Estratégia de Avaliação e Mitigação de Riscos (REMS).[132] Os horários exatos e os limiares de hemograma variam internacionalmente[39] e os limiares nos quais a clozapina pode ser usada nos EUA têm sido mais baixos do que os atualmente usados no Reino Unido e na Austrália por algum tempo.[133] A eficácia das estratégias de gerenciamento de risco usadas é tal que as mortes por esses efeitos colaterais são muito raras, ocorrendo em aproximadamente 1 em 7.700 pacientes tratados.[20] Quase todas as reações adversas no sangue ocorrem no primeiro ano de tratamento e a maioria nas primeiras 18 semanas.[131] Após um ano de tratamento, esses riscos diminuem acentuadamente em relação aos observados em outras drogas antipsicóticas 0,01% ou cerca de 1 em 10.000 e o risco de morte é acentuadamente menor ainda.[20] Quando são observadas reduções nos níveis de neutrófilos no monitoramento regular do sangue, dependendo do valor, o monitoramento pode ser aumentado ou, se a contagem de neutrófilos for suficientemente baixa, a clozapina é interrompida imediatamente e não pode mais ser usada dentro da licença médica. A interrupção da clozapina quase sempre resulta na resolução da redução de neutrófilos.[131][20] No entanto, agranulocitose grave pode resultar em infecção espontânea e morte, é uma diminuição severa na quantidade de um tipo específico de glóbulo branco chamado granulócitos. A clozapina carrega um aviso de caixa preta para agranulocitose induzida por drogas. Os testes rápidos no local de atendimento podem simplificar o monitoramento da agranulocitose.[134]

Reintrodução da clozapina

Um "reinício" da clozapina é quando alguém que experimentou agranulocitose enquanto tomava clozapina começa a tomar a medicação novamente. Em países nos quais os limiares de neutrófilos são mais altos do que os usados nos EUA, uma abordagem simples é, se a CAN mais baixa estiver acima do corte dos EUA, reintroduzir a clozapina, mas com o regime de monitoramento dos EUA. Isso foi demonstrado em uma grande coorte de pacientes em um hospital em Londres, no qual se descobriu que de 115 pacientes que tiveram a clozapina interrompida de acordo com os critérios dos EUA, apenas 7 teriam interrompido a clozapina se os cortes dos EUA tivessem sido usados. Destes 62 foram reexplicados, 59 continuaram a usar a clozapina sem dificuldade e apenas 1 teve queda de neutrófilos abaixo do corte do US. [40] Outras abordagens incluíram o uso de outras drogas para apoiar a contagem de neutrófilos, incluindo lítio ou fator estimulante de colônias de granulócitos (G-CSF). No entanto, se agranulocitose ainda ocorrer durante um novo desafio, as opções alternativas são limitadas.[135][136]

Toxicidade cardíaca

A clozapina raramente pode causar miocardite e cardiomiopatia. Uma grande metanálise da exposição à clozapina em mais de 250.000 pessoas revelou que isso ocorreu em aproximadamente 7 em 1.000 pacientes tratados e resultou em morte em 3 e 4 em 10.000 pacientes expostos, respectivamente, e embora a miocardite tenha ocorrido quase exclusivamente nas primeiras 8 semanas de tratamento, cardiomiopatia pode ocorrer muito mais tarde.[137] As primeiras manifestações da doença são febre, que pode ser acompanhada por sintomas associados a infecções do trato respiratório superior, gastrointestinal ou urinário. Tipicamente, a proteína C-reativa (PCR) aumenta com o início da febre e o aumento da enzima cardíaca, troponina, ocorre até 5 dias depois. As diretrizes de monitoramento aconselham a verificação da PCR e da troponina no início e semanalmente durante as primeiras 4 semanas após o início da clozapina e a observação do paciente quanto a sinais e sintomas da doença.[138] Sinais de insuficiência cardíaca são menos comuns e podem se desenvolver com o aumento da troponina. Um estudo de caso-controle recente descobriu que o risco de miocardite induzida por clozapina aumenta com o aumento da taxa de titulação da dose de clozapina, aumento da idade e valproato de sódio concomitante.[139] Um grande estudo de registro eletrônico de saúde revelou que quase 90% dos casos de suspeita de miocardite relacionada à clozapina são falsos positivos.[140] A reexposição após miocardite induzida por clozapina foi realizada e um protocolo para esta abordagem especializada foi publicado.[141] Uma revisão sistemática de reintrodução após miocardite mostrou sucesso em mais de 60% dos casos relatados.[142]

Hipomotilidade gastrointestinal

Outro espectro de efeitos subestimados e potencialmente fatais é a hipomotilidade gastrointestinal, que pode se manifestar como constipação grave, impactação fecal, íleo paralítico, obstrução intestinal, megacólon agudo, isquemia ou necrose . [143] Foi demonstrado que a hipomotilidade colônica ocorre em até 80% das pessoas com prescrição de clozapina quando a função gastrointestinal é medida objetivamente usando marcadores radiopacos.[144] A hipomotilidade gastrointestinal induzida pela clozapina atualmente tem uma taxa de mortalidade mais alta do que o efeito colateral mais conhecido da agranulocitose.[145] Uma revisão da Cochrane encontrou poucas evidências para ajudar a orientar as decisões sobre o melhor tratamento para hipomotilidade gastrointestinal causada por clozapina e outros medicamentos antipsicóticos.[146] O monitoramento da função intestinal e o uso preventivo de laxantes para todas as pessoas tratadas com clozapina demonstraram melhorar o tempo de trânsito colônico e reduzir sequelas graves.[147]

Hipersalivação

A hipersalivação, ou produção excessiva de saliva, é um dos efeitos adversos mais comuns da clozapina (30-80%).[148] A produção de saliva é especialmente incômoda à noite e logo pela manhã, pois a imobilidade do sono impede a eliminação normal da saliva pela deglutição que ocorre ao longo do dia.[148] Enquanto a clozapina é um antagonista muscarínico nos receptores M1, M2, M3 e M5, a clozapina é um agonista total no subgrupo M4. Como o M4 é altamente expresso na glândula salivar, acredita-se que sua atividade agonista do M4 seja responsável pela hipersalivação.[149] A hipersalivação induzida pela clozapina é provavelmente um fenômeno relacionado à dose e tende a piorar no início da medicação.[148] Além de diminuir a dose ou retardar a titulação inicial da dose, outras intervenções que mostraram algum benefício incluem medicamentos anticolinérgicos de absorção sistêmica, como hioscina,[150] difenidramina[148] e medicamentos anticolinérgicos tópicos, como brometo de ipratrópio.[151] A hipersalivação leve pode ser controlada dormindo com uma toalha sobre o travesseiro à noite.[151]

Sistema nervoso central

Os efeitos colaterais do SNC incluem sonolência, vertigem, dor de cabeça, tremor, síncope, distúrbios do sono, pesadelos, inquietação, acinesia, agitação, convulsões, rigidez, acatisia, confusão, fadiga, insônia, hipercinesia, fraqueza, letargia, ataxia, fala arrastada, depressão, espasmos mioclônicos e ansiedade. Raramente observados são delírios, alucinações, delírio, amnésia, aumento ou diminuição da libido, paranóia e irritabilidade, EEG anormal, piora da psicose, parestesia, estado de mal epiléptico e sintomas obsessivo-compulsivos. Semelhante a outros antipsicóticos, a clozapina raramente causa síndrome neuroléptica maligna .[152]

Incontinência urinaria

A clozapina está ligada à incontinência urinária,[153] embora sua aparência possa ser subestimada.[154]

Retirada

A retirada abrupta pode levar a efeitos rebote colinérgicos, como indigestão, diarreia, náuseas/vômitos, superabundância de saliva, sudorese profusa, insônia e agitação.[155] A abstinência abrupta também pode causar distúrbios motores graves, catatonia e psicose.[156] Os médicos recomendaram que os pacientes, familiares e cuidadores sejam informados sobre os sintomas e riscos da retirada abrupta da clozapina. Ao descontinuar a clozapina, recomenda-se a redução gradual da dose para reduzir a intensidade dos efeitos da abstinência.[157][158]

Ganho de peso e diabetes

Além da hiperglicemia, o ganho de peso significativo é frequentemente experimentado por pacientes tratados com clozapina.[159] Demonstrou-se que o metabolismo prejudicado da glicose e a obesidade são constituintes da síndrome metabólica e podem aumentar o risco de doença cardiovascular. Os dados sugerem que a clozapina pode ter maior probabilidade de causar efeitos metabólicos adversos do que alguns dos outros antipsicóticos atípicos.[160] Para as pessoas que ganham peso por causa da clozapina, tomar metformina pode melhorar três dos cinco componentes da síndrome metabólica: circunferência da cintura, glicose em jejum e triglicerídeos em jejum.[161]

Pneumonia

Bancos de dados internacionais de efeitos adversos de medicamentos indicam que o uso de clozapina está associado a um aumento significativo na incidência e morte por pneumonia e esse pode ser um dos eventos adversos mais significativos.[162] Os mecanismos para isso são desconhecidos, embora se especule que possa estar relacionado à hipersalivação, efeitos imunológicos dos efeitos da clozapina na resolução da inflamação.[163][164]

Overdose

Os sintomas de overdose podem ser variáveis, mas geralmente incluem; sedação, confusão, taquicardia, convulsões e ataxia. Fatalidades foram relatadas devido à overdose de clozapina, embora overdoses superiores a 5.000 mg sobreviveram.[165][166]

Interações medicamentosas

A fluvoxamina inibe o metabolismo da clozapina levando a um aumento significativo dos níveis sanguíneos de clozapina.[167]

Quando a carbamazepina é usada concomitantemente com a clozapina, demonstrou diminuir significativamente os níveis plasmáticos de clozapina, diminuindo assim os efeitos benéficos da clozapina.[168][169] Os pacientes devem ser monitorados quanto à "diminuição dos efeitos terapêuticos da clozapina se a carbamazepina" for iniciada ou aumentada. Se a carbamazepina for descontinuada ou a dose de carbamazepina for diminuída, os efeitos terapêuticos da clozapina devem ser monitorados. O estudo recomenda que a carbamazepina não seja usada concomitantemente com a clozapina devido ao risco aumentado de agranulocitose.[170]

A ciprofloxacina é um inibidor do CYP1A2 e a clozapina é o principal substrato do CYP1A2. Um estudo randomizado relatou elevação na concentração de clozapina em indivíduos tomando ciprofloxacino concomitantemente.[171] Assim, as informações de prescrição para clozapina recomendam "reduzir a dose de clozapina em um terço da dose original" quando a ciprofloxacina e outros inibidores da CYP1A2 são adicionados à terapia, mas uma vez que a ciprofloxacina é removida da terapia, recomenda-se retornar a clozapina à dose original.[172]

Farmacologia

Farmacodinâmica

Ligações de clozapina e norclozapina[173][174]
Protein CZP Ki (nM) NDMC Ki (nM)
5-HT1A 123.7 13.9
5-HT<sub id="mwAw0">1B</sub> 519 406.8
5-HT<sub id="mwAxM">1D</sub> 1,356 476.2
5-HT2A 5.35 10.9
5-HT<sub id="mwAx8">2B</sub> 8.37 2.8
5-HT2C 9.44 11.9
5-HT3 241 272.2
5-HT<sub id="mwAzE">5A</sub> 3,857 350.6
5-HT6 13.49 11.6
5-HT7 17.95 60.1
α1A 1.62 104.8
α1B 7 85.2
α2A 37 137.6
α<sub id="mwA1U">2B</sub> 26.5 95.1
α<sub id="mwA1s">2C</sub> 6 117.7
β<sub id="mwA2E">1</sub> 5,000 6,239
β<sub id="mwA2c">2</sub> 1,650 4,725
D1 266.25 14.3
D2 157 101.4
D3 269.08 193.5
D4 26.36 63.94
D5 255.33 283.6
H1 1.13 3.4
H2 153 345.1
H3 >10,000 >10,000
H4 665 1,028
M<sub id="mwA6M">1</sub> 6.17 67.6
M<sub id="mwA6k">2</sub> 36.67 414.5
M<sub id="mwA68">3</sub> 19.25 95.7
M<sub id="mwA7U">4</sub> 15.33 169.9
M<sub id="mwA7s">5</sub> 15.5 35.4
SERT 1,624 316.6
NET 3,168 493.9
DAT >10,000 >10,000
Quanto menor o valor, mais fortemente se liga ao receptor. Todos os dados são de proteínas humanas clonadas.[173][174]

A clozapina é classificada como um antipsicótico atípico porque se liga aos receptores de serotonina e dopamina.[175]

A clozapina é um antagonista da subunidade 5-HT 2A do receptor de serotonina, supostamente melhorando a depressão, a ansiedade e os sintomas cognitivos negativos associados à esquizofrenia.[176][177]

Também foi demonstrada uma interação direta da clozapina com o receptor GABAB.[178] Camundongos com deficiência do receptor GABA B exibem níveis aumentados de dopamina extracelular e comportamento locomotor alterado equivalente ao de modelos animais com esquizofrenia.[179] Agonistas do receptor GABAB e moduladores alostéricos positivos reduzem as alterações locomotoras nesses modelos.[180]

A clozapina induz a liberação de glutamato e D-serina, um agonista no sítio glicina do receptor NMDA, dos astrócitos,[181] e reduz a expressão de transportadores astrocíticos de glutamato. Estes são efeitos diretos que também estão presentes em culturas de células de astrócitos que não contêm neurônios. A clozapina previne a expressão prejudicada do receptor NMDA causada por antagonistas do receptor NMDA.[182]

Farmacocinética

N - desmetilclozapina (norclozapina), principal metabólito ativo da clozapina.

A absorção da clozapina é quase completa após a administração oral, mas a biodisponibilidade oral é de apenas 60 a 70% devido ao metabolismo de primeira passagem. O tempo para atingir o pico de concentração após administração oral é de cerca de 2,5 horas, e os alimentos não parecem afetar a biodisponibilidade da clozapina. No entanto, foi demonstrado que a coadministração de alimentos diminui a taxa de absorção.[183] A meia-vida de eliminação da clozapina é de cerca de 14 horas em condições de estado de equilíbrio (variando com a dose diária). 

A clozapina é extensivamente metabolizada no fígado, via sistema do citocromo P450, em metabólitos polares adequados para eliminação na urina e nas fezes. O principal metabólito, norclozapina ( desmetil-clozapina), é farmacologicamente ativo. A isoenzima 1A2 do citocromo P450 é a principal responsável pelo metabolismo da clozapina, mas 2C, 2D6, 2E1 e 3A3/4 também parecem desempenhar papéis. Agentes que induzem (por exemplo, fumaça de cigarro) ou inibem (por exemplo, teofilina, ciprofloxacina, fluvoxamina ) CYP1A2 podem aumentar ou diminuir, respectivamente, o metabolismo da clozapina. Por exemplo, a indução do metabolismo causada pelo fumo significa que os fumantes precisam de até o dobro da dose de clozapina em comparação com os não fumantes para atingir uma concentração plasmática equivalente.[184]

Os níveis plasmáticos de clozapina e norclozapina (desmetil-clozapina) também podem ser monitorados, embora mostrem um grau significativo de variação e sejam maiores em mulheres e aumentem com a idade.[185] O monitoramento dos níveis plasmáticos de clozapina e norclozapina demonstrou ser útil na avaliação da adesão, estado metabólico, prevenção de toxicidade e otimização da dose.[184]

Lista de nomes comerciais da clozapina [186]
A Alemoxan, Azaleptina, Azaleptol
C Cloment, Clonex, Clopin, Clopine, Clopsine, Cloril, Clorilex, Clozamed, Clozapex, Clozapin, Clozapina, Clozapinum, Clozapyl, Clozarem, Clozaril
D Denzapina, Dicomex
E Elcrit, Excloza
F FazaClo, Froidir
I Espero
K Klozapol
L Lanolept, Lapenax, Leponex, Lodux, Lozapine, Lozatric, Luften
M Medazepina, Mezapina
N Nemea, Nirva
O Ozadep, Ozapim
P Pinazam
R Refrata, Refraxol
S Sanosen, Schizonex, Sensipin, Sequax, Sicozapina, Sizoril, Syclop, Syzopin
T Tanil
U Uspen
V Versacloz
X Xenopal
Z Zaclo, Zapenia, Zapine, Zaponex, Zaporil, Ziproc, Zopin

Economia

Apesar do custo dos sistemas de monitoramento sanguíneo e gerenciamento de risco necessários, o uso de clozapina é altamente custo-efetivo; com uma série de estudos sugerindo economia de dezenas de milhares de dólares por paciente por ano em comparação com outros antipsicóticos, bem como vantagens em relação a melhorias na qualidade de vida.[187][188][189] A clozapina está disponível como medicamento genérico.[23]

Referências

  1. The clozapine handbook. [S.l.: s.n.] 16 May 2019. ISBN 978-1-108-44746-1. OCLC 1222779588  Verifique data em: |data= (ajuda)
  2. a b c «Clozaril 25 mg Tablets - Summary of Product Characteristics (SmPC)». www.medicines.org.uk. Consultado em 14 de setembro de 2021 
  3. a b National Institute for Health and Care Excellence (Great Britain). Parkinson's disease in adults : diagnosis and management : full guideline. [S.l.: s.n.] OCLC 1105250833 
  4. a b Hasan A, Falkai P, Wobrock T, Lieberman J, Glenthoj B, Gattaz WF, et al. (July 2012). «World Federation of Societies of Biological Psychiatry (WFSBP) Guidelines for Biological Treatment of Schizophrenia, part 1: update 2012 on the acute treatment of schizophrenia and the management of treatment resistance». The World Journal of Biological Psychiatry. 13 (5): 318–378. PMID 22834451. doi:10.3109/15622975.2012.696143  Verifique data em: |data= (ajuda)
  5. a b Buchanan RW, Kreyenbuhl J, Kelly DL, Noel JM, Boggs DL, Fischer BA, et al. (January 2010). «The 2009 schizophrenia PORT psychopharmacological treatment recommendations and summary statements». Schizophrenia Bulletin. 36 (1): 71–93. PMC 2800144Acessível livremente. PMID 19955390. doi:10.1093/schbul/sbp116  Verifique data em: |data= (ajuda)
  6. a b Gaebel W, Weinmann S, Sartorius N, Rutz W, McIntyre JS (September 2005). «Schizophrenia practice guidelines: international survey and comparison». The British Journal of Psychiatry. 187 (3): 248–255. PMID 16135862. doi:10.1192/bjp.187.3.248Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  7. a b Kuipers E, Yesufu-Udechuku A, Taylor C, Kendall T (February 2014). «Management of psychosis and schizophrenia in adults: summary of updated NICE guidance». BMJ. 348: g1173. PMID 24523363. doi:10.1136/bmj.g1173  Verifique data em: |data= (ajuda)
  8. a b Howes OD, McCutcheon R, Agid O, de Bartolomeis A, van Beveren NJ, Birnbaum ML, et al. (March 2017). «Treatment-Resistant Schizophrenia: Treatment Response and Resistance in Psychosis (TRRIP) Working Group Consensus Guidelines on Diagnosis and Terminology». The American Journal of Psychiatry. 174 (3): 216–229. PMC 6231547Acessível livremente. PMID 27919182. doi:10.1176/appi.ajp.2016.16050503  Verifique data em: |data= (ajuda)
  9. a b Galletly C, Castle D, Dark F, Humberstone V, Jablensky A, Killackey E, et al. (May 2016). «Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the management of schizophrenia and related disorders». The Australian and New Zealand Journal of Psychiatry. 50 (5): 410–472. PMID 27106681. doi:10.1177/0004867416641195Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  10. Remington G, Addington D, Honer W, Ismail Z, Raedler T, Teehan M (September 2017). «Guidelines for the Pharmacotherapy of Schizophrenia in Adults». Canadian Journal of Psychiatry. 62 (9): 604–616. PMC 5593252Acessível livremente. PMID 28703015. doi:10.1177/0706743717720448  Verifique data em: |data= (ajuda)
  11. «clozapine (CHEBI:3766)». www.ebi.ac.uk. Consultado em 1 de outubro de 2021 
  12. a b Kane J, Honigfeld G, Singer J, Meltzer H (September 1988). «Clozapine for the treatment-resistant schizophrenic. A double-blind comparison with chlorpromazine». Archives of General Psychiatry. 45 (9): 789–796. PMID 3046553. doi:10.1001/archpsyc.1988.01800330013001  Verifique data em: |data= (ajuda)
  13. a b Taipale H, Tanskanen A, Mehtälä J, Vattulainen P, Correll CU, Tiihonen J (February 2020). «20-year follow-up study of physical morbidity and mortality in relationship to antipsychotic treatment in a nationwide cohort of 62,250 patients with schizophrenia (FIN20)». World Psychiatry. 19 (1): 61–68. PMC 6953552Acessível livremente. PMID 31922669. doi:10.1002/wps.20699  Verifique data em: |data= (ajuda)
  14. a b Masuda T, Misawa F, Takase M, Kane JM, Correll CU (October 2019). «Association With Hospitalization and All-Cause Discontinuation Among Patients With Schizophrenia on Clozapine vs Other Oral Second-Generation Antipsychotics: A Systematic Review and Meta-analysis of Cohort Studies». JAMA Psychiatry. 76 (10): 1052–1062. PMC 6669790Acessível livremente. PMID 31365048. doi:10.1001/jamapsychiatry.2019.1702  Verifique data em: |data= (ajuda)
  15. a b «'Last resort' antipsychotic remains the gold standard for treatment-resistant schizophrenia». NIHR Evidence (Plain English summary). 2 de outubro de 2019. doi:10.3310/signal-000826 
  16. Leucht S, Cipriani A, Spineli L, Mavridis D, Orey D, Richter F, et al. (September 2013). «Comparative efficacy and tolerability of 15 antipsychotic drugs in schizophrenia: a multiple-treatments meta-analysis». Lancet. 382 (9896): 951–962. PMID 23810019. doi:10.1016/S0140-6736(13)60733-3  Verifique data em: |data= (ajuda)
  17. a b c Taylor D, Shapland L, Laverick G, Bond J, Munro J (December 2000). «Clozapine – a survey of patient perceptions». Psychiatric Bulletin (em inglês). 24 (12): 450–452. ISSN 0955-6036. doi:10.1192/pb.24.12.450Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  18. a b Waserman J, Criollo M (May 2000). «Subjective experiences of clozapine treatment by patients with chronic schizophrenia». Psychiatric Services. 51 (5): 666–668. PMID 10783189. doi:10.1176/appi.ps.51.5.666  Verifique data em: |data= (ajuda)
  19. Vermeulen JM, van Rooijen G, van de Kerkhof MP, Sutterland AL, Correll CU, de Haan L (March 2019). «Clozapine and Long-Term Mortality Risk in Patients With Schizophrenia: A Systematic Review and Meta-analysis of Studies Lasting 1.1-12.5 Years». Schizophrenia Bulletin. 45 (2): 315–329. PMC 6403051Acessível livremente. PMID 29697804. doi:10.1093/schbul/sby052  Verifique data em: |data= (ajuda)
  20. a b c d Li XH, Zhong XM, Lu L, Zheng W, Wang SB, Rao WW, et al. (March 2020). «The prevalence of agranulocytosis and related death in clozapine-treated patients: a comprehensive meta-analysis of observational studies». Psychological Medicine. 50 (4): 583–594. PMID 30857568. doi:10.1017/S0033291719000369  Verifique data em: |data= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Li_2020" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  21. a b Griffith RW, Saameli K (October 1975). «Letter: Clozapine and agranulocytosis». Lancet. 2 (7936). 657 páginas. PMID 52022. doi:10.1016/S0140-6736(75)90135-X  Verifique data em: |data= (ajuda)
  22. a b c d e f g Crilly J (March 2007). «The history of clozapine and its emergence in the US market: a review and analysis». History of Psychiatry. 18 (1): 39–60. PMID 17580753. doi:10.1177/0957154X07070335  Verifique data em: |data= (ajuda)
  23. a b c d «Clozapine». The American Society of Health-System Pharmacists. Consultado em 1 December 2015. Arquivado do original em 8 December 2015  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  24. Pardis P, Remington G, Panda R, Lemez M, Agid O (October 2019). «Clozapine and tardive dyskinesia in patients with schizophrenia: A systematic review». Journal of Psychopharmacology. 33 (10): 1187–1198. PMID 31347436. doi:10.1177/0269881119862535  Verifique data em: |data= (ajuda)
  25. Hartling L, Abou-Setta AM, Dursun S, Mousavi SS, Pasichnyk D, Newton AS (October 2012). «Antipsychotics in adults with schizophrenia: comparative effectiveness of first-generation versus second-generation medications: a systematic review and meta-analysis». Annals of Internal Medicine. 157 (7): 498–511. PMID 22893011. doi:10.7326/0003-4819-157-7-201210020-00525Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  26. «Clozaril, Fazaclo ODT, Versacloz (clozapine): Drug Safety Communication - FDA Strengthens Warning That Untreated Constipation Can Lead to Serious Bowel Problems». FDA. 28 January 2020. Consultado em 30 January 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  27. World Health Organization model list of essential medicines: 21st list 2019. Geneva: World Health Organization. 2019. WHO/MVP/EMP/IAU/2019.06. License: CC BY-NC-SA 3.0 IGO 
  28. consultaremedios.com.br. «Clozapina: menor preço e entrega rápida, compre online | CR». Consulta Remédios. Consultado em 14 de maio de 2023 
  29. Atypical Antipsychotics. [S.l.]: Birkhäuser. 6 December 2012. ISBN 9783034884488 – via Google Books  Verifique data em: |data= (ajuda)
  30. Idänpään-Heikkilä J, Alhava E, Olkinuora M, Palva I (September 1975). «Letter: Clozapine and agranulocytosis». Lancet. 2 (7935). 611 páginas. PMID 51442. doi:10.1016/s0140-6736(75)90206-8  Verifique data em: |data= (ajuda)
  31. Amsler HA, Teerenhovi L, Barth E, Harjula K, Vuopio P (October 1977). «Agranulocytosis in patients treated with clozapine. A study of the Finnish epidemic». Acta Psychiatrica Scandinavica. 56 (4): 241–248. PMID 920225. doi:10.1111/j.1600-0447.1977.tb00224.x  Verifique data em: |data= (ajuda)
  32. Legge SE, Walters JT (March 2019). «Genetics of clozapine-associated neutropenia: recent advances, challenges and future perspective». Pharmacogenomics. 20 (4): 279–290. PMC 6563116Acessível livremente. PMID 30767710. doi:10.2217/pgs-2018-0188  Verifique data em: |data= (ajuda)
  33. a b de With SA, Pulit SL, Staal WG, Kahn RS, Ophoff RA (July 2017). «More than 25 years of genetic studies of clozapine-induced agranulocytosis». The Pharmacogenomics Journal. 17 (4): 304–311. PMID 28418011. doi:10.1038/tpj.2017.6  Verifique data em: |data= (ajuda)
  34. The Psychopharmacologists. [S.l.: s.n.] 8 May 2018. ISBN 9780203736159. doi:10.1201/9780203736159  Verifique data em: |data= (ajuda)
  35. «Supplemental NDA Approval Letter for Clozaril, NDA 19-758 / S-047» (PDF). United States Food and Drug Administration. 18 December 2002. Consultado em 23 November 2012. Arquivado do original (PDF) em 8 November 2013  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  36. «Letter to Novartis Pharmaceuticals Corporation» (PDF). Consultado em 20 September 2009. Arquivado do original (PDF) em 11 May 2011  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  37. «FDA Modifies REMS Program for Clozapine». www.raps.org. Consultado em 14 August 2021  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  38. Sultan RS, Olfson M, Correll CU, Duncan EJ (25 de outubro de 2017). «Evaluating the Effect of the Changes in FDA Guidelines for Clozapine Monitoring». The Journal of Clinical Psychiatry. 78 (8): e933–e939. PMC 5669833Acessível livremente. PMID 28742291. doi:10.4088/jcp.16m11152 
  39. a b c Nielsen J, Young C, Ifteni P, Kishimoto T, Xiang YT, Schulte PF, et al. (February 2016). «Worldwide Differences in Regulations of Clozapine Use». CNS Drugs. 30 (2): 149–161. PMID 26884144. doi:10.1007/s40263-016-0311-1  Verifique data em: |data= (ajuda)
  40. a b Oloyede E, Casetta C, Dzahini O, Segev A, Gaughran F, Shergill S, et al. (July 2021). «There Is Life After the UK Clozapine Central Non-Rechallenge Database». Schizophrenia Bulletin. 47 (4): 1088–1098. PMC 8266568Acessível livremente. PMID 33543755. doi:10.1093/schbul/sbab006  Verifique data em: |data= (ajuda)
  41. Novartis Pharmaceuticals (April 2006). «Prescribing Information». Novartis Pharmaceuticals. 36 páginas. Consultado em 29 June 2007. Arquivado do original (PDF) em 23 October 2008  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  42. Essali A, Al-Haj Haasan N, Li C, Rathbone J (January 2009). «Clozapine versus typical neuroleptic medication for schizophrenia». The Cochrane Database of Systematic Reviews. 2009 (1): CD000059. PMC 7065592Acessível livremente. PMID 19160174. doi:10.1002/14651858.CD000059.pub2  Verifique data em: |data= (ajuda)
  43. Siskind D, McCartney L, Goldschlager R, Kisely S (November 2016). «Clozapine v. first- and second-generation antipsychotics in treatment-refractory schizophrenia: systematic review and meta-analysis». The British Journal of Psychiatry. 209 (5): 385–392. PMID 27388573. doi:10.1192/bjp.bp.115.177261Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  44. Kahn RS, Winter van Rossum I, Leucht S, McGuire P, Lewis SW, Leboyer M, et al. (October 2018). «Amisulpride and olanzapine followed by open-label treatment with clozapine in first-episode schizophrenia and schizophreniform disorder (OPTiMiSE): a three-phase switching study». The Lancet. Psychiatry. 5 (10): 797–807. PMID 30115598. doi:10.1016/S2215-0366(18)30252-9  Verifique data em: |data= (ajuda)
  45. Nyakyoma K, Morriss R (2010). «Effectiveness of clozapine use in delaying hospitalization in routine clinical practice: a 2 year observational study». Psychopharmacology Bulletin. 43 (2): 67–81. PMID 21052043 
  46. Siskind D, Reddel T, MacCabe JH, Kisely S (June 2019). «The impact of clozapine initiation and cessation on psychiatric hospital admissions and bed days: a mirror image cohort study». Psychopharmacology. 236 (6): 1931–1935. PMID 30715572. doi:10.1007/s00213-019-5179-6  Verifique data em: |data= (ajuda)
  47. Gaszner P, Makkos Z (May 2004). «Clozapine maintenance therapy in schizophrenia». Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry. 28 (3): 465–469. PMID 15093952. doi:10.1016/j.pnpbp.2003.11.011  Verifique data em: |data= (ajuda)
  48. Tiihonen J, Lönnqvist J, Wahlbeck K, Klaukka T, Niskanen L, Tanskanen A, Haukka J (August 2009). «11-year follow-up of mortality in patients with schizophrenia: a population-based cohort study (FIN11 study)». Lancet. 374 (9690): 620–627. PMID 19595447. doi:10.1016/S0140-6736(09)60742-X  Verifique data em: |data= (ajuda)
  49. Taipale H, Lähteenvuo M, Tanskanen A, Mittendorfer-Rutz E, Tiihonen J (January 2021). «Comparative Effectiveness of Antipsychotics for Risk of Attempted or Completed Suicide Among Persons With Schizophrenia». Schizophrenia Bulletin. 47 (1): 23–30. PMC 7824993Acessível livremente. PMID 33428766. doi:10.1093/schbul/sbaa111  Verifique data em: |data= (ajuda)
  50. a b Brown D, Larkin F, Sengupta S, Romero-Ureclay JL, Ross CC, Gupta N, et al. (October 2014). «Clozapine: an effective treatment for seriously violent and psychopathic men with antisocial personality disorder in a UK high-security hospital». CNS Spectrums. 19 (5): 391–402. PMC 4255317Acessível livremente. PMID 24698103. doi:10.1017/S1092852914000157  Verifique data em: |data= (ajuda)
  51. Krakowski MI, Czobor P, Citrome L, Bark N, Cooper TB (June 2006). «Atypical antipsychotic agents in the treatment of violent patients with schizophrenia and schizoaffective disorder». Archives of General Psychiatry. 63 (6): 622–629. PMID 16754835. doi:10.1001/archpsyc.63.6.622Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  52. Dalal B, Larkin E, Leese M, Taylor PJ (June 1999). «Clozapine treatment of long-standing schizophrenia and serious violence: a two-year follow-up study of the first 50 patients treated with clozapine in Rampton high security hospital». Criminal Behaviour and Mental Health (em inglês). 9 (2): 168–178. doi:10.1002/cbm.304  Verifique data em: |data= (ajuda)
  53. Topiwala A, Fazel S (January 2011). «The pharmacological management of violence in schizophrenia: a structured review». Expert Review of Neurotherapeutics. 11 (1): 53–63. PMID 21158555. doi:10.1586/ern.10.180  Verifique data em: |data= (ajuda)
  54. Frogley C, Taylor D, Dickens G, Picchioni M (October 2012). «A systematic review of the evidence of clozapine's anti-aggressive effects». The International Journal of Neuropsychopharmacology. 15 (9): 1351–1371. PMID 22339930. doi:10.1017/S146114571100201XAcessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  55. Thomson LD (July 2000). «Management of schizophrenia in conditions of high security». Advances in Psychiatric Treatment. 6 (4): 252–260. ISSN 1355-5146. doi:10.1192/apt.6.4.252Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  56. a b Silva E, Till A, Adshead G (July 2017). «Ethical dilemmas in psychiatry: When teams disagree». BJPsych Advances. 23 (4): 231–239. doi:10.1192/apt.bp.116.016147Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  57. a b Silva E, Higgins M, Hammer B, Stephenson P (June 2020). «Clozapine rechallenge and initiation despite neutropenia- a practical, step-by-step guide». BMC Psychiatry. 20 (1). 279 páginas. PMC 7275543Acessível livremente. PMID 32503471. doi:10.1186/s12888-020-02592-2  Verifique data em: |data= (ajuda)
  58. a b Till A, Selwood J, Silva E (February 2019). «The assertive approach to clozapine: nasogastric administration». BJPsych Bulletin. 43 (1): 21–26. PMC 6327298Acessível livremente. PMID 30223913. doi:10.1192/bjb.2018.61  Verifique data em: |data= (ajuda)
  59. a b Fisher WA (January 2003). «Elements of successful restraint and seclusion reduction programs and their application in a large, urban, state psychiatric hospital». Journal of Psychiatric Practice. 9 (1): 7–15. PMID 15985912. doi:10.1097/00131746-200301000-00003  Verifique data em: |data= (ajuda)
  60. a b Kasinathan J, Mastroianni T (December 2007). «Evaluating the use of enforced clozapine in an Australian forensic psychiatric setting: two cases». BMC Psychiatry. 7 (S1): P13. ISSN 1471-244X. PMC 3332745Acessível livremente. doi:10.1186/1471-244x-7-s1-p13  Verifique data em: |data= (ajuda)
  61. Swinton M, Haddock A (January 2000). «Clozapine in Special Hospital: a retrospective case-control study». The Journal of Forensic Psychiatry. 11 (3): 587–596. ISSN 0958-5184. doi:10.1080/09585180010006205  Verifique data em: |data= (ajuda)
  62. a b Silva E, Higgins M, Hammer B, Stephenson P (1 de janeiro de 2021). «Clozapine re-challenge and initiation following neutropenia: a review and case series of 14 patients in a high-secure forensic hospital». Therapeutic Advances in Psychopharmacology. 11. 20451253211015070 páginas. PMC 8221694Acessível livremente. PMID 34221348. doi:10.1177/20451253211015070 
  63. «Schizophrenia, Violence, Clozapine and Risperidone: a Review». British Journal of Psychiatry. 169 (S31): 21–30. December 1996. ISSN 0007-1250. doi:10.1192/s0007125000298589  Verifique data em: |data= (ajuda)
  64. a b Swinton M (January 2001). «Clozapine in severe borderline personality disorder». The Journal of Forensic Psychiatry (em inglês). 12 (3): 580–591. ISSN 0958-5184. doi:10.1080/09585180110091994  Verifique data em: |data= (ajuda)
  65. a b Haw C, Stubbs J (November 2011). «Medication for borderline personality disorder: a survey at a secure hospital». International Journal of Psychiatry in Clinical Practice. 15 (4): 280–285. PMID 22122000. doi:10.3109/13651501.2011.590211  Verifique data em: |data= (ajuda)
  66. Henry R, Massey R, Morgan K, Deeks J, Macfarlane H, Holmes N, Silva E (December 2020). «Evaluation of the effectiveness and acceptability of intramuscular clozapine injection: illustrative case series». BJPsych Bulletin. 44 (6): 239–243. PMC 7684781Acessível livremente. PMID 32081110. doi:10.1192/bjb.2020.6  Verifique data em: |data= (ajuda)
  67. Casetta C, Oloyede E, Whiskey E, Taylor DM, Gaughran F, Shergill SS, et al. (September 2020). «A retrospective study of intramuscular clozapine prescription for treatment initiation and maintenance in treatment-resistant psychosis» (PDF). The British Journal of Psychiatry. 217 (3): 506–513. PMID 32605667. doi:10.1192/bjp.2020.115  Verifique data em: |data= (ajuda)
  68. Lokshin P, Lerner V, Miodownik C, Dobrusin M, Belmaker RH (October 1999). «Parenteral clozapine: five years of experience». Journal of Clinical Psychopharmacology. 19 (5): 479–480. PMID 10505595. doi:10.1097/00004714-199910000-00018  Verifique data em: |data= (ajuda)
  69. Schulte PF, Stienen JJ, Bogers J, Cohen D, van Dijk D, Lionarons WH, et al. (November 2007). «Compulsory treatment with clozapine: a retrospective long-term cohort study». International Journal of Law and Psychiatry. 30 (6): 539–545. PMID 17928054. doi:10.1016/j.ijlp.2007.09.003  Verifique data em: |data= (ajuda)
  70. McLean G, Juckes L (1 de dezembro de 2001). «Parenteral Clozapine (Clozaril)». Australasian Psychiatry (em inglês). 9 (4). 371 páginas. ISSN 1039-8562. doi:10.1046/j.1440-1665.2001.0367a.x 
  71. Mossman D, Lehrer DS (December 2000). «Conventional and atypical antipsychotics and the evolving standard of care». Psychiatric Services. 51 (12): 1528–1535. PMID 11097649. doi:10.1176/appi.ps.51.12.1528  Verifique data em: |data= (ajuda)
  72. Pompili M, Lester D, Dominici G, Longo L, Marconi G, Forte A, et al. (May 2013). «Indications for electroconvulsive treatment in schizophrenia: a systematic review». Schizophrenia Research. 146 (1–3): 1–9. PMID 23499244. doi:10.1016/j.schres.2022.09.021  Verifique data em: |data= (ajuda)
  73. Li XB, Tang YL, Wang CY, de Leon J (May 2015). «Clozapine for treatment-resistant bipolar disorder: a systematic review». Bipolar Disorders. 17 (3): 235–247. PMID 25346322. doi:10.1111/bdi.12272  Verifique data em: |data= (ajuda)
  74. Goodwin GM (June 2009). «Evidence-based guidelines for treating bipolar disorder: revised second edition--recommendations from the British Association for Psychopharmacology». Journal of Psychopharmacology. 23 (4): 346–388. PMID 19329543. doi:10.1177/0269881109102919  Verifique data em: |data= (ajuda)
  75. Bastiampillai T, Gupta A, Allison S, Chan SK (June 2016). «NICE guidance: why not clozapine for treatment-refractory bipolar disorder?». The Lancet. Psychiatry. 3 (6): 502–503. PMID 27262046. doi:10.1016/s2215-0366(16)30081-5Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  76. Yatham LN, Kennedy SH, Parikh SV, Schaffer A, Bond DJ, Frey BN, et al. (March 2018). «Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments (CANMAT) and International Society for Bipolar Disorders (ISBD) 2018 guidelines for the management of patients with bipolar disorder». Bipolar Disorders. 20 (2): 97–170. PMC 5947163Acessível livremente. PMID 29536616. doi:10.1111/bdi.12609  Verifique data em: |data= (ajuda)
  77. Gartlehner G, Crotty K, Kennedy S, Edlund MJ, Ali R, Siddiqui M, et al. (October 2021). «Pharmacological Treatments for Borderline Personality Disorder: A Systematic Review and Meta-Analysis». CNS Drugs. 35 (10): 1053–1067. PMC 8478737Acessível livremente. PMID 34495494. doi:10.26226/morressier.59d4913bd462b8029238a351  Verifique data em: |data= (ajuda)
  78. Beri A, Boydell J (May 2014). «Clozapine in borderline personality disorder: a review of the evidence». Annals of Clinical Psychiatry. 26 (2): 139–144. PMID 24812651  Verifique data em: |data= (ajuda)
  79. Frogley C, Anagnostakis K, Mitchell S, Mason F, Taylor D, Dickens G, Picchioni MM (May 2013). «A case series of clozapine for borderline personality disorder». Annals of Clinical Psychiatry. 25 (2): 125–134. PMID 23638443  Verifique data em: |data= (ajuda)
  80. Dickens GL, Frogley C, Mason F, Anagnostakis K, Picchioni MM (7 de outubro de 2016). «Experiences of women in secure care who have been prescribed clozapine for borderline personality disorder». Borderline Personality Disorder and Emotion Dysregulation. 3 (1). 12 páginas. PMC 5055694Acessível livremente. PMID 27761261. doi:10.1186/s40479-016-0049-x 
  81. Rohde C, Polcwiartek C, Correll CU, Nielsen J (December 2018). «Real-World Effectiveness of Clozapine for Borderline Personality Disorder: Results From a 2-Year Mirror-Image Study». Journal of Personality Disorders. 32 (6): 823–837. PMID 29120277. doi:10.1521/pedi_2017_31_328  Verifique data em: |data= (ajuda)
  82. Stoffers-Winterling J, Storebø OJ, Lieb K (June 2020). «Pharmacotherapy for Borderline Personality Disorder: an Update of Published, Unpublished and Ongoing Studies». Current Psychiatry Reports. 22 (8). 37 páginas. PMC 7275094Acessível livremente. PMID 32504127. doi:10.1007/s11920-020-01164-1  Verifique data em: |data= (ajuda)
  83. «NIHR Funding and Awards Search Website». fundingawards.nihr.ac.uk. Consultado em 14 de setembro de 2021 
  84. https://ps.psychiatryonline.org/doi/10.1176/appi.ps.53.3.348-a#:~:text=Thus%20clozapine%20may%20be%20very,the%20costs%20of%20their%20care.
  85. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4857858/
  86. Flanagan RJ, Lally J, Gee S, Lyon R, Every-Palmer S (October 2020). «Clozapine in the treatment of refractory schizophrenia: a practical guide for healthcare professionals». British Medical Bulletin. 135 (1): 73–89. PMC 7585831Acessível livremente. PMID 32885238. doi:10.1093/bmb/ldaa024  Verifique data em: |data= (ajuda)
  87. a b c Beck K, McCutcheon R, Bloomfield MA, Gaughran F, Reis Marques T, MacCabe J, et al. (December 2014). «The practical management of refractory schizophrenia--the Maudsley Treatment REview and Assessment Team service approach». Acta Psychiatrica Scandinavica. 130 (6): 427–438. PMID 25201058. doi:10.1111/acps.12327  Verifique data em: |data= (ajuda)
  88. «Clozaril 25 mg Tablets - Summary of Product Characteristics (SmPC) - (emc)». www.medicines.org.uk. Consultado em 15 de setembro de 2021 
  89. a b c consultaremedios.com.br. «Clozapina: menor preço e entrega rápida, compre online | CR». Consulta Remédios. Consultado em 14 de maio de 2023 
  90. a b The Maudsley prescribing guidelines in psychiatry 13th ed. Hoboken, NJ: [s.n.] 2019. ISBN 978-1-119-44260-8. OCLC 1029071684 
  91. Taylor Shubhra Mace Shameem Mir Robert Kerwin D (January 2000). «A prescription survey of the use of atypical antipsychotics for hospital inpatients in the United Kingdom». International Journal of Psychiatry in Clinical Practice. 4 (1): 41–46. PMID 24927311. doi:10.1080/13651500052048749  Verifique data em: |data= (ajuda)
  92. Sharma A (October 2018). «Maintenance doses for clozapine: past and present». BJPsych Bulletin. 42 (5). 217 páginas. PMC 6189983Acessível livremente. PMID 30345070. doi:10.1192/bjb.2018.64  Verifique data em: |data= (ajuda)
  93. Suzuki T, Remington G, Arenovich T, Uchida H, Agid O, Graff-Guerrero A, Mamo DC (October 2011). «Time course of improvement with antipsychotic medication in treatment-resistant schizophrenia». The British Journal of Psychiatry. 199 (4): 275–280. PMID 22187729. doi:10.1192/bjp.bp.110.083907  Verifique data em: |data= (ajuda)
  94. Kapur S, Arenovich T, Agid O, Zipursky R, Lindborg S, Jones B (May 2005). «Evidence for onset of antipsychotic effects within the first 24 hours of treatment». The American Journal of Psychiatry. 162 (5): 939–946. PMID 15863796. doi:10.1176/appi.ajp.162.5.939  Verifique data em: |data= (ajuda)
  95. «Augmenting Clozapine Response in Treatment-Resistant Schizophreni a». Therapy-Resistant Schizophrenia. Col: Advances in Biological Psychiatry. 26. Basel: KARGER. 2010. pp. 129–151. ISBN 978-3-8055-9511-7. doi:10.1159/000319813 
  96. Schulte P (2003). «What is an adequate trial with clozapine?: therapeutic drug monitoring and time to response in treatment-refractory schizophrenia». Clinical Pharmacokinetics. 42 (7): 607–618. PMID 12844323. doi:10.2165/00003088-200342070-00001 
  97. Conley RR, Carpenter WT, Tamminga CA (September 1997). «Time to clozapine response in a standardized trial». The American Journal of Psychiatry. 154 (9): 1243–1247. PMID 9286183. doi:10.1176/ajp.154.9.1243Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  98. Mistry H, Osborn D (July 2011). «Underuse of clozapine in treatment-resistant schizophrenia». Advances in Psychiatric Treatment. 17 (4): 250–255. ISSN 1355-5146. doi:10.1192/apt.bp.110.008128Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  99. Stroup TS, Gerhard T, Crystal S, Huang C, Olfson M (February 2014). «Geographic and clinical variation in clozapine use in the United States». Psychiatric Services. 65 (2): 186–192. PMID 24233347. doi:10.1176/appi.ps.201300180  Verifique data em: |data= (ajuda)
  100. Downs J, Zinkler M (October 2007). «Clozapine: national review of postcode prescribing». Psychiatric Bulletin (em inglês). 31 (10): 384–387. ISSN 0955-6036. doi:10.1192/pb.bp.106.013144Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  101. Purcell H, Lewis S (November 2000). «Postcode prescribing in psychiatry». Psychiatric Bulletin. 24 (11): 420–422. ISSN 0955-6036. doi:10.1192/pb.24.11.420Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  102. Hayhurst KP, Brown P, Lewis SW (April 2003). «Postcode prescribing for schizophrenia». The British Journal of Psychiatry. 182 (4): 281–283. PMID 12668398. doi:10.1192/bjp.182.4.281Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  103. Nielsen J, Røge R, Schjerning O, Sørensen HJ, Taylor D (November 2012). «Geographical and temporal variations in clozapine prescription for schizophrenia». European Neuropsychopharmacology. 22 (11): 818–824. PMID 22503785. doi:10.1016/j.euroneuro.2012.03.003  Verifique data em: |data= (ajuda)
  104. Latimer E, Wynant W, Clark R, Malla A, Moodie E, Tamblyn R, Naidu A (April 2013). «Underprescribing of clozapine and unexplained variation in use across hospitals and regions in the Canadian province of Québec». Clinical Schizophrenia & Related Psychoses. 7 (1): 33–41. PMID 23367500. doi:10.3371/csrp.lawy.012513  Verifique data em: |data= (ajuda)
  105. Whiskey E, Barnard A, Oloyede E, Dzahini O, Taylor DM, Shergill SS (April 2021). «An evaluation of the variation and underuse of clozapine in the United Kingdom» (PDF). Acta Psychiatrica Scandinavica. 143 (4): 339–347. PMID 33501659. doi:10.2139/ssrn.3716864  Verifique data em: |data= (ajuda)
  106. Kelly DL, Kreyenbuhl J, Dixon L, Love RC, Medoff D, Conley RR (September 2007). «Clozapine underutilization and discontinuation in African Americans due to leucopenia». Schizophrenia Bulletin. 33 (5): 1221–1224. PMC 2632351Acessível livremente. PMID 17170061. doi:10.1093/schbul/sbl068  Verifique data em: |data= (ajuda)
  107. a b Mallinger JB, Fisher SG, Brown T, Lamberti JS (January 2006). «Racial disparities in the use of second-generation antipsychotics for the treatment of schizophrenia». Psychiatric Services. 57 (1): 133–136. PMID 16399976. doi:10.1176/appi.ps.57.1.133  Verifique data em: |data= (ajuda)
  108. a b Copeland LA, Zeber JE, Valenstein M, Blow FC (October 2003). «Racial disparity in the use of atypical antipsychotic medications among veterans». The American Journal of Psychiatry. 160 (10): 1817–1822. PMID 14514496. doi:10.1176/appi.ajp.160.10.1817  Verifique data em: |data= (ajuda)
  109. Kelly DL, Dixon LB, Kreyenbuhl JA, Medoff D, Lehman AF, Love RC, et al. (September 2006). «Clozapine utilization and outcomes by race in a public mental health system: 1994-2000». The Journal of Clinical Psychiatry. 67 (9): 1404–1411. PMID 17017827. doi:10.4088/jcp.v67n0911  Verifique data em: |data= (ajuda)
  110. Whiskey E, Olofinjana O, Taylor D (June 2011). «The importance of the recognition of benign ethnic neutropenia in black patients during treatment with clozapine: case reports and database study». Journal of Psychopharmacology. 25 (6): 842–845. PMID 20305043. doi:10.1177/0269881110364267  Verifique data em: |data= (ajuda)
  111. Cirulli G (October 2005). «Clozapine prescribing in adolescent psychiatry: survey of prescribing practice in in-patient units». Psychiatric Bulletin. 29 (10): 377–380. doi:10.1192/pb.29.10.377  Verifique data em: |data= (ajuda)
  112. Nielsen J, Dahm M, Lublin H, Taylor D (July 2010). «Psychiatrists' attitude towards and knowledge of clozapine treatment». Journal of Psychopharmacology. 24 (7): 965–971. PMID 19164499. doi:10.1177/0269881108100320  Verifique data em: |data= (ajuda)
  113. Hodge K, Jespersen S (February 2008). «Side-effects and treatment with clozapine: a comparison between the views of consumers and their clinicians». International Journal of Mental Health Nursing. 17 (1): 2–8. PMID 18211398. doi:10.1111/j.1447-0349.2007.00506.x  Verifique data em: |data= (ajuda)
  114. Angermeyer MC, Löffler W, Müller P, Schulze B, Priebe S (April 2001). «Patients' and relatives' assessment of clozapine treatment». Psychological Medicine. 31 (3): 509–517. PMID 11305859. doi:10.1017/S0033291701003749  Verifique data em: |data= (ajuda)
  115. Kelly D, Kreyenbuhl J, Buchanan R, Malhotra A (April 2007). «Why Not Clozapine?». Clinical Schizophrenia & Related Psychoses. 1 (1): 92–95. doi:10.3371/csrp.1.1.8  Verifique data em: |data= (ajuda)
  116. Downs J, Zinkler M (October 2007). «Clozapine: national review of postcode prescribing». Psychiatric Bulletin. 31 (10): 384–387. ISSN 0955-6036. doi:10.1192/pb.bp.106.013144Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  117. Taylor DM, Young C, Paton C (January 2003). «Prior antipsychotic prescribing in patients currently receiving clozapine: a case note review». The Journal of Clinical Psychiatry. 64 (1): 30–34. PMID 12590620. doi:10.4088/jcp.v64n0107  Verifique data em: |data= (ajuda)
  118. Fayek M, Flowers C, Signorelli D, Simpson G (November 2003). «Psychopharmacology: underuse of evidence-based treatments in psychiatry». Psychiatric Services. 54 (11): 1453–4, 1456. PMID 14600298. doi:10.1176/appi.ps.54.11.1453  Verifique data em: |data= (ajuda)
  119. «Why Health Care Is Different If You're Black, Latino Or Poor». Forbes (em inglês). Consultado em 16 de setembro de 2021  Verifique o valor de |display-authors=Pearl R (ajuda)
  120. «Racism in healthcare: Statistics and examples». www.medicalnewstoday.com (em inglês). 17 de setembro de 2020. Consultado em 16 de setembro de 2021 
  121. Stress (em inglês). [S.l.]: National Academies Press (US). 2004 
  122. Obermeyer Z, Powers B, Vogeli C, Mullainathan S (October 2019). «Dissecting racial bias in an algorithm used to manage the health of populations». Science. 366 (6464): 447–453. Bibcode:2019Sci...366..447O. PMID 31649194. doi:10.1126/science.aax2342  Verifique data em: |data= (ajuda)
  123. Kelly DL, Dixon LB, Kreyenbuhl JA, Medoff D, Lehman AF, Love RC, et al. (September 2006). «Clozapine utilization and outcomes by race in a public mental health system: 1994-2000». The Journal of Clinical Psychiatry. 67 (9): 1404–1411. PMID 17017827. doi:10.4088/JCP.v67n0911  Verifique data em: |data= (ajuda)
  124. Atallah-Yunes SA, Ready A, Newburger PE (September 2019). «Benign ethnic neutropenia». Blood Reviews. 37. 100586 páginas. PMC 6702066Acessível livremente. PMID 31255364. doi:10.1016/j.blre.2019.06.003  Verifique data em: |data= (ajuda)
  125. Haddy TB, Rana SR, Castro O (January 1999). «Benign ethnic neutropenia: what is a normal absolute neutrophil count?». The Journal of Laboratory and Clinical Medicine. 133 (1): 15–22. PMID 10385477. doi:10.1053/lc.1999.v133.a94931  Verifique data em: |data= (ajuda)
  126. Rajagopal S (September 2005). «Clozapine, agranulocytosis, and benign ethnic neutropenia». Postgraduate Medical Journal. 81 (959): 545–546. PMC 1743348Acessível livremente. PMID 16143678. doi:10.1136/pgmj.2004.031161  Verifique data em: |data= (ajuda)
  127. Reich D, Nalls MA, Kao WH, Akylbekova EL, Tandon A, Patterson N, et al. (January 2009). «Reduced neutrophil count in people of African descent is due to a regulatory variant in the Duffy antigen receptor for chemokines gene». PLOS Genetics. 5 (1): e1000360. PMC 2628742Acessível livremente. PMID 19180233. doi:10.1371/journal.pgen.1000360  Verifique data em: |data= (ajuda)
  128. a b «Clozapine». Pharmacology: MCQs. Arquivado do original em 10 November 2013 – via Google Sites  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  129. Teodoro T, Nogueira V, Aldeias J, Teles Martins M, Salgado J (September 2022). «Clozapine Associated Periorbital Edema in First Episode Psychosis: A Case Report of a Rare Adverse Effect in Treatment-Resistant Schizophrenia». Journal of Clinical Psychopharmacology. 42 (6): 594–596. PMID 36066404. doi:10.1097/JCP.0000000000001600  Verifique data em: |data= (ajuda)
  130. Nielsen J, Correll CU, Manu P, Kane JM (June 2013). «Termination of clozapine treatment due to medical reasons: when is it warranted and how can it be avoided?». The Journal of Clinical Psychiatry. 74 (6): 603–13; quiz 613. PMID 23842012. doi:10.4088/JCP.12r08064  Verifique data em: |data= (ajuda)
  131. a b c Myles N, Myles H, Xia S, Large M, Kisely S, Galletly C, et al. (August 2018). «Meta-analysis examining the epidemiology of clozapine-associated neutropenia». Acta Psychiatrica Scandinavica. 138 (2): 101–109. PMID 29786829. doi:10.1111/acps.12898  Verifique data em: |data= (ajuda)
  132. «A Guide for Patients and Caregivers: What You Need to Know About Clozapine and Neutropenia» (PDF). Clozapine REMS. Clozapine REMS Program. Consultado em 14 September 2021. Arquivado do original (PDF) em 22 de dezembro de 2017  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  133. Whiskey E, Dzahini O, Ramsay R, O'Flynn D, Mijovic A, Gaughran F, et al. (September 2019). «Need to bleed? Clozapine haematological monitoring approaches a time for change». International Clinical Psychopharmacology. 34 (5): 264–268. PMID 30882426. doi:10.1097/yic.0000000000000258  Verifique data em: |data= (ajuda)
  134. Kalaria SN, Kelly DL (2019). «Development of point-of-care testing devices to improve clozapine prescribing habits and patient outcomes». Neuropsychiatric Disease and Treatment. 15: 2365–2370. PMC 6708436Acessível livremente. PMID 31692521. doi:10.2147/NDT.S216803 
  135. Myles N, Myles H, Clark SR, Bird R, Siskind D (October 2017). «Use of granulocyte-colony stimulating factor to prevent recurrent clozapine-induced neutropenia on drug rechallenge: A systematic review of the literature and clinical recommendations». The Australian and New Zealand Journal of Psychiatry. 51 (10): 980–989. PMID 28747065. doi:10.1177/0004867417720516Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  136. Lally J, Malik S, Krivoy A, Whiskey E, Taylor DM, Gaughran FP, et al. (October 2017). «The Use of Granulocyte Colony-Stimulating Factor in Clozapine Rechallenge: A Systematic Review». Journal of Clinical Psychopharmacology. 37 (5): 600–604. PMID 28817489. doi:10.1097/JCP.0000000000000767  Verifique data em: |data= (ajuda)
  137. Siskind D, Sidhu A, Cross J, Chua YT, Myles N, Cohen D, Kisely S (May 2020). «Systematic review and meta-analysis of rates of clozapine-associated myocarditis and cardiomyopathy». The Australian and New Zealand Journal of Psychiatry. 54 (5): 467–481. PMID 31957459. doi:10.1177/0004867419898760  Verifique data em: |data= (ajuda)
  138. Ronaldson KJ, Fitzgerald PB, Taylor AJ, Topliss DJ, McNeil JJ (June 2011). «A new monitoring protocol for clozapine-induced myocarditis based on an analysis of 75 cases and 94 controls». The Australian and New Zealand Journal of Psychiatry. 45 (6): 458–465. PMID 21524186. doi:10.3109/00048674.2011.572852  Verifique data em: |data= (ajuda)
  139. Ronaldson KJ, Fitzgerald PB, Taylor AJ, Topliss DJ, Wolfe R, McNeil JJ (November 2012). «Rapid clozapine dose titration and concomitant sodium valproate increase the risk of myocarditis with clozapine: a case-control study». Schizophrenia Research. 141 (2–3): 173–178. PMID 23010488. doi:10.1016/j.schres.2012.08.018  Verifique data em: |data= (ajuda)
  140. Segev A, Iqbal E, McDonagh TA, Casetta C, Oloyede E, Piper S, et al. (December 2021). «Clozapine-induced myocarditis: electronic health register analysis of incidence, timing, clinical markers and diagnostic accuracy». The British Journal of Psychiatry. 219 (6): 644–651. PMC 8636612Acessível livremente. PMID 35048875. doi:10.1192/bjp.2021.58  Verifique data em: |data= (ajuda)
  141. Griffin JM, Woznica E, Gilotra NA, Nucifora FC (March 2021). «Clozapine-Associated Myocarditis: A Protocol for Monitoring Upon Clozapine Initiation and Recommendations for How to Conduct a Clozapine Rechallenge». Journal of Clinical Psychopharmacology. 41 (2): 180–185. PMID 33587399. doi:10.1097/JCP.0000000000001358  Verifique data em: |data= (ajuda)
  142. Richardson N, Greenway SC, Bousman CA (November 2021). «Clozapine-induced myocarditis and patient outcomes after drug rechallenge following myocarditis: A systematic case review». Psychiatry Research. 305. 114247 páginas. PMID 34715441. doi:10.1101/2021.09.03.21263094  Verifique data em: |data= (ajuda)
  143. Palmer SE, McLean RM, Ellis PM, Harrison-Woolrych M (May 2008). «Life-threatening clozapine-induced gastrointestinal hypomotility: an analysis of 102 cases». The Journal of Clinical Psychiatry. 69 (5): 759–768. PMID 18452342. doi:10.4088/JCP.v69n0509  Verifique data em: |data= (ajuda)
  144. Every-Palmer S, Nowitz M, Stanley J, Grant E, Huthwaite M, Dunn H, Ellis PM (March 2016). «Clozapine-treated Patients Have Marked Gastrointestinal Hypomotility, the Probable Basis of Life-threatening Gastrointestinal Complications: A Cross Sectional Study». EBioMedicine. 5: 125–134. PMC 4816835Acessível livremente. PMID 27077119. doi:10.1016/j.ebiom.2016.02.020  Verifique data em: |data= (ajuda)
  145. Cohen D, Bogers JP, van Dijk D, Bakker B, Schulte PF (October 2012). «Beyond white blood cell monitoring: screening in the initial phase of clozapine therapy». The Journal of Clinical Psychiatry. 73 (10): 1307–1312. PMID 23140648. doi:10.4088/JCP.11r06977  Verifique data em: |data= (ajuda)
  146. Every-Palmer S, Newton-Howes G, Clarke MJ (January 2017). «Pharmacological treatment for antipsychotic-related constipation». The Cochrane Database of Systematic Reviews. 1 (1): CD011128. PMC 6465073Acessível livremente. PMID 28116777. doi:10.1002/14651858.CD011128.pub2  Verifique data em: |data= (ajuda)
  147. Every-Palmer S, Ellis PM, Nowitz M, Stanley J, Grant E, Huthwaite M, Dunn H (January 2017). «The Porirua Protocol in the Treatment of Clozapine-Induced Gastrointestinal Hypomotility and Constipation: A Pre- and Post-Treatment Study». CNS Drugs. 31 (1): 75–85. PMID 27826741. doi:10.1007/s40263-016-0391-y  Verifique data em: |data= (ajuda)
  148. a b c d Syed R, Au K, Cahill C, Duggan L, He Y, Udu V, Xia J (July 2008). «Pharmacological interventions for clozapine-induced hypersalivation». The Cochrane Database of Systematic Reviews (3): CD005579. PMC 4160791Acessível livremente. PMID 18646130. doi:10.1002/14651858.CD005579.pub2  Verifique data em: |data= (ajuda)
  149. «Treatment of Clozapine-Induced Sialorrhea». Consultado em 8 February 2010. Arquivado do original em 9 February 2012  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  150. Segev A, Evans A, Hodsoll J, Whiskey E, Sheriff RS, Shergill S, MacCabe JH (March 2019). «Hyoscine for clozapine-induced hypersalivation: a double-blind, randomized, placebo-controlled cross-over trial». International Clinical Psychopharmacology. 34 (2): 101–107. PMID 30614850. doi:10.1097/YIC.0000000000000251  Verifique data em: |data= (ajuda)
  151. a b Bird AM, Smith TL, Walton AE (May 2011). «Current treatment strategies for clozapine-induced sialorrhea». The Annals of Pharmacotherapy. 45 (5): 667–675. PMID 21540404. doi:10.1345/aph.1P761  Verifique data em: |data= (ajuda)
  152. «ClozarilSide Effects & Drug Interactions». RxList. Consultado em 4 June 2020. Arquivado do original em 4 November 2007  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  153. Raja M (July 2011). «Clozapine safety, 35 years later». Current Drug Safety. 6 (3): 164–184. PMID 22122392. doi:10.2174/157488611797579230  Verifique data em: |data= (ajuda)
  154. Barnes TR, Drake MJ, Paton C (January 2012). «Nocturnal enuresis with antipsychotic medication». The British Journal of Psychiatry. 200 (1): 7–9. PMID 22215862. doi:10.1192/bjp.bp.111.095737Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  155. Stevenson E, Schembri F, Green DM, Burns JD (August 2013). «Serotonin syndrome associated with clozapine withdrawal». JAMA Neurology. 70 (8): 1054–1055. PMID 23753931. doi:10.1001/jamaneurol.2013.95Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  156. Wadekar M, Syed S (July 2010). «Clozapine-withdrawal catatonia». Psychosomatics. 51 (4): 355–355.e2. PMID 20587767. doi:10.1176/appi.psy.51.4.355  Verifique data em: |data= (ajuda)
  157. Ahmed S, Chengappa KN, Naidu VR, Baker RW, Parepally H, Schooler NR (September 1998). «Clozapine withdrawal-emergent dystonias and dyskinesias: a case series». The Journal of Clinical Psychiatry. 59 (9): 472–477. PMID 9771818. doi:10.4088/JCP.v59n0906  Verifique data em: |data= (ajuda)
  158. Szafrański T, Gmurkowski K (1999). «[Clozapine withdrawal. A review]». Psychiatria Polska. 33 (1): 51–67. PMID 10786215 
  159. Wirshing DA, Wirshing WC, Kysar L, Berisford MA, Goldstein D, Pashdag J, et al. (June 1999). «Novel antipsychotics: comparison of weight gain liabilities». The Journal of Clinical Psychiatry. 60 (6): 358–363. PMID 10401912. doi:10.4088/JCP.v60n0602  Verifique data em: |data= (ajuda)
  160. Nasrallah HA (January 2008). «Atypical antipsychotic-induced metabolic side effects: insights from receptor-binding profiles». Molecular Psychiatry. 13 (1): 27–35. PMID 17848919. doi:10.1038/sj.mp.4002066  Verifique data em: |data= (ajuda)
  161. Siskind DJ, Leung J, Russell AW, Wysoczanski D, Kisely S (15 de junho de 2016). «Metformin for Clozapine Associated Obesity: A Systematic Review and Meta-Analysis». PLOS ONE. 11 (6): e0156208. Bibcode:2016PLoSO..1156208S. PMC 4909277Acessível livremente. PMID 27304831. doi:10.1371/journal.pone.0156208Acessível livremente 
  162. De Leon J, Sanz EJ, De Las Cuevas C (January 2020). «Data From the World Health Organization's Pharmacovigilance Database Supports the Prominent Role of Pneumonia in Mortality Associated With Clozapine Adverse Drug Reactions». Schizophrenia Bulletin. 46 (1): 1–3. PMC 6942151Acessível livremente. PMID 31901099. doi:10.1093/schbul/sbz093  Verifique data em: |data= (ajuda)
  163. Ponsford M, Castle D, Tahir T, Robinson R, Wade W, Steven R, et al. (September 2018). «Clozapine is associated with secondary antibody deficiency». The British Journal of Psychiatry. 214 (2): 83–89. PMC 6429246Acessível livremente. PMID 30259827. doi:10.1192/bjp.2018.152  Verifique data em: |data= (ajuda)
  164. Okada M, Fukuyama K, Shiroyama T, Murata M (September 2020). «A Working Hypothesis Regarding Identical Pathomechanisms between Clinical Efficacy and Adverse Reaction of Clozapine via the Activation of Connexin43». International Journal of Molecular Sciences. 21 (19). 7019 páginas. PMC 7583770Acessível livremente. PMID 32987640. doi:10.3390/ijms21197019Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  165. Keck PE, McElroy SL (2002). «Clinical pharmacodynamics and pharmacokinetics of antimanic and mood-stabilizing medications». The Journal of Clinical Psychiatry. 63 (Suppl 4): 3–11. PMID 11913673 
  166. Broich K, Heinrich S, Marneros A (July 1998). «Acute clozapine overdose: plasma concentration and outcome». Pharmacopsychiatry. 31 (4): 149–151. PMID 9754851. doi:10.1055/s-2007-979318  Verifique data em: |data= (ajuda)
  167. Sproule BA, Naranjo CA, Brenmer KE, Hassan PC (December 1997). «Selective serotonin reuptake inhibitors and CNS drug interactions. A critical review of the evidence». Clinical Pharmacokinetics. 33 (6): 454–471. PMID 9435993. doi:10.2165/00003088-199733060-00004  Verifique data em: |data= (ajuda)
  168. Tiihonen J, Vartiainen H, Hakola P (January 1995). «Carbamazepine-induced changes in plasma levels of neuroleptics». Pharmacopsychiatry. 28 (1): 26–28. PMID 7746842. doi:10.1055/s-2007-979584  Verifique data em: |data= (ajuda)
  169. Besag FM, Berry D (2006). «Interactions between antiepileptic and antipsychotic drugs». Drug Safety. 29 (2): 95–118. PMID 16454538. doi:10.2165/00002018-200629020-00001 
  170. Jerling M, Lindström L, Bondesson U, Bertilsson L (August 1994). «Fluvoxamine inhibition and carbamazepine induction of the metabolism of clozapine: evidence from a therapeutic drug monitoring service». Therapeutic Drug Monitoring. 16 (4): 368–374. PMID 7974626. doi:10.1097/00007691-199408000-00006  Verifique data em: |data= (ajuda)
  171. Raaska K, Neuvonen PJ (November 2000). «Ciprofloxacin increases serum clozapine and N-desmethylclozapine: a study in patients with schizophrenia». European Journal of Clinical Pharmacology. 56 (8): 585–589. PMID 11151749. doi:10.1007/s002280000192  Verifique data em: |data= (ajuda)
  172. Prescribing information. Clozaril (clozapine). East Hanover, NJ: Novartis Pharmaceuticals Corporation, September 2014.
  173. a b «PDSP Ki Database». Psychoactive Drug Screening Program (PDSP). University of North Carolina at Chapel Hill and the United States National Institute of Mental Health. Consultado em 14 August 2017  Verifique data em: |acessodata= (ajuda); Verifique o valor de |display-authors=Roth BL, Driscol J (ajuda)
  174. a b «PDSP Ki Database». Psychoactive Drug Screening Program (PDSP). University of North Carolina at Chapel Hill and the United States National Institute of Mental Health. Consultado em 14 August 2017  Verifique data em: |acessodata= (ajuda); Verifique o valor de |display-authors=Roth BL, Driscol J (ajuda)
  175. Naheed M, Green B (2001). «Focus on clozapine». Current Medical Research and Opinion. 17 (3): 223–229. PMID 11900316. doi:10.1185/0300799039117069 
  176. Robinson DS (2007). «CNS Receptor Partial Agonists: A New Approach to Drug Discovery». Primary Psychiatry. 14 (8): 22–24. Cópia arquivada em 18 January 2012  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  177. «Clozapine | C18H19ClN4». PubChem. U.S. Library of Medicine. Consultado em 16 July 2017. Arquivado do original em 24 December 2013  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  178. Wu Y, Blichowski M, Daskalakis ZJ, Wu Z, Liu CC, Cortez MA, Snead OC (September 2011). «Evidence that clozapine directly interacts on the GABAB receptor». NeuroReport. 22 (13): 637–641. PMID 21753741. doi:10.1097/WNR.0b013e328349739b  Verifique data em: |data= (ajuda)
  179. Vacher CM, Gassmann M, Desrayaud S, Challet E, Bradaia A, Hoyer D, et al. (May 2006). «Hyperdopaminergia and altered locomotor activity in GABAB1-deficient mice». Journal of Neurochemistry. 97 (4): 979–991. PMID 16606363. doi:10.1111/j.1471-4159.2006.03806.x  Verifique data em: |data= (ajuda)
  180. Wierońska JM, Kusek M, Tokarski K, Wabno J, Froestl W, Pilc A (July 2011). «The GABA B receptor agonist CGP44532 and the positive modulator GS39783 reverse some behavioural changes related to positive syndromes of psychosis in mice». British Journal of Pharmacology. 163 (5): 1034–1047. PMC 3130949Acessível livremente. PMID 21371011. doi:10.1111/j.1476-5381.2011.01301.x  Verifique data em: |data= (ajuda)
  181. Tanahashi S, Yamamura S, Nakagawa M, Motomura E, Okada M (March 2012). «Clozapine, but not haloperidol, enhances glial D-serine and L-glutamate release in rat frontal cortex and primary cultured astrocytes». British Journal of Pharmacology. 165 (5): 1543–1555. PMC 3372736Acessível livremente. PMID 21880034. doi:10.1111/j.1476-5381.2011.01638.x  Verifique data em: |data= (ajuda)
  182. Xi D, Li YC, Snyder MA, Gao RY, Adelman AE, Zhang W, et al. (May 2011). «Group II metabotropic glutamate receptor agonist ameliorates MK801-induced dysfunction of NMDA receptors via the Akt/GSK-3β pathway in adult rat prefrontal cortex». Neuropsychopharmacology. 36 (6): 1260–1274. PMC 3079418Acessível livremente. PMID 21326193. doi:10.1038/npp.2011.12  Verifique data em: |data= (ajuda)
  183. Disanto AR, Golden G (1 August 2009). «Effect of food on the pharmacokinetics of clozapine orally disintegrating tablet 12.5 mg: a randomized, open-label, crossover study in healthy male subjects». Clinical Drug Investigation. 29 (8): 539–549. PMID 19591515. doi:10.2165/00044011-200929080-00004  Verifique data em: |data= (ajuda)
  184. a b Rostami-Hodjegan A, Amin AM, Spencer EP, Lennard MS, Tucker GT, Flanagan RJ (February 2004). «Influence of dose, cigarette smoking, age, sex, and metabolic activity on plasma clozapine concentrations: a predictive model and nomograms to aid clozapine dose adjustment and to assess compliance in individual patients». Journal of Clinical Psychopharmacology. 24 (1): 70–78. PMID 14709950. doi:10.1097/01.jcp.0000106221.36344.4d  Verifique data em: |data= (ajuda)
  185. Lane HY, Chang YC, Chang WH, Lin SK, Tseng YT, Jann MW (January 1999). «Effects of gender and age on plasma levels of clozapine and its metabolites: analyzed by critical statistics». The Journal of Clinical Psychiatry. 60 (1): 36–40. PMID 10074876. doi:10.4088/JCP.v60n0108  Verifique data em: |data= (ajuda)
  186. «Clozapine International Brands». Drugs.com. Consultado em 28 February 2017. Arquivado do original em 1 March 2017  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  187. Oh PI, Iskedjian M, Addis A, Lanctôt K, Einarson TR (2001). «Pharmacoeconomic evaluation of clozapine in treatment-resistant schizophrenia: a cost-utility analysis». The Canadian Journal of Clinical Pharmacology. 8 (4): 199–206. PMID 11743592 
  188. Jin H, Tappenden P, MacCabe JH, Robinson S, Byford S (May 2020). «Evaluation of the Cost-effectiveness of Services for Schizophrenia in the UK Across the Entire Care Pathway in a Single Whole-Disease Model». JAMA Network Open. 3 (5): e205888. PMC 7254180Acessível livremente. PMID 32459356. doi:10.1001/jamanetworkopen.2020.5888  Verifique data em: |data= (ajuda)
  189. Morris S, Hogan T, McGuire A (1998). «The cost-effectiveness of clozapine: a survey of the literature». Clinical Drug Investigation. 15 (2): 137–152. PMID 18370477. doi:10.2165/00044011-199815020-00007