Revolver (álbum): diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Revisão de texto
Estou acrescentando mais informações ao artigo em português. Adicionei a seção "Contexto" e a lista de livros usados como referência no artigo em inglês (do qual estou me baseando) com o objetivo de sanar "citações em obras", ou melhor, formato "fn" de citação.
Etiquetas: Inserção de predefinição obsoleta Editor Visual
Linha 28: Linha 28:
No Reino Unido, as quatorze faixas do álbum foram gradualmente divulgadas às estações de rádio nas semanas anteriores ao seu lançamento. Na América do Norte, ''Revolver'' foi reduzido a onze canções pela gravadora [[Capitol Records|Capitol]], com as três omitidas aparecendo no LP de junho de 1966, [[Yesterday and Today|''Yesterday and Today'']]. O lançamento lá coincidiu com a última apresentação paga dos Beatles e a polêmica em torno da citação de [[John Lennon]] de que a banda havia se tornado "[[Mais populares que Jesus|mais popular que Jesus]]". O álbum liderou a [[UK Albums Chart|parada britânica]] por sete semanas e a lista da [[Billboard 200|''Billboard'' Top LPs]] por seis semanas. A reação crítica foi altamente favorável no Reino Unido porém menor nos Estados Unidos em meio ao desconforto da imprensa com a franqueza da banda sobre questões contemporâneas.
No Reino Unido, as quatorze faixas do álbum foram gradualmente divulgadas às estações de rádio nas semanas anteriores ao seu lançamento. Na América do Norte, ''Revolver'' foi reduzido a onze canções pela gravadora [[Capitol Records|Capitol]], com as três omitidas aparecendo no LP de junho de 1966, [[Yesterday and Today|''Yesterday and Today'']]. O lançamento lá coincidiu com a última apresentação paga dos Beatles e a polêmica em torno da citação de [[John Lennon]] de que a banda havia se tornado "[[Mais populares que Jesus|mais popular que Jesus]]". O álbum liderou a [[UK Albums Chart|parada britânica]] por sete semanas e a lista da [[Billboard 200|''Billboard'' Top LPs]] por seis semanas. A reação crítica foi altamente favorável no Reino Unido porém menor nos Estados Unidos em meio ao desconforto da imprensa com a franqueza da banda sobre questões contemporâneas.


''Revolver'' expandiu as fronteiras da música pop, revolucionou as práticas na gravação em estúdio, avançou os princípios adotados pela [[Contracultura da década de 1960|contracultura dos anos 1960]], e inspirou o desenvolvimento de gêneros como [[rock psicodélico]], [[electronica]], [[rock progressivo]] e [[Música do Mundo|''world music'']]. A capa do álbum, projetada por [[Klaus Voormann]], combinou traços de desenho ao estilo de [[Aubrey Beardsley]] com colagem de fotos e ganhou o [[:en:Grammy_Award_for_Best_Recording_Package|Grammy Award para Melhor Capa da Álbum]] em 1967. Foi classificado em primeiro lugar nas edições de 1998 e 2002 do livro ''[[All Time Top 1000 Albums]]'' de [[Colin Larkin]] e em terceiro lugar nas edições de 2003 e 2012 da lista da revista [[Rolling Stone|''Rolling Stone'']] dos "[[500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos da Rolling Stone|500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos]]". O álbum foi [[Certificações por vendas de gravação musical|certificado em disco de platina duplo]] pela [[British Phonographic Industry|Indústria Fonográfica Britânica]] e [[Certificações por vendas de gravação musical|seis vezes em platina]] pela [[Recording Industry Association of America|Associação Americana da Indústria de Gravação]]. Uma edição expandida e remixada do álbum foi lançada em 2022.{{Críticas profissionais
''Revolver'' expandiu as fronteiras da música pop, revolucionou as práticas na gravação em estúdio, avançou os princípios adotados pela [[Contracultura da década de 1960|contracultura dos anos 1960]], e inspirou o desenvolvimento de gêneros como [[rock psicodélico]], [[electronica]], [[rock progressivo]] e [[Música do Mundo|''world music'']]. A capa do álbum, projetada por [[Klaus Voormann]], combinou traços de desenho ao estilo de [[Aubrey Beardsley]] com colagem de fotos e ganhou o [[:en:Grammy_Award_for_Best_Recording_Package|Grammy Award para Melhor Capa da Álbum]] em 1967. Foi classificado em primeiro lugar nas edições de 1998 e 2002 do livro ''[[All Time Top 1000 Albums]]'' de [[Colin Larkin]] e em terceiro lugar nas edições de 2003 e 2012 da lista da revista [[Rolling Stone|''Rolling Stone'']] dos "[[500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos da Rolling Stone|500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos]]". O álbum foi [[Certificações por vendas de gravação musical|certificado em disco de platina duplo]] pela [[British Phonographic Industry|Indústria Fonográfica Britânica]] e [[Certificações por vendas de gravação musical|seis vezes em platina]] pela [[Recording Industry Association of America|Associação Americana da Indústria de Gravação]]. Uma edição expandida e remixada do álbum foi lançada em 2022.

|MC =
== Contexto ==
|cri1 = [[allmusic]]
Em dezembro de 1965, o álbum ''[[Rubber Soul]]'' dos Beatles foi lançado para ampla aclamação crítica.{{sfn|Rodriguez|2012|p=4}} De acordo com o autor David Howard, os limites da música pop "foram elevados à estratosfera" por seu lançamento, resultando em uma mudança de foco dos singles para a criação de álbuns com qualidade consistentemente alta.{{sfn|Howard|2004|p=64}} No mês de janeiro seguinte, os Beatles realizaram [[Overdubbing|overdubs]] em gravações ao vivo retiradas de sua turnê de agosto de 1965{{sfn|Miles|2001|pp=206, 225}} para inclusão no [[filme-concerto]] ''The Beatles at Shea Stadium''.{{sfn|MacDonald|2005|p=429}} O empresário do grupo, [[Brian Epstein]], pretendia que 1966 seguisse o padrão dos dois anos anteriores,{{sfn|Rodriguez|2012|p=7}} em termos da banda preparar um longa-metragem e um álbum acompanhante,<ref>{{cite web|last=Moss|first=Charles J.|url=https://medium.com/cuepoint/how-the-beatles-revolver-gave-brian-wilson-a-nervous-breakdown-4b3939c4e0e5#.cgef6yrqz|title=How the Beatles' 'Revolver' Gave Brian Wilson a Nervous Breakdown|date=3 de agosto de 2016|access-date=24 de junho de 2017|website=Cuepoint|lingua=en|titulotrad=Como 'Revolver' dos Beatles Causou um Colapso Nervoso em Brian Wilson|archive-url=https://web.archive.org/web/20170508150522/https://medium.com/cuepoint/how-the-beatles-revolver-gave-brian-wilson-a-nervous-breakdown-4b3939c4e0e5#.cgef6yrqz|archive-date=8 de maio de 2017|url-status=não}}</ref> seguidos por turnês durante os meses de verão.{{sfn|Brown|Gaines|2002|p=184}} Após os Beatles vetarem o projeto de filme proposto, o tempo alocado para as filmagens passou a ser mais três meses livres de compromissos profissionais.{{sfn|Rodriguez|2012|p=7}}{{sfn|Miles|2001|p=237}} Esse foi o período mais longo que os membros da banda vivenciaram fora do coletivo do grupo desde 1962,{{sfn|MacDonald|2005|p=185}}<ref>{{Citar web|ultimo=Nast|primeiro=Condé|url=https://pitchfork.com/reviews/albums/13434-revolver/|titulo=The Beatles - 'Revolver'|data=9 de setembro de 2009|acessodata=2024-02-18|website=Pitchfork|lingua=en-US|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170620192306/http://pitchfork.com/reviews/albums/13434-revolver/|arquivodata=20 de junho de 2017|urlmorta=não}}</ref> e desafiou a convenção de que bandas pop deveriam trabalhar quase continuamente.{{sfn|Unterberger|2006|p=141}} O grupo teve assim uma quantidade de tempo até então inédita para se preparar para um novo álbum.{{sfn|Miles|2001|p=237}}
|ava1 = {{Avaliação|5|5}} <ref>[http://www.allmusic.com/album/revolver-r1518 Avaliação no allmusic]</ref>

|cri2 = [[Blender (revista)|Blender]]
{{quote box
|ava2 = {{Avaliação|5|5}} <ref>[http://www.blender.com/guide/back-catalogue/53026/revolver.html Avaliação na Blender]</ref>
| quote = Literalmente qualquer coisa (poderia sair das próximas sessões de gravação). Música eletrônica, piadas (...) uma coisa é certa: o próximo LP será bem diferente.<ref name="Sutherland/NMEOrig">{{cite book|editor-last=Sutherland|editor-first=Steve |title=NME Originals: Lennon|year=2003|publisher=IPC Ignite!|location=Londres|page=36}}</ref>
|cri3 = [[Pitchfork Media]]
| source = – John Lennon, Março de 1966
|ava3 = {{Avaliação|5|5}} <ref>[http://pitchfork.com/reviews/albums/13434-revolver/ Avaliação na Pitchfork Media (2009)]</ref>
| align = left
|cri4 = [[PopMatters]]
| width = 25%
|ava4 = {{Avaliação|5|5}} <ref>[http://www.popmatters.com/music/reviews/b/beatles-revolvermft.shtml Avaliação na PopMatters]</ref>
| style = padding:8px;
|cri5 = [[Rolling Stone]]
}}O biógrafo dos Beatles, Nicholas Schaffner, citou 1966 como o início do "período [[Psicodelia|psicodélico]]" da banda,{{sfn|Schaffner|1978|p=53}} assim como os musicólogos Russell Reising e Jim LeBlanc.{{sfn|Reising|LeBlanc|2009|pp=93–94}}{{refn|Alternativamente, George Case, escrevendo em seu livro ''Out of Our Heads'', identifica ''Rubber Soul'' como marcando "o início autêntico da era psicodélica".{{sfn|Case|2010|p=27}} Entre outros comentaristas, Joe Harrington diz que os primeiros "experimentos psicodélicos" dos Beatles aparecem no álbum de 1965,{{sfn|Harrington|2002|pp=190–91}} e Christopher Bray reconhece a faixa "[[The Word]]" de ''Rubber Soul'' como inaugurando o "período altamente psicodélico" do grupo.{{sfn|Bray|2014|p=271}}|group=nota}} A jornalista musical Carol Clerk descreveu ''Revolver'' como tendo sido "decisivamente esclarecido pelo ácido", seguindo o uso contínuo do [[LSD]] por [[John Lennon]] e [[George Harrison]] desde a primavera de 1965.<ref name="Clerk/Uncut">{{Citar web|ultimo=Clerk|primeiro=Carol|url=https://www.rocksbackpages.com/Library/Article/george-harrison-2|titulo=George Harrison.|data=Fevereiro de 2002|acessodata=2024-02-18|website=www.rocksbackpages.com|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141215032558/http://www.rocksbackpages.com/Library/Article/george-harrison-2|arquivodata=15 de dezembro de 2014|urlmorta=não|acessourl=subscrição}}</ref> Através dessas experiências, os dois músicos desenvolveram um deslumbramento pelos conceitos da [[filosofia oriental]],<ref name="Clerk/Uncut" />{{sfn|Tillery|2011|pp=35, 51}} particularmente a respeito da ilusória natureza da existência humana.{{sfn|Schaffner|1978|p=55}}{{sfn|Rodriguez|2012|pp=236–37}} Apesar da insistência de seus companheiros de banda, após [[Ringo Starr]] também ter consumido a droga, [[Paul McCartney]] se recusou a provar o LSD.{{sfn|Sounes|2010|pp=132, 184}}<ref name="GilmoreAcidTest">{{cite magazine|last=Gilmore|first=Mikal|date=25 de agosto de 2016|title=Beatles' Acid Test: How LSD Opened the Door to 'Revolver'|títulotrad=Teste de Ácido dos Beatles: Como o LSD Abriu a Porta para 'Revolver'|url=https://www.rollingstone.com/music/news/beatles-revolver-how-lsd-opened-the-door-to-a-masterpiece-w436062|url-status=não|magazine=[[Rolling Stone]]|língua=inglês|archive-url=https://web.archive.org/web/20190713204456/https://www.rollingstone.com/music/music-news/beatles-acid-test-how-lsd-opened-the-door-to-revolver-251417/|archive-date=13 de julho de 2019|access-date=16 de fevereiro de 2017}}</ref> Com a intenção de melhorar a si mesmo, McCartney inspirou-se no estímulo intelectual que experimentou no cenário artístico de Londres, particularmente na sua próspera comunidade de [[vanguarda]].{{sfn|Rodriguez|2012|p=71}}{{sfn|Sounes|2010|pp=140–42}} Com [[Barry Miles]] como guia, ele mergulhou no nascente movimento da [[Contracultura da década de 1960|contracultura]] britânica, que logo emergiu como [[Cultura underground|underground]].{{sfn|Gould|2007|pp=314–15}}
|ava5 = {{Avaliação|5|5}} <ref>[http://books.google.com/books?id=lRgtYCC6OUwC&printsec=frontcover#PPA51,M1 Avaliação na Rolling Stone (2004)]</ref>
Enquanto organizava datas para a turnê mundial da banda,{{sfn|Rodriguez|2012|p=8}} Epstein concordou com a proposta da jornalista [[Maureen Cleave]] dos Beatles serem entrevistados separadamente para uma série de artigos que iriam explorar a personalidade e o estilo de vida de cada membro da banda, além de sua identidade como um Beatle.{{sfn|Turner|2016|pp=77–78}} Os artigos foram publicados em edições semanais no jornal ''[[Evening Standard]]'' de Londres ao longo de março de 1966, e refletiu a transformação que estava em andamento durante os meses de inatividade do grupo.{{sfn|Savage|2015|p=126}}{{refn|De acordo com o escritor Shawn Levy, escrevendo em seu livro sobre a [[Swinging London]], essa transformação ocorreu entre novembro de 1965 e abril seguinte, quando as sessões de ''Revolver'' começaram. Ele descreve os Beatles como "os primeiros psicodélicos domésticos do mundo" e "as primeiras estrelas de qualquer meio a se metamorfosear completa e obviamente de alegre e sincero para misterioso e dissimulado".{{sfn|Levy|2002|pp=240–41}}|group=nota}} Dos dois compositores principais, Cleave considerou Lennon intuitivo, preguiçoso e insatisfeito com a fama e o ambiente no interior de [[Surrey]], enquanto McCartney transmitiu convicção e uma fome por conhecimento e novas possibilidades criativas.{{sfn|Turner|2016|pp=88, 94–95, 119}} Em seu livro ''Revolver: How the Beatles Reimagined Rock 'n' Roll'', Robert Rodriguez escreve que, enquanto Lennon tinha sido a força criativa dominante dos Beatles antes de ''Revolver'', McCartney agora alcançava uma posição aproximadamente igual à dele.{{sfn|Rodriguez|2012|pp=12–14}} Em um desenvolvimento posterior, o interesse de Harrison pela música e cultura da Índia, e o seu estudo da [[sitar]] indiana, inspiraram-no como compositor.{{sfn|The Editors of ''Rolling Stone''|2002|pp=36–37}} De acordo com o autor Ian Inglis, ''Revolver'' é amplamente visto como "o álbum em que Harrison atingiu a maioridade como compositor".{{sfn|Inglis|2010|p=7}}
|cri6 = [[Georgiy Starostin]]
|ava6 = {{Avaliação|5|5}} <ref>[http://starling.rinet.ru/music/beatles.htm#revolver Avaliação de Georgiy Starostin]</ref>
|semprosa = sim
}}


== Faixas ==
== Faixas ==
* Todas as músicas foram compostas por [[Parceria Lennon e McCartney|Lennon/McCartney]], excepto as notadas.
* Todas as músicas foram compostas por [[Parceria Lennon e McCartney|Lennon/McCartney]], exceto as notadas.


'''Lado A'''
'''Lado A'''
Linha 133: Linha 130:
A versão oficial mono somente foi lançada no Brasil em 2009, com o lançamento da caixa ''[[The Beatles in Mono|The Beatles Mono Box Set]]''.
A versão oficial mono somente foi lançada no Brasil em 2009, com o lançamento da caixa ''[[The Beatles in Mono|The Beatles Mono Box Set]]''.


{{Lista de referências|título=Notas|grupo=nota}}{{Lista de referências|título=Referências}}
{{Referências}}

'''Fontes'''{{Refbegin|30em}}
*{{cite book|title=Beatles Gear: All the Fab Four's Instruments, from Stage to Studio|last=Babiuk|first=Andy|publisher=Backbeat Books|ano=2002|local=São Francisco, Califórnia|isbn=978-0-87930-731-8}}
* {{cite book|title=The Beatles Diary Volume 2: After the Break-Up 1970–2001|last=Badman|first=Keith|publisher=Omnibus Press|ano=2001|local=Londres|isbn=978-0-7119-8307-6}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=HWuQu8EMDKcC|title=The Beatles Anthology|author=The Beatles|publisher=Chronicle Books|ano=2000|local=São Francisco, Califórnia|isbn=978-0-8118-2684-6}}
*{{cite book|url=https://books.google.com/books?id=SiZtBgAAQBAJ|title=The Absolute Essentials of Songwriting Success – From Song Dog to Top Dog: Making It in the Music Business|last=Bishop|first=Rand|publisher=Alfred Music Publishing|ano=2010|local=Van Nuys, Califórnia|isbn=978-0-7390-7191-5}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/newrollingstonea00brac|title=The New Rolling Stone Album Guide|publisher=Fireside/Simon & Schuster|ano=2004|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=0-7432-0169-8}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=8XwyAQAAQBAJ&pg=PT195|title=1965: The Year Modern Britain Was Born|last=Bray|first=Christopher|publisher=Simon & Schuster|ano=2014|local=Londres|isbn=978-1-84983-387-5}}
* {{cite book|title=Strange Sounds: Offbeat Instruments and Sonic Experiments in Pop|last=Brend|first=Mark|publisher=Backbeat Books|ano=2005|local=São Francisco, Califórnia|isbn=978-0-879308551}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=CLs0WtOozmYC&q=Revolver|title=Tomorrow Never Knows: Rock and Psychedelics in the 1960s|last=Bromell|first=Nick|publisher=University of Chicago Press|ano=2002|local=Chicago, Illinois|isbn=0-226-07562-1}}
* {{cite book|title=The Love You Make: An Insider's Story of the Beatles|last1=Brown|first1=Peter|last2=Gaines|first2=Steven|publisher=New American Library|ano=2002|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-451-20735-7|orig-year=1983}}
* {{cite book|title=Out of Our Heads: Rock 'n' Roll Before the Drugs Wore Off|last=Case|first=George|publisher=Backbeat Books|ano=2010|local=Milwaukee, Wisconsin|isbn=978-0-87930-967-1}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/alltogethernowfi0000cast|title=All Together Now: The First Complete Beatles Discography 1961–1975|last1=Castleman|first1=Harry|last2=Podrazik|first2=Walter J.|publisher=Ballantine Books|ano=1976|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=0-345-25680-8}}
*{{cite book|title=Astrid Kirchherr: A Retrospective|publisher=Liverpool University Press|ano=2010|local=Liverpool, Reino Unido|isbn=978-1-84631-477-3}}
* {{cite book|title=Turn on Your Mind: Four Decades of Great Psychedelic Rock|last=DeRogatis|first=Jim|publisher=Hal Leonard|ano=2003|local=Milwaukee, Wisconsin|isbn=978-0-634-05548-5}}
* {{cite book|title=The Complete History of Guitar World: 30 Years of Music, Magic & Six-String Mayhem|author=((Editors of ''Guitar World''))|publisher=Backbeat Books|ano=2010|local=Milwaukee, Wisconsin|isbn=978-0-87930-992-3}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/harrison00fine|title=Harrison|author=((The Editors of ''Rolling Stone''))|publisher=Rolling Stone Press|ano=2002|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-7432-3581-5}}
* {{cite book|title=Here, There and Everywhere: My Life Recording the Music of the Beatles|last1=Emerick|first1=Geoff|last2=Massey|first2=Howard|publisher=Gotham Books|ano=2006|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-1-59240-269-4}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=eTkHAldi4bEC|title=The Beatles as Musicians: Revolver Through the Anthology|last=Everett|first=Walter|publisher=Oxford University Press|ano=1999|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-19-512941-0}}
* {{cite book|title=The Foundations of Rock: From "Blue Suede Shoes" to "Suite: Judy Blue Eyes"|last=Everett|first=Walter|publisher=Oxford University Press|ano=2009|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-19-531024-5}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/beatlesimagemedi0000fron|title=The Beatles: Image and the Media|last=Frontani|first=Michael R.|publisher=University Press of Mississippi|ano=2007|local=Jackson, Mississippi|isbn=978-1-57806-966-8}}
* {{cite book|title=Between Montmartre and the Mudd Club: Popular Music and the Avant-Garde|last=Gendron|first=Bernard|publisher=University of Chicago Press|ano=2002|local=Chicago, Illinois|isbn=978-0-226-28737-9}}
* {{cite book|title=The British Pop Music Film: The Beatles and Beyond|last=Glynn|first=Stephen|publisher=Palgrave Macmillan|ano=2013|local=Basingstoke, Reino Unido|isbn=978-0-230-39222-9}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=gTAjZ235qfsC|title=Can't Buy Me Love: The Beatles, Britain and America|last=Gould|first=Jonathan|publisher=Piatkus|ano=2007|local=Londres|isbn=978-0-7499-2988-6}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/isbn_9781578590612|title=MusicHound Rock: The Essential Album Guide|publisher=Visible Ink Press|ano=1999|local=Farmington Hills, Michigan|isbn=1-57859-061-2}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/soniccoollifedea00harr|title=Sonic Cool: The Life & Death of Rock 'n' Roll|last=Harrington|first=Joe S.|publisher=Hal Leonard|ano=2002|local=Milwaukee, Wisconsin|isbn=978-0-634-02861-8}}
* {{cite book|title=The Ringo Starr Encyclopedia|last=Harry|first=Bill|publisher=Virgin Books|ano=2004|local=Londres|isbn=0-7535-0843-5}}
* {{cite book|title=A Day in the Life: The Music and Artistry of the Beatles|last=Hertsgaard|first=Mark|publisher=Pan Books|ano=1996|local=Londres|isbn=0-330-33891-9}}
* {{cite book|title=Understanding Records: A Field Guide to Recording Practice|last=Hodgson|first=Jay|publisher=Continuum|ano=2010|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-1-4411-5607-5}}
* {{cite book|title=Sonic Alchemy: Visionary Music Producers and Their Maverick Recordings|last=Howard|first=David N.|publisher=Hal Leonard|ano=2004|local=Milwaukee, Wisconsin|isbn=0-634-05560-7}}
* {{cite book|title=The Rough Guide to the Beatles|last=Ingham|first=Chris|publisher=Rough Guides/Penguin|ano=2006|local=Londres|isbn=978-1-84836-525-4}}
* {{cite book|title=The Words and Music of George Harrison|last=Inglis|first=Ian|publisher=Praeger|ano=2010|local=Santa Bárbara, Califórnia|isbn=978-0-313-37532-3}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=AiQxDwAAQBAJ|title=The Rock Canon: Canonical Values in the Reception of Rock Albums|last=Jones|first=Carys Wyn|publisher=Routledge|ano=2016|local=Abingdon, Reino Unido|isbn=978-0-7546-6244-0|orig-year=2008}}
* {{cite book|title=This Bird Has Flown: The Enduring Beauty of Rubber Soul Fifty Years On|last=Kruth|first=John|publisher=Backbeat Books|ano=2015|local=Milwaukee, Wisconsin|isbn=978-1-61713-573-6}}
* {{cite book|title=The Encyclopedia of Popular Music|publisher=Oxford University Press|ano=2006|editor-last=Larkin|editor-first=Colin|local=Londres|isbn=978-0-19-531373-4}}
* {{cite book|title=The Dawn of Indian Music in the West|last=Lavezzoli|first=Peter|publisher=Continuum|ano=2006|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=0-8264-2819-3}}
* {{cite book|title=Ready, Steady, Go!: Swinging London and the Invention of Cool|last=Levy|first=Shawn|publisher=Fourth Estate|ano=2002|local=Londres|isbn=978-1-84115-226-4}}
* {{cite book|title=The Complete Beatles Recording Sessions: The Official Story of the Abbey Road Years 1962–1970|last=Lewisohn|first=Mark|publisher=Bounty Books|ano=2005|local=Londres|isbn=978-0-7537-2545-0|orig-year=1988}}
* {{cite book|title=The Complete Beatles Chronicle: The Definitive Day-by-Day Guide to the Beatles' Entire Career|last=Lewisohn|first=Mark|publisher=Chicago Review Press|ano=2010|local=Chicago, Illinois|isbn=978-1-56976-534-0|orig-year=1992}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=YJUWJhIbkccC|title=Revolution in the Head: The Beatles' Records and the Sixties|last=MacDonald|first=Ian|publisher=Chicago Review Press|ano=2005|local=Chicago, Illinois|isbn=978-1-55652-733-3}}
* {{cite book|title=Summer of Love: The Making of Sgt. Pepper|last1=Martin|first1=George|last2=with Pearson|first2=William|publisher=Macmillan|ano=1994|local=Londres|isbn=0-333-60398-2|ref={{SfnRef|Martin|Pearson|1994}}}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/paulmccartneyman00mile_0|title=Paul McCartney: Many Years from Now|last=Miles|first=Barry|publisher=Henry Holt|ano=1997|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-8050-5248-0}}
* {{cite book|title=The Beatles Diary Volume 1: The Beatles Years|last=Miles|first=Barry|publisher=Omnibus Press|ano=2001|local=Londres|isbn=0-7119-8308-9}}
* {{cite magazine|last=Miles|first=Barry|date=Julho de 2006|title=''Revolver'': The Tripping Point|magazine=[[Mojo (revista)|Mojo]]|páginas=70–77}}
* {{cite book|title=Beatlemania: Technology, Business, and Teen Culture in Cold War America|last=Millard|first=André|publisher=Johns Hopkins University Press|ano=2012|local=Baltimore, Maryland|isbn=978-1-4214-0525-4}}
* {{cite book|title=[[Mojo (revista)|Mojo Special Limited Edition]]: 1000 Days That Shook the World (The Psychedelic Beatles – April 1, 1965 to December 26, 1967)|publisher=Emap|ano=2002|local=Londres|ref={{SfnRef|''Mojo Special Limited Edition''|2002}}}}
* {{cite book|title=Shout!: The Beatles in Their Generation|last=Norman|first=Philip|publisher=Fireside|ano=1996|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=0-684-83067-1|orig-year=1981}}
* {{cite book|title=The Album: A Guide to Pop Music's Most Provocative, Influential, and Important Creations|last=Perone|first=James E.|publisher=Praeger|ano=2012|local=Santa Bárbara, Califórnia|isbn=978-0-313-37906-2}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=WqiDBQAAQBAJ|title=British Invasion: The Crosscurrents of Musical Influence|last=Philo|first=Simon|publisher=Rowman & Littlefield|ano=2015|local=Lanham, Maryland|isbn=978-0-8108-8626-1}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/ambientcenturyfr00pren|title=The Ambient Century: From Mahler to Moby – The Evolution of Sound in the Electronic Age|last=Prendergast|first=Mark|publisher=Bloomsbury|ano=2003|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=1-58234-323-3}}
* {{cite book|title=Worlds of Music: An Introduction to the Music of the World's Peoples|last=Reck|first=David B.|publisher=Schirmer Cengage Learning|ano=2009|editor-last=Titon|editor-first=Jeff Todd|local=Belmont, Califórnia|chapter=India/South India|isbn=978-0-534-59539-5}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=r44ZAQAAIAAJ|title="Every Sound There Is": The Beatles' Revolver and the Transformation of Rock and Roll|last=Reising|first=Russell|publisher=Ashgate Publishing|ano=2002|editor-last=Reising|editor-first=Russell|local=Farnham, Reino Unido|chapter=Introduction: 'Of the beginning'|isbn=978-0-7546-0557-7}}
* {{cite book|title=Reading the Beatles: Cultural Studies, Literary Criticism, and the Fab Four|last=Reising|first=Russell|publisher=State University of New York Press|ano=2006|local=Albany, Nova Iorque|chapter=''Vacio Luminoso'': 'Tomorrow Never Knows' and the Coherence of the Impossible|isbn=0-7914-6716-3}}
* {{cite book|title=The Cambridge Companion to the Beatles|last1=Reising|first1=Russell|last2=LeBlanc|first2=Jim|publisher=Cambridge University Press|ano=2009|editor-last=Womack|editor-first=Kenneth|local=Cambridge, Reino Unido|chapter=Magical Mystery Tours, and Other Trips: Yellow submarines, newspaper taxis, and the Beatles' psychedelic years|isbn=978-0-521-68976-2}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=JXn8AgAAQBAJ|title=Tell Me Why – The Beatles: Album by Album, Song by Song, the Sixties and After|last=Riley|first=Tim|publisher=Da Capo Press|ano=2002|local=Cambridge, Massachusetts|isbn=978-0-306-81120-3|orig-year=1988}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=farlJScWrTMC|title=Revolver: How the Beatles Reimagined Rock 'n' Roll|last=Rodriguez|first=Robert|publisher=Backbeat Books|ano=2012|local=Milwaukee, Wisconsin|isbn=978-1-61713-009-0}}
* {{cite book|title=1966: The Year the Decade Exploded|last=Savage|first=Jon|publisher=Faber & Faber|ano=2015|local=Londres|isbn=978-0-571-27763-6}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/beatlesforever00scha|title=The Beatles Forever|last=Schaffner|first=Nicholas|publisher=McGraw-Hill|ano=1978|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=0-07-055087-5}}
* {{cite book|title=Fab: An Intimate Life of Paul McCartney|last=Sounes|first=Howard|publisher=HarperCollins|ano=2010|local=Londres|isbn=978-0-00-723705-0}}
* {{cite book|title=Yeah! Yeah! Yeah!: The Story of Pop Music from Bill Haley to Beyoncé|last=Stanley|first=Bob|publisher=W.W. Norton|ano=2014|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-393-24269-0}}
* {{cite book|title=Working Class Mystic: A Spiritual Biography of George Harrison|last=Tillery|first=Gary|publisher=Quest Books|ano=2011|local=Wheaton, Illinois|isbn=978-0-8356-0900-5}}
* {{cite book|title=A Hard Day's Write: The Stories Behind Every Beatles Song ''(2nd edn)''|last=Turner|first=Steve|publisher=Carlton/HarperCollins|ano=1999|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=0-06-273698-1}}
* {{cite book|title=Beatles '66: The Revolutionary Year|last=Turner|first=Steve|publisher=Ecco|ano=2016|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-06-247558-9}}
* {{cite book|title=The Unreleased Beatles: Music & Film|last=Unterberger|first=Richie|publisher=Backbeat Books|ano=2006|local=São Francisco, Califórnia|isbn=978-0-87930-892-6}}
* {{cite book|title=That Magic Feeling: The Beatles' Recorded Legacy, Volume Two, 1966–1970|last=Winn|first=John C.|publisher=Three Rivers Press|ano=2009|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-307-45239-9}}
* {{cite book|title=Long and Winding Roads: The Evolving Artistry of the Beatles|last=Womack|first=Kenneth|publisher=Continuum|ano=2007|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-8264-1746-6}}
* {{cite book|title=The Beatles Encyclopedia: Everything Fab Four|last=Womack|first=Kenneth|publisher=ABC-CLIO|ano=2014|local=Santa Bárbara, Califórnia|isbn=978-0-313-39171-2}}
{{Refend}}


== Ligações externas ==
== Ligações externas ==

Revisão das 03h54min de 18 de fevereiro de 2024

Revolver
Revolver (álbum)
Álbum de estúdio de The Beatles
Lançamento 5 de agosto de 1966
Gravação 6 de abril – 21 de junho de 1966
Estúdio(s) EMI, Londres
Gênero(s)
Duração 35:00
Gravadora(s)
Produção George Martin
Cronologia de The Beatles
Rubber Soul
(1965)
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
(1967)
Singles de Revolver
  1. "Yellow Submarine / Eleanor Rigby"
    Lançamento: 5 de agosto de 1966

Revolver é o sétimo álbum de estúdio da banda britânica de rock The Beatles. Foi lançado em 5 de agosto de 1966, acompanhado pelo single de duplo lado A "Eleanor Rigby" / "Yellow Submarine". O álbum foi o último projeto de gravação dos Beatles antes de se aposentarem das apresentações ao vivo e marca o uso mais evidente da tecnologia de estúdio pela banda até o momento, aproveitando os avanços de seu lançamento do final de 1965, Rubber Soul. Desde então, passou a ser considerado um dos maiores e mais inovadores álbuns da história da música popular, com reconhecimento centrado na sua variedade de estilos musicais, diversidade de sons e conteúdo lírico.

A banda gravou Revolver após tirar uma pausa de três meses no início de 1966, e durante um período em que Londres foi festejada como a capital cultural da época. Considerada por alguns comentaristas como o início da fase psicodélica do grupo, as canções refletem seu interesse no LSD, na filosofia oriental e no avant-garde ao abordar temas como morte e transcendência de preocupações materiais. Sem planos de reproduzir seu novo material em concerto, a banda fez uso abundante de técnicas de estúdio, tais quais automatic double-tracking (ADT), variação de pitch, reversão de fitas, e o uso de instrumentos fora de sua configuração padrão ao vivo.

No Reino Unido, as quatorze faixas do álbum foram gradualmente divulgadas às estações de rádio nas semanas anteriores ao seu lançamento. Na América do Norte, Revolver foi reduzido a onze canções pela gravadora Capitol, com as três omitidas aparecendo no LP de junho de 1966, Yesterday and Today. O lançamento lá coincidiu com a última apresentação paga dos Beatles e a polêmica em torno da citação de John Lennon de que a banda havia se tornado "mais popular que Jesus". O álbum liderou a parada britânica por sete semanas e a lista da Billboard Top LPs por seis semanas. A reação crítica foi altamente favorável no Reino Unido porém menor nos Estados Unidos em meio ao desconforto da imprensa com a franqueza da banda sobre questões contemporâneas.

Revolver expandiu as fronteiras da música pop, revolucionou as práticas na gravação em estúdio, avançou os princípios adotados pela contracultura dos anos 1960, e inspirou o desenvolvimento de gêneros como rock psicodélico, electronica, rock progressivo e world music. A capa do álbum, projetada por Klaus Voormann, combinou traços de desenho ao estilo de Aubrey Beardsley com colagem de fotos e ganhou o Grammy Award para Melhor Capa da Álbum em 1967. Foi classificado em primeiro lugar nas edições de 1998 e 2002 do livro All Time Top 1000 Albums de Colin Larkin e em terceiro lugar nas edições de 2003 e 2012 da lista da revista Rolling Stone dos "500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos". O álbum foi certificado em disco de platina duplo pela Indústria Fonográfica Britânica e seis vezes em platina pela Associação Americana da Indústria de Gravação. Uma edição expandida e remixada do álbum foi lançada em 2022.

Contexto

Em dezembro de 1965, o álbum Rubber Soul dos Beatles foi lançado para ampla aclamação crítica.[1] De acordo com o autor David Howard, os limites da música pop "foram elevados à estratosfera" por seu lançamento, resultando em uma mudança de foco dos singles para a criação de álbuns com qualidade consistentemente alta.[2] No mês de janeiro seguinte, os Beatles realizaram overdubs em gravações ao vivo retiradas de sua turnê de agosto de 1965[3] para inclusão no filme-concerto The Beatles at Shea Stadium.[4] O empresário do grupo, Brian Epstein, pretendia que 1966 seguisse o padrão dos dois anos anteriores,[5] em termos da banda preparar um longa-metragem e um álbum acompanhante,[6] seguidos por turnês durante os meses de verão.[7] Após os Beatles vetarem o projeto de filme proposto, o tempo alocado para as filmagens passou a ser mais três meses livres de compromissos profissionais.[5][8] Esse foi o período mais longo que os membros da banda vivenciaram fora do coletivo do grupo desde 1962,[9][10] e desafiou a convenção de que bandas pop deveriam trabalhar quase continuamente.[11] O grupo teve assim uma quantidade de tempo até então inédita para se preparar para um novo álbum.[8]

Literalmente qualquer coisa (poderia sair das próximas sessões de gravação). Música eletrônica, piadas (...) uma coisa é certa: o próximo LP será bem diferente.[12]

– John Lennon, Março de 1966

O biógrafo dos Beatles, Nicholas Schaffner, citou 1966 como o início do "período psicodélico" da banda,[13] assim como os musicólogos Russell Reising e Jim LeBlanc.[14][nota 1] A jornalista musical Carol Clerk descreveu Revolver como tendo sido "decisivamente esclarecido pelo ácido", seguindo o uso contínuo do LSD por John Lennon e George Harrison desde a primavera de 1965.[18] Através dessas experiências, os dois músicos desenvolveram um deslumbramento pelos conceitos da filosofia oriental,[18][19] particularmente a respeito da ilusória natureza da existência humana.[20][21] Apesar da insistência de seus companheiros de banda, após Ringo Starr também ter consumido a droga, Paul McCartney se recusou a provar o LSD.[22][23] Com a intenção de melhorar a si mesmo, McCartney inspirou-se no estímulo intelectual que experimentou no cenário artístico de Londres, particularmente na sua próspera comunidade de vanguarda.[24][25] Com Barry Miles como guia, ele mergulhou no nascente movimento da contracultura britânica, que logo emergiu como underground.[26]

Enquanto organizava datas para a turnê mundial da banda,[27] Epstein concordou com a proposta da jornalista Maureen Cleave dos Beatles serem entrevistados separadamente para uma série de artigos que iriam explorar a personalidade e o estilo de vida de cada membro da banda, além de sua identidade como um Beatle.[28] Os artigos foram publicados em edições semanais no jornal Evening Standard de Londres ao longo de março de 1966, e refletiu a transformação que estava em andamento durante os meses de inatividade do grupo.[29][nota 2] Dos dois compositores principais, Cleave considerou Lennon intuitivo, preguiçoso e insatisfeito com a fama e o ambiente no interior de Surrey, enquanto McCartney transmitiu convicção e uma fome por conhecimento e novas possibilidades criativas.[31] Em seu livro Revolver: How the Beatles Reimagined Rock 'n' Roll, Robert Rodriguez escreve que, enquanto Lennon tinha sido a força criativa dominante dos Beatles antes de Revolver, McCartney agora alcançava uma posição aproximadamente igual à dele.[32] Em um desenvolvimento posterior, o interesse de Harrison pela música e cultura da Índia, e o seu estudo da sitar indiana, inspiraram-no como compositor.[33] De acordo com o autor Ian Inglis, Revolver é amplamente visto como "o álbum em que Harrison atingiu a maioridade como compositor".[34]

Faixas

Lado A

N.º Título Duração
1. "Taxman" (Harrison) 2:39
2. "Eleanor Rigby"   2:07
3. "I'm Only Sleeping"   3:01
4. "Love You To" (Harrison) 3:01
5. "Here, There and Everywhere"   2:25
6. "Yellow Submarine"   2:40
7. "She Said She Said"   2:37

Lado B

N.º Título Duração
1. "Good Day Sunshine"   2:09
2. "And Your Bird Can Sing"   2:01
3. "For No One"   2:01
4. "Doctor Robert"   2:15
5. "I Want to Tell You" (Harrison) 2:29
6. "Got to Get You into My Life"   2:30
7. "Tomorrow Never Knows"   2:57

História

Os Beatles vinham em uma crescente de qualidade e inovação artística, e queriam produzir um álbum para marcar a entrada definitiva da banda em uma fase de musicalidade madura.[35]. Assim, este álbum fora planejado pelo quarteto para ser um produto de inovação, surpresa e temas mais profundos.[35] A princípio, o álbum se chamaria Abracadabra,[35] e teria uma capa produzida pelo fotógrafo Robert Freeman, composta por colagens de fotos dos músicos em espiral. Mas, próximo ao lançamento, mudou-se de ideia quanto ao nome e à capa, a qual foi aproveitada apenas em parte nas colagens inseridas na capa final. Por fim, batizou-se o álbum como Revolver, não em referência à arma de fogo, mas sim ao movimento de rotação, à rotação do LP na vitrola e à própria rotação (e renovação) de ideias e musicalidades.[35]

Muito da inovação sonora e do estilo das músicas do álbum deve-se ao engenheiro de som Geoff Emerick.[35] Foi dele a ideia de aproximar os microfones dos instrumentos e amplificadores, em especial, da bateria de Ringo, o que produziu um som mais pesado e impactante.[35] Em geral, os microfones sempre ficavam a alguma distância, por imposição da gravadora EMI, sob a justificativa de preservar os instrumentos de captação. Depois de gravadas as músicas, a direção da gravadora se reuniu com os Beatles, querendo vetar este tipo de gravação, mas, após tensões, Paul, falando em nome do grupo, deu um ultimato aos executivos: "De agora em diante, esse é o nosso som! Ou será assim, ou não será de jeito nenhum!".[35] Assim, o Fab Four não só manteve o resultado produzido, como ainda conquistou uma independência e autonomia para as gravações, a qual resultaria em resultados ainda mais marcantes e inovadores nos álbuns seguintes, em especial no Sgt. Peppers.[35]

Sobre as músicas

George Harrison aumenta sua participação como compositor

Pela primeira e única vez, George consegue colocar três músicas de sua autoria em um álbum dos Beatles. "Taxman" é uma crítica aos altos impostos ingleses cobrados de pessoas com altos ganhos como os Beatles. No trecho em que George canta "Mr. Wilson" e sobre "Mr. Heath" ele refere-se especificamente a Harold Wilson (primeiro Ministro Inglês do Partido Trabalhista) e a Edward Heath (líder da oposição do Partido Conservador) políticos da época. "I Want To Tell You" fala sobre a sua dificuldade em se expressar em um momento que vivia uma avalanche de pensamentos. Em "Love You To", George traz pela primeira vez o uso de instrumentos indianos, a tabla e a cítara e ele é o único a participar da gravação da música.

Influências das drogas

Há suposições de que músicas como "She Said, She Said", "Dr. Robert", "Got To Get You Into My Life" tenham sido escritas durante o uso de drogas.

Na música "She Said She Said", John supostamente se inspirou em sua segunda experiênica com LSD. Há um trecho que diz "I know what it's like to be dead" ("Eu sei como é estar morto") frase que Peter Fonda teria lhe dito após tomar ácido. Nela, George assume o baixo após Paul largar as gravações em decorrência de uma briga com John Lennon. Esta música, juntamente com "And Your Bird Can Sing", do mesmo álbum, constitui um dos primeiros registros do que seria conhecido posteriormente como power pop.

"Dr. Robert" fala sobre um médico que receitava anfetaminas a seus pacientes famosos. Paul reconheceria mais tarde que "Got To Get You Into My Life" falava de sua experiência com a maconha e foi feita inspirada na soul music americana com o uso de metais.

Estilo psicodélico

"Tomorrow Never Knows" uma das primeiras músicas ao estilo do emergente rock psicodélico. A música foi inspirada no livro de Timothy Leary, O Livro Tibetano dos Mortos. Inicialmente se chamaria "The Void" ou "Mark I". A utilização do loop, aliado à repetição rítmica constante da bateria de Ringo, torna esta faixa como uma das ancestrais da música eletrônica no mundo.

Há ainda grandes influências psicodélicas nas músicas "I'm Only Sleeping", "Love You To", "Doctor Robert" e "She Said She Said", músicas que falam sobre drogas, ou mais especificamente o LSD.

Diversidade musical

"Eleanor Rigby" é mais uma música de McCartney com arranjos orquestrados e somente com a participação de Paul (assim como foi feito em "Yesterday"). Iria se chamar "Miss Daisy Hawkins". Mas o nome da música foi mudado para "Eleanor Brown" (Nome de uma das atrizes do filme "Help!") e finalmente, para "Eleanor Rigby". Anos mais tarde foi descoberto um túmulo de uma mulher chamada Eleanor Rigby perto do local onde a antiga banda de John, The Quarrymen, se apresentava, todavia Paul sempre negou ter se inspirado nesse túmulo. "Yellow Submarine" escrita por Paul e cantada por Ringo, tem em sua letra um tema infantil que depois seria aproveitada para dar título a um desenho animado feito pelos Beatles. Traz sons de bolhas, barulho de água e outros barulhos gravados em estúdio.

Em "And Your Bird Can Sing", os Beatles usaram solo duplo de guitarra e era uma das músicas de John que ele não gostava. Em "I'm Only Sleeping", George fez o solo de guitarra e depois tocou o som ao contrário.

Baladas clássicas

McCartney novamente escreve suas baladas. "For No One", ele escreveu para sua namorada na época (Jane Asher) e se chamaria inicialmente "What Did It Die?". E a clássica "Here, There And Everywhere" que era uma das músicas preferidas de John.

Capa do álbum

Criada pelo alemão Klaus Voormann, amigo dos Beatles desde a época em que eles foram tocar em Hamburgo. A capa traz uma ilustração feita com desenhos e colagens de fotos (feitas pelo fotográfo Robert Whitaker). Ganhou o prêmio Grammy em 1966 pela capa.

Sobre o disco

Versões inglesa e norte-americana

Como era costume à época, os discos dos Beatles eram lançados com notórias diferenças em diversas partes do mundo. O desmembramento de um álbum em vários outros, ou em álbuns e singles, sem a autorização expressa da banda, acabou por ocasionar a feitura da controvertida "capa de açougueiro" ("butch cover"), presente nas primeiras tiragens do LP norte-americano Yesterday... And Today, que nada mais era do que sobras de faixas outros discos oficiais ingleses (no caso, dos álbuns Rubber Soul, Help!, compacto "We Can Work It Out"/"Day Tripper" e do então inédito álbum Revolver).

Antecipando 3 faixas do álbum ("Dr. Robert", "And Your Bird Can Sing" e "I'm Only Sleeping"), o álbum Yesterday... And Today, lançado cerca de 45 dias antes de Revolver nos Estados Unidos, fez com que estas 3 faixas fossem suprimidas da versão americana, lançada pela Capitol Records. Desta forma, o LP norte-americano, lançado em 8 de agosto de 1966, tinha o seguinte alinhamento de faixas:

Lado A

N.º Título Duração
1. "Taxman" (Harrison) 2:39
2. "Eleanor Rigby"   2:07
3. "Love You To" (Harrison) 3:01
4. "Here, There and Everywhere"   2:25
5. "Yellow Submarine"   2:40
6. "She Said She Said"   2:37

Lado B

N.º Título Duração
1. "Good Day Sunshine"   2:09
2. "For No One"   2:01
3. "I Want to Tell You" (Harrison) 2:29
4. "Got to Get You into My Life"   2:30
5. "Tomorrow Never Knows"   2:57

Lançamento no Brasil

Na discografia brasileira, a ODEON (subsidiária da EMI) optou pelo tradicional alinhamento de faixas da versão inglesa. Entretanto, o lançamento brasileiro tinha uma fundamental diferença: embora fosse lançado em mono, a mixagem das faixas era, na verdade, da versão mixada em estéreo, na Inglaterra. Como era praxe brasileira à época, os dois canais do estéreo foram combinados em um único canal, gerando um "fake mono".

Esta diferença é detectada quando comparadas, principalmente, as mixagens mono e estéreo de três músicas presentes no LP: "I'm Only Sleeping", "Yellow Submarine" e "Tomorrow Never Knows". Tais diferenças são determinantes em demonstrar que, muito embora o LP tenha sido lançado em mono, no Brasil, o master tape que o originou era proveniente da versão estéreo inglesa.

A versão oficial mono somente foi lançada no Brasil em 2009, com o lançamento da caixa The Beatles Mono Box Set.

Notas

  1. Alternativamente, George Case, escrevendo em seu livro Out of Our Heads, identifica Rubber Soul como marcando "o início autêntico da era psicodélica".[15] Entre outros comentaristas, Joe Harrington diz que os primeiros "experimentos psicodélicos" dos Beatles aparecem no álbum de 1965,[16] e Christopher Bray reconhece a faixa "The Word" de Rubber Soul como inaugurando o "período altamente psicodélico" do grupo.[17]
  2. De acordo com o escritor Shawn Levy, escrevendo em seu livro sobre a Swinging London, essa transformação ocorreu entre novembro de 1965 e abril seguinte, quando as sessões de Revolver começaram. Ele descreve os Beatles como "os primeiros psicodélicos domésticos do mundo" e "as primeiras estrelas de qualquer meio a se metamorfosear completa e obviamente de alegre e sincero para misterioso e dissimulado".[30]

Referências

  1. Rodriguez 2012, p. 4.
  2. Howard 2004, p. 64.
  3. Miles 2001, pp. 206, 225.
  4. MacDonald 2005, p. 429.
  5. a b Rodriguez 2012, p. 7.
  6. Moss, Charles J. (3 de agosto de 2016). «How the Beatles' 'Revolver' Gave Brian Wilson a Nervous Breakdown» [Como 'Revolver' dos Beatles Causou um Colapso Nervoso em Brian Wilson]. Cuepoint (em inglês). Consultado em 24 de junho de 2017. Cópia arquivada em 8 de maio de 2017 
  7. Brown & Gaines 2002, p. 184.
  8. a b Miles 2001, p. 237.
  9. MacDonald 2005, p. 185.
  10. Nast, Condé (9 de setembro de 2009). «The Beatles - 'Revolver'». Pitchfork (em inglês). Consultado em 18 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 20 de junho de 2017 
  11. Unterberger 2006, p. 141.
  12. Sutherland, Steve, ed. (2003). NME Originals: Lennon. Londres: IPC Ignite!. p. 36 
  13. Schaffner 1978, p. 53.
  14. Reising & LeBlanc 2009, pp. 93–94.
  15. Case 2010, p. 27.
  16. Harrington 2002, pp. 190–91.
  17. Bray 2014, p. 271.
  18. a b Clerk, Carol (Fevereiro de 2002). «George Harrison.»Subscrição paga é requerida. www.rocksbackpages.com (em inglês). Consultado em 18 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 15 de dezembro de 2014 
  19. Tillery 2011, pp. 35, 51.
  20. Schaffner 1978, p. 55.
  21. Rodriguez 2012, pp. 236–37.
  22. Sounes 2010, pp. 132, 184.
  23. Gilmore, Mikal (25 de agosto de 2016). «Beatles' Acid Test: How LSD Opened the Door to 'Revolver'» [Teste de Ácido dos Beatles: Como o LSD Abriu a Porta para 'Revolver']. Rolling Stone (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 13 de julho de 2019 
  24. Rodriguez 2012, p. 71.
  25. Sounes 2010, pp. 140–42.
  26. Gould 2007, pp. 314–15.
  27. Rodriguez 2012, p. 8.
  28. Turner 2016, pp. 77–78.
  29. Savage 2015, p. 126.
  30. Levy 2002, pp. 240–41.
  31. Turner 2016, pp. 88, 94–95, 119.
  32. Rodriguez 2012, pp. 12–14.
  33. The Editors of Rolling Stone 2002, pp. 36–37.
  34. Inglis 2010, p. 7.
  35. a b c d e f g h De Abracadabra a Revolver: A Gênese de um Álbum dos Beatles

Fontes

Ligações externas