Cesário Alvim

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Cesário Alvim
Nascimento 7 de junho de 1839
Arraial do Pinheiro
Morte 3 de dezembro de 1903 (64 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade  Brasileiro
Ocupação Advogado

José Cesário de Faria Alvim Filho (Arraial do Pinheiro, 7 de junho de 1839Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1903) foi um advogado, economista, fazendeiro e político brasileiro. Cesário é o bisavô de Chico Buarque [1]

Biografia

Diplomou-se em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1862[2] e em seu último ano de academia, aderiu ao Partido Liberal, que só viria a abandonar às vésperas da Proclamação da República Brasileira. Formado, passou a advogar em Ouro Preto, onde também exerceu o cargo de secretário da Repartição de Polícia e em seguida foi eleito deputado à Assembleia Provincial nos biênios 1864-1865 e 1866-1867, além de deputado à Câmara Geral do Império para a 13ª Legislatura (1867-1868).

Em 1868, dissolvida a Câmara e com os liberais fora do poder, fundou, no Rio de Janeiro, juntamente com Afonso Celso, o diário A Reforma, no qual, juntamente com Francisco Otaviano, Joaquim Serra, Barros Pimentel e outros políticos, continuou a luta pelo avanço do programa do seu partido. Na 16ª legislatura (1877), voltou à Câmara Geral, a que foi reconduzido na legislatura seguinte (1878-1880).

Em 1884 foi nomeado presidente da província do Rio de Janeiro pelo gabinete de Sousa Dantas, mantendo-se no cargo até estabelecer-se, com João Maurício Wanderley, barão de Cotejipe, o governo conservador, em 1886. No exercício deste cargo preocupou-se, sobretudo, com o problema da escravidão, cujos malefícios, segundo afirmava em relatório de 1885, atingiam todos os ramos da atividade nacional.

Depois de figurar em seis listas tríplices para o Senado e de ser reiteradamente vetado pelos líderes conservadores Ouro Preto e Cotejipe, candidatou-se novamente à Câmara e foi eleito deputado para a 20ª legislatura (1886-1889), a última do Império. Já descrente dos partidos e da própria Monarquia, na sessão de 11 de junho de 1889, quando o Visconde de Ouro Preto apresentou o seu gabinete, declarou-se republicano.

Participante do processo que culminou na Proclamação da República, que no julgamento de João Pinheiro da Silva, "teve para seu estabelecimento, nos discursos de Cesário Alvim, elementos de importância máxima", foi nomeado por Deodoro da Fonseca governador provisório do Estado de Minas Gerais.

Desempenhou o cargo de 25 de novembro de 1889 a 10 de fevereiro de 1890, procurando a conciliação entre vencedores e vencidos, assim concorrendo para a consolidação do novo regime. No Governo, procurou combater os exageros das facções políticas que se formaram, não se recusando a apelar para o concurso de antigos monarquistas.

Em 1890, deixou o governo de Minas para aceitar o convite de Deodoro da Fonseca para ocupar o Ministério do Interior, em substituição a Aristides Lobo. No desempenho do cargo, revogou os decretos que ordenavam o banimento de antigos chefes políticos, entre os quais o Visconde de Ouro Preto e a família imperial. Em setembro deste mesmo ano foi eleito senador por Minas Gerais para o Congresso Constituinte Federal e para a primeira legislatura ordinária (1890-1893). Acumulou o exercício do mandato e das funções executivas, até que, em 20 de janeiro de 1891, o ministério renunciou coletivamente, em conseqüência do assalto que sofrera o jornal A Tribuna, do Rio de Janeiro.

Em 15 de junho de 1891 renunciou também à senatoria, por ter sido eleito pelo Congresso Legislativo Mineiro primeiro presidente constitucional do estado para o período de 1891-1894. Governou de 18 de junho de 1891 a 9 de fevereiro de 1892. No governo, promoveu a elaboração de leis orgânicas que colocaram Minas Gerais à frente das demais unidades federativas na prática das instituições republicanas, tais como as da organização municipal e da organização judiciária, implantando todas as garantias que asseguravam a independência dos juízes. No campo administrativo, fortaleceu o crédito público e estimulou a arrecadação, buscando diminuir a dívida pública, de forma a criar uma situação folgada para o tesouro estadual, melhorou a rede ferroviária, deu grande atenção à política educacional, pretendendo colocar Minas Gerais na vanguarda cultural do País.

No exercício do seu mandato, enfrentou a oposição dos chamados republicanos históricos, perdendo muito de seu prestígio ao apoiar o golpe de 3 de novembro de 1891, que culminou na renúncia de Deodoro da Fonseca.

Tais acontecimentos levaram-no a renunciar à presidência em 1892, passando o governo ao vice-presidente Eduardo Ernesto da Gama Cerqueira. Afastado temporariamente da militância política, a ela retornou na campanha sucessória mineira de 1894, quando defendeu a candidatura de Francisco Bernardino contra a de Crispim Jacques Bias Fortes. De 31 de dezembro de 1898 a 23 de maio de 1899, exerceu o cargo de prefeito do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e, a seguir, a Presidência do Lloyd Brasileiro e da Companhia Oeste de Minas, depois Viação Férrea Centro-Oeste.

No império, pertenceu ao Partido Liberal e, na República, ao PRM.

Foi ainda colaborador dos jornais O Dia, do Rio de Janeiro, O Pharol de Juiz de Fora e Diário de Minas de Belo Horizonte, e fundador e diretor de A Opinião Mineira, de Ouro Preto.

Referências

  1. Curiosidades Portal do Senado do Brasil - acessado em 15 de agosto de 2015
  2. «Arcadas - Antigos Alunos». Consultado em 7 outubro 2014 

Ligações externas


Precedido por
José Leandro de Godói e Vasconcelos
Presidente da província do Rio de Janeiro
1884 — 1886
Sucedido por
Antônio da Costa Pinto e Silva
Precedido por
Antônio Olinto dos Santos Pires
Presidente de Minas Gerais
1889 — 1890
Sucedido por
João Pinheiro da Silva
Precedido por
Aristides Lobo
Ministro do Interior do Brasil
1890 — 1891
Sucedido por
Tristão de Alencar Araripe
Precedido por
Eduardo Ernesto da Gama Cerqueira
Presidente de Minas Gerais
1891 — 1892
Sucedido por
Eduardo Ernesto da Gama Cerqueira
Precedido por
Luís van Erven
Prefeito do Rio de Janeiro
1898 — 1899
Sucedido por
Honório Gurgel


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