Lídice da Mata

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Lídice da Mata
Lídice da Mata
Deputada Federal pela Bahia
Período 1°- 1° de fevereiro de 1987 até 1° de fevereiro de 1991
2°- 1° de fevereiro de 2007 até 1° de fevereiro de 2011
3°- 1° de fevereiro de 2019 até a atualidade
66.° Prefeita de Salvador
Período 1° de janeiro de 1993 até 1° de janeiro de 1997
Vice-prefeita Beth Wagner
Antecessor(a) Fernando José
Sucessor(a) Antônio Imbassahy
Senadora pela Bahia
Período 1° de fevereiro de 2011 até 31 de janeiro de 2019
Deputada Estadual pela Bahia
Período 1° de fevereiro de 1999 até 1° de fevereiro de 2007 (2 mandatos consecutivos)
Vereadora de Salvador
Período 1° de janeiro de 1983 até 1 de janeiro de 1987
Dados pessoais
Nome completo Lídice da Mata e Souza
Nascimento 12 de março de 1956 (68 anos)
Cachoeira, BA
Alma mater UFBA
Partido
Profissão Economista

Lídice da Mata e Souza (Cachoeira, 12 de março de 1956) é uma política e economista brasileira, exercendo atualmente o cargo de Deputada Federal pelo estado da Bahia.[1] Filiada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), é presidente do diretório estadual de seu partido, também no estado da Bahia. Foi a primeira prefeita de Salvador e primeira senadora da Bahia.[2]

Vida pessoal e formação acadêmica[editar | editar código-fonte]

Filha de Margarida da Mata e Souza e do sindicalista Aurélio Pereira de Souza, um comunista histórico, Lídice teve intensa participação nas lutas populares pela anistia e na campanha das Diretas Já. Ingressou na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia em 1976, formando-se em 1983.[3] Lídice foi eleita a primeira mulher presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFBA, em 1980).

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Lídice foi militante do PCdoB enquanto ainda clandestino, tornando-se presidente do Diretório Central dos Estudantes quando cursava economia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).[4] Iniciou sua vida pública como vereadora pelo MDB, em 1982. Em sua passagem pela Câmara de Salvador, entre 1983 e 1986, Lídice foi líder da bancada do MDB e do PCdoB, partido ao qual filiou-se logo após sua legalização, em 1985.[3]

Em 1986, elegeu-se pela primeira vez deputada federal com o slogan "mulheres unidas!", participando da Assembleia Nacional Constituinte de 1988, onde foi titular dos seguintes órgãos: Subcomissão do Sistema Eleitoral e Partidos Políticos, da Comissão da Organização Eleitoral, Partidária e Garantia das Instituições. Sendo ainda suplente da Comissão de Sistematização.[3]

Da Mata em 2018

Votou a favor da legalização do aborto, do rompimento de relações diplomáticas com países que adotavam postura discriminatória, da limitação do direito à propriedade, pela limitação dos encargos da dívida externa, da estatização do sistema financeiro, do limite de 12% ao ano para os juros reais, pela nacionalização do subsolo, do mandado de segurança coletivo, pela soberania popular, da remuneração 50% superior para o trabalho extra, da jornada de trabalho de 40 horas semanais, do turno ininterrupto de seis horas, da unicidade sindical, do voto facultativo aos 16 anos, da criação de um fundo de apoio à reforma agrária, da desapropriação da propriedade produtiva e pela anistia aos micro e pequenos empresários.[3]

Concorreu ao governo da Bahia em 1990 pelo PCdoB junto a Salete Silva (PSB), com apoio de Bete Wagner do PCB. Perdeu em terceiro lugar para Antônio Carlos Magalhães, do Partido da Frente Liberal (PFL), e Roberto Santos, do PMDB (segundo mais votado).[3]

Em 1992, filiada ao PSDB, Lídice da Mata elegeu-se a primeira prefeita de Salvador, tendo como vice Bete Wagner, agora filiada ao PPS. Sua administração foi conturbada, tendo os últimos meses marcados por manifestações, bloqueios de recursos e uma ameaça de prisão por não pagamento de salário aos servidores públicos do município. Foi posta em 11º lugar entre os prefeitos de capitais, segundo pesquisa do Datafolha realizada em dezembro de 1996. Atribuiu a má gestão ao cerco político de sua oposição, especialmente a TV Bahia, controlada por familiares de Antônio Carlos Magalhães.[3][5]

Concorreu ao legislativo na Bahia pelo PSB, em 1998. Vencendo, assumiu o mandato em fevereiro do ano seguinte e reelegeu-se em 2002, atuando de 2003 a 2007.[3]

Em 2010, integrando a chapa majoritária do governador Jaques Wagner, foi eleita a primeira senadora da Bahia, com 3.385.300 votos, juntamente com o petista Walter Pinheiro. Seus suplentes eram Nestor Duarte e Juçara Feitosa.[6] Como senadora, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, votou contra o afastamento da então presidente classificando-o como um "golpe e farsa".[7] Em dezembro de 2016, votou contra a PEC do Teto dos Gastos Públicos.[8] Em julho de 2017 votou contra a reforma trabalhista.[9]

Em outubro de 2017 votou a contra a manutenção do mandato do senador Aécio Neves mostrando-se favorável a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo onde ele é acusado de corrupção e obstrução da justiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário Joesley Batista.[10][11] Nas eleições de 2018, elegeu-se deputada federal pela Bahia.[12]

Referências

  1. https://especiais.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2018/candidatos/ba/deputado-federal/lidice-da-mata-4040/
  2. Pedro Pitombo, João (16 de julho de 2018). «Mulheres no Senado enfrentam dificuldade para disputar reeleição». Folha de S. Paulo. Consultado em 17 de fevereiro de 2019 
  3. a b c d e f g Sousa, Juliana; Aragão, Miriam (2009). «Biografia Lídice da Mata». Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 17 de fevereiro de 2019 
  4. «Biografia». Último Segundo. Consultado em 17 de fevereiro de 2019 
  5. Francisco, Luiz (31 de dezembro de 1996). «Lídice credita problemas a 'cerco político'». Folha de S. Paulo. Consultado em 17 de fevereiro de 2019 
  6. «Eleição 2010». A Tarde 
  7. Impeachment no Senado: discurso final de Lídice da Mata (PSB-BA), 2016 ago, G1.
  8. «Confira como votaram os senadores sobre a PEC do Teto de Gastos 155 Do UOL, em São Paulo». Uol. 13 de dezembro de 2016. Consultado em 16 de outubro de 2017 
  9. «Reforma trabalhista: saiba como votaram os senadores no plenário». Carta Capital. 11 de julho de 2017 
  10. «Veja como votou cada senador na sessão que derrubou afastamento de Aécio». G1. Consultado em 17 de outubro de 2017 
  11. «Janot denuncia Aécio Neves ao STF por corrupção e obstrução da Justiça». Agência Brasil. EBC. Junho de 2017. Consultado em 17 de outubro de 2017 
  12. Quatro senadores foram eleitos deputados federais, Senado, outubro de 2018 .

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Precedido por
Fernando José
Prefeita de Salvador
19931996
Sucedido por
Antônio Imbassahy
Precedido por
ACM Júnior
Senadora pela Bahia
20112019
Sucedido por
Angelo Coronel