The Terminator
The Terminator | |||||
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Pôster promocional | |||||
No Brasil | O Exterminador do Futuro | ||||
Em Portugal | O Exterminador Implacável | ||||
Estados Unidos 1984 • cor • 108 min | |||||
Gênero | ficção científica, suspense, ação | ||||
Direção | James Cameron | ||||
Produção | Gale Anne Hurd | ||||
Produção executiva | John Daly Derek Gibson | ||||
Roteiro | James Cameron Gale Anne Hurd | ||||
Elenco | Arnold Schwarzenegger Michael Biehn Linda Hamilton Lance Henriksen Paul Winfield | ||||
Música | Brad Fiedel | ||||
Cinematografia | Adam Greenberg | ||||
Direção de arte | George Costello | ||||
Figurino | Hilary Wright | ||||
Edição | Mark Goldblatt | ||||
Companhia(s) produtora(s) | Hemdale Film Corporation Pacific Western Productions Cinema '84 | ||||
Distribuição | Orion Pictures (Estados Unidos) Viacom (Brasil) | ||||
Lançamento |
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Idioma | inglês | ||||
Orçamento | US$ 6,4 milhões[2] | ||||
Receita | US$ 78.371.200[2] | ||||
Cronologia | |||||
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The Terminator (bra: O Exterminador do Futuro[3][4]; prt: O Exterminador Implacável[5][6]) é um filme britano-estadunidense[3] de 1984, dos gêneros ficção científica, ação e suspense, dirigido por James Cameron.[4][6]
Trata-se do primeiro da franquia Terminator. Produzido por Hemdale Film Corporation, Pacific Western Productions e Cinema '84 e distribuído pela Orion Pictures, é estrelado por Arnold Schwarzenegger, Michael Biehn, Linda Hamilton, Lance Henriksen e Paul Winfield. Na obra, um ciborgue (androide cujo esqueleto é recoberto por tecido vivo) com inteligência artificial, designado Cyberdyne Systems Model 101 - 800 Series Terminator (Schwarzenegger), é transportado no tempo, de 2029 até o dia 12 de maio de 1984, com o objetivo de alterar o curso da História e consequentemente, o futuro.
The Terminator foi aclamado pela crítica especializada, tendo 100% de aprovação dos especialistas no site Rotten Tomatoes.[7] O longa é visto por críticos e pelo grande público como um dos precursores do gênero ficção científica.[carece de fontes] Dada sua importância para o cinema, foi selecionado em 2008, pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, para ser preservado na National Film Registry, sendo considerado "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo".[carece de fontes]
Na época de seu lançamento, ficou por duas semanas em primeiro lugar na bilheteria dos Estados Unidos e Canadá. Tornou-se um sucesso comercial, faturando mais de US$ 78 milhões com um orçamento de US$ 6,4 milhões.[2] O filme lançou James Cameron, que até então só havia dirigido dois filmes, a outro patamar no cinema de Hollywood.[carece de fontes] The Terminator também foi responsável pela consolidação da carreira de Arnold Schwarzenegger, que estrelara Conan the Barbarian e sua continuação, Conan the Destroyer.[carece de fontes]
Elenco
[editar | editar código-fonte]Ator / Atriz | Personagem |
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Arnold Schwarzenegger | Exterminador |
Linda Hamilton | Sarah Connor |
Michael Biehn | Kyle Reese |
Earl Boen | Dr. Silberman |
Lance Henriksen | Detetive Vukovich |
Paul Winfield | Tenente Ed Traxler |
Bess Motta | Ginger |
Rick Rossovich | Matt |
Bill Paxton | Líder Punk |
Brian Thompson | Punk Loiro |
Dick Miller | Dono da loja |
Ed Dogans | Policial |
Locutor |
Produção
[editar | editar código-fonte]Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]Em Roma, Itália, durante o lançamento de Piranha II: The Spawning (1982), o diretor James Cameron adoeceu e sonhou com um torso metálico segurando facas de cozinha se arrastando de uma explosão.[8] Inspirado pelo diretor John Carpenter, que fez o filme de terror Halloween (1978) com um orçamento baixo, Cameron usou o sonho como uma "plataforma de lançamento" para escrever um filme num estilo do mesmo gênero.[9] O agente de Cameron não gostou do conceito inicial do filme de terror e pediu que ele trabalhasse em outra coisa; após isso, Cameron dispensou seu agente.[10]
Cameron voltou para Pomona, Califórnia, e ficou na casa do escritor de ficção científica Randall Frakes, onde escreveu o rascunho de The Terminator.[11] Cameron utilizou como influências alguns filmes de ficção científica dos anos cinquenta, a série de televisão fantasiosa dos anos 1960 The Outer Limits e filmes contemporâneos como The Driver (1978) e Mad Max 2 (1981).[12][13] Para traduzir o rascunho em um script, Cameron recrutou seu amigo Bill Wisher, que tinha uma abordagem semelhante para contar histórias; Cameron deu a Wisher cenas envolvendo Sarah Connor e o departamento de polícia para escrever. Como Wisher morava longe de Cameron, os dois comunicaram ideias gravando fitas do que escreveram por telefone. Frakes e Wisher escreveriam mais tarde a novelização do filme lançada nos Estados Unidos.
O esboço inicial do script envolveu dois exterminadores sendo enviados para o passado. O primeiro era semelhante ao Exterminador do filme, enquanto o segundo era feito de metal líquido e não podia ser destruído com armamento convencional.[14] Contudo, Cameron sentiu que a tecnologia da época era incapaz de criar o segundo exterminador líquido,[14][15] e voltou à ideia com o personagem T-1000 (utilizado anos mais tarde em Terminator 2: Judgment Day).[16]
Gale Anne Hurd, que havia trabalhado na New World Pictures como assistente de Roger Corman, mostrou interesse no projeto.[18] Cameron vendeu os direitos de The Terminator para Hurd por um dólar com a promessa de que ela o produziria apenas se Cameron fosse dirigi-lo. Hurd sugeriu edições ao roteiro e recebeu os créditos de roteirista do filme, embora Cameron tenha declarado que ela "não escreveu nada".[17] Cameron e Hurd tinham amigos que trabalharam com Corman anteriormente e que estavam trabalhando na Orion Pictures (hoje pertencente à MGM). A Orion concordou em distribuir o filme se Cameron conseguisse apoio financeiro em outro lugar. O roteiro foi escolhido por John Daly, presidente da Hemdale Film Corporation.[19] Daly e seu vice-presidente executivo e chefe de produção Derek Gibson se tornaram produtores executivos do projeto.[20]
James Cameron queria sua proposta para que Daly finalizasse o negócio e pediu a seu amigo Lance Henriksen que aparecesse cedo na reunião vestido e agindo como o Exterminador do filme.[19] Henriksen, vestindo uma jaqueta de couro, cortes falsos no rosto e folha de ouro nos dentes, chutou a porta do escritório e sentou-se em uma cadeira;[19] Cameron chegou logo após e dispensou a equipe do ato de Henriksen. Daly ficou impressionado com o roteiro, os esboços e a paixão de Cameron pelo filme.[19] No final de 1982, Daly concordou em apoiar o filme com a ajuda da HBO e da própria Orion.[19][21] The Terminator foi originalmente orçado em US$ 4 milhões e posteriormente foi aumentado para US$ 6,5 milhões.[22] Além da Hemdale, a Pacific Western Productions, a Euro Film Funding e a Cinema'84 foram creditadas como produtoras após o lançamento do filme.[23][24][25]
Escolha de elenco
[editar | editar código-fonte]Para o papel de Kyle Reese, a Orion queria uma estrela cuja popularidade estivesse crescendo nos Estados Unidos, mas que também tivesse apelo estrangeiro. O co-fundador da Orion, Mike Medavoy, conheceu Arnold Schwarzenegger e enviou a seu agente o roteiro de The Terminator.[21] Cameron estava incerto sobre escalar Schwarzenegger como Reese, pois ele sentiu que precisaria de alguém ainda mais famoso para interpretar o Exterminador. Sylvester Stallone e Mel Gibson recusaram o papel do Exterminador.[26] O estúdio sugeriu O.J. Simpson, mas Cameron não achava que Simpson, naquela época, seria crível como um assassino.[27][28]
Cameron concordou em se encontrar com Schwarzenegger e traçou um plano para evitar escalá-lo; ele arranjaria uma briga com ele e voltaria para Hemdale e o consideraria inadequado para o papel.[29] No entanto, Cameron foi entretido por Schwarzenegger, que falaria sobre como o vilão deveria ser interpretado. Cameron começou a desenhar seu rosto em um bloco de notas e pediu a Schwarzenegger que parasse de falar e ficasse quieto.[28] Após a reunião, Cameron voltou para Daly dizendo que Schwarzenegger não interpretaria Reese, mas que "ele seria um exterminador do inferno".[30]
Escolher Arnold Schwarzenegger como nosso Exterminador, por outro lado, não deveria ter funcionado. O cara deveria ser uma unidade de infiltração, e não há como você não detectar um Exterminador no meio da multidão instantaneamente se todos eles se parecem com Arnold. Não fazia sentido algum. Mas a beleza dos filmes é que eles não precisam ser lógicos. Eles apenas precisam ter plausibilidade. Se há algo visceral e cinematográfico acontecendo de que o público gosta, eles não se importam se isso vai contra o que é provável.[31]
—James Cameron sobre a escalação de Arnold Schwarzenegger.
Schwarzenegger não ficou tão animado com o filme; durante uma entrevista no set de Conan, o Destruidor, um entrevistador perguntou-lhe sobre um par de sapatos que ele tinha, que pertencia ao guarda-roupa de The Terminator, a qual Schwarzenegger respondeu: "Oh, que filme de merda estou fazendo, levei algumas semanas".[32] Ele relatou em suas memórias que inicialmente hesitou o papel, mas pensou que interpretar um robô em um filme contemporâneo seria uma mudança desafiadora de ritmo comparado a Conan e que o filme era discreto o suficiente para não prejudicar sua carreira caso não fizesse sucesso. Em uma entrevista posterior, Schwarzenegger admitiu que ele e o estúdio o consideravam apenas mais um filme B de ação, já que "no ano anterior [1980] foi lançado The Exterminator, agora era um 'The Terminator'... O que mais vai ser o próximo tipo de coisa que irão inventar?". Foi só quando viu vinte minutos da primeira edição que ele percebeu que "[o filme] é muito intenso, isso é selvagem, acho que nunca vi nada parecido antes" e percebeu que "isso poderia ser maior do que todos nós pensamos".[33] Para se preparar para o papel, Schwarzenegger passou três meses treinando com armas para ser capaz de usá-las e se sentir confortável perto delas.[30] Schwarzenegger fala apenas dezessete frases no filme e menos de cem palavras. Cameron disse: "De alguma forma, até seu sotaque funcionou... Ele tinha uma estranha qualidade sintetizada, como se ele não tivesse um sotaque".
Vários outros atores foram sugeridos para o papel de Reese, incluindo o músico de rock Sting.[34] Cameron escolheu Michael Biehn. Biehn, que tinha visto Taxi Driver recentemente e tinha aspirações em atuar ao lado de nomes como Al Pacino, Robert De Niro e Robert Redford, estava inicialmente cético, achando que o filme era bobo.[35] Depois de se encontrar com Cameron, Biehn mudou de ideia.[34] Hurd afirmou que escolher os atores para Sarah Connor e Kyle Reese foi difícil pois "[Kyle e Sarah] têm muito pouco tempo para se apaixonar [no filme]. Muitas pessoas fizeram as audições [para os papéis] e simplesmente não conseguiram nos convencer".[36] Para entrar no personagem de Reese, Biehn estudou o movimento de resistência polonês na Segunda Guerra Mundial.[1]
Nas primeiras páginas do roteiro, Sarah Connor é descrita como tendo "dezenove anos, traços pequenos e delicados. Bonita de uma forma imperfeita e simpática. Sua vulnerabilidade mascara uma força que nem ela sabe que existe".[37] Cameron escalou Linda Hamilton, que tinha acabado de filmar Children of the Corn.[38] Rosanna Arquette havia feito o teste anteriormente.[39] Cameron encontrou um papel para Lance Henriksen como Vukovich, já que Henriksen tinha sido essencial para encontrar financiamento para o filme.[40] Para as tomadas de efeitos especiais, Cameron queria Dick Smith, que havia trabalhado em The Godfather e Taxi Driver; Smith não aceitou a oferta de Cameron e sugeriu seu amigo Stan Winston.[41]
Filmagens
[editar | editar código-fonte]As filmagens de The Terminator estavam programadas para começar no início de 1983 em Toronto, mas foram interrompidas quando o produtor Dino De Laurentiis aplicou uma opção no contrato de Schwarzenegger que o tornaria indisponível por nove meses enquanto ele filmava Conan the Destroyer. Durante o período de espera, Cameron foi contratado para escrever o roteiro de Rambo: First Blood Part II, refinou o roteiro de Terminator e se reuniu com os produtores David Giler e Walter Hill para discutir uma sequência de Alien, o Oitavo Passageiro, que se tornou Aliens, lançado em 1986.[40][42]
Houve uma interferência limitada da Orion Pictures. Duas sugestões apresentadas pelo estúdio incluíam a adição de um andróide canino para Reese, que Cameron recusou, e para fortalecer o interesse amoroso entre Sarah e Reese, que Cameron aceitou.[43] Para criar o visual do Exterminador, Winston e Cameron passaram os esboços de um lado para outro, eventualmente decidindo por um design quase idêntico ao desenho original de Cameron em Roma.[41][44] Winston teve uma equipe de sete artistas que trabalharam por seis meses para criar um fantoche do Exterminador; foi primeiro moldado em argila, depois em gesso reforçado com nervuras de aço. Essas peças foram lixadas, pintadas e cromadas. Winston esculpiu a reprodução do rosto de Schwarzenegger em várias poses de silicone, argila e gesso.[44]
As sequências ambientadas em 2029 e as cenas de stop-motion foram desenvolvidas pela Fantasy II, uma empresa de efeitos especiais chefiada por Gene Warren Jr.[45] Um modelo de stop-motion é usado em várias cenas do filme envolvendo a estrutura do esqueleto do Exterminador. Cameron queria convencer o público de que o modelo da estrutura era capaz de fazer o que eles viam Schwarzenegger fazer. Para permitir isso, uma cena foi filmada de Schwarzenegger ferido e mancando; esse mancar tornou mais fácil para o modelo imitar Schwarzenegger.[46]
Uma das armas vistas no filme e no pôster deste foi uma pistola AMT Longslide modificada por Ed Reynolds da empresa SureFire para incluir uma mira a laser. As versões não funcionais e funcionais das armas foram criadas. Na época em que o filme foi feito, os lasers de diodo não estavam disponíveis com facilidade; por causa do requisito de alta potência, o laser de hélio-néon à vista usava uma fonte de alimentação externa que Schwarzenegger precisava ativar manualmente. Reynolds afirma que sua única compensação pelo projeto foi o material promocional do filme.[47]
Em março de 1984, o filme começou a ser produzido em Los Angeles.[44][48] Cameron sentiu que com Schwarzenegger no set, o estilo do filme mudou, explicando que "o filme assumiu um brilho maior do que a vida. Eu me vi no set fazendo coisas que não achava que faria um dia - cenas que eram simplesmente horríveis que simplesmente não podiam ser vistas, porque agora eram muito extravagantes".[49] A maior parte das cenas de ação foram filmadas à noite, o que resultou em cronogramas de filmagem apertados antes do amanhecer. Uma semana antes do início das filmagens, Linda Hamilton torceu o tornozelo, levando a uma mudança de produção em que as cenas em que Hamilton precisava rodar ocorreram tão tarde quanto a programação de filmagem permitia. O tornozelo de Hamilton foi gravado todos os dias e ela passou a maior parte da produção do filme com dor.[50]
Schwarzenegger tentou alterar a frase icônica "I'll be back" ("Eu voltarei"), pois tinha dificuldade em pronunciar o "I'll". Ele também sentiu que seu personagem robótico não falaria nas contrações e que o Exterminador seria mais declarativo. Cameron se recusou a mudar a frase para "I will be back" ("Eu estarei de volta"), então Schwarzenegger trabalhou para dizer a fala da melhor maneira que pôde. Mais tarde, ele diria a clássica frase em vários filmes ao longo de sua carreira.[51]
Depois que a produção de The Terminator terminou, algumas fotos de pós-produção foram necessárias.[52] Estas incluíram cenas mostrando o Exterminador fora do apartamento de Sarah Connor, Reese sendo colocado em um saco de cadáveres, e a cabeça do Exterminador sendo esmagada em uma prensa.[27][48][52] A cena final em que Sarah está dirigindo em uma rodovia foi filmada sem permissão; Cameron e Hurd tiveram que convencer um oficial que os confrontou, alegando que eles estavam fazendo um filme estudantil da UCLA.[53]
Música
[editar | editar código-fonte]A trilha sonora de The Terminator foi composta e tocada em um sintetizador por Brad Fiedel.[54] Fiedel estava com a Agência Gorfaine/Schwartz, onde um novo agente, Beth Donahue, descobriu que Cameron estava trabalhando em The Terminator e lhe enviou uma fita cassete com a música de Fiedel.[55] Fiedel foi convidado para uma exibição do filme com Cameron e Hurd.[55] Hurd não tinha certeza sobre ter Fiedel compondo a trilha sonora, já que ele havia trabalhado apenas na televisão, não em filmes teatrais.[55] Fiedel convenceu os dois mostrando-lhes uma peça experimental em que havia trabalhado, pensando: "Sabe, vou tocar isso para ele porque [o filme] está muito escuro e acho que é interessante para ele"; a música convenceu Hurd e Cameron a contratá-lo.[55]
Fiedel disse que sua trilha reflete "um homem mecânico e seus batimentos cardíacos".[56] Quase toda a música foi tocada ao vivo.[18][56] O tema do filme é usado nos créditos de abertura e aparece em vários trechos, como uma versão lenta quando Reese morre, e uma versão para piano durante a cena de amor entre ele e Sarah.[57] A trilha foi descrita como "assustadora", embora com uma melodia "aparentemente simples".[58] Fiedel ainda criou uma música para a cena de Reese e Connor estão fugindo do Exterminador na delegacia de polícia, a qual seria apropriada para um "momento heróico", mas Cameron recusou esse tema, pois acreditava que a trilha perderia a empolgação do público.[56]
Lançamento
[editar | editar código-fonte]A Orion Pictures não acreditava no bom desempenho de The Terminator nas bilheterias e temia uma recepção negativa da crítica.[59] Em uma exibição inicial do filme, os agentes dos atores insistiram com os produtores que o filme deveria ser exibido para a crítica.[27] A Orion decidiu realizar apenas uma exibição do filme para a imprensa.[59] O filme estreou em 26 de outubro de 1984. Em sua semana de estreia, The Terminator foi exibido em 1.005 cinemas e arrecadou US$ 4 milhões, tornando-se o número um nas bilheterias. O filme permaneceu em primeiro lugar em sua segunda semana, perdendo o posto na terceira semana para Oh, God! You Devil.[60][61] James Cameron observou que The Terminator foi um sucesso "em relação ao seu mercado, que fica entre o verão e os sucessos de bilheteria do Natal. Mas é melhor ser um peixe grande em um pequeno lago do que o contrário".[62] The Terminator arrecadou US$ 38,3 milhões nos Estados Unidos e Canadá e US$ 40 milhões em outros territórios para um total mundial de US$ 78,3 milhões.[2]
Resposta crítica
[editar | editar código-fonte]As respostas críticas contemporâneas ao filme foram mistas.[23] A revista Variety elogiou o filme, chamando-o de uma "história em quadrinhos cinematográfica resplandecente, cheia de virtuosismo na produção de filmes, impulso incrível, performances sólidas e uma história envolvente", completando que "Schwarzenegger é perfeitamente escalado em um retrato mecânico que requer apenas algumas linhas de diálogo".[63] Richard Corliss, crítico de cinema da revista Time disse que o filme tem "bastante conhecimento sobre tecnologia para manter os infiéis e os fãs de ação satisfeitos";[64] a mesma revista elegeu The Terminator como um dos dez melhores filmes lançados em 1984.[59]
O jornal Los Angeles Times chamou o filme de "um thriller cheio de todos os tipos de guloseimas sangrentas, carregado de cenas de perseguição com injeção de combustível, efeitos especiais inteligentes e um humor astuto".[59] O Milwaukee Journal deu ao filme três estrelas, chamando-o de "o terror de ficção científica mais assustador desde Alien".[65] Uma crítica na revista Orange Coast afirmou que "a virtude distintiva de The Terminator é a sua tensão implacável. Desde o início é tudo ação e violência, sem tempo para configurar a história, é como um filme da franquia Dirty Harry 'aerodinâmico': nenhuma exposição, apenas armas, armas e mais armas".[66] Na edição de maio de 1985 do Cinefantastique, foi referido como um filme que "consegue ser derivado e original ao mesmo tempo [...] desde The Road Warrior [título estadunidense de Mad Max 2], o gênero nunca exibiu tanta carnificina exuberante" e "um exemplo de ficção científica/terror"; a revista ainda afirmou que "a abordagem séria de Cameron [no filme] irá torná-lo um diretor procurado".[67] No Reino Unido, o Monthly Film Bulletin elogiou o roteiro do filme, os efeitos especiais, o design e o desempenho de Schwarzenegger.[67][68]
Outras resenhas, no entanto, criticaram a violência do longa e a eficiência da produção para se contar a história do filme. O The New York Times opinou que The Terminator era um "filme B talentoso, que tem suspense e personalidade, mas o seu caos consequente torna-se monótono. Há muito deste último, na forma de perseguições de carro, tiroteios confusos e o Sr. Schwarzenegger batendo brutalmente em qualquer coisa que fique em seu caminho".[69] O jornal Pittsburgh Press escreveu uma crítica negativa, chamando o filme de "apenas mais um dos filmes encharcados de feiúra artística como Streets of Fire e Blade Runner".[70] O Chicago Tribune deu ao filme duas estrelas, acrescentando que "às vezes é terrivelmente violento e cheio de suspense, em outras, ele ri de si mesmo. Esse estilo esquizóide na verdade ajuda, fornecendo um pouco de humor apenas quando o enredo da ficção científica fica muito lento ou o diálogo muito piegas".[71] O Newhouse News Service chamou o filme de "uma palhaçada chocante, violenta e pretensiosa".[72] O autor britânico Gilbert Adair chamou o filme de "repelente ao último grau", acusando-o de "nazificação traiçoeira" e de "apelo enraizado em um composto profano de fascinação, fascismo e moda".[73] O filme venceu três troféus do Prêmio Saturno de melhor filme de ficção científica, melhor maquiagem e melhor roteiro.[74]
Em 1991, Richard Schickel da revista Entertainment Weekly revisou o filme dando-lhe uma nota "A", escrevendo que "o que originalmente parecia um grande filme um tanto inflado, embora generoso e enérgico, agora parece um bom pequeno filme" e o chamou de "um dos filmes mais originais da década de 1980 e parece que continuará sendo um dos melhores filmes de ficção científica já feitos".[75] A Film4, do Reino Unido, deu ao filme cinco estrelas, chamando-o de "terror de ação e ficção científica que lançou as carreiras de James Cameron e Arnold Schwarzenegger na estratosfera, tornando-se infinitamente divertido".[76] A revista TV Guide deu ao filme quatro estrelas, referindo-se a ele como uma "imagem incrivelmente eficaz que se torna duplamente impressionante quando se considera seu pequeno orçamento... Mesmo comparado com sua sequência cara, este filme consegue se mostrar muito superior à ela, embora esta também tenha conseguido uma receita alta".[77] A Empire deu ao filme cinco estrelas, chamando-o de "tão assustadoramente eficiente em exigir emoções de seu público quanto seu personagem titular é em executar seus alvos".[78] O banco de dados de filmes allMovie deu ao filme cinco estrelas, dizendo que "estabeleceu James Cameron como um mestre da ação, efeitos especiais e intriga narrativa quase mítica, enquanto transformava Arnold Schwarzenegger na estrela de corpo duro dos anos 1980".[79]
Pós-lançamento
[editar | editar código-fonte]Acusação de plágio
[editar | editar código-fonte]O escritor Harlan Ellison afirmou que "amou o filme e que ficou maravilhado com ele",[80] mas acreditava que o roteiro era baseado no conto do episódio "Soldier", que ele havia escrito para a série de TV The Outer Limits, chegando a ameaçar processar os produtores de The Terminator por plágio.[81][82] A Orion estabeleceu um acordo em 1986 com Ellison e pagou-lhe uma quantia de dinheiro não revelada, além de mencionar o nome do escritor nos créditos finais em cópias posteriores do filme.[81] Alguns relatos do acordo afirmam que "Demon with a Glass Hand", outro episódio de The Outer Limits, também escrito por Ellison, também foi alegado como tendo sido plagiado pelo filme,[83][84][85][86] mas o próprio Ellison afirmou explicitamente que The Terminator "era uma cópia" de "Soldier" ao invés de "Demon with a Glass Hand".[81]
James Cameron foi contra a decisão da Orion e foi informado de que se ele não concordasse com o acordo, ele teria que pagar quaisquer danos se a Orion perdesse um eventual processo judicial movido por Ellison. Cameron respondeu que "não tinha escolha a não ser concordar com o acordo. Claro que havia uma ordem de silêncio por parte da Orion também, então eu não poderia contar muito sobre essa história, mas agora francamente não me importo. É a verdade".[87]
Análise temática
[editar | editar código-fonte]O psicanalista Darian Leader vê The Terminator como um exemplo de como o cinema lidou com o conceito da masculinidade. Ele escreve: "É nos mostrado repetidamente que ser um homem requer mais do que ter o corpo biológico de um homem: algo a mais deve ser adicionado a isso. Ser um homem significa ter um corpo mais simbólico, algo que em última análise não é humano. Daí o motivo frequente do homem-máquina, do homem de The Six Million Dollar Man, do The Terminator ou Robocop".[88]
O filme também explora os perigos potenciais do domínio das inteligências artificais. Os robôs se tornam autoconscientes no futuro, rejeitam a autoridade humana e determinam que a raça humana precisa ser destruída. O impacto desse tema é tão importante que "a representação visual predominante do risco dessas inteligências artificiais tornou-se o robô Exterminador".[89]
Mídia doméstica
[editar | editar código-fonte]The Terminator foi lançado em VHS e Betamax em 1985.[90] O filme teve um bom desempenho financeiro em seu lançamento doméstico inicial: estreou em trigésimo quinto lugar nas principais locações de videocassetes e em vigésimo lugar nas paradas de vendas de videocassetes; em sua segunda semana, The Terminator alcançou a quarta posição no ranking de locações de fitas e a décima segunda no ranking de vendas.[91][92] Em março de 1995 o filme foi lançado pela primeira vez em Laserdisc.[93] O filme ganhou sua primeira versão em DVD em 3 de setembro de 1997, sendo lançado pela Image Entertainment;[60][94] a IGN criticou o lançamento em DVD do filme, alegando que o disco era um "lançamento bastante básico, contendo um som mono e uma conversão digital pobre".[95]
Por meio da aquisição do catálogo da biblioteca de filmes pré-1996 da PolyGram Filmed Entertainment, a MGM Home Entertainment lançou uma edição especial do filme em 2 de outubro de 2001, que incluía bônus como documentários sobre a produção e o roteiro, além de trailers do filme.[96][97] Em 23 de janeiro de 2001, uma edição em VCD de Hong Kong foi disponibilizada online.[98] Em 20 de junho de 2006, o filme foi lançado em Blu-ray pela Sony Pictures Home Entertainment nos Estados Unidos, tornando-se o primeiro filme da década de 1980 a ser lançado nesse formato.[99] Em 2013, o filme foi relançado pela 20th Century Fox Home Entertainment em Blu-ray, com uma remasterização digital em 4K feita pela empresa Lowry Digital, sendo supervisionada por James Cameron,[100] que apresentou uma qualidade de imagem aprimorada, bem como recursos especiais mínimos, como cenas excluídas e um making-of.
Legado
[editar | editar código-fonte]Em 1998, o livro Halliwell's Film Guide descreveu o filme como "uma aventura de quadrinhos escorregadia, bastante desagradável, mas inegavelmente atraente".[101] O agregador de críticas cinematográficas Rotten Tomatoes reportou um "certificação fresca" para o filme, a qual obteve uma classificação de 100% com uma pontuação média de 8,8/10 baseado em 64 opiniões; o consenso do site diz: "Com suas sequências de ação impressionantes, direção econômica rígida e ritmo implacavelmente rápido, fica claro por que The Terminator continua a ser uma influência na ficção científica e nos filmes de ação". O filme também obteve a pontuação 84/100 ("aclamação universal") no site agregador de críticas Metacritic, com base em 21 resenhas.[102]
The Terminator foi agraciado em algumas listas do American Film Institute. O filme ficou em quadragésimo segundo lugar na 100 Years... 100 Thrills, uma lista dos filmes mais emocionantes feitos nos Estados Unidos;[103] o personagem Exterminador foi classificado na vigésima segunda posição na lista dos maiores heróis e vilões do cinema estadunidense.[104] A frase de efeito de Schwarzenegger "I'll be back" foi eleita a trigésima sétima maior citação dita em um filme pela AFI.[105] Em 2005, a revista britânica Total Film nomeou The Terminator como o septuagésimo segundo melhor filme já feito.[106]
Em 2008, a revista Empire selecionou The Terminator como um dos 500 maiores filmes de todos os tempos.[107] A mesma revista também colocou o Exterminador em 14º em sua lista de 100 maiores personagens em filmes.[108]
Em 2008, The Terminator foi considerado "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo" pela Biblioteca do Congresso e selecionado para preservação no National Film Registry dos Estados Unidos.[109]
Em 2010, a Independent Film & Television Alliance selecionou o filme como um dos 30 filmes independentes mais significativos dos últimos trinta anos.[110]
Em 2015, The Terminator constou entre os filmes incluídos no livro 1001 Filmes para Ver antes de Morrer.[111]
Outras mídias
[editar | editar código-fonte]A trilha sonora do filme foi lançada em 1984, incluindo a trilha sonora de Brad Fiedel e as canções pop e rock usadas nas cenas dos clubes de dança.[112] Shaun Hutson escreveu uma novelização do filme que foi publicada em 21 de fevereiro de 1985, pela Star Books, com sede em Londres;[113] Randal Frakes e William Wisher escreveram uma outra novelização diferente para Bantam/Spectra, publicada em outubro de 1985. Em setembro de 1988, a NOW Comics lançou uma história em quadrinhos baseada no filme. A Dark Horse Comics publicou uma história em quadrinhos em 1990, que foi ambientada trinta e nove anos depois dos eventos do filme.[114] Vários videogames baseados em The Terminator foram lançados entre 1991 e 1993 para várias plataformas da Nintendo e Sega.[115]
Sequências e franquia
[editar | editar código-fonte]O filme deu início à longa franquia Terminator, com sua primeira sequência, Terminator 2: Judgment Day, considerada por muitos como uma das maiores sequências de todos os tempos, lançada em 1991. A franquia atualmente consiste em seis filmes, incluindo o mais recente lançamento: Terminator: Dark Fate, além de outras adaptações em outras mídias.[116][117] O biógrafo de Arnold Schwarzenegger, Laurence Leamer, escreveu que The Terminator "foi um filme influente que afetou toda uma geração de ficção científica em tons sombrios e foi uma das melhores performances de Arnold".[118]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Lombardi, Ken (26 de outubro de 2014). «"The Terminator" 30 years later». CBS News. Consultado em 21 de novembro de 2016. Cópia arquivada em 22 de novembro de 2016
- ↑ a b c d «'The Terminator' Box Office» (em inglês). Box Office Mojo. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ a b «O Exterminador do Futuro». Brasil: CinePlayers. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ a b «O Exterminador do Futuro». Brasil: AdoroCinema. Consultado em 3 de maio de 2019
- ↑ «O Exterminador Implacável». Portugal: SapoMag. Consultado em 3 de maio de 2019
- ↑ a b «O Exterminador Implacável». Portugal: CineCartaz. Consultado em 3 de maio de 2019
- ↑ «'The Terminator'» (em inglês). Rotten Tomatoes. Consultado em 22 de outubro de 2017
- ↑ Keegan, 2009. p. 34
- ↑ Lambie, Ryan. «Why The Terminator is a horror classic». Den of Geek. Consultado em 23 de julho de 2014. Cópia arquivada em 7 de janeiro de 2020
- ↑ Keegan, 2009. p. 36
- ↑ Keegan, 2009. p. 35
- ↑ French, 1996. p. 15
- ↑ French, 1996. p. 20
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