Partido Democrático Trabalhista: diferenças entre revisões

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* [[Wagner Montes]], apresentador e deputado estadual
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* [[Cidinha Campos]], radialista e deputada estadual
* [[Cidinha Campos]], radialista e deputada estadual
* [[Carlos Alberto Torres]], ex-futebolista
* [[Carlos Alberto Torres]], ex-futebolista


==Ex-membros famosos==
==Ex-membros famosos==

Revisão das 19h36min de 27 de julho de 2008

Partido Democrático Trabalhista
Número eleitoral 12
Presidente Carlos Eduardo Vieira da Cunha
Fundação 1980
Ideologia socialismo
Cores vermelho, verde e branco
Página oficial
http://www.pdt.org.br

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) é um partido político brasileiro de esquerda. Fundado por políticos e intelectuais, trata-se do único partido político brasileiro com representação na Internacional Socialista, adotando, inclusive, em sua bandeira o símbolo desta instituição (a mão segurando uma rosa). Seu código eleitoral é o 12[1].

História

Fundação

A fundação do PDT é considerada a Carta de Lisboa, de 17 de junho de 1979.

Com a iminência da assinatura da Lei da Anistia, Leonel Brizola, que após a morte de João Goulart se tornou o líder natural do trabalhismo brasileiro, convoca personalidades progressistas que se encontravam no exílio, assim como outros jovens vindos do Brasil para um encontro na cidade de Lisboa, Portugal para um congresso com vistas a reorganizar o movimento trabalhista, e reorganizar o Partido Trabalhista BrasileiroPTB.

Segundo o TSE, sua fundação so ocorreu em maio de 1980 (seu registro, porém, só foi concedido em 1981) por um grupo de políticos de esquerda liderados por Leonel Brizola, principal figura do partido até a sua morte em 2004.

A disputa pela Legenda do PTB

Com a Anistia Política concedida em 1979, e a volta do pluripartidarismo ao sistema eleitoral brasileiro, muitos políticos ao voltarem do exílio, tentaram recuperar os antigos partidos políticos que existiam antes do inicio da Ditadura Militar (período pré-1964). Com a morte de João Gulart durante o período ditatorial, Leonel Brizola surge naturalmente como o principal líder do antigo PTB, e após sua chegada ao país, tenta reorganizar a legenda. Porém é surpreendido pela ação concorrente de Ivete Vargas, sobrinha-neta de Getulio Vargas, que também reivindica para si o controle da legenda PTB. Após disputas judiciais, o TSE decide finalmente conceder a legenda ao grupo liderado por Ivete Vargas, que agrupava políticos que não coadunavam com os ideais trabalhistas históricos do partido, sem também possuírem uma historia partidária no antigo PTB. Nomes como o de Jânio Quadros (político que se elegeu Presidente da Republica em 1960 fazendo oposição ao PTB) e Sandra Cavalcanti (secretaria de Carlos Lacerda da UDN) encontraram abrigo no “novo” PTB. Na época, acusou-se Golbery do Couto e Silva de tramar a cessão da sigla para Ivete, a fim de enfraquecer o grupo de Brizola, então um dos politicos mais populares do país, e ferrenho opositor da Didatura. Inconformados com tal atitude, considerando que o novo PTB não representava mais os ideais trabalhistas históricos, o grupo liderado por Leonel Brizola foi obrigado a formar um novo partido, o Partido Democrático Trabalhista. – PDT.

Um dos fatos mais marcantes da perda da legenda PTB foi a cena em que Leonel Brizola chora copiosamente e rasga um papel com a sigla PTB dizendo: “Consumou-se o esbulho”. No dia seguinte, a foto desta cena é publicada no Jornal do Brasil ao lado do seguinte poema de Carlos Drumond de Andrade:

“Eu vi

Vi um homem chorar porque lhe negaram o direito de usar três letras do alfabeto para fins políticos. Vi uma mulher beber champanha porque lhe deram esse direito negado ao outro. Vi um homem rasgar o papel em que estavam escritas as três letras, que ele tanto amava. Como já vi amantes rasgarem retratos de suas amadas, na impossibilidade de rasgarem as próprias amadas.

Vi homicídios que não se praticaram mas foram autênticos homicídios: o gesto no ar, sem conseqüência, testemunhava a intenção. Vi o poder dos dedos. Mesmo sem puxar gatilho, mesmo sem gatilho a puxar, eles consumaram a morte em pensamento.

Vi a paixão e todas as suas cores. Envolta em diferentes vestes, adornada de complementos distintos, era o mesmo núcleo desesperado, a carne viva; E vi danças festejando a derrota do adversário, e cantos e fogos. Vi o sentido ambíguo de toda festa. Há sempre uma antifesta ao lado, que não se faz sentir, e dói para dentro.

A política, vi as impurezas da política recobrindo sua pureza teórica. Ou o contrário... Se ela é jogo, como pode ser pura?... Se ela visa o bem geral, por que se nutre de combinações e até de fraude? Vi os discursos...”

Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 15 de maio de 1980, Caderno B. P. 1

Década de 80

Logo após um ano de existência, nas primeiras eleições gerais diretas (com exceção do cargo de Presidente da Republica) o PDT se apresenta como o terceiro maior partido brasileiro, ficando atrás somente dos partidos tradicionais, PDS (substituto da ARENA) e PMDB (substituto do MDB), se apresentando como a primeira força de esquerda do país, posição que manterá até o início da década de 90.

Nas eleições majoritárias (governos estaduais e renovação de 1/3 do Senado Federal) o PDT foi o único dos novos partidos a conseguir vitórias. O PDS ganhou 12 estados, concentrando-se mais no Nordeste brasileiro, o PMDB ganhou 9 estados, e o PDT ganhou no Rio de Janeiro com Leonel Brizola para o governo estadual e Saturnino Braga para o Senado Federal. Nas eleições proporcionais, o PDT elege 24 deputados federais, ficando atrás somente de PDS (235 deputados) e PMDB (200 deputados), e na frente do PTB (13 deputados) e do PT (8 deputados).

Após as eleições, Leonel Brizola e o PDT, junto com os outros partidos e lideranças partidárias consideradas progressistas, lideram a Campanha das Diertas Já! em favor da realização de eleições diretas para o cargo de Presidente da Republica. Apesar da grande manifestação popular em favor da aprovação da Emenda Dante de Oliveira pelo Congresso Nacional em 1984, ela não foi aprovada por uma diferença mínima de apenas 22 votos, sendo as próximas eleições presidenciais sendo realizadas indiretamente através de um Colégio Eleitoral. Durante a eleição indireta, o PDT apóia a eleição do candidato do PMDB, Tancredo Neves, que consegue a vitória graças à dissidência da candidatura governista, a chamada Frente Liberal, que insatisfeita com a escolha do candidato do PDS, Paulo Maluf, apoiou a candidatura de Tancredo Neves.

Em 1985, nas eleições municipais, Saturnino Braga é eleito Prefeito do Rio de Janeiro pelo PDT, fazendo com que o partido controle o estado e sua capital.

Em 1986, o presidente José Sarney lança o Plano Cruzado, criticado abertamente por Brizola. Após sucesso inicial do plano com e estancamento da crise econômico-financeira pela qual o pais passava, o partido do presidente, o PMDB elege 22 dos 23 governos estaduais. Apesar da boa avaliação do PDT, o partido não consegue eleger o sucessor de Brizola. Pouco tempo depois das eleições, o plano se mostra um fracasso, confirmando as declarações de Brizola, e a crise volta.

Com as primeiras eleições diretas para o cargo de Presidente, o PDT lança como candidato Leonel Brizola. Depois de uma campanha acirrada, Brizola chega em terceiro lugar perdendo uma vaga no segundo turno por uma diferença de apenas 0,5% dos votos para o segundo colocado, o candidato do PT, Luis Inacio Lula da Silva. No segundo turno o PDT apóia a candidatura de Lula, que perde a eleição para o candidato conservador do pequeno PRN, Fernando Collor de Melo apoiado pelas forças conservadoras e com grande apoio da mídia (lembre-se a edição manipulada do último debate presidencial a favor de Collor pela Rede Globo).

Década de 90

Nas eleições gerais de 1990, o PDT elege 3 governadores, Leonel Brizola no RJ, Alceu Collares no RS, e Albuíno Azeredo no ES.

A partir daí, o PDT começa a sofrer um declínio, em razão do criticado desempenho de seus governadores. Passa a dividir junto com o PT a liderança da esquerda no país, sendo um dos principais opositores ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, vindo a ser ultrapassado por este último no fim da década. Quadros importantes começam a criar dissidência e sair do partido, como por exemplo, César Maia, Marcello Alencar e Saturnino Braga no Rio de Janeiro.

Com as primeiras denuncias contra o ex-presidente Fernando Collor, Brizola e o PDT não apóiam de imediato as pressões para a instalação de uma CPI, porém com o agravamento das denuncias, o PDT se posiciona a favor do impecheament do presidente Collor.

No governo de Itamar Franco, é realizado um plebiscito para a escolha do sistema de governo no país, e o PDT é o único partido que se posiciona desde o início a favor do presidencialismo. Com o não avanço das idéias parlamentaristas, vários partidos começam a mudar de posição e a defender também o presidencialismo, que sai vitorioso

Nas eleições gerais de 1994, o PDT apresenta mais uma vez Leonel Brizola como candidato a presidente, conseguindo porém, apenas a 5 colocação. Para os governos estaduais, o PDT consegue eleger somente 1 governador, Jaime Lerner no estado do Paraná, que pouco tempo depois se muda para o PFL, perdendo o PDT o controle de qualquer governo estadual, sofrendo um processo de esvaziamento. O partido elege apenas 34 deputados federais e 4 senadores.

Nas eleições municipais de 1996,o PDT consegue 9% dos votos nacionais, permanecendo como o quinto maior partido nacional. Nas eleições de 1998, o PDT resolve não lançar candidato a presidente, fazendo coligação com o PT, indicando Leonel Brizola como vice na chapa de Lula, porém a chapa consegue apenas um segundo lugar. Já para a Câmara Federal, o PDT elege uma bancada de apenas 21 deputados. Em relação aos governos estaduais, o PDT volta a eleger um governador, Anthony Garotinho no Rio de Janeiro, porém antes de terminar seu mandato, mais uma vez o PDT vê seus quadros serem diminuídos com a expulsão de Antony Garotinho e o conseqüente desligamento de seus correligionários.

O PDT, junto com o PT passa a maior parte da década de 90 fazendo oposição ao governo do presidente Fernando Henrique, considerando-o seu governo como sendo neo-liberal e destruidor da chamada Era Vargas, chegando o PDT até mesmo a fazer campanha pela sua renúncia.

Situação atual

Década de 2000

Com seu último grande esvaziamento, o PDT soma apenas 6,6% dos votos nacionais nas eleições municipais, ficando apenas como o sétimo maior partido nacional, caindo na classificação de partido de porte médio.

Em 2001, após serem expulsos do PSDB, os irmãos Senadores Alvaro Dias e Osmar Dias, do Paraná, ingressam no PDT por convite de Leonel Brizola.

Nas eleições de 2002, o PDT resolve não lançar candidato a presidente, porém forma a Frente Trabalhista com o PPS e o PTB apoiando a candidatura de Ciro Gomes que obtém somente a quarta colocação. No segundo turno, o PDT resolve apoiar o candidato do PT, Lula, que vence a eleição contra o candidato da situação, José Serra do PSDB. Em relação às eleições estaduais, o partido volta a eleger um governador com Waldez Goes pelo estado do Amapá e uma bancada de apenas 19 deputados federais.

Com a posse de Lula em janeiro de 2003, este convida o PDT para formar seu ministério, cabendo ao PDT o Ministério das Comunicações, tendo como seu ministro, o então deputado federal Miro Teixeira. Por discordar desse apoio, o Senador Alvaro Dias deixa o partido. Após um ano de mandato, o PDT discordando da política adotada por Lula rompe como governo e devolve todos os cargos aos quais ocupava no governo federal, passando a ser oposição.

Em junho de 2004, vitima de um infarto, o fundador e líder do PDT Leonel Brizola morre, levando a crer no fim de sua legenda. Porém, o desempenho do partido nas eleições municipais do mesmo ano deram um novo fôlego ao partido. Mesmo com a morte de Brizola o partido continuou na oposição. Após a crise no PT, vários políticos migraram para o partido, entre eles o senador e ex-ministro da Educação de Lula, Cristovam Buarque.

Nas eleições de 2006, o PDT resolve lançar candidato à Presidência da Republica com a candidatura de Cristovam Buarque, que obtém a quarta colocação com 3% dos votos. No entanto, para os cargos legislativos, o partido melhora seu desempenho, elegendo uma bancada de 24 deputados federais e 5 senadores, obtendo quase 6% dos votos nacionais, voltando a ser o quinto maior partido brasileiro, atrás apenas de PMDB, PT, PSDB e PFL. No segundo turno, o PDT apóia novamente o candidato Lula, que vence a eleição contra o candidato oposicionista, Geraldo Alckmin do PSDB. Com relação às eleições estaduais, o PDT elege 2 governadores, Waldez Góes no Amapá e Jackson Lago no Maranhão, pondo fim a 40 anos de predomínio da família Sarney no estado. Mesmo não sendo eleito, o Senador Osmar Dias atinge 49,90% dos votos no segundo turno das eleições para Governador do Paraná.

Com a inclusão do PDT na base de apoio ao governo Lula, este convida novamente o partido para o seu ministério, e nomeio o Presidente do PDT, Carlos Lupi para assumir o Ministério do Trabalho.

Dados do TSE colocam o PDT na lista dos partidos grandes (mais de um milhão de filiados), como o quinto maior partido do país. Dentre as novas lideranças do partido, destaca-se Edio Hensel e Vieira da Cunha, do Rio Grande do Sul; Brizola Neto, do Rio de Janeiro; Paulinho da Força, de São Paulo, e Osmar Dias, no Paraná.


Cargos Importantes ocupados por membros do PDT

Ministério do Trabalho - Carlos Lupi

Governador do Maranhão - Jackson Lago

Governador do Amapá - Waldez Góes

Prefeito de São Luis-MA - Tadeu Palácio

Membros famosos

Ex-membros famosos

Referências

  1. Tribunal Superior Eleitoral: Partidos políticos registrados no TSE, acessado em 25 de julho de 2007

Ver também

Ligações externas

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