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Sertão nordestino: diferenças entre revisões

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O '''Sertão brasileiro''' ou o '''Sertão nordestino''' é uma das quatro sub-regiões do [[região Nordeste do Brasil|Nordeste do Brasil]].
O '''Sertão brasileiro''' ou o '''Sertão nordestino''' é uma das quatro sub-regiões do [[região Nordeste do Brasil|Nordeste do Brasil. O Guilherme Ferelli é lindo ]].


Estende-se por grande parte de [[Alagoas]], [[Bahia]],do estado de [[Pernambuco]], da [[Paraíba]], do [[Rio Grande do Norte]], de [[Sergipe]], do [[Piauí]] e por todo o [[Ceará]]. Além disso, atinge a [[Mesorregião do Norte de Minas|Mesorregião Norte de Minas]] e o [[Vale do Jequitinhonha]] no estado de [[Minas Gerais]]. Ao contrário dos demais semi-desertos do mundo, o sertão não margeia um grande deserto, mas sim zonas úmidas. Isso explica suas peculiaridades biomáticas e sua atipicidade demográfica.
Estende-se por grande parte de [[Alagoas]], [[Bahia]],do estado de [[Pernambuco]], da [[Paraíba]], do [[Rio Grande do Norte]], de [[Sergipe]], do [[Piauí]] e por todo o [[Ceará]]. Além disso, atinge a [[Mesorregião do Norte de Minas|Mesorregião Norte de Minas]] e o [[Vale do Jequitinhonha]] no estado de [[Minas Gerais]]. Ao contrário dos demais semi-desertos do mundo, o sertão não margeia um grande deserto, mas sim zonas úmidas. Isso explica suas peculiaridades biomáticas e sua atipicidade demográfica.

Revisão das 20h31min de 19 de agosto de 2013

 Nota: ""Sertões"" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Sertão (desambiguação). Para o livro de Euclides da Cunha, veja Os Sertões.
 Nota: ""Sertanejo"" redireciona para este artigo. Para o gênero musical, veja Música sertaneja. Para o romance de José de Alencar, veja O Sertanejo.
Sub-regiões do Nordeste: 1 Meio-norte,
2 Sertão, 3 Agreste e 4 Zona da Mata

O Sertão brasileiro ou o Sertão nordestino é uma das quatro sub-regiões do Nordeste do Brasil. O Guilherme Ferelli é lindo .

Estende-se por grande parte de Alagoas, Bahia,do estado de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte, de Sergipe, do Piauí e por todo o Ceará. Além disso, atinge a Mesorregião Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha no estado de Minas Gerais. Ao contrário dos demais semi-desertos do mundo, o sertão não margeia um grande deserto, mas sim zonas úmidas. Isso explica suas peculiaridades biomáticas e sua atipicidade demográfica.

Compreende as áreas dominadas pelo clima tropical semi-árido (quente e seco),[1] que apresenta temperaturas médias elevadas, entre 28 °C e 45 °C (ultrapassa os 42 ºC somente no Raso da Catarina na Bahia e no Centro-sul do Piauí) e duas estações bem definidas: uma seca e outra chuvosa. As chuvas concentram-se em apenas três ou quatro meses do ano, e pluviosidade no Sertão atinge a média de 750 mm anuais, sendo que em algumas áreas chove menos de 500 mm ao ano.[1]

História

Fortaleza no Ceará é a única capital nordestina localizada na região geográfica do sertão.

A palavra Sertão teve origem durante a colonização do Brasil pelos portugueses. Ao saírem do litoral brasileiro e se interiorizarem, perceberam uma grande diferença climática nessa região semi-árida. Por isso a chamavam de "desertão", ocasionado pelo clima quente e seco. Logo, essa denominação foi sendo entendida como "de sertão", ficando apenas a palavra Sertão.[2][3]

O primeiro processo do país de interiorização ocorreu nessa região, entre os séculos XVI e XVII, com o deslocamento da criação de gado do litoral, devido à pressão exercida pela expansão da lavoura de cana-de-açúcar, que era o principal produto de exportação da economia colonial. A área foi conquistada por povoadores com escassos recursos e o desenvolvimento da pecuária possibilitou o desbravamento nos sertões. Os caminhos de boiadas assim criados permitiram a articulação e o intercâmbio entre o litoral nordestino e o interior, dando origem a diversas cidades. O rio São Francisco constituiu uma via natural de entrada para o Sertão, ampliando a extensão da área envolvida nessas trocas.

Geografia

Chuvas

Sertão no estado do Rio Grande do Norte durante o período chuvoso.

O Sertão é a sub-região que apresenta o menor indíce pluviomêtrico de todo o país.[4] A escassez e a distribuição irregular das chuvas nessa área devem-se, sobretudo, à dinâmica das massas de ar e, também à influência do relevo.

Entre os meses de outubro e março podem, ocasionalmente, ocorrer chuvas nas demais áreas do Sertão provocadas pela ação de frentes frias polares que atingem o Sudeste. Já a ocorrência de chuvas nas demais áreas do Sertão está associada, basicamente, aos ventos alísios que sopram do Hemisfério Norte.[5] Quando são mais intensos, esses ventos provocam chuvas no Sertão, principalmente entre os meses de março e maio.

Seca

Sertão em período de seca no estado da Bahia.

Na maior parte do Sertão, as chuvas geralmente ocorrem entre os meses de dezembro e abril.[6][7] Porém em certos anos, não ocorrem precipitações nesse período e a estiagem pode de prolongar dando origem às secas.

A ocorrência das secas está diretamente relacionada ao fenômeno do aquecimento das águas do Oceano Pacífico,[7] nas proximidades da costa oeste da América do Sul, denominado El Niño. Esse aquecimento do Pacífico ocorre em períodos irregulares de três a sete anos,[7] interferindo na circulação dos ventos em escala global, e consequentemente, na distribuição das chuvas no Sertão nordestino.

As secas acarretam grandes prejuízos aos proprietários rurais, que perdem suas lavouras e criações, e à população em geral, que sofre com a falta de alimentos e água potável nessa sub-região do Nordeste.

A área atingida pela seca equivale a três vezes o estado de São Paulo[carece de fontes?].

As chuvas esporádicas e o auxílio emergencial não podem fazer esquecer a necessidade de se criarem alternativas eficazes para combater o problema.

A seca é uma tragédia cíclica. A fome e o abandono do sertanejo são permanentes.

Uma cisterna com capacidade para 15 mil litros custa cerca de R$ 1,8 mil e pode abastecer uma família de cinco pessoas por sete a oito meses de estiagem[8].

Petrolina, no Sertão de Pernambuco, é a maior cidade da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro, que se consolidou como maior exportador de frutas e segundo maior pólo vitivinicultor do Brasil graças ao uso de modernas técnicas de cultivo e irrigação.[9][10] A RIDE Petrolina e Juazeiro é o maior aglomerado urbano do interior da região Nordeste.

Polígono das Secas

Ver artigo principal: Polígono das Secas

Com o propósito de facilitar ações para combater as secas e amenizar os seus efeitos sobre a população sertaneja, o governo federal delimitou em 1951,[7][11][12] o chamado Polígono das Secas.

Inicialmente o Polígono abrangia cerca de 950.000 km²,[7] estendendo-se pelas áreas de clima semi-árido. Entretanto, após a ocorrência de grandes secas, a área do Polígono foi ampliada, alcançando parte do estado de Minas Gerais, também atingido pelas estiagens.

Diversos órgão do governo são responsáveis pelo combate às secas, especialmente o DNOCS (Departamento de Nacional de Obras Contra as Secas), que coordena programas de irrigação, construção de poços artesianos e açudes, bem como outras funções, visando amenizar os problemas da população.

Caatinga

Ver artigo principal: Caatinga

A Caatinga é a vegetação predominante em todo Sertão e em parte do Agreste. Ela ocupa as áreas de clima semi-árido, resistindo às secas através de adaptações naturais.

Centros urbanos

O seu maior polo geopolítico e civilizacional fica na sua parte mais setentrional e costeira, ou seja, Fortaleza, que também é uma das nove capitais da região.

O sertão também conta com importantes cidades polos e centros urbanos que exercem significativa influência na região tais como: Petrolina, Serra Talhada, Arcoverde e Araripina em Pernambuco; Patos, Sousa, Pombal, Piancó, Itaporanga, Catolé do Rocha, Monteiro e Cajazeiras na Paraíba; Vitória da Conquista, Juazeiro, Jequié, Barreiras, Paulo Afonso e Jacobina na Bahia; Picos no Piauí; Juazeiro do Norte, Sobral, Icó e Crato no Ceará; Mossoró e Caicó no Rio Grande do Norte, Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia em Alagoas. O único estado sertanejo que não possui polos notáveis é o estado de Sergipe, justamente onde o sertão atinge suas menores áreas e populações dentro de estados nordestinos.

Regiões Metropolitanas

O Sertão brasileiro possui 6 regiões metropolitanas oficiais, sendo a mais importante, a Região Metropolitana de Fortaleza. Abaixo segue a população de cada uma. Os dados são de 2010.

Posição Região metropolitana Estado População Imagem de satélite
1 Região Metropolitana de Fortaleza Ceará 3 610 379
2 Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro Bahia e Pernambuco 717 413
3 Região Metropolitana do Cariri Ceará 537 860
4 Região Metropolitana de Patos Paraíba 224 550
5 Região Metropolitana de Cajazeiras Paraíba 167 979
6 Região Metropolitana do Vale do Piancó Paraíba 146 605

Cultura

Espetáculo "Chuva de Bala" nos festejos juninos de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

O sertão compete com a Zona da Mata pelos melhores carnavais da região, enquanto a zona da mata possui os maiores. O mesmo ocorre com o São João, já que o Agreste possui os maiores, porém o sertão compete com muitos dos melhores festivais, dentre os quais se destacam o de Patos, Mossoró. No litoral semi-árido também encontramos a cultura do jangadeiro setentrional, tido como o arquétipo do cearense, mas que não reflete tanto o sertanejo meridional, sem litoral. O sertão por ser a zona geográfica mais extensa, mesmo que não a mais povoada, mas já ter sido talvez a mais populosa em meados do século XVIII e XIX. O principal ritmo nativo do Sertão é o forró.

Muito embora, não seja divulgado na grande mídia, a região do sertão é farta no tocante a cultura da poesia popular. É imensa a quantidade de pessoas com habilidade na arte da rima e no improvisar de versos. Através desses repentista, algumas canções tornaram-se conhecidas nacionalmente, como exemplo, a música "Mulher nova bonita e carinhosa", conhecida na interpretação de Amelinha e Zé Ramalho é de autoria do cantador repentista pernambucano, Otacílio Batista. Outro exemplo é a música "A volta da asa branca" de autoria de Zé Dantas, outro sertanejo pernambucano, da cidade de Carnaíba.

[carece de fontes?]

Referências

  1. a b I. BOLIGIAN, Levon; II. MARTINEZ, Rogério; III. GARCIA, Wanessa; IV. Alves, Andressa; Geografia, Espaço e Vivência, 6ª série, cap.10, pág. 85, o Agreste e o Sertão, 2005.
  2. http://geodados.pg.utfpr.edu.br/busca/detalhe.php?id=21263
  3. http://www.agbbauru.org.br/publicacoes/revista/anoXV_1/AGB_dez2011_artigos_versao_internet/AGB_dez2011_11.pdf
  4. I. BOLIGIAN, Levon; II. MARTINEZ, Rogério; III. GARCIA, Wanessa; IV. Alves, Andressa; Geografia, Espaço e Vivência, 6ª série, cap.10, pág. 85, Por que chove pouco no Sertão, 2005.
  5. I. BOLIGIAN, Levon; II. MARTINEZ, Rogério; III. GARCIA, Wanessa; IV. Alves, Andressa; Geografia, Espaço e Vivência, 6ª série, cap.10, pág. 85, Por que chove pouco no Sertão, 2005
  6. http://www.brasilescola.com/brasil/a-seca-no-nordeste.htm
  7. a b c d e I. BOLIGIAN, Levon; II. MARTINEZ, Rogério; III. GARCIA, Wanessa; IV. Alves, Andressa; Geografia, Espaço e Vivência, 6ª série, cap.10, pág. 86, A Seca no Sertão, 2005.
  8. Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semi- Árido: Um Milhão de Cisternas Rurais http://www.cliquesemiarido.org.br/>
  9. [1]
  10. [2]
  11. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L1348.htm
  12. Depois a Lei nº 4.239, de 27 de julho de 1963, estatuiu que o município criado com desdobramento de área de município incluído no Polígono das Secas, será considerado como pertencente a este para todos os efeitos legais e administrativos. De outra parte, a Lei nº 4.763, de 30 de agosto de 1965, incluiu o município de Vitória da Conquista. E finalmente, o Decreto-Lei de nº 63.778, de 11 de dezembro de 1968, delegou ao Superintendente da Sudene a competência de declarar, observada a legislação específica, quais os municípios pertencentes ao Polígono das Secas. Esse Decreto-Lei regulamentou e esclareceu que a inclusão de municípios no Polígono, somente ocorreria para aqueles criados por desdobramento de municípios anteriormente incluídos total ou parcialmente, no mesmo Polígono, quando efetuados até a data da lei regulamentar, ou seja, de 30 de agosto de 1965. Em 19 de dezembro de 1997, o Conselho Deliberativo da Sudene com a Resolução nº 11.135, aprovou a atualização da relação dos municípios pertencentes ao Polígono das Secas, incluindo aqueles que foram criados por desmembramento até janeiro de 1997.

Ver também

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Ligações externas

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