Febre zika: diferenças entre revisões

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{{Ver desambig| o surto desta doença em 2015-16| Surto de vírus Zika nas Américas (2015–presente)}}
''Esta página se refere à doença febril chamada "zica" ou "Zika". A palavra também pode significar, como gíria, [[Azar]]; e, para a vila na Sérvia, ver [[Žiča (Kraljevo)]]''
{{Info/Patologia
{{Info/Patologia
|Nome = Febre por vírus zica
| Nome = Zica <br/><sub>em inglês, ''Zika fever''</sub>
|Imagem = Alexius Salvador Zika-Virus.jpg
| Imagem =
|Legenda = Exantema durante uma infeção por vírus zica
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|CID10 = {{CID10|U|06|9|a|}}, <small>alteração no código em 21 de dezembro de 2015</small>
| CID10 = {{ICD10|A|92|8|a|}}
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}}
<!-- Definição e sintomas -->
A '''zica'''<ref>{{Citar web|título = Significado / definição de zica no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa|URL = http://www.priberam.pt/dlpo/zica|obra = www.priberam.pt|acessadoem = 2016-01-29|primeiro = Priberam Informática,|último = S.A.}}</ref><ref name=":0">{{Citar web|título = “Zica” é a doença misteriosa que agride a pele {{!}} Dra Verônica|URL = http://www.draveronica.com.br/2015/05/zica-e-doenca-misteriosa-que-agride-pele.html|obra = www.draveronica.com.br|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref>{{Citar web|título = Governo do Maranhão confirma primeiro caso de zica vírus|URL = http://www.ebc.com.br/noticias/2015/06/governo-do-maranhao-confirma-primeiro-caso-de-zica-virus|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref>{{Citar web|título = Dezesseis casos de febre Zica são confirmados no país|URL = http://saude.terra.com.br/dezesseis-casos-de-febre-zica-sao-confirmados-no-pais,a14c77a181898fa32289b678b5d2a96armwhRCRD.html|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref>{{Citar web|título = SES afirma que ainda não há casos confirmados de zica e chikungunya em Pernambuco - NE10|URL = http://noticias.ne10.uol.com.br/saude/noticia/2015/04/30/ses-afirma-que-ainda-nao-ha-casos-confirmados-de-zica-e-chikungunya-em-pernambuco-544425.php|obra = ne10.com.br|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref>{{Citar web|título = Dezesseis casos de febre Zica são confirmados no país - Notícias - R7 Saúde|URL = http://noticias.r7.com/saude/dezesseis-casos-de-febre-zica-sao-confirmados-no-pais-14052015|obra = noticias.r7.com|acessadoem = 2015-07-11}}</ref> (em [[Inglês (idioma)|inglês]], ''Zika fever'') é uma [[doença infecciosa]] causada pelo [[vírus Zika|vírus da zica]], um vírus da família [[Flaviviridae]]. É transmitida por mosquitos do gênero ''Aedes'' (que podem transmitir igualmente os vírus da [[dengue]] e da [[febre amarela]]).
'''Febre zica''', também denominada '''febre por vírus zica''', é uma doença causada pelo [[vírus zica]].<ref name=WHO2016Jan>{{Citar web| título=Zika virus|url=http://www.who.int/mediacentre/factsheets/zika/en/|website=WHO| acessodata=3 fevereiro 2016| data=Janeiro 2016}}</ref> A maior parte dos casos não apresenta sintomas. Quando se manifestam, são geralmente ligeiros, podem-se assemelhar aos do [[dengue]]<ref name="WHO2016Jan" /><ref name="EU2015">{{Citar web| título = Factsheet for health professionals|url = http://ecdc.europa.eu/en/healthtopics/zika_virus_infection/factsheet-health-professionals/Pages/factsheet_health_professionals.aspx|website = ecdc.europa.eu| acessodata = 22 Dezembro 2015}}</ref> e geralmente têm duração inferior a sete dias.<ref name=Ann2016/> Os sintomas podem incluir [[febre]], [[conjuntivite|vermelhidão nos olhos]], [[Artralgia|dores nas articulações]], [[Cefaleia|dores de cabeça]] e um [[exantema maculopapular]].<ref name=WHO2016Jan/><ref name=Musso14>{{citar periódico | título = Rapid spread of emerging Zika virus in the Pacific area |url = http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1198743X1465391X |jornal = Clinical Microbiology and Infection | páginas = O595–6 |volume = 20 | número = 10 |doi = 10.1111/1469-0691.12707 | primeiro = D. | último = Musso | primeiro2 = E.J. | último2 = Nilles | primeiro3 = V.-M. | último3 = Cao-Lormeau | ano=2014 |pmid=24909208}}</ref><ref name=Ann2016/> A doença ainda não causou mortes registadas durante a infeção inicial.<ref name="EU2015"/> A infeção tem sido associada ao [[síndrome de Guillain-Barré]].<ref name="EU2015"/>


<!-- Causa e diagnóstico -->
Mais fraca que a dengue e a febre [[chicungunha|''chicungunya'']], a doença tem sintomas mais leves, com evolução benigna, e não há relatos de mortes. Por essa razão, chegou a ser conhecida, entre alguns médicos, como "dengue benigna".<ref name=":0" /><ref>{{citar web|url=http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/05/22/tira-teima-o-que-voce-precisa-saber-sobre-dengue-chikungunya-e-zika-virus.htm|título=Tira-teima: o que você precisa saber sobre dengue, chikungunya e zika vírus|publicado=UOL|data=|acessodata=22 de novembro de 2015}}</ref> Há, no entanto, evidências cada vez maiores de que, quando atinge gestantes, pode causar [[microcefalia]] [[Doença congênita|congênita]].
A febre por vírus zica é transmitida principalmente pela picada os [[mosquito]]s do género ''[[Aedes]]''.<ref name=Ann2016/> Pode também ser potencialmente transmitida por [[Relação sexual|contacto sexual]] e [[transfusão de sangue|transfusões de sangue]].<ref name=Ann2016/> A doença pode também ser transmitida [[Infecção perinatal|de mãe para filho]] durante a [[gravidez]] e causar [[microcefalia]].<ref name=WHO2016Jan/><ref name="EU2015"/> O [[diagnóstico]] é feito com análises ao sangue, urina ou saliva, que detectam a presença do [[ARN]] do vírus quando a pessoa está doente.<ref name=WHO2016Jan/><ref name=Ann2016/>


<!-- Prevenção e tratamento -->
==Transmissão==
A prevenção envolve a diminuição das picadas dos mosquitos em áreas onde ocorre a doença.<ref name=Ann2016>{{citar periódico| último1=Chen| primeiro1=LH| último2=Hamer| primeiro2=DH| título=Zika Virus: Rapid Spread in the Western Hemisphere.|jornal=Annals of internal medicine| data=2 fevereiro 2016|pmid=26832396|url=http://annals.org/article.aspx?articleid=2486362}}</ref> Entre as principais medidas estão a utilização de [[repelente de insetos]], cobrir a maior parte do corpo com roupa, [[Rede mosquiteira|redes mosquiteiras]] e eliminação de águas estagnadas onde os mosquitos se reproduzem.<ref name=WHO2016Jan/> Não existe [[vacina]] eficaz.<ref name=Ann2016/> As autoridades de saúde recomendam que as mulheres nas áreas afetadas por surtos considerem adiar a gravidez e que as grávidas não viajem para áreas onde estejam a ocorrer surtos.<ref name=Ann2016/><ref>{{Citar web| título = Brazil warns against pregnancy due to spreading virus - CNN.com|url = http://www.cnn.com/2015/12/23/health/brazil-zika-pregnancy-warning/index.html|website = CNN| acessodata = 24 Dezembro 2015}}</ref> Embora não exista tratamento específico, o [[paracetamol]] pode ajudar a aliviar os sintomas.<ref name=Ann2016/> Raramente é necessário tratamento hospitalar.<ref name="EU2015"/>
A transmissão é [[transmissão vetorial|vetorial]] através da picada de mosquitos do gênero ''[[Aedes]]''.

<!-- História e epidemiologia -->
O vírus que causa a doença foi isolado pela primeira vez em 1947.<ref>{{citar periódico| último1=Haddow| primeiro1=AD| último2=Schuh| primeiro2=AJ| último3=Yasuda| primeiro3=CY| último4=Kasper| primeiro4=MR| último5=Heang| primeiro5=V| último6=Huy| primeiro6=R| último7=Guzman| primeiro7=H| último8=Tesh| primeiro8=RB| último9=Weaver| primeiro9=SC| título=Genetic characterization of Zika virus strains: geographic expansion of the Asian lineage.|jornal=PLoS neglected tropical diseases| data=2012|volume=6| número=2| páginas=e1477|pmid=22389730}}</ref> O primeiro surto documentado entre pessoas ocorreu em 2007 nos [[Estados Federados da Micronésia]].<ref name=Ann2016/> À data de janeiro de 2016, a doença ocorria em vinte regiões do [[América|continente americano]].<ref name=Ann2016/> Há também ocorrências conhecidas na África, Ásia e Pacífico.<ref name=WHO2016Jan/> Devido a um surto que teve início no Brasil em 2015, a [[Organização Mundial de Saúde]] declarou em fevereiro de 2016 a febre por vírus zica uma emergência de saúde pública global.<ref>{{Citar web| título=WHO Director-General summarizes the outcome of the Emergency Committee regarding clusters of microcephaly and Guillain-Barré syndrome|url=http://www.who.int/mediacentre/news/statements/2016/emergency-committee-zika-microcephaly/en/|website=WHO| acessodata=3 fevereiro 2016| data=1 fevereiro 2016}}</ref>


==Sinais e sintomas==
==Sinais e sintomas==
[[File:Zika virus video osmosis.webm|thumb|Explicação em vídeo do vírus zica e da febre por vírus zica]]
Os sintomas são similares aos da [[dengue]], mas são mais brandos e geralmente duram de 3 a 7 dias.<ref name="Zika">{{citar web|url=http://combateaedes.saude.gov.br/index.php/tira-duvidas#zika|título=Zika — Quais são os sintomas|publicado=Ministério da Saúde do Brasil|data=|acessodata=31 de janeiro de 2016}}</ref> Manifestações hemorrágicas foram documentadas em apenas um caso, onde ocorreu hematospermia.<ref name=Foy11>{{cite journal |author=Foy BD, Kobylinski KC, Foy JLC, Blitvich BJ, Travassos da Rosa A, Haddow AD, ''et al'' |title=Probable non-vector-borne transmission of Zika virus, Colorado, USA |journal=Emerging Infectious Diseases |volume=17 |issue=5 |date=May 2011 |url=http://www.cdc.gov/eid/content/17/5/pdfs/10-1939.pdf |format=PDF}}</ref> Os sinais mais comuns incluem exantema maculopapular, que se inicia na face e no tronco antes de se espalhar para o restante do corpo, [[conjuntivite]], [[artralgia|dor em articulações]], [[febre]] baixa e dor de cabeça.<ref>{{cite web| title = RSOE EDIS on recent Zika fever outbreak| url=http://hisz.rsoe.hu/alertmap/woalert_read.php?cid=12079&cat=dis&lang=eng| accessdate = 2007-06-27 }}</ref>
[[File:Zika.Virus.Rash.Arm.2014.jpg||thumb|Exantema provocado pelo vírus zica]]
Os sinais e sintomas mais comuns da febe por vírus zica são febre, exantema, conjuntivite (vermelhidão nos olhos), [[Mialgia|dores musculares]], [[Artralgia|dores nas articulações]] e dores de cabeça. Estes sintomas são semelhantes aos do dengue e da [[chicungunha]].<ref>{{citar periódico | último=Heang | primeiro=V. | último2=Yasuda | primeiro2=C.Y. | último3=Sovann | primeiro3=L. | último4=Haddow | primeiro4=A.D. | último5=Travassos da Rosa | primeiro5=A.P. | último6=Tesh | primeiro6=R.B. | último7=Kasper | primeiro7=M.R. |jornal=Emerg Infect Dis |volume=18 | número=2 | páginas=349–51 | data=fevereiro 2012 |pmid=22305269 |pmc=3310457 |doi=10.3201/eid1802.111224 | título=Zika virus infection, Cambodia, 2010 |url=http://wwwnc.cdc.gov/eid/article/18/2/11-1224-t1}}</ref> Ainda se deconhece o [[Período de incubação|intervalo de tempo entre a picada e o início dos sintomas]], mas provavelmente situa-se entre alguns dias e uma semana.<ref>{{Citar web| título=Signs and Symptoms|url=http://www.cdc.gov/zika/symptoms/|website=Zika virus home| editora=Centers for Disease Control and Prevention| acessodata=30 Janeiro 2016}}</ref> A doença dura entre alguns dias e uma semana e os sintomas são geralmente ligeiros, pelo que raramente e necessária a deslocação a um hospital.<ref>{{Citar web| título = Zika virus|url = http://www.wpro.who.int/mediacentre/factsheets/fs_05182015_zika/en/|website = WHO Western Pacific Region| acessodata = 2016-02-04|language = en-GB}}</ref> Só existe um caso documentado de [[hemorragia]], com [[Hemospermia|sangue no sémen]].<ref name=Foy11>{{citar periódico |vauthors=Foy BD, Kobylinski KC, Foy JL, Blitvich BJ, Travassos da Rosa A, Haddow AD, teal | título=Probable non-vector-borne transmission of Zika virus, Colorado, USA |jornal=Emerging Infectious Diseases |volume=17 | número=5 | data=Maio de 2011 |url=http://www.cdc.gov/eid/content/17/5/pdfs/10-1939.pdf |format=PDF| doi = 10.3201/eid1705.101939 | páginas=880–2 |pmid=21529401 |pmc=3321795}}</ref>


===Síndrome de Guillain-Barré===
==Diagnóstico==
As infeções por vírus zica têm sido associadas à [[síndrome de Guillain-Barré]] (SGB), que é a fraqueza muscular de início rápido que pode progredir para [[paralisia]].<ref>{{citar periódico| título = Zika virus infection complicated by Guillain-Barré syndrome – case report, French Polynesia, December 2013|url = http://www.eurosurveillance.org/ViewArticle.aspx?ArticleId=20720|jornal = Eurosurveillance| data = 2014-06-03|volume = 19| número = 9|doi = 10.2807/1560-7917.es2014.19.9.20720|language = en| primeiro = E| último = Oehler| primeiro2 = L| último2 = Watrin| primeiro3 = P| último3 = Larre| primeiro4 = I| último4 = Leparc-Goffart| primeiro5 = S| último5 = Lastère| primeiro6 = F| último6 = Valour| primeiro7 = L| último7 = Baudouin| primeiro8 = H| último8 = Mallet| primeiro9 = D| último9 = Musso}}</ref> Embora ambas possam ocorrer na mesma pessoa ao mesmo tempo, é difícil apontar conclusivamente o vírus zica como causa da SGB.<ref>{{Citar web| título = Zika virus Disease Q & A {{!}} Zika virus {{!}} CDC|url = http://www.cdc.gov/zika/disease-qa.html|website = www.cdc.gov| acessodata = 2016-02-08}}</ref> Vários países afetados pelos surtos de zica têm relatado aumentos nos casos de SGB e há registo na [[Colômbia]] de 3 mortes devido a SGB relacionado com o zica.<ref>{{Citar web| título = Colombia: 3 dead from Zika-linked Guillain-Barre syndrome|url = http://www.usatoday.com/story/news/2016/02/05/colombia-3-deaths-zika-linked-guillain-barre-syndrome/79882600/|website = USA TODAY| acessodata = 2016-02-08}}</ref>
O vírus Zika pode ser identificado pela [[RT-PCR]] em pacientes com o quadro agudo da doença e por [[sorologia]] em pacientes cuja febre regrediu através da detecção de [[anticorpo]]s específicos [[IgM]]. Reações sorológicas cruzadas com outros flavivírus como o causador da [[dengue]] é possível.<ref>Faye O, Faye O, Dupressoir A, Weidmann M, Ndiaye M, Alpha Sall A.One-step RT-PCR for detection of Zika virus. J Clin Virol. 2008 Sep;43(1):96-101</ref><ref>Lanciotti RS, Kosoy OL, Laven JJ, et al. Genetic and serologic properties of Zika virus associated with an epidemic, Yap State, Micronesia, 2007 (2008). Emerging Infectious Diseases. 14:1232-9, http://www.cdc.gov/EID/content/14/8/1232.htm</ref>


== No Brasil ==
===Gravidez===
[[File:Microcephaly-comparison-500px.jpg|thumb|[[Microcefalia]]]]
No Brasil, suspeita-se que a entrada do Zika tenha se dado durante a [[Copa do Mundo de 2014]], quando o país recebeu turistas de várias partes do mundo, inclusive de áreas atingidas de forma mais intensa pelo vírus, como a [[África]] — onde surgiu — e a [[Ásia]]. No primeiro semestre de 2015, já havia casos confirmados em estados de todas as regiões do país. Com sintomas mais brandos que os da dengue e os da febre chicungunha (doenças também transmitidas pelo mosquito ''[[Aedes aegypti]]''), a febre Zika chegou a ser ignorada pelas autoridades de saúde; porém há evidências de que a infecção pelo vírus está associada a casos mais graves, como [[microcefalia|microcefalia congênita]] e [[síndrome de Guillain-Barré]], que, embora continuem sendo condições raras, aumentaram de maneira incomum no país no ano de 2015.<ref>{{citar web|url=http://jc.ne10.uol.com.br/blogs/maissaude/2015/06/23/para-infectologista-dengue-deve-ter-mais-atencao-do-que-zika/|título=Para infectologista, dengue deve ter mais atenção do que Zika|publicado=Jornal do Commercio|data=|acessodata=22 de novembro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/zika-virus-ja-foi-registrado-em-14-estados-segundo-ministerio-da-saude.html|título=Zika vírus já foi registrado em 14 estados, segundo Ministério da Saúde|publicado=G1|data=|acessodata=22 de novembro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/11/especialistas-investigam-aumento-de-casos-de-microcefalia-no-nordeste.html|título=Especialistas investigam aumento de casos de microcefalia no Nordeste|publicado=G1|data=|acessodata=22 de novembro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2015/11/fiocruz-comprova-relacao-entre-zika-e-doenca-rara-4915306.html|título=Fiocruz comprova relação entre zika e doença rara|publicado=Zero Hora|data=|acessodata=25 de novembro de 2015}}</ref>
Acredita-se que a doença possa ser transmitida [[Infecção perinatal|de mãe para filho]] durante a [[gravidez]] e causar [[microcefalia]].<ref name="cidrap">{{Citar web |url=http://www.cidrap.umn.edu/news-perspective/2015/11/zika-virus-spreads-more-countries| título=Zika virus spreads to more countries |publicado=Center for Infectious Disease Research and Policy, U. of Minnesota Academic Health Center| data=30 Novembro 2015| acessodata=11 Dezembro 2015 | primeiro=Lisa | último=Schnirring}}</ref> No entanto, existem muito poucos casos relatados na literatura científica.<ref name=Duffy09>{{citar periódico | último1=Duffy | primeiro1=M.R. | último2=Chen | primeiro2=T.H. | último3=Hancock | primeiro3=W.T. | último4=Powers | primeiro4=A.M. | último5=Kool | primeiro5=J.L. | último6=Lanciotti | primeiro6=R.S. | último7=Pretrick | primeiro7=M. | último8=Marfel | primeiro8= M. | último9=Holzbauer | primeiro9=S. | último10=Dubray | primeiro10=C. | último11=Guillaumot | primeiro11=L. | último12=Griggs | primeiro12=A. | último13=Bel | primeiro13=M. | último14=Lambert | primeiro14=A.J. | último15=Laven | primeiro15=J. | último16=Kosoy | primeiro16=O. | último17=Panella | primeiro17=A. | último18=Biggerstaff | primeiro18=B.J. | último19=Fischer | primeiro19=M. | último20=Hayes | primeiro20=E.B. | título=Zika Virus Outbreak on Yap Island, Federated States of Micronesia | jornal=New England Journal of Medicine | volume=360 | número=24 | páginas=2536–43 | ano=2009 | pmid=19516034 |doi=10.1056/NEJMoa0805715 }}</ref>


Em novembro de 2015, surgiram relatórios do Ministério da Saúde do Brasil de dois casos na [[Região Nordeste do Brasil|região nordeste]] de fetos severamente afetados cuja [[amniocentese]] confirmou a presença de vírus zica no [[líquido amniótico]].<ref>{{Citar web|url=http://ecdc.europa.eu/en/press/news/_layouts/forms/News_DispForm.aspx?ID=1329&List=8db7286c-fe2d-476c-9133-18ff4cb1b568&Source=http%3A%2F%2Fecdc.europa.eu%2Fen%2FPages%2Fhome.aspx | título=News - Microcephaly in Brazil potentially linked to the Zika virus epidemic, ECDC assesses the risk |publicado=[[European Centre for Disease Prevention and Control]] | data=25 de novembro de 2015 | acessodata=2016-02-04}}</ref><ref>{{Citar web| autor=Alexandra Sims |url=http://www.independent.co.uk/news/world/americas/health-alerts-in-south-america-and-caribbean-following-fears-spreading-zika-virus-may-cause-birth-a6740301.html | título=Zika virus: Health alerts in South America and Caribbean following fears illness may cause birth deformities &#124; Americas &#124; News |publicado=[[The Independent]] | data= | acessodata=2016-02-04}}</ref><ref>{{Citar web| autor= |url=http://agenciabrasil.ebc.com.br/en/geral/noticia/2015-11/brazil-reports-739-suspected-microcephaly-cases-nine-states | título=Brazil reports 739 suspected microcephaly cases in nine states |website=Agenciabrasil.ebc.com.br | data=2015-11-24 | acessodata=2016-02-04}}</ref><ref>{{Citar web| título = Ministério da Saúde divulga boletim epidemiológico|url = http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/20805-ministerio-da-saude-divulga-boletim-epidemiologico|publicado = Portal da Saúde – Ministério da Saúde – www.saude.gov.br| acessodata = 16 Janeiro 2016}}</ref> As [[ecografia]]s demonstrarem que em ambos os casos o perímetro cefálico reduzido (microcefalia) se devia à destruição de diversas partes do [[cérebro]].<ref>{{citar periódico| título = Zika virus intrauterine infection causes fetal brain abnormality and microcephaly: tip of the iceberg?|url = http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/uog.15831/abstract|jornal = Ultrasound in Obstetrics & Gynecology| data = 1 Janeiro 2016|issn = 1469-0705| páginas = 6–7|volume = 47| número = 1|doi = 10.1002/uog.15831| primeiro = A. S.| último = Oliveira Melo | primeiro2 = G.| último2 = Malinger| primeiro3 = R.| último3 = Ximenes| primeiro4 = P. O.| último4 = Szejnfeld| primeiro5 = S.| último5 = Alves Sampaio| primeiro6 = A. M.| último6 = Bispo de Filippis |pmid=26731034}}</ref> Um dos fetos também apresentava [[Calcificação|calcificações]] nos olhos e [[microftalmia]]. O ministério reportou posteriormente pelo menos 2400 casos suspeitos de microcefalia no país até 12 de dezembro de 2015 e 29 mortes.<ref>{{Citar web |url=http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151127_confirma_zika_microcefalia_mdb |título=Governo confirma relação entre zika vírus e epidemia de microcefalia |publicado=BBC |acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref><ref>{{Citar web| último=Blount | primeiro=Jeb |url=http://www.reuters.com/article/brazil-health-zica-idUSL1N13N0NH20151128#x4sFsU0kCzW0J1Uk.97 | título=Brazil confirms zica virus link to fetal brain-damage outbreak | publicado=Reuters | data=2015-11-28 | acessodata=2016-02-04}}</ref><ref name=":3" /><ref>{{Citar web|url=http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/11/30/pais-tem-1248-casos-de-microcefalia-ligacao-com-virus-zika-e-confirmada.htm | título=País registra 1.248 casos de microcefalia e sete mortes; maioria em PE - Notícias - Saúde |website=Noticias.uol.com.br | data=2015-11-30 | acessodata=2016-02-04}}</ref>
{{referências}}
{{esboço-patologia}}


==Causas==
[[Categoria:Doenças virais]]

=== Reservatório natural===

O [[vírus zica]] é um [[flavivírus]] transmitido por [[mosquito]]s, bastante relacionado com o [[vírus da dengue]]. Embora os mosquitos sejam o [[Vetor (epidemiologia)|vetor]], o [[reservatório natural]] ainda é desconhecido, embora tenham sido encontradas evidências serológicas em [[macaco]]s e roedores da [[África ocidental]].<ref name=":7" /><ref>{{Citar livro| título = Agents Transmissible from Simians to Man| último = Brack| primeiro = Manfred| editora = | ano = 2012|isbn = 3642719112| local = | página = 35|url = https://books.google.com/books?id=gbDtCAAAQBAJ}}</ref>

=== Transmissão ===
A transmissão da doença dá-se através da picada de mosquitos do género ''[[Aedes]]'', principalmente o ''[[Aedes aegypti]]'' em regiões tropicais. A doença foi também isolada nas espécies ''[[Aedes africanus|Ae. africanus]]'', ''[[Aedes apicoargenteus|Ae. apicoargenteus]]'', ''Ae. luteocephala'',<ref name="WRBU">{{Citar web |publicado=Walter Reed Biosystematics Unit |url=http://www.wrbu.org/SpeciesPages_non-ANO/non-ANO_A-hab/AElut_hab.html |título=Aedes luteocephala |acessodata=1 de fevereiro de 2016}}</ref> ''[[Aedes vittatus|Ae. vittatus]]'' e ''Ae. furcifer''.<ref name=":7" /> Durante o surto de 2007 na ilha de Yap no Pacífico sul, o vetor foi o ''[[Aedes hensilli]]'', enquanto na [[Polinésia Francesa]] em 2013 o vetor foi o ''[[Aedes polynesiensis]]''.<ref name=":5" />

Existem relatórios de dois casos de possível transmissão por via sexual<ref name="Oster">{{Citar periódico |autor=Alexandra M. Oster, John T. Brooks, Jo Ellen Stryker, et al. |url=http://www.cdc.gov/mmwr/volumes/65/wr/mm6505e1er.htm|título=Interim Guidelines for Prevention of Sexual Transmission of Zika Virus — United States, 2016 |jornal=Morbity and Mortality Weekly Report |ano=2016 |volume=65|número=1–2}}</ref> e casos de [[infecção perinatal|transmissão perinatal]].<ref name=":1" /> Tal como outros flavivírus, pode ser potencialmente transmitido por [[transfusões de sangue]] e vários países afetados têm vindo a tomar medidas para realizar rastreio a dadores de sangue.<ref>{{citar periódico| título = Blood safety and zoonotic emerging pathogens: now it's the turn of Zika virus!|url = http://www.bloodtransfusion.it/articolosing.aspx?id=000763|jornal = Blood Transfusion | último=Franchini | primeiro=M. | último2=Velati | primeiro2=C. |volume= | número= | páginas= 1| data=Novembro 2015 |doi= 10.2450/2015.0187-15 |pmid=26674809}}</ref>

== Diagnóstico ==

É difícl realizar o diagnóstico de febre por vírus zica com base apenas nos sinais e sintomas clínicos devido à semelhança com outros [[arbovírus]] endémicos de regiões semelhantes.<ref name=":8">{{citar periódico| título = Zika Virus in the Americas – Yet Another Arbovirus Threat|url = http://dx.doi.org/10.1056/NEJMp1600297|jornal = New England Journal of Medicine| data = 13 Janeiro 2016 |pmid = 26761185 | páginas= |volume= | número= |doi=10.1056/NEJMp1600297 | primeiro=Anthony S. | último=Fauci| primeiro2 = David M.| último2 = Morens}}</ref> Os [[Centros de Controle e Prevenção de Doenças]] (CDC) norte-americanos recomendam que "com base nas características clínicas típicas, o [[disgnóstico diferencial]] para a infeção por vírus zica é amplo. Para além da dengue, são consideradas outras infeções como [[leptospirose]], [[malária]], [[rickettsia]], [[rubéola]], ''[[Streptococcus pyogenes]]'', [[sarampo]] e infeções por [[parvovírus]], [[enterovírus]], [[Infecção por adenovírus|adenovírus]] e alfavírus (por exemplo, [[chicungunha]], [[febre de Mayaro]], [[febre do rio Ross]], [[vírus da floresta de Barmah]], [[vírus O'nyong-nyong]] e [[vírus Sindbis]])."<ref>{{Citar web| título = For Health Care Providers: Clinical Evaluation & Disease {{!}} Zika virus {{!}} CDC|url = http://www.cdc.gov/zika/hc-providers/clinicalevaluation.html|website = www.cdc.gov| acessodata = 24 Dezembro 2015}}</ref>

Em pacientes com doença aguda, o vírus zica pode ser identificado através de [[RT-PCR]]. No entanto, o período de [[viremia]] pode ser curto<ref name=":4">{{Citar web| título = Factsheet for health professionals|url = http://ecdc.europa.eu/en/healthtopics/zika_virus_infection/factsheet-health-professionals/Pages/factsheet_health_professionals.aspx|website = ecdc.europa.eu| acessodata = 24 dezembro 2015}}</ref> e a Organização Mundial de Saúde recomenda que as análises RT-PCR sejam feitas em amostras de soro recolhidas entre 1 a 3 dias após o aparecimento de sintomas, ou em amostras de urina recolhidas nos primeiros 3 a 5 dias.<ref name=":5">{{Citar web| título = WPRO Zika virus|url = http://www.wpro.who.int/mediacentre/factsheets/fs_05182015_zika/en/|publicado = www.wpro.who.int| acessodata = 24 Dezembro 2015}}</ref> Posteriormente, pode ser utilizada [[serologia]] para deteção de [[anticorpo]]s [[IgM]] e [[IgG]] específicos do vírus zica. Os anticorpos IgM são detetáveis até 3 dias após o aparecimento da doença.<ref name=":7" /> No entanto, é possível a ocorrência de reações serológicas cruzadas com [[flavavírus]] semelhantes, como os da dengue e do [[vírus do oeste do Nilo]].<ref name=":4" /><ref>{{citar periódico | último=Faye | primeiro=O. | último2=Faye | primeiro2=O. | último3=Dupressoir | primeiro3=A. | último4=Weidmann | primeiro4=M. | último5=Ndiaye | primeiro5=M. | último6=Alpha Sall | primeiro6=A. | data = setembro 2008 | título = One-step RT-PCR for detection of Zika virus | jornal = J Clin Virol | volume = 43 | número = 1| páginas = 96–101 | doi=10.1016/j.jcv.2008.05.005 |pmid=18674965 |url=http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1386-6532(08)00184-4}}</ref><ref>{{citar periódico |vauthors=Lanciotti RS, Kosoy OL, Laven JJ, etal | ano = 2008| título = Genetic and serologic properties of Zika virus associated with an epidemic, Yap State, Micronesia, 2007 | url = http://www.cdc.gov/EID/content/14/8/1232.htm | jornal = Emerging Infectious Diseases | volume = 14 | número = 8| páginas = 1232–9 | doi=10.3201/eid1408.080287| pmid = 18680646| pmc = 2600394}}</ref> Estão disponíveis ensaios para os anticorpos do vírus zica, embora a sua comercialização ainda não tenha sido aprovada.<ref name=":8" /><ref>{{Citar web|url = http://www.cdc.gov/zika/pdfs/denvchikvzikv-testing-algorithm.pdf| título = Updated diagnostic testing for Zika, chikungunya, and dengue viruses in US Public Health Laboratories| data = 13 Janeiro 2016|acessodata = 4 de Fevereiro 2016|website = | editora = CDC, Division of Vector-Borne Diseases, Arboviral Diseases and Dengue Branches| último = | primeiro = }}</ref><ref>{{Citar web|url = http://www.euroimmun.com/index.php?eID=dumpFile&t=f&f=3013&token=6cc0bb2eb7c10f484ae50ad91e69cd6424088529| título = First commercial antibody tests for Zika virus diagnostics now available| data = 29 Janeiro 2016|acessodata = 4 de fevereiro de 2016|website = | editora = | último = | primeiro = }}</ref>

=== Rastreio na gravidez ===

O CDC recomenda o rastreio em algumas mulheres grávidas, mesmo que não apresentem sintomas ou infeção. As grávidas que tenham viajado para regiões afetadas devem ser testadas entre uma e doze semanas depois do regresso da viagem.<ref name=":0">{{citar periódico| título = Update: Interim Guidelines for Health Care Providers Caring for Pregnant Women and Women of Reproductive Age with Possible Zika Virus Exposure — United States, 2016|url = http://www.cdc.gov/mmwr/volumes/65/wr/mm6505e2er.htm|jornal = MMWR. Morbidity and Mortality Weekly Report| páginas = 1–6|volume = 65| número = 05|doi = 10.15585/mmwr.mm6505e2er| primeiro = Titilope| último = Oduyebo| primeiro2 = Emily E.| último2 = Petersen| primeiro3 = Sonja A.| último3 = Rasmussen| primeiro4 = Paul S.| último4 = Mead| primeiro5 = Dana| último5 = Meaney-Delman| primeiro6 = Christina M.| último6 = Renquist| primeiro7 = Sascha R.| último7 = Ellington| primeiro8 = Marc| último8 = Fischer| primeiro9 = J. Erin| último9 = Staples}}</ref> Devido à dificuldade na interpretação das análises para o vírus do zica, o CDC também recomenda que os prestadores de cuidados de saúde contactem as autoridades para pedir assistência.<ref name=":0" /> Para mulheres que vivam nas regiões afetadas, o CDC recomenda que sejam feitos exames durante a [[Gravidez#Acompanhamento médico pré-natal|primeira consulta ou a meio do segundo semestre]], embora isto possa ser ajustado mediante os recursos locais disponíveis e o custo económico local do vírus.<ref name=":0" /> Se existirem sinais da doença por vírus zica, deverão ser realizados exames adicionais. As mulheres com resultados positivos devem ter o feto monitorizado por [[ecografia]] a cada três ou quatro semanas, de modo a acompanhar a anatomia e crescimento do bebé.<ref name=":0" />

=== Rastreio em crianças ===

Nas crianças em que haja suspeita de [[doença congénita]] provocada pela febre zica, o CDC recomenda exames tanto serológicos como moleculares, como o RT-PCR, [[ELISA]] IgM e o [[teste de neutralização por redução de placas]] (PRNT).<ref name=":2">{{citar periódico| título = Interim Guidelines for the Evaluation and Testing of Infants with Possible Congenital Zika Virus Infection — United States, 2016|url = http://www.cdc.gov/mmwr/volumes/65/wr/mm6503e3.htm|jornal = MMWR. Morbidity and Mortality Weekly Report| páginas = 63–67|volume = 65| número = 3|doi = 10.15585/mmwr.mm6503e3| primeiro = J. Erin| último = Staples| primeiro2 = Eric J.| último2 = Dziuban| primeiro3 = Marc| último3 = Fischer| primeiro4 = Janet D.| último4 = Cragan| primeiro5 = Sonja A.| último5 = Rasmussen| primeiro6 = Michael J.| último6 = Cannon| primeiro7 = Meghan T.| último7 = Frey| primeiro8 = Christina M.| último8 = Renquist| primeiro9 = Robert S.| último9 = Lanciotti}}</ref> Os [[Recém-nascido|recém-nascidos]] de uma mãe que tenha sido potencialmente exposta ao vírus e que tenham tido resultados positivos nas análises ao sangue, microcefalia ou calcificações intracranianas devem realizar mais exames, incluindo uma investigação detalhada para anormalidades neurológicas, características dismórficas, [[esplenomegalia]], [[hepatomegalia]] e [[exantema]] ou outras lesões da pele.<ref name=":2" /> Entre outros exames recomendados estão a ecografia craniana e avaliação da audição e visão.<ref name=":2" /> Devem ser realizados exames a todas as anomrlias encontradas, assim como a outras potenciais infeções congénitas, como [[sífilis congénita]], [[toxoplasmose]], [[rubéola]], infeções por [[citomegalovírus]], [[coriomeningite linfocitária]] e [[herpes simplex virus]].<ref name=":2" />

== Prevenção ==

O vírus é transmitido por mosquitos, o que faz do evitar o mosquito um elemento fundamental do controlo da doença. O CDC recomenda que :<ref>{{Citar web| título = Zika Virus in Central America—Watch—Level 1, Practice Usual Precautions—Travel Health Notices {{!}} Travelers' Health {{!}} CDC|url = http://wwwnc.cdc.gov/travel/notices/watch/zika-virus-central-america|website = wwwnc.cdc.gov| acessodata = 24 dezembro 2015}}</ref>
* As pessoas cubram a pele exposta, vestindo camisas de manga comprida e calças compridas;
* Seja usado [[repelente de insetos]] que contenha [[DEET]], [[icaridina]], [[p-Menthane-3,8-diol]] ou [[IR3535]] e que seja reaplicado no intervalo de tempo determinado nas instruções;
* No caso de utilizar [[protetor solar]] em conjunto com repelente de insetos, seja primeiro aplicado o protetor, deixar secar e só depois aplicar o repelente:
* Não seja aplicado repelente nas mãos, olhos ou boca das crianças;
* As pessoas permaneçam em espaços com ar condicionado ou protegidos por redes mosquiteiras;
* Sejam usadas redes mosquiteiras na cama, no caso do quarto estar exposto ao exterior.

O CDC também recomenda estratéias para controlo dos mosquitos, como a eliminação de poças de água estagnada, a reparação das [[Fossa séptica|fossas séticas]] e a proteção de portas e janelas com redes mosquiteiras.<ref>{{Citar web | título=Surveillance and Control of ''Aedes aegypti'' and ''Aedes albopictus'' in the United States | data=25 Janeiro 2016 |obra=Chikungunya Virus Home: Resources | publicado=Centers for Disease Control and Prevention |url=http://www.cdc.gov/chikungunya/resources/vector-control.html}}</ref><ref>{{Citar web | título=Help Control Mosquitoes that Spread Dengue, Chikungunya, and Zika Viruses | data=2015 |obra=Chikungunya Virus Home: Fact Sheets and Posters | publicado=Centers for Disease Control and Prevention |url=http://www.cdc.gov/chikungunya/pdfs/control_mosquitoes_chikv_denv_zika.pdf |formato=PDF}}</ref> Em contentores de água podem ser usados [[larvicida]]s, enquanto que os mosquitos em voo podem ser mortos com [[inseticida]].<ref name="WHO2016Jan" />

Uma vez que o vírus zica pode ser [[Doença sexualmente transmissível|transmitido por via sexual]], recomenda-se que as pessoas que tenham viajado para regiões onde a doença esteja a ocorrer, ou que tenham contacto com quem tenha viajado, que usem sempre [[preservativo]]. No caso da mulher estar grávida, devem-se abster de relações sexuais ou usar igualmente preservativo.<ref>{{citar periódico| último1=Oster| primeiro1=Alexandra M.| último2=Brooks| primeiro2=John T.| último3=Stryker| primeiro3=Jo Ellen| último4=Kachur| primeiro4=Rachel E.| último5=Mead| primeiro5=Paul| último6=Pesik| primeiro6=Nicki T.| último7=Petersen| primeiro7=Lyle R.| título=Interim Guidelines for Prevention of Sexual Transmission of Zika Virus — United States, 2016|jornal=MMWR. Morbidity and Mortality Weekly Report| data=5 fevereiro 2016|volume=65| número=5| páginas=1–2|doi=10.15585/mmwr.mm6505e1er}}</ref>

===Vacina===

Atualmente não existe uma vacina. O seu desenvolvimento é uma das prioridades da medicina, mas as autoridades fazem notar que este processo pode levar vários anos.<ref name=":8" /><ref name=":4" /><ref name="auto">{{Citar web | título=U.S. Launches 'Full-court Press' for a Zika Vaccine |url=http://time.com/4188973/zika-virus-vaccine-nih/ |newspaper=Time | acessodata=23 Janeiro 2016}}</ref>

=== Alerta de viagens ===

Devido ao aumento do número de evidências da relação entre o vírus zica e microcefalia, o CDC emitiu um alerta de viagem que aconselhava as grávidas a considerar adiar a deslocação para os seguintes países e territórios:<ref name="lowes">{{Citar web|url = http://www.medscape.com/viewarticle/857389?nlid=97363_3901&src=wnl_newsalrt_160115_MSCPEDIT&uac=28013DZ&impID=957011&faf=1| último = Lowes| primeiro = R.| título = CDC Issues Zika Travel Alert| editora = CDC| data = 15 Janeiro 2016| acessodata = 16 Janeiro 2016}}</ref><ref>{{Citar web| título = Zika Travel Information Travelers' Health CDC|url = http://wwwnc.cdc.gov/travel/page/zika-travel-information|website = wwwnc.cdc.gov| acessodata = 2016-02-04}}</ref>
* [[Cabo Verde]]<ref>{{Citar web| título = Zika Virus in Cape Verde - Alert - Level 2, Practice Enhanced Precautions - Travel Health Notices {{!}} Travelers' Health {{!}} CDC|url = http://wwwnc.cdc.gov/travel/notices/alert/zika-virus-cape-verde|website = wwwnc.cdc.gov|acessodata = 4 de fevereiro de 2016}}</ref>
* [[Caraíbas]], incluindo [[Barbados]], [[Curaçao]], [[República Dominicana]], [[Guadalupe]], [[Haiti]], [[Jamaica]], [[Martinica]], [[Porto Rico]], [[Ilha de São Martinho]] e [[Ilhas Virgens Americanas]];<ref>{{Citar web| título = Zika Virus in the Caribbean - Alert - Level 2, Practice Enhanced Precautions - Travel Health Notices {{!}} Travelers' Health {{!}} CDC|url = http://wwwnc.cdc.gov/travel/notices/alert/zika-virus-caribbean|publicado = wwwnc.cdc.gov| acessodata = 2016-02-04}}</ref>
* [[América Central]], incluindo [[Costa Rica]], [[El Salvador]], [[Guatemala]], [[Honduras]], [[Nicarágua]] e [[Panamá]];<ref>{{Citar web| título = Zika Virus in Central America - Alert - Level 2, Practice Enhanced Precautions - Travel Health Notices {{!}} Travelers' Health {{!}} CDC|url = http://wwwnc.cdc.gov/travel/notices/alert/zika-virus-central-america|publicado = wwwnc.cdc.gov|acessodata = 2016-02-04}}</ref>
* [[México]]<ref>{{Citar web| título = Zika Virus in Mexico - Alert - Level 2, Practice Enhanced Precautions - Travel Health Notices {{!}} Travelers' Health {{!}} CDC|url = http://wwwnc.cdc.gov/travel/notices/alert/zika-virus-mexico|publicado = wwwnc.cdc.gov|acessodata = 2016-02-04}}</ref>
* Ilhas do Pacífico, incluindo [[Samoa Americana]], [[Samoa]] e [[Tonga]];<ref>{{Citar web| título = Zika Virus in the Pacific Islands - Alert - Level 2, Practice Enhanced Precautions - Travel Health Notices {{!}} Travelers' Health {{!}} CDC|url = http://wwwnc.cdc.gov/travel/notices/alert/zika-virus-pacific-islands|publicado = wwwnc.cdc.gov|acessodata = 2016-02-04}}</ref>
* [[América do Sul]], incluindo [[Bolívia]], [[Brasil]], [[Colômbia]], [[Equador]], [[Guiana Francesa]], [[Guiana]], [[Paraguai]], [[Suriname]] e [[Venezuela]]<ref>{{Citar web| título = Zika Virus in South America - Alert - Level 2, Practice Enhanced Precautions - Travel Health Notices {{!}} Travelers' Health {{!}} CDC|url = http://wwwnc.cdc.gov/travel/notices/alert/zika-virus-south-america|publicado = wwwnc.cdc.gov|acessodata = 2016-02-04}}</ref>
As autoridades de saúde também recomendam que as mulheres que estejam a considerar uma gravidez consultem um médico antes de viajar.<ref name="lowes" /><ref>{{Citar web | primeiro= | último= | título=CDC issues interim travel guidance related to Zika virus for 14 Countries and Territories in Central and South America and the Caribbean | data=15 Janeiro 2016 |publicado=CDC Newsroom Releases | editora=Centers for Disease Control and Prevention |url=http://www.cdc.gov/media/releases/2016/s0315-zika-virus-travel.html}}</ref>

=== Resposta da OMS ===

Tanto a [[Organização Pan-Americana da Saúde]] como a [[Organização Mundial de Saúde]] (OMS) emitiram comunicados de preocupação com o impacto na saúde pública da propagação do vírus zica e a sua ligação com a SGB e a microcefalia.<ref>{{Citar web | título=Neurological syndrome, congenital malformations, and Zika virus infection – Epidemiological Update | data=17 Janeiro 2016 |publicado=Epidemiological Alerts and Updates CHA.01.04b Epidemic Alert and Response | autor=Pan American Health Organization |url=http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=1218&Itemid=2291}}</ref><ref>{{Citar web| título = WHO Declares Zika a Public Health Emergency|url = http://www.nbcnews.com/storyline/zika-virus-outbreak/who-declares-zika-public-health-emergency-n508761|publicado = NBC News| acessodata = 2016-02-08}}</ref> A diretora-geral da OMS, [[Margaret Chan]], emitou uma declaração em fevereiro de 2016 em que afirmava que o recente foco de casos de microcefalia e outros distúrbios neurológicos reportados no Brasil, na sequência de um foco semelhante em 2014 na Polinésia Francesa, constitui uma emergência de saúde pública de preocupação internacional.<ref>{{Citar web| título = WHO Director-General summarizes the outcome of the Emergency Committee regarding clusters of microcephaly and Guillain-Barré syndrome|url = http://www.who.int/mediacentre/news/statements/2016/emergency-committee-zika-microcephaly/en/|publicado = World Health Organization| acessodata = 2016-02-08}}</ref> A declaração de emergência permite à OMS coordenar a resposta internacional à propagação do vírus, dando também às suas recomendações força de [[lei internacional]] ao abrigo dos regulamentos de saúde internacionais de 2005.<ref>{{Citar web| título = Zika Virus a Global Health Emergency, W.H.O. Says|url = http://www.nytimes.com/2016/02/02/health/zika-virus-world-health-organization.html|publicado = The New York Times| data = 2016-02-01| acessodata = 2016-02-08|issn = 0362-4331| primeiro = Sabrina| último = Tavernise| primeiro2 = Donald G. Mcneil| último2 = Jr}}</ref><ref>{{Citar web| título = WHO {{!}} IHR Procedures concerning public health emergencies of international concern (PHEIC)|url = http://www.who.int/ihr/procedures/pheic/en/|publicado = www.who.int| acessodata = 2016-02-08}}</ref>

== Tratamento ==

Não existe atualmente tratamento específico para a infeção por vírus zica. Os cuidados de apoio consistem no alívio da dor, febre e [[prurido]].<ref name=":5" /> Algumas autoridades de saúde recomendam que não sejam tomadas [[aspirina]]s ou outros [[anti-inflamatórios não esteroides]], uma vez que estes têm sido associados a síndrome hemorrágica quando usados em outros flavavírus.<ref name=":4" /> Para além disso, o uso de asprina não é recomendado em crianças devido ao risco de [[síndrome de Reye]].<ref>{{citar periódico| último1=Fulginiti| primeiro1=Vincent| último2=et al| título=Aspirin and Reye Syndrome.|jornal=Pediatrics| data=1982|volume=69| número=6| páginas=810–2 |pmid=7079050 |url=http://pediatrics.aappublications.org/cgi/pmidlookup?view=long&pmid=7079050}}</ref>

Até ao surto de 2015, o [[vírus zica]] tinha sido relativamente pouco estudado e não existem atualmente tratamentos [[Antiviral|antivirais]]. Os conselhos dados às mulheres grávidas incidem sobre evitar o risco de infeção o máximo possível, já que uma vez contraída a infeção pouco ou nada há que possa ser feito para além do tratamento de apoio.<ref>{{citar periódico | último=Petersen | primeiro=E.E. | último2=Staples | primeiro2=J.E. | último3=Meaney-Delman | primeiro3=D. | último4=Fischer | primeiro4=M. | último5=Ellington | primeiro5=S.R. | último6=Callaghan | primeiro6=W.M. | último7=Jamieson | primeiro7=D.J. | título=Interim Guidelines for Pregnant Women During a Zika Virus Outbreak – United States, 2016 |jornal=MMWR Morb Mortal Wkly Rep |volume=65 | número=2 | páginas=30–3 | data=22 Janeiro 2016 |doi=10.15585/mmwr.mm6502e1 |pmid=26796813}}</ref>

Um estudo ''[[in vitro]]'' observou que o vírus zica pode ser sensível a tratamento com [[Interferão|interferões]], que são frequentemente usados contra outras infeções virais. No entanto, estes resultados ainda não foram testados em animais ou seres humanos.<ref>{{citar periódico | último=Hamel | primeiro=R. | último2=Dejarnac | primeiro2=O. | último3=Wichit | primeiro3=S. | último4=Ekchariyawat | primeiro4=P. | último5=Neyret | primeiro5=A. | último6=Luplertlop | primeiro6=N. | último7=Perera-Lecoin | primeiro7=M. | último8=Surasombatpattana | primeiro8=P. | último9=Talignani | primeiro9=L. | último10=Thomas | primeiro10=F. | último11=Cao-Lormeau | primeiro11=V.M. | último12=Choumet | primeiro12=V. | último13=Briant | primeiro13=L. | último14=Desprès | primeiro14=P. | último15=Amara | primeiro15=A. | último16=Yssel | primeiro16=H. | último17=Missé | primeiro17=D. | título=Biology of Zika Virus Infection in Human Skin Cells |jornal=J Virol |volume=89 | número=17 | páginas=8880–96 | data=Setembro 2015 |pmid=26085147 |doi=10.1128/JVI.00354-15 |url=}}</ref>

==Epidemiologia==
[[File:CDC_map_of_Zika_virus_distribution_as_of_15_January_2016.png|thumb|330x330px|Países com evidências atuais ou passadas de transmissão de [[vírus zica]] à data de janeiro de 2016.<ref>{{Citar web| título = Geographic Distribution – Zika virus – CDC|url = http://www.cdc.gov/zika/geo/index.html|publicado = www.cdc.gov| acessodata = 18 Janeiro 2016}}</ref>]]

O primeiro caso conhecido de febre por vírus zica ocorreu no [[Uganda]] em 1947, num [[Macaca mulatta|macaco rhesus]] na [[floresta de Zika]].<ref name=":7">{{citar periódico| título = Zika Virus Outside Africa|url = http://wwwnc.cdc.gov/eid/article/15/9/09-0442_article.htm|jornal = Emerging Infectious Diseases|pmc = 2819875|pmid = 19788800| páginas = 1347–50|volume = 15| número = 9|doi = 10.3201/eid1509.090442| primeiro = Edward B.| último = Hayes| ano = 2009}}</ref> Os estudos populacionais feitos na época no Uganda verificaram uma [[prevalência]] de 6,1%.<ref name=":1">{{citar periódico | título = Zika virus: a previously slow pandemic spreads rapidly through the Americas |url = http://www.microbiologyresearch.org/content/journal/jgv/10.1099/jgv.0.000381.v1 |jornal = Journal of General Virology | data = 18 dezembro 2015 |doi = 10.1099/jgv.0.000381 | primeiro = Derek | último = Gatherer | primeiro2 = Alain | último2 = Kohl |pmid=26684466}}</ref> Os primeiros casos entre seres humanos foram registados na [[Nigéria]] em 1954.<ref>{{citar periódico| título = Zika virus : A report on three cases of human infection during an epidemic of jaundice in Nigeria|url = http://trstmh.oxfordjournals.org/content/48/2/139 |jornal = Trans. Roy. Soc. Trop. Med. Hyg. | data = 1 março 1954|issn = 0035-9203|pmid = 13157159| páginas = 139–145|volume = 48| número = 2|doi = 10.1016/0035-9203(54)90006-1| primeiro = F. N.| último = MacNamara}}</ref> Desde então, têm sido registados alguns surtos nas regiões tropicais de África e em algumas regiões do ((sudeste asiático]].<ref>{{citar periódico | primeiro=D.I.H. | último=Simpson | título=Zika virus infection in man |jornal=Trans. Roy. Soc. Trop. Med. Hyg. |volume=58 | número=4 | páginas=335–8 | ano=1964 |pmid=14175744 |doi=10.1016/0035-9203(64)90201-9 |url=http://trstmh.oxfordjournals.org/content/58/4/335.abstract}}</ref> Não há casos documentados de vírus Zica no [[subcontinente indiano]], embora alguns estudos tenham encontrado anticorpos de zica em pessoas saudáveis na ìndia, o que pode indicar exposição no passado ou ser devido a uma reação cruzada com outros flavavírus.<ref>{{citar periódico| título = Neutralizing antibodies against certain viruses in the sera of residents of India |jornal = Journal of Immunology (Baltimore, Md.: 1950)| data = 1 Abril 1954 |pmid = 13163397| páginas = 248–257|volume = 72| número = 4| primeiro = K. C.| último = Smithburn| primeiro2 = J. A.| último2 = Kerr| primeiro3 = P. B.| último3 = Gatne}}</ref> Com recurso a [[Filogenia|análises filogenéticas]] das estirpes asiáticas, estimou-se que o vírus zica se deslocou para o sudeste asiático por volta de 1945.<ref name=":1" /> Em 1977-78, o vírus foi descrito como causa de febre na [[Indonésia]].<ref>{{citar periódico| título = Zika virus, a cause of fever in Central Java, Indonesia|url = http://trstmh.oxfordjournals.org/content/75/3/389|jornal = Trans. Roy. Soc. Trop. Med. Hyg. | data = 1 Janeiro 1981 |pmid = 6275577| páginas = 389–393|volume = 75| número = 3|doi = 10.1016/0035-9203(81)90100-0| primeiro = J. G.| último = Olson| primeiro2 = T. G.| último2 = Ksiazek}}</ref>

O primeiro grande surto, com 185 casos, [[Surto de vírus Zika nas ilhas Yap em 2007|ocorreu em 2007]] nas [[Yap|ilhas Yap]] nos [[Estados Federados da Micronésia]].<ref name=Duffy09 /> Foram confirmados 108 casos com PCR ou serologia, acrescidos de 72 casos suspeitos. Os sintomas mais comuns foram febre, exantema, artralgia e conjuntivite. Não foram registadas mortes. O mosquito ''[[Aedes hensilli]]'' foi a espécie predominante durante o surto, tendo sido o provável vetor da transmissão. Embora ainda não se tenha a certeza sobre a forma como o vírus entrou nas ilhas, é provável que tenha ocorrido através da introdução de mosquitos infetados ou de uma pessoa portadora de uma estirpe semelhante à do sudeste asiático.<ref name=Duffy09 /><ref name=":1" /> Foi também a primeira vez que a febre zica foi reportada fora de África ou da Ásia.<ref name=Musso14/> Antes do surto das ilhas Yap, tinham sido registados apenas 14 casos humanos de febre zica.<ref>{{citar periódico| último1=Faye| primeiro1=Oumar| último2=Freire| primeiro2=Caio C. M.| último3=Iamarino| primeiro3=Atila| último4=Faye| primeiro4=Ousmane| último5=de Oliveira| primeiro5=Juliana Velasco C.| último6=Diallo| primeiro6=Mawlouth| último7=Zanotto| primeiro7=Paolo M. A.| último8=Sall| primeiro8=Amadou Alpha| último9=Bird| primeiro9=Brian| título=Molecular Evolution of Zika Virus during Its Emergence in the 20th Century|jornal=PLoS Neglected Tropical Diseases| data=9 Janeiro 2014|volume=8| número=1| páginas=e2636|doi=10.1371/journal.pntd.0002636|pmid=24421913}}</ref> Em 2013 ocorreu outro surto significativo na [[Polinésia Francesa]], que se pensa ter tido origem numa introdução independente daquela das ilhas Yap.<ref name=":1" />

===Surto na América===
{{AP|Surto de vírus Zika nas Américas (2015–presente)}}

Desde o seu aparecimento no [[hemisfério ocidental]] em fevereiro de 2014, o vírus propagou-se rapidamente por toda a [[América do Sul]] e [[América Central]], aringindo o [[México]] em novembro de 2015.<ref name=":1" /><ref name=":6">{{citar periódico| título = Zika virus spreads across Americas as concerns mount over birth defects|url = http://www.bmj.com/content/351/bmj.h6983|jornal = BMJ| data = 23 Dezembro 2015 |pmid = 26698165| páginas = h6983|volume = 351|doi = 10.1136/bmj.h6983| primeiro = Owen| último = Dyer}}</ref> Embora tenha sido observado esporadicamente em viajantes nos Estados Unidos e na Europa, nessas áreas não ocorreu contágio de pessoa para pessoa,<ref name=":6" /> exceto um caso em fevereiro de 2016 onde se suspeita de contégio por via sexual a partir de uma pessoa que viajou para uma região de surto.<ref name="Oster"/>

Em maio de 2015, o Brasil divulgou oficialmente os seus primeiros 16 casos da doença.<ref>{{Citar web |autor=Globo |data=14 de maio de 2015|url=[http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/05/ministerio-da-saude-confirma-16-casos-de-zika-virus-no-brasil.html |título=Brazilian Health Ministry confirms first cases of zika in two states}}</ref> De acordo com o Ministério de Saúde brasileiro, à data de novembro de 2015 não havia ainda contagem oficial do número de pessoas infetadas com o vírus no país, uma vez que a doença não está sujeita a declaração obrigatória. Ainda ssim, foram relatados casos em 14 Estados. Suspeita-se também que o vírus transmitido por mosquito seja a causa de 2400 possíveis casos de microcefalia e 29 mortes de crianças no Brasil em 2015. Destes 2400 casos suspeitos em 2015, em dezembro estavam a ser investigados 2165 casos, dos quais 134 foram confirmados e em 102 foi eliminada a suspeita de microcefalia.<ref name=":3">{{Citar web|url = http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/15/COES-Microcefalias---Informe-Epidemiol--gico---SE-49---15dez2015---10h.pdf| título = Monitoramento dos Casos de Microcefalias no Brasil | data = 12 dezembro 2015| acessodata = 24 dezembro 2015 | editora = Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública Sobre Microcefalias | último = | primeiro = }}</ref>

Em 24 de janeiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde advertiu que é provável que o vírus se propage para praticamente todos os países do continente americano, uma vez que o seu vetor, o mosquito ''[[Aedes aegypti]]'', se encontra em todos os países da região, exceto no [[Canadá]] e no [[Chile]] continental.<ref>{{Citar web | primeiro= | último= | título=Zika Virus likely to spread throughout the Americas, says WHO |publicado=[[The Guardian]] | data=25 Janeiro 2016 |url=http://www.theguardian.com/world/2016/jan/25/zika-virus-likely-spread-throughout-americas-says-who }}</ref><ref>{{Citar web | primeiro= | último= | título=PAHO Statement on Zika Virus Transmission and Prevention | data= | publicado=Pan American Health Organization |url=http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=11605&Itemid=0&lang=en}}</ref>

==Investigação==

Entre alguns métodos experimentais de prevenção estão a reprodução e libertação de mosquitos [[Organismo geneticamente modificado|geneticamente modificados]] de forma a não serem capazes de transmitir [[patógeno]]s, ou que tenham sido infetados com a bactéria ''[[Wolbachia]]'', que se acredita inibir a propagação do vírus.<ref>{{Citar web|url=http://www.bloomberg.com/news/articles/2016-02-04/as-zika-virus-goes-global-scientists-breed-infected-mosquitoes| título=The Best Weapon for Fighting Zika? More Mosquitoes| autor=Jason Gale| data=4 fevereiro 2016|publicado=Bloomberg.com}}</ref>

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[[Categoria:Vírus zica]]

Revisão das 04h18min de 9 de fevereiro de 2016

 Nota: Para o surto desta doença em 2015-16, veja Surto de vírus Zika nas Américas (2015–presente).
Febre por vírus zica
Febre zika
Exantema durante uma infeção por vírus zica
Especialidade infecciologia, neonatologia
Classificação e recursos externos
CID-10 U06.9, alteração no código em 21 de dezembro de 2015
CID-9 066.3
CID-11 1401438580
DiseasesDB 36480
MedlinePlus 007666
MeSH D000071243
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Febre zica, também denominada febre por vírus zica, é uma doença causada pelo vírus zica.[1] A maior parte dos casos não apresenta sintomas. Quando se manifestam, são geralmente ligeiros, podem-se assemelhar aos do dengue[1][2] e geralmente têm duração inferior a sete dias.[3] Os sintomas podem incluir febre, vermelhidão nos olhos, dores nas articulações, dores de cabeça e um exantema maculopapular.[1][4][3] A doença ainda não causou mortes registadas durante a infeção inicial.[2] A infeção tem sido associada ao síndrome de Guillain-Barré.[2]

A febre por vírus zica é transmitida principalmente pela picada os mosquitos do género Aedes.[3] Pode também ser potencialmente transmitida por contacto sexual e transfusões de sangue.[3] A doença pode também ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez e causar microcefalia.[1][2] O diagnóstico é feito com análises ao sangue, urina ou saliva, que detectam a presença do ARN do vírus quando a pessoa está doente.[1][3]

A prevenção envolve a diminuição das picadas dos mosquitos em áreas onde ocorre a doença.[3] Entre as principais medidas estão a utilização de repelente de insetos, cobrir a maior parte do corpo com roupa, redes mosquiteiras e eliminação de águas estagnadas onde os mosquitos se reproduzem.[1] Não existe vacina eficaz.[3] As autoridades de saúde recomendam que as mulheres nas áreas afetadas por surtos considerem adiar a gravidez e que as grávidas não viajem para áreas onde estejam a ocorrer surtos.[3][5] Embora não exista tratamento específico, o paracetamol pode ajudar a aliviar os sintomas.[3] Raramente é necessário tratamento hospitalar.[2]

O vírus que causa a doença foi isolado pela primeira vez em 1947.[6] O primeiro surto documentado entre pessoas ocorreu em 2007 nos Estados Federados da Micronésia.[3] À data de janeiro de 2016, a doença ocorria em vinte regiões do continente americano.[3] Há também ocorrências conhecidas na África, Ásia e Pacífico.[1] Devido a um surto que teve início no Brasil em 2015, a Organização Mundial de Saúde declarou em fevereiro de 2016 a febre por vírus zica uma emergência de saúde pública global.[7]

Sinais e sintomas

Explicação em vídeo do vírus zica e da febre por vírus zica
Exantema provocado pelo vírus zica

Os sinais e sintomas mais comuns da febe por vírus zica são febre, exantema, conjuntivite (vermelhidão nos olhos), dores musculares, dores nas articulações e dores de cabeça. Estes sintomas são semelhantes aos do dengue e da chicungunha.[8] Ainda se deconhece o intervalo de tempo entre a picada e o início dos sintomas, mas provavelmente situa-se entre alguns dias e uma semana.[9] A doença dura entre alguns dias e uma semana e os sintomas são geralmente ligeiros, pelo que raramente e necessária a deslocação a um hospital.[10] Só existe um caso documentado de hemorragia, com sangue no sémen.[11]

Síndrome de Guillain-Barré

As infeções por vírus zica têm sido associadas à síndrome de Guillain-Barré (SGB), que é a fraqueza muscular de início rápido que pode progredir para paralisia.[12] Embora ambas possam ocorrer na mesma pessoa ao mesmo tempo, é difícil apontar conclusivamente o vírus zica como causa da SGB.[13] Vários países afetados pelos surtos de zica têm relatado aumentos nos casos de SGB e há registo na Colômbia de 3 mortes devido a SGB relacionado com o zica.[14]

Gravidez

Microcefalia

Acredita-se que a doença possa ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez e causar microcefalia.[15] No entanto, existem muito poucos casos relatados na literatura científica.[16]

Em novembro de 2015, surgiram relatórios do Ministério da Saúde do Brasil de dois casos na região nordeste de fetos severamente afetados cuja amniocentese confirmou a presença de vírus zica no líquido amniótico.[17][18][19][20] As ecografias demonstrarem que em ambos os casos o perímetro cefálico reduzido (microcefalia) se devia à destruição de diversas partes do cérebro.[21] Um dos fetos também apresentava calcificações nos olhos e microftalmia. O ministério reportou posteriormente pelo menos 2400 casos suspeitos de microcefalia no país até 12 de dezembro de 2015 e 29 mortes.[22][23][24][25]

Causas

Reservatório natural

O vírus zica é um flavivírus transmitido por mosquitos, bastante relacionado com o vírus da dengue. Embora os mosquitos sejam o vetor, o reservatório natural ainda é desconhecido, embora tenham sido encontradas evidências serológicas em macacos e roedores da África ocidental.[26][27]

Transmissão

A transmissão da doença dá-se através da picada de mosquitos do género Aedes, principalmente o Aedes aegypti em regiões tropicais. A doença foi também isolada nas espécies Ae. africanus, Ae. apicoargenteus, Ae. luteocephala,[28] Ae. vittatus e Ae. furcifer.[26] Durante o surto de 2007 na ilha de Yap no Pacífico sul, o vetor foi o Aedes hensilli, enquanto na Polinésia Francesa em 2013 o vetor foi o Aedes polynesiensis.[29]

Existem relatórios de dois casos de possível transmissão por via sexual[30] e casos de transmissão perinatal.[31] Tal como outros flavivírus, pode ser potencialmente transmitido por transfusões de sangue e vários países afetados têm vindo a tomar medidas para realizar rastreio a dadores de sangue.[32]

Diagnóstico

É difícl realizar o diagnóstico de febre por vírus zica com base apenas nos sinais e sintomas clínicos devido à semelhança com outros arbovírus endémicos de regiões semelhantes.[33] Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americanos recomendam que "com base nas características clínicas típicas, o disgnóstico diferencial para a infeção por vírus zica é amplo. Para além da dengue, são consideradas outras infeções como leptospirose, malária, rickettsia, rubéola, Streptococcus pyogenes, sarampo e infeções por parvovírus, enterovírus, adenovírus e alfavírus (por exemplo, chicungunha, febre de Mayaro, febre do rio Ross, vírus da floresta de Barmah, vírus O'nyong-nyong e vírus Sindbis)."[34]

Em pacientes com doença aguda, o vírus zica pode ser identificado através de RT-PCR. No entanto, o período de viremia pode ser curto[35] e a Organização Mundial de Saúde recomenda que as análises RT-PCR sejam feitas em amostras de soro recolhidas entre 1 a 3 dias após o aparecimento de sintomas, ou em amostras de urina recolhidas nos primeiros 3 a 5 dias.[29] Posteriormente, pode ser utilizada serologia para deteção de anticorpos IgM e IgG específicos do vírus zica. Os anticorpos IgM são detetáveis até 3 dias após o aparecimento da doença.[26] No entanto, é possível a ocorrência de reações serológicas cruzadas com flavavírus semelhantes, como os da dengue e do vírus do oeste do Nilo.[35][36][37] Estão disponíveis ensaios para os anticorpos do vírus zica, embora a sua comercialização ainda não tenha sido aprovada.[33][38][39]

Rastreio na gravidez

O CDC recomenda o rastreio em algumas mulheres grávidas, mesmo que não apresentem sintomas ou infeção. As grávidas que tenham viajado para regiões afetadas devem ser testadas entre uma e doze semanas depois do regresso da viagem.[40] Devido à dificuldade na interpretação das análises para o vírus do zica, o CDC também recomenda que os prestadores de cuidados de saúde contactem as autoridades para pedir assistência.[40] Para mulheres que vivam nas regiões afetadas, o CDC recomenda que sejam feitos exames durante a primeira consulta ou a meio do segundo semestre, embora isto possa ser ajustado mediante os recursos locais disponíveis e o custo económico local do vírus.[40] Se existirem sinais da doença por vírus zica, deverão ser realizados exames adicionais. As mulheres com resultados positivos devem ter o feto monitorizado por ecografia a cada três ou quatro semanas, de modo a acompanhar a anatomia e crescimento do bebé.[40]

Rastreio em crianças

Nas crianças em que haja suspeita de doença congénita provocada pela febre zica, o CDC recomenda exames tanto serológicos como moleculares, como o RT-PCR, ELISA IgM e o teste de neutralização por redução de placas (PRNT).[41] Os recém-nascidos de uma mãe que tenha sido potencialmente exposta ao vírus e que tenham tido resultados positivos nas análises ao sangue, microcefalia ou calcificações intracranianas devem realizar mais exames, incluindo uma investigação detalhada para anormalidades neurológicas, características dismórficas, esplenomegalia, hepatomegalia e exantema ou outras lesões da pele.[41] Entre outros exames recomendados estão a ecografia craniana e avaliação da audição e visão.[41] Devem ser realizados exames a todas as anomrlias encontradas, assim como a outras potenciais infeções congénitas, como sífilis congénita, toxoplasmose, rubéola, infeções por citomegalovírus, coriomeningite linfocitária e herpes simplex virus.[41]

Prevenção

O vírus é transmitido por mosquitos, o que faz do evitar o mosquito um elemento fundamental do controlo da doença. O CDC recomenda que :[42]

  • As pessoas cubram a pele exposta, vestindo camisas de manga comprida e calças compridas;
  • Seja usado repelente de insetos que contenha DEET, icaridina, p-Menthane-3,8-diol ou IR3535 e que seja reaplicado no intervalo de tempo determinado nas instruções;
  • No caso de utilizar protetor solar em conjunto com repelente de insetos, seja primeiro aplicado o protetor, deixar secar e só depois aplicar o repelente:
  • Não seja aplicado repelente nas mãos, olhos ou boca das crianças;
  • As pessoas permaneçam em espaços com ar condicionado ou protegidos por redes mosquiteiras;
  • Sejam usadas redes mosquiteiras na cama, no caso do quarto estar exposto ao exterior.

O CDC também recomenda estratéias para controlo dos mosquitos, como a eliminação de poças de água estagnada, a reparação das fossas séticas e a proteção de portas e janelas com redes mosquiteiras.[43][44] Em contentores de água podem ser usados larvicidas, enquanto que os mosquitos em voo podem ser mortos com inseticida.[1]

Uma vez que o vírus zica pode ser transmitido por via sexual, recomenda-se que as pessoas que tenham viajado para regiões onde a doença esteja a ocorrer, ou que tenham contacto com quem tenha viajado, que usem sempre preservativo. No caso da mulher estar grávida, devem-se abster de relações sexuais ou usar igualmente preservativo.[45]

Vacina

Atualmente não existe uma vacina. O seu desenvolvimento é uma das prioridades da medicina, mas as autoridades fazem notar que este processo pode levar vários anos.[33][35][46]

Alerta de viagens

Devido ao aumento do número de evidências da relação entre o vírus zica e microcefalia, o CDC emitiu um alerta de viagem que aconselhava as grávidas a considerar adiar a deslocação para os seguintes países e territórios:[47][48]

As autoridades de saúde também recomendam que as mulheres que estejam a considerar uma gravidez consultem um médico antes de viajar.[47][55]

Resposta da OMS

Tanto a Organização Pan-Americana da Saúde como a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiram comunicados de preocupação com o impacto na saúde pública da propagação do vírus zica e a sua ligação com a SGB e a microcefalia.[56][57] A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, emitou uma declaração em fevereiro de 2016 em que afirmava que o recente foco de casos de microcefalia e outros distúrbios neurológicos reportados no Brasil, na sequência de um foco semelhante em 2014 na Polinésia Francesa, constitui uma emergência de saúde pública de preocupação internacional.[58] A declaração de emergência permite à OMS coordenar a resposta internacional à propagação do vírus, dando também às suas recomendações força de lei internacional ao abrigo dos regulamentos de saúde internacionais de 2005.[59][60]

Tratamento

Não existe atualmente tratamento específico para a infeção por vírus zica. Os cuidados de apoio consistem no alívio da dor, febre e prurido.[29] Algumas autoridades de saúde recomendam que não sejam tomadas aspirinas ou outros anti-inflamatórios não esteroides, uma vez que estes têm sido associados a síndrome hemorrágica quando usados em outros flavavírus.[35] Para além disso, o uso de asprina não é recomendado em crianças devido ao risco de síndrome de Reye.[61]

Até ao surto de 2015, o vírus zica tinha sido relativamente pouco estudado e não existem atualmente tratamentos antivirais. Os conselhos dados às mulheres grávidas incidem sobre evitar o risco de infeção o máximo possível, já que uma vez contraída a infeção pouco ou nada há que possa ser feito para além do tratamento de apoio.[62]

Um estudo in vitro observou que o vírus zica pode ser sensível a tratamento com interferões, que são frequentemente usados contra outras infeções virais. No entanto, estes resultados ainda não foram testados em animais ou seres humanos.[63]

Epidemiologia

Países com evidências atuais ou passadas de transmissão de vírus zica à data de janeiro de 2016.[64]

O primeiro caso conhecido de febre por vírus zica ocorreu no Uganda em 1947, num macaco rhesus na floresta de Zika.[26] Os estudos populacionais feitos na época no Uganda verificaram uma prevalência de 6,1%.[31] Os primeiros casos entre seres humanos foram registados na Nigéria em 1954.[65] Desde então, têm sido registados alguns surtos nas regiões tropicais de África e em algumas regiões do ((sudeste asiático]].[66] Não há casos documentados de vírus Zica no subcontinente indiano, embora alguns estudos tenham encontrado anticorpos de zica em pessoas saudáveis na ìndia, o que pode indicar exposição no passado ou ser devido a uma reação cruzada com outros flavavírus.[67] Com recurso a análises filogenéticas das estirpes asiáticas, estimou-se que o vírus zica se deslocou para o sudeste asiático por volta de 1945.[31] Em 1977-78, o vírus foi descrito como causa de febre na Indonésia.[68]

O primeiro grande surto, com 185 casos, ocorreu em 2007 nas ilhas Yap nos Estados Federados da Micronésia.[16] Foram confirmados 108 casos com PCR ou serologia, acrescidos de 72 casos suspeitos. Os sintomas mais comuns foram febre, exantema, artralgia e conjuntivite. Não foram registadas mortes. O mosquito Aedes hensilli foi a espécie predominante durante o surto, tendo sido o provável vetor da transmissão. Embora ainda não se tenha a certeza sobre a forma como o vírus entrou nas ilhas, é provável que tenha ocorrido através da introdução de mosquitos infetados ou de uma pessoa portadora de uma estirpe semelhante à do sudeste asiático.[16][31] Foi também a primeira vez que a febre zica foi reportada fora de África ou da Ásia.[4] Antes do surto das ilhas Yap, tinham sido registados apenas 14 casos humanos de febre zica.[69] Em 2013 ocorreu outro surto significativo na Polinésia Francesa, que se pensa ter tido origem numa introdução independente daquela das ilhas Yap.[31]

Surto na América

Desde o seu aparecimento no hemisfério ocidental em fevereiro de 2014, o vírus propagou-se rapidamente por toda a América do Sul e América Central, aringindo o México em novembro de 2015.[31][70] Embora tenha sido observado esporadicamente em viajantes nos Estados Unidos e na Europa, nessas áreas não ocorreu contágio de pessoa para pessoa,[70] exceto um caso em fevereiro de 2016 onde se suspeita de contégio por via sexual a partir de uma pessoa que viajou para uma região de surto.[30]

Em maio de 2015, o Brasil divulgou oficialmente os seus primeiros 16 casos da doença.[71] De acordo com o Ministério de Saúde brasileiro, à data de novembro de 2015 não havia ainda contagem oficial do número de pessoas infetadas com o vírus no país, uma vez que a doença não está sujeita a declaração obrigatória. Ainda ssim, foram relatados casos em 14 Estados. Suspeita-se também que o vírus transmitido por mosquito seja a causa de 2400 possíveis casos de microcefalia e 29 mortes de crianças no Brasil em 2015. Destes 2400 casos suspeitos em 2015, em dezembro estavam a ser investigados 2165 casos, dos quais 134 foram confirmados e em 102 foi eliminada a suspeita de microcefalia.[24]

Em 24 de janeiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde advertiu que é provável que o vírus se propage para praticamente todos os países do continente americano, uma vez que o seu vetor, o mosquito Aedes aegypti, se encontra em todos os países da região, exceto no Canadá e no Chile continental.[72][73]

Investigação

Entre alguns métodos experimentais de prevenção estão a reprodução e libertação de mosquitos geneticamente modificados de forma a não serem capazes de transmitir patógenos, ou que tenham sido infetados com a bactéria Wolbachia, que se acredita inibir a propagação do vírus.[74]

Referências

  1. a b c d e f g h «Zika virus». WHO. Janeiro 2016. Consultado em 3 fevereiro 2016 
  2. a b c d e «Factsheet for health professionals». ecdc.europa.eu. Consultado em 22 Dezembro 2015 
  3. a b c d e f g h i j k Chen, LH; Hamer, DH (2 fevereiro 2016). «Zika Virus: Rapid Spread in the Western Hemisphere.». Annals of internal medicine. PMID 26832396 
  4. a b Musso, D.; Nilles, E.J.; Cao-Lormeau, V.-M. (2014). «Rapid spread of emerging Zika virus in the Pacific area». Clinical Microbiology and Infection. 20 (10): O595–6. PMID 24909208. doi:10.1111/1469-0691.12707 
  5. «Brazil warns against pregnancy due to spreading virus - CNN.com». CNN. Consultado em 24 Dezembro 2015 
  6. Haddow, AD; Schuh, AJ; Yasuda, CY; Kasper, MR; Heang, V; Huy, R; Guzman, H; Tesh, RB; Weaver, SC (2012). «Genetic characterization of Zika virus strains: geographic expansion of the Asian lineage.». PLoS neglected tropical diseases. 6 (2): e1477. PMID 22389730 
  7. «WHO Director-General summarizes the outcome of the Emergency Committee regarding clusters of microcephaly and Guillain-Barré syndrome». WHO. 1 fevereiro 2016. Consultado em 3 fevereiro 2016 
  8. Heang, V.; Yasuda, C.Y.; Sovann, L.; Haddow, A.D.; Travassos da Rosa, A.P.; Tesh, R.B.; Kasper, M.R. (fevereiro 2012). «Zika virus infection, Cambodia, 2010». Emerg Infect Dis. 18 (2): 349–51. PMC 3310457Acessível livremente. PMID 22305269. doi:10.3201/eid1802.111224 
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