Sul Fluminense

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 Nota: Este artigo é sobre uma região do estado do Rio de Janeiro. Para a emissora, veja Rádio Sul Fluminense.
Sul Fluminense
Divisão regional do Brasil
Sul Fluminense
Localização
Características geográficas
Unidade federativa  Rio de Janeiro
Regiões limítrofes Vale do Paraíba Paulista; Zona da Mata e sul de Minas Gerais; Centro-sul Fluminense; e Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Área 7 918 501 km²
População 1 062 000 hab. IBGE/2010
Densidade 134,1 hab./km²
Indicadores
PIB R$ 17 259 001 338,00 IBGE/2003
PIB per capita R$ 17 568,97 IBGE/2003

Sul Fluminense é uma região geográfica do estado brasileiro do Rio de Janeiro, correspondente àquela área fronteiriça aos estados de São Paulo e Minas Gerais. É banhado pelo oceano Atlântico nas cidades de Angra dos Reis e Parati.

Segundo a divisão geográfica do IBGE vigente entre 1989 e 2017, o Sul Fluminense era considerado uma mesorregião, composta pelas microrregiões de Vale do Paraíba Fluminense, Barra do Piraí e Baía da Ilha Grande.[1] Em 2017, o IBGE extinguiu as mesorregiões e microrregiões, criando um novo quadro regional brasileiro, com novas divisões geográficas denominadas, respectivamente, regiões geográficas intermediárias e imediatas.[2] Segundo a nova divisão, o Sul Fluminense corresponde parcialmente às regiões geográficas intermediárias de Volta Redonda-Barra Mansa e do Rio de Janeiro.[3]

É uma região de razoável contingente populacional, com cerca de 1 milhão de habitantes de acordo com o IBGE (dados de 2010).

São componentes dessa região os seguintes municípios: Angra dos Reis, Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Paraty, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valença, Três Rios e Volta Redonda.

A maior cidade desta região é Volta Redonda, com cerca de 260 000 habitantes. Política, administrativa e culturalmente a região Sul Fluminense engloba, também,os municípios do Centro-Sul Fluminense.

Municípios[editar | editar código-fonte]

Município Imagem Área (km²) População em 2009[4] PIB (R$ 1.000,00) em 2005 PIB per capita em 2005
Angra dos Reis 800,430 169,270 5.112.022,873 mil 31.134,61
Barra do Piraí 578,471 94.855 1.061 885,050 mil 10.361,17
Barra Mansa 547,441 177.861 2.462.828,323 mil 13.956,15
Itatiaia 224,957 28.852 488.191,038 mil 14.111,61
Paraty 928,467 37,575 447,788,746 mil 12.727,78
Pinheiral 76,793 22.724 162.342,560 mil 7.336,19
Piraí 505,466 26.309 680.302,343 mil 26.407,20
Porto Real 50,587 16.574 3.232.358,753 mil 203.561,86
Quatis 286,244 12.831 111 850,941 mil 8.655,18
Resende 1.113,507 119,801 4.502.969,290 mil 35.244,71
Rio Claro 841,390 17.401 142.440,415 mil 7.834,58
Rio das Flores 477,662 8.545 216.162,529 mil 24.886,31
Valença 1.304,769 71.894 637.693,813 mil 8.503,38
Volta Redonda 182,317 257.803 7.763.567,068 mil 29.881,59

Em se levando em consideração que a denominada região Centro-Sul Fluminense também faz parte do Sul Fluminense, deve-se acrescentar os seguintes municípios:

Município Imagem Área (km²) População em 2009[4] PIB (R$ 1.000,00) em 2005 PIB per capita em 2005
Areal 111,494 11.421 160 881,094 mil 13.637,46
Comendador Levy Gasparian 107,266 8.183 114.712 mil 16.309,61
Engenheiro Paulo de Frontin 139,008 13.214 92.303 mil 7.548,00
Mendes 77,288 24.880 114.712 mil 6.473,00
Miguel Pereira 287,356 25.866 200.400 mil 7.507,00
Paracambi 186,800 46.251 280.434 mil 6.520,00
Paraíba do Sul 580,803 41.088 422.670,256 mil 10.230,43
Paty do Alferes 319,103 26.196 157.802 mil 5.773,00
Sapucaia 540,350 17.504 250.384,089 mil 14.429,70
Três Rios 324,496 77.503 1.145.398,413 mil 15.119,97
Vassouras 552,438 34.259 245.457 mil 7.392,00

Economia[editar | editar código-fonte]

O Sul Fluminense tem sua economia baseada na indústria metal-mecânica, automotiva, metalúrgica, siderúrgica, cimenteira, alimentícia e energética (usinas termoelétricas, termonucleares e hidrelétricas, nas atividades agropecuárias (destacando-se a criação de gado leiteiro), a produção de hortifrutigranjeiros e no comércio varejista.

Transportes[editar | editar código-fonte]

Essa região é cortada por ferrovias e rodovias que ligam suas cidades aos principais centros populacionais e econômicos do Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte), cabendo citar a BR-116 (rodovia Presidente Dutra) que corta parte da região, notadamente os municípios do Vale do Paraíba fluminense) e pelas BR-393 (Rodovia Lúcio Meira, que a liga à região Nordeste do Brasil) e BR-040 (que passa pela região cidade de Três Rios, considerada o maior tronco rodoviário da América Latina), além da BR-101 (Rodovia Rio-Santos), que corta as cidades de Angra dos Reis e Paraty.

As ferrovias existentes no Sul Fluminense também ligam suas principais cidades às metrópoles nacionais, tendo caráter notadamente industrial, vide a "Ferrovia do Aço", que liga a cidade de Volta Redonda às minas de ferro e dolomita no Estado de Minas Gerais, bem como as ferrovias que ligam a região às cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo (Estrada de Ferro Central do Brasil). Há ainda a antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, que cruza a região atravessando a Serra do Mar ligando o Sul de Minas à Angra dos Reis.

Está situado nessa região um dos principais portos nacionais, o Porto de Angra dos Reis, na cidade de mesmo nome. Pequenos aeroportos servem as principais cidades da região, sendo todos capacitados para voos domésticos, como o de Resende, estando em previsão a construção de outro na cidade de Volta Redonda.

Turismo[editar | editar código-fonte]

Na cidade de Itatiaia, se localiza o Pico das Agulhas Negras no Parque Nacional do Itatiaia, que com 2.787 metros é o ponto mais alto do Estado do Rio de Janeiro. Já em Angra dos Reis fica a baía da Ilha Grande, que junto com Paraty formam a parte litorânea do Sul Fluminense entrecortada pelo Oceano Atlântico sendo repleta de praias e ilhas - somente a cidade de Angra dos Reis possui 365.

Outras atrações turísticas, que reforçam a economia da região, que por muito tempo foi influenciada pela cafeicultura, são as várias propriedades rurais na região do Médio Vale do Paraíba Fluminense, como as fazendas da época do ciclo do café, principalmente em Barra do Piraí, que hoje atraem grandes levas de turistas, na região turística do "Vale do Ciclo do Café". Outros pontos de grande atração de visitantes de outras regiões fluminenses e do Brasil são os distritos de Penedo e Maromba em Itatiaia, Visconde de Mauá em Resende, Ipiábas em Barra do Piraí e Conservatória em Valença.

Cultura[editar | editar código-fonte]

O Sul Fluminense possui uma rica cultura, bem própria e distinta do resto do estado. Além de possuir os elementos comuns do povo fluminense, a região encontra-se entre o Vale do Paraíba Paulista e sul, sudoeste e Zona da Mata de Minas, possuindo, muita das vezes, as mesmas manifestações culturais destas regiões. A região forma um mesmo cinturão sociocultural com o Vale do Paraíba Paulista.[5][6][7]

Um exemplo de manifestação cultural muito conhecida é a Folia de Reis, que é uma manifestação muito popular no interior de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, entre outros.[8]

O sotaque predominante da região é bem definido e pronunciado, sendo até considerado como neutro por não possuir nenhuma peculiaridade e por levar influências de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Mesmo assim seguem-se as falas dos dialetos carioca, fluminense, mineiro e caipira, em regiões mais afastadas nas zonas rurais.

Existe na região uma presença marcante de europeus, sobretudo portugueses, italianos, finlandeses e alemães, além de japoneses e brasileiros de outras regiões, como por exemplo, mineiros, paulistas, capixabas e sulistas.[9]

Referências

  1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Divisão Territorial Brasileira 2016». Consultado em 12 de janeiro de 2019 
  2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 12 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 12 de janeiro de 2019 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Base de dados por municípios das Regiões Geográficas Imediatas e Intermediárias do Brasil». Consultado em 12 de janeiro de 2019 
  4. a b «Estimativas da população para 1º de julho de 2009» (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 14 de agosto de 2009. Consultado em 16 de agosto de 2009 
  5. Whitaker, Valéria A.; Whitaker, Dulce Consuelo Andreatta; Souza, Marinaldo Fernando; Pereira, MárciaIzabel do Vale (dezembro de 2011). «Memória ambiental, cultural e turismo no Vale Histórico do Rio Paraíba do Sul: design de uma pesquisa.». Revista Hospitalidade. ISSN 2179-9164. Consultado em 2 de abril de 2017 
  6. Silva, Marijane Caldeira; Sousa, Stella Magaly de Andrade (2014). «Turismo Rural no Vale do Café Sul Fluminense» (PDF). Fórum Internacional de Turismo do Iguassu. Consultado em 2 de abril de 2017 
  7. Garrote, Valquíria (2004). Os Quintais Caiçaras, Suas Características Sócio-Ambientais e Perspectivas Para a Comunidade do Saco do Mamanguá, Paraty-RJ (PDF). Piracicaba: Universidade de São Paulo. Consultado em 2 de abril de 2017 
  8. «Folia de Reis em Valença». Mapa de Cultura RJ. Consultado em 2 de abril de 2017 
  9. «História de imigrantes é tema de série especial da TV Rio Sul - parte 1». G1. 29 de junho de 2015. Consultado em 2 de abril de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]