Skank

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 Nota: Não confundir com Skunk.
Skank
Skank
O grupo em 2007
Informação geral
Origem Belo Horizonte,  Minas Gerais
País  Brasil
Gênero(s) Pop rock, ska, folk rock, rock alternativo, reggae, indie rock
Período em atividade 1991 - atualmente
Gravadora(s) Independente
Chaos
Epic Records
Sony BMG Music Entertainment
Sony Music
Afiliação(ões) Dudu Marote
Nando Reis
Lô Borges
Fausto Fawcett
Negra Li
Integrantes Samuel Rosa
Henrique Portugal
Lelo Zaneti
Haroldo Ferretti
Página oficial www.skank.com.br

Skank é uma banda brasileira de rock alternativo formada em março de 1991 em Belo Horizonte no estado de Minas Gerais. A banda já vendeu mais de 6 milhões de discos entre CDs e DVDs.[1]

História

O Começo (1983-1993)

Em 1983, Samuel Rosa e Henrique Portugal começaram a tocar em uma banda de reggae chamada Pouso Alto do reggae, junto com os irmãos Dinho (bateria) e Alexandre Mourão (baixo). Em 1991, o Pouso Alto conseguiu um show na casa de concertos Aeroanta, em São Paulo, mas como os irmãos Mourão não estavam em Belo Horizonte, o baixista Lelo Zaneti e o baterista Haroldo Ferretti foram chamados para o show.[2][3] Antes da apresentação, o grupo mudou seu nome para Skank, inspirado na música de Bob Marley, "Easy Skanking"[4] ("Skunk" é o nome de uma variação da cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha). A banda fez sua estréia em 5 de junho de 1991, e devido a final do Campeonato Brasileiro no mesmo dia, o público pagante foi 37 pessoas.[5] Entre os presentes estavam Charles Gavin e André Jung, ex-bateristas dos Titãs e do Ira!.[3] Após o show, a banda gostou da performance e resolveu continuar junta.[6] Começou a tocar regularmente na churrascaria belo-horizontina Mister Beef,[4] bem como as casas noturmas Janis, Maxaluna e L'Apogée.[3] A proposta musical era transportar o clima do dancehall jamaicano para a tradição pop brasileira. O primeiro álbum, Skank, foi lançado de forma independente, em 1992. Apesar dos membros nem terem aparelhos de Compact disc em casa, fizeram no formato CD, segundo Ferreti, "para chamar a atenção dos jornalistas, das rádios e talvez de uma gravadora. Era uma aposta na qualidade, na inovação."[6] O destaque da banda na cena underground despertou o interesse da gravadora Sony Music que, junto ao Skank, inaugurou no Brasil o selo Chaos, e relançou o álbum em abril de 1993.[7]

Até 1993, a gente tocou muito em Minas Gerais. Se íamos longe, era para o Espírito Santo ou Goiás. Até sair o Calango, a gente era anônimo fora daqui.
— Samuel Rosa[3]

Sucesso Nacional (1994-1999)

O segundo disco, Calango, foi lançado em 1994 e vendeu mais de 1 milhão de cópias e músicas como "Jackie Tequila" e "Te Ver" tornaram-se hits cantados por todo o país. O disco seguinte, O Samba Poconé (1996), levou o grupo a se apresentar na França, Estados Unidos, Chile, Argentina, Suíça, Portugal, Espanha, Itália e Alemanha, em shows próprios ou em festivais ao lado de bandas como Echo & The Bunnymen, Black Sabbath e Rage Against The Machine. O single "Garota Nacional" foi sucesso no Brasil e liderou a parada espanhola (na versão original) por três meses. A canção foi o único exemplar da música brasileira a integrar a caixa Soundtrack for a Century, lançada para comemorar os 100 anos da Sony Music. Os discos da banda ganharam edições norte-americanas, italianas, japonesas, francesas e em diversos países ao redor do mundo. Enquanto O Samba Poconé chegava a quase 2 milhões de cópias vendidas no Brasil, o Skank foi convidado a representar o Brasil em "Allez! Ola! Olé!", disco oficial da Copa do Mundo de Futebol de 1998. Nos próximos álbuns, a música da banda passou a equalizar as origens eletrônicas com novas influências psicodélicas e acústicas, reveladas nos álbuns "Siderado" (1998) e "Maquinarama" (2000).

Mudanças de Estilo (2000-presente)

Em Siderado, o grupo trabalhou com John Shaw (UB40) e Paul Ralphes. "Resposta", "Mandrake e Os Cubanos" e "Saideira" se tornaram hits. O álbum foi lançado em julho de 1998, e mixado em Abbey Road, estúdio londrino consagrado pelos Beatles; Daúde e o grupo instrumental Uakti foram os convidados especiais, e o álbum vendeu 750 mil cópias.[8] Lançado em julho de 2000, Maquinarama teve a produção de Chico Neves e Tom Capone e vendeu 275 mil cópias.[8] Os principais singles deste disco foram "Três Lados", "Balada do Amor Inabalável" e "Canção Noturna". Maquinarama é considerado um divisor de águas na carreira do grupo, que já não mais utilizou metais em suas gravações.[9] Com os novos trabalhos, vieram mais hits radiofônicos, como "Resposta", "Saideira" e "Balada do Amor Inabalável" – esta com ecos de Sérgio Mendes em clima cyberpunk. O grupo chegou a gravar com Andreas Kisser (Sepultura), Manu Chao, Uakti e Jorge Ben Jor, além de ter sido elogiada por Stewart Copeland pela versão de "Wrapped Around Your Finger", incluída no tributo latino ao The Police, "Outlandos D'America". Em 2001, a banda registrou seus sucessos no CD e DVD MTV ao Vivo em Ouro Preto (2001), que vendeu mais de meio milhão de cópias e rendeu a primeira posição nas paradas de sucesso para a balada "Acima do Sol".

O início de 2003 foi investido na preparação de "Cosmotron", álbum que chegou às lojas em agosto daquele ano. Enquanto o primeiro single, a balada psicodélica "Dois Rios", tocava nas rádios do Brasil (e o prêmio de melhor videoclipe pop no MTV Video Music Brasil 2003, o grupo se fez mais um giro internacional, com passagens por Portugal, Inglaterra e Bélgica, além de uma apresentação no palco principal do festival de Roskilde, na Dinamarca, ao lado de grupos como Blur e Cardigans. A turnê do álbum (com cenário de Gringo Cardia a partir de telas de Beatriz Milhazes e oito novas canções no repertório) estreou em agosto de 2004, no Canecão, Rio de Janeiro. Com o novo hit, "Vou Deixar" (melhor videoclipe pop no MTV Video Music Brasil (2004), o Skank viveu uma experiência inédita: através dos novos formatos de comercialização, é o ringtone com o maior número de downloads no país. O álbum atinge a marca de 210 mil cópias vendidas. Em novembro 2004, a banda lança a sua primeira coletânea de sucessos, "Radiola", com repertório focado nos discos "Maquinarama" (2000) e "Cosmotron" (2003). Além de oito hits remasterizados em Nova Iorque, o álbum trouxe quatro novidades para o público: as inéditas "Um Mais Um" e "Onde Estão?" e ainda duas versões também inéditas, "Vamos Fugir", de Gilberto Gil e Liminha (gravada para a campanha de verão das sandálias Rider) e "I Want You", de Bob Dylan (gravada no final de 1999 para um tributo ao cantor norte-americano que nunca chegou a ser lançado; é a versão original de "Tanto", do disco de estreia). Revestindo a capa de "Radiola", está o trabalho dos irmãos Rob e Christian Clayton, artistas plásticos americanos, colaboradores das revistas Rolling Stone e Zoetrope (de Francis Ford Coppola) e diretores de arte do clipe "All Around The World", do Oasis. As imagens do material gráfico da primeira compilação do Skank, "Happy All The Day" e "Long Journey", fazem parte de "Six Foot Eleven", exposição dos Clayton Brothers em parceria com a galeria La Luz de Jesus (Los Angeles). "Radiola" vendeu mais de 210 mil cópias.

Intitulado "Carrossel", o nono álbum do Skank foi gravado no estúdio Máquina, da banda, em Belo Horizonte. Na ocasião, os fãs puderam assistir, ao vivo, a uma parte do processo de criação e produção do álbum. A banda instalou uma câmera exclusiva, que transmitia imagens em tempo real. O disco chegou às lojas pelas mãos da SonyBMG, em agosto de 2006. Produzido por Chico Neves e Carlos Eduardo Miranda e mixado em Nova Iorque, no estúdio Sterling Sound, o disco trouxe 15 faixas inéditas, de Samuel Rosa com Nando Reis, Chico Amaral, César Maurício, Rodrigo F. Leão, Humberto Effe e Arnaldo Antunes, este último inaugurando a parceria com o vocalista do Skank. O primeiro single, "Uma Canção É Para Isso", foi disponibilizado para audição no site da banda quinze dias antes do lançamento oficial do álbum. A capa do CD saiu com projeto gráfico de Marcus Barão, que usou pinturas surrealistas de Glenn Barr, artista plástico de Detroit. Barão foi responsável pela arte de outros discos do Skank, como "Skank Ao Vivo MTV", "Maquinarama", "Siderado" e "Skank" (disco de estreia da banda). Na época do lançamento de "Carrossel", o Skank também disponibilizou todo o conteúdo do álbum em um aparelho de telefone celular. Com esta ação, o Skank tornou-se a primeira banda brasileira a fazer esse tipo de ação mobile. O modelo W300 da Sony Ericsson, que vinha com todas as músicas do álbum de 2006, vendeu mais de 75 mil unidades e rendeu para a banda o primeiro Celular de Ouro do Brasil, certificação reconhecida pela Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD).[10]

Dois anos depois do lançamento de "Carrossel", em outubro de 2008, o Skank reaparece com "Estandarte", lançado no mercado com uma forte campanha viral. Enquanto o primeiro single do disco, "Ainda Gosto Dela" – com participação de Negra Li – tocava nas rádios do Brasil, a banda promovia mais uma nova ação, o "Vote no Bis", deixando o público de seus shows escolher as canções que queria ouvir no Bis, através do envio de SMS. Em março de 2009, o Skank anunciou o segundo single do álbum, "Sutilmente", canção eleita pelos fãs através de votação que a banda promoveu em seu site oficial. A revista Rolling Stone considerou-o um dos 25 melhores álbuns nacionais lançados em 2008 e a música "Chão" uma das 25 melhores canções.[11][12] Em agosto de 2009, o Skank ganhou o troféu "Iniciativa de Mercado" na 16ª edição do Prêmio Multishow de Música Brasileira. Na mesma noite, a banda também levou o prêmio de Melhor Clipe por "Ainda Gosto Dela". No Vídeo Music Brasil 2009, o Skank ganhou o prêmio de Melhor Clipe, com a música "Sutilmente" (Samuel Rosa/Nando Reis). Ainda no mesmo ano, o álbum "Estandarte" foi indicado ao Grammy Latino 2009, na categoria "Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro". No dia 19 de junho de 2010, o Skank gravou, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, o CD, DVD e Blu Ray, "Multishow ao Vivo – Skank no Mineirão",[1] projeto da banda em parceria com a Sony Music e o canal Multishow.

O show, que contou com a participação especial da cantora Negra Li, fazendo um dueto com Samuel Rosa na música "Ainda gosto dela", recebeu mais de 50 mil pessoas e foi último evento realizado no estádio, antes de seu fechamento para reformas visando a Copa do Mundo de 2014 O projeto teve lançamento em outubro de 2010. A turnê teve estreia no dia 1º de outubro, no palco do Vivo Rio, Rio de Janeiro. Nos dias 19 e 20 de novembro, o novo show teve estreia em São Paulo, no Citibank Hall. Ainda em novembro de 2010, o Skank recebeu o 1º Prêmio de Música Digital, na categoria "Artista Mais Engajado Digitalmente" por ser considerada a banda que mais investiu nesse formato de aproximação com o seu público. Também naquele ano foi lançada uma versão comemorativa dos 15 anos de Calango com faixas bônus.[13] O Samba Poconé receberá o mesmo tratamento.[14] Em junho de 2011, o Skank se tornou a primeira banda brasileira a ganhar um Leão de Ouro no Cannes Lions, um importante prêmio de publicidade mundial. O prêmio foi dado ao projeto Skankplay, uma plataforma que possibilita que qualquer pessoa simule uma jam session com o Skank e participe do clipe da música "De Repente". O projeto – criado pelo coletivo DonTryThis, em parceria com o Skank -, foi premiado na categoria "Melhor Uso de Mídia Social". Em 2012, a banda lançou um disco com seu primeiro show e com suas primeiras gravações de estúdio, 91.[6]

Em 2014 a banda lançou seu disco Velocia, tendo como primeiro single "Ela me deixou", cujo videoclipe teve participação dos fãs, por meio de uma promoção da goma de mascar Trident.

Características musicais

Influências e características musicais

Tendo como principais influências o reggae, ska e dub, A música do grupo tem atmosfera dançante, inteligente e se tornou extremamente popular em discotecas e festas.[15] Bandas que são citadas como influentes no som da banda são Oasis, Os Paralamas do Sucesso, The Police , The Beatles, UB40, Ira!, Titãs, Van Halen e Led Zeppelin. E outros artistas importantes como Tim Maia, Roberto Carlos, Jorge Ben Jor, Michael Jackson e Gilberto Gil.

Integrantes

Formação

Discografia

Videografia

DVDs

Trilhas sonoras

Festivais

Durante a sua carreira, o Skank se apresentou em alguns dos principais festivais no mundo, a saber:

Embora o grupo tenha participado de inúmeros festivais, o Skank nunca pensou em seguir uma carreira internacional, geralmente só tocando em mercados com muitos brasileiros como Miami e Nova Iorque. De acordo com Haroldo, "O Brasil é grande o suficiente para nós".[16]

Prêmios

  • Prêmio Leão de Ouro - Festival de Publicidade Cannes, 2011 ("SkankPlay")
  • Grammy Latino - Melhor Álbum Brasileiro de Rock, 2004 (Cosmotron)
  • Premio Ondas - Grupo Revelação Latino, 1997.[17]
  • MTV Video Music Brasil: Escolha da Audiência em 1996 ("Garota Nacional") e 1997 ("É Uma Partida de Futebol"); Clipe do Ano em 1999 ("Mandrake e os Cubanos") e 2009 ("Sutilmente"); Clipe Pop in 1996("Garota Nacional"), 1997("É Uma Partida de Futebol"), 1999 ("Mandrake e os Cubanos"), 2000 ("Três Lados"), 2003 ("Dois Rios") e 2004 ("Vou Deixar"); Ediçao em 1997 ("É Uma Partida de Futebol") e Direção de Arte em 1999 ("Saideira")
  • Prêmio Multishow: Melhor Cantor (Samuel Rosa) em (2010); Melhor Clipe em (1995, 1997, 1999 e 2009); Melhor Música em (2004 e 2005); Prêmio Melhor Iniciativa do Ano em (2009); Melhor Grupo em (1995) e Melhor Show em (2004)
  • Troféu Imprensa: Conjunto Musical em (1996, 2004, 2006, 2008 e 2009); Melhor Música em 1996 ("Garota Nacional) e 2004 ("Vou Deixar") e Prêmio Internet - Melhor Música em 2004 ("Vou Deixar")

Notas e referências

  1. a b Skank anuncia show de graça no Mineirão dia 19 de junho, Hoje em Dia
  2. Peixoto, Mariana (June 4), «Quase Famosos», Estado de Minas  Verifique data em: |data=, |ano= / |data= mismatch (ajuda)
  3. a b c d Peixoto, Mariana (1º de junho), «Primeiro Passo» (PDF), Estado de Minas  Verifique data em: |data=, |ano= / |data= mismatch (ajuda)
  4. a b Padilla, Ivan (28 de agosto de 1996). «Garotos nacionais» (em Portuguese). Istoé. Consultado em 26 de abril de 2007 
  5. MTV ao Vivo em Ouro Preto (DVD); Sony Music, 2001
  6. a b c Essinger, Sílvio (12 de maio de 2012). «Rock dos anos 1990 ainda marca presença no cenário nacional». O Globo 
  7. Revista Bizz, 1993 O Brasil vai dançar
  8. a b «Revista Oi» 
  9. Tavares, Tatiana; Marco Antônio Barbosa (14 de julho de 2003). «Skank anda para frente - olhando para trás» (em Portuguese). Cliquemusic. Consultado em 26 de abril de 2007 
  10. FUKUSHIRO, Luiz. Vale até disco de graça. Revista Veja, São Paulo, n. 2017, p. 126-27, Julho de 2007.
  11. 25 Melhores Discos Nacionais de 2008 - Rolling Stone
  12. 25 Melhores Músicas Nacionais de 2008 - Rolling Stone
  13. O álbum “Calango” faz 15 anos
  14. Skank relançará O Samba Poconé no segundo semestre de 2011, Rolling Stone
  15. [:http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/ver/skank/ Cliquemusic: Artista: Skank]
  16. «Home Bodies». Miami New Times. 22 de agosto de 2002. Consultado em 17 de setembro de 2007 
  17. «PREMIOS ONDAS DE MÚSICA». Premios Ondas. Consultado em 26 de abril de 2007 

Ver também

Ligações externas

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