A Portuguesa: diferenças entre revisões
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{{Info/Hino |
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| adotado = [[5 de outubro|5 de Outubro]] de [[1910]] ''([[de facto]])''<br />[[19 de julho|19 de Julho]] de [[1911]] ''([[de jure]])'' |
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'''''A Portuguesa''''', que hoje é um dos símbolos nacionais de [[Portugal]] (o seu [[hino nacional]]), nasceu como uma canção de cariz patriótico em resposta ao [[Ultimato britânico de 1890|ultimato britânico]] para que as tropas portuguesas abandonassem as suas posições em [[África]], no denominado "[[Mapa Cor-de-Rosa|Mapa cor-de-rosa]]". |
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== História == |
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Em Portugal, a reacção popular contra os ingleses e contra o governo português, que permitiu esse género de humilhação, manifestou-se de várias formas. "A Portuguesa" foi composta em [[1890]], com letra de [[Henrique Lopes de Mendonça]] e música de [[Alfredo Keil]], e foi utilizada desde cedo como símbolo patriótico mas também republicano. Aliás, em [[Revolta de 31 de janeiro de 1891|31 de Janeiro de 1891]], numa tentativa falhada de golpe de Estado que pretendia implantar a república em Portugal, esta canção já aparecia como a opção dos [[República|republicanos]] para hino nacional,<ref>{{citar web|url=http://www.presidencia.pt/?idc=43|titulo=Hino Nacional |data=2010 |publicado=Página oficial da Presidência da República Portuguesa |acessodata=26 de setembro de 2010}}</ref> o que aconteceu, efectivamente, quando, após a instauração da República a [[5 de outubro|5 de Outubro]] de [[1910]], a Assembleia Nacional Constituinte a consagrou como símbolo nacional em [[19 de junho|19 de Junho]] de [[1911]].<ref>{{citar web|url=http://debates.parlamento.pt/page.aspx?cid=r1.c1911 |titulo=Diário da Assembleia Nacional Constituinte - 1911|publicado=Assembleia da República |acessodata=31 de agosto de 2010}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.presidencia.pt/archive/doc/19110619.pdf |titulo=Decreto da Assembleia Nacional Constituinte de 19 de Junho |data=19 de junho de 1911 |publicado=Página oficial da Presidência da República Portuguesa |acessodata=26 de setembro de 2010}}</ref> |
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''A Portuguesa'', proibida pelo regime monárquico, que originalmente tinha uma letra um tanto ou quanto diferente (mesmo a música foi sofrendo algumas alterações) — onde hoje se diz "''contra os canhões''", dizia-se "''contra os bretões''", ou seja, os ingleses — veio substituir o ''[[Hymno da Carta]]'', então o hino nacional desde Maio de [[1834]]. |
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Em [[1956]], existiam no entanto várias versões do hino, não só na linha melódica, mas também nas instrumentações, especialmente para banda, pelo que o governo nomeou uma comissão encarregada de estudar uma versão oficial de ''A Portuguesa''. Essa comissão elaborou uma proposta que seria aprovada em Conselho de Ministros a [[16 de julho|16 de Julho]] de [[1957]], mantendo-se o hino inalterado deste então.<ref>{{citar web|url=http://jorgesampaio.arquivo.presidencia.pt/pt/republica/simbolos/pdf/diariogoverno1957.pdf |titulo=Resolução do Conselho de Ministros |data=4 de setembro de 1957 |publicado=Diário da República |acessodata=31 de agosto de 2010}}</ref> |
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'''Nota-se na música uma influência clara do hino nacional [[França|francês]]''', ''[[La Marseillaise]]'', também ele um símbolo revolucionário (ver [[revolução Francesa|revolução francesa]]). |
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O poema original é composto por três partes, cada uma delas com duas quadras ([[Poesia|estrofes]] de quatro [[verso]]s), seguidas do refrão, uma [[quintilha]] ([[Poesia|estrofe]] de cinco [[verso]]s). É de salientar que, das três partes do poema apenas a primeira parte foi oficializada como o Hino Nacional Português, sendo usado em cerimónias oficiais, sendo as outras duas partes praticamente desconhecidas já que não constam da versão oficial do Hino Nacional. |
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''A Portuguesa'' é executada oficialmente em cerimónias nacionais, civis e militares, onde é prestada homenagem à Pátria, à Bandeira Nacional ou ao [[Presidente da República]]. Do mesmo modo, em cerimónias oficiais no território português por recepção de chefes de Estado estrangeiros, a sua execução é obrigatória depois de ouvido o hino do país representado. |
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'''A Portuguesa''' foi designada como um dos símbolos nacionais de [[Portugal]] na [[constituição]] de [[1976]], constando no artigo 11.°, n.º 2, da [[Constituição portuguesa de 1976|Constituição da República Portuguesa]] (Símbolos nacionais e língua oficial): |
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: "''2. O Hino Nacional é A Portuguesa.''" |
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== Letra == |
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Data: [[1890]] (com alterações de [[1957]])<br /> |
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Letra: [[Henrique Lopes de Mendonça]]<br /> |
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Música: [[Alfredo Keil]] |
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<poem>'''I''' |
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Heróis do mar, nobre povo, |
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Nação valente, imortal, |
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Levantai hoje de novo |
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O esplendor de Portugal! |
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Entre as brumas da memória, |
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Ó Pátria sente-se a voz |
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Dos teus egrégios avós, |
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Que há-de guiar-te à vitória! |
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Às armas, às armas! |
|||
Sobre a terra, sobre o mar, |
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Às armas, às armas! |
|||
Pela Pátria lutar! |
|||
Contra os canhões |
|||
marchar, marchar! |
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'''II''' |
|||
Desfralda a invicta bandeira |
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À luz viva do teu céu! |
|||
Brade a Europa à terra inteira: |
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Portugal não pereceu |
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Beija o solo teu jucundo |
|||
O oceano, a rugir d'amor, |
|||
E o teu braço vencedor |
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Deu novos mundos ao Mundo! |
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Às armas, às armas! |
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Sobre a terra e sobre o mar, |
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Às armas, às armas! |
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Pela Pátria lutar! |
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Contra os canhões |
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marchar, marchar! |
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'''III''' |
|||
Saudai o Sol que desponta |
|||
Sobre um ridente porvir; |
|||
Seja o eco de uma afronta |
|||
O sinal de ressurgir. |
|||
Raios dessa aurora forte |
|||
São como beijos de mãe, |
|||
Que nos guardam, nos sustêm, |
|||
Contra as injúrias da sorte. |
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Às armas, às armas! |
|||
Sobre a terra e sobre o mar, |
|||
Às armas, às armas! |
|||
Pela Pátria lutar! |
|||
Contra os canhões |
|||
marchar, marchar! |
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</poem> |
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Data: [[1890]] (versão original)<ref>O texto apresentado está escrito em português do século XIX.</ref><br /> |
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Letra: [[Henrique Lopes de Mendonça]]<br /> |
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Música: [[Alfredo Keil]] |
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<poem>'''I''' |
|||
Herois do mar, nobre povo, |
|||
Nação valente, imortal, |
|||
Levantai hoje de novo |
|||
O esplendor de Portugal! |
|||
Entre as brumas da memoria, |
|||
Oh patria ergue-se a voz |
|||
Dos teus egrégios avós, |
|||
Que há-de guiar-te à vitória! |
|||
Às armas, às armas! |
|||
Sobre a terra, sobre o mar, |
|||
Às armas, às armas! |
|||
Pela patria lutar! |
|||
Contra os Canhões |
|||
marchar, marchar! |
|||
'''II''' |
|||
Desfralda a invicta bandeira, |
|||
À luz viva do teu céo! |
|||
Brade a Europa à terra inteira: |
|||
Portugal não pereceu! |
|||
Beija o teu sólo jucundo |
|||
O Oceano, a rugir de amor; |
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E o teu braço vencedor |
|||
Deu mundos novos ao mundo! |
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Às armas, às armas! |
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Sobre a terra, sobre o mar, |
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Às armas, às armas! |
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Pela patria lutar! |
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Contra os Bretões |
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marchar, marchar! |
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'''III''' |
|||
Saudai o sol que desponta |
|||
Sobre um ridente porvir; |
|||
Seja o eco de uma afronta |
|||
O sinal do resurgir. |
|||
Raios dessa aurora forte |
|||
São como beijos de mãe, |
|||
Que nos guardam, nos sustêm, |
|||
Contra as injurias da sorte. |
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Às armas, às armas! |
|||
Sobre a terra, sobre o mar, |
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Às armas, às armas! |
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Pela patria lutar! |
|||
Contra os Bretões |
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marchar, marchar! |
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</poem> |
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Revisão das 19h17min de 24 de junho de 2014
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Referências
Ligações externas
- Hino Nacional nas páginas do Governo Português
- Partitura de "A Portuguesa" na Biblioteca Nacional Digital — cópia digitalizada de original impresso em ano impreciso na década de 1890.